73. Leiria-Fatima_ed_31.pdf - Diocese Leiria-Fátima
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LElitIA-FfiTIMfi<br />
Órgão Oficial da Diocczscz<br />
Ano XI • N. 031 • Janeiro-Abril 2003<br />
DIRECTOR<br />
AMÉRICO FERREIRA<br />
CHEFE DE REDACÇÃO<br />
JOSÉ ALMEIDA SOUSA<br />
ADMINISTRADOR<br />
HENRIQUE DIAS DA SILVA<br />
CONSELHO DE REDACÇÃO<br />
BELMIRA DE SOUSA<br />
JORGE GUARDA<br />
LUCIANO CRISTINO<br />
MANUEL MELQU/ADES<br />
SAUL GOMES<br />
PERIODICIDADE<br />
QUADRIMESTRAL<br />
PROPRIEDADE E EDIÇÃO<br />
DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />
SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEIRIA<br />
2410 LEIRIA • TELEF.244832760<br />
ASSINATURA ANUAL -12 Euros<br />
NÚMERO AVULSO - 4 Euros
Actos Episcopais.................................................................. 3<br />
Casa Diocesana do Clero de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>........................ 5<br />
Normas Gerais sobre o Património Cultural...................... 13<br />
Comunicado do Conselho Presbiteral.................................. 21<br />
Crismas na <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> ................................ 23<br />
Mensagem Episcopal para a Quaresma 2003 ....................<br />
25<br />
Ofertórios efectuados no Santuário de <strong>Fátima</strong>................... 27<br />
Centenário do nascimento do Cónego José Galamba de<br />
Oliveira.......................................................................... 28<br />
Para a História das Aparições de <strong>Fátima</strong> .......................... 30<br />
Equipas de Nossa Senhora ....... .......................................... 31<br />
72. a Peregrinação Diocesana a <strong>Fátima</strong> .............................. 33<br />
Mensagem do Bispo Diocesano aos crismados ................... 35<br />
Ano Agostiniano.................................................................. 37<br />
Estatutos da Confraria de Nossa Senhora da Encarnação 39<br />
Vida Eclesial ....................................................................... 55<br />
Na Escola de Maria, Mulher "Eucarística"........................ 59<br />
Os Mistérios da Luz no Santo Rosário ............................... 63
ACTOS EPISCOPAIS<br />
VIGÁRIO PAROQUIAL<br />
DE PATAIAS E ALPEDRIZ<br />
Havemos por bem confirmar e oficializar a nomeação do Reverendo<br />
Padre Nuno Miguel Heleno Gil como Vigário Paroquial<br />
de Pataias e Alp<strong>ed</strong>riz com todos os deveres/poderes previstos no<br />
Código de Direito Canónico, inclusive no c. 1111 § 2.<br />
<strong>Leiria</strong>, 2 de Janeiro de 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
PÁRoco DE NOSSA SENHORA<br />
DAS MISERICÓRDIAS (OURÉM)<br />
Havemos por bem declarar:<br />
1.0 que aceitamos o p<strong>ed</strong>ido de resignação do Pároco de Ourém<br />
(Nossa Senhora das Misericórdias), por motivo de idade e de<br />
doença, o Rev. do P. Carlos Querido da Silva, a quem agradecemos<br />
todo o trabalho pastoral prestado na <strong>Diocese</strong>, fazendo votos de melhor<br />
saúde;<br />
2.0 que nomeamos administrador paroquial da referida paróquia<br />
de Ourém (Nossa Senhora das Misericórdias), nos termos dos<br />
cânones 539-540, e obtida a prévia anuência dos superiores dos Missionários<br />
Monforlinos, o Rev. do P. Dr. Horácio José Segura, SMM;<br />
3.0 que esta provisão oficializa a situação de facto desde há<br />
meses e se manterá em vigor até que seja decidido o contrário;<br />
4.0 que a comunidade paroquial de Ourém (Nossa Senhora<br />
das Misericórdias), com os seus órgãos, movimentos e serviços,<br />
aceitando esta interinidade, colaborará positivamente em toda a<br />
vida paroquial.<br />
<strong>Leiria</strong>, 14 de Janeiro de 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
___ 3
ACTOS EPISCOPAIS _______<br />
DIRECÇÃO DA CASA<br />
DIOCESANA DO CLERO<br />
____________ _<br />
Nomeamos o Padre Benevenuto Santiago Morgado como presidente<br />
da Direcção da Casa Diocesana do Clero de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>,<br />
de acordo com o número 1 do Artigo 7.° dos respectivos Estatutos,<br />
e Assistente Espiritual da mesma Casa, de acordo com o estabelecido<br />
no Artigo 28.° dos mesmos Estatutos e no número 3 do Artigo<br />
6.° do Regulamento Geral, e confirmamos, de acordo com o número<br />
2 do Artigo 7.° dos Estatutos, os restantes membros, eleitos para<br />
os órgãos Directivos, que assim ficam constituídos:<br />
1 - Direcção:<br />
Presidente - Padre Benevenuto Santiago Morgado<br />
Vice-Presidente - Padre António Ramos<br />
Secretário - Padre Augusto Ascenso Pascoal<br />
Tesoureiro - Padre Vítor José Mira de Jesus<br />
Vogal - Padre Luís Inácio João<br />
2 - Conselho Fiscal:<br />
- Padre António Lopes de Sousa<br />
- Padre Virgílio do Rocio Francisco<br />
- Padre José Mirante Carreira Frazão<br />
Expressamos o maior apreço por tudo quanto tem sido feito a<br />
favor da CASA DIOCESANA DO CLERO, e formulamos ardentes<br />
votos para que prossiga diligentemente os seus objectivos estatutários,<br />
como especial Serviço e Bênção para o Clero, e toda a Dio-.<br />
cese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>.<br />
<strong>Leiria</strong>, 14 de Janeiro de 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
4 _______________ ________________<br />
______
CASA DIOCESANA DO CLERO<br />
DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
Preâmbulo<br />
REGULAMENTO GERAL<br />
Os Estatutos da Casa Diocesana do Clero de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
determinam que a instituição tenha um Regulamento Geral, onde<br />
se estabeleçam as condições de admissão dos residentes, as normas<br />
de funcionamento, a organização interna e outras disposições<br />
necessárias ao bom ambiente (art.° 34.°, 1).<br />
Em ordem a cumprir a determinação estatutária e com as finalidades<br />
nela mencionadas, publica-se o presente Regulamento<br />
Geral, aprovado pela assembleia do Clero e confirmado pelo Bispo<br />
Diocesano. Abrange a casa central e as casas geminadas, no que<br />
lhes seja aplicável.<br />
Artigo 1.0<br />
(Destinatários da Casa)<br />
Segundo os seus Estatutos (art." 2,"), a Casa Diocesana do Clero,<br />
daqui em diante designada simplesmente Casa, destina-se a<br />
acolher:<br />
a) - os sacerdotes idosos ou inválidos da diocese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>;<br />
b) - os sacerdotes da mesma <strong>Diocese</strong> que necessitem de repouso<br />
ou de convalescença;<br />
c) - as senhoras, familiares ou empregadas, que acompanharam<br />
algum sacerdote da <strong>Diocese</strong> durante o seu ministério, no serviço<br />
doméstico.<br />
Artigo 2."<br />
(Condições de admissão)<br />
1. Os sacerdotes idosos ou inválidos podem ser admitidos, se<br />
o desejarem e tiverem o consentimento do Bispo diocesano.<br />
2. Os sacerdotes que desejem passar algum tempo na Casa,<br />
para descanso ou convalescença, são admitidos pela Direcção, den-<br />
5
CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
tro das disponibilidades dos quartos existentes, e nas condições<br />
por ela fixadas.<br />
3. As senhoras mencionadas na alínea c) do artigo 1.' que, na<br />
vigência dos anteriores Estatutos da Casa, eram membros equiparados<br />
a benfeitores ou a contribuintes, se houver disponibilidades<br />
na Casa, serão admitidas, desde que o peçam, tenham continuado<br />
a contribuir para ela com pelo menos 3% dos seus rendimentos mensais<br />
e não possam ser assistidas pelos seus familiares.<br />
4. Outras senhoras, abrangidas pela mesma alínea c) do dito<br />
artigo, podem ser admitidas, se houver disponibilidades na Casa,<br />
desde que o peçam e reúnam as seguintes condições:<br />
a) terem prestado serviço por um período de pelo menos dez<br />
anos e não o terem cessado por sua livre vontade;<br />
b) terem sido consideradas inválidas para o trabalho ou estarem<br />
reformadas pela Segurança Social;<br />
c) não poderem ser assistidas pelos seus familiares;<br />
d} entregarem uma jóia equivalente a 30% dos seus rendimentos<br />
nos últimos doze meses;<br />
e} terem o consentimento do Bispo diocesano, sob proposta da<br />
Direcção.<br />
5. Por razões de caridade cristã, em circunstâncias extraordinárias,<br />
bem ponderadas pela Direcção, com o consentimento do<br />
Bispo Diocesano, podem ser admitidos outros familiares ou empregadas<br />
dos sacerdotes.<br />
6. Para serem admitidos, os interessados ou quem os apresenta,<br />
se eles o não poderem fazer por si mesmos, comprometem<br />
-se a contribuir para a subsistência da Casa, segundo o estipulado<br />
no presente Regulamento, e a colaborar na manutenção de um bom<br />
ambiente para todos.<br />
Artigo 3.'<br />
(Processo para a admissão)<br />
1. O p<strong>ed</strong>ido, escrito por si ou por outrem, é dirigido à Direcção<br />
da Casa.<br />
2. A Direcção estuda a situação da pessoa em causa, informa<br />
e consulta o Bispo Diocesano e dá uma resposta justificativa.<br />
6 ______________________________________ _
CASA DiOCESANA DO CLERO DE LEIRIA.FATIMA<br />
3. Ao ser admitida na Casa para nela residir estavelmente, a<br />
pessoa em causa deverá obrigatoriamente:<br />
a) dispor, por forma legal, do destino dos bens que possuir à<br />
data do seu falecimento, nomeadamente dos que, nessa data, se<br />
encontrarem na Casa;<br />
b) fazer o inventário dos bens que leva para a Casa e entregar<br />
cópia à Direcção, assinada por ambas as partes; em caso de incapacidade<br />
do requerente, a Direcção providenciará no sentido de<br />
ser feito por quem o representa; neste caso, o inventário será assinado<br />
por quem o elaborou, por um membro da Direcção e por<br />
uma testemunha;<br />
c) quando houver alterações no património da pessoa, o inventário<br />
será actualizado.<br />
4. Se o sacerdote p<strong>ed</strong>iu para ir para uma casa geminada, ao<br />
entrar nela, entregará o inventário como ficou dito no número anterior<br />
e assinará, com um membro da Direcção, um outro referente<br />
ao património existente na casa.<br />
Artigo 4.'<br />
(Contributo dos residentes)<br />
L Os residentes podem encontrar-se em situação normal ou<br />
com necessidade de cuidados continuados.<br />
a) Está em situação normal a pessoa cuja dependência seja<br />
mínima.<br />
b) É considerada em situação de cuidados continuados a<br />
pessoa que está muito dependente ou se encontra habitualmente<br />
acamada.<br />
c) Cabe à Direcção, com base no parecer do médico assistente<br />
da pessoa em causa, decidir quando é que esta passa à situação<br />
de cuidados continuados.<br />
2. Os sacerdotes residentes, em situação normal, contribuem<br />
para a Casa com o mesmo que está fixado para hosp<strong>ed</strong>agem a todos<br />
os sacerdotes da <strong>Diocese</strong>, ao abrigo do Estatuto Económico do<br />
Clero.<br />
7
CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
3. Os sacerdotes residentes, em situação de cuidados continuados,<br />
contribuem com 66,5% da remuneração fIxada pela <strong>Diocese</strong> para<br />
os sacerdotes e com a totalidade do subsídio de grande invalidez.<br />
a} Os que se encontram na situação mencionada e se pronunciaram<br />
pela manutenção dos direitos adquiridos enquanto membros<br />
benfeitores ou contribuintes, ao abrigo dos Estatutos anteriores, beneficiam<br />
de uma r<strong>ed</strong>ução, conforme consta no anexo 1.<br />
4. As senhoras residentes, em situação normal, contribuem<br />
com 66,5% do total de pensões e subsídios que recebam.<br />
5. As senhoras residentes, em situação de cuidados continuados,<br />
contribuem com 80% do total de pensões e subsídios que recebam<br />
e com a totalidade do subsídio de grande invalidez.<br />
a} As senhoras que se encontram na situação mencionada e<br />
se pronunciaram pela manutenção dos direitos adquiridos enquanto<br />
membros equiparados a benfeitores ou contribuintes, ao abrigo<br />
dos Estatutos anteriores, benefIciam de uma r<strong>ed</strong>ução, conforme<br />
consta no anexo 2.<br />
6. O contributo dos utentes por outros serviços ou actividades<br />
da Casa, nomeadamente os mencionados no artigo 3.° dos Estatutos,<br />
serão fIxados pela Direcção, tendo em conta os custos dos mesmos<br />
e as possibilidades reais das pessoas que deles benefIciam.<br />
7. Osacerdote residente numa casa geminada contribui para<br />
a Casa, com o valor que for acordado com a Direcção relativo às<br />
despesas de água, electricidade e telefone, no caso de serem fornecidos<br />
pela instituição.<br />
a} O sacerdote que habita numa casa geminada é responsável<br />
por mantê-la em boas condições.<br />
b} A realização de qualquer obra de conservação é da competência<br />
da Direcção. Esta só suporta despesas feitas pelo residente,<br />
quando previamente concordou com elas.<br />
c} O sacerdote ou a sua familiar ou empregada que fIcar em<br />
necessidade de cuidados continuados, em princípio, passa para a<br />
casa central, a fIm de poder Ter a assistência da mesma. Nesse caso,<br />
contribui para a Casa em conformidade com o número deste artigo<br />
que lhe seja aplicável.<br />
8 ______________________ _____________________
CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA·FÁTIMA<br />
8. Ocontributo para a Casa diz respeito aos serviços prestados<br />
pela instituição, conforme se menciona no artigo seguinte,<br />
mas não aos m<strong>ed</strong>icamentos, especialidades médicas e a outras<br />
despesas pessoais, que são da inteira responsabilidade dos residentes<br />
e outros utentes.<br />
9. Se o contributo de cada residente for inferior à despesa média<br />
por pessoa, suportada pela Casa, recomenda-se-lhe vivamente<br />
que, segundo as suas posses e com o sentido de justiça e generosidade,<br />
dê um contributo voluntário suplementar.<br />
Artigo 5. '<br />
(Serviços prestados pela Casa)<br />
L Na m<strong>ed</strong>ida em que se justifique e conforme as suas capacidades,<br />
a Casa promoverá as actividades mencionadas no artigo 3.'<br />
dos seus Estatutos.<br />
2. Aos seus residentes, a Casa garante hosp<strong>ed</strong>agem, alimentação<br />
e o apoio possível em ordem ao bem-estar de cada um.<br />
3. A assistência médica e de enfermagem assegurada, incluindo<br />
aos que habitam as casas geminadas, é a que decorre dos contratos<br />
com os profissionais de saúde para o serviço da Casa.<br />
4. A Casa procurará formas de valorização e ocupação dos residentes,<br />
segundo a capacidade e o interesse de cada um.<br />
5. Os residentes, por seu lado, têm a obrigação de colaborar<br />
com os serviços da Casa para o bem-estar comum.<br />
Artigo 6.'<br />
(Organização da Casa)<br />
1. À Direcção incumbe administrar a Casa e definir as orientações<br />
necessárias ao seu bom funcionamento.<br />
2. O governo ordinário da Casa é assegurado por pessoa ou instituição<br />
competente contratada para o efeito. Compete-lhe governar<br />
a Casa, coordenar os diversos serviços das pessoas e suscitar a<br />
colaboração dos residentes, segundo as orientações da Direcção.<br />
9
CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA.FÁTIMA<br />
3. De acordo com o estabelecido no artigo 28.' dos Estatutos, a<br />
Casa tem um assistente espiritual nomeado pelo Bispo diocesano,<br />
com as competências definidas no artigo 8.' deste Regulamento.<br />
Artigo 7.'<br />
(Normas de funcionamento interno)<br />
As normas de funcionamento interno são definidas pela Direcção,<br />
depois de ouvidos residentes e a pessoa responsável pelo governo<br />
ordinário da Casa.<br />
Artigo 8.'<br />
(Assistência espiritual)<br />
1. A assistência espiritual visa ajudar cada um dos residentes<br />
a cultivar a vida espiritual m<strong>ed</strong>iante a liturgia e outro meios<br />
que levem a uma relação com Deus mais intensa e a receber d'Ele<br />
as Suas graças para a própria vida.<br />
2. Compete ao assistente espiritual fazer com que tal serviço<br />
seja adequadamente prestado. Para isso, é importante que resida<br />
na Casa.<br />
3. A missão de assistente espiritual pode ser desempenhada<br />
pelo Presidente da Direcção, nomeadamente se tiver residência na<br />
Casa.<br />
a) Na ausência do sacerdote nomeado, a Direcção pode p<strong>ed</strong>ir<br />
a outro que desempenhe transitoriamente essa missão.<br />
b) Em caso de necessidade urgente, qualquer sacerdote, pode<br />
prestar a assistência espiritual aos residentes da Casa.<br />
Artigo 9.'<br />
(Orçamento e prestação de contas)<br />
A Direcção elaborará, anualmente, dentro dos prazos legais,<br />
um relatório de contas de gerência, bem como o orçamento e programa<br />
de acção para o ano seguinte, submetendo-os ao parecer do<br />
Conselho fiscal.<br />
10
CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
