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73. Leiria-Fatima_ed_31.pdf - Diocese Leiria-Fátima

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•<br />

LElitIA-FfiTIMfi<br />

Órgão Oficial da Diocczscz<br />

Ano XI • N. 031 • Janeiro-Abril 2003<br />

DIRECTOR<br />

AMÉRICO FERREIRA<br />

CHEFE DE REDACÇÃO<br />

JOSÉ ALMEIDA SOUSA<br />

ADMINISTRADOR<br />

HENRIQUE DIAS DA SILVA<br />

CONSELHO DE REDACÇÃO<br />

BELMIRA DE SOUSA<br />

JORGE GUARDA<br />

LUCIANO CRISTINO<br />

MANUEL MELQU/ADES<br />

SAUL GOMES<br />

PERIODICIDADE<br />

QUADRIMESTRAL<br />

PROPRIEDADE E EDIÇÃO<br />

DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />

SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEIRIA<br />

2410 LEIRIA • TELEF.244832760<br />

ASSINATURA ANUAL -12 Euros<br />

NÚMERO AVULSO - 4 Euros


Actos Episcopais.................................................................. 3<br />

Casa Diocesana do Clero de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>........................ 5<br />

Normas Gerais sobre o Património Cultural...................... 13<br />

Comunicado do Conselho Presbiteral.................................. 21<br />

Crismas na <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> ................................ 23<br />

Mensagem Episcopal para a Quaresma 2003 ....................<br />

25<br />

Ofertórios efectuados no Santuário de <strong>Fátima</strong>................... 27<br />

Centenário do nascimento do Cónego José Galamba de<br />

Oliveira.......................................................................... 28<br />

Para a História das Aparições de <strong>Fátima</strong> .......................... 30<br />

Equipas de Nossa Senhora ....... .......................................... 31<br />

72. a Peregrinação Diocesana a <strong>Fátima</strong> .............................. 33<br />

Mensagem do Bispo Diocesano aos crismados ................... 35<br />

Ano Agostiniano.................................................................. 37<br />

Estatutos da Confraria de Nossa Senhora da Encarnação 39<br />

Vida Eclesial ....................................................................... 55<br />

Na Escola de Maria, Mulher "Eucarística"........................ 59<br />

Os Mistérios da Luz no Santo Rosário ............................... 63


ACTOS EPISCOPAIS<br />

VIGÁRIO PAROQUIAL<br />

DE PATAIAS E ALPEDRIZ<br />

Havemos por bem confirmar e oficializar a nomeação do Reverendo<br />

Padre Nuno Miguel Heleno Gil como Vigário Paroquial<br />

de Pataias e Alp<strong>ed</strong>riz com todos os deveres/poderes previstos no<br />

Código de Direito Canónico, inclusive no c. 1111 § 2.<br />

<strong>Leiria</strong>, 2 de Janeiro de 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

PÁRoco DE NOSSA SENHORA<br />

DAS MISERICÓRDIAS (OURÉM)<br />

Havemos por bem declarar:<br />

1.0 que aceitamos o p<strong>ed</strong>ido de resignação do Pároco de Ourém<br />

(Nossa Senhora das Misericórdias), por motivo de idade e de<br />

doença, o Rev. do P. Carlos Querido da Silva, a quem agradecemos<br />

todo o trabalho pastoral prestado na <strong>Diocese</strong>, fazendo votos de melhor<br />

saúde;<br />

2.0 que nomeamos administrador paroquial da referida paróquia<br />

de Ourém (Nossa Senhora das Misericórdias), nos termos dos<br />

cânones 539-540, e obtida a prévia anuência dos superiores dos Missionários<br />

Monforlinos, o Rev. do P. Dr. Horácio José Segura, SMM;<br />

3.0 que esta provisão oficializa a situação de facto desde há<br />

meses e se manterá em vigor até que seja decidido o contrário;<br />

4.0 que a comunidade paroquial de Ourém (Nossa Senhora<br />

das Misericórdias), com os seus órgãos, movimentos e serviços,<br />

aceitando esta interinidade, colaborará positivamente em toda a<br />

vida paroquial.<br />

<strong>Leiria</strong>, 14 de Janeiro de 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

___ 3


ACTOS EPISCOPAIS _______<br />

DIRECÇÃO DA CASA<br />

DIOCESANA DO CLERO<br />

____________ _<br />

Nomeamos o Padre Benevenuto Santiago Morgado como presidente<br />

da Direcção da Casa Diocesana do Clero de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>,<br />

de acordo com o número 1 do Artigo 7.° dos respectivos Estatutos,<br />

e Assistente Espiritual da mesma Casa, de acordo com o estabelecido<br />

no Artigo 28.° dos mesmos Estatutos e no número 3 do Artigo<br />

6.° do Regulamento Geral, e confirmamos, de acordo com o número<br />

2 do Artigo 7.° dos Estatutos, os restantes membros, eleitos para<br />

os órgãos Directivos, que assim ficam constituídos:<br />

1 - Direcção:<br />

Presidente - Padre Benevenuto Santiago Morgado<br />

Vice-Presidente - Padre António Ramos<br />

Secretário - Padre Augusto Ascenso Pascoal<br />

Tesoureiro - Padre Vítor José Mira de Jesus<br />

Vogal - Padre Luís Inácio João<br />

2 - Conselho Fiscal:<br />

- Padre António Lopes de Sousa<br />

- Padre Virgílio do Rocio Francisco<br />

- Padre José Mirante Carreira Frazão<br />

Expressamos o maior apreço por tudo quanto tem sido feito a<br />

favor da CASA DIOCESANA DO CLERO, e formulamos ardentes<br />

votos para que prossiga diligentemente os seus objectivos estatutários,<br />

como especial Serviço e Bênção para o Clero, e toda a Dio-.<br />

cese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>.<br />

<strong>Leiria</strong>, 14 de Janeiro de 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

4 _______________ ________________<br />

______


CASA DIOCESANA DO CLERO<br />

DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

Preâmbulo<br />

REGULAMENTO GERAL<br />

Os Estatutos da Casa Diocesana do Clero de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

determinam que a instituição tenha um Regulamento Geral, onde<br />

se estabeleçam as condições de admissão dos residentes, as normas<br />

de funcionamento, a organização interna e outras disposições<br />

necessárias ao bom ambiente (art.° 34.°, 1).<br />

Em ordem a cumprir a determinação estatutária e com as finalidades<br />

nela mencionadas, publica-se o presente Regulamento<br />

Geral, aprovado pela assembleia do Clero e confirmado pelo Bispo<br />

Diocesano. Abrange a casa central e as casas geminadas, no que<br />

lhes seja aplicável.<br />

Artigo 1.0<br />

(Destinatários da Casa)<br />

Segundo os seus Estatutos (art." 2,"), a Casa Diocesana do Clero,<br />

daqui em diante designada simplesmente Casa, destina-se a<br />

acolher:<br />

a) - os sacerdotes idosos ou inválidos da diocese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>;<br />

b) - os sacerdotes da mesma <strong>Diocese</strong> que necessitem de repouso<br />

ou de convalescença;<br />

c) - as senhoras, familiares ou empregadas, que acompanharam<br />

algum sacerdote da <strong>Diocese</strong> durante o seu ministério, no serviço<br />

doméstico.<br />

Artigo 2."<br />

(Condições de admissão)<br />

1. Os sacerdotes idosos ou inválidos podem ser admitidos, se<br />

o desejarem e tiverem o consentimento do Bispo diocesano.<br />

2. Os sacerdotes que desejem passar algum tempo na Casa,<br />

para descanso ou convalescença, são admitidos pela Direcção, den-<br />

5


CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

tro das disponibilidades dos quartos existentes, e nas condições<br />

por ela fixadas.<br />

3. As senhoras mencionadas na alínea c) do artigo 1.' que, na<br />

vigência dos anteriores Estatutos da Casa, eram membros equiparados<br />

a benfeitores ou a contribuintes, se houver disponibilidades<br />

na Casa, serão admitidas, desde que o peçam, tenham continuado<br />

a contribuir para ela com pelo menos 3% dos seus rendimentos mensais<br />

e não possam ser assistidas pelos seus familiares.<br />

4. Outras senhoras, abrangidas pela mesma alínea c) do dito<br />

artigo, podem ser admitidas, se houver disponibilidades na Casa,<br />

desde que o peçam e reúnam as seguintes condições:<br />

a) terem prestado serviço por um período de pelo menos dez<br />

anos e não o terem cessado por sua livre vontade;<br />

b) terem sido consideradas inválidas para o trabalho ou estarem<br />

reformadas pela Segurança Social;<br />

c) não poderem ser assistidas pelos seus familiares;<br />

d} entregarem uma jóia equivalente a 30% dos seus rendimentos<br />

nos últimos doze meses;<br />

e} terem o consentimento do Bispo diocesano, sob proposta da<br />

Direcção.<br />

5. Por razões de caridade cristã, em circunstâncias extraordinárias,<br />

bem ponderadas pela Direcção, com o consentimento do<br />

Bispo Diocesano, podem ser admitidos outros familiares ou empregadas<br />

dos sacerdotes.<br />

6. Para serem admitidos, os interessados ou quem os apresenta,<br />

se eles o não poderem fazer por si mesmos, comprometem­<br />

-se a contribuir para a subsistência da Casa, segundo o estipulado<br />

no presente Regulamento, e a colaborar na manutenção de um bom<br />

ambiente para todos.<br />

Artigo 3.'<br />

(Processo para a admissão)<br />

1. O p<strong>ed</strong>ido, escrito por si ou por outrem, é dirigido à Direcção<br />

da Casa.<br />

2. A Direcção estuda a situação da pessoa em causa, informa<br />

e consulta o Bispo Diocesano e dá uma resposta justificativa.<br />

6 ______________________________________ _


CASA DiOCESANA DO CLERO DE LEIRIA.FATIMA<br />

3. Ao ser admitida na Casa para nela residir estavelmente, a<br />

pessoa em causa deverá obrigatoriamente:<br />

a) dispor, por forma legal, do destino dos bens que possuir à<br />

data do seu falecimento, nomeadamente dos que, nessa data, se<br />

encontrarem na Casa;<br />

b) fazer o inventário dos bens que leva para a Casa e entregar<br />

cópia à Direcção, assinada por ambas as partes; em caso de incapacidade<br />

do requerente, a Direcção providenciará no sentido de<br />

ser feito por quem o representa; neste caso, o inventário será assinado<br />

por quem o elaborou, por um membro da Direcção e por<br />

uma testemunha;<br />

c) quando houver alterações no património da pessoa, o inventário<br />

será actualizado.<br />

4. Se o sacerdote p<strong>ed</strong>iu para ir para uma casa geminada, ao<br />

entrar nela, entregará o inventário como ficou dito no número anterior<br />

e assinará, com um membro da Direcção, um outro referente<br />

ao património existente na casa.<br />

Artigo 4.'<br />

(Contributo dos residentes)<br />

L Os residentes podem encontrar-se em situação normal ou<br />

com necessidade de cuidados continuados.<br />

a) Está em situação normal a pessoa cuja dependência seja<br />

mínima.<br />

b) É considerada em situação de cuidados continuados a<br />

pessoa que está muito dependente ou se encontra habitualmente<br />

acamada.<br />

c) Cabe à Direcção, com base no parecer do médico assistente<br />

da pessoa em causa, decidir quando é que esta passa à situação<br />

de cuidados continuados.<br />

2. Os sacerdotes residentes, em situação normal, contribuem<br />

para a Casa com o mesmo que está fixado para hosp<strong>ed</strong>agem a todos<br />

os sacerdotes da <strong>Diocese</strong>, ao abrigo do Estatuto Económico do<br />

Clero.<br />

7


CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

3. Os sacerdotes residentes, em situação de cuidados continuados,<br />

contribuem com 66,5% da remuneração fIxada pela <strong>Diocese</strong> para<br />

os sacerdotes e com a totalidade do subsídio de grande invalidez.<br />

a} Os que se encontram na situação mencionada e se pronunciaram<br />

pela manutenção dos direitos adquiridos enquanto membros<br />

benfeitores ou contribuintes, ao abrigo dos Estatutos anteriores, beneficiam<br />

de uma r<strong>ed</strong>ução, conforme consta no anexo 1.<br />

4. As senhoras residentes, em situação normal, contribuem<br />

com 66,5% do total de pensões e subsídios que recebam.<br />

5. As senhoras residentes, em situação de cuidados continuados,<br />

contribuem com 80% do total de pensões e subsídios que recebam<br />

e com a totalidade do subsídio de grande invalidez.<br />

a} As senhoras que se encontram na situação mencionada e<br />

se pronunciaram pela manutenção dos direitos adquiridos enquanto<br />

membros equiparados a benfeitores ou contribuintes, ao abrigo<br />

dos Estatutos anteriores, benefIciam de uma r<strong>ed</strong>ução, conforme<br />

consta no anexo 2.<br />

6. O contributo dos utentes por outros serviços ou actividades<br />

da Casa, nomeadamente os mencionados no artigo 3.° dos Estatutos,<br />

serão fIxados pela Direcção, tendo em conta os custos dos mesmos<br />

e as possibilidades reais das pessoas que deles benefIciam.<br />

7. Osacerdote residente numa casa geminada contribui para<br />

a Casa, com o valor que for acordado com a Direcção relativo às<br />

despesas de água, electricidade e telefone, no caso de serem fornecidos<br />

pela instituição.<br />

a} O sacerdote que habita numa casa geminada é responsável<br />

por mantê-la em boas condições.<br />

b} A realização de qualquer obra de conservação é da competência<br />

da Direcção. Esta só suporta despesas feitas pelo residente,<br />

quando previamente concordou com elas.<br />

c} O sacerdote ou a sua familiar ou empregada que fIcar em<br />

necessidade de cuidados continuados, em princípio, passa para a<br />

casa central, a fIm de poder Ter a assistência da mesma. Nesse caso,<br />

contribui para a Casa em conformidade com o número deste artigo<br />

que lhe seja aplicável.<br />

8 ______________________ _____________________


CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA·FÁTIMA<br />

8. Ocontributo para a Casa diz respeito aos serviços prestados<br />

pela instituição, conforme se menciona no artigo seguinte,<br />

mas não aos m<strong>ed</strong>icamentos, especialidades médicas e a outras<br />

despesas pessoais, que são da inteira responsabilidade dos residentes<br />

e outros utentes.<br />

9. Se o contributo de cada residente for inferior à despesa média<br />

por pessoa, suportada pela Casa, recomenda-se-lhe vivamente<br />

que, segundo as suas posses e com o sentido de justiça e generosidade,<br />

dê um contributo voluntário suplementar.<br />

Artigo 5. '<br />

(Serviços prestados pela Casa)<br />

L Na m<strong>ed</strong>ida em que se justifique e conforme as suas capacidades,<br />

a Casa promoverá as actividades mencionadas no artigo 3.'<br />

dos seus Estatutos.<br />

2. Aos seus residentes, a Casa garante hosp<strong>ed</strong>agem, alimentação<br />

e o apoio possível em ordem ao bem-estar de cada um.<br />

3. A assistência médica e de enfermagem assegurada, incluindo<br />

aos que habitam as casas geminadas, é a que decorre dos contratos<br />

com os profissionais de saúde para o serviço da Casa.<br />

4. A Casa procurará formas de valorização e ocupação dos residentes,<br />

segundo a capacidade e o interesse de cada um.<br />

5. Os residentes, por seu lado, têm a obrigação de colaborar<br />

com os serviços da Casa para o bem-estar comum.<br />

Artigo 6.'<br />

(Organização da Casa)<br />

1. À Direcção incumbe administrar a Casa e definir as orientações<br />

necessárias ao seu bom funcionamento.<br />

2. O governo ordinário da Casa é assegurado por pessoa ou instituição<br />

competente contratada para o efeito. Compete-lhe governar<br />

a Casa, coordenar os diversos serviços das pessoas e suscitar a<br />

colaboração dos residentes, segundo as orientações da Direcção.<br />

9


CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA.FÁTIMA<br />

3. De acordo com o estabelecido no artigo 28.' dos Estatutos, a<br />

Casa tem um assistente espiritual nomeado pelo Bispo diocesano,<br />

com as competências definidas no artigo 8.' deste Regulamento.<br />

Artigo 7.'<br />

(Normas de funcionamento interno)<br />

As normas de funcionamento interno são definidas pela Direcção,<br />

depois de ouvidos residentes e a pessoa responsável pelo governo<br />

ordinário da Casa.<br />

Artigo 8.'<br />

(Assistência espiritual)<br />

1. A assistência espiritual visa ajudar cada um dos residentes<br />

a cultivar a vida espiritual m<strong>ed</strong>iante a liturgia e outro meios<br />

que levem a uma relação com Deus mais intensa e a receber d'Ele<br />

as Suas graças para a própria vida.<br />

2. Compete ao assistente espiritual fazer com que tal serviço<br />

seja adequadamente prestado. Para isso, é importante que resida<br />

na Casa.<br />

3. A missão de assistente espiritual pode ser desempenhada<br />

pelo Presidente da Direcção, nomeadamente se tiver residência na<br />

Casa.<br />

a) Na ausência do sacerdote nomeado, a Direcção pode p<strong>ed</strong>ir<br />

a outro que desempenhe transitoriamente essa missão.<br />

b) Em caso de necessidade urgente, qualquer sacerdote, pode<br />

prestar a assistência espiritual aos residentes da Casa.<br />

Artigo 9.'<br />

(Orçamento e prestação de contas)<br />

A Direcção elaborará, anualmente, dentro dos prazos legais,<br />

um relatório de contas de gerência, bem como o orçamento e programa<br />

de acção para o ano seguinte, submetendo-os ao parecer do<br />

Conselho fiscal.<br />

10


CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

a) Apresentará tais documentos ao Bispo diocesano, para<br />

aprovação, e às autoridades que tutelam a instituição_<br />

b) Deles dará conhecimento ao clero, pela via que julgar mais<br />

conveniente.<br />

Artigo L'<br />

(Inventário)<br />

A Direcção elaborará um cadastro inventário de todos os bens<br />

e valores confiados à Casa, mantê-lo-á permanentemente actualizado<br />

e entregá-lo-á à sua sucessora, sempre que houver mudanças<br />

nos Órgãos Directivos_<br />

Artigo II.'<br />

(Trabalho voluntário)<br />

Segundo as necessidades da Casa, em ordem ao bem-estar e<br />

ocupação útil dos residentes, a Direcção procurará a prestação de<br />

trabalho voluntário por parte de pessoas amigas da Casa. O trabalho<br />

é gratuito, mas pode dar lugar à compensação pelas despesas<br />

de deslocação, dentro de critérios definidos pela Direcção.<br />

ANEXO 1<br />

(Sacerdotes com direito a r<strong>ed</strong>ução)<br />

a) A r<strong>ed</strong>ução referida no artigo 4.', 3. a) é aplicável somente<br />

na situação de cuidados continuados e incide sobre a diferença entre<br />

o valor do contributo determinado no artigo 4.', 3 deste Regulamento<br />

e a quantia anualmente fixada pelo Bispo diocesano para<br />

a hosp<strong>ed</strong>agem dos sacerdotes, segundo o Estatuto Económico do<br />

