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Revista Letras ComVida, Número 2 - 2º Semestre de - LusoSofia

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18<br />

dossiê temático Miguel Real<br />

2003) em A Eternida<strong>de</strong> e o Desejo (2008), Francisco José Viegas, <strong>de</strong> cuja obra realçamos<br />

– indubitavelmente – Longe <strong>de</strong> Manaus (2005) e O Mar em Casablanca (2009), Possidónio<br />

Cachapa, <strong>de</strong> cuja obra publicada neste século sublinhamos Rio da Glória (2007), Luísa<br />

Costa Gomes, que publicou o espantoso romance O Pirata (2006), Manuel Jorge Marmelo,<br />

com Sertão Dourado (2001), Pedro Paixão e a sua escrita neurasténica, bem revelada<br />

em O Mundo é Tudo o que Acontece (2008), Manuel da Silva Ramos, que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Viagem com<br />

Branco no Bolso (2001), tem revelado uma nova faceta na sua obra, conseguindo uma notável<br />

harmonia entre realismo e surrealismo, Jacinto Lucas Pires, <strong>de</strong> que <strong>de</strong>stacaríamos Do<br />

Sol (2004), cuja dispersão em múltiplos focos <strong>de</strong> interesse tem notoriamente afectado a<br />

qualida<strong>de</strong> das suas narrativas, Hélia Correia, cujos Lillias Fraser (2001) e Adoecer (2010) lhe<br />

garantem a eternida<strong>de</strong> literária, Helena Marques, autora do fabuloso O Último Cais (1992),<br />

estilística e tematicamente continuado em Os Íbis Vermelhos <strong>de</strong> Guiana (2002) e em O Bazar<br />

Alemão (2010), Maria Isabel Barreno, autora <strong>de</strong> O Senhor da Ilha (1994), prolongado em<br />

Vozes do Vento (2009), ambos <strong>de</strong> temática luso-caboverdiana, e Julieta Monginho, que terá<br />

atingido o pico da maturida<strong>de</strong> literária com A Terceira Mãe (2008).<br />

No campo do romance como arte, <strong>de</strong>stacaram-se <strong>de</strong>z superiores revelações na primeira<br />

década – Filomena Marona Beja, no campo do romance social (As Cidadãs, 1998, A Sopa,<br />

2004, A Cova do Lagarto, 2007 e Bute Daí, Zé!, 2010), Gonçalo M. Tavares (mais <strong>de</strong> duas<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> títulos, coroados pelo notabilíssimo Viagem à Índia, 2010) na epistemologia<br />

filosófica racional aplicada à construção narrativa, José Luís Peixoto, autor da mais bela<br />

narrativa lírica da década (Nenhum Olhar, 2000) e <strong>de</strong> Livro (2010), romance-resumo dos<br />

diversos estilos da história da literatura portuguesa do século XX, Patrícia Portela, autora<br />

dos romances mais imaginosos e experimentais da década, Odília ou a História das Musas<br />

do Cérebro <strong>de</strong> Patrícia Portela (2007), e Para Cima e não para o Norte (2008), João Tordo (Hotel<br />

Memória, 2006, Três Vidas, 2008, e O Bom Verão, 2010), uma autêntica revelação na arte <strong>de</strong><br />

contar história fundindo escrita jornalística e escrita estética, valter hugo mãe (o nosso reino,<br />

2004, o remorso <strong>de</strong> baltazar serapião, 2006, o apocalipse dos trabalhadores, 2007, e a máquina<br />

<strong>de</strong> fazer espanhóis, 2010), Patrícia Reis (Amor em Segunda Mão, 2006, Mor<strong>de</strong>r-te o Coração,<br />

2007, e sobretudo No Silêncio <strong>de</strong> Deus, 2008), Henrique Levy (O Cisne <strong>de</strong> África, 2009,<br />

Praia-Lisboa, 2010), Luís Caminha (Um Pinguim na Garagem, 2009) e Maria Antonieta Preto<br />

