Cruzeiro do Sul - UNICEF Mozambique - Home page
Cruzeiro do Sul - UNICEF Mozambique - Home page
Cruzeiro do Sul - UNICEF Mozambique - Home page
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Cruzeiro</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> __________Instituto de investigação para o desenvolvimento José Negrão<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
No quadro das conclusões <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> sobre “A Análise Multidimensional da Pobreza em Três<br />
Aldeias <strong>do</strong> Norte de Moçambique” apresenta<strong>do</strong> em 2005, uma das questões que permanecia<br />
sem da<strong>do</strong>s comprovativos era a terceira hipótese que diz: As redes sociais intracomunitárias<br />
não incentivam atitudes para saírem da pobreza, e aumento <strong>do</strong>s rendimentos familiares. Só as<br />
redes sociais extra-comunitárias são capazes de levar a uma redução da pobreza.<br />
Esta hipótese destaca o papel das redes extra comunitárias ou “bridging social capital” na<br />
criação de oportunidades da família rural desenvolver uma atitude empreende<strong>do</strong>ra, que<br />
permite a poupança e acumulação para ser usada como poupança e investimento o que,<br />
eventualmente, conduziria a saída <strong>do</strong> ciclo de pobreza. O “bridging social capital” é entendi<strong>do</strong><br />
aqui como as redes extra comunitárias <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> que possibilitem o acesso a merca<strong>do</strong>s,<br />
informação, nova tecnologia e ligações com instituições externas, com o potencial de permitir<br />
um desenvolvimento sustentável.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, a combinação de “bridging e bonding social capital” pode aumentar a riqueza<br />
para as comunidades rurais. Granovetter (1973) argumenta que o desenvolvimento económico<br />
acontece através de um mecanismo que permite aos indivíduos desenhar, inicialmente, os<br />
benefícios da comunidade fechada, mas depois é necessário adquirir as ferramentas e os<br />
recursos para participar em redes para além da comunidade, e assim, progressivamente,<br />
integrar-se na estrutura económica. Por exemplo, camponeses pobres, inicialmente, dependem<br />
<strong>do</strong>s seus familiares e amigos “bonding social capital” para iniciar um negócio, mas para a<br />
expansão <strong>do</strong>s seus rendimentos é necessário ampliar os seus contactos e acesso aos merca<strong>do</strong>s<br />
e instituições.<br />
Estes elementos no seu conjunto concorrem para a criação de um quadro de referência que,<br />
eventualmente, conduzem, a uma atitude empreende<strong>do</strong>ra da família rural, que envolva a<br />
identificação de áreas de investimento, ter capital ou acesso a capital para investir, com a<br />
assumpção de riscos inerentes ao investimento, ter habilidade para o fazer render, para além<br />
de ter cometimento com o trabalho e ter hábitos de poupança.<br />
Antes de prosseguirmos gostaríamos de enunciar as conclusões principais da primeira fase da<br />
pesquisa (hipótese 1 e 2). As conclusões resumem-se no seguinte:<br />
• A variação <strong>do</strong> capital económico, designa<strong>do</strong> por índice de posse é, fundamentalmente,<br />
explicada pela variação dentro de cada aldeia e não pela variação entre as aldeias,<br />
embora o nível de acesso a infra-estruturas nas aldeias seja diferente. O que parece<br />
sugerir que o acesso a infra-estruturas básicas poden<strong>do</strong> ser condição necessária, não é<br />
contu<strong>do</strong> suficiente para engendrar o processo de acumulação de riqueza.<br />
• O capital social (grupos e redes intracomunitárias) está correlaciona<strong>do</strong>, positivamente,<br />
com o índice de posse. As famílias mais pobres são, geralmente, as que pertencem a<br />
av. 24 de julho nº 285, 2º andar flat 3, maputo. tel/fax 258-21-493561. e-mail: cruzeiro<strong>do</strong>sul.iid@tvcabo.co.mz<br />
5