Clero (cfr RABI, cap. VIl).<br />

b) Têm direito à r<strong>ed</strong>ução na percentagem abaixo mencionada,<br />

os sacerdotes que constam na seguinte tabela nominal definitiva:<br />

ABÍLIO VIEIRA ...__. .................__ .._ . 70%<br />

BENEVENUTO VIEIRA DE OLIVEIRA DIAS . . . . . 15%<br />

JOSÉ MIRANTE CARREIRA FRAZÃO ........_. . 90%<br />

11


CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

ANEXO 2<br />

(Senhoras com direito de r<strong>ed</strong>ução)<br />

a) A r<strong>ed</strong>ução referida no artigo 4.', 5. A), é aplicável somente<br />

na situação de cuidados continuados e incide sobre a diferença entre<br />

os valores dos contributos determinados nos números 4 e 5 do<br />

mesmo artigo 4.' deste Regulamento.<br />

b) Têm direito à r<strong>ed</strong>ução na percentagem abaixo mencionada,<br />

as senhoras que constam na seguinte tabela nominal definitiva:<br />

MARIA DO CARMO MARQUES . . _ . _ . . . . . . . . . . . 90%<br />

LÍDIA R. FERREIRA . . .. . .. ... _ _ _. . . . . . . . . . . . 20%<br />

VIRGÍLIA GOMES _ . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60%<br />

MARIA DA CONCEIÇÃO VIEIRA. . . . . . . . . . . . . . . 70%<br />

PIEDADE CUNHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10%<br />

Aprovação<br />

O presente Regulamento foi aprovado pela Assembleia do Clero,<br />

presidida pelo Bispo diocesano (cfr Estatutos, art. ' 34. '), em 18<br />

de Novembro de 2002.<br />

<strong>Leiria</strong>, 11 de Novembro de 2002<br />

1 de Maio:<br />

Peregrinação Nacional dos Acólitos a <strong>Fátima</strong>.<br />

Encontro de Dirigentes e Atletas de Clubes Desportivos.<br />

10 de Junho:<br />

Peregrinação das Crianças a <strong>Fátima</strong>.<br />

25 e 26 de Julho:<br />

Peregrinação dos Avós a <strong>Fátima</strong>.<br />

12 __________<br />

__________________________ ____ ___


NORMAS GERAIS<br />

SOBRE O PATRIMÓNIO<br />

CULTURAL<br />

Reconhecendo no património cultural que as gerações prec<strong>ed</strong>entes<br />

nos legaram, tesouros que nos cumpre cuidar e transmitir<br />

às gerações vindouras, enquanto expressão artística e poética da<br />

alma crente das gentes da nossa <strong>Diocese</strong>;<br />

Verificando, na contemplação estética das obras de arte sacra,<br />

um precioso meio para a abertura do homem à transcendência,<br />

e um caminho para o diálogo com a cultura actual que importa<br />

desenvolver;<br />

Desejando que os novos espaços eclesiais e bens móveis sirvam,<br />

cada vez mais, para elevar o espírito humano para os mistérios<br />

sublimes que celebramos, e exprimam, cada vez melhor, a<br />

dignidade e a nobreza da Comunidade reunida em Nome do Senhor;<br />

Havemos por bem determinar quanto se segue:<br />

1. Disposições gerais<br />

1.L Fazem parte integrante do património cultural diocesano<br />

todos os lugares de culto e outros <strong>ed</strong>ifícios ou monumentos, bem<br />

como os bens móveis, relíquias, livros, documentos e outros objectos<br />

com valor histórico, artístico ou devocional, tutelados pelo Bispo<br />

Diocesano;<br />

1.2. Para melhor conservação, estudo e segurança, o património<br />

deve estar inventariado e o inventário actualizado pelas entidades<br />

proprietárias ou depositárias;<br />

1.3. As obras de construção, adaptação, restauro ou beneficiação<br />

dos bens imóveis Ce áreas envolventes) e bens móveis da Dio·<br />

cese, bem como a sua alienação, eventual demolição, c<strong>ed</strong>ência e<br />

empréstimo, só se poderão efectuar depois de autorização p<strong>ed</strong>ida,<br />

e conc<strong>ed</strong>ida por escrito pelo Bispo Diocesano.<br />

2. Intervenção em bens imóveis<br />

A construção de raiz, e restauro de <strong>ed</strong>ifícios ou monumentos<br />

já existentes, ob<strong>ed</strong>ece às seguintes fases:<br />

13


NORMAS GERAIS SOBRE O PATRIMÓNIO CULTURAL<br />

2.1. A entidade promotora define, com apoio qualificado, o programa-base:<br />

memória descritiva e justificativa, levantamento fotográfico<br />

e bases de financiamento; de acordo com a fmalidade da<br />

obra, deve-se atender a critérios de qualidade e simplicidade. Esta<br />

fase termina com a elaboração do estudo prévio;<br />

2.2. Consulta e recolha de contributos para o enriquecimento<br />

do estudo prévio: o sentir da comunidade interessada, o parecer<br />

da Comissão de Arte e Património Cultural e, se necessário, de outras<br />

entidades. Esta fase termina com a elaboração do projecto;<br />

2.3. Apresentação ao Bispo Diocesano de dois exemplares do<br />

projecto com as peças necessárias. Esta fase termina com a recepção<br />

e execução pela entidade promotora, das observações e/ou imposições<br />

da Autoridade Diocesana;<br />

2.4. Depois de obtido o despacho favorável do Bispo Diocesano,<br />

todo O processo será enviado à Autoridade Civil competente,<br />

para licenciamento.<br />

3. Intervenção em bens móveis<br />

3.1. A intervenção em bens móveis e designadamente nas imagens<br />

de maior valor artístico, devocional, ou antiguidade, carece de<br />

autorização, dada por escrito, do Bispo Diocesano (Código de Direito<br />

Canónico, c. 1189);<br />

3.2. O p<strong>ed</strong>ido de intervenção deverá ser acompanhado por um<br />

estudo histórico, memória descritiva e justificativa, levantamento<br />

fotográfico, nota curricular do técnico responsável, estimativa do<br />

custo e do financiamento;<br />

3.3. Os bens móveis de valor artístico sujeitos à tutela diocesana<br />

que não reunam as condições mínimas de segurança, conservação<br />

e visita, devem ser confiados, a título de depósito, ao Museu<br />

Diocesano.<br />

4. Acompanhamento dos trabalhos<br />

4.1. Os trabalhos previstos nos pontos anteriores serão acompanhados<br />

pela Comissão; caso ocorram alterações relativamente ao<br />

que tiver sido autorizado, serão suspensos pelo Bispo Diocesano;<br />

14 __________________________________________ ___


NORMAS GERAIS SOBRE O PATRIMÓNIO CULTURAL<br />

4.2. Na eventualidade de se descobrirem achados de valor arqueológico,<br />

artístico ou devocional, as obras deverão ser im<strong>ed</strong>iatamente<br />

suspensas nesse sector e o facto deverá ser comunicado com<br />

toda a diligência ao Bispo Diocesano.<br />

5. Documentação arquivística<br />

5.1. Toda a documentação respeitante à <strong>Diocese</strong> e às paróquias<br />

será guardada com o maior cuidado (c. 486); em todas as paróquias<br />

e nas outras instituições da Igreja, deverá haver um cartório ou arquivo<br />

de livros (breviários, leccionários ... ) e de outros documentos,<br />

a tratar conforme o disposto no c. 535 § 4 e 5;<br />

5.2. As espécies arquivísticas sujeitas à tutela diocesana que<br />

não estiverem em condições mínimas de segurança, conservação e<br />

consulta, devem ser confiadas, a título de depósito, ao Arquivo Histórico<br />

Diocesano.<br />

6. Empréstimos<br />

6.1. O p<strong>ed</strong>ido de autorização do empréstimo de espécimes de<br />

valor que fizerem parte do Património Cultural da <strong>Diocese</strong> deve ser<br />

feito pela entidade proprietária ou depositária ao Bispo Diocesano<br />

com sessenta dias de antec<strong>ed</strong>ência, como regra;<br />

6.2. Do p<strong>ed</strong>ido de empréstimo deve constar: se a entidade que<br />

empresta é proprietária ou depositária; quem é a entidade solicitadora<br />

e o motivo justificativo para o empréstimo; a ficha de identificação<br />

com O levantamento fotográfico; a finalidade, a data e o<br />

local do evento; a garantia do seguro e a data da devolução;<br />

6.3. A peça cuja c<strong>ed</strong>ência tenha sido autorizada, só poderá<br />

sair m<strong>ed</strong>iante entrega de um termo de responsabilidade pela entidade<br />

solicitadora e a apresentação da respectiva apólice de seguro<br />

contra todos os riscos à entidade proprietária ou depositária.<br />

7. Alienações<br />

Em matéria de alienação e oneração de bens eclesiásticos dever-se-ão<br />

respeitar escrupulosamente as normas canónicas (cc.<br />

1291 a 1298 e, para relíquias e imagens de grande veneração do<br />

povo, o c. 1190).<br />

15


NORMAS GERAIS SOBRE O PATRIMÓNIO CULTURAL<br />

8. Furtos e danos .<br />

8. 1. A ocorrência de furtos de bens culturais deve ser im<strong>ed</strong>iatamente<br />

participada, de forma oficial, à Autoridade policial e ao<br />

Bispo Diocesano, juntando todos os elementos informativos, designadamente<br />

fotografias e notícias descritivas, que possam ser úteis<br />

para a identificação e recuperação das peças subtraídas;<br />

8.2. A ocorrência de danos em bens culturais, sobretudo se forem<br />

de elevado valor artístico ou devocional deve ser comunicada<br />

ao Bispo Diocesano e, se for o caso, à Autoridade policial.<br />

<strong>Leiria</strong>, 4 de Dezembro de 2002<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

ASSEMBLEIA PLENÁRIA<br />

DOS BISPOS<br />

o porta-voz do Conselho Permanente da<br />

Conferência Episcopal Portuguesa anunciou que<br />

na Assembleia Plenária de 5 a 8 de Maio serão<br />

tratados e publicados três documentos importantes,<br />

a saber:<br />

- Carta pastoral sobre É tica Social.<br />

- Bases para uma Pastoral Vocacional.<br />

- Nota pastoral a propósito do ano europeu<br />

da Pessoa com deficiência.<br />

Os Senhores Bispos terão jornadas de estudo<br />

sobre o Clero, de 23 a 26 de Junho<br />

16 ________<br />

____________ ____________________ __


VIGÁRIO JUDICIAL<br />

E NOTÁRIO DO<br />

TRIBUNAL ECLESIÁSTICO<br />

DA DIOCESE<br />

Havemos por bem<br />

1) nomear, nos termos do direito canónico, e nomeadamente<br />

os cânones 391 e 1420, Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico<br />

da <strong>Diocese</strong> o Reverendo Pe. Dr. Fernando Clemente Varela;<br />

2) nomear, de acordo com os cânones 483-485 e 1437 do Código<br />

de Direito Canónico, Notário do Tribunal Eclesiástico da <strong>Diocese</strong><br />

o Sr. Dr. Ilda Rocha da Silva, que substitui o Reverendo<br />

Cónego José de Oliveira Rosa, que durante muitos anos exerceu<br />

tais funções e que, por razões de idade e de saúde, p<strong>ed</strong>iu para ser<br />

dispensado.<br />

Muito agradecemos a quantos trabalharam e trabalham nesta<br />

Missâo, fazendo votos para que o Tribunal Eclesiástico da <strong>Diocese</strong><br />

de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> seja um bom Serviço de Justiça e Harmonia<br />

na Igreja.<br />

<strong>Leiria</strong>, 21 de Abril de 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

N. R. - O Tribunal Eclesiástico da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

é constituído por dezoito membros, que exercem funções distintas,<br />

especialmente nos processos matrimoniais, que nesta data são 17<br />

"em curso" e 7 em "lista de espera". Funciona no Seminário Diocesano<br />

de <strong>Leiria</strong>, e está aberto ao público, para atendimento geral,<br />

todas as quartas-feiras, das 14.30 às 17 horas.<br />

17


NOTÍCIAS BREVES<br />

• No dia 15 de Março de 2003, após a celebração da Padroeira<br />

da Cidade de <strong>Leiria</strong>, no seu Santuário, foram tornados<br />

públicos os novos Estatutos da Confraria de Nossa Senhora da<br />

Encarnaçãó, de <strong>Leiria</strong>, que foi "erecta nos primórdios da fundação<br />

do Santuário, 1588", A novidade maior é que "nela se podem<br />

inscrever clérigos, leigos e religiosos" (art. 4).<br />

O texto integral dos Estatutos vem neste número do "Órgão<br />

Oficial da <strong>Diocese</strong>", pp. 39-53.<br />

• O Secretariado Permanente do Conselho Presbiteral, na<br />

perspectiva da reunião do Conselho Presbiteral de 16 de Junho<br />

de 2003, enviou a todos os Sacerdotes diocesanos uma "ordem<br />

de trabalho" para reflexão sobre "revigorar a Esperança", que<br />

se situa entre as coordenadas de "Exorto-te a que reacendas o<br />

carisma de Deus que está em ti" (2 Tim. 1, 6) e outra exortação<br />

paulina que diz: "Não apagueis o Espírito, nem desprezeis as<br />

Profecias" (1 Tess. 5, 9).<br />

• O Conselho Pastoral reúne no dia 21 de Junho. A novidade<br />

é que será em <strong>Fátima</strong> e inclui o almoço.<br />

• No dia 26 de Maio será a reunião de Vigários, só de tarde<br />

(das 14.30 às 16.30 horas), pois que de manhã vai ser a assembleia<br />

da Fraternidade Sacerdotal.<br />

É de registar e louvar que a Fraternidade Sacerdotal organizou<br />

uma visita muito significativa à Cartuxa de Évora no<br />

dia 31 de Março.<br />

• No dia 18 de Maio é o encerramento da semana de oração<br />

pelas vocações e o dia é reservado para as Ordenações da<br />

<strong>Diocese</strong>. O Papa João Paulo II faz 83 anos. É também o início<br />

da Semana da Vida.<br />

• O dia 22 de Maio é o aniversário (458 anos) da fundação<br />

da <strong>Diocese</strong>.<br />

• No dia 26 de Julho haverá a ordenação, em <strong>Fátima</strong>, de<br />

três novos Padres Combonianos.<br />

18 __________<br />

______ ____ __________________ ____ ___


CENTENÁRIO<br />

DE D. JOÃO PEREIRA VENÂNCIO<br />

Tendo presente que ocorre no dia 8 de Fevereiro de 2004 o<br />

centenário do nascimento de D. João Pereira Venâncio, que foi Bispo<br />

desta <strong>Diocese</strong>, achamos por bem recordar a Pessoa e a sua obra<br />

pastoral na <strong>Diocese</strong>, nomeadamente nas vertentes da Formação<br />

Sacerdotal, da Educação e da Mensagem de <strong>Fátima</strong>, e para o efeito<br />

nomeamos a seguinte Comissão promotora, que oportunamente<br />

publicará os objectivos e o programa:<br />

Padre Doutor Augusto Ascenso Pascoal,<br />

Padre Dr. Joaquim Rodrigues Ventura,<br />

Padre Joaquim de Jesus João,<br />

Cónego Dr. Luciano Coelho Cristino,<br />

Padre Luís Kondor,<br />

Padre Dr. Manuel Armindo Pereira Janeiro,<br />

Dr. Tomás Oliveira Dias.<br />

Que as Comemorações sejam providencial ocasião de recordar<br />

e reforçar a caminhada cultural da Igreja e da Soci<strong>ed</strong>ade.<br />

<strong>Leiria</strong>, 21 de Abril de 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

N. R. - D. João Pereira Venâncio nasceu no dia 8 de Fevereiro<br />

de 1904. Foi ordenado sacerdote em Roma, no dia 21 de Dezembro<br />

de 1929.<br />

Bispo auxiliar de D. José Alves Correia da Silva, desde 1954,<br />

a quem suc<strong>ed</strong>eu em 1958. Faleceu no dia 2 de Agosto de 1985.<br />

19


NOTÍCIAS BREVES<br />

• o animador diocesano da pastoral missionária reuniu<br />

com o Colégio de Consultores e falou da hipótese de geminação<br />

(ou protocolo de cooperação) entre a nossa <strong>Diocese</strong><br />

e a <strong>Diocese</strong> de Novo R<strong>ed</strong>ondo ou Sumbe, Angola.<br />

O Colégio de Consultores voltará a reunir no dia 17 de<br />

Outubro.<br />

• O Vigário Episcopal para os Religiosos, Pe. Joaquim<br />

Duarte P<strong>ed</strong>rosa, retomou as suas funções, iniciando a visita<br />

canónica às comunidades religiosas de <strong>Fátima</strong>.<br />

• O tema/projecto do Diaconado Permanente vai ser<br />

reactivado.<br />

• Reuniu o Conselho de R<strong>ed</strong>acção do " Ó rgão Oficial" da<br />

<strong>Diocese</strong>s, que está a ser revisto.<br />

• Está em preparação o arquivo diocesano; o inventário<br />

arquivístico em curso encontra-se em bom andamento.<br />

O plano de obras no seminário, para s<strong>ed</strong>e de centro diocesano<br />

pastoral prevê novas instalações.<br />

• A casa episcopal sofreu obras de consolidação e reparação<br />

que custaram cerca de 50 mil euros; os espaços do imóvel<br />

do paço antigo já estão à venda e em parte em uso.<br />

• A casa do Terreiro foi destinada para a pastoral da cidade;<br />

existe um projecto e espera-se que quanto antes entre<br />

em execução; será um pólo forte para a pastoral escolar<br />

e juvenil.<br />

20 ____________<br />

____ ______________ __ ____ ____ __


COMUNICADO<br />

DO CONSELHO PRESBITERAL<br />

o Conselho Presbiteral da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> reuniu­<br />