a) Apresentará tais documentos ao Bispo diocesano, para<br />
aprovação, e às autoridades que tutelam a instituição_<br />
b) Deles dará conhecimento ao clero, pela via que julgar mais<br />
conveniente.<br />
Artigo L'<br />
(Inventário)<br />
A Direcção elaborará um cadastro inventário de todos os bens<br />
e valores confiados à Casa, mantê-lo-á permanentemente actualizado<br />
e entregá-lo-á à sua sucessora, sempre que houver mudanças<br />
nos Órgãos Directivos_<br />
Artigo II.'<br />
(Trabalho voluntário)<br />
Segundo as necessidades da Casa, em ordem ao bem-estar e<br />
ocupação útil dos residentes, a Direcção procurará a prestação de<br />
trabalho voluntário por parte de pessoas amigas da Casa. O trabalho<br />
é gratuito, mas pode dar lugar à compensação pelas despesas<br />
de deslocação, dentro de critérios definidos pela Direcção.<br />
ANEXO 1<br />
(Sacerdotes com direito a r<strong>ed</strong>ução)<br />
a) A r<strong>ed</strong>ução referida no artigo 4.', 3. a) é aplicável somente<br />
na situação de cuidados continuados e incide sobre a diferença entre<br />
o valor do contributo determinado no artigo 4.', 3 deste Regulamento<br />
e a quantia anualmente fixada pelo Bispo diocesano para<br />
a hosp<strong>ed</strong>agem dos sacerdotes, segundo o Estatuto Económico do<br />
Clero (cfr RABI, cap. VIl).<br />
b) Têm direito à r<strong>ed</strong>ução na percentagem abaixo mencionada,<br />
os sacerdotes que constam na seguinte tabela nominal definitiva:<br />
ABÍLIO VIEIRA ...__. .................__ .._ . 70%<br />
BENEVENUTO VIEIRA DE OLIVEIRA DIAS . . . . . 15%<br />
JOSÉ MIRANTE CARREIRA FRAZÃO ........_. . 90%<br />
11
CASA DIOCESANA DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
ANEXO 2<br />
(Senhoras com direito de r<strong>ed</strong>ução)<br />
a) A r<strong>ed</strong>ução referida no artigo 4.', 5. A), é aplicável somente<br />
na situação de cuidados continuados e incide sobre a diferença entre<br />
os valores dos contributos determinados nos números 4 e 5 do<br />
mesmo artigo 4.' deste Regulamento.<br />
b) Têm direito à r<strong>ed</strong>ução na percentagem abaixo mencionada,<br />
as senhoras que constam na seguinte tabela nominal definitiva:<br />
MARIA DO CARMO MARQUES . . _ . _ . . . . . . . . . . . 90%<br />
LÍDIA R. FERREIRA . . .. . .. ... _ _ _. . . . . . . . . . . . 20%<br />
VIRGÍLIA GOMES _ . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60%<br />
MARIA DA CONCEIÇÃO VIEIRA. . . . . . . . . . . . . . . 70%<br />
PIEDADE CUNHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10%<br />
Aprovação<br />
O presente Regulamento foi aprovado pela Assembleia do Clero,<br />
presidida pelo Bispo diocesano (cfr Estatutos, art. ' 34. '), em 18<br />
de Novembro de 2002.<br />
<strong>Leiria</strong>, 11 de Novembro de 2002<br />
1 de Maio:<br />
Peregrinação Nacional dos Acólitos a <strong>Fátima</strong>.<br />
Encontro de Dirigentes e Atletas de Clubes Desportivos.<br />
10 de Junho:<br />
Peregrinação das Crianças a <strong>Fátima</strong>.<br />
25 e 26 de Julho:<br />
Peregrinação dos Avós a <strong>Fátima</strong>.<br />
12 __________<br />
__________________________ ____ ___
NORMAS GERAIS<br />
SOBRE O PATRIMÓNIO<br />
CULTURAL<br />
Reconhecendo no património cultural que as gerações prec<strong>ed</strong>entes<br />
nos legaram, tesouros que nos cumpre cuidar e transmitir<br />
às gerações vindouras, enquanto expressão artística e poética da<br />
alma crente das gentes da nossa <strong>Diocese</strong>;<br />
Verificando, na contemplação estética das obras de arte sacra,<br />
um precioso meio para a abertura do homem à transcendência,<br />
e um caminho para o diálogo com a cultura actual que importa<br />
desenvolver;<br />
Desejando que os novos espaços eclesiais e bens móveis sirvam,<br />
cada vez mais, para elevar o espírito humano para os mistérios<br />
sublimes que celebramos, e exprimam, cada vez melhor, a<br />
dignidade e a nobreza da Comunidade reunida em Nome do Senhor;<br />
Havemos por bem determinar quanto se segue:<br />
1. Disposições gerais<br />
1.L Fazem parte integrante do património cultural diocesano<br />
todos os lugares de culto e outros <strong>ed</strong>ifícios ou monumentos, bem<br />
como os bens móveis, relíquias, livros, documentos e outros objectos<br />
com valor histórico, artístico ou devocional, tutelados pelo Bispo<br />
Diocesano;<br />
1.2. Para melhor conservação, estudo e segurança, o património<br />
deve estar inventariado e o inventário actualizado pelas entidades<br />
proprietárias ou depositárias;<br />
1.3. As obras de construção, adaptação, restauro ou beneficiação<br />
dos bens imóveis Ce áreas envolventes) e bens móveis da Dio·<br />
cese, bem como a sua alienação, eventual demolição, c<strong>ed</strong>ência e<br />
empréstimo, só se poderão efectuar depois de autorização p<strong>ed</strong>ida,<br />
e conc<strong>ed</strong>ida por escrito pelo Bispo Diocesano.<br />
2. Intervenção em bens imóveis<br />
A construção de raiz, e restauro de <strong>ed</strong>ifícios ou monumentos<br />
já existentes, ob<strong>ed</strong>ece às seguintes fases:<br />
13
NORMAS GERAIS SOBRE O PATRIMÓNIO CULTURAL<br />
2.1. A entidade promotora define, com apoio qualificado, o programa-base:<br />
memória descritiva e justificativa, levantamento fotográfico<br />
e bases de financiamento; de acordo com a fmalidade da<br />
obra, deve-se atender a critérios de qualidade e simplicidade. Esta<br />
fase termina com a elaboração do estudo prévio;<br />
2.2. Consulta e recolha de contributos para o enriquecimento<br />
do estudo prévio: o sentir da comunidade interessada, o parecer<br />
da Comissão de Arte e Património Cultural e, se necessário, de outras<br />
entidades. Esta fase termina com a elaboração do projecto;<br />
2.3. Apresentação ao Bispo Diocesano de dois exemplares do<br />
projecto com as peças necessárias. Esta fase termina com a recepção<br />
e execução pela entidade promotora, das observações e/ou imposições<br />
da Autoridade Diocesana;<br />
2.4. Depois de obtido o despacho favorável do Bispo Diocesano,<br />
todo O processo será enviado à Autoridade Civil competente,<br />
para licenciamento.<br />
3. Intervenção em bens móveis<br />
3.1. A intervenção em bens móveis e designadamente nas imagens<br />
de maior valor artístico, devocional, ou antiguidade, carece de<br />
autorização, dada por escrito, do Bispo Diocesano (Código de Direito<br />
Canónico, c. 1189);<br />
3.2. O p<strong>ed</strong>ido de intervenção deverá ser acompanhado por um<br />
estudo histórico, memória descritiva e justificativa, levantamento<br />
fotográfico, nota curricular do técnico responsável, estimativa do<br />
custo e do financiamento;<br />
3.3. Os bens móveis de valor artístico sujeitos à tutela diocesana<br />
que não reunam as condições mínimas de segurança, conservação<br />
e visita, devem ser confiados, a título de depósito, ao Museu<br />
Diocesano.<br />
4. Acompanhamento dos trabalhos<br />
4.1. Os trabalhos previstos nos pontos anteriores serão acompanhados<br />
pela Comissão; caso ocorram alterações relativamente ao<br />
que tiver sido autorizado, serão suspensos pelo Bispo Diocesano;<br />
14 __________________________________________ ___
NORMAS GERAIS SOBRE O PATRIMÓNIO CULTURAL<br />
4.2. Na eventualidade de se descobrirem achados de valor arqueológico,<br />
artístico ou devocional, as obras deverão ser im<strong>ed</strong>iatamente<br />
suspensas nesse sector e o facto deverá ser comunicado com<br />
toda a diligência ao Bispo Diocesano.<br />
5. Documentação arquivística<br />
5.1. Toda a documentação respeitante à <strong>Diocese</strong> e às paróquias<br />
será guardada com o maior cuidado (c. 486); em todas as paróquias<br />
e nas outras instituições da Igreja, deverá haver um cartório ou arquivo<br />
de livros (breviários, leccionários ... ) e de outros documentos,<br />
a tratar conforme o disposto no c. 535 § 4 e 5;<br />
5.2. As espécies arquivísticas sujeitas à tutela diocesana que<br />
não estiverem em condições mínimas de segurança, conservação e<br />
consulta, devem ser confiadas, a título de depósito, ao Arquivo Histórico<br />
Diocesano.<br />
6. Empréstimos<br />
6.1. O p<strong>ed</strong>ido de autorização do empréstimo de espécimes de<br />
valor que fizerem parte do Património Cultural da <strong>Diocese</strong> deve ser<br />
feito pela entidade proprietária ou depositária ao Bispo Diocesano<br />
com sessenta dias de antec<strong>ed</strong>ência, como regra;<br />
6.2. Do p<strong>ed</strong>ido de empréstimo deve constar: se a entidade que<br />
empresta é proprietária ou depositária; quem é a entidade solicitadora<br />
e o motivo justificativo para o empréstimo; a ficha de identificação<br />
com O levantamento fotográfico; a finalidade, a data e o<br />
local do evento; a garantia do seguro e a data da devolução;<br />
6.3. A peça cuja c<strong>ed</strong>ência tenha sido autorizada, só poderá<br />
sair m<strong>ed</strong>iante entrega de um termo de responsabilidade pela entidade<br />
solicitadora e a apresentação da respectiva apólice de seguro<br />
contra todos os riscos à entidade proprietária ou depositária.<br />
7. Alienações<br />
Em matéria de alienação e oneração de bens eclesiásticos dever-se-ão<br />
respeitar escrupulosamente as normas canónicas (cc.<br />
1291 a 1298 e, para relíquias e imagens de grande veneração do<br />
povo, o c. 1190).<br />
15
NORMAS GERAIS SOBRE O PATRIMÓNIO CULTURAL<br />
8. Furtos e danos .<br />
8. 1. A ocorrência de furtos de bens culturais deve ser im<strong>ed</strong>iatamente<br />
participada, de forma oficial, à Autoridade policial e ao<br />
Bispo Diocesano, juntando todos os elementos informativos, designadamente<br />
fotografias e notícias descritivas, que possam ser úteis<br />
para a identificação e recuperação das peças subtraídas;<br />
8.2. A ocorrência de danos em bens culturais, sobretudo se forem<br />
de elevado valor artístico ou devocional deve ser comunicada<br />
ao Bispo Diocesano e, se for o caso, à Autoridade policial.<br />
<strong>Leiria</strong>, 4 de Dezembro de 2002<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
ASSEMBLEIA PLENÁRIA<br />
DOS BISPOS<br />
o porta-voz do Conselho Permanente da<br />
Conferência Episcopal Portuguesa anunciou que<br />
na Assembleia Plenária de 5 a 8 de Maio serão<br />
tratados e publicados três documentos importantes,<br />
a saber:<br />
- Carta pastoral sobre É tica Social.<br />
- Bases para uma Pastoral Vocacional.<br />
- Nota pastoral a propósito do ano europeu<br />
da Pessoa com deficiência.<br />
Os Senhores Bispos terão jornadas de estudo<br />
sobre o Clero, de 23 a 26 de Junho<br />
16 ________<br />
____________ ____________________ __
VIGÁRIO JUDICIAL<br />
E NOTÁRIO DO<br />
TRIBUNAL ECLESIÁSTICO<br />
DA DIOCESE<br />
Havemos por bem<br />
1) nomear, nos termos do direito canónico, e nomeadamente<br />
os cânones 391 e 1420, Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico<br />
da <strong>Diocese</strong> o Reverendo Pe. Dr. Fernando Clemente Varela;<br />
2) nomear, de acordo com os cânones 483-485 e 1437 do Código<br />
de Direito Canónico, Notário do Tribunal Eclesiástico da <strong>Diocese</strong><br />
o Sr. Dr. Ilda Rocha da Silva, que substitui o Reverendo<br />
Cónego José de Oliveira Rosa, que durante muitos anos exerceu<br />
tais funções e que, por razões de idade e de saúde, p<strong>ed</strong>iu para ser<br />
dispensado.<br />
Muito agradecemos a quantos trabalharam e trabalham nesta<br />
Missâo, fazendo votos para que o Tribunal Eclesiástico da <strong>Diocese</strong><br />
de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> seja um bom Serviço de Justiça e Harmonia<br />
na Igreja.<br />
<strong>Leiria</strong>, 21 de Abril de 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
N. R. - O Tribunal Eclesiástico da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
é constituído por dezoito membros, que exercem funções distintas,<br />
especialmente nos processos matrimoniais, que nesta data são 17<br />
"em curso" e 7 em "lista de espera". Funciona no Seminário Diocesano<br />
de <strong>Leiria</strong>, e está aberto ao público, para atendimento geral,<br />
todas as quartas-feiras, das 14.30 às 17 horas.<br />
17
NOTÍCIAS BREVES<br />
• No dia 15 de Março de 2003, após a celebração da Padroeira<br />
da Cidade de <strong>Leiria</strong>, no seu Santuário, foram tornados<br />
públicos os novos Estatutos da Confraria de Nossa Senhora da<br />
Encarnaçãó, de <strong>Leiria</strong>, que foi "erecta nos primórdios da fundação<br />
do Santuário, 1588", A novidade maior é que "nela se podem<br />
inscrever clérigos, leigos e religiosos" (art. 4).<br />
O texto integral dos Estatutos vem neste número do "Órgão<br />
Oficial da <strong>Diocese</strong>", pp. 39-53.<br />
• O Secretariado Permanente do Conselho Presbiteral, na<br />
perspectiva da reunião do Conselho Presbiteral de 16 de Junho<br />
de 2003, enviou a todos os Sacerdotes diocesanos uma "ordem<br />
de trabalho" para reflexão sobre "revigorar a Esperança", que<br />
se situa entre as coordenadas de "Exorto-te a que reacendas o<br />
carisma de Deus que está em ti" (2 Tim. 1, 6) e outra exortação<br />
paulina que diz: "Não apagueis o Espírito, nem desprezeis as<br />
Profecias" (1 Tess. 5, 9).<br />
• O Conselho Pastoral reúne no dia 21 de Junho. A novidade<br />
é que será em <strong>Fátima</strong> e inclui o almoço.<br />
• No dia 26 de Maio será a reunião de Vigários, só de tarde<br />
(das 14.30 às 16.30 horas), pois que de manhã vai ser a assembleia<br />
da Fraternidade Sacerdotal.<br />
É de registar e louvar que a Fraternidade Sacerdotal organizou<br />
uma visita muito significativa à Cartuxa de Évora no<br />
dia 31 de Março.<br />
• No dia 18 de Maio é o encerramento da semana de oração<br />
pelas vocações e o dia é reservado para as Ordenações da<br />
<strong>Diocese</strong>. O Papa João Paulo II faz 83 anos. É também o início<br />
da Semana da Vida.<br />
• O dia 22 de Maio é o aniversário (458 anos) da fundação<br />
da <strong>Diocese</strong>.<br />
• No dia 26 de Julho haverá a ordenação, em <strong>Fátima</strong>, de<br />
três novos Padres Combonianos.<br />
18 __________<br />
______ ____ __________________ ____ ___
CENTENÁRIO<br />
DE D. JOÃO PEREIRA VENÂNCIO<br />
Tendo presente que ocorre no dia 8 de Fevereiro de 2004 o<br />
centenário do nascimento de D. João Pereira Venâncio, que foi Bispo<br />
desta <strong>Diocese</strong>, achamos por bem recordar a Pessoa e a sua obra<br />
pastoral na <strong>Diocese</strong>, nomeadamente nas vertentes da Formação<br />
Sacerdotal, da Educação e da Mensagem de <strong>Fátima</strong>, e para o efeito<br />
nomeamos a seguinte Comissão promotora, que oportunamente<br />
publicará os objectivos e o programa:<br />
Padre Doutor Augusto Ascenso Pascoal,<br />
Padre Dr. Joaquim Rodrigues Ventura,<br />
Padre Joaquim de Jesus João,<br />
Cónego Dr. Luciano Coelho Cristino,<br />
Padre Luís Kondor,<br />
Padre Dr. Manuel Armindo Pereira Janeiro,<br />
Dr. Tomás Oliveira Dias.<br />
Que as Comemorações sejam providencial ocasião de recordar<br />
e reforçar a caminhada cultural da Igreja e da Soci<strong>ed</strong>ade.<br />
<strong>Leiria</strong>, 21 de Abril de 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
N. R. - D. João Pereira Venâncio nasceu no dia 8 de Fevereiro<br />
de 1904. Foi ordenado sacerdote em Roma, no dia 21 de Dezembro<br />
de 1929.<br />
Bispo auxiliar de D. José Alves Correia da Silva, desde 1954,<br />
a quem suc<strong>ed</strong>eu em 1958. Faleceu no dia 2 de Agosto de 1985.<br />
19
NOTÍCIAS BREVES<br />
• o animador diocesano da pastoral missionária reuniu<br />
com o Colégio de Consultores e falou da hipótese de geminação<br />
(ou protocolo de cooperação) entre a nossa <strong>Diocese</strong><br />
e a <strong>Diocese</strong> de Novo R<strong>ed</strong>ondo ou Sumbe, Angola.<br />
O Colégio de Consultores voltará a reunir no dia 17 de<br />
Outubro.<br />
• O Vigário Episcopal para os Religiosos, Pe. Joaquim<br />
Duarte P<strong>ed</strong>rosa, retomou as suas funções, iniciando a visita<br />
canónica às comunidades religiosas de <strong>Fátima</strong>.<br />
• O tema/projecto do Diaconado Permanente vai ser<br />
reactivado.<br />
• Reuniu o Conselho de R<strong>ed</strong>acção do " Ó rgão Oficial" da<br />
<strong>Diocese</strong>s, que está a ser revisto.<br />
• Está em preparação o arquivo diocesano; o inventário<br />
arquivístico em curso encontra-se em bom andamento.<br />
O plano de obras no seminário, para s<strong>ed</strong>e de centro diocesano<br />
pastoral prevê novas instalações.<br />
• A casa episcopal sofreu obras de consolidação e reparação<br />
que custaram cerca de 50 mil euros; os espaços do imóvel<br />
do paço antigo já estão à venda e em parte em uso.<br />
• A casa do Terreiro foi destinada para a pastoral da cidade;<br />