(Chovem Cabelos na Fotografia, 2004, e A Ressurreição da Água, 2009), indubitavelmente<br />

a nossa melhor contista, resgatadora das lendas <strong>de</strong> um Alentejo profundo. No conto,<br />

Teresa Veiga atingiu um notável registo <strong>de</strong> escrita com Uma Aventura Secreta do Marquês<br />

<strong>de</strong> Gradomín (2008) e Afonso Cruz revolucionou a estrutura do género em Enciclopédia da<br />

Estória Universal (Prémio Camilo Castelo Branco-2009) e em Os Livros Que Devoraram o<br />

Meu Pai (Prémio Literário Maria Rosa Colaço-2009).<br />

Onze revelações necessitam <strong>de</strong> uma confirmação futura: Fernando Pinto do Amaral (O<br />

Segredo <strong>de</strong> Leonardo Volpi, 2009), Ricardo Adolfo (Mizé, 2007, e Depois <strong>de</strong> Morrer Aconteceram-me<br />

Muitas Coisas, 2009), Rui Cardoso Martins (E Se Eu Gostasse Muito <strong>de</strong> Morrer, 2006<br />

e Deixem Passar o Homem Invisível, 2009, Gran<strong>de</strong> Prémio do Romance da Associação Portuguesa<br />

<strong>de</strong> Escritores), Pedro Eiras (Os Três Desejos <strong>de</strong> Octávio C., 2008), Filipa Melo (Este<br />

é o meu Corpo, 2004), Jorge Reis-Sá (Terra, 2007 e sobretudo O Dom, 2007), António Canteiro<br />

(Pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> Adobo, 2005, Prémio Carlos <strong>de</strong> Oliveira, e Ao Redor dos Muros, Prémio Alves<br />

Redol), David Machado (O Fabuloso Teatro do Gigante, 2006, e Histórias Possíveis, 2008), Joana<br />

Bértholo (Diálogos para o Fim do Mundo, Prémio Maria Amália Vaz <strong>de</strong> Carvalho, 2009),<br />

Sandro William Junqueira (O Ca<strong>de</strong>rno do Algoz, 2009), Pedro Medina Ribeiro (A Noite e o<br />

Sobressalto, 2010) e Raquel Ochoa (A Casa-Comboio, Prémio Agustina Bessa-Luís 2009).<br />

A primeira década do século viu cair dois tabus ligados ao romance <strong>de</strong> costumes:<br />

1. – a narrativa sobre a homossexualida<strong>de</strong>: Eduardo Pitta (Persona, 2000; 2.ª ed. 2007, e<br />

Cida<strong>de</strong> Proibida, 2007) e Fre<strong>de</strong>rico Lourenço (Po<strong>de</strong> um Desejo Imenso, 2002, O Curso das Estrelas,<br />

2002, e À Beira do Mundo, 2003) fizeram cair o tabu relativo à <strong>de</strong>scrição e narração<br />

<strong>de</strong> cenas homossexuais. Entre todos, <strong>de</strong>stacaríamos, pela tripla configuração da linguagem,<br />

da estrutura narrativa e do conjunto <strong>de</strong> personagens, o romance Cida<strong>de</strong> Proibida, <strong>de</strong><br />

Eduardo Pitta, como <strong>de</strong> necessária e obrigatória leitura;<br />

2. – a narrativa sobre a heterossexualida<strong>de</strong>: Manuel da Silva Ramos <strong>de</strong>screve a primeira “D.<br />

Juan” feminina no romance português, uma norueguesa, em O Sol da Meia Noite (2007),<br />

José Couto Nogueira (Táxi, 2001, Vista da Praia, 2003, e sobretudo Pesquisa Sentimental,<br />

2008), Manuel Dias Duarte (D. Giovanni em Lisboa, 2009, romance sobre o ciúme) e Fernando<br />

Esteves Pinto (Conversas Terminais, 2000, Sexo entre Notícias, 2003 e Privado, 2008),<br />

<strong>de</strong>socultaram <strong>de</strong> um modo absoluto o tema da <strong>de</strong>scrição dos actos heterossexuais.

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