-se em sessão ordinária, em 10 de Fevereiro, com o objectivo primeiro<br />

de reflectir sobre a vida dos padres da diocese.<br />

Na introdução aos trabalhos, o nosso bispo, D. Serafim, leu alguns<br />

extractos dos documentos da Igreja "O Presbítero, pastor e<br />

guia da comunidade local" (instrução da Congregação para o Clero)<br />

e "Eucaristia - Luz e Vida do novo milénio" (preparatório do<br />

Congresso Eucarístico de 2004, Gualajara, México), salientando,<br />

por um lado, a consciência do padre na sua pertença e missão na<br />

Igreja particular ou local (diocese, paróquia) e, por outro, a centralidade<br />

da Eucaristia na sua vida pessoal como fonte de caridade<br />

fraterna.<br />

Com base num documento interno deste Conselho, foi feita<br />

um primeira debate livre, ao qual se seguiu o diálogo e trabalho<br />

por grupos, sobre a realidade pessoal dos padres diocesanos, sua<br />

espiritualidade e vida comunitária, missão e acção pastoral, relação<br />

com o presbitério e com os leigos, interacção com os homens do<br />

nosso tempo e com os acontecimentos do mundo.<br />

Será enviada aos círculos vicariais uma síntese deste debate<br />

que, após análise e reflexão, farão chegar ao Conselho Presbiteral<br />

os seus relatórios através dos respectivos representantes, que os<br />

apresentarão na reunião do próximo 16 de Junho, para estudo e encaminhamento<br />

para a pastoral diocesana.<br />

Desta sessão ressalta a interpelação ao presbitério e a todos<br />

os leigos da diocese, particularmente os já corresponsabilizados na<br />

pastoral, a descobrir e valorizar o ver.adeiro lugar do padre como<br />

testemunha, pastor e irmão entre irmãos, ultrapassando a inadequada<br />

imagem do funcionário e executor de actos religiosos.<br />

o Secretariado Permanente<br />

21


NOTÍCIAS BREVES<br />

• Continua aberta ao público a exposição "Martírios<br />

dos Santos", na igreja de S. P<strong>ed</strong>ro, <strong>Leiria</strong>. Tem o patrocínio<br />

da Comissão Diocesana Justiça e Paz.<br />

• Foi inaugurado em Abril o Centro Local de Apoio ao<br />

Imigrante (CLA!), resultante de um protocolo entre a Associação<br />

de Apoio ao Cidadão Imigrante (AMIGRANTE) e o<br />

Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas<br />

(ACIME). Funciona no Centro Associativo Municipal, de<br />

<strong>Leiria</strong>.<br />

• A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de <strong>Leiria</strong><br />

tem um amplo projecto para o velho hospital D. Manuel<br />

de Aguiar. Uma licenciada em história está a preparar a tese<br />

de doutoramento sobre "<strong>Leiria</strong> e a sua Misericórdia na<br />

Época Moderna (séc. XVI-XVIII)".<br />

• O Centro de Formação e Cultura prepara para 20<br />

de Junho uma grande jornada sobre Tomás More e a vida<br />

política, com a participação do Dr. Marcelo Rebelo de<br />

Sousa.<br />

Recomenda-se a leitura da Nota Doutrinal da Congregação<br />

para a Doutrina da Fé sobre algumas questões relativas<br />

ao empenhamento e ao comportamento dos católicos<br />

na Vida Política.<br />

• Em Abril a Associação Académica da Universidade<br />

Católica, em <strong>Leiria</strong>, realizou no IPJ uma jornada sobre "O<br />

Fundamentalismo Religioso na Era da Globalização".<br />

Participaram os Drs.: Gil Pereira, João Lázaro, Sérgio<br />

Ribeiro, Jorge Costa, Abílio Lisboa, Jorge Guarda, Sheik<br />

Munir e Esther Mucznik.<br />

22


CRISMAS NA DIOCESE<br />

DE LEIRIA-FÁTIMA<br />

DE MAIO A AGOSTO DE 2003<br />

Maio<br />

17 de Maio<br />

18 de Maio<br />

24 de Maio<br />

25 de Maio<br />

31 de Maio<br />

15.00 h - Alqueidão da Serra<br />

15.00 h - Pataias<br />

17.00 h - Alp<strong>ed</strong>riz<br />

15.00 h - Barosa<br />

17.00 h - Batalha<br />

18.00 h - Minde<br />

Junho<br />

1 de Junho<br />

7 de Junho<br />

8 de Junho<br />

14 de Junho<br />

15 de Junho<br />

15.00 h - Amor<br />

17.00 h - Caranguejeira<br />

18.00 h - Marrazes<br />

10.00 h - Sé<br />

16.00 h - Mira de Aire<br />

15.00 h - Parceiros<br />

17.00 h - <strong>Fátima</strong><br />

11.30 h - Atouguia<br />

15.30 h - A,oia<br />

17.30 h - Boavista<br />

21 de Junho 15.30 h - Ourém (N. " Sr. " da Pi<strong>ed</strong>ade)<br />

18.00 h - Arrabal<br />

23


CRISMAS NA DIOCESE DE LEIRIA·FÁTIMA<br />

22 de Junho<br />

28 de Junho<br />

29 de Junho<br />

15.00 h - Coimbrão<br />

17.00 h - Monte R<strong>ed</strong>ondo<br />

15.00 h - Maceira<br />

18.00 h - Barreira<br />

16.00 h - Pousos<br />

18.00 h - Bidoeira<br />

Julho<br />

5 de Julho<br />

6 de Julho<br />

13 de Julho<br />

20 de Julho<br />

27 de Julho<br />

15.00 h - Porto de Mós<br />

19.00 h - Vieira de <strong>Leiria</strong><br />

11.00 h - Milagres<br />

15.00 h - Cortes<br />

17.00 h - Reguengo do Fetal<br />

15.00 h - Ortigosa<br />

17.00 h - Souto da Carpalhosa<br />

08.30 h - Santa Eufémia<br />

15.00 h-S. Simão de Litém<br />

17.00 h - Olival<br />

15.00 h - Carnide<br />

Agosto<br />

2 de Agosto<br />

18.30 h - St. " Catarina da Serra<br />

<strong>Leiria</strong>, 15 de Abril de 2003.<br />

N. R. - Muito se recomenda a leitura e o seguimento de "O<br />

Sacramento da Confirmação - Orientações Pastorais", opúsculo de<br />

24 páginas, com data de 17 de Janeiro de 2002; muito útil também<br />

para catequistas, padrinhos e <strong>ed</strong>ucadores.<br />

24 __________________________________________ ___


MENSAGEM EPISCOPAL<br />

PARA A QUARESMA 2003<br />

"AJUDAR AS FAMÍLIAS<br />

COM PESSOAS DEFICIENTES"<br />

L A religiosidade humana não é cegueira nem ópio, mas luz<br />

e bálsamo para dar razões à vida. Por sua vez, a fé cristã é algo<br />

mais, pois revela e garante o Transcendente.<br />

A Igreja, que tem por missão una a salvação do ser humano,<br />

contribui para tornar mais humana a vida de todos os homens e<br />

mulheres, "difundindo luz e dando mais sentido à vida" (GS,40).<br />

Nos tempos que vivemos, de muitas tensões e algumas agressões,<br />

é urgente fazer uma pausa de reflexão, de reconciliação e de<br />

cura, a fim de encontrarmos a paz de consciência e a harmonia entre<br />

os povos.<br />

A Quaresma 2003 será tempo providencial de revisão de vida,<br />

sempre na perspectiva da Páscoa da Ressurreição!<br />

A celebração pascal percorre um itinerário de 40 dias de preparação<br />

(Quaresma) e 50 dias de festa até ao Pentecostes. O tríduo da<br />

Paixão, Morte e Ressurreição, apesar dos ventos laicizantes que o<br />

transforma em período de férias, é o Centro da Liturgia e da Vida.<br />

2. Para a Quaresma deste ano, o Papa escreveu uma Mensagem,<br />

que desenvolve este tema: "A Felicidade está mais em dar do<br />

que em receber" (Actos, 20, 35). Ao arrepio das tendências e práticas<br />

de uma "cultura do efémero e do h<strong>ed</strong>onismo", João Paulo II<br />

apela à solidari<strong>ed</strong>ade, ao mesmo tempo que elogia a acção generosa<br />

de missionários e voluntários; o egocentrismo é um vírus que esvazia,<br />

atrofia e mata. Quem se abre aos outros em amor fraterno,<br />

encontra Deus. Por isso acrescenta o Papa: "Quem assiste o necessitado<br />

goza sempre da benevolência divina; a Tabita foi salva, e o<br />

Centurião obteve a vida eterna",<br />

3. Durante a Quaresma 2003, na nossa <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>­<br />

-<strong>Fátima</strong>, para além das acções/devoções individuais e das cele-<br />

25


MENSAGEM EPISCOPAL PARA A QUARESMA 2003<br />

brações penitenciais colectivas, teremos, pela 72.a vez, a Peregrinação<br />

a <strong>Fátima</strong>, que será, como já é hábito, no 5." Domingo da<br />

Quaresma, 6 de Abril. O tema principal vai ser: "celebrar as maravilhas<br />

de Deus", com o intuito de erguer bem alto o estandarte<br />

da Esperança, apontando para dois sinais ou princípios, da Beleza<br />

e da Bondade!<br />

Durante toda a Quaresma e no gesto de peregrinar, queremos<br />

fazer uma Caminhada de revisão e de renovação, em espírito sinodal,<br />

assumindo conscientemente os compromissos e os valores. Em<br />

consonância, apelarnos ao aperfeiçoamento ou ascese, e à partilha<br />

ou comunhão. No ser e no ter. No dar e receber.<br />

Mais concretamente propomos uma alimentação mais simples,<br />

e a eventual renúncia a coisas supérfluas, a começar pelas<br />

que podem ser nocivas, como a droga, o tabaco, o álcool, etc .. O<br />

que não se gastar nestas "coisas" é lucro a dobrar. A renúncia pode<br />

melhorar a saúde, e a partilha pode gerar fraternidade e alegria<br />

recíproca.<br />

É muitas vezes em pequenos gestos de solidari<strong>ed</strong>ade que podemos<br />

saborear e testemunhar que "a felicidade está mais em dar<br />

do que em receber".<br />

4. No ano transacto o apuramento final do contributo penitencial<br />

e da renúncia quaresmal foi de 59.580 euros, dos quais 50%<br />

foram para aj udar a construir em Timor Leste uma maternidade/escola.<br />

No presente 2003, ano europeu das pessoas com deficiências,<br />

a mesma percentagem será entregue à Caritas diocesana, a fim de<br />

apoiar acções a favor de famílias com pessoas nessa condição de<br />

deficiência. Recomendamos aos Sacerdotes que exponham e expliquem<br />

o sentido penitencial da Quaresma.<br />

Fazemos votos, desde já, de santa Páscoa.<br />

<strong>Leiria</strong>, 24 de Fevereiro 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

26


OFERTÓRIOS EFECTUADOS<br />

NO SANTUÁRIO DE FÁTIMA<br />

o Serviço de Administração do Santuário de <strong>Fátima</strong> divulgou<br />

os totais dos ofertórios efectuados no Santuário de <strong>Fátima</strong>, durante<br />

o ano de 2002.<br />

Alguns destes ofertórios foram destinados a obras de solidari<strong>ed</strong>ade<br />

e a causas humanitárias, como já demos notícia, na <strong>ed</strong>ição<br />

de Dezembro de 2002 da "VOZ da <strong>Fátima</strong>». Agora, a esses montantes<br />

juntam-se os que são destinados a obras da Conferência Episcopal<br />

Portuguesa, da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> e os totais das<br />

caixas de ofertas existentes na Basílica do Rosário.<br />

Assim no ano transacto, foi ofertada no Santuário, conforme<br />

quadro anexo, a soma de 333.277,95 .<br />

DESCRIÇÃO<br />

Dia dos Seminários ................... .<br />

Caixa de ofertas para o Seminário . ...... .<br />

Universidade Católica . ................ .<br />

Comunicações Sociais da Igreja ......... .<br />

Cáritas . ............................ .<br />

Crianças do Meganistão . .............. .<br />

Contributo Penitencial ................ .<br />

Lugares Santos ...................... .<br />

Crianças da Guiné . ................... .<br />

Missões . ............................ .<br />

Timor .............................. .<br />

Caixa para as crianças de Moçambique . .. .<br />

Campanha "Fome em Angola" .......... .<br />

Dia da <strong>Diocese</strong> . ...................... .<br />

Migrações . .......................... .<br />

Cadeira de S. P<strong>ed</strong>ro . .................. .<br />

VALOR<br />

7.104,79 €<br />

13.868,49 €<br />

5.517,81 €<br />

19.032,30 €<br />

6.682,37 €<br />

4.691,92 €<br />

14.789,96 €<br />

1.305,52 €<br />

4.916,82 €<br />

30.680,92 €<br />

1.709,61 €<br />

70.922,56 €<br />

99.251,51 €<br />

21.104,96 €<br />

18.722,34 €<br />

12.976,07 €<br />

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 333.277,95 €<br />

27


CENTENÁRIO DO<br />

NASCIMENTO DO CÓNEGO<br />

JOSÉ GALAMBA DE OLIVEIRA<br />

Decorre no ano corrente o centenário do nascimento do Cón.<br />

José Galamba de Oliveira. Por se tratar de um dos mais ilustres<br />

filhos da <strong>Diocese</strong>, restaurada em Janeiro de 1918, o Senhor Bispo,<br />

D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, achou por bem dar relevo especial<br />

a este evento nomeando uma Comissão Central para organizar<br />

as comemorações a efectuar. Essa Comissão foi constituída<br />

por personalidades de reconhecido mérito que o conheceram e com<br />

quem privaram nas diferentes actividades a que se d<strong>ed</strong>icou em vida,<br />

como Apóstolo, Educador e Escritor.<br />

Em reunião havida para o efeito foram agendados alguns actos<br />

comemorativos a efectuar durante o ano.<br />

Assim, no dia 8 de Fevereiro de 2003, às 16 horas, ficou marcada<br />

a abertura solene das comemorações na Sé de <strong>Leiria</strong> seguida<br />

de uma sessão comemorativa, na aula magna do Seminário Diocesano.<br />

No dia 16 de Fevereiro seguinte, data do seu Baptismo, na<br />

igreja paroquial do Olival, uma celebração litúrgica, com romagem<br />

ao cemitério.<br />

No dia 17 de Maio, na Escola de Formação Social Rural de<br />

<strong>Leiria</strong> (Quinta do Amparo, Marrazes), uma sessão solene, com a<br />

abertura duma exposição, que será repetida na <strong>Fátima</strong>, no mês de<br />

Setembro.<br />

As comemorações encerrar-se-ão com um Colóquio nos dias<br />

26 e 27 de Setembro de 2003, no Centro Pastoral de Paulo VI do<br />

Santuário da <strong>Fátima</strong>, subordinado ao tema "CÓNEGO JOSÉ GA­<br />

LAMBA DE OLIVEIRA (1903-1984) - UM HOMEM, UMA<br />

OBRA, UMA EPOCA", com programa a publicar oportunamente.<br />

Foi também decidido mandar cunhar urna m<strong>ed</strong>alha comemorativa<br />

e <strong>ed</strong>itar um desdobrável em que se publica uma biografia<br />

sumária do homenageado, o programa das comemorações, a<br />

constituição das Comissões de Honra e Central e excertos de escritos<br />

seus e sobre si.<br />

Nas linhas que se seguem traçamos, emjeito de memória, alguns<br />

dados biográficos do Cón. José Galamba de Oliveira.<br />

28


CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO CON. JOSÉ GALAMBA<br />

Nasceu no dia 4 de Fevereiro de 1903, no lugar de Aldeia Nova,<br />

freguesia do Olival, concelho de Ourém. Feita a instrução primária<br />

no Olival, entrou no Seminário Patriarcal de Santarém em<br />

1914. Em 1919, após o curso de preparatórios, ingressou na Pontifícia<br />

Universidade Gregoriana de Roma, concluindo o doutoramento<br />

em Filosofia em 1922. Obtendo o bacharelato em Teologia<br />

e Direito Canónico, interrompeu os estudos por motivos de saúde<br />

em 1924 e regressou a Portugal. Veio a concluir o curso teológico,<br />

já no Seminário de <strong>Leiria</strong>, em 1926.<br />

Foi ordenado presbítero na Sé de <strong>Leiria</strong> em 11 de Julho de<br />

1926 por D. José Alves Correia da Silva, celebrando a Missa nova<br />

na Cova da iria, no dia 13.<br />

A partir deste momento, foi a sua vida, durante mais de meio<br />

século, uma doação permanente ao serviço da <strong>Diocese</strong> e da Igreja.<br />

Antes de mais, como professor e prefeito no Seminário, alargando<br />

a sua docência a outras escolas de <strong>Leiria</strong>. Depois, como dinamizador<br />

da Acção Católica, Escutismo, Imprensa Regional. Fundador<br />

do semanário "A Voz do Domingo" em 19 de Março de 1933, foi nesta<br />

tribuna que a sua pena mais se fez notar em múltiplos escritos:<br />

missão da Igreja, funções a desempenhar pela Acção Católica, defesa<br />

dos valores e princípios cristãos que deveriam informar a soci<strong>ed</strong>ade<br />

do seu tempo, e outros temas.<br />

Em 1943 foi nomeado Cónego capitular da Sé de <strong>Leiria</strong>, e Monsenhor<br />

em 1983. Além disso, desde muito c<strong>ed</strong>o esteve atento aos<br />

acontecimentos da Cova da Iria. Assim, procurou estudá-los e divulgou<br />

a Mensagem da <strong>Fátima</strong> através de artigos, ensaios e obras (Fá ­<br />

tima à Prova, Jacinta, As Aparições da <strong>Fátima</strong>) ou através da<br />

organização de viagens com a imagem da Virgem Peregrina à América<br />

do Norte (1947-48), assumindo, ademais, à presidência nacional<br />

do Exército Azul.<br />

Fundou a Escola de Formação Social Rural em <strong>Leiria</strong>, em<br />

1956, tomando a sua direcção durante cerca de três décadas, contribuindo<br />

deste modo para a promoção e valorização das populações<br />

rurais. Uma das suas últimas grandes iniciativas viria a ser<br />

a organização e direcção da monumental Bíblia Ilustrada, em 7<br />

volumes (1957-1974).<br />

Faleceu em 25 de Setembro de 1984, deixando um exemplo<br />

invulgar de acção e apostolado, que perdurará no tempo.<br />

29


PARA A HISTÓRIA<br />

DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA<br />

No dia 25 de Janeiro, foi apresentado em conferência de imprensa,<br />

no Santuário de Fá tima, o L' tomo do III volume da de <strong>Fátima</strong>,<br />

com o subtítulo Das Aparições ao Processo Canónico (1917-1918).<br />

Estiveram presentes D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo<br />

de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, o reitor do Santuário, Mons. Luciano Guerra, e a Comissão<br />

Científica responsável pela <strong>ed</strong>ição desta obra, presidida pelo vice-reitor<br />

da Universidade Católica Portuguesa, Doutor Carlos Azev<strong>ed</strong>o.<br />

Coube ao director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário, cónego<br />

Luciano Cristina, abrir a conferência e falar dos objectivos e rigor<br />

com que aquela obra foi concebida. O cónego Cristina foi mesmo peremptório<br />

ao afirmar que "não estamos a ocultar nada, nem nenhum documento".<br />

Esta obra contém, para além de inúmeros artigos da imprensa da<br />

época (1917/1918) que constituem o grosso da publicação, fotografias (algumas<br />

das quais inéditas) e estampas e pagelas da época das aparições,<br />

num total de 376 documentos. Anunciou também que a obra estará à venda<br />

ao público, na livraria do Santuário da <strong>Fátima</strong>, ao preço de 23 €.<br />

Para o Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, esta é uma prova da "seri<strong>ed</strong>ade<br />

documental e rigor ético das pessoas que trabalharam neste projecto".<br />

O Doutor Carlos Azev<strong>ed</strong>o, da UCP, nas palavras que dirigiu, deu<br />

a conhecer os novos projectos da Comissão Científica à qual preside.<br />

Assim, são esperados mais dois volumes desta colecção, que compilarão<br />

toda a documentação sobre a <strong>Fátima</strong>, publicada até 1930 (data<br />

do reconhecimento da autenticidade das aparições pelo Bispo de<br />

<strong>Leiria</strong>). Segundo o vice-reitor da UCP, "a verdade histórica de <strong>Fátima</strong><br />