existe um projecto e espera-se que quanto antes entre<br />
em execução; será um pólo forte para a pastoral escolar<br />
e juvenil.<br />
20 ____________<br />
____ ______________ __ ____ ____ __
COMUNICADO<br />
DO CONSELHO PRESBITERAL<br />
o Conselho Presbiteral da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> reuniu<br />
-se em sessão ordinária, em 10 de Fevereiro, com o objectivo primeiro<br />
de reflectir sobre a vida dos padres da diocese.<br />
Na introdução aos trabalhos, o nosso bispo, D. Serafim, leu alguns<br />
extractos dos documentos da Igreja "O Presbítero, pastor e<br />
guia da comunidade local" (instrução da Congregação para o Clero)<br />
e "Eucaristia - Luz e Vida do novo milénio" (preparatório do<br />
Congresso Eucarístico de 2004, Gualajara, México), salientando,<br />
por um lado, a consciência do padre na sua pertença e missão na<br />
Igreja particular ou local (diocese, paróquia) e, por outro, a centralidade<br />
da Eucaristia na sua vida pessoal como fonte de caridade<br />
fraterna.<br />
Com base num documento interno deste Conselho, foi feita<br />
um primeira debate livre, ao qual se seguiu o diálogo e trabalho<br />
por grupos, sobre a realidade pessoal dos padres diocesanos, sua<br />
espiritualidade e vida comunitária, missão e acção pastoral, relação<br />
com o presbitério e com os leigos, interacção com os homens do<br />
nosso tempo e com os acontecimentos do mundo.<br />
Será enviada aos círculos vicariais uma síntese deste debate<br />
que, após análise e reflexão, farão chegar ao Conselho Presbiteral<br />
os seus relatórios através dos respectivos representantes, que os<br />
apresentarão na reunião do próximo 16 de Junho, para estudo e encaminhamento<br />
para a pastoral diocesana.<br />
Desta sessão ressalta a interpelação ao presbitério e a todos<br />
os leigos da diocese, particularmente os já corresponsabilizados na<br />
pastoral, a descobrir e valorizar o ver.adeiro lugar do padre como<br />
testemunha, pastor e irmão entre irmãos, ultrapassando a inadequada<br />
imagem do funcionário e executor de actos religiosos.<br />
o Secretariado Permanente<br />
21
NOTÍCIAS BREVES<br />
• Continua aberta ao público a exposição "Martírios<br />
dos Santos", na igreja de S. P<strong>ed</strong>ro, <strong>Leiria</strong>. Tem o patrocínio<br />
da Comissão Diocesana Justiça e Paz.<br />
• Foi inaugurado em Abril o Centro Local de Apoio ao<br />
Imigrante (CLA!), resultante de um protocolo entre a Associação<br />
de Apoio ao Cidadão Imigrante (AMIGRANTE) e o<br />
Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas<br />
(ACIME). Funciona no Centro Associativo Municipal, de<br />
<strong>Leiria</strong>.<br />
• A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de <strong>Leiria</strong><br />
tem um amplo projecto para o velho hospital D. Manuel<br />
de Aguiar. Uma licenciada em história está a preparar a tese<br />
de doutoramento sobre "<strong>Leiria</strong> e a sua Misericórdia na<br />
Época Moderna (séc. XVI-XVIII)".<br />
• O Centro de Formação e Cultura prepara para 20<br />
de Junho uma grande jornada sobre Tomás More e a vida<br />
política, com a participação do Dr. Marcelo Rebelo de<br />
Sousa.<br />
Recomenda-se a leitura da Nota Doutrinal da Congregação<br />
para a Doutrina da Fé sobre algumas questões relativas<br />
ao empenhamento e ao comportamento dos católicos<br />
na Vida Política.<br />
• Em Abril a Associação Académica da Universidade<br />
Católica, em <strong>Leiria</strong>, realizou no IPJ uma jornada sobre "O<br />
Fundamentalismo Religioso na Era da Globalização".<br />
Participaram os Drs.: Gil Pereira, João Lázaro, Sérgio<br />
Ribeiro, Jorge Costa, Abílio Lisboa, Jorge Guarda, Sheik<br />
Munir e Esther Mucznik.<br />
22
CRISMAS NA DIOCESE<br />
DE LEIRIA-FÁTIMA<br />
DE MAIO A AGOSTO DE 2003<br />
Maio<br />
17 de Maio<br />
18 de Maio<br />
24 de Maio<br />
25 de Maio<br />
31 de Maio<br />
15.00 h - Alqueidão da Serra<br />
15.00 h - Pataias<br />
17.00 h - Alp<strong>ed</strong>riz<br />
15.00 h - Barosa<br />
17.00 h - Batalha<br />
18.00 h - Minde<br />
Junho<br />
1 de Junho<br />
7 de Junho<br />
8 de Junho<br />
14 de Junho<br />
15 de Junho<br />
15.00 h - Amor<br />
17.00 h - Caranguejeira<br />
18.00 h - Marrazes<br />
10.00 h - Sé<br />
16.00 h - Mira de Aire<br />
15.00 h - Parceiros<br />
17.00 h - <strong>Fátima</strong><br />
11.30 h - Atouguia<br />
15.30 h - A,oia<br />
17.30 h - Boavista<br />
21 de Junho 15.30 h - Ourém (N. " Sr. " da Pi<strong>ed</strong>ade)<br />
18.00 h - Arrabal<br />
23
CRISMAS NA DIOCESE DE LEIRIA·FÁTIMA<br />
22 de Junho<br />
28 de Junho<br />
29 de Junho<br />
15.00 h - Coimbrão<br />
17.00 h - Monte R<strong>ed</strong>ondo<br />
15.00 h - Maceira<br />
18.00 h - Barreira<br />
16.00 h - Pousos<br />
18.00 h - Bidoeira<br />
Julho<br />
5 de Julho<br />
6 de Julho<br />
13 de Julho<br />
20 de Julho<br />
27 de Julho<br />
15.00 h - Porto de Mós<br />
19.00 h - Vieira de <strong>Leiria</strong><br />
11.00 h - Milagres<br />
15.00 h - Cortes<br />
17.00 h - Reguengo do Fetal<br />
15.00 h - Ortigosa<br />
17.00 h - Souto da Carpalhosa<br />
08.30 h - Santa Eufémia<br />
15.00 h-S. Simão de Litém<br />
17.00 h - Olival<br />
15.00 h - Carnide<br />
Agosto<br />
2 de Agosto<br />
18.30 h - St. " Catarina da Serra<br />
<strong>Leiria</strong>, 15 de Abril de 2003.<br />
N. R. - Muito se recomenda a leitura e o seguimento de "O<br />
Sacramento da Confirmação - Orientações Pastorais", opúsculo de<br />
24 páginas, com data de 17 de Janeiro de 2002; muito útil também<br />
para catequistas, padrinhos e <strong>ed</strong>ucadores.<br />
24 __________________________________________ ___
MENSAGEM EPISCOPAL<br />
PARA A QUARESMA 2003<br />
"AJUDAR AS FAMÍLIAS<br />
COM PESSOAS DEFICIENTES"<br />
L A religiosidade humana não é cegueira nem ópio, mas luz<br />
e bálsamo para dar razões à vida. Por sua vez, a fé cristã é algo<br />
mais, pois revela e garante o Transcendente.<br />
A Igreja, que tem por missão una a salvação do ser humano,<br />
contribui para tornar mais humana a vida de todos os homens e<br />
mulheres, "difundindo luz e dando mais sentido à vida" (GS,40).<br />
Nos tempos que vivemos, de muitas tensões e algumas agressões,<br />
é urgente fazer uma pausa de reflexão, de reconciliação e de<br />
cura, a fim de encontrarmos a paz de consciência e a harmonia entre<br />
os povos.<br />
A Quaresma 2003 será tempo providencial de revisão de vida,<br />
sempre na perspectiva da Páscoa da Ressurreição!<br />
A celebração pascal percorre um itinerário de 40 dias de preparação<br />
(Quaresma) e 50 dias de festa até ao Pentecostes. O tríduo da<br />
Paixão, Morte e Ressurreição, apesar dos ventos laicizantes que o<br />
transforma em período de férias, é o Centro da Liturgia e da Vida.<br />
2. Para a Quaresma deste ano, o Papa escreveu uma Mensagem,<br />
que desenvolve este tema: "A Felicidade está mais em dar do<br />
que em receber" (Actos, 20, 35). Ao arrepio das tendências e práticas<br />
de uma "cultura do efémero e do h<strong>ed</strong>onismo", João Paulo II<br />
apela à solidari<strong>ed</strong>ade, ao mesmo tempo que elogia a acção generosa<br />
de missionários e voluntários; o egocentrismo é um vírus que esvazia,<br />
atrofia e mata. Quem se abre aos outros em amor fraterno,<br />
encontra Deus. Por isso acrescenta o Papa: "Quem assiste o necessitado<br />
goza sempre da benevolência divina; a Tabita foi salva, e o<br />
Centurião obteve a vida eterna",<br />
3. Durante a Quaresma 2003, na nossa <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong><br />
-<strong>Fátima</strong>, para além das acções/devoções individuais e das cele-<br />
25
MENSAGEM EPISCOPAL PARA A QUARESMA 2003<br />
brações penitenciais colectivas, teremos, pela 72.a vez, a Peregrinação<br />
a <strong>Fátima</strong>, que será, como já é hábito, no 5." Domingo da<br />
Quaresma, 6 de Abril. O tema principal vai ser: "celebrar as maravilhas<br />
de Deus", com o intuito de erguer bem alto o estandarte<br />
da Esperança, apontando para dois sinais ou princípios, da Beleza<br />
e da Bondade!<br />
Durante toda a Quaresma e no gesto de peregrinar, queremos<br />
fazer uma Caminhada de revisão e de renovação, em espírito sinodal,<br />
assumindo conscientemente os compromissos e os valores. Em<br />
consonância, apelarnos ao aperfeiçoamento ou ascese, e à partilha<br />
ou comunhão. No ser e no ter. No dar e receber.<br />
Mais concretamente propomos uma alimentação mais simples,<br />
e a eventual renúncia a coisas supérfluas, a começar pelas<br />
que podem ser nocivas, como a droga, o tabaco, o álcool, etc .. O<br />
que não se gastar nestas "coisas" é lucro a dobrar. A renúncia pode<br />
melhorar a saúde, e a partilha pode gerar fraternidade e alegria<br />
recíproca.<br />
É muitas vezes em pequenos gestos de solidari<strong>ed</strong>ade que podemos<br />
saborear e testemunhar que "a felicidade está mais em dar<br />
do que em receber".<br />
4. No ano transacto o apuramento final do contributo penitencial<br />
e da renúncia quaresmal foi de 59.580 euros, dos quais 50%<br />
foram para aj udar a construir em Timor Leste uma maternidade/escola.<br />
No presente 2003, ano europeu das pessoas com deficiências,<br />
a mesma percentagem será entregue à Caritas diocesana, a fim de<br />
apoiar acções a favor de famílias com pessoas nessa condição de<br />
deficiência. Recomendamos aos Sacerdotes que exponham e expliquem<br />
o sentido penitencial da Quaresma.<br />
Fazemos votos, desde já, de santa Páscoa.<br />
<strong>Leiria</strong>, 24 de Fevereiro 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
26
OFERTÓRIOS EFECTUADOS<br />
NO SANTUÁRIO DE FÁTIMA<br />
o Serviço de Administração do Santuário de <strong>Fátima</strong> divulgou<br />
os totais dos ofertórios efectuados no Santuário de <strong>Fátima</strong>, durante<br />
o ano de 2002.<br />
Alguns destes ofertórios foram destinados a obras de solidari<strong>ed</strong>ade<br />
e a causas humanitárias, como já demos notícia, na <strong>ed</strong>ição<br />
de Dezembro de 2002 da "VOZ da <strong>Fátima</strong>». Agora, a esses montantes<br />
juntam-se os que são destinados a obras da Conferência Episcopal<br />
Portuguesa, da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> e os totais das<br />
caixas de ofertas existentes na Basílica do Rosário.<br />
Assim no ano transacto, foi ofertada no Santuário, conforme<br />
quadro anexo, a soma de 333.277,95 .<br />
DESCRIÇÃO<br />
Dia dos Seminários ................... .<br />
Caixa de ofertas para o Seminário . ...... .<br />
Universidade Católica . ................ .<br />
Comunicações Sociais da Igreja ......... .<br />
Cáritas . ............................ .<br />
Crianças do Meganistão . .............. .<br />
Contributo Penitencial ................ .<br />
Lugares Santos ...................... .<br />
Crianças da Guiné . ................... .<br />
Missões . ............................ .<br />
Timor .............................. .<br />
Caixa para as crianças de Moçambique . .. .<br />
Campanha "Fome em Angola" .......... .<br />
Dia da <strong>Diocese</strong> . ...................... .<br />
Migrações . .......................... .<br />
Cadeira de S. P<strong>ed</strong>ro . .................. .<br />
VALOR<br />
7.104,79 €<br />
13.868,49 €<br />
5.517,81 €<br />
19.032,30 €<br />
6.682,37 €<br />
4.691,92 €<br />
14.789,96 €<br />
1.305,52 €<br />
4.916,82 €<br />
30.680,92 €<br />
1.709,61 €<br />
70.922,56 €<br />
99.251,51 €<br />
21.104,96 €<br />
18.722,34 €<br />
12.976,07 €<br />
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 333.277,95 €<br />
27
CENTENÁRIO DO<br />
NASCIMENTO DO CÓNEGO<br />
JOSÉ GALAMBA DE OLIVEIRA<br />
Decorre no ano corrente o centenário do nascimento do Cón.<br />
José Galamba de Oliveira. Por se tratar de um dos mais ilustres<br />
filhos da <strong>Diocese</strong>, restaurada em Janeiro de 1918, o Senhor Bispo,<br />
D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, achou por bem dar relevo especial<br />
a este evento nomeando uma Comissão Central para organizar<br />
as comemorações a efectuar. Essa Comissão foi constituída<br />
por personalidades de reconhecido mérito que o conheceram e com<br />
quem privaram nas diferentes actividades a que se d<strong>ed</strong>icou em vida,<br />
como Apóstolo, Educador e Escritor.<br />
Em reunião havida para o efeito foram agendados alguns actos<br />
comemorativos a efectuar durante o ano.<br />
Assim, no dia 8 de Fevereiro de 2003, às 16 horas, ficou marcada<br />
a abertura solene das comemorações na Sé de <strong>Leiria</strong> seguida<br />
de uma sessão comemorativa, na aula magna do Seminário Diocesano.<br />
No dia 16 de Fevereiro seguinte, data do seu Baptismo, na<br />
igreja paroquial do Olival, uma celebração litúrgica, com romagem<br />
ao cemitério.<br />
No dia 17 de Maio, na Escola de Formação Social Rural de<br />
<strong>Leiria</strong> (Quinta do Amparo, Marrazes), uma sessão solene, com a<br />
abertura duma exposição, que será repetida na <strong>Fátima</strong>, no mês de<br />
Setembro.<br />
As comemorações encerrar-se-ão com um Colóquio nos dias<br />
26 e 27 de Setembro de 2003, no Centro Pastoral de Paulo VI do<br />
Santuário da <strong>Fátima</strong>, subordinado ao tema "CÓNEGO JOSÉ GA<br />
LAMBA DE OLIVEIRA (1903-1984) - UM HOMEM, UMA<br />
OBRA, UMA EPOCA", com programa a publicar oportunamente.<br />
Foi também decidido mandar cunhar urna m<strong>ed</strong>alha comemorativa<br />
e <strong>ed</strong>itar um desdobrável em que se publica uma biografia<br />
sumária do homenageado, o programa das comemorações, a<br />
constituição das Comissões de Honra e Central e excertos de escritos<br />
seus e sobre si.<br />
Nas linhas que se seguem traçamos, emjeito de memória, alguns<br />
dados biográficos do Cón. José Galamba de Oliveira.<br />
28
CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO CON. JOSÉ GALAMBA<br />
Nasceu no dia 4 de Fevereiro de 1903, no lugar de Aldeia Nova,<br />
freguesia do Olival, concelho de Ourém. Feita a instrução primária<br />
no Olival, entrou no Seminário Patriarcal de Santarém em<br />
1914. Em 1919, após o curso de preparatórios, ingressou na Pontifícia<br />
Universidade Gregoriana de Roma, concluindo o doutoramento<br />
em Filosofia em 1922. Obtendo o bacharelato em Teologia<br />
e Direito Canónico, interrompeu os estudos por motivos de saúde<br />
em 1924 e regressou a Portugal. Veio a concluir o curso teológico,<br />
já no Seminário de <strong>Leiria</strong>, em 1926.<br />
Foi ordenado presbítero na Sé de <strong>Leiria</strong> em 11 de Julho de<br />
1926 por D. José Alves Correia da Silva, celebrando a Missa nova<br />
na Cova da iria, no dia 13.<br />
A partir deste momento, foi a sua vida, durante mais de meio<br />
século, uma doação permanente ao serviço da <strong>Diocese</strong> e da Igreja.<br />
Antes de mais, como professor e prefeito no Seminário, alargando<br />
a sua docência a outras escolas de <strong>Leiria</strong>. Depois, como dinamizador<br />
da Acção Católica, Escutismo, Imprensa Regional. Fundador<br />
do semanário "A Voz do Domingo" em 19 de Março de 1933, foi nesta<br />
tribuna que a sua pena mais se fez notar em múltiplos escritos:<br />
missão da Igreja, funções a desempenhar pela Acção Católica, defesa<br />
dos valores e princípios cristãos que deveriam informar a soci<strong>ed</strong>ade<br />
do seu tempo, e outros temas.<br />
Em 1943 foi nomeado Cónego capitular da Sé de <strong>Leiria</strong>, e Monsenhor<br />
em 1983. Além disso, desde muito c<strong>ed</strong>o esteve atento aos<br />
acontecimentos da Cova da Iria. Assim, procurou estudá-los e divulgou<br />
a Mensagem da <strong>Fátima</strong> através de artigos, ensaios e obras (Fá <br />
tima à Prova, Jacinta, As Aparições da <strong>Fátima</strong>) ou através da<br />
organização de viagens com a imagem da Virgem Peregrina à América<br />
do Norte (1947-48), assumindo, ademais, à presidência nacional<br />
do Exército Azul.<br />
Fundou a Escola de Formação Social Rural em <strong>Leiria</strong>, em<br />
1956, tomando a sua direcção durante cerca de três décadas, contribuindo<br />
deste modo para a promoção e valorização das populações<br />
rurais. Uma das suas últimas grandes iniciativas viria a ser<br />
a organização e direcção da monumental Bíblia Ilustrada, em 7<br />
volumes (1957-1974).<br />
Faleceu em 25 de Setembro de 1984, deixando um exemplo<br />
invulgar de acção e apostolado, que perdurará no tempo.<br />
29
PARA A HISTÓRIA<br />
DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA<br />
No dia 25 de Janeiro, foi apresentado em conferência de imprensa,<br />
no Santuário de Fá tima, o L' tomo do III volume da de <strong>Fátima</strong>,<br />
com o subtítulo Das Aparições ao Processo Canónico (1917-1918).<br />
Estiveram presentes D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo<br />
