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<strong>Cruzeiro</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> __________Instituto de investigação para o desenvolvimento José Negrão<br />
Há presença pouco significativa de associações e cooperativas. As associações que<br />
encontramos são de camponeses e de poupança que têm bases endógenas mas que não são<br />
sustentáveis. As associações de camponeses são subsidiadas pelos programas <strong>do</strong> INAS por<br />
um certo perío<strong>do</strong> depois os camponeses não têm consegui<strong>do</strong> dar continuidade <strong>do</strong>s mesmos<br />
por falta de capacitação na gestão <strong>do</strong>s recursos que possuem.<br />
Os grupos de poupança constituem uma realidade nas aldeias mas estes não são confiáveis<br />
porque só acontecem em épocas que os camponeses podem vender os seus produtos. Nas<br />
épocas que não há comercialização os grupos de poupança desaparecem. Isto quer dizer que a<br />
geração de rendimentos na comunidade não beneficia de fontes fora da família (por exemplo:<br />
Esta<strong>do</strong>, Banca e Organização Não Governamental). Exceptuam-se as concessionárias<br />
Assim, pensamos que as famílias mais desfavorecidas, se organizadas em associações, podem<br />
ser assistidas pelo esta<strong>do</strong> (através de redes de extensão) e por organizações da sociedade civil<br />
que apoiam na capacitação de associações locais. Adicionalmente, existem pessoas<br />
consideradas pobres, materialmente, mas com ideias que podem ser úteis para a solução de<br />
problemas na aldeia. Estas pessoas devem ser motivadas e capacitadas de mo<strong>do</strong> a aumentarem<br />
seus conhecimentos e participação na comunidade.<br />
A falta de apoio <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> às famílias desfavorecidas cria dificuldades para a sua acumulação<br />
de riqueza de mo<strong>do</strong> que permita o efeito <strong>do</strong>minó ou seja “triple <strong>do</strong>wn effect”.<br />
Finalmente, a Estratégia de Desenvolvimento Rural (EDR 2006) pouco trata sobre o capital<br />
social, aspecto importante para perceber as relações intra e extra familiares que contribuem<br />
para mudanças de atitudes para a produção de riqueza. A EDR cinge-se, principalmente, em<br />
questões de nível macro <strong>do</strong> capital humano como a educação e a saúde.<br />
Um <strong>do</strong>s objectivos da EDR é de “assegurar que as políticas e programas nacionais assumam<br />
uma natureza explicitamente pró-rural, com vista a gerar mudanças no actual padrão de<br />
acumulação de capital na economia nacional que permanece profundamente favorável à<br />
economia urbana” (2006:ii). Mas a EDR pouco deixa claro sobre como as famílias rurais<br />
podem acumular capital para alimentar a economia das famílias rurais.<br />
A EDR tem como determinantes <strong>do</strong> desenvolvimento rural “o padrão de acumulação de<br />
capital na economia e a necessidade de alterar o contributo das zonas rurais, quase sempre e<br />
principalmente de fonte, e muito raramente e extremamente pouco como destino e<br />
beneficiário <strong>do</strong> processo de acumulação” EDR (2006:15. Esta filosofia parece ir contra os<br />
resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s ao nível micro que mostram uma dinâmica local própria. Em que<br />
famílias pertencentes aos primeiro e quinto quintil, isto é, sem possibilidade de acumular<br />
capital fiquem fora <strong>do</strong> processo de desenvolvimento.<br />
av. 24 de julho nº 285, 2º andar flat 3, maputo. tel/fax 258-21-493561. e-mail: cruzeiro<strong>do</strong>sul.iid@tvcabo.co.mz<br />
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