é a grande razão da existência desta obra".<br />

Espera-se ainda a publicação duma obra a que se dará o título<br />

de l'<strong>Fatima</strong>e Monumenta Historica".<br />

O Dr. Jacinto Farias, sacerdote e docente na UCP, membro da<br />

Comissão do Congresso da <strong>Fátima</strong> sobre o Sacrificio, em 2001, anunciou<br />

que as actas desse congresso (um volume de 700 páginas) serão<br />

publicadas em breve, pois a sua impressão já está a decorrer. Anunciou,<br />

também, a realização dum novo congresso, em Outubro deste<br />

ano, que será subordinado ao tema "Santuários - Lugares de experiências<br />

do sagrado". Abriu a hipótese de este assunto ser tratado a<br />

nível inter-religioso, com a presença doutras religiões.<br />

Sérgio Carvalho in "A Voz do Domingo"<br />

30


EQUIPAS DE NOSSA SENHORA<br />

Entre os movimentos existentes actualmente na Igreja está<br />

o das Equipas de Nossa Senhora. Na diocese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> conta<br />

com 27 equipas, cada uma delas agregando 5 a 7 casais. Fundado<br />

em 1939, em França, pelo padre Henri Caffarel e quatro<br />

jovens casais, visa o desenvolvimento da espiritualidade conjugal<br />

e familiar sobre a base do sacramento do matrimónio. Está hoje difundido<br />

em mais de quarenta países, envolvendo muitos milhares<br />

de casais. Há poucos anos, jovens filhos dos casais do Movimento<br />

deram origem às Equipas Jovens de Nossa Senhora.<br />

Mais do que cultivar uma espiritualidade da pessoa individual,<br />

as Equipas privilegiam a união conjugal do homem e da mulher,<br />

que celebraram e vivem quotidianamente o sacramento do<br />

matrimónio e o amor que m<strong>ed</strong>iante ele foi abençoado e consagrado<br />

por Deus. O casal não permanece fechado sobre si mesmo nem<br />

sequer no âmbito da família a que deu origem. Juntando-se a outros,<br />

formam com eles uma comunidade cristã de casais, que se<br />

reúne mensalmente, para, juntos, escutarem, m<strong>ed</strong>itarem, partilharem<br />

e rezarem. Esta reunião procuram fazê-la em nome e no<br />

amor de Cristo, pelo que se empenham em criar as condições para<br />

que se realize a promessa da Sua presença, vivo onde dois ou<br />

três estão unidos em Seu nome.<br />

O movimento propõe uma espiritualidade conjugal dinâmica<br />

que leve o casal a viver sempre mais profundamente a unidade no<br />

amor em que foram constituídos no matrimónio. Para isso, além da<br />

reunião mensal em equipa e da participação na vida eclesial, incentiva<br />

a oração pessoal, conjugal e familiar, o encontro periódico<br />

dos esposos para a revisão da vida conjugal e familiar, o retiro<br />

anual, para aprofundarem a relação com Deus e outras acções. O<br />

objectivo último a atingir é o mesmo de toda a vocação cristã: a santidade,<br />

aqui a santidade de ambos os cônjuges na sua unidade pelo<br />

matrimónio. O casal empenha-se quotidianamente em procurar<br />

a verdade, a vontade de Deus e o encontro e comunhão. Maria é o<br />

modelo da atitude de acolhimento de Deus na própria vida e de adesão<br />

à vontade divina. Não admira, por isso, que as equipas a tenham<br />

por modelo e façam do seu cântico "o magnificat" a sua oração<br />

pr<strong>ed</strong>ilecta.<br />

___ 31


EQUIPAS DE NOSSA SENHORA<br />

Fazendo caminho juntos, as Equipas não se fecham em si mesmas.<br />

Vivendo de um carisma do Espírito conc<strong>ed</strong>ido para a Igreja,<br />

assumem nesta e no mundo uma missão específica: testemunhar<br />

o amor divino e a santidade na vida matrimonial e familiar. Na<br />

verdade, os casais do movimento empenham-se em difundir junto<br />

de outros casais a espiritualidade conjugal para que eles também<br />

a vivam, ainda que sem aderir às Equipas. Assim dão um<br />

contributo para enriquecer a Igreja, pondo ao serviço desta e do<br />

mundo o dom divino que receberam e do qual vivem. Por isso, colaboram<br />

na constituição de novas Equipas.<br />

A formação de uma nova Equipa passa por um caminho de<br />

descoberta da espiritualidade proposta pelo Movimento e pelo conhecimento<br />

do método que lhes é próprio. Para isso, os casais interessados,<br />

normalmente de comunidades ou paróquias diversas,<br />

são acompanhados por casal piloto ao longo de dez reuniões, onde<br />

vão reflectindo dez temas, partilham a própria vida, conhecem-se<br />

entre si e rezam juntos. A refeição ou outros momentos de convívio<br />

são parte integrante da dinãmica das Equipas. Cada uma destas<br />

é acompanhada normalmente por um sacerdote com a missão<br />

de conselheiro espiritual.<br />

Podem integrar-se no Movimento os casais cristãos que desejem<br />

aprofundar a sua vida espiritual conjugal. Encontram nele<br />

uma ajuda muito preciosa, não apenas espiritual mas também humana,<br />

para si mesmos e para a sua família.<br />

P. Jorge Manuel Faria Guarda<br />

N. R. - O Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar funciona<br />

no Seminário de <strong>Leiria</strong> (telef. 244832760) e tem como<br />

Casal Responsável o Eng.· David José da Silva e D. Lucília<br />

Maria Martins Bernardino, assistido pelo Reverendo Dr. Luís<br />

Inácio João.<br />

32 __________________________________________ ___


72. a PEREGRINAÇÃO<br />

DIOCESANA A FÁTIMA<br />

No passado dia 6 de Abril, vários milhares de cristãos de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>,<br />

acompanhados pelos padres e pelo Bispo Diocesano<br />

D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, participaram na 72." Peregrinação<br />

Diocesana ao Santuário da Cova da Iria.<br />

A peregrinação anual é, segundo o Vigário-Geral da <strong>Diocese</strong><br />

"uma das expressões mais significativas da Igreja Diocesana. Ela<br />

marca a caminhada quaresmal dos fiéis permite-lhes a experiência<br />

da comunhão em Igreja, participando juntos nas mesmas manifestações<br />

de fé, unidos no amor de Cristo e na devoção à Virgem<br />

Maria",<br />

Se em número esta foi uma das maiores peregrinações de<br />

sempre, pode-se dizer que nos objectivos que se pretendiam alcançar<br />

o êxito não foi menor. Os cristãos acolheram o convite para celebrarem<br />

as "maravilhas de Deus",<br />

Pretendeu-se destacar o Ano do Rosário. Foi o primeiro acto<br />

comunitário na manhã do domingo, tendo as vigararias caminhado<br />

para o Santuário enquanto m<strong>ed</strong>itavam os Mistérios Luminosos<br />

do Rosário.<br />

O grande destaque da peregrinação foi para os jovens, particularmente<br />

para os que foram crismados no último ano. Não<br />

só lhes foi dado um lugar de destaque no espaço da celebração<br />

mas também lhes foi p<strong>ed</strong>ida uma colaboração activa na liturgia.<br />

No final, foi entregue a cada um uma mensagem do Bispo D.<br />

Serafim.<br />

Na festa-mensagem, depois do almoço, fez-se a apresentação<br />

do programa do Ano Agostiniano, que vai pôr a <strong>Diocese</strong> de<br />

<strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> a celebrar os 1650 anos do nascimento do seu padroeiro.<br />

Também os jovens aí marcaram presença levando à vasta<br />

plateia as canções que se classificaram nos três primeiros lugares<br />

do Festival Diocesano da Canção Jovem realizado em Fevereiro,<br />

em <strong>Leiria</strong>.<br />

__ ______ __ -----------------------------------<br />

33


NOTÍCIAS BREVES<br />

• Desde a Quaresma até Outubro de 2003, ano do rosário,<br />

duas vezes por semana são Bispos que presidem à recitação<br />

do Terço ou Rosário na capelinha das aparições de<br />

<strong>Fátima</strong>, às 18.30 horas, transmitido pela Rádio Renascença.<br />

É uma iniciativa ou um gesto que tem merecido apreço<br />

e louvor.<br />

• O Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> foi à <strong>Diocese</strong> de La Laguna<br />

(Tenerife), a convite do Bispo local e do Apostolado Mundial<br />

de <strong>Fátima</strong>, no mês de Março, falar da Mensagem de<br />

<strong>Fátima</strong>. Foram três dias que movimentaram muitas pessoas<br />

com manifesto interesse.<br />

• As peregrinações de 12 e 13 a <strong>Fátima</strong> nos meses de<br />

Maio-Agosto de 2003 terão as seguintes presidências: Cardeal<br />

Saraiva Martins, D. Manuel Felício, Cardo Stafford e<br />

Bispo de Cretei!, respectivamente.<br />

Os temas situam-se no âmbito do 3.° mandamento da<br />

lei de Deus.<br />

• O Santuário de <strong>Fátima</strong> <strong>ed</strong>itou o l.0 tomo do 3.° volume<br />

de Documentaçâo Crítica de <strong>Fátima</strong> (1917-1918). Por sua<br />

vez o Centro de Formação e Cultura publicou as actas das<br />

Jornadas da Escola de Formação Teológica de Leigos sobre<br />

"Segr<strong>ed</strong>o de <strong>Fátima</strong>, contornos maternos de uma p<strong>ed</strong>agogia<br />

misericordiosa de Deus Pai", Dois livros recomendados, não<br />

só para arquivo.<br />

• No dia 15 de Abril de 2003 foi o 2: encontro das Igrejas<br />

Cristãs de <strong>Leiria</strong> pela Paz. No Colégio da Cruz da Areia<br />

estiveram cristãos das igrejas Católica, Adventista, Baptista<br />

e da Assembleia de Deus.<br />

O tema baseou-se no Salmo 46, 10, que diz: "Deus acaba<br />

com as guerras até ao extremo da terra". Participou o Orfeão<br />

de <strong>Leiria</strong>.<br />

34 _____________________________________________


MENSAGEM<br />

DO BISPO DIOCESANO<br />

AOS CRISMADOS<br />

JOVEM:<br />

Tens a vida nas mãos, cheia de potencialidades.<br />

Sei que fazes projectos. É bom.<br />

Dispões de tempo. Não o desperdices.<br />

Vives em família e com muitos outros. Nunca estás só.<br />

Podes dar e podes receber. Saber dar faz bem.<br />

Os teus companheiros precisam de ti. Também os mais novos e<br />

mais velhos.<br />

O isolamento exagerado é perigoso.<br />

O activismo excessivo tem graves riscos.<br />

A harmonia é a paz.<br />

És livre. És responsável. A liberdade é direito/dever.<br />

Estás sujeito a tentações. Pensa bem antes de decidires.<br />

Não te precipites.<br />

Nunca te deixes corromper. Ama a verdade.<br />

Respeita a tua dignidade. E dos outros.<br />

O pluralismo do pensamento e da opção é uma riqueza.<br />

A fé religiosa é vital e vivencial.<br />

A oração aj uda. Em particular, e em grupo.<br />

Quando tiveres problemas, reza mais, e consulta.<br />

Com Esperança.<br />

A tua vida e o teu mundo são complexos. Formam um todo.<br />

Hoje tens mais fácil acesso aos conhecimentos.<br />

És uma pessoa autónoma, mas não independente.<br />

A solidari<strong>ed</strong>ade é um poema bonito que vais escrever.<br />

Não queiras viver solitário, mas ser sempre solidário. No bem.<br />

Aprecia e controla as emoções. Com bom senso.<br />

A vida em comum precisa de ética e de estética.<br />

, Na soci<strong>ed</strong>ade há princípios e regras. De contrário seria anarquia<br />

e caos.<br />

___ 35


MENSAGEM DO BISPO DIOCESANO AOS CRISMADOS<br />

Temos necessidade da família. É um valor.<br />

Deve ser um santuário.<br />

Procura não viveres em constante tensão.<br />

Pratica a reconciliação. Dentro de ti e com os restantes.<br />

Saber perdoar e p<strong>ed</strong>ir perdão é acto de inteligência.<br />

A vida cristã é exigente. Não facilites, nem te desculpes<br />

sem teres examinado a consciência com sinceridade.<br />

Somos iguais e somos diferentes. Ninguém está a mais.<br />

Deves colaborar na escola e no trabalho, para que haja<br />

bom ambiente. Depende de todos. É bom para todos.<br />

Podes e deves ser feliz. E ajudar os outros.<br />

O egoísmo não dá felicidade. Nem segurança.<br />

A retaliação é quase irracional.<br />

Ama a verdade e combate a mentira.<br />

Cultiva a serenidade e a seri<strong>ed</strong>ade. É dom de sab<strong>ed</strong>oria.<br />

Perder a cabeça, é perder o juízo. Não percas.<br />

Lembra-te que o ódio é veneno que intoxica.<br />

O amor sincero é óleo que lubrifica.<br />

Não és uma máquina, mas uma pessoa, que sente e sofre.<br />

Faz bem saber estimar e contemplar a natureza. Há movimentos<br />

juvenis com sensibilidade ecológica.<br />

Exerce bem o direito/dever da cidadania. Tanto a fazer!<br />

Dentro de uma equipa podes ser um elo forte. Se no teu grupo hou·<br />

ver um elo fraco, não lhe digas adeus.<br />

Os talentos e os feitios desiguais podem ser sinfonia.<br />

O diálogo das gerações é meio caminho andado.<br />

A <strong>Diocese</strong> precisa de ti.<br />

Nunca te arrependerás de ser sincero e generoso.<br />

Também saber calar é sab<strong>ed</strong>oria.<br />

Podes e deves ser feliz. E santo.<br />

Rezo por ti. Que Nossa Senhora te proteja!<br />

Teu irmão e pai em Jesus Cristo.<br />

<strong>Fátima</strong>, 6 de Abril de 2003.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILv<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-Fátim,<br />

36 ____________________________________________


ANO AGOSTINIANO<br />

Por iniciativa da Escola de Formação Teológica de Leigos, a<br />

<strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, segundo o seu Director, Pe. Manuel<br />

Armindo Pereira Janeiro, vai "celebrar Agostinho, padroeiro da<br />

<strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>" e "dar a conhecer a riqueza do pensamento<br />

agostiniano", dois dos objectivos do Ano Agostiniano, a decorrer<br />

na diocese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, de Fevereiro de 2003 a<br />

Novembro de 2004.<br />

Desta iniciativa, que pretende celebrar os 1650 anos do nascimento<br />

de Santo Agostinho e de cujo programa farão parte diversas<br />

actividades, destacam-se as "Jornadas sobre as<br />

Confissões-Itinerário de Agostinho"; "Jornadas sobre património<br />

cultural e raízes espirituais da região" e um "Congresso sobre Santo<br />

Agostinho: o Homem, Deus e a Cidade", de II a 13 de Novembro<br />

de 2004, conforme disse o Pe. Manuel Armindo Pereira Janeiro. E<br />

sublinha: "Sem Santo Agostinho o pensamento cristão e o pensamento<br />

ocidental seriam diferentes",<br />

Para além destas actividades, foram apresentadas em conferência<br />

de imprensa, no dia 4 de Abril, diversas manifestações<br />

artísticas a realizar ao longo do ano, onde se destaca um concurso<br />

de pintura, escultura, poesia, prosa e fotografia, que terá como<br />

tema "Buscar-Te", e "concertos de coros, de órgão, orquestras<br />

e cantata"; "ciclo de teatro sobre o itinerário espiritual"; "exposição<br />

de pintura sobre as Confissões" e "exposição sobre a iconografia<br />

trinitária".<br />

Para que tal seja concretizado, o Pe. Armindo Janeiro salientou<br />

que "j á distribuiu a vários grupos culturais o livro Confissões<br />

de Santo Agostinho". Uma mobilização da Igreja<br />

diocesana e também da soci<strong>ed</strong>ade civil que, segundo o director<br />

do Centro de Formação e Cultura da diocese, "é uma oportunidade<br />

da Igreja dialogar com as pessoas da região e também de<br />

âmbito nacional".<br />

Para além das actividades mais lúdicas, haverá ainda uma<br />

peregrinação sobre os passos de Santo Agostinho na África -Tunísia<br />

e Argélia e a peregrinação à <strong>Fátima</strong>, em 2004, sobre a "Evocação<br />

de Santo Agostinho".<br />

37


NOTÍCIAS BREVES<br />

• Uma emissão especial de oito mo<strong>ed</strong>as de euro foi apresentada<br />

em 10 de Abril no Vaticano. A emissão comemora os 25 anos<br />

de pontificado de João Paulo II e tem como legenda "25 anos de<br />

pontificado de Sua Santidade João Paulo II". As mo<strong>ed</strong>as vaticanas<br />

terão o perfil de João Paulo II com as palavras "Cittá dei Vaticano"<br />

e 12 estrelas. Actualmente já se cunharam 65.000 séries das<br />

mo<strong>ed</strong>as comemorativas, que se venderão a 15 euros cada. Dum lado<br />

da m<strong>ed</strong>alha, de ouro, a efígie do Papa, de mãos postas em atitude<br />

de oração; do outro lado, a imagem de Nossa Senhora de<br />

<strong>Fátima</strong>, sobre a azinheira da Cova da Iria, com a saudação do Anjo<br />

Ave, Maria, gratia plena, Dominus tecUID.<br />

• O Vaticano confirmou no passado dia 11 que João Paulo II<br />

visitará a Croácia, pela terceira vez, de 5 a 9 de Junho de 2003.<br />

Em 25 anos de Pontificado o Papajá cumpriu 98 viagens apostólicas,<br />

sendo que a última ocorreu em Agosto de 2002, na Polónia.<br />

Antes de visitar a Croácia, João Paulo II visitará a Espanha de 3<br />

a 4 de Maio, pelo que em Junho se completarão as 100 viagens<br />

apostólicas. A visita começará na cidade de Rijeka, no Adriático<br />

Norte, e incluirá deslocações às cidades costeiras de Zadar e Dubrov,nik,<br />

bem como a Osijek e Djakovo, no Leste da Croácia.<br />

• O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil da <strong>Diocese</strong><br />

de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> e a XIS - Associação de Jovens da <strong>Diocese</strong> de<br />

<strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, em colaboração com outros serviços e movimentos<br />

juvenis da <strong>Diocese</strong> organiza um "Concurso de talentos", em que podem<br />

participar os jovens da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> (15 a 30<br />

anos), nas categorias de Literatura (prosa e poesia) e Artes Plásticas<br />

(pintura, desenho, escultura ou fotografia). Os trabalhos devem<br />

ob<strong>ed</strong>ecer ao tema do concurso, a saber: l'Buscar-Te": A busca<br />

de Deus em Santo Agostinho. Os trabalhos concorrentes devem ser<br />

enviados para o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, Seminário<br />

de <strong>Leiria</strong>, 2414-011 LEIRIA.<br />

• O Secretariado Nacional de Dinamização Bíblica promove<br />

um retiro sobre o tema: «Da Bíblia à Vida". Será de 27 de Julho a<br />

1 de Agosto na Casa dos Padres Capuchinhos, em <strong>Fátima</strong>. No Centro<br />

Paulo VI, em <strong>Fátima</strong>, será o Encontro Nacional de Grupos Bíblicos,<br />

nos dias 28 e 29 de Junho, sobre «A Bíblia e a Vida, ontem<br />

e hoje".<br />

38 __________________________<br />

____________ __


ESTATUTOS<br />

DA CONFRARIA<br />

DE NOSSA SENHORA<br />

DA ENCARNAÇÃO<br />

CAPÍTULO I<br />

Instituição e fins da Confraria<br />

Artigo n.o 1<br />

A Confraria de Nossa Senhora da Encarnação, adiante designada<br />

apenas por Confraria, é uma associação pública de fiéis com<br />

s<strong>ed</strong>e no Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, sito na cidade<br />

de <strong>Leiria</strong>, <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>.<br />

Artigo n.o 2<br />

A Confraria de Nossa Senhora da Encarnação, erecta nos primórdios<br />

da fundação do Santuário (1588) e restaurada por D. José<br />

Alves Correia da Silva com Provisão de 31 de Julno de 1945,<br />

será regida pelos Estatutos que ora se refundem de acordo com a<br />

legislação canónica aplicável.<br />

São fins da Confraria:<br />

Artigo n.O 3<br />

1.0 - Promover o culto à Virgem Maria, Mãe do Filho de Deus,<br />

no Santuário da Padroeira da cidade de <strong>Leiria</strong>;<br />

2.° - Estimular os irmãos à santidade e sufragar os já falecidos.<br />

39


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />

CAPÍTULO II<br />

Dos Irmãos<br />

Artigo n.o 4<br />

A Confraria é uma associação pública de fiéis e nela se poderão<br />

inscrever clérigos, leigos e religiosos que se comprometam a<br />

cumprir o disposto nos presentes estatutos.<br />

Artigo n.O 5<br />

Podem ser admitidos como irmãos, m<strong>ed</strong>iante requerimento<br />

dirigido à Direcção:<br />

1." - os sacerdotes incardinados na <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

ou noutra <strong>Diocese</strong>, desde que se encontrem no exercício das ordens<br />

sacras ou das obrigações das mesmas tenham sido dispensados pela<br />

Santa Sé;<br />

2." - os leigos, que não estejam abrangidos por nenhuma das<br />

situações indicadas no Art. 6.";<br />

3.0 - os religiosos, m<strong>ed</strong>iante aprovação, por escrito, do seu superior.<br />