de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, o reitor do Santuário, Mons. Luciano Guerra, e a Comissão<br />
Científica responsável pela <strong>ed</strong>ição desta obra, presidida pelo vice-reitor<br />
da Universidade Católica Portuguesa, Doutor Carlos Azev<strong>ed</strong>o.<br />
Coube ao director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário, cónego<br />
Luciano Cristina, abrir a conferência e falar dos objectivos e rigor<br />
com que aquela obra foi concebida. O cónego Cristina foi mesmo peremptório<br />
ao afirmar que "não estamos a ocultar nada, nem nenhum documento".<br />
Esta obra contém, para além de inúmeros artigos da imprensa da<br />
época (1917/1918) que constituem o grosso da publicação, fotografias (algumas<br />
das quais inéditas) e estampas e pagelas da época das aparições,<br />
num total de 376 documentos. Anunciou também que a obra estará à venda<br />
ao público, na livraria do Santuário da <strong>Fátima</strong>, ao preço de 23 €.<br />
Para o Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, esta é uma prova da "seri<strong>ed</strong>ade<br />
documental e rigor ético das pessoas que trabalharam neste projecto".<br />
O Doutor Carlos Azev<strong>ed</strong>o, da UCP, nas palavras que dirigiu, deu<br />
a conhecer os novos projectos da Comissão Científica à qual preside.<br />
Assim, são esperados mais dois volumes desta colecção, que compilarão<br />
toda a documentação sobre a <strong>Fátima</strong>, publicada até 1930 (data<br />
do reconhecimento da autenticidade das aparições pelo Bispo de<br />
<strong>Leiria</strong>). Segundo o vice-reitor da UCP, "a verdade histórica de <strong>Fátima</strong><br />
é a grande razão da existência desta obra".<br />
Espera-se ainda a publicação duma obra a que se dará o título<br />
de l'<strong>Fatima</strong>e Monumenta Historica".<br />
O Dr. Jacinto Farias, sacerdote e docente na UCP, membro da<br />
Comissão do Congresso da <strong>Fátima</strong> sobre o Sacrificio, em 2001, anunciou<br />
que as actas desse congresso (um volume de 700 páginas) serão<br />
publicadas em breve, pois a sua impressão já está a decorrer. Anunciou,<br />
também, a realização dum novo congresso, em Outubro deste<br />
ano, que será subordinado ao tema "Santuários - Lugares de experiências<br />
do sagrado". Abriu a hipótese de este assunto ser tratado a<br />
nível inter-religioso, com a presença doutras religiões.<br />
Sérgio Carvalho in "A Voz do Domingo"<br />
30
EQUIPAS DE NOSSA SENHORA<br />
Entre os movimentos existentes actualmente na Igreja está<br />
o das Equipas de Nossa Senhora. Na diocese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> conta<br />
com 27 equipas, cada uma delas agregando 5 a 7 casais. Fundado<br />
em 1939, em França, pelo padre Henri Caffarel e quatro<br />
jovens casais, visa o desenvolvimento da espiritualidade conjugal<br />
e familiar sobre a base do sacramento do matrimónio. Está hoje difundido<br />
em mais de quarenta países, envolvendo muitos milhares<br />
de casais. Há poucos anos, jovens filhos dos casais do Movimento<br />
deram origem às Equipas Jovens de Nossa Senhora.<br />
Mais do que cultivar uma espiritualidade da pessoa individual,<br />
as Equipas privilegiam a união conjugal do homem e da mulher,<br />
que celebraram e vivem quotidianamente o sacramento do<br />
matrimónio e o amor que m<strong>ed</strong>iante ele foi abençoado e consagrado<br />
por Deus. O casal não permanece fechado sobre si mesmo nem<br />
sequer no âmbito da família a que deu origem. Juntando-se a outros,<br />
formam com eles uma comunidade cristã de casais, que se<br />
reúne mensalmente, para, juntos, escutarem, m<strong>ed</strong>itarem, partilharem<br />
e rezarem. Esta reunião procuram fazê-la em nome e no<br />
amor de Cristo, pelo que se empenham em criar as condições para<br />
que se realize a promessa da Sua presença, vivo onde dois ou<br />
três estão unidos em Seu nome.<br />
O movimento propõe uma espiritualidade conjugal dinâmica<br />
que leve o casal a viver sempre mais profundamente a unidade no<br />
amor em que foram constituídos no matrimónio. Para isso, além da<br />
reunião mensal em equipa e da participação na vida eclesial, incentiva<br />
a oração pessoal, conjugal e familiar, o encontro periódico<br />
dos esposos para a revisão da vida conjugal e familiar, o retiro<br />
anual, para aprofundarem a relação com Deus e outras acções. O<br />
objectivo último a atingir é o mesmo de toda a vocação cristã: a santidade,<br />
aqui a santidade de ambos os cônjuges na sua unidade pelo<br />
matrimónio. O casal empenha-se quotidianamente em procurar<br />
a verdade, a vontade de Deus e o encontro e comunhão. Maria é o<br />
modelo da atitude de acolhimento de Deus na própria vida e de adesão<br />
à vontade divina. Não admira, por isso, que as equipas a tenham<br />
por modelo e façam do seu cântico "o magnificat" a sua oração<br />
pr<strong>ed</strong>ilecta.<br />
___ 31
EQUIPAS DE NOSSA SENHORA<br />
Fazendo caminho juntos, as Equipas não se fecham em si mesmas.<br />
Vivendo de um carisma do Espírito conc<strong>ed</strong>ido para a Igreja,<br />
assumem nesta e no mundo uma missão específica: testemunhar<br />
o amor divino e a santidade na vida matrimonial e familiar. Na<br />
verdade, os casais do movimento empenham-se em difundir junto<br />
de outros casais a espiritualidade conjugal para que eles também<br />
a vivam, ainda que sem aderir às Equipas. Assim dão um<br />
contributo para enriquecer a Igreja, pondo ao serviço desta e do<br />
mundo o dom divino que receberam e do qual vivem. Por isso, colaboram<br />
na constituição de novas Equipas.<br />
A formação de uma nova Equipa passa por um caminho de<br />
descoberta da espiritualidade proposta pelo Movimento e pelo conhecimento<br />
do método que lhes é próprio. Para isso, os casais interessados,<br />
normalmente de comunidades ou paróquias diversas,<br />
são acompanhados por casal piloto ao longo de dez reuniões, onde<br />
vão reflectindo dez temas, partilham a própria vida, conhecem-se<br />
entre si e rezam juntos. A refeição ou outros momentos de convívio<br />
são parte integrante da dinãmica das Equipas. Cada uma destas<br />
é acompanhada normalmente por um sacerdote com a missão<br />
de conselheiro espiritual.<br />
Podem integrar-se no Movimento os casais cristãos que desejem<br />
aprofundar a sua vida espiritual conjugal. Encontram nele<br />
uma ajuda muito preciosa, não apenas espiritual mas também humana,<br />
para si mesmos e para a sua família.<br />
P. Jorge Manuel Faria Guarda<br />
N. R. - O Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar funciona<br />
no Seminário de <strong>Leiria</strong> (telef. 244832760) e tem como<br />
Casal Responsável o Eng.· David José da Silva e D. Lucília<br />
Maria Martins Bernardino, assistido pelo Reverendo Dr. Luís<br />
Inácio João.<br />
32 __________________________________________ ___
72. a PEREGRINAÇÃO<br />
DIOCESANA A FÁTIMA<br />
No passado dia 6 de Abril, vários milhares de cristãos de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>,<br />
acompanhados pelos padres e pelo Bispo Diocesano<br />
D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, participaram na 72." Peregrinação<br />
Diocesana ao Santuário da Cova da Iria.<br />
A peregrinação anual é, segundo o Vigário-Geral da <strong>Diocese</strong><br />
"uma das expressões mais significativas da Igreja Diocesana. Ela<br />
marca a caminhada quaresmal dos fiéis permite-lhes a experiência<br />
da comunhão em Igreja, participando juntos nas mesmas manifestações<br />
de fé, unidos no amor de Cristo e na devoção à Virgem<br />
Maria",<br />
Se em número esta foi uma das maiores peregrinações de<br />
sempre, pode-se dizer que nos objectivos que se pretendiam alcançar<br />
o êxito não foi menor. Os cristãos acolheram o convite para celebrarem<br />
as "maravilhas de Deus",<br />
Pretendeu-se destacar o Ano do Rosário. Foi o primeiro acto<br />
comunitário na manhã do domingo, tendo as vigararias caminhado<br />
para o Santuário enquanto m<strong>ed</strong>itavam os Mistérios Luminosos<br />
do Rosário.<br />
O grande destaque da peregrinação foi para os jovens, particularmente<br />
para os que foram crismados no último ano. Não<br />
só lhes foi dado um lugar de destaque no espaço da celebração<br />
mas também lhes foi p<strong>ed</strong>ida uma colaboração activa na liturgia.<br />
No final, foi entregue a cada um uma mensagem do Bispo D.<br />
Serafim.<br />
Na festa-mensagem, depois do almoço, fez-se a apresentação<br />
do programa do Ano Agostiniano, que vai pôr a <strong>Diocese</strong> de<br />
<strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> a celebrar os 1650 anos do nascimento do seu padroeiro.<br />
Também os jovens aí marcaram presença levando à vasta<br />
plateia as canções que se classificaram nos três primeiros lugares<br />
do Festival Diocesano da Canção Jovem realizado em Fevereiro,<br />
em <strong>Leiria</strong>.<br />
__ ______ __ -----------------------------------<br />
33
NOTÍCIAS BREVES<br />
• Desde a Quaresma até Outubro de 2003, ano do rosário,<br />
duas vezes por semana são Bispos que presidem à recitação<br />
do Terço ou Rosário na capelinha das aparições de<br />
<strong>Fátima</strong>, às 18.30 horas, transmitido pela Rádio Renascença.<br />
É uma iniciativa ou um gesto que tem merecido apreço<br />
e louvor.<br />
• O Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> foi à <strong>Diocese</strong> de La Laguna<br />
(Tenerife), a convite do Bispo local e do Apostolado Mundial<br />
de <strong>Fátima</strong>, no mês de Março, falar da Mensagem de<br />
<strong>Fátima</strong>. Foram três dias que movimentaram muitas pessoas<br />
com manifesto interesse.<br />
• As peregrinações de 12 e 13 a <strong>Fátima</strong> nos meses de<br />
Maio-Agosto de 2003 terão as seguintes presidências: Cardeal<br />
Saraiva Martins, D. Manuel Felício, Cardo Stafford e<br />
Bispo de Cretei!, respectivamente.<br />
Os temas situam-se no âmbito do 3.° mandamento da<br />
lei de Deus.<br />
• O Santuário de <strong>Fátima</strong> <strong>ed</strong>itou o l.0 tomo do 3.° volume<br />
de Documentaçâo Crítica de <strong>Fátima</strong> (1917-1918). Por sua<br />
vez o Centro de Formação e Cultura publicou as actas das<br />
Jornadas da Escola de Formação Teológica de Leigos sobre<br />
"Segr<strong>ed</strong>o de <strong>Fátima</strong>, contornos maternos de uma p<strong>ed</strong>agogia<br />
misericordiosa de Deus Pai", Dois livros recomendados, não<br />
só para arquivo.<br />
• No dia 15 de Abril de 2003 foi o 2: encontro das Igrejas<br />
Cristãs de <strong>Leiria</strong> pela Paz. No Colégio da Cruz da Areia<br />
estiveram cristãos das igrejas Católica, Adventista, Baptista<br />
e da Assembleia de Deus.<br />
O tema baseou-se no Salmo 46, 10, que diz: "Deus acaba<br />
com as guerras até ao extremo da terra". Participou o Orfeão<br />
de <strong>Leiria</strong>.<br />
34 _____________________________________________
MENSAGEM<br />
DO BISPO DIOCESANO<br />
AOS CRISMADOS<br />
JOVEM:<br />
Tens a vida nas mãos, cheia de potencialidades.<br />
Sei que fazes projectos. É bom.<br />
Dispões de tempo. Não o desperdices.<br />
Vives em família e com muitos outros. Nunca estás só.<br />
Podes dar e podes receber. Saber dar faz bem.<br />
Os teus companheiros precisam de ti. Também os mais novos e<br />
mais velhos.<br />
O isolamento exagerado é perigoso.<br />
O activismo excessivo tem graves riscos.<br />
A harmonia é a paz.<br />
És livre. És responsável. A liberdade é direito/dever.<br />
Estás sujeito a tentações. Pensa bem antes de decidires.<br />
Não te precipites.<br />
Nunca te deixes corromper. Ama a verdade.<br />
Respeita a tua dignidade. E dos outros.<br />
O pluralismo do pensamento e da opção é uma riqueza.<br />
A fé religiosa é vital e vivencial.<br />
A oração aj uda. Em particular, e em grupo.<br />
Quando tiveres problemas, reza mais, e consulta.<br />
Com Esperança.<br />
A tua vida e o teu mundo são complexos. Formam um todo.<br />
Hoje tens mais fácil acesso aos conhecimentos.<br />
És uma pessoa autónoma, mas não independente.<br />
A solidari<strong>ed</strong>ade é um poema bonito que vais escrever.<br />
Não queiras viver solitário, mas ser sempre solidário. No bem.<br />
Aprecia e controla as emoções. Com bom senso.<br />
A vida em comum precisa de ética e de estética.<br />
, Na soci<strong>ed</strong>ade há princípios e regras. De contrário seria anarquia<br />
e caos.<br />
___ 35
MENSAGEM DO BISPO DIOCESANO AOS CRISMADOS<br />
Temos necessidade da família. É um valor.<br />
Deve ser um santuário.<br />
Procura não viveres em constante tensão.<br />
Pratica a reconciliação. Dentro de ti e com os restantes.<br />
Saber perdoar e p<strong>ed</strong>ir perdão é acto de inteligência.<br />
A vida cristã é exigente. Não facilites, nem te desculpes<br />
sem teres examinado a consciência com sinceridade.<br />
Somos iguais e somos diferentes. Ninguém está a mais.<br />
Deves colaborar na escola e no trabalho, para que haja<br />
bom ambiente. Depende de todos. É bom para todos.<br />
Podes e deves ser feliz. E ajudar os outros.<br />
O egoísmo não dá felicidade. Nem segurança.<br />
A retaliação é quase irracional.<br />
Ama a verdade e combate a mentira.<br />
Cultiva a serenidade e a seri<strong>ed</strong>ade. É dom de sab<strong>ed</strong>oria.<br />
Perder a cabeça, é perder o juízo. Não percas.<br />
Lembra-te que o ódio é veneno que intoxica.<br />
O amor sincero é óleo que lubrifica.<br />
Não és uma máquina, mas uma pessoa, que sente e sofre.<br />
Faz bem saber estimar e contemplar a natureza. Há movimentos<br />
juvenis com sensibilidade ecológica.<br />
Exerce bem o direito/dever da cidadania. Tanto a fazer!<br />
Dentro de uma equipa podes ser um elo forte. Se no teu grupo hou·<br />
ver um elo fraco, não lhe digas adeus.<br />
Os talentos e os feitios desiguais podem ser sinfonia.<br />
O diálogo das gerações é meio caminho andado.<br />
A <strong>Diocese</strong> precisa de ti.<br />
Nunca te arrependerás de ser sincero e generoso.<br />
Também saber calar é sab<strong>ed</strong>oria.<br />
Podes e deves ser feliz. E santo.<br />
Rezo por ti. Que Nossa Senhora te proteja!<br />
Teu irmão e pai em Jesus Cristo.<br />
<strong>Fátima</strong>, 6 de Abril de 2003.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILv<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-Fátim,<br />
36 ____________________________________________
ANO AGOSTINIANO<br />
Por iniciativa da Escola de Formação Teológica de Leigos, a<br />
<strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, segundo o seu Director, Pe. Manuel<br />
Armindo Pereira Janeiro, vai "celebrar Agostinho, padroeiro da<br />
<strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>" e "dar a conhecer a riqueza do pensamento<br />
agostiniano", dois dos objectivos do Ano Agostiniano, a decorrer<br />
na diocese de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, de Fevereiro de 2003 a<br />
Novembro de 2004.<br />
Desta iniciativa, que pretende celebrar os 1650 anos do nascimento<br />
de Santo Agostinho e de cujo programa farão parte diversas<br />
actividades, destacam-se as "Jornadas sobre as<br />
Confissões-Itinerário de Agostinho"; "Jornadas sobre património<br />
cultural e raízes espirituais da região" e um "Congresso sobre Santo<br />
Agostinho: o Homem, Deus e a Cidade", de II a 13 de Novembro<br />
de 2004, conforme disse o Pe. Manuel Armindo Pereira Janeiro. E<br />
sublinha: "Sem Santo Agostinho o pensamento cristão e o pensamento<br />
ocidental seriam diferentes",<br />
Para além destas actividades, foram apresentadas em conferência<br />
de imprensa, no dia 4 de Abril, diversas manifestações<br />
artísticas a realizar ao longo do ano, onde se destaca um concurso<br />
de pintura, escultura, poesia, prosa e fotografia, que terá como<br />
tema "Buscar-Te", e "concertos de coros, de órgão, orquestras<br />
e cantata"; "ciclo de teatro sobre o itinerário espiritual"; "exposição<br />
de pintura sobre as Confissões" e "exposição sobre a iconografia<br />
trinitária".<br />
Para que tal seja concretizado, o Pe. Armindo Janeiro salientou<br />
que "j á distribuiu a vários grupos culturais o livro Confissões<br />
de Santo Agostinho". Uma mobilização da Igreja<br />
diocesana e também da soci<strong>ed</strong>ade civil que, segundo o director<br />
do Centro de Formação e Cultura da diocese, "é uma oportunidade<br />
da Igreja dialogar com as pessoas da região e também de<br />
âmbito nacional".<br />
Para além das actividades mais lúdicas, haverá ainda uma<br />
peregrinação sobre os passos de Santo Agostinho na África -Tunísia<br />
e Argélia e a peregrinação à <strong>Fátima</strong>, em 2004, sobre a "Evocação<br />
de Santo Agostinho".<br />
37
NOTÍCIAS BREVES<br />
• Uma emissão especial de oito mo<strong>ed</strong>as de euro foi apresentada<br />
