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projeto fortalecer - Fundação Abrinq

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O mapeamento de impactos não diminui a importância das mudanças<br />

na situação (como “água mais limpa” ou “economia mais forte”), mas<br />

argumenta que, para cada mudança de situação, existem mudanças<br />

correlativas no comportamento das pessoas.<br />

Por exemplo, o objetivo de um <strong>projeto</strong> pode ser facilitar o acesso das<br />

comunidades à água potável, com a instalação de filtros de purificação nas<br />

casas. Tradicionalmente, o método de avaliação dos resultados deste <strong>projeto</strong><br />

seria contar o número de filtros instalados e medir as mudanças no nível de<br />

elementos contaminantes na água antes e depois das instalações. O foco<br />

na mudança de comportamento começa, porém, da premissa que a água<br />

não permanece limpa sem que as pessoas sejam capazes de manter sua<br />

qualidade no tempo.<br />

Portanto, o impacto do <strong>projeto</strong> é avaliado em termos de: se aqueles<br />

responsáveis pela pureza da água nas comunidades não somente têm, mas<br />

usam as ferramentas apropriadas; se foram adquiridos conhecimentos e<br />

habilidades para monitorar os níveis de contaminantes; se foi preciso mudar<br />

os filtros ou chamar especialistas quando preciso.<br />

Esta metodologia permite que os <strong>projeto</strong>s comunitários planejem e meçam<br />

as habilidades que eles estão fortalecendo nas pessoas, nos grupos e<br />

nas organizações que - em última instância - serão as responsáveis pela<br />

“No primeiro momento ficamos<br />

meio perdidos. Hoje conseguimos<br />

perceber os passos dados e quanto<br />

ainda precisamos caminhar”.<br />

melhoria do bem-estar de sua comunidade. Não pretende substituir as<br />

formas mais tradicionais da avaliação, mas complementá-las focalizando<br />

especificamente as mudanças de comportamento relacionadas com<br />

os resultados.<br />

Avaliação construtivista<br />

Egon G. Guba e Yvonna S. Lincoln, Os autores do livro Avaliação da Quarta<br />

Geração, argumentam em http://www.wmich.edu/evalctr/checklists/<br />

constructivisteval.htm#2 que a primeira geração de avaliação focalizava<br />

as medições; a segunda, a descrição; e a terceira, o julgamento.}<br />

Os estudiosos apresentam agora uma quarta, baseada na negociação<br />

(hermenêutica/dialética).<br />

Esta quarta geração é chamada de avaliação construtivista. Os autores<br />

acreditam que esta abordagem minimiza os maiores problemas das outras<br />

três: uma tendência para o gerenciamento, ou seja, uma abordagem que<br />

favorecia o ponto de vista do cliente ou do financiador, e que protegia o<br />

coordenador (mas que, às vezes, era injusta, pois mantinha as relações<br />

de poder e não se preocupava em ouvir todas as partes interessadas); a<br />

falha de não considerar conjuntos múltiplos de valores; e um compromisso<br />

demasiadamente forte com o paradigma científico (positivista) da pesquisa.<br />

A avaliação construtivista está baseada nos pressupostos do paradigma<br />

construtivista, que se apoia no relativismo e que leva ao subjetivismo - o<br />

que, por sua vez, acredita que a “realidade” e a “verdade” dependem<br />

somente do conjunto de informações e do grau de sofisticação acessível<br />

aos indivíduos e grupos interessados. O método básico é a hermenêutica,<br />

quando todos os envolvidos declaram suas convicções, elas são analisadas<br />

e dissecadas para que se encontre o sentido de cada uma, e depois são<br />

confrontadas, comparadas e contrastadas em encontros de discussão<br />

(dialética). Este método se aplica tanto para dados quantitativos<br />

como qualitativos.<br />

A avaliação construtivista não é um sistema fácil. Muitas vezes, promove<br />

confrontos e cria adversários. Precisa de um facilitador/avaliador muito<br />

treinado. Mas, desde o ponto de vista do valor da avaliação, parece ser<br />

o melhor caminho para conseguir soluções viáveis para reclamações e<br />

preocupações do - grupo resultando em construções fortemente apropriadas<br />

por todos que parecem servir, funcionar, ser relevantes e altamente flexíveis.<br />

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