Artigo n.O 6<br />

Não podem ser admitidos aqueles que:<br />

1." - tiverem rejeitado a fé católica, abandonado a comunhão<br />

eclesial ou incorrido em excomunhão (c. 316, § 1);<br />

2." - tenham manifesto comportamento moral ou religioso indigno<br />

(cc. 915, 1007, 1184, § 1, 3.");<br />

3." - estejam registados ou casados apenas pelo civil ou vivam<br />

publicamente em simples mancebia.<br />

40


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

CAPÍTULO III<br />

Dos direitos e deveres dos Irmãos<br />

São direitos dos irmãos:<br />

Artigo n.o 7<br />

1.0 - participar na Assembleia Geral e noutras reuniões legitimamente<br />

convocadas;<br />

2.° - eleger e ser eleitos para os corpos gerentes, de acordo<br />

com os presentes estatutos;<br />

3.° - ser sufragados pela celebração de duas missas, após o<br />

seu falecimento;<br />

4.° - participar nos sufrágios gerais da Confraria;<br />

5.° - tomar conhecimento das contas e examinar os livros respeitantes<br />

à Confraria.<br />

São deveres dos irmãos:<br />

Artigo n.O 8<br />

1.0 - promover os fins da Confraria, nomeadamente, pelo bom<br />

desempenho dos serviços que lhes forem confiados;<br />

2.° - aceitar os cargos para que forem designados;<br />

3.° - prestar os serviços que legitimamente lhes forem p<strong>ed</strong>idos;<br />

4.° - satisfazer a jóia de entrada e pagar a quota estabelecida.<br />

41


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

CAPÍTULO IV<br />

Da Demissão dos Irmãos<br />

Artigo n." 9<br />

Perdem a qualidade de irmãos aqueles que, depois de legitimamente<br />

admitidos, tiverem incorrido em qualquer das situações previstas<br />

no Art. 6.° ou não pagarem as quotas anuais durante dois anos.<br />

L' - Se de uma situação irregular se tratar, a Direcção convidará,<br />

por escrito, o irmão em causa a aduzir a sua defesa. Passados<br />

15 dias após a notificação, e não tendo o irmão respondido,<br />

a Direcção considerá-lo-á demitido;<br />

2.° - ao irmão demitido assistirá sempre o direito de recurso<br />

para a Assembleia Geral e para o Bispo Diocesano (c. 316 § 2);<br />

3.' - o irmão demitido deixa de pertencer à Confraria e perde<br />

nela todos os direitos e cargos.<br />

CAPÍTULO V<br />

Dos Corpos Gerentes<br />

Artigo n." 10<br />

Fazem parte dos Corpos Gerentes da Confraria:<br />

1.' - Assembleia Geral<br />

2.' - Direcção<br />

3.' - Conselho Fiscal<br />

Artigo n." 11<br />

Segundo uma tradição que remonta às origens, o Bispo Diocesano<br />

é o Presidente da Confraria. Sem prejuízo do que determi-<br />

42 ________________________________________<br />

__


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

nam as normas canónicas aplicáveis, é suficientemente representado<br />

pelo Prov<strong>ed</strong>or, tanto na Direcção como na presidência da Assembleia<br />

Geral.<br />

Artigo n. " 12<br />

Salvo o disposto no Artigo anterior, aos membros dos órgãos<br />

directivos não é permitido o desempenho de mais de um cargo. O<br />

exercício de qualquer cargo por parte dos membros dos Corpos Ge·<br />

rentes é gratuito, podendo, no entanto, justificar-se o pagamento<br />

de despesas dele derivadas.<br />

Artigo n. " 13<br />

Em caso de vacatura de algum dos lugares dos corpos geren·<br />

tes, deve proc<strong>ed</strong>er-se ao preenchimento da vaga verificada para o<br />

mandato em curso, no prazo máximo de um mês, com o irmão mais<br />

votado e não eleito. A verificar-se tal situação, poderão os mem·<br />

bras em exercício reajustar a distribuição das funções de modo a<br />

garantir o melhor funcionamento.<br />

Artigo n. " 14<br />

Os Corpos Gerentes são convocados pelo respectivo Presiden·<br />

te e só podem deliberar com a presença da maioria dos seus ele·<br />

mentos. Nas votações em que estiverem em causa assuntos de<br />

carácter pessoal ou familiar dos membros dos Corpos Gerentes, as<br />

votações serão, obrigatoriamente, por escrutínio secreto.<br />

Artigo n. "'15<br />

Os membros dos Corpos Gerentes são responsáveis, civil e criminalmente,<br />

pelas faltas ou irregularidades cometidas no exercício<br />

do seu mandato.<br />

1.0 - Além dos motivos previstos na lei, os membros dos Corpos<br />

Gerentes ficam ilibados de responsabilidade, quando:<br />

___ 43


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />

a) não tiverem tomado parte nessa resolução e a reprovarem<br />

com declaração na acta da sessão im<strong>ed</strong>iata em que se encontrem<br />

presentes;<br />

b) tiverem votado contra essa resolução e o fizeram consignar<br />

na acta respectiva.<br />

Artigo n.O 16<br />

As actas das reuniões de qualquer órgão de gestão serão sem·<br />

pre lavradas em livro próprio e assinadas pelos membros presentes.<br />

CAPÍTULO VI<br />

Da Assembleia Geral<br />

Artigo n. ° 17<br />

À Assembleia Geral, reunião de todos os irmãos, pertence o<br />

governo da Confraria.<br />

1.0_ Reúne-se ordinariamente duas vezes por ano, em Janeiro<br />

e em Junho;<br />

2.° - reúne-se extraordinariamente sempre que o Prov<strong>ed</strong>or a<br />

convoque, por iniciativa da Direcção, a p<strong>ed</strong>ido do Presidente ou por<br />

requerimento de pelo menos 15% dos irmãos no pleno gozo dos seus<br />

direitos,<br />

Artigo n.o 18<br />

A convocação da Assembleia Geral, quer ordinária quer extraordinária,<br />

deve ser feita, por escrito, pelo Prov<strong>ed</strong>or, com pelo<br />

menos quinze dias de antec<strong>ed</strong>ência,<br />

1.0 - Nela deve constar: dia, hora, local e ordem de trabalhos;<br />

2,° - se for eleitoral, deve enviar-se a cada irmão lista actualizada<br />

dos membros da Confraria;<br />

44 ______________________________________<br />

__ __


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />

3.° - o processo eleitoral será, em cada caso, regulamentado<br />

pela Direcção;<br />

4.° - a convocatória da reunião extraordinária deve ser feita<br />

no prazo de quinze dias após o p<strong>ed</strong>ido ou requerimento, e a reunião<br />

deve realizar-se no prazo de trinta dias, a contar da data da recepção<br />

do p<strong>ed</strong>ido ou requerimento.<br />

Artigo n. o 19<br />

A Assembleia Geral é presidida pelo Prov<strong>ed</strong>or que acoplará<br />

como vogais os restantes membros da Direcção. Se o Presidente ­<br />

Bispo Diocesano - estiver presente, assumirá a presidência e delegará<br />

no Prov<strong>ed</strong>or ou em outro membro da Direcção, a condução<br />

dos trabalhos.<br />

Artigo n. o 20<br />

Compete à Assembleia Geral deliberar sobre todas as matérias<br />

que ultrapassem as competências da Direcção e não sejam reservadas<br />

ao Bispo Diocesano, sem prejuízo de outras determinações canónicas<br />

aplicáveis. Deve necessariamente:<br />

L' - definir as linhas fundamentais de actuação da Confraria;<br />

2.' - eleger os membros dos Corpos Gerentes, nos termos dos<br />

presentes estatutos;<br />

3.' - apreciar e votar o programa de acção e respectivo orçamento<br />

para o ano seguinte, bem como o relatório de contas da gerência<br />

do ano transacto;<br />

4.' - decidir sobre a aquisição onerosa, alienação a qualquer<br />

título de bens imóveis e de outros quaisquer bens do fundo patrimonial<br />

estável, e sobre actos de administração extraordinária dentro<br />

do estabelecido pela legislação canónica;<br />

5.' - deliberar sobre a actualização dos Estatutos.<br />

45


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

CAPITULO VII<br />

Da Direcção<br />

Artigo n.· 21<br />

o governo ordinário da Confraria é confiado à Direcção, eleita<br />

em Assembleia Geral e confirmada pelo Bispo Diocesano.<br />

1.0 _ A Direcção é composta de três membros: Prov<strong>ed</strong>or, Secretário<br />

e Tesoureiro;<br />

2.° - o mandato da Direcção será de um triénio, podendo este<br />

ser renovado por um segundo triénio consecutivo;<br />

3." - a nova Direcção tomará posse na presença da Direcção<br />

cessante;<br />

4.° - a Direcção reunÍr-se-á ordinariamente uma vez por mês<br />

e sempre que for convocada pelo Prov<strong>ed</strong>or.<br />

Artigo n.· 22<br />

Compete à Direcção, designadamente:<br />

I." - garantir a efectivação dos direitos dos irmãos;<br />

2." - admitir os irmãos que o pretendam e cumpram as condições<br />

exigidas pelos estatutos;<br />

3." - promover a boa administração da Confiaria e de todos os<br />

seus bens;<br />

4." - fazer observar as disposições dos Estatutos e demais determinações<br />

da autoridade eclesiástica;<br />

5." - elaborar anualmente o relatório de contas da gerência<br />

do ano transacto, bem como o orçamento e programa de acção para<br />

o ano seguinte, submetendo-o ao parecer do Conselho Fiscal;<br />

46


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />

6.° - enviar, anualmente, ao Bispo Diocesano, para confirmação,<br />

o relatório de actividades e de contas da gerência do ano transacto,<br />

bem como o orçamento e programa de acção para o ano<br />

seguinte;<br />

7.° - representar a Confraria em juízo e fora dele, sendo necessário,<br />

para a representar ernjuízo, a autorização do Bispo Diocesano,<br />

dada por escrito;<br />

8.' - promover, de acordo com o Capelão, as solenidades religiosas<br />

prescritas nos Estatutos;<br />

9.' - sufragar os irmãos, benfeitores e demais devotos falecidos;<br />

lO.' - satisfazer todos os legados pios segundo a vontade dos<br />

benfeitores;<br />

11.' - manter actualizado o inventário do património da Confraria;<br />

12.' - celebrar acordos de cooperação e estabelecer parcerias<br />

com outras entidades para a realização dos fins da Confraria;<br />

13.' - fornecer ao Conselho Fiscal os elementos que este lhe<br />

solicitar para o cumprimento das suas atribuições.<br />

Artigo n.o 23<br />

Para obrigar a Confraria, são necessárias e bastantes as assinaturas<br />

conjuntas do Presidente e de qualquer outro membro da<br />

Direcção.<br />

1.0 - Nas operações financeiras, são obrigatórias as assinaturas<br />

conjuntas do Presidente e do Tesoureiro;<br />

2.' - nos actos de mero exp<strong>ed</strong>iente, bastará a assinatura de<br />

qualquer membro da Direcção.<br />

47


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

Do Presidente e do Prov<strong>ed</strong>or<br />

Artigo n.o 24<br />

o Presidente da Confraria, de acordo com o Art. 11, é sempre<br />

o Bispo Diocesano, o qual será suficientemente representado na<br />

Direcção pelo Prov<strong>ed</strong>or, eleito entre os irmãos sacerdotes.<br />

Artigo n.o 25<br />

Compete ao Prov<strong>ed</strong>or:<br />

1.0 - convocar e presidir às reuniões da Direcção, dirigindo os<br />

respectivos trabalhos;<br />

2.° - assinar a correspondência e ordens de pagamento;<br />

3.' - fazer os despachos de quaisquer requerimentos, depois<br />

de ouvidos os restantes membros;<br />

4.' - representar a Confraria em juízo e fora dele, de acordo<br />

com o fi.o 7 do Art.o 22,°;<br />

5,° - assinar e rubricar os termos de abertura e encerramento<br />

do livro de actas da Direcção;<br />

6.' - despachar os assuntos do exp<strong>ed</strong>iente ordinário e outros<br />

que careçam de solução urgente, sujeitando estes últimos à confirmação<br />

da Direcção, na primeira reunião.<br />

Artigo n.o 26<br />

Na ausência do Prov<strong>ed</strong>or, tomará o seu lugar o Secretário, e,<br />

na falta deste, o Tesoureiro.<br />

48 _____________________________________________


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

Compete ao Secretário:<br />

Do Secretário<br />

Artigo n." 27<br />

L" -lavrar as actas das reuniões da Direcção e da Assembleia<br />

Geral;<br />

2." - preparar, de acordo com o Prov<strong>ed</strong>or, a agenda de trabalhos<br />

para as reuniões da Direcção e da Assembleia Geral, organizando<br />

os processos dos assuntos a serem tratados;<br />

3.' - ter à sua guarda os livros de escrituração da Confraria<br />

e velar pela devida organização dos mesmos;<br />

4.° - receber do seu antecessor e entregar ao sucessor, por inventário,<br />

todos os livros e documentos da Confraria;<br />

5.° - inscrever os irmãos admitidos no respectivo livro e dar­<br />

-lhes conhecimento;<br />

6.° - substituir o Prov<strong>ed</strong>or na sua ausência ou imp<strong>ed</strong>imento.<br />

Compete ao Tesoureiro:<br />

Do Tesoureiro<br />

Artigo n." 28<br />

1." - receber e guardar os valores da Confraria;<br />

2.° - promover a escrituração dos livros de receita e despesa;<br />

3.° - assinar as autorizações de pagamento e as guias de receita,<br />

conjuntamente com o Prov<strong>ed</strong>or;<br />

4." - elaborar o Relatório de Contas, segundo o disposto nos<br />

Estatutos.<br />

49


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

CAPÍTULO VIII<br />

Do Conselho Fiscal<br />

Artigo n.O 29<br />

o Conselho Fiscal é constituído por três membros, o Presidente<br />

e dois Vogais.<br />

1.0 - É eleito em Assembleia Geral e confirmado pelo Bispo<br />

Diocesano;<br />

2.° - o seu mandato é de três anos, renovável apenas uma vez.<br />

Artigo n.O 30<br />

Compete ao Conselho Fiscal vigiar o cumprimento da lei e dos<br />

Estatutos da Confraria, sem prejuízo das atribuições canónicas<br />

conferidas ao Ordinário Diocesano. Nomeadamente:<br />

1.0 - exercer vigilância sobre a escrituração e demais documentos<br />

da Confraria, sempre que o julgue conveniente;<br />

2.° - assistir às reuniões da Direcção, sempre que o julgue<br />

oportuno, mas sem direito de voto;<br />

3.° - emitir parecer sobre o relatório das contas de gerência<br />

do ano transacto, bem como sobre o orçamento apresentado pela<br />

,<br />

Direcção;<br />

4.° - dar parecer sobre quaisquer assuntos que a Direcção entenda<br />

submeter à sua apreciação.<br />

Artigo n.O 31<br />

O Conselho Fiscal reunir-se-á anualmente e sempre que for<br />

convocado pelo Presidente.<br />

50 ____ __________________________________ __


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

CAPÍTULO IX<br />

Do Capelão<br />

Artigo n.o 32<br />

o Capelão é o sacerdote a quem o Bispo Diocesano, sob proposta<br />

da Direcção, confia, de modo estável e pelo período de três<br />

anos, o cuidado pastoral do Santuário, Cessará funções com a tomada<br />

de posse da nova Direcção ou quando receber do Bispo Diocesano<br />

um cargo incompatível com o seu múnus no Santuário.<br />

CAPITULO X<br />

Do Património da Confraria<br />

Artigo n.o 33<br />

o património da Confraria é constituído por:<br />

1.0 - bens imóveis: Monte, Santuário, Casa do Cabido e anexos;<br />

2.' - bens móveis: obras de arte, ex-votos e outros valores que<br />

lhe pertencem;<br />

3.' - outros bens que venham a ser adquiridos pela mesma,<br />

através de doações, heranças, legados e demais formas legais.<br />

São receitas da Confraria:<br />

Artigo n.o 34<br />

L' - os rendimentos de bens ou valores do seu património;<br />

2.' - a jóia de entrada e a quota anual dos irmãos, que serão<br />

equivalentes ao estipêndio de uma missa;<br />

51


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

3.' -<br />

as esmolas, ofertas e p<strong>ed</strong>itórios realizados na Igreja, excluindo<br />

os que são consignados;<br />

4.' -<br />

os donativos de entidades públicas ou privadas.<br />

Artigo n.O 35<br />

São despesas da Confraria:<br />

L' -<br />

gratificações por serviços prestados;<br />

2.° - reparação, conservação e valorização do património imóvel<br />

e móvel da Confraria;<br />

3.° - contribuições e outros encargos ordinários;<br />

4.° - taxas prescritas pela Cúria Diocesana.<br />

CAPÍTULO XI<br />

Festividades da Confraria<br />

Artigo n.O 36<br />

São festividades da Confraria, a celebrar com a solenidade<br />

possível:<br />

L' -<br />

a Encarnação do Verbo, a 25 de Março ou noutro dia<br />

mais conveniente, dando graças a Deus pela disponibilidade de<br />

Maria em servir os planos divinos. Neste contexto, importa promover<br />

a cultura da vida, enquanto dom e bênção de Deus;<br />

2.' -<br />

a memória do primeiro milagre, a 11 de Julho, e as<br />

demais graças conc<strong>ed</strong>idas por Nossa Senhora da Encarnação a todos<br />