em 10 de Abril no Vaticano. A emissão comemora os 25 anos<br />
de pontificado de João Paulo II e tem como legenda "25 anos de<br />
pontificado de Sua Santidade João Paulo II". As mo<strong>ed</strong>as vaticanas<br />
terão o perfil de João Paulo II com as palavras "Cittá dei Vaticano"<br />
e 12 estrelas. Actualmente já se cunharam 65.000 séries das<br />
mo<strong>ed</strong>as comemorativas, que se venderão a 15 euros cada. Dum lado<br />
da m<strong>ed</strong>alha, de ouro, a efígie do Papa, de mãos postas em atitude<br />
de oração; do outro lado, a imagem de Nossa Senhora de<br />
<strong>Fátima</strong>, sobre a azinheira da Cova da Iria, com a saudação do Anjo<br />
Ave, Maria, gratia plena, Dominus tecUID.<br />
• O Vaticano confirmou no passado dia 11 que João Paulo II<br />
visitará a Croácia, pela terceira vez, de 5 a 9 de Junho de 2003.<br />
Em 25 anos de Pontificado o Papajá cumpriu 98 viagens apostólicas,<br />
sendo que a última ocorreu em Agosto de 2002, na Polónia.<br />
Antes de visitar a Croácia, João Paulo II visitará a Espanha de 3<br />
a 4 de Maio, pelo que em Junho se completarão as 100 viagens<br />
apostólicas. A visita começará na cidade de Rijeka, no Adriático<br />
Norte, e incluirá deslocações às cidades costeiras de Zadar e Dubrov,nik,<br />
bem como a Osijek e Djakovo, no Leste da Croácia.<br />
• O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil da <strong>Diocese</strong><br />
de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> e a XIS - Associação de Jovens da <strong>Diocese</strong> de<br />
<strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>, em colaboração com outros serviços e movimentos<br />
juvenis da <strong>Diocese</strong> organiza um "Concurso de talentos", em que podem<br />
participar os jovens da <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> (15 a 30<br />
anos), nas categorias de Literatura (prosa e poesia) e Artes Plásticas<br />
(pintura, desenho, escultura ou fotografia). Os trabalhos devem<br />
ob<strong>ed</strong>ecer ao tema do concurso, a saber: l'Buscar-Te": A busca<br />
de Deus em Santo Agostinho. Os trabalhos concorrentes devem ser<br />
enviados para o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, Seminário<br />
de <strong>Leiria</strong>, 2414-011 LEIRIA.<br />
• O Secretariado Nacional de Dinamização Bíblica promove<br />
um retiro sobre o tema: «Da Bíblia à Vida". Será de 27 de Julho a<br />
1 de Agosto na Casa dos Padres Capuchinhos, em <strong>Fátima</strong>. No Centro<br />
Paulo VI, em <strong>Fátima</strong>, será o Encontro Nacional de Grupos Bíblicos,<br />
nos dias 28 e 29 de Junho, sobre «A Bíblia e a Vida, ontem<br />
e hoje".<br />
38 __________________________<br />
____________ __
ESTATUTOS<br />
DA CONFRARIA<br />
DE NOSSA SENHORA<br />
DA ENCARNAÇÃO<br />
CAPÍTULO I<br />
Instituição e fins da Confraria<br />
Artigo n.o 1<br />
A Confraria de Nossa Senhora da Encarnação, adiante designada<br />
apenas por Confraria, é uma associação pública de fiéis com<br />
s<strong>ed</strong>e no Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, sito na cidade<br />
de <strong>Leiria</strong>, <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>.<br />
Artigo n.o 2<br />
A Confraria de Nossa Senhora da Encarnação, erecta nos primórdios<br />
da fundação do Santuário (1588) e restaurada por D. José<br />
Alves Correia da Silva com Provisão de 31 de Julno de 1945,<br />
será regida pelos Estatutos que ora se refundem de acordo com a<br />
legislação canónica aplicável.<br />
São fins da Confraria:<br />
Artigo n.O 3<br />
1.0 - Promover o culto à Virgem Maria, Mãe do Filho de Deus,<br />
no Santuário da Padroeira da cidade de <strong>Leiria</strong>;<br />
2.° - Estimular os irmãos à santidade e sufragar os já falecidos.<br />
39
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />
CAPÍTULO II<br />
Dos Irmãos<br />
Artigo n.o 4<br />
A Confraria é uma associação pública de fiéis e nela se poderão<br />
inscrever clérigos, leigos e religiosos que se comprometam a<br />
cumprir o disposto nos presentes estatutos.<br />
Artigo n.O 5<br />
Podem ser admitidos como irmãos, m<strong>ed</strong>iante requerimento<br />
dirigido à Direcção:<br />
1." - os sacerdotes incardinados na <strong>Diocese</strong> de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
ou noutra <strong>Diocese</strong>, desde que se encontrem no exercício das ordens<br />
sacras ou das obrigações das mesmas tenham sido dispensados pela<br />
Santa Sé;<br />
2." - os leigos, que não estejam abrangidos por nenhuma das<br />
situações indicadas no Art. 6.";<br />
3.0 - os religiosos, m<strong>ed</strong>iante aprovação, por escrito, do seu superior.<br />
Artigo n.O 6<br />
Não podem ser admitidos aqueles que:<br />
1." - tiverem rejeitado a fé católica, abandonado a comunhão<br />
eclesial ou incorrido em excomunhão (c. 316, § 1);<br />
2." - tenham manifesto comportamento moral ou religioso indigno<br />
(cc. 915, 1007, 1184, § 1, 3.");<br />
3." - estejam registados ou casados apenas pelo civil ou vivam<br />
publicamente em simples mancebia.<br />
40
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
CAPÍTULO III<br />
Dos direitos e deveres dos Irmãos<br />
São direitos dos irmãos:<br />
Artigo n.o 7<br />
1.0 - participar na Assembleia Geral e noutras reuniões legitimamente<br />
convocadas;<br />
2.° - eleger e ser eleitos para os corpos gerentes, de acordo<br />
com os presentes estatutos;<br />
3.° - ser sufragados pela celebração de duas missas, após o<br />
seu falecimento;<br />
4.° - participar nos sufrágios gerais da Confraria;<br />
5.° - tomar conhecimento das contas e examinar os livros respeitantes<br />
à Confraria.<br />
São deveres dos irmãos:<br />
Artigo n.O 8<br />
1.0 - promover os fins da Confraria, nomeadamente, pelo bom<br />
desempenho dos serviços que lhes forem confiados;<br />
2.° - aceitar os cargos para que forem designados;<br />
3.° - prestar os serviços que legitimamente lhes forem p<strong>ed</strong>idos;<br />
4.° - satisfazer a jóia de entrada e pagar a quota estabelecida.<br />
41
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
CAPÍTULO IV<br />
Da Demissão dos Irmãos<br />
Artigo n." 9<br />
Perdem a qualidade de irmãos aqueles que, depois de legitimamente<br />
admitidos, tiverem incorrido em qualquer das situações previstas<br />
no Art. 6.° ou não pagarem as quotas anuais durante dois anos.<br />
L' - Se de uma situação irregular se tratar, a Direcção convidará,<br />
por escrito, o irmão em causa a aduzir a sua defesa. Passados<br />
15 dias após a notificação, e não tendo o irmão respondido,<br />
a Direcção considerá-lo-á demitido;<br />
2.° - ao irmão demitido assistirá sempre o direito de recurso<br />
para a Assembleia Geral e para o Bispo Diocesano (c. 316 § 2);<br />
3.' - o irmão demitido deixa de pertencer à Confraria e perde<br />
nela todos os direitos e cargos.<br />
CAPÍTULO V<br />
Dos Corpos Gerentes<br />
Artigo n." 10<br />
Fazem parte dos Corpos Gerentes da Confraria:<br />
1.' - Assembleia Geral<br />
2.' - Direcção<br />
3.' - Conselho Fiscal<br />
Artigo n." 11<br />
Segundo uma tradição que remonta às origens, o Bispo Diocesano<br />
é o Presidente da Confraria. Sem prejuízo do que determi-<br />
42 ________________________________________<br />
__
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
nam as normas canónicas aplicáveis, é suficientemente representado<br />
pelo Prov<strong>ed</strong>or, tanto na Direcção como na presidência da Assembleia<br />
Geral.<br />
Artigo n. " 12<br />
Salvo o disposto no Artigo anterior, aos membros dos órgãos<br />
directivos não é permitido o desempenho de mais de um cargo. O<br />
exercício de qualquer cargo por parte dos membros dos Corpos Ge·<br />
rentes é gratuito, podendo, no entanto, justificar-se o pagamento<br />
de despesas dele derivadas.<br />
Artigo n. " 13<br />
Em caso de vacatura de algum dos lugares dos corpos geren·<br />
tes, deve proc<strong>ed</strong>er-se ao preenchimento da vaga verificada para o<br />
mandato em curso, no prazo máximo de um mês, com o irmão mais<br />
votado e não eleito. A verificar-se tal situação, poderão os mem·<br />
bras em exercício reajustar a distribuição das funções de modo a<br />
garantir o melhor funcionamento.<br />
Artigo n. " 14<br />
Os Corpos Gerentes são convocados pelo respectivo Presiden·<br />
te e só podem deliberar com a presença da maioria dos seus ele·<br />
mentos. Nas votações em que estiverem em causa assuntos de<br />
carácter pessoal ou familiar dos membros dos Corpos Gerentes, as<br />
votações serão, obrigatoriamente, por escrutínio secreto.<br />
Artigo n. "'15<br />
Os membros dos Corpos Gerentes são responsáveis, civil e criminalmente,<br />
pelas faltas ou irregularidades cometidas no exercício<br />
do seu mandato.<br />
1.0 - Além dos motivos previstos na lei, os membros dos Corpos<br />
Gerentes ficam ilibados de responsabilidade, quando:<br />
___ 43
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />
a) não tiverem tomado parte nessa resolução e a reprovarem<br />
com declaração na acta da sessão im<strong>ed</strong>iata em que se encontrem<br />
presentes;<br />
b) tiverem votado contra essa resolução e o fizeram consignar<br />
na acta respectiva.<br />
Artigo n.O 16<br />
As actas das reuniões de qualquer órgão de gestão serão sem·<br />
pre lavradas em livro próprio e assinadas pelos membros presentes.<br />
CAPÍTULO VI<br />
Da Assembleia Geral<br />
Artigo n. ° 17<br />
À Assembleia Geral, reunião de todos os irmãos, pertence o<br />
governo da Confraria.<br />
1.0_ Reúne-se ordinariamente duas vezes por ano, em Janeiro<br />
e em Junho;<br />
2.° - reúne-se extraordinariamente sempre que o Prov<strong>ed</strong>or a<br />
convoque, por iniciativa da Direcção, a p<strong>ed</strong>ido do Presidente ou por<br />
requerimento de pelo menos 15% dos irmãos no pleno gozo dos seus<br />
direitos,<br />
Artigo n.o 18<br />
A convocação da Assembleia Geral, quer ordinária quer extraordinária,<br />
deve ser feita, por escrito, pelo Prov<strong>ed</strong>or, com pelo<br />
menos quinze dias de antec<strong>ed</strong>ência,<br />
1.0 - Nela deve constar: dia, hora, local e ordem de trabalhos;<br />
2,° - se for eleitoral, deve enviar-se a cada irmão lista actualizada<br />
dos membros da Confraria;<br />
44 ______________________________________<br />
__ __
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />
3.° - o processo eleitoral será, em cada caso, regulamentado<br />
pela Direcção;<br />
4.° - a convocatória da reunião extraordinária deve ser feita<br />
no prazo de quinze dias após o p<strong>ed</strong>ido ou requerimento, e a reunião<br />
deve realizar-se no prazo de trinta dias, a contar da data da recepção<br />
do p<strong>ed</strong>ido ou requerimento.<br />
Artigo n. o 19<br />
A Assembleia Geral é presidida pelo Prov<strong>ed</strong>or que acoplará<br />
como vogais os restantes membros da Direcção. Se o Presidente <br />
Bispo Diocesano - estiver presente, assumirá a presidência e delegará<br />
no Prov<strong>ed</strong>or ou em outro membro da Direcção, a condução<br />
dos trabalhos.<br />
Artigo n. o 20<br />
Compete à Assembleia Geral deliberar sobre todas as matérias<br />
que ultrapassem as competências da Direcção e não sejam reservadas<br />
ao Bispo Diocesano, sem prejuízo de outras determinações canónicas<br />
aplicáveis. Deve necessariamente:<br />
L' - definir as linhas fundamentais de actuação da Confraria;<br />
2.' - eleger os membros dos Corpos Gerentes, nos termos dos<br />
presentes estatutos;<br />
3.' - apreciar e votar o programa de acção e respectivo orçamento<br />
para o ano seguinte, bem como o relatório de contas da gerência<br />
do ano transacto;<br />
4.' - decidir sobre a aquisição onerosa, alienação a qualquer<br />
título de bens imóveis e de outros quaisquer bens do fundo patrimonial<br />
estável, e sobre actos de administração extraordinária dentro<br />
do estabelecido pela legislação canónica;<br />
5.' - deliberar sobre a actualização dos Estatutos.<br />
45
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
CAPITULO VII<br />
Da Direcção<br />
Artigo n.· 21<br />
o governo ordinário da Confraria é confiado à Direcção, eleita<br />
em Assembleia Geral e confirmada pelo Bispo Diocesano.<br />
1.0 _ A Direcção é composta de três membros: Prov<strong>ed</strong>or, Secretário<br />
e Tesoureiro;<br />
2.° - o mandato da Direcção será de um triénio, podendo este<br />
ser renovado por um segundo triénio consecutivo;<br />
3." - a nova Direcção tomará posse na presença da Direcção<br />
cessante;<br />
4.° - a Direcção reunÍr-se-á ordinariamente uma vez por mês<br />
e sempre que for convocada pelo Prov<strong>ed</strong>or.<br />
Artigo n.· 22<br />
Compete à Direcção, designadamente:<br />
I." - garantir a efectivação dos direitos dos irmãos;<br />
2." - admitir os irmãos que o pretendam e cumpram as condições<br />
exigidas pelos estatutos;<br />
3." - promover a boa administração da Confiaria e de todos os<br />
seus bens;<br />
4." - fazer observar as disposições dos Estatutos e demais determinações<br />
da autoridade eclesiástica;<br />
5." - elaborar anualmente o relatório de contas da gerência<br />
do ano transacto, bem como o orçamento e programa de acção para<br />
o ano seguinte, submetendo-o ao parecer do Conselho Fiscal;<br />
46
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇAO<br />
6.° - enviar, anualmente, ao Bispo Diocesano, para confirmação,<br />
o relatório de actividades e de contas da gerência do ano transacto,<br />
bem como o orçamento e programa de acção para o ano<br />
seguinte;<br />
7.° - representar a Confraria em juízo e fora dele, sendo necessário,<br />
para a representar ernjuízo, a autorização do Bispo Diocesano,<br />
dada por escrito;<br />
8.' - promover, de acordo com o Capelão, as solenidades religiosas<br />
prescritas nos Estatutos;<br />
9.' - sufragar os irmãos, benfeitores e demais devotos falecidos;<br />
lO.' - satisfazer todos os legados pios segundo a vontade dos<br />
benfeitores;<br />
11.' - manter actualizado o inventário do património da Confraria;<br />
12.' - celebrar acordos de cooperação e estabelecer parcerias<br />
com outras entidades para a realização dos fins da Confraria;<br />
13.' - fornecer ao Conselho Fiscal os elementos que este lhe<br />
solicitar para o cumprimento das suas atribuições.<br />
Artigo n.o 23<br />
Para obrigar a Confraria, são necessárias e bastantes as assinaturas<br />
conjuntas do Presidente e de qualquer outro membro da<br />
Direcção.<br />
1.0 - Nas operações financeiras, são obrigatórias as assinaturas<br />
conjuntas do Presidente e do Tesoureiro;<br />
2.' - nos actos de mero exp<strong>ed</strong>iente, bastará a assinatura de<br />
qualquer membro da Direcção.<br />
47
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
Do Presidente e do Prov<strong>ed</strong>or<br />
Artigo n.o 24<br />
o Presidente da Confraria, de acordo com o Art. 11, é sempre<br />
o Bispo Diocesano, o qual será suficientemente representado na<br />
Direcção pelo Prov<strong>ed</strong>or, eleito entre os irmãos sacerdotes.<br />
Artigo n.o 25<br />
Compete ao Prov<strong>ed</strong>or:<br />
1.0 - convocar e presidir às reuniões da Direcção, dirigindo os<br />
respectivos trabalhos;<br />
2.° - assinar a correspondência e ordens de pagamento;<br />
3.' - fazer os despachos de quaisquer requerimentos, depois<br />
de ouvidos os restantes membros;<br />
4.' - representar a Confraria em juízo e fora dele, de acordo<br />
com o fi.o 7 do Art.o 22,°;<br />
5,° - assinar e rubricar os termos de abertura e encerramento<br />
do livro de actas da Direcção;<br />
6.' - despachar os assuntos do exp<strong>ed</strong>iente ordinário e outros<br />
que careçam de solução urgente, sujeitando estes últimos à confirmação<br />
da Direcção, na primeira reunião.<br />
Artigo n.o 26<br />
Na ausência do Prov<strong>ed</strong>or, tomará o seu lugar o Secretário, e,<br />
na falta deste, o Tesoureiro.<br />
48 _____________________________________________
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
Compete ao Secretário:<br />
Do Secretário<br />
Artigo n." 27<br />
L" -lavrar as actas das reuniões da Direcção e da Assembleia<br />
Geral;<br />
2." - preparar, de acordo com o Prov<strong>ed</strong>or, a agenda de trabalhos<br />
para as reuniões da Direcção e da Assembleia Geral, organizando<br />
os processos dos assuntos a serem tratados;<br />
3.' - ter à sua guarda os livros de escrituração da Confraria<br />
e velar pela devida organização dos mesmos;<br />
4.° - receber do seu antecessor e entregar ao sucessor, por inventário,<br />
todos os livros e documentos da Confraria;<br />
5.° - inscrever os irmãos admitidos no respectivo livro e dar<br />
-lhes conhecimento;<br />
6.° - substituir o Prov<strong>ed</strong>or na sua ausência ou imp<strong>ed</strong>imento.<br />
Compete ao Tesoureiro:<br />
Do Tesoureiro<br />
Artigo n." 28<br />
1." - receber e guardar os valores da Confraria;<br />
2.° - promover a escrituração dos livros de receita e despesa;<br />
3.° - assinar as autorizações de pagamento e as guias de receita,<br />
conjuntamente com o Prov<strong>ed</strong>or;<br />
4." - elaborar o Relatório de Contas, segundo o disposto nos<br />
Estatutos.<br />
49
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
CAPÍTULO VIII<br />
Do Conselho Fiscal<br />
Artigo n.O 29<br />
o Conselho Fiscal é constituído por três membros, o Presidente<br />
e dois Vogais.<br />
1.0 - É eleito em Assembleia Geral e confirmado pelo Bispo<br />
Diocesano;<br />
2.° - o seu mandato é de três anos, renovável apenas uma vez.<br />
Artigo n.O 30<br />
Compete ao Conselho Fiscal vigiar o cumprimento da lei e dos<br />
Estatutos da Confraria, sem prejuízo das atribuições canónicas<br />
conferidas ao Ordinário Diocesano. Nomeadamente:<br />
1.0 - exercer vigilância sobre a escrituração e demais documentos<br />
da Confraria, sempre que o julgue conveniente;<br />
2.° - assistir às reuniões da Direcção, sempre que o julgue<br />
oportuno, mas sem direito de voto;<br />
3.° - emitir parecer sobre o relatório das contas de gerência<br />
do ano transacto, bem como sobre o orçamento apresentado pela<br />
,<br />
Direcção;<br />
4.° - dar parecer sobre quaisquer assuntos que a Direcção entenda<br />
submeter à sua apreciação.<br />
Artigo n.O 31<br />
O Conselho Fiscal reunir-se-á anualmente e sempre que for<br />
convocado pelo Presidente.<br />
50 ____ __________________________________ __
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
CAPÍTULO IX<br />
Do Capelão<br />
Artigo n.o 32<br />
o Capelão é o sacerdote a quem o Bispo Diocesano, sob proposta<br />
da Direcção, confia, de modo estável e pelo período de três<br />
anos, o cuidado pastoral do Santuário, Cessará funções com a tomada<br />
de posse da nova Direcção ou quando receber do Bispo Diocesano<br />
um cargo incompatível com o seu múnus no Santuário.<br />
CAPITULO X<br />
Do Património da Confraria<br />
Artigo n.o 33<br />
o património da Confraria é constituído por:<br />
1.0 - bens imóveis: Monte, Santuário, Casa do Cabido e anexos;<br />
2.' - bens móveis: obras de arte, ex-votos e outros valores que<br />
lhe pertencem;<br />
3.' - outros bens que venham a ser adquiridos pela mesma,<br />
através de doações, heranças, legados e demais formas legais.<br />
São receitas da Confraria:<br />
Artigo n.o 34<br />
L' - os rendimentos de bens ou valores do seu património;<br />
2.' - a jóia de entrada e a quota anual dos irmãos, que serão<br />
equivalentes ao estipêndio de uma missa;<br />
51
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
3.' -<br />
as esmolas, ofertas e p<strong>ed</strong>itórios realizados na Igreja, excluindo<br />
os que são consignados;<br />
4.' -<br />
os donativos de entidades públicas ou privadas.<br />
Artigo n.O 35<br />
São despesas da Confraria:<br />
L' -<br />
gratificações por serviços prestados;<br />
2.° - reparação, conservação e valorização do património imóvel<br />
e móvel da Confraria;<br />
3.° - contribuições e outros encargos ordinários;<br />
4.° - taxas prescritas pela Cúria Diocesana.<br />
CAPÍTULO XI<br />
Festividades da Confraria<br />
Artigo n.O 36<br />
São festividades da Confraria, a celebrar com a solenidade<br />
possível:<br />
L' -<br />
a Encarnação do Verbo, a 25 de Março ou noutro dia<br />
mais conveniente, dando graças a Deus pela disponibilidade de<br />
Maria em servir os planos divinos. Neste contexto, importa promover<br />
a cultura da vida, enquanto dom e bênção de Deus;<br />
2.' -<br />
a memória do primeiro milagre, a 11 de Julho, e as<br />
demais graças conc<strong>ed</strong>idas por Nossa Senhora da Encarnação a todos<br />
os devotos;<br />
3.' -<br />
a Assunção de Nossa Senhora, a 15 de Agosto, Padroeira<br />
da cidade de <strong>Leiria</strong>, solenidade que celebra Maria, Mãe de<br />
Jesus, imagem da Igreja, primeiro exemplo da salvação plenamen-<br />
52 ____________________________________ ______ ___
ESTATUTOS DA CONFRARIA DE N. S. DA ENCARNAÇÃO<br />
te realizada e testemunho da sublime vocação de todo o ser humano<br />
à comunhão com Deus (GS 22);<br />
4." - os sufrágios pelos irmãos, benfeitores e demais devotos<br />
falecidos, em Novembro.<br />
Artigo n.O 37<br />
A Direcção, de acordo com o n." 8 do Art. 22, procurará estabelecer<br />
as parcerias necessárias e possíveis com Instituições religiosas,<br />
civis e culturais para a dignificação das festividades do Santuário.<br />
CAPÍTULO XII<br />
Disposições diversas<br />
Artigo n.O 38<br />
Os presentes Estatutos poderão ser alterados por proposta do<br />
Presidente, da Direcção ou de, pelo menos, 15% dos irmãos no pleno<br />
gozo dos seus direitos, aprovada pela Assembleia Geral e confirmada<br />
pelo Bispo Diocesano.<br />
Aprovação<br />
Confirmamos os Estatutos, em 38 Artigos, da Confraria<br />
de Nossa Senhora da Encarnação, de <strong>Leiria</strong>, já aprovados<br />
pela Assembleia Geral.<br />
<strong>Leiria</strong>, 25 de Março de 2003, Solenidade da Anunciação<br />
do Senhor.<br />
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA<br />
Bispo de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
53
NOTÍCIAS BREVES<br />
• No ano 2003 são sacerdotes jubilários:<br />
Pe. Boaventura Domingos Vieira<br />
Cónego Henrique Fernandes da Fonseca<br />
Pe. Manuel Pereira Júnior.<br />
• De 10 a 12 de Outubro será em <strong>Fátima</strong> o Congresso<br />
sobre "O PRESENTE DO HOMEM - O FUTURO DE DEUS.<br />
O LUGAR DOS SANTU Á RIOS EM RELAÇÃO COM O SA<br />
GRADO".<br />
• Na missa crismal concelebraram muitos sacerdotes<br />
diocesanos e dos institutos religiosos.<br />
O Sr. Bispo lembrou os falecidos e os ausentes; estavam<br />
presentes os alunos teólogos; no final da Celebração<br />
houve um convívio no seminário.<br />
• No fim da missa pontifical da Ressurreição, o Sr. Bispo<br />
mandou distribuir aos presentes uma mensagem da Páscoa<br />
e da Paz. Deu, na forma do costume, a Bênção Apostólica<br />
indulgenciada.<br />
• Os 50% do contributo e renúncia quaresmal vão ser<br />
aplicados pela Cáritas a favor das famílias que têm pessoas<br />
com deficiência mental ou motora.<br />
• Consta que está a ser preparado um relatório sobre<br />
a situação económica do Clero diocesano; também se espera<br />
que a nova concordata ajude a clarificar e harmonizar a<br />
situação.<br />
54 _____________________________________________
VIDA ECLESIAL<br />
DOUTOR AUGUSTO ASCENSO PASCOAL<br />
o "<strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong> - Ó rgão Oficial da <strong>Diocese</strong>" congratula-se<br />
com o doutoramento, no dia 19 de Dezembro p. p. , do Padre Augusto<br />
Ascenso Pascoal, na Faculdade de Letras da Universidade<br />
de Coimbra. A sua tese de doutoramento intitulada "Aquiles Estaça,<br />
Humanista e Teólogo" e que se insere no âmbito dos seus estudos<br />
em Língua e Literatura Latina. Foi aprovado pelo júri, por<br />
unanimidade e com distinção e louvor. Entre os muitos amigos,<br />
que quiseram assistir à apresentação da tese, contava-se o Senhor<br />
Bispo D. Serafim.<br />
Recorde-se que o Doutor Pascoal é natural da freguesia do<br />
Souto da Carpalhosa. Frequentou o Seminário Diocesano de <strong>Leiria</strong>,<br />
onde fez os seus estudos preparatórios e filosóficos, licenciou<br />
-se em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e em<br />
Clássicas pela Universidade de Lisboa. Foi Reitor do Seminário<br />
Diocesano de <strong>Leiria</strong> onde leccionou durante vários anos, Director<br />
de "A Voz do Domingo" e Vigário Episcopal para a Cultura.<br />
Actualmente é pároco dos Pousos e lecciona no Pólo de <strong>Leiria</strong> da<br />
Universidade Católica Portuguesa.<br />
NATAL UCRANIANO<br />
EM REGUEIRA DE PONTES<br />
No dia 6 de Janeiro, em Regueira de Pontes, celebrou-se o<br />
Natal dos ucranianos. O local escolhido para esta celebração foram<br />
os espaços paroquiais. A primeira parte decorreu na igreja<br />
paroquial e consistiu na celebração eucarística em rito bizantino,<br />
presidida pelo P. levhen Kolozoc.<br />
Esteve presente mais de uma centena de ucranianos, provenientes<br />
de várias localidades da zona de <strong>Leiria</strong>. A celebração, às<br />
21 horas, durou cerca de hora e meia. A esta festa associaram-se<br />
várias dezenas de paroquianos de Regueira de Pontes. Seguindo<br />
um esquema diferente da missa católica, teve como pontos de contacto<br />
a proclamação do evangelho do Natal e a oração do Pai N osso<br />
nas duas línguas.<br />
55
VIDA ECLESIAL<br />
Impressionou sobremaneira, a quem não está habituado a este<br />
tipo de liturgia, a quantidade de vezes que é feito o sinal da cruz<br />
durante a celebração, o uso frequente do incenso, o canto de quase<br />
todas as orações por parte do presidente, o estar de costas para<br />
a assembleia em muitos momentos, a forma como é distribuída a<br />
comunhão e ainda, entre outros aspectos, a participação dos fiéis<br />
apenas com os cânticos e algumas respostas a partir do seu lugar.<br />
Se a língua e o próprio esquema litúrgico foi uma barreira à<br />
participação dos portugueses, valeu a sua presença como sinal de<br />
união na fé no mesmo Jesus, tanto mais que alguns destes ucranianos<br />
costumam também participar nas nossas celebrações dominicais.<br />
No final foram todos convidados a ir até ao salão paroquial,<br />
onde estava preparado uma pequena refeição de convívio, organizada<br />
pelo Conselho Pastoral Paroquial. Aí continuou a festa, que<br />
se prolongou quase até à meia noite, animada também pelos cantos<br />
em ucranianos e conversas que com maior ou menor dificuldade<br />
se mantiveram.<br />
Via-se nos olhos daquela gente a alegria do encontro de uns<br />
com os outros e sobretudo a vivência duma noite que os aproximou<br />
da sua tão distante terra natal. E não faltaram gestos e palavras<br />
de agradecimento para com a comunidade, devido a este simpático<br />
e natalício gesto de acolhimento para com estes estrangeiros.<br />
O padre levhen Kolozoc, que esteve até ao fim, pôde também<br />
assim manter o contacto com estes seus concidadãos em ordem a<br />
lhes poder dar no futuro maior apoio espiritual. Este padre está entre<br />
nós há dez meses e vive em <strong>Fátima</strong>, sendo a partir dali que dá<br />
apoio aos ucranianos presentes nas dioceses de <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>,<br />
Coimbra e Santarém.<br />
P. Vítor Mira<br />
FORMAÇÃO PERMANENTE DO CLERO<br />
Como vem sendo hábito, todos os anos, o clero da <strong>Diocese</strong> teve<br />
uma semana de formação permanente, dividida em dois turnos,<br />
com o tema "Teologia e espiritualidade da Eucaristia".<br />
56 _____________________________________________
VIDA ECLESIAL<br />
Cerca de 57 sacerdotes participaram no primeiro turno, de 27<br />
a 31 de Janeiro, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, Santuário<br />
de <strong>Fátima</strong>. Partindo da reflexão trazida por dois professores de Liturgia<br />
da Universidade Pontifícia de Salamanca, José Maria de<br />
Miguel e Dionísio Borobio, os participantes puderam partilhar experiências<br />
e ideias durante a referida semana.<br />
Mais que uma semana de estudo e reflexão, o encontro pautou<br />
-se por ser também uma ocasião para partilhar inquietações, dúvidas,<br />
alegrias e tristezas. Assim, logo na abertura, foi feita uma análise<br />
conjunta dos resultados do último censo sobre a prática cristã dos<br />
fiéis em Portugal. Esta análise permitiu constatar suspeitas e ao mesmo<br />
tempo deixou no ar perspectivas de trabalho e formas de agir.<br />
Por seu lado, a reflexão trazida pelos conferencistas do país vizinho,<br />
abordando temas tão variados como a Assembleia Eucarística,<br />
a importãncia da Palavra na celebração, a Teologia do mistério eucarístico,<br />
permitiu alguns momentos de diálogo e partilha de experiências<br />
que enriqueceram de forma singela a semana de estudos. Para<br />
além das reflexões, foram importantes as celebrações litúrgicas em<br />
comum, a visita a Ó bidos e os muitos momentos de diálogo informal.<br />
No final de mais uma semana de actualização, os participantes<br />
mostraram o seu agrado pelo forma como decorreu e era visível<br />
o ar fresco sentido por todos e cada um.<br />
De 3 a 7 de Fevereiro, 39 sacerdotes, acompanhados pelo Bispo<br />
Diocesano, estiveram em Salamanca, no segundo turno desta<br />
formação permanente, orientado pelos mesmos professores espanhóis.<br />
As aulas tiveram lugar da parte da manhã, na referida Universidade,<br />
tendo a parte da tarde sido ocupada com trabalhos de<br />
grupo para melhor assimilação das matérias apresentadas, para<br />
a partilha de experiências já realizadas e para a aplicação à realidade<br />
de cada paróquia da <strong>Diocese</strong>.<br />
Das muitas conclusões a que se chegou e sempre relacionadas<br />
com a celebração e vivência da Eucaristia por parte das comunidades<br />
cristãs, salientou-se a necessidade de as tomar mais vivas e capazes<br />
de ajudar à interiorização dos participantes, pois o seu objectivo último<br />
é o encontro com Deus na sua Palavra, na comunidade e na comunhão<br />
com Deus e com os irmãos. Como proposta para alcançar estes<br />
objectivos referiu-se a necessidade de criar grupos de preparação da<br />
celebração que, juntamente com o pároco ou outro responsável da co-<br />
___ 57
VIDA ECLESIAL<br />
munidade, m<strong>ed</strong>item e estudem a Palavra de Deus, proponham perspectivas<br />
para a homilia que vão ao encontro da vida dos fiéis e critiquem<br />
o modo como decorrem as celebrações, particularmente as do<br />
domingo. A preparação muito bem cuidada e a realização com intensidade<br />
e profundidade assentes na té, serão os melhores meios de valorizar<br />
o Sacramento da Eucaristia, referiu-se repetidas vezes.<br />
Houve ainda tempo para o convívio entre todos os sacerdotes<br />
participantes, num ambiente de alegria e fraternidade, bem como<br />
para algumas visitas de estudo à cidade de Salamanca, património<br />
mundial, e à povoação de Alba de Tormes, onde se encontra o<br />
túmulo de Santa Teresa de Ávila.<br />
Espera-se agora que o estudo e a reflexão sobre este sacramento<br />
central na vida da Igreja venha a motivar nos sacerdotes e<br />
nos leigos novas formas de participação, que dinamizem em maior<br />
profundidade a comunidade cristã que cada Domingo se reúne para<br />
a celebração da Missa.<br />
ln "O Mensageiro"<br />
FALECIMENTOS<br />
P. JOÃO DE MARCHI<br />
Com 88 anos de idade, faleceu em <strong>Fátima</strong>, no 1.0 dia de 2003,<br />
o Pe. João De Marchi, missionário da Consola ta. Nasceu em Itália<br />
e depois de uma passagem por Á frica veio para Portugal onde<br />
abriu, em 1944, o Seminário da Consola ta. Foi o autor do livro "Era<br />
uma Senhora mais brilhante que o Sol".<br />
P. LAMBERTO HERMANO NOLLEN<br />
No dia 18 de Fevereiro faleceu o Pe. Nollen, da Ordem dos<br />
Carmelitas Calçados. Era natural da Holanda, onde nasceu em<br />
1928. veio para Portugal em 1957 tendo trabalhado nos seminários<br />
de Falperra e Sameiro. Desde 1966 que se encontrava em <strong>Fátima</strong>,<br />
onde, além do trabalho na Ordem, colaborava no Serviço de Confissões<br />
do Santuário.<br />
58 __________________________________________<br />
___
NA ESCOLA DE MARIA,<br />
MULHER «EUCARÍSTICA»<br />
Com data de 17 de Abril de 2003, Quinta-Feira Santa, o<br />
Papa João Paulo II publicou a sua 14. a encíclica. Costumava<br />
escrever aos Padres uma Mensagem. Este ano dirigiu-lhes<br />
uma carta apostólica sobre a Eucaristia, da qual reproduzimos<br />
o 6. o capítulo:<br />
53_ Se quisermos r<strong>ed</strong>escobrir em toda a sua riqueza a relação<br />
íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria,<br />
Mãe e modelo da Igreja. Na carta apostólica Rosarium Virginis<br />
Mariae, depois de indicar a Virgem Santíssima como Mestra na<br />
contemplação do rosto de Cristo, inseri também, entre os mistérios<br />
da luz, a instituição da Eucaristia. Com efeito, Maria pode<br />
guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda<br />
ligação com ele.<br />
À primeira vista, o Evangelho nada diz a tal respeito. A narração<br />
da instituição, na noite de Quinta-Feira Santa, não fala de<br />
Maria. Mas sabe-se que Ela estava presente no meio dos Apóstolos,<br />
quando, "unidos pelo mesmo sentimento, se entregavam assiduamente<br />
à oração" (Act 1, 14), na primeira comunidade que se<br />
reuniu depois da Ascensao à espera do Pentecostes. E não podia<br />
certamente deixar de estar presente, nas celebrações eucarísticas,<br />
no meio dos fiéis da primeira geração cristã, que eram assíduos à<br />
fracção do pão" (Act 2, 42).<br />