os devotos;<br />

3.' -<br />

a Assunção de Nossa Senhora, a 15 de Agosto, Padroeira<br />

da cidade de <strong>Leiria</strong>, solenidade que celebra Maria, Mãe de<br />

Jesus, imagem da Igreja, primeiro exemplo da salvação plenamen-<br />

52 ____________________________________ ______ ___


ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />

te realizada e testemunho da sublime vocação de todo o ser humano<br />

à comunhão com Deus (GS 22);<br />

4." - os sufrágios pelos irmãos, benfeitores e demais devotos<br />

falecidos, em Novembro.<br />

Artigo n.O 37<br />

A Direcção, de acordo com o n." 8 do Art. 22, procurará estabelecer<br />

as parcerias necessárias e possíveis com Instituições religiosas,<br />

civis e culturais para a dignificação das festividades do Santuário.<br />

CAPÍTULO XII<br />

Disposições diversas<br />

Artigo n.O 38<br />

Os presentes Estatutos poderão ser alterados por proposta do<br />

Presidente, da Direcção ou de, pelo menos, 15% dos irmãos no pleno<br />

gozo dos seus direitos, aprovada pela Assembleia Geral e confirmada<br />

pelo Bispo Diocesano.<br />

Aprovação<br />

Confirmamos os Estatutos, em 38 Artigos, da Confraria<br />

de Nossa Senhora da Encarnação, de <strong>Leiria</strong>, já aprovados<br />

pela Assembleia Geral.<br />

<strong>Leiria</strong>, 25 de Março de 2003, Solenidade da Anunciação<br />

do Senhor.<br />

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />

Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />

53


NOTÍCIAS BREVES<br />

• No ano 2003 são sacerdotes jubilários:<br />

Pe. Boaventura Domingos Vieira<br />

Cónego Henrique Fernandes da Fonseca<br />

Pe. Manuel Pereira Júnior.<br />

• De 10 a 12 de Outubro será em <strong>Fátima</strong> o Congresso<br />

sobre "O PRESENTE DO HOMEM - O FUTURO DE DEUS.<br />

O LUGAR DOS SANTU Á RIOS EM RELAÇÃO COM O SA­<br />

GRADO".<br />

• Na missa crismal concelebraram muitos sacerdotes<br />

diocesanos e dos institutos religiosos.<br />

O Sr. Bispo lembrou os falecidos e os ausentes; estavam<br />

presentes os alunos teólogos; no final da Celebração<br />

houve um convívio no seminário.<br />

• No fim da missa pontifical da Ressurreição, o Sr. Bispo<br />

mandou distribuir aos presentes uma mensagem da Páscoa<br />

e da Paz. Deu, na forma do costume, a Bênção Apostólica<br />

indulgenciada.<br />

• Os 50% do contributo e renúncia quaresmal vão ser<br />

aplicados pela Cáritas a favor das famílias que têm pessoas<br />

com deficiência mental ou motora.<br />

• Consta que está a ser preparado um relatório sobre<br />

a situação económica do Clero diocesano; também se espera<br />

que a nova concordata ajude a clarificar e harmonizar a<br />

situação.<br />

54 _____________________________________________


VIDA ECLESIAL<br />

DOUTOR AUGUSTO ASCENSO PASCOAL<br />

o "<strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> - Ó rgão Oficial da <strong>Diocese</strong>" congratula-se<br />

com o doutoramento, no dia 19 de Dezembro p. p. , do Padre Augusto<br />

Ascenso Pascoal, na Faculdade de Letras da Universidade<br />

de Coimbra. A sua tese de doutoramento intitulada "Aquiles Estaça,<br />

Humanista e Teólogo" e que se insere no âmbito dos seus estudos<br />

em Língua e Literatura Latina. Foi aprovado pelo júri, por<br />

unanimidade e com distinção e louvor. Entre os muitos amigos,<br />

que quiseram assistir à apresentação da tese, contava-se o Senhor<br />

Bispo D. Serafim.<br />

Recorde-se que o Doutor Pascoal é natural da freguesia do<br />

Souto da Carpalhosa. Frequentou o Seminário Diocesano de <strong>Leiria</strong>,<br />

onde fez os seus estudos preparatórios e filosóficos, licenciou­<br />

-se em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e em<br />

Clássicas pela Universidade de Lisboa. Foi Reitor do Seminário<br />

Diocesano de <strong>Leiria</strong> onde leccionou durante vários anos, Director<br />

de "A Voz do Domingo" e Vigário Episcopal para a Cultura.<br />

Actualmente é pároco dos Pousos e lecciona no Pólo de <strong>Leiria</strong> da<br />

Universidade Católica Portuguesa.<br />

NATAL UCRANIANO<br />

EM REGUEIRA DE PONTES<br />

No dia 6 de Janeiro, em Regueira de Pontes, celebrou-se o<br />

Natal dos ucranianos. O local escolhido para esta celebração foram<br />

os espaços paroquiais. A primeira parte decorreu na igreja<br />

paroquial e consistiu na celebração eucarística em rito bizantino,<br />

presidida pelo P. levhen Kolozoc.<br />

Esteve presente mais de uma centena de ucranianos, provenientes<br />

de várias localidades da zona de <strong>Leiria</strong>. A celebração, às<br />

21 horas, durou cerca de hora e meia. A esta festa associaram-se<br />

várias dezenas de paroquianos de Regueira de Pontes. Seguindo<br />

um esquema diferente da missa católica, teve como pontos de contacto<br />

a proclamação do evangelho do Natal e a oração do Pai N osso<br />

nas duas línguas.<br />

55


VIDA ECLESIAL<br />

Impressionou sobremaneira, a quem não está habituado a este<br />

tipo de liturgia, a quantidade de vezes que é feito o sinal da cruz<br />

durante a celebração, o uso frequente do incenso, o canto de quase<br />

todas as orações por parte do presidente, o estar de costas para<br />

a assembleia em muitos momentos, a forma como é distribuída a<br />

comunhão e ainda, entre outros aspectos, a participação dos fiéis<br />

apenas com os cânticos e algumas respostas a partir do seu lugar.<br />

Se a língua e o próprio esquema litúrgico foi uma barreira à<br />

participação dos portugueses, valeu a sua presença como sinal de<br />

união na fé no mesmo Jesus, tanto mais que alguns destes ucranianos<br />

costumam também participar nas nossas celebrações dominicais.<br />

No final foram todos convidados a ir até ao salão paroquial,<br />

onde estava preparado uma pequena refeição de convívio, organizada<br />

pelo Conselho Pastoral Paroquial. Aí continuou a festa, que<br />

se prolongou quase até à meia noite, animada também pelos cantos<br />

em ucranianos e conversas que com maior ou menor dificuldade<br />

se mantiveram.<br />

Via-se nos olhos daquela gente a alegria do encontro de uns<br />

com os outros e sobretudo a vivência duma noite que os aproximou<br />

da sua tão distante terra natal. E não faltaram gestos e palavras<br />

de agradecimento para com a comunidade, devido a este simpático<br />

e natalício gesto de acolhimento para com estes estrangeiros.<br />

O padre levhen Kolozoc, que esteve até ao fim, pôde também<br />

assim manter o contacto com estes seus concidadãos em ordem a<br />

lhes poder dar no futuro maior apoio espiritual. Este padre está entre<br />

nós há dez meses e vive em <strong>Fátima</strong>, sendo a partir dali que dá<br />

apoio aos ucranianos presentes nas dioceses de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>,<br />

Coimbra e Santarém.<br />

P. Vítor Mira<br />

FORMAÇÃO PERMANENTE DO CLERO<br />

Como vem sendo hábito, todos os anos, o clero da <strong>Diocese</strong> teve<br />

uma semana de formação permanente, dividida em dois turnos,<br />

com o tema "Teologia e espiritualidade da Eucaristia".<br />

56 _____________________________________________


VIDA ECLESIAL<br />

Cerca de 57 sacerdotes participaram no primeiro turno, de 27<br />

a 31 de Janeiro, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, Santuário<br />

de <strong>Fátima</strong>. Partindo da reflexão trazida por dois professores de Liturgia<br />

da Universidade Pontifícia de Salamanca, José Maria de<br />

Miguel e Dionísio Borobio, os participantes puderam partilhar experiências<br />

e ideias durante a referida semana.<br />

Mais que uma semana de estudo e reflexão, o encontro pautou­<br />

-se por ser também uma ocasião para partilhar inquietações, dúvidas,<br />

alegrias e tristezas. Assim, logo na abertura, foi feita uma análise<br />

conjunta dos resultados do último censo sobre a prática cristã dos<br />

fiéis em Portugal. Esta análise permitiu constatar suspeitas e ao mesmo<br />

tempo deixou no ar perspectivas de trabalho e formas de agir.<br />

Por seu lado, a reflexão trazida pelos conferencistas do país vizinho,<br />

abordando temas tão variados como a Assembleia Eucarística,<br />

a importãncia da Palavra na celebração, a Teologia do mistério eucarístico,<br />

permitiu alguns momentos de diálogo e partilha de experiências<br />

que enriqueceram de forma singela a semana de estudos. Para<br />

além das reflexões, foram importantes as celebrações litúrgicas em<br />

comum, a visita a Ó bidos e os muitos momentos de diálogo informal.<br />

No final de mais uma semana de actualização, os participantes<br />

mostraram o seu agrado pelo forma como decorreu e era visível<br />

o ar fresco sentido por todos e cada um.<br />

De 3 a 7 de Fevereiro, 39 sacerdotes, acompanhados pelo Bispo<br />

Diocesano, estiveram em Salamanca, no segundo turno desta<br />

formação permanente, orientado pelos mesmos professores espanhóis.<br />

As aulas tiveram lugar da parte da manhã, na referida Universidade,<br />

tendo a parte da tarde sido ocupada com trabalhos de<br />

grupo para melhor assimilação das matérias apresentadas, para<br />

a partilha de experiências já realizadas e para a aplicação à realidade<br />

de cada paróquia da <strong>Diocese</strong>.<br />

Das muitas conclusões a que se chegou e sempre relacionadas<br />

com a celebração e vivência da Eucaristia por parte das comunidades<br />

cristãs, salientou-se a necessidade de as tomar mais vivas e capazes<br />

de ajudar à interiorização dos participantes, pois o seu objectivo último<br />

é o encontro com Deus na sua Palavra, na comunidade e na comunhão<br />

com Deus e com os irmãos. Como proposta para alcançar estes<br />

objectivos referiu-se a necessidade de criar grupos de preparação da<br />

celebração que, juntamente com o pároco ou outro responsável da co-<br />

___ 57


VIDA ECLESIAL<br />

munidade, m<strong>ed</strong>item e estudem a Palavra de Deus, proponham perspectivas<br />

para a homilia que vão ao encontro da vida dos fiéis e critiquem<br />

o modo como decorrem as celebrações, particularmente as do<br />

domingo. A preparação muito bem cuidada e a realização com intensidade<br />

e profundidade assentes na té, serão os melhores meios de valorizar<br />

o Sacramento da Eucaristia, referiu-se repetidas vezes.<br />

Houve ainda tempo para o convívio entre todos os sacerdotes<br />

participantes, num ambiente de alegria e fraternidade, bem como<br />

para algumas visitas de estudo à cidade de Salamanca, património<br />

mundial, e à povoação de Alba de Tormes, onde se encontra o<br />

túmulo de Santa Teresa de Ávila.<br />

Espera-se agora que o estudo e a reflexão sobre este sacramento<br />

central na vida da Igreja venha a motivar nos sacerdotes e<br />

nos leigos novas formas de participação, que dinamizem em maior<br />

profundidade a comunidade cristã que cada Domingo se reúne para<br />

a celebração da Missa.<br />

ln "O Mensageiro"<br />

FALECIMENTOS<br />

P. JOÃO DE MARCHI<br />

Com 88 anos de idade, faleceu em <strong>Fátima</strong>, no 1.0 dia de 2003,<br />

o Pe. João De Marchi, missionário da Consola ta. Nasceu em Itália<br />

e depois de uma passagem por Á frica veio para Portugal onde<br />

abriu, em 1944, o Seminário da Consola ta. Foi o autor do livro "Era<br />

uma Senhora mais brilhante que o Sol".<br />

P. LAMBERTO HERMANO NOLLEN<br />

No dia 18 de Fevereiro faleceu o Pe. Nollen, da Ordem dos<br />

Carmelitas Calçados. Era natural da Holanda, onde nasceu em<br />

1928. veio para Portugal em 1957 tendo trabalhado nos seminários<br />

de Falperra e Sameiro. Desde 1966 que se encontrava em <strong>Fátima</strong>,<br />

onde, além do trabalho na Ordem, colaborava no Serviço de Confissões<br />

do Santuário.<br />

58 __________________________________________<br />

___


NA ESCOLA DE MARIA,<br />

MULHER «EUCARÍSTICA»<br />

Com data de 17 de Abril de 2003, Quinta-Feira Santa, o<br />

Papa João Paulo II publicou a sua 14. a encíclica. Costumava<br />

escrever aos Padres uma Mensagem. Este ano dirigiu-lhes<br />

uma carta apostólica sobre a Eucaristia, da qual reproduzimos<br />

o 6. o capítulo:<br />

53_ Se quisermos r<strong>ed</strong>escobrir em toda a sua riqueza a relação<br />

íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria,<br />

Mãe e modelo da Igreja. Na carta apostólica Rosarium Virginis<br />

Mariae, depois de indicar a Virgem Santíssima como Mestra na<br />

contemplação do rosto de Cristo, inseri também, entre os mistérios<br />

da luz, a instituição da Eucaristia. Com efeito, Maria pode<br />

guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda<br />

ligação com ele.<br />

À primeira vista, o Evangelho nada diz a tal respeito. A narração<br />

da instituição, na noite de Quinta-Feira Santa, não fala de<br />

Maria. Mas sabe-se que Ela estava presente no meio dos Apóstolos,<br />

quando, "unidos pelo mesmo sentimento, se entregavam assiduamente<br />

à oração" (Act 1, 14), na primeira comunidade que se<br />

reuniu depois da Ascensao à espera do Pentecostes. E não podia<br />

certamente deixar de estar presente, nas celebrações eucarísticas,<br />

no meio dos fiéis da primeira geração cristã, que eram assíduos à<br />

fracção do pão" (Act 2, 42).<br />

Para além da sua participação no banquete eucarístico, pode-se<br />

delinear a relação de Maria com a Eucaristia indirectamente,<br />

a partir da sua atitude interior. Maria é mulher "eucarística"<br />

na totalidade da sua vida. A Igreja, vendo em Maria o seu modelo,<br />

é chamada a imitá-la também na sua relação com este Mistério<br />

santíssimo.<br />

54. Mysterium fidei! Se a Eucaristia é um Mistério de fé que<br />

exc<strong>ed</strong>e tanto a nossa inteligência que nos obriga ao mais puro<br />

abandono à palavra de Deus, ninguém melhor do que Maria pode<br />

servir-nos de apoio e guia nesta atitude de abandono. Todas as ve-<br />

59


NA ESCOLA DE MARIA, MULHER .EUCARíSTICA.<br />

zes que repetimos o gesto de Cristo na Ú ltima Ceia, dando cumprimento<br />

ao seu mandato: "Fazei isto em memória de mim", ao<br />

mesmo tempo acolhemos o convite que Maria nos faz para ob<strong>ed</strong>ecermos<br />

a seu Filho sem hesitação: Fazei o que Ele vos disser (Jo<br />

2, 5), Com a solicitude materna manifestada nas bodas de Caná,<br />

ela parece dizer-nos: «Não hesiteis, confiai na palavra do meu Filho.<br />

Se Ele pôde mudar a água em vinho, também é capaz de fazer<br />

do pão e do vinho o seu Corpo e Sangue, entregando aos crentes,<br />

neste mistério, o memorial vivo da sua Páscoa e tornando-se assim<br />

"pão de vida")),<br />

55. De certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda<br />

antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre<br />

virginal para a encarnação do Verbo de Deus.<br />

A Eucaristia, ao mesmo tempo que evoca a paixão e a ressurreição,<br />

coloca-se no prolongamento da encarnação. E Maria, na<br />

Anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do<br />

corpo e do sangue, em certa m<strong>ed</strong>ida antecipando nela o que se realiza<br />

sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do<br />

pão e do vinho, o Corpo e o Sangue do Senhor.<br />

Existe, pois, uma profunda analogia entre o fiat pronunciado<br />

por Maria, em resposta às palavras do Anjo, e o ámen que cada<br />

fiel pronuncia quando recebe o Corpo do Senhor. A Maria foi-lhe<br />

p<strong>ed</strong>ido para acr<strong>ed</strong>itar que Aquele que ela concebia por obra do Espírito<br />

Santo" era o "Filho de Deus" (cf. Lc 1, 30-35). Dando continuidade<br />

à fé da Virgem Santa no mistério eucarístico, é-nos p<strong>ed</strong>ido<br />

para crer que aquele mesmo Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria,<br />

se torna presente nos sinais do pão e do vinho com todo o seu<br />

ser humano-divino.<br />

"Feliz daquela que acr<strong>ed</strong>itou" (Lc 1, 45): Maria antecipou<br />

também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da ígreja. E,<br />

na visitação, quando leva no seu ventre O Verbo encarnado, de certo<br />

modo ela serve de "sacrário" - o primeiro "sacrário" da história<br />

-, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos<br />

homens, se presta à adoração de Isabel, como que "irradiando" a<br />

60 __________________________________________<br />

___


NA ESCOLA DE MARIA, MULHER .EUCARíSTICA.<br />

sua luz através dos olhos e da voz de Maria. E o olhar extasiado<br />

de Maria, quando contemplava o rosto de Cristo recém-nascido e<br />

o estreitava nos seus braços, não é porventura o modelo inatingível<br />

de amor em que se devem inspirar todas as nossas comunhões<br />

eucarísticas<br />

56. Ao longo de toda a sua existência ao lado de Cristo, e não<br />

apenas no Calvário, Maria viveu a dimensão sacrificial da Euca·<br />

ristia. Quando levou o menino Jesus ao templo de Jerusalém, "para<br />

o apresentar ao Senhor" (Lc 2, 22), ouviu o velho Simeão<br />

anunciar que aquele Menino seria sinal de contradição e que uma<br />

"espada" havia de trespassar também a alma dela (cf. Le 2, 34-35).<br />

Assim foi vaticinado o drama do Filho crucificado e de algum modo<br />

prefigurado o "stabat Mater" aos pés da Cruz.<br />

Preparando-se dia a dia para o Calvário, Maria vive uma espécie<br />

de "Eucaristia antecipada", dir-se-ia uma comunhão espiritual"<br />

de desejo e oferta, que terá o seu cumprimento na união com<br />

o Filho, durante a Paixão, e manifestar-se-á depois, no período<br />

pós-pascal, na sua participação na celebração eucarística, presidida<br />

pelos Apóstolos, como "memorial" da Paixão.<br />

Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos<br />

lábios de P<strong>ed</strong>ro, João, Tiago e restantes Apóstolos as palavras da<br />

Última Ceia: "Isto é o meu Corpo que vai ser entregue por vós" (Le<br />

22, 19), Aquele Corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas<br />

espécies sacramentais, era o mesmo Corpo concebido no seu ventre!<br />

Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher<br />

de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono<br />

com o dela e reviver o que tinha pessoalmente experimentado junto<br />

da Cruz.<br />

57. "Fazei isto em memória de mim" (Le 22, 19). No "memorial"<br />

do Calvário, está presente tudo o que Cristo realizou na sua<br />

paixão e morte. Por isso, não pode faltar o que Cristo fe z para com<br />

sua Mãe em nosso favor. De facto, entrega-lhe o discípulo pr<strong>ed</strong>ilecto<br />

e, nele, entrega cada um de nós: "Eis aí o teu filho." E de<br />

igual modo diz a cada um de nós também: "Eis aí a tua mãe" (cf.<br />

Jo 1 9, 26-27).<br />

__ 61


NA ESCOLA DE MARIA, MULHER -EUCARíSTICA.<br />

Viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica<br />

também receber continuamente este dom. Significa levar connosco<br />

- a exemplo de João - aquela que sempre de novo nos é dada<br />

como Mãe. Significa ao mesmo tempo assumir o compromisso de<br />

nos conformarmos com Cristo, entrando na escola da Mãe e aceitando<br />

a sua companhia. Maria está presente, com a Igreja e como<br />

Mãe da Igreja, em cada uma das celebraçães eucarísticas. Se Igreja<br />

é Eucaristia são um binómio indivisível, o mesmo é preciso afirmar<br />

do binómio Maria e Eucaristia. Por isso mesmo, desde a<br />

antiguidade, é unânime nas Igrejas do Oriente e do Ocidente a recordação<br />

de Maria na celebração eucarística.<br />

58. Na Eucaristia, a Igreja une-se plenamente a Cristo e<br />

ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria. Tal verdade<br />

pode-se aprofundar relendo o Magnificat em perspectiva eucarística.<br />

De facto, como o cântico de Maria, também a Eucaristia é<br />

primariamente louvor e acção de graças. Quando exclama: A minha<br />

alma glorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria<br />

em Deus meu Salvador", Maria traz no seu ventre Jesus. Louva<br />

o Pai "por" Jesus, mas louva-o também "em" Jesus e "com" Jesus.<br />

É nisto precisamente que consiste a verdadeira "atitude eucarística".<br />

Ao mesmo tempo, Maria recorda as maravilhas operadas por<br />

Deus ao longo da história da Salvação, segundo a promessa feita<br />

aos nossos pais (cf. Lc 1, 55), anunciando a maravilha mais sublime<br />

de todas: a Encarnação r<strong>ed</strong>entora. Enfim, no Magnificat está<br />

presente a tensão escatológica da Eucaristia. Cada vez que o Filho<br />

de Deus se torna presente entre nós, na "pobreza", dos sinais<br />

sacramentais, pão e vinho, é lançado no mundo o gérmen daquela<br />

história nova, que verá os poderosos "derrubados dos seus tronos"<br />

e exaltados os humildes" (cr. Lc 1, 52). Maria canta aquele novo<br />

céu e aquela nova terra, cuja antecipação e, em certa m<strong>ed</strong>ida, a<br />