Para além da sua participação no banquete eucarístico, pode-se<br />
delinear a relação de Maria com a Eucaristia indirectamente,<br />
a partir da sua atitude interior. Maria é mulher "eucarística"<br />
na totalidade da sua vida. A Igreja, vendo em Maria o seu modelo,<br />
é chamada a imitá-la também na sua relação com este Mistério<br />
santíssimo.<br />
54. Mysterium fidei! Se a Eucaristia é um Mistério de fé que<br />
exc<strong>ed</strong>e tanto a nossa inteligência que nos obriga ao mais puro<br />
abandono à palavra de Deus, ninguém melhor do que Maria pode<br />
servir-nos de apoio e guia nesta atitude de abandono. Todas as ve-<br />
59
NA ESCOLA DE MARIA, MULHER .EUCARíSTICA.<br />
zes que repetimos o gesto de Cristo na Ú ltima Ceia, dando cumprimento<br />
ao seu mandato: "Fazei isto em memória de mim", ao<br />
mesmo tempo acolhemos o convite que Maria nos faz para ob<strong>ed</strong>ecermos<br />
a seu Filho sem hesitação: Fazei o que Ele vos disser (Jo<br />
2, 5), Com a solicitude materna manifestada nas bodas de Caná,<br />
ela parece dizer-nos: «Não hesiteis, confiai na palavra do meu Filho.<br />
Se Ele pôde mudar a água em vinho, também é capaz de fazer<br />
do pão e do vinho o seu Corpo e Sangue, entregando aos crentes,<br />
neste mistério, o memorial vivo da sua Páscoa e tornando-se assim<br />
"pão de vida")),<br />
55. De certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda<br />
antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre<br />
virginal para a encarnação do Verbo de Deus.<br />
A Eucaristia, ao mesmo tempo que evoca a paixão e a ressurreição,<br />
coloca-se no prolongamento da encarnação. E Maria, na<br />
Anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do<br />
corpo e do sangue, em certa m<strong>ed</strong>ida antecipando nela o que se realiza<br />
sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do<br />
pão e do vinho, o Corpo e o Sangue do Senhor.<br />
Existe, pois, uma profunda analogia entre o fiat pronunciado<br />
por Maria, em resposta às palavras do Anjo, e o ámen que cada<br />
fiel pronuncia quando recebe o Corpo do Senhor. A Maria foi-lhe<br />
p<strong>ed</strong>ido para acr<strong>ed</strong>itar que Aquele que ela concebia por obra do Espírito<br />
Santo" era o "Filho de Deus" (cf. Lc 1, 30-35). Dando continuidade<br />
à fé da Virgem Santa no mistério eucarístico, é-nos p<strong>ed</strong>ido<br />
para crer que aquele mesmo Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria,<br />
se torna presente nos sinais do pão e do vinho com todo o seu<br />
ser humano-divino.<br />
"Feliz daquela que acr<strong>ed</strong>itou" (Lc 1, 45): Maria antecipou<br />
também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da ígreja. E,<br />
na visitação, quando leva no seu ventre O Verbo encarnado, de certo<br />
modo ela serve de "sacrário" - o primeiro "sacrário" da história<br />
-, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos<br />
homens, se presta à adoração de Isabel, como que "irradiando" a<br />
60 __________________________________________<br />
___
NA ESCOLA DE MARIA, MULHER .EUCARíSTICA.<br />
sua luz através dos olhos e da voz de Maria. E o olhar extasiado<br />
de Maria, quando contemplava o rosto de Cristo recém-nascido e<br />
o estreitava nos seus braços, não é porventura o modelo inatingível<br />
de amor em que se devem inspirar todas as nossas comunhões<br />
eucarísticas<br />
56. Ao longo de toda a sua existência ao lado de Cristo, e não<br />
apenas no Calvário, Maria viveu a dimensão sacrificial da Euca·<br />
ristia. Quando levou o menino Jesus ao templo de Jerusalém, "para<br />
o apresentar ao Senhor" (Lc 2, 22), ouviu o velho Simeão<br />
anunciar que aquele Menino seria sinal de contradição e que uma<br />
"espada" havia de trespassar também a alma dela (cf. Le 2, 34-35).<br />
Assim foi vaticinado o drama do Filho crucificado e de algum modo<br />
prefigurado o "stabat Mater" aos pés da Cruz.<br />
Preparando-se dia a dia para o Calvário, Maria vive uma espécie<br />
de "Eucaristia antecipada", dir-se-ia uma comunhão espiritual"<br />
de desejo e oferta, que terá o seu cumprimento na união com<br />
o Filho, durante a Paixão, e manifestar-se-á depois, no período<br />
pós-pascal, na sua participação na celebração eucarística, presidida<br />
pelos Apóstolos, como "memorial" da Paixão.<br />
Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos<br />
lábios de P<strong>ed</strong>ro, João, Tiago e restantes Apóstolos as palavras da<br />
Última Ceia: "Isto é o meu Corpo que vai ser entregue por vós" (Le<br />
22, 19), Aquele Corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas<br />
espécies sacramentais, era o mesmo Corpo concebido no seu ventre!<br />
Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher<br />
de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono<br />
com o dela e reviver o que tinha pessoalmente experimentado junto<br />
da Cruz.<br />
57. "Fazei isto em memória de mim" (Le 22, 19). No "memorial"<br />
do Calvário, está presente tudo o que Cristo realizou na sua<br />
paixão e morte. Por isso, não pode faltar o que Cristo fe z para com<br />
sua Mãe em nosso favor. De facto, entrega-lhe o discípulo pr<strong>ed</strong>ilecto<br />
e, nele, entrega cada um de nós: "Eis aí o teu filho." E de<br />
igual modo diz a cada um de nós também: "Eis aí a tua mãe" (cf.<br />
Jo 1 9, 26-27).<br />
__ 61
NA ESCOLA DE MARIA, MULHER -EUCARíSTICA.<br />
Viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica<br />
também receber continuamente este dom. Significa levar connosco<br />
- a exemplo de João - aquela que sempre de novo nos é dada<br />
como Mãe. Significa ao mesmo tempo assumir o compromisso de<br />
nos conformarmos com Cristo, entrando na escola da Mãe e aceitando<br />
a sua companhia. Maria está presente, com a Igreja e como<br />
Mãe da Igreja, em cada uma das celebraçães eucarísticas. Se Igreja<br />
é Eucaristia são um binómio indivisível, o mesmo é preciso afirmar<br />
do binómio Maria e Eucaristia. Por isso mesmo, desde a<br />
antiguidade, é unânime nas Igrejas do Oriente e do Ocidente a recordação<br />
de Maria na celebração eucarística.<br />
58. Na Eucaristia, a Igreja une-se plenamente a Cristo e<br />
ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria. Tal verdade<br />
pode-se aprofundar relendo o Magnificat em perspectiva eucarística.<br />
De facto, como o cântico de Maria, também a Eucaristia é<br />
primariamente louvor e acção de graças. Quando exclama: A minha<br />
alma glorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria<br />
em Deus meu Salvador", Maria traz no seu ventre Jesus. Louva<br />
o Pai "por" Jesus, mas louva-o também "em" Jesus e "com" Jesus.<br />
É nisto precisamente que consiste a verdadeira "atitude eucarística".<br />
Ao mesmo tempo, Maria recorda as maravilhas operadas por<br />
Deus ao longo da história da Salvação, segundo a promessa feita<br />
aos nossos pais (cf. Lc 1, 55), anunciando a maravilha mais sublime<br />
de todas: a Encarnação r<strong>ed</strong>entora. Enfim, no Magnificat está<br />
presente a tensão escatológica da Eucaristia. Cada vez que o Filho<br />
de Deus se torna presente entre nós, na "pobreza", dos sinais<br />
sacramentais, pão e vinho, é lançado no mundo o gérmen daquela<br />
história nova, que verá os poderosos "derrubados dos seus tronos"<br />
e exaltados os humildes" (cr. Lc 1, 52). Maria canta aquele novo<br />
céu e aquela nova terra, cuja antecipação e, em certa m<strong>ed</strong>ida, a<br />
"síntese" programática se encontram na Eucaristia. Se o Magnificat<br />
exprime a espiritualidade de M á Í"ia, nada melhor do que esta<br />
espiritualidade nos pode aj udar a viver o mistério eucarístico. Recebemos<br />
o dom da Eucaristia, para que a nossa vida, à semelhança<br />
da de Maria, seja toda ela um magnificat!<br />
62 _____________________________________________
Uma reflexão sobre a Carta Apostólica<br />
de João Paulo II «Rosarium Virginis Mariae»<br />
OS MISTÉRIOS DA LUZ<br />
NO SANTO ROSÁRIO<br />
ANTONIO I. GARCÍA, L. C.<br />
Pontifício Ateneu Regina Apostolorum<br />
Nos seus quase vinte e cinco anos de pontificado, João Paulo<br />
II surpreendeu os católicos, os cristãos e os não cristãos com acções,<br />
tomadas de posição e documentos que deixarão uma marca<br />
profunda na história da Igreja e também da própria humanidade<br />
do terceiro milénio. Na longa cadeia de acontecimentos do actual<br />
Pontificado, diversamente significativos, não se pode deixar de<br />
mencionar a proclamação do Ano do Rosário (Outubro de 2002 -<br />
Outubro de 2003). A Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae<br />
foi assinada em 16 de Outubro de 2002, começo do vigésimo quinto<br />
ano de Pontificado e escrita por ocasião do 120.' aniversário da<br />
Encíclica Supremi apostolatus officio de Leão XIII, um Papa devoto<br />
apaixonado de Maria Santíssima que publicou numerosíssimos<br />
documentos para promover a pi<strong>ed</strong>ade mariana na Igreja. À<br />
surpresa do Ano do Rosário o Pontífice junta outra: o acréscimo de<br />
cinco novos mistérios aos quinze tradicionais. Ao lado dos mistérios<br />
gozosos, dolorosos e gloriosos, os cristãos poderão agora contemplar<br />
também os "mistérios luminosos" que constituem uma<br />
"nova força surpreendente e magnífica do Rosário", "uma oração<br />
luminosa na sua ternura" (K. O. Charamsa, O Rosário, um tesouro<br />
para descobrir de novo, em "Estudos Católicos", 502 [2002], 870).<br />
Motivos para a introdução<br />
dos novos mistérios<br />
Na minha opinião são dois os motivos básicos para a introdução<br />
destes novos mistérios na recitação do Rosário. A razão<br />
__ 63
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSARIO<br />
primária e principal é o carácter cristológico que o Rosário possui<br />
na pi<strong>ed</strong>ade cristã. Jesus Cristo é o ícone sobre o qual se concentra<br />
a nossa contemplação quando recitamos o Rosário. O Papa<br />
escreve: "Fixar os olhos no rosto de Cristo, reconhecer o seu mistério<br />
no caminho ordinário e doloroso da sua humanidade, até<br />
perceber o brilho divino definitivamente manifestado no Ressuscitado<br />
glorificado à direita do Pai, é a tarefa de cada discípulo de<br />
Cristo" (Rosarium Virginis Mariae, 9; daqui em diante RVM).<br />
Para poder contemplar o rosto de Cristo no conjunto da sua vida,<br />
e não só nos acontecimentos do seu começo e da sua fase final,<br />
é necessário propor à contemplação cristã os mistérios<br />
luminosos. Por conseguinte, recitar o Rosário é contemplar o rosto<br />
de Cristo, no conjunto da sua vida, tendo nos lábios e no coração<br />
o louvor de sua Mãe.<br />
Contudo, o Rosário é mais do que isto, diz-nos João Paulo<br />
II. Para dar um sentido autenticamente cristão ao Rosário,<br />
além de louvar Maria, é preciso contemplar o rosto de Cristo como<br />
Maria, tendo-a como guia, porque "a contemplação de Cristo<br />
tem em Maria o seu modelo insuperável" (RVM, 10) e porque<br />
as "recordações de Jesus, impressas no seu coração, constituÍram<br />
"num certo sentido, o "rosário" que ela mesma recitou constantemente<br />
nos dias "da sua vida terrena" (RVM, 11). Somos<br />
convidados pelo Santo Padre a entrar na alma contemplativa<br />
de Maria, a captar o seu modo, de ver Jesus com amor e alegria,<br />
com sofrimento e serenidade, com fé e luminosidade, com a esperança<br />
da sua glória. Somos convidados também a participar<br />
nesta contemplação de Maria, fazendo nossos os seus sentimentos,<br />
as suas atitudes, a profundidade do seu olhar materno e<br />
crente.<br />
Maria era a mulher mais próxima da vida de Jesus, mas ela<br />
nem sequer esteve presente em todos os mistérios da sua existência<br />
terrena. Teve que escutar do próprio Jesus e de alguns<br />
apóstolos muitos episódios da sua vida pública, durante os quais<br />
estava ausente. Infunde na alma luz e calor evocar Maria e como<br />
ela, na sua vida depois do Pentecostes, os vários mistérios da<br />
64 ______________________________<br />
__________ ___
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
vida de seu Filho, uma recordação salutar que conduziu Maria<br />
a assimilar mais profundamente os mistérios e a forj ar sua existência<br />
inteiramente em Jesus Cristo, partindo da experiência da<br />
fé. Ao recordar também nós agora os mistérios da vida de Jesus,<br />
procuramos repetir a experiência espiritual de Maria para assimilar,<br />
com ela e como ela, mais profundamente o poder salvífico<br />
que eles contêm e neles agem.<br />
Mistérios da luz<br />
Toda a vida de Cristo é luminosa, porque a luz é antes de<br />
mais um atributo de Deus e Jesus é a "luz do mundo" (Jo 9, 5),<br />
a Luz que nos visita do Alto (cf. Lc 1, 78), a luz que ilumina cada<br />
homem que vem a este mundo (cf. Jo 1, 9). O Deus transcendente<br />
e eterno resplandece com insólito esplendor no Menino<br />
de Belém, no Mestre que anuncia o Reino de Deus, no Crucificado<br />
que morre pela ignomínia dos homens e em Cristo glorioso<br />
que habita no Reino celeste. Sendo todos luminosos e<br />
resplandecentes como o sol, os mistérios da infância chamam<br />
-se gozosos porque se caracterizam pela "alegria que irradia<br />
do acontecimento da Encarnação" (RVM, 20). Os mistérios dolorosos<br />
levam o crente a reviver a paixão e a morte de Jesus,<br />
para sentir toda a sua força regeneradora. Os mistérios gloriosos<br />
convidam-no a vencer a obscuridade da Paixão para fixar<br />
o olhar na glória de Cristo na sua Ressurreição e na sua Ascensão<br />
(cf. RVM, 22 e 23). É durante a sua vida pública que o mistério<br />
de Cristo se manifesta de modo particular como mistério<br />
de luz: nos mistérios luminosos Jesus Cristo mostra-se como<br />
Aquele que revela definitivamente Deus anunciando o Evangelho<br />
do Reino (cf. RVM, 19 e 21), como lâmpada que brilha nas<br />
trevas e ilumina com singular esplendor as consciências dos<br />
homens.<br />
Cada um dos mistérios de Cristo estimula e envolve seriamente<br />
a faculdade e as capacidades de todo o ser humano, mas<br />
cada um com características diferentes. Os misterios gozosos da<br />
65
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO RosARIO<br />
vida de Jesus falam ao coração e põem em evidência um dos sentimentos<br />
fundamentais de Jesus, de Maria e de José. Dado que<br />
não há dúvidas de que os mistérios do nascimento, dos primeiros<br />
passos da vida e do desenvolvimento psicofísico de um ser<br />
humano estão envolvidos, tanto para os pais como para os filhos,<br />
por um véu de alegria e até de exaltação. Nos mistérios gozosos<br />
a ternura e a alegria natural do coração são elevadas a<br />
fonte de regeneração e de vida no Menino Deus. Os mistérios<br />
dolorosos estabelecem uma espécie de diálogo silencioso com as<br />
experiências dolorosas e humilhantes da nossa sensibilidade.<br />
Sendo o sofrimento talvez o sentimento mais universal da vida<br />
humana, os mistérios dolorosos da vida de Cristo atingem em<br />
grande m<strong>ed</strong>ida as fibras mais sensíveis da alma e fazem-nos vibrar<br />
de emoção e de compaixão. Os mistérios gloriosos remetem-nos<br />
para um mundo novo, para o mundo do poder de Deus<br />
além das limitações de espaço e de tempo. O poder de Deus brilha<br />
em todo o seu esplendor unicamente diante dos olhos do homem<br />
que vive de fé e de amor teologal. A glória de Cristo,<br />
contemplada nos mistérios da sua ressurreição e ascenção ao<br />
céu, eleva-nos à experiência espiritual e mística do domínio<br />
eterno de Deus. Por fim, no conjunto da vida de Jesus, os mistérios<br />
luminosos falam sobretudo da verdade de Deus, daquela<br />
verdade que vai do coração até à mente e da mente ao coração.<br />
Aquela verdade-luz, que dissipa as trevas da razão humana,<br />
por vezes extremamente densas, e faz resplandecer de maneira<br />
extraordinária face à inteligência do homem o mistério de Deus<br />
e do seu desígnio para o universo e para a humanidade. "Cada<br />
um destes mistérios é revelação do Reino já alcançado na própria<br />
pessoa de Jesus" (RVM, 21).<br />
Só a totalidade dos mistérios abraça a totalidade do homem:<br />
a sensibilidade e o coração para partilhar com Maria e como Maria<br />
os sentimentos de alegria e de sofrimento, a inteligência que se<br />
abre ao mistério luminoso de Deus e à sua revelação salvífica com<br />
a mesma disponibilidade de espírito de Maria, e a vontade que se<br />
decide a aceitar o mistério e a viver guiada por ele, com o olhar fixo<br />
no rosto do Glorificado, como fez com comoção interior a Virgem<br />
66 ______________________________________<br />
__
OS MISTÉRlOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
Santíssima, sobretudo nos últimos anos da sua vida na terra. Que<br />