"síntese" programática se encontram na Eucaristia. Se o Magnificat<br />

exprime a espiritualidade de M á Í"ia, nada melhor do que esta<br />

espiritualidade nos pode aj udar a viver o mistério eucarístico. Recebemos<br />

o dom da Eucaristia, para que a nossa vida, à semelhança<br />

da de Maria, seja toda ela um magnificat!<br />

62 _____________________________________________


Uma reflexão sobre a Carta Apostólica<br />

de João Paulo II «Rosarium Virginis Mariae»<br />

OS MISTÉRIOS DA LUZ<br />

NO SANTO ROSÁRIO<br />

ANTONIO I. GARCÍA, L. C.<br />

Pontifício Ateneu Regina Apostolorum<br />

Nos seus quase vinte e cinco anos de pontificado, João Paulo<br />

II surpreendeu os católicos, os cristãos e os não cristãos com acções,<br />

tomadas de posição e documentos que deixarão uma marca<br />

profunda na história da Igreja e também da própria humanidade<br />

do terceiro milénio. Na longa cadeia de acontecimentos do actual<br />

Pontificado, diversamente significativos, não se pode deixar de<br />

mencionar a proclamação do Ano do Rosário (Outubro de 2002 -<br />

Outubro de 2003). A Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae<br />

foi assinada em 16 de Outubro de 2002, começo do vigésimo quinto<br />

ano de Pontificado e escrita por ocasião do 120.' aniversário da<br />

Encíclica Supremi apostolatus officio de Leão XIII, um Papa devoto<br />

apaixonado de Maria Santíssima que publicou numerosíssimos<br />

documentos para promover a pi<strong>ed</strong>ade mariana na Igreja. À<br />

surpresa do Ano do Rosário o Pontífice junta outra: o acréscimo de<br />

cinco novos mistérios aos quinze tradicionais. Ao lado dos mistérios<br />

gozosos, dolorosos e gloriosos, os cristãos poderão agora contemplar<br />

também os "mistérios luminosos" que constituem uma<br />

"nova força surpreendente e magnífica do Rosário", "uma oração<br />

luminosa na sua ternura" (K. O. Charamsa, O Rosário, um tesouro<br />

para descobrir de novo, em "Estudos Católicos", 502 [2002], 870).<br />

Motivos para a introdução<br />

dos novos mistérios<br />

Na minha opinião são dois os motivos básicos para a introdução<br />

destes novos mistérios na recitação do Rosário. A razão<br />

__ 63


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSARIO<br />

primária e principal é o carácter cristológico que o Rosário possui<br />

na pi<strong>ed</strong>ade cristã. Jesus Cristo é o ícone sobre o qual se concentra<br />

a nossa contemplação quando recitamos o Rosário. O Papa<br />

escreve: "Fixar os olhos no rosto de Cristo, reconhecer o seu mistério<br />

no caminho ordinário e doloroso da sua humanidade, até<br />

perceber o brilho divino definitivamente manifestado no Ressuscitado<br />

glorificado à direita do Pai, é a tarefa de cada discípulo de<br />

Cristo" (Rosarium Virginis Mariae, 9; daqui em diante RVM).<br />

Para poder contemplar o rosto de Cristo no conjunto da sua vida,<br />

e não só nos acontecimentos do seu começo e da sua fase final,<br />

é necessário propor à contemplação cristã os mistérios<br />

luminosos. Por conseguinte, recitar o Rosário é contemplar o rosto<br />

de Cristo, no conjunto da sua vida, tendo nos lábios e no coração<br />

o louvor de sua Mãe.<br />

Contudo, o Rosário é mais do que isto, diz-nos João Paulo<br />

II. Para dar um sentido autenticamente cristão ao Rosário,<br />

além de louvar Maria, é preciso contemplar o rosto de Cristo como<br />

Maria, tendo-a como guia, porque "a contemplação de Cristo<br />

tem em Maria o seu modelo insuperável" (RVM, 10) e porque<br />

as "recordações de Jesus, impressas no seu coração, constituÍram<br />

"num certo sentido, o "rosário" que ela mesma recitou constantemente<br />

nos dias "da sua vida terrena" (RVM, 11). Somos<br />

convidados pelo Santo Padre a entrar na alma contemplativa<br />

de Maria, a captar o seu modo, de ver Jesus com amor e alegria,<br />

com sofrimento e serenidade, com fé e luminosidade, com a esperança<br />

da sua glória. Somos convidados também a participar<br />

nesta contemplação de Maria, fazendo nossos os seus sentimentos,<br />

as suas atitudes, a profundidade do seu olhar materno e<br />

crente.<br />

Maria era a mulher mais próxima da vida de Jesus, mas ela<br />

nem sequer esteve presente em todos os mistérios da sua existência<br />

terrena. Teve que escutar do próprio Jesus e de alguns<br />

apóstolos muitos episódios da sua vida pública, durante os quais<br />

estava ausente. Infunde na alma luz e calor evocar Maria e como<br />

ela, na sua vida depois do Pentecostes, os vários mistérios da<br />

64 ______________________________<br />

__________ ___


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

vida de seu Filho, uma recordação salutar que conduziu Maria<br />

a assimilar mais profundamente os mistérios e a forj ar sua existência<br />

inteiramente em Jesus Cristo, partindo da experiência da<br />

fé. Ao recordar também nós agora os mistérios da vida de Jesus,<br />

procuramos repetir a experiência espiritual de Maria para assimilar,<br />

com ela e como ela, mais profundamente o poder salvífico<br />

que eles contêm e neles agem.<br />

Mistérios da luz<br />

Toda a vida de Cristo é luminosa, porque a luz é antes de<br />

mais um atributo de Deus e Jesus é a "luz do mundo" (Jo 9, 5),<br />

a Luz que nos visita do Alto (cf. Lc 1, 78), a luz que ilumina cada<br />

homem que vem a este mundo (cf. Jo 1, 9). O Deus transcendente<br />

e eterno resplandece com insólito esplendor no Menino<br />

de Belém, no Mestre que anuncia o Reino de Deus, no Crucificado<br />

que morre pela ignomínia dos homens e em Cristo glorioso<br />

que habita no Reino celeste. Sendo todos luminosos e<br />

resplandecentes como o sol, os mistérios da infância chamam­<br />

-se gozosos porque se caracterizam pela "alegria que irradia<br />

do acontecimento da Encarnação" (RVM, 20). Os mistérios dolorosos<br />

levam o crente a reviver a paixão e a morte de Jesus,<br />

para sentir toda a sua força regeneradora. Os mistérios gloriosos<br />

convidam-no a vencer a obscuridade da Paixão para fixar<br />

o olhar na glória de Cristo na sua Ressurreição e na sua Ascensão<br />

(cf. RVM, 22 e 23). É durante a sua vida pública que o mistério<br />

de Cristo se manifesta de modo particular como mistério<br />

de luz: nos mistérios luminosos Jesus Cristo mostra-se como<br />

Aquele que revela definitivamente Deus anunciando o Evangelho<br />

do Reino (cf. RVM, 19 e 21), como lâmpada que brilha nas<br />

trevas e ilumina com singular esplendor as consciências dos<br />

homens.<br />

Cada um dos mistérios de Cristo estimula e envolve seriamente<br />

a faculdade e as capacidades de todo o ser humano, mas<br />

cada um com características diferentes. Os misterios gozosos da<br />

65


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO RosARIO<br />

vida de Jesus falam ao coração e põem em evidência um dos sentimentos<br />

fundamentais de Jesus, de Maria e de José. Dado que<br />

não há dúvidas de que os mistérios do nascimento, dos primeiros<br />

passos da vida e do desenvolvimento psicofísico de um ser<br />

humano estão envolvidos, tanto para os pais como para os filhos,<br />

por um véu de alegria e até de exaltação. Nos mistérios gozosos<br />

a ternura e a alegria natural do coração são elevadas a<br />

fonte de regeneração e de vida no Menino Deus. Os mistérios<br />

dolorosos estabelecem uma espécie de diálogo silencioso com as<br />

experiências dolorosas e humilhantes da nossa sensibilidade.<br />

Sendo o sofrimento talvez o sentimento mais universal da vida<br />

humana, os mistérios dolorosos da vida de Cristo atingem em<br />

grande m<strong>ed</strong>ida as fibras mais sensíveis da alma e fazem-nos vibrar<br />

de emoção e de compaixão. Os mistérios gloriosos remetem-nos<br />

para um mundo novo, para o mundo do poder de Deus<br />

além das limitações de espaço e de tempo. O poder de Deus brilha<br />

em todo o seu esplendor unicamente diante dos olhos do homem<br />

que vive de fé e de amor teologal. A glória de Cristo,<br />

contemplada nos mistérios da sua ressurreição e ascenção ao<br />

céu, eleva-nos à experiência espiritual e mística do domínio<br />

eterno de Deus. Por fim, no conjunto da vida de Jesus, os mistérios<br />

luminosos falam sobretudo da verdade de Deus, daquela<br />

verdade que vai do coração até à mente e da mente ao coração.<br />

Aquela verdade-luz, que dissipa as trevas da razão humana,<br />

por vezes extremamente densas, e faz resplandecer de maneira<br />

extraordinária face à inteligência do homem o mistério de Deus<br />

e do seu desígnio para o universo e para a humanidade. "Cada<br />

um destes mistérios é revelação do Reino já alcançado na própria<br />

pessoa de Jesus" (RVM, 21).<br />

Só a totalidade dos mistérios abraça a totalidade do homem:<br />

a sensibilidade e o coração para partilhar com Maria e como Maria<br />

os sentimentos de alegria e de sofrimento, a inteligência que se<br />

abre ao mistério luminoso de Deus e à sua revelação salvífica com<br />

a mesma disponibilidade de espírito de Maria, e a vontade que se<br />

decide a aceitar o mistério e a viver guiada por ele, com o olhar fixo<br />

no rosto do Glorificado, como fez com comoção interior a Virgem<br />

66 ______________________________________<br />

__


OS MISTÉRlOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

Santíssima, sobretudo nos últimos anos da sua vida na terra. Que<br />

a fé extraordinária de Maria ilumine a nossa fé na contemplação<br />

do rosto de Cristo nestes mistérios, síntese do Evangelho.<br />

Os cinco mistérios da luz<br />

Lemos na Carta Apostólica do Santo Padre: "Querendo indicar<br />

à comunidade cristã cinco momentos significativos mistérios<br />

luminosos - desta fase da vida de Cristo, considero que se<br />

podem justamente individuar: 1.0 no seu Baptismo no Jordão, 2.°<br />

na sua auto-revelação nas bodas de Caná, 3.° no seu anúncio<br />

do Reino de Deus com o convite à conversão, 4.° na sua Transfiguracão<br />

e, enfim, 5.° na instituição da Eucaristia, expressão sacramental<br />

do mistério pascal, (RVM, 21). Façamos algumas<br />

simples reflexões sobre cada um destes mistérios, primeiro com<br />

uma m<strong>ed</strong>itação sobre eles, e depois indicando brevemente como<br />

o mistério ilumina a vida presente do cristão e de cada homem<br />

de boa vontade.<br />

Primeiro mistério:<br />

o Baptismo de Jesus no Jordão<br />

"Primeiramente e mistério de luz o Baptismo no Jordão.<br />

Aqui, enquanto Cristo desce à água do rio, como inocente que Se<br />

faz pecado por nós (cf. 2 Cor 5, 21), O céu abre-se e a voz do Pai<br />

proclama-O Filho dilecto (cf. MI 3, 17 ss), ao mesmo tempo que<br />

o Espírito vem sobre Ele para investi-Lo na missão que O espera"<br />

(RVM, 21).<br />

M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />

Jesus, santo e consagrado pelo Pai desde a sua concepção<br />

e do seu nascimento, consagra por sua vez as águas do Jordão<br />

67


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

sendo nelas baptizado por João, seu precursor na missão e no<br />

destino. Sendo Jesus a própria pureza, entrando na água para<br />

ser baptizado, abençoa-a e purifica-a para que, sacramentalmente<br />

renovada, purifique a consciência dos homens e obtenha<br />

a sua desejada r<strong>ed</strong>enção. Sai Jesus da água e leva consigo o<br />

mundo elevado, diz com mestria São Gregório N azianzeno (Sermones,<br />

39, 16). Agora o mundo é mais leve, porque está aliviado<br />

do peso dos pecados. O Pai, ao contemplar o seu Filho que<br />

sai exultante e vitorioso da água, sente que o seu coração transborda<br />

de complacência amorosa e comunica-o a todos os que<br />

presenciam a cena nas margens do Jordão. Por seu lado, o Espírito,<br />

presente sob forma de pomba, renova, como depois do<br />

dilúvio, a nova humanidade de Cristo, seu regenerador e modelo.<br />

João Baptista ob<strong>ed</strong>ece, sem compreender o mistério que o<br />

envolve, e Maria Santíssima, ao tomar conhecimento do que<br />

aconteceu, em Nazaré, m<strong>ed</strong>ita com amor, simplicidade e constância<br />

o sentido deste gesto nos desígnios de Deus e na obra r<strong>ed</strong>entora<br />

do seu Filho.<br />

Luz para a vida<br />

M<strong>ed</strong>iante o Baptismo fomos consagrados a Deus, somos<br />

seus filhos. Para .sempre! Os anos passam, mas o nosso título<br />

de consagrados permanece. É, deve ser o nosso cartão de identidade<br />

e de glória, onde quer que estejamos e com as pessoas<br />

que encontramos no caminho da vida. Foi o título que Jesus<br />

Cristo obteve para nós com o seu Baptismo consagrando a água<br />

do Jordão. É o título que nos remete para o baptismo de sangue,<br />

com que Ele foi baptizado e com que também nós estamos<br />

dispostos a ser baptizados, como os filhos de Zeb<strong>ed</strong>eu, Tiago e<br />

João, em favor dos nossos irmãos: "Podeis ... receber o baptismo<br />

com que eu sou baptizado" Responderam-lhe: "Podemos"<br />

(Mc 10, 38).<br />

Com o Baptismo Jesus começa a sua vida pública e tornam­<br />

-se evidentes aos olhos dos homens a sua identidade e a sua mis-<br />

68 ____ ____ ________________ --------------


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

são. Para os cristãos, identidade e missão são dois aspectos chave<br />

da espiritualidade baptismal: despojar-se do homem velho,<br />

revestir-se do homem novo, vida configurada a Cristo que sofre<br />

e sangra nas vicissitudes e nas tarefas quotidianas do trabalho<br />

e de casa. Forjado por esta espiritualidade, o cristão não pode<br />

deixar de se lançar na grande aventura de levar a luz de Cristo<br />

pelos caminhos do mundo, no meio dos homens. Na luz de Cristo,<br />

da qual nós, cristãos, somos portadores, os homens verão a luz<br />

de Deus (cf. SI 36, 10).<br />

Segundo mistério:<br />

a auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná<br />

"Mistério de luz é o início dos sinais em Caná (cf. Jo 2, 1-12),<br />

quando Cristo, transformando a água em vinho, abre à fé o coração<br />

dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira<br />

entre os crentes" (RVM, 21).<br />

M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />

No Jordão, o Pai revela o mistério divino a Jesus, em Caná<br />

o próprio Jesus se revela aos seus discípulos, graças à intervencão<br />

discreta e delicada de Maria, sua Mãe. No Jordão, Cristo<br />

santifica a água, em Caná transforma-a em vinho: ° vinho do<br />

amor e da alegria esponsal, o vinho da nova Aliança entre Deus<br />

e o seu povo, Israel, entre Deus e o povo cristão. No Jordão, humilha-se,<br />

realiza um gesto surpreendente de penitência, em<br />

Caná deixa ver a sua glória, num bonito jogo de luz que se encobre<br />

e se descobre e sabe partilhar e colaborar na alegria humana<br />

num banquete nupcial. No Jordão, estão presentes as<br />

pessoas da Trindade, para valorizar a transcendência do momento<br />

na vida de Jesus e na história da salvação. Caná é, por<br />

isso, um mistério de verdadeira humanidade: encontram-se ali<br />

os esposos, os convidados, Jesus, sua mãe e os seus discípulos;<br />

69


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

a humanidade de um banquete nupcial é elevada por Jesus ao<br />

mistério de revelação. Com o Baptismo de Jesus, no Jordão, começa<br />

a sua vida pública, com a transformação da água em vinho'<br />

em Caná da Galileia, têm início os milagres e os sinais<br />

eficazes de Jesus em favor dos homens. No Jordão, ouve-se a<br />

voz do Pai que diz: "Ouvi-O!", em Caná, ouve-se a voz da mãe<br />

que diz: "Fazei o que Ele vos disser". No Jordão, resplandece<br />

antecipadamente a luz r<strong>ed</strong>entora do baptismo de sangue, em<br />

Caná, resplandece antecipadamente a luz esplendorosa da glória<br />

de Páscoa. Em Caná, está presente Maria, a Mãe de Jesus.<br />

A voz da mãe que se dirige aos servos: "Fazei o que Ele vos disser"<br />

prepara e anticipa a voz do Pai no Monte Tabor: "Ouvi-O!"<br />

Maria conhece intuitivamente o coração do seu filho e sabe que<br />

ele não lhe negará o que ela lhe p<strong>ed</strong>e. Maria conhece, gracas à<br />

fé, a missão do seu filho e oferece-lhe a ocasião para revelar o<br />

seu poder e a sua glória<br />

Luz para a vida<br />

Ver o rosto de Jesus, como nos convida a fazer João Paulo<br />

II, ver o seu rosto de Senhor dos elementos, da água e do vinho,<br />

significa ver a glória de Deus. Devemos habituar-nos a contemplar<br />

o rosto de Jesus não só nos mistérios da sua vida terrena,<br />

mas também nos mistérios da sua presença espiritual e mística<br />

no mundo, e nos acontecimentos, tanto sublimes como ordinários,<br />

no caminho da história. Devemos aprender a ver com uma<br />

fé iluminada, como os discípulos em Caná da Galileia, as obras<br />

grandiosas de Deus, as grandes figuras dos santos, os pecadores<br />

arrependidos ou não, os necessitados de pão, de afecto, de perdão,<br />

de fé, de Deus.<br />

Em Caná, Jesus revela o verdadeiro humanismo cristão:<br />

partilhar as alegrias humanas dos outros, partilhar as suas<br />

necessidades, como Maria, e procurar encontrar o modo de as<br />

satisfazer. Intuição materna de Maria e comunhão de entendimento<br />

com o seu filho Jesus, que recordam a maravilhosa e<br />

70 __________________________________________ ___


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO RosARIO<br />

criativa relação existente entre pais e filhos. A transformação<br />

da água em vinho é a transformação do amor egoísta em amor<br />

altruista, e esponsal, do qual o vinho, naquela época era o símbolo,<br />

extremamente expressivo e repleto de conteúdo humano<br />

e espiritual.<br />

Terceiro mistério:<br />

Jesus anuncia o Reino de Deus<br />

convidando à conversão<br />

"Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o<br />

advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf. Me 1, 15),<br />

perdoando os pecados de quem a Ele se dirige com humilde confiança<br />

(cf. Me 2, 3-13; Lc 7, 47-48), início do mistério de misericórdia<br />

que Ele prosseguirá exercendo até ao fim do mundo,<br />

especialmente através do sacramento da Reconciliação confiado<br />

à sua Igreja, (RVM, 21).<br />

M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />

o anúncio do Reino de Deus é, a actividade que absorve toda<br />

a vida pública de Jesus e irradiação da luz como; indica apropriadamente<br />

São Mateus citando o profeta Isaías: "O povo que<br />

jazia nas trevas viu uma grande luz, e aos que jaziam na sombria<br />

região da morte, surgiu-lhes uma luz" (Mt 4, 16).<br />

Jesus anuncia o Reino de Deus como um acontecimentojá presente<br />

entre os homens, mas que se projecta na eternidade, onde o<br />

Reino alcançará finalmente a sua consumação e a sua plenitude.<br />

Jesus ensina-nos que o Reino de Deus é como uma semente<br />

lançada no campo que tem necessidade de um longo processo<br />

para alcançar a maturação, e como um grão de mostarda que,<br />

com o passar do tempo se transforma numa árvore frondosa em<br />

71


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

cujos ramos vão poisar as aves do céu (cr. MI 13). O Reino de<br />

Deus não está só entre os homens, mas também dentro dos homens.<br />

"Porque o Reino de Deus não consiste em comer e beber,<br />

mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14, 17).<br />

O Reino de Deus torna-se presente não em limites geográficos,<br />

mas no espirita de cada ser humano que aceita a chamada<br />

de Deus à conversão e aceita pertencer ao Reino do perdão e da<br />

misericórdia, com a liberdade típica de um filho de Deus.<br />

O Reino de Deus adquire carácter corporativo e comunitário<br />

na Igreja, para a qual somos convocados pelo Espírito Santo,<br />

promotor da comunhão na fé, na esperança e no amor, e m<strong>ed</strong>iante<br />

a qual Deus nos oferece toda a riqueza do seu amor misericordioso<br />

e santificador.<br />

A personificacão do Reino é Jesus Cristo, que é ao mesmo<br />

tempo o pregador e a encarnação visível do Pai celeste. O grande<br />

exegeta Orígenes insistia no facto de que Jesus Cristo é a autobasileia<br />

de iesus em pessoa.<br />

Maria de Nazaré foi a primeira a receber dos lábios de Jesus,<br />

seu Filho, o anúncio do Reino, e foi também a primeira a ser<br />

iluminada pela atraente beleza do Reino, m<strong>ed</strong>itando, ao longo<br />

da sua existência terrena, sobre as riquezas imperscrutáveis do<br />

Reino dos céus. Com efeito, podemos ter a certeza de que o mistério<br />

do Reino é uma daquelas coisas que o Pai escondeu aos sábios<br />

e aos inteligentes e as revelou aos mais pequenínos (cf. MI<br />

11, 25), aos puros de coração, que tem em Maria de Nazare um<br />

modelo resplandecente.<br />

Luz para a vida<br />

O facto de pertencer ao Reino de Deus enche de alegria a<br />

alma de qualquer ser humano. Nós, discípulos e filhos do Reino,<br />

somos homens alegres e felizes, porque experimentámos o<br />

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OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

amor misericordioso de Deus. Somos, sim pecadores, mas o pecado<br />

não nos faz cair no poço escuro da tristeza, da angústia ou<br />

do desespero, porque o perdão de Deus vence o nosso pecado e<br />

infunde-nos nova paz e nova alegria. Pela m<strong>ed</strong>iaçao da Igreja,<br />

Deus Pai conc<strong>ed</strong>e-nos o Sacramento da Reconciliação para<br />

acender de novo em nós a luz da alegria e da amizade renovada,<br />

virtudes próprias de quem pertence ao Reino de Deus e de<br />

Cristo.<br />

De tal modo a misericórdia de Deus nos inunda de felicidade,<br />

que sentimos a urgência de gritar a quantos não a partilham,<br />

a ignoram, não se sentem dignos dela e perderam a<br />

ilusão e a esperanca de a obter. Enquanto há vida, existe a possibilidade<br />

de conversão e de arrependimento, de perdão e de<br />

acolhimento nos braços abertos de Deus Pai. No Reino de Deus<br />

não há lugar para o receio, há espaço unicamente para o amor<br />

verdadeiro, farol de luz que ilumina todos os que navegam no<br />

mar da vida.<br />

Quarto mistério:<br />

a Transfiguração do Senhor<br />

"Mistério de luz por excelência é a Transfiguração que, segundo<br />

a tradição, se deu no Monte Tabor. A glória da Divindade<br />

reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai O acr<strong>ed</strong>ita aos Apóstolos<br />

extasiados para que O "escutem (cr. Lc 9, 35 par) e se disponham<br />

a viver com Ele o momento doloroso da Paixão, a fim de<br />

chegarem com Ele à glória da Ressurreição e a uma vida transfigurada<br />

pelo Espírito Santo" (RVM, 21).<br />

M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />

Acontecem na vida de Jesus quatro epifanias, quatro momentos<br />

de grande relevo, em que Ele mostra aos homens a<br />

sua divindade. A primeira, pouco depois do nascimento, é a<br />

73


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

epifania dos Reis Magos, representamtes dos pOVOS pagãos,<br />

distantes de Deus. Também para eles o Menino acabado de<br />

nascer é epifania de salvação. No começo da vida pública, os<br />

evangelistas apresentam-nos a epifania "trinitária" no Baptismo<br />

de Jesus.<br />

A última epifania realiza-se na ressurreição de Jesus<br />

Cristo dos mortos, como uma seta radiante de luz e de vida.<br />

A terceira é a epifania no monte Tabor, onde Jesus mostra a<br />

sua divindade transfigurando-se diante de P<strong>ed</strong>ro, de Tiago e<br />

de João.<br />

Para os três discípulos, Jesus é Outro, sendo o mesmo. A<br />

sua pessoa e a sua figura resplandecem de luz divina, nunca vista<br />

nem experimentada, que lhes faz saborear a beleza e a alegria<br />

do mundo de Deus.<br />

O esplendor objectivo que brilha em Cristo transforma-se<br />

em certeza de fé para os três discípulos privilegiados (cr. 2 Pd 1,<br />

16-18). O monte muito alto de Marcos e de Mateus, o monte da<br />

oração segundo Lucas, o monte santo, segundo P<strong>ed</strong>ro, torna-se<br />

agora o monte da elevação para a luz, o monte da Transfiguração<br />

do rosto, das vestes, que recorda o esplendor da divindade.<br />

Ao lado de Jesus estão Moisés e Elias, o Antigo Testamento<br />

sintetizado na Lei e na Profecia, que se coloca ao serviço de Jesus<br />

no novo Reino e na Nova Aliança que Ele veio instaurar na<br />

terra para os homens. A voz do Pai intervém de uma nuvem: "Este<br />

é o Meu Filho muito amado: ouvi-O" e esta palavra que é desejo,<br />

exortação e mandamento, flutua no tempo como uma<br />

bandeira de luz e de verdade divinas. Ouvir Jesus, a voz das suas<br />

palavras e dos seus actos, é como ver a luz e permanecer radiantes,<br />

facto muito importante para os três discípulos sobretudo com<br />

vista à paixão e à morte de Jesus Cristo na cruz. Ouvir a Deus e<br />

ao seu Filho foi o que fez Maria durante a sua existência terrena<br />

e por isso toda a sua vida foi transfigurada e agora irradia<br />

beleza, esplendor e luz celestes.<br />

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OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

Luz para a vida<br />

Experimentar Deus contemplando Jesus de Nazaré! Trata-se<br />

de um programa de vida para cada cristão. É uma contemplação<br />

do rosto transfigurado de Cristo nos mistérios da<br />

sua vida, sobretudo na experiência do monte Tabor.<br />

Uma contemplação do rosto transfigurado de Cristo, que<br />

brilha em tantas crianças inocentes, em tantos olhares luminosos<br />

e puros, em tantos cristãos santos, autênticos astros brilhantes<br />

no firmamento da humanidade. Uma contemplação<br />

que nos faz experimentar a presença, a proximidade, a beleza<br />

e a própria santidade do nosso Deus.<br />

Quanta luz há no nosso mundo, entre as pessoas que nos<br />

rodeiam e que, por vezes, nem vemos! O esplendor de Jesus<br />

Cristo no monte Tabor está estreitamente unido no texto evangélico<br />

à transfiguração no Gólgota, tão diferente, comov<strong>ed</strong>ora<br />

e inesquecível. Por isso, não podemos deixar de contemplar<br />

Cristo transfigurado no rosto magro e pi<strong>ed</strong>oso de um toxicómano,<br />

de um doente de Sida, de uma criança consumida pela<br />

fome, de um homem destruído pelas calúnias e pela iniquidade<br />

dos seus semelhantes. A transfiguração no Gólgota é o outro<br />

aspecto da transfiguração no Tabor. Cristo continua hoje a<br />

transfigurar-se diante dos homens no cimo dos dois montes,<br />

iluminando os homens com a lanterna colocada no lucernário<br />

(cf. Mt 5, 15).<br />

Quinto mistério:<br />

a instituição da Eucaristia<br />

"Mistério de luz e, enfim, a instituição da Eucaristia, na<br />

qual Cristo Se faz alimento com o seu Corpo e o seu Sangue sob<br />

os sinais do pão e do vinho, testemunhando "até ao extremo" o<br />

seu amor pela humanidade (Jo 13, 1), por cuja salvação Se oferecerá<br />

em sacrifício" (RVM, 21).<br />

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OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

M<strong>ed</strong>itação e mistério<br />

É mistério de vida renovada, fortificada e alimentada pelo<br />

pão e pelo vinho sagrados, transformados em corpo e sangue de<br />

Cristo. "Porque a Minha carne é, em verdade, uma comida e o<br />

Meu sangue é, em verdade, uma bebida. Quem come a Minha<br />

carne e bebe o Meu sangue fica em Mim e Eu nele (Jo 6, 55-56).<br />

Mistério de luz mais alta que testemunha o amor de Cristo pela<br />

humanidade.<br />

Mistério de comunhão e de unidade com Deus e entre os<br />

membros que se alimentam da Eucaristia. A Eucaristia é comunhão<br />

com a Santíssima Trindade: substancial com Jesus Cristo<br />

e espiritual ao mesmo tempo com o Pai e com o Espírito Santo.<br />

Comunhão entre os irmãos de fé , unidos, como os grãos de trigo,<br />

num mesmo Pão, numa única Igreja que no-lo oferece.<br />

Mistério de revelação do amor de Deus, que se oferece a nós<br />

transubstanciado no Pão e no Vinho, concentrando no Sacramento<br />

todo o grande mistério presente na Páscoa cristã.<br />

Mistério de relação inter-pessoal com a divindade: com Jesus<br />

Cristo, homem e Filho de Deus, que nos torna partícipes da<br />

sua própria vida, com o Pai que em Jesus Cristo nos oferece a salvação<br />

do pecado e a vitória sobre a morte, com o Espírito Santo<br />

que realiza em nós a obra salvífica do Pai e do Filho e nos introduz<br />

no banquete celeste do Reino (cf. Me 14, 25), que pregustamos<br />

na Eucaristia durante a nossa vida terrena.<br />

Mistério de fé e de esperança, porque na Eucaristia "anunciamos<br />

a tua morte, proclamamos a tua ressurreição, esperando<br />

a tua vinda", como respondemos depois da consagração na liturgia<br />

eucarística.<br />

Maria não estava presente na sala alta da casa onde Jesus<br />

celebrou a última ceia com os seus discípulos e onde instituiu a<br />

Eucaristia.<br />

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OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

Contudo, Maria é uma mulher eucarística, porque, nos últimos<br />

anos da sua vida, participou sem dúvida alguma na "fracção<br />

do Pão" em companhia de João e dos apóstolos e discípulos de seu<br />

Filho. Para Maria a fracção do Pão era como um cântico de agradecimento<br />

ao maravilhoso desígnio de Deus celebrado na Eucaristia,<br />

na qual ela, por divina providência, ocupa um lugar privilegiado.<br />

Luz para a vida<br />

Desde a primeira Eucaristia, a Igreja celebrou ininterruptamente<br />

este maravilhoso mistério de amor e de fé, que suscitou<br />

a admiração dos apóstolos no Cenáculo, dos primeiros<br />

cristãos de todos os tempos até aos nossos dias. Participar na<br />

Eucaristia é como que entrar no espaço sagrado da maravilha,<br />

da admiração, do milagre constantemente repetido e sempre<br />

novo, orientado para a própria fonte da Vida e do Amor até ao<br />

extremo de uma d<strong>ed</strong>icação sem limites. Uma admiração e uma<br />

surpresa que brilharão diante dos nossos olhos e no nosso comportamento,<br />

durante o dia ou durante toda a semana. Uma admiração<br />

que, pouco a pouco, gera no crente uma profunda<br />

consciência da proximidade de Jesus Cristo, da sua presença<br />

amorosa ao nosso lado, de uma intimidade à qual docemente<br />

nos chama e atrai.<br />

No nosso tempo, a Eucaristia celebra-se quotidianamente<br />

em todos os recantos do planeta e em milhares de igrejas, santuários,<br />

capelas e oratórios. A única e definitiva Eucaristia instituída<br />

por Jesus Cristo no Cenáculo torna-se múltipla,<br />

repete-se incessantemente m<strong>ed</strong>iante os sacerdotes espalhados<br />

em todo o mundo. A Eucaristia é o momento fundamental para<br />

viver a união fraterna entre cristãos e a união eclesial, porque<br />

"somos um só corpo: de facto, todos participamos do único pão"<br />

(1 Cor 10, 17). Assim, a Eucaristia p<strong>ed</strong>e aos cristãos, além da<br />

união em Cristo, a partilha dos bens espirituais e materiais, de<br />

forma que os bens recebidos de Deus sejam colocados ao serviço<br />

dos outros, sobretudo dos mais necessitados.<br />

77


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSARIO<br />

Conclusão<br />

Na sua origem o Rosário era o "saltério da Virgem" e o<br />

"breviário dos pobres", um modo simples de glorificar Deus louvando<br />

Maria, enquanto os monges e os letrados cantavam o<br />

louvor divino no "breviário das Horas".<br />

Com o tempo tornou-se uma devoção de todos os cristãos,<br />

sem distinção entre religiosos e leigos, letrados ou homens sem<br />

cultura, santos e pecadores. Os cristãos atribuem a vitória de<br />

Lepanto sobre o exército turco à intercessão da Virgem, invocada<br />

m<strong>ed</strong>iante o Rosário.<br />

O Beato Bartolo Longo é considerado o "apóstolo do Rosário"<br />

e conseguiu fazer construir o santuário d<strong>ed</strong>icado a Nossa<br />

Senhora de Pompeia: a Virgem, sentada no seu trono, e o Menino<br />

à sua direita entregam o Rosário a São Domingos e a Santa<br />

Catarina de Sena.<br />

A Virgem apareceu a Santa Bernadette com o Rosário no<br />

braço e convidou-a a recitá-lo. Manzoni, entre as figuras mais<br />

importantes da literatura italiana, recitava-o habitualmente.<br />

O Papa Leão XIII chamou ao Rosário "a cadeia doce que nos<br />

liga a Deus" e Miguel Ângelo no Juízo Universal da Capela Sistina<br />

pintou o Ressuscitado que aj uda uma mulher e um homem<br />

a subir ao céu através da cadeia do Rosário.<br />

Num bonito texto de João XXIII fala-se do Rosário nos seguintes<br />

termos apaixonados: "6 Rosário abençoado de Maria:<br />

quanta doçura ao ver-te nas mãos dos inocentes, dos sacerdotes<br />

santos, das almas puras, dos jovens e dos idosos, de quantos<br />

apreciam o valor e a eficácia da oração; nas mãos de<br />

numerosas e misericordiosas multidões, como emblema e bandeira<br />

de paz nos corações e de paz para todos os povos!" (Citado<br />

no Breviário do Papa João, Garzanti, Milão 1975, 305).<br />

Paulo VI na Exortação Apostólica Marialis cu/tus retoma a ma-<br />

78 __________________________________________ ___


OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />

ravilhosa definição que Pio XII dá do Rosario como com pêndio<br />

de todo o Evangelho e realça a índole evangélica do Rosário,<br />

porque ela vai buscar ao Evangelho o enunciado dos mistérios,<br />

e as principais fórmulas, inspira-se no Evangelho para sugerir<br />

partindo da gloriosa saudação do Anjo e do religioso consentimento<br />

da Virgem, a atitude com a qual o fiel o deve recitar"<br />

(nn. 42 e 44). João Paulo I, numa homilia d<strong>ed</strong>icada ao Rosário,<br />

disse que "os mistérios do Rosário m<strong>ed</strong>itados e saboreados são<br />

uma Bíblia profundamente contemplada, feita substância e<br />

sangue espiritual" (Opera omnia, Vol. VI, Edições Mensageiro,<br />

Pádova 1989, 200). Por fim, para João Paulo II o Rosário "é a<br />

minha oração pr<strong>ed</strong>ilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na<br />

sua simplicidade e na sua profundidade" (Angelus, 29 de Outubro<br />

de 1978).<br />

Introduzindo na estrutura do Rosário os Mistérios da luz,<br />

João Paulo II, além de renovar uma prática tradicional de devoção<br />

cristã, realçou um dos aspectos mais nobres e grandiosos do<br />

seu Pontificado: a centralidade de Jesus Cristo na teologia e na<br />

espiritualidade assim como na práxis da vida cristã. Além disso,<br />

conferiu uma forma concreta e original à estreita relação que<br />

existe entre a vida de Jesus e a de Maria entre o Evangelho e o<br />

Rosário, entre a contemplação do rosto de Cristo por parte de<br />

Maria e, com Ela, a nossa como cristãos, entre o louvor a Maria<br />

Santíssima e a glória eterna da Trindade adorável.<br />

O Rosário, "uma oracão tão fácil, e ao mesmo tempo tão rica"<br />

(RVM, 43), constitui um magnífico serviço à nova evangelização,<br />

para que o único programa do Evangelho continue a<br />

introduzir-se, como sempre aconteceu, na história de cada uma<br />

das realidades eclesiais e permita que "o anúncio de Cristo alcance<br />

as pessoas plasme as comunidades, incida profundamente m<strong>ed</strong>iante<br />

o testemunho dos valores evangélicos nas soci<strong>ed</strong>ades e na<br />

cultura" (Novo millennio ineunte, 29). O Rosário deixa atrás de<br />

si um rasto luminoso de Evangelho, que orienta milhões de homens<br />

e de mulheres para Jesus Cristo e para a santa e adorável<br />

Trindade.<br />

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LEIRIA-FATIMA, publicação quadrimestral,<br />

que arquiva decretos e provisões,<br />

divulga critérios e normas de<br />

acção pastoral e recorda etapas importantes<br />

da vida da <strong>Diocese</strong>.<br />

Impresso na GRÁFICA DE LEIRIA<br />

Depósito Legal N° 64587/93<br />

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