a fé extraordinária de Maria ilumine a nossa fé na contemplação<br />
do rosto de Cristo nestes mistérios, síntese do Evangelho.<br />
Os cinco mistérios da luz<br />
Lemos na Carta Apostólica do Santo Padre: "Querendo indicar<br />
à comunidade cristã cinco momentos significativos mistérios<br />
luminosos - desta fase da vida de Cristo, considero que se<br />
podem justamente individuar: 1.0 no seu Baptismo no Jordão, 2.°<br />
na sua auto-revelação nas bodas de Caná, 3.° no seu anúncio<br />
do Reino de Deus com o convite à conversão, 4.° na sua Transfiguracão<br />
e, enfim, 5.° na instituição da Eucaristia, expressão sacramental<br />
do mistério pascal, (RVM, 21). Façamos algumas<br />
simples reflexões sobre cada um destes mistérios, primeiro com<br />
uma m<strong>ed</strong>itação sobre eles, e depois indicando brevemente como<br />
o mistério ilumina a vida presente do cristão e de cada homem<br />
de boa vontade.<br />
Primeiro mistério:<br />
o Baptismo de Jesus no Jordão<br />
"Primeiramente e mistério de luz o Baptismo no Jordão.<br />
Aqui, enquanto Cristo desce à água do rio, como inocente que Se<br />
faz pecado por nós (cf. 2 Cor 5, 21), O céu abre-se e a voz do Pai<br />
proclama-O Filho dilecto (cf. MI 3, 17 ss), ao mesmo tempo que<br />
o Espírito vem sobre Ele para investi-Lo na missão que O espera"<br />
(RVM, 21).<br />
M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />
Jesus, santo e consagrado pelo Pai desde a sua concepção<br />
e do seu nascimento, consagra por sua vez as águas do Jordão<br />
67
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
sendo nelas baptizado por João, seu precursor na missão e no<br />
destino. Sendo Jesus a própria pureza, entrando na água para<br />
ser baptizado, abençoa-a e purifica-a para que, sacramentalmente<br />
renovada, purifique a consciência dos homens e obtenha<br />
a sua desejada r<strong>ed</strong>enção. Sai Jesus da água e leva consigo o<br />
mundo elevado, diz com mestria São Gregório N azianzeno (Sermones,<br />
39, 16). Agora o mundo é mais leve, porque está aliviado<br />
do peso dos pecados. O Pai, ao contemplar o seu Filho que<br />
sai exultante e vitorioso da água, sente que o seu coração transborda<br />
de complacência amorosa e comunica-o a todos os que<br />
presenciam a cena nas margens do Jordão. Por seu lado, o Espírito,<br />
presente sob forma de pomba, renova, como depois do<br />
dilúvio, a nova humanidade de Cristo, seu regenerador e modelo.<br />
João Baptista ob<strong>ed</strong>ece, sem compreender o mistério que o<br />
envolve, e Maria Santíssima, ao tomar conhecimento do que<br />
aconteceu, em Nazaré, m<strong>ed</strong>ita com amor, simplicidade e constância<br />
o sentido deste gesto nos desígnios de Deus e na obra r<strong>ed</strong>entora<br />
do seu Filho.<br />
Luz para a vida<br />
M<strong>ed</strong>iante o Baptismo fomos consagrados a Deus, somos<br />
seus filhos. Para .sempre! Os anos passam, mas o nosso título<br />
de consagrados permanece. É, deve ser o nosso cartão de identidade<br />
e de glória, onde quer que estejamos e com as pessoas<br />
que encontramos no caminho da vida. Foi o título que Jesus<br />
Cristo obteve para nós com o seu Baptismo consagrando a água<br />
do Jordão. É o título que nos remete para o baptismo de sangue,<br />
com que Ele foi baptizado e com que também nós estamos<br />
dispostos a ser baptizados, como os filhos de Zeb<strong>ed</strong>eu, Tiago e<br />
João, em favor dos nossos irmãos: "Podeis ... receber o baptismo<br />
com que eu sou baptizado" Responderam-lhe: "Podemos"<br />
(Mc 10, 38).<br />
Com o Baptismo Jesus começa a sua vida pública e tornam<br />
-se evidentes aos olhos dos homens a sua identidade e a sua mis-<br />
68 ____ ____ ________________ --------------
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
são. Para os cristãos, identidade e missão são dois aspectos chave<br />
da espiritualidade baptismal: despojar-se do homem velho,<br />
revestir-se do homem novo, vida configurada a Cristo que sofre<br />
e sangra nas vicissitudes e nas tarefas quotidianas do trabalho<br />
e de casa. Forjado por esta espiritualidade, o cristão não pode<br />
deixar de se lançar na grande aventura de levar a luz de Cristo<br />
pelos caminhos do mundo, no meio dos homens. Na luz de Cristo,<br />
da qual nós, cristãos, somos portadores, os homens verão a luz<br />
de Deus (cf. SI 36, 10).<br />
Segundo mistério:<br />
a auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná<br />
"Mistério de luz é o início dos sinais em Caná (cf. Jo 2, 1-12),<br />
quando Cristo, transformando a água em vinho, abre à fé o coração<br />
dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira<br />
entre os crentes" (RVM, 21).<br />
M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />
No Jordão, o Pai revela o mistério divino a Jesus, em Caná<br />
o próprio Jesus se revela aos seus discípulos, graças à intervencão<br />
discreta e delicada de Maria, sua Mãe. No Jordão, Cristo<br />
santifica a água, em Caná transforma-a em vinho: ° vinho do<br />
amor e da alegria esponsal, o vinho da nova Aliança entre Deus<br />
e o seu povo, Israel, entre Deus e o povo cristão. No Jordão, humilha-se,<br />
realiza um gesto surpreendente de penitência, em<br />
Caná deixa ver a sua glória, num bonito jogo de luz que se encobre<br />
e se descobre e sabe partilhar e colaborar na alegria humana<br />
num banquete nupcial. No Jordão, estão presentes as<br />
pessoas da Trindade, para valorizar a transcendência do momento<br />
na vida de Jesus e na história da salvação. Caná é, por<br />
isso, um mistério de verdadeira humanidade: encontram-se ali<br />
os esposos, os convidados, Jesus, sua mãe e os seus discípulos;<br />
69
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
a humanidade de um banquete nupcial é elevada por Jesus ao<br />
mistério de revelação. Com o Baptismo de Jesus, no Jordão, começa<br />
a sua vida pública, com a transformação da água em vinho'<br />
em Caná da Galileia, têm início os milagres e os sinais<br />
eficazes de Jesus em favor dos homens. No Jordão, ouve-se a<br />
voz do Pai que diz: "Ouvi-O!", em Caná, ouve-se a voz da mãe<br />
que diz: "Fazei o que Ele vos disser". No Jordão, resplandece<br />
antecipadamente a luz r<strong>ed</strong>entora do baptismo de sangue, em<br />
Caná, resplandece antecipadamente a luz esplendorosa da glória<br />
de Páscoa. Em Caná, está presente Maria, a Mãe de Jesus.<br />
A voz da mãe que se dirige aos servos: "Fazei o que Ele vos disser"<br />
prepara e anticipa a voz do Pai no Monte Tabor: "Ouvi-O!"<br />
Maria conhece intuitivamente o coração do seu filho e sabe que<br />
ele não lhe negará o que ela lhe p<strong>ed</strong>e. Maria conhece, gracas à<br />
fé, a missão do seu filho e oferece-lhe a ocasião para revelar o<br />
seu poder e a sua glória<br />
Luz para a vida<br />
Ver o rosto de Jesus, como nos convida a fazer João Paulo<br />
II, ver o seu rosto de Senhor dos elementos, da água e do vinho,<br />
significa ver a glória de Deus. Devemos habituar-nos a contemplar<br />
o rosto de Jesus não só nos mistérios da sua vida terrena,<br />
mas também nos mistérios da sua presença espiritual e mística<br />
no mundo, e nos acontecimentos, tanto sublimes como ordinários,<br />
no caminho da história. Devemos aprender a ver com uma<br />
fé iluminada, como os discípulos em Caná da Galileia, as obras<br />
grandiosas de Deus, as grandes figuras dos santos, os pecadores<br />
arrependidos ou não, os necessitados de pão, de afecto, de perdão,<br />
de fé, de Deus.<br />
Em Caná, Jesus revela o verdadeiro humanismo cristão:<br />
partilhar as alegrias humanas dos outros, partilhar as suas<br />
necessidades, como Maria, e procurar encontrar o modo de as<br />
satisfazer. Intuição materna de Maria e comunhão de entendimento<br />
com o seu filho Jesus, que recordam a maravilhosa e<br />
70 __________________________________________ ___
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO RosARIO<br />
criativa relação existente entre pais e filhos. A transformação<br />
da água em vinho é a transformação do amor egoísta em amor<br />
altruista, e esponsal, do qual o vinho, naquela época era o símbolo,<br />
extremamente expressivo e repleto de conteúdo humano<br />
e espiritual.<br />
Terceiro mistério:<br />
Jesus anuncia o Reino de Deus<br />
convidando à conversão<br />
"Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o<br />
advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf. Me 1, 15),<br />
perdoando os pecados de quem a Ele se dirige com humilde confiança<br />
(cf. Me 2, 3-13; Lc 7, 47-48), início do mistério de misericórdia<br />
que Ele prosseguirá exercendo até ao fim do mundo,<br />
especialmente através do sacramento da Reconciliação confiado<br />
à sua Igreja, (RVM, 21).<br />
M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />
o anúncio do Reino de Deus é, a actividade que absorve toda<br />
a vida pública de Jesus e irradiação da luz como; indica apropriadamente<br />
São Mateus citando o profeta Isaías: "O povo que<br />
jazia nas trevas viu uma grande luz, e aos que jaziam na sombria<br />
região da morte, surgiu-lhes uma luz" (Mt 4, 16).<br />
Jesus anuncia o Reino de Deus como um acontecimentojá presente<br />
entre os homens, mas que se projecta na eternidade, onde o<br />
Reino alcançará finalmente a sua consumação e a sua plenitude.<br />
Jesus ensina-nos que o Reino de Deus é como uma semente<br />
lançada no campo que tem necessidade de um longo processo<br />
para alcançar a maturação, e como um grão de mostarda que,<br />
com o passar do tempo se transforma numa árvore frondosa em<br />
71
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
cujos ramos vão poisar as aves do céu (cr. MI 13). O Reino de<br />
Deus não está só entre os homens, mas também dentro dos homens.<br />
"Porque o Reino de Deus não consiste em comer e beber,<br />
mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14, 17).<br />
O Reino de Deus torna-se presente não em limites geográficos,<br />
mas no espirita de cada ser humano que aceita a chamada<br />
de Deus à conversão e aceita pertencer ao Reino do perdão e da<br />
misericórdia, com a liberdade típica de um filho de Deus.<br />
O Reino de Deus adquire carácter corporativo e comunitário<br />
na Igreja, para a qual somos convocados pelo Espírito Santo,<br />
promotor da comunhão na fé, na esperança e no amor, e m<strong>ed</strong>iante<br />
a qual Deus nos oferece toda a riqueza do seu amor misericordioso<br />
e santificador.<br />
A personificacão do Reino é Jesus Cristo, que é ao mesmo<br />
tempo o pregador e a encarnação visível do Pai celeste. O grande<br />
exegeta Orígenes insistia no facto de que Jesus Cristo é a autobasileia<br />
de iesus em pessoa.<br />
Maria de Nazaré foi a primeira a receber dos lábios de Jesus,<br />
seu Filho, o anúncio do Reino, e foi também a primeira a ser<br />
iluminada pela atraente beleza do Reino, m<strong>ed</strong>itando, ao longo<br />
da sua existência terrena, sobre as riquezas imperscrutáveis do<br />
Reino dos céus. Com efeito, podemos ter a certeza de que o mistério<br />
do Reino é uma daquelas coisas que o Pai escondeu aos sábios<br />
e aos inteligentes e as revelou aos mais pequenínos (cf. MI<br />
11, 25), aos puros de coração, que tem em Maria de Nazare um<br />
modelo resplandecente.<br />
Luz para a vida<br />
O facto de pertencer ao Reino de Deus enche de alegria a<br />
alma de qualquer ser humano. Nós, discípulos e filhos do Reino,<br />
somos homens alegres e felizes, porque experimentámos o<br />
72 _____________________________________________
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
amor misericordioso de Deus. Somos, sim pecadores, mas o pecado<br />
não nos faz cair no poço escuro da tristeza, da angústia ou<br />
do desespero, porque o perdão de Deus vence o nosso pecado e<br />
infunde-nos nova paz e nova alegria. Pela m<strong>ed</strong>iaçao da Igreja,<br />
Deus Pai conc<strong>ed</strong>e-nos o Sacramento da Reconciliação para<br />
acender de novo em nós a luz da alegria e da amizade renovada,<br />
virtudes próprias de quem pertence ao Reino de Deus e de<br />
Cristo.<br />
De tal modo a misericórdia de Deus nos inunda de felicidade,<br />
que sentimos a urgência de gritar a quantos não a partilham,<br />
a ignoram, não se sentem dignos dela e perderam a<br />
ilusão e a esperanca de a obter. Enquanto há vida, existe a possibilidade<br />
de conversão e de arrependimento, de perdão e de<br />
acolhimento nos braços abertos de Deus Pai. No Reino de Deus<br />
não há lugar para o receio, há espaço unicamente para o amor<br />
verdadeiro, farol de luz que ilumina todos os que navegam no<br />
mar da vida.<br />
Quarto mistério:<br />
a Transfiguração do Senhor<br />
"Mistério de luz por excelência é a Transfiguração que, segundo<br />
a tradição, se deu no Monte Tabor. A glória da Divindade<br />
reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai O acr<strong>ed</strong>ita aos Apóstolos<br />
extasiados para que O "escutem (cr. Lc 9, 35 par) e se disponham<br />
a viver com Ele o momento doloroso da Paixão, a fim de<br />
chegarem com Ele à glória da Ressurreição e a uma vida transfigurada<br />
pelo Espírito Santo" (RVM, 21).<br />
M<strong>ed</strong>itação do mistério<br />
Acontecem na vida de Jesus quatro epifanias, quatro momentos<br />
de grande relevo, em que Ele mostra aos homens a<br />
sua divindade. A primeira, pouco depois do nascimento, é a<br />
73
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
epifania dos Reis Magos, representamtes dos pOVOS pagãos,<br />
distantes de Deus. Também para eles o Menino acabado de<br />
nascer é epifania de salvação. No começo da vida pública, os<br />
evangelistas apresentam-nos a epifania "trinitária" no Baptismo<br />
de Jesus.<br />
A última epifania realiza-se na ressurreição de Jesus<br />
Cristo dos mortos, como uma seta radiante de luz e de vida.<br />
A terceira é a epifania no monte Tabor, onde Jesus mostra a<br />
sua divindade transfigurando-se diante de P<strong>ed</strong>ro, de Tiago e<br />
de João.<br />
Para os três discípulos, Jesus é Outro, sendo o mesmo. A<br />
sua pessoa e a sua figura resplandecem de luz divina, nunca vista<br />
nem experimentada, que lhes faz saborear a beleza e a alegria<br />
do mundo de Deus.<br />
O esplendor objectivo que brilha em Cristo transforma-se<br />
em certeza de fé para os três discípulos privilegiados (cr. 2 Pd 1,<br />
16-18). O monte muito alto de Marcos e de Mateus, o monte da<br />
oração segundo Lucas, o monte santo, segundo P<strong>ed</strong>ro, torna-se<br />
agora o monte da elevação para a luz, o monte da Transfiguração<br />
do rosto, das vestes, que recorda o esplendor da divindade.<br />
Ao lado de Jesus estão Moisés e Elias, o Antigo Testamento<br />
sintetizado na Lei e na Profecia, que se coloca ao serviço de Jesus<br />
no novo Reino e na Nova Aliança que Ele veio instaurar na<br />
terra para os homens. A voz do Pai intervém de uma nuvem: "Este<br />
é o Meu Filho muito amado: ouvi-O" e esta palavra que é desejo,<br />
exortação e mandamento, flutua no tempo como uma<br />
bandeira de luz e de verdade divinas. Ouvir Jesus, a voz das suas<br />
palavras e dos seus actos, é como ver a luz e permanecer radiantes,<br />
facto muito importante para os três discípulos sobretudo com<br />
vista à paixão e à morte de Jesus Cristo na cruz. Ouvir a Deus e<br />
ao seu Filho foi o que fez Maria durante a sua existência terrena<br />
e por isso toda a sua vida foi transfigurada e agora irradia<br />
beleza, esplendor e luz celestes.<br />
74 ______________<br />
__________________________
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
Luz para a vida<br />
Experimentar Deus contemplando Jesus de Nazaré! Trata-se<br />
de um programa de vida para cada cristão. É uma contemplação<br />
do rosto transfigurado de Cristo nos mistérios da<br />
sua vida, sobretudo na experiência do monte Tabor.<br />
Uma contemplação do rosto transfigurado de Cristo, que<br />
brilha em tantas crianças inocentes, em tantos olhares luminosos<br />
e puros, em tantos cristãos santos, autênticos astros brilhantes<br />
no firmamento da humanidade. Uma contemplação<br />
que nos faz experimentar a presença, a proximidade, a beleza<br />
e a própria santidade do nosso Deus.<br />
Quanta luz há no nosso mundo, entre as pessoas que nos<br />
rodeiam e que, por vezes, nem vemos! O esplendor de Jesus<br />
Cristo no monte Tabor está estreitamente unido no texto evangélico<br />
à transfiguração no Gólgota, tão diferente, comov<strong>ed</strong>ora<br />
e inesquecível. Por isso, não podemos deixar de contemplar<br />
Cristo transfigurado no rosto magro e pi<strong>ed</strong>oso de um toxicómano,<br />
de um doente de Sida, de uma criança consumida pela<br />
fome, de um homem destruído pelas calúnias e pela iniquidade<br />
dos seus semelhantes. A transfiguração no Gólgota é o outro<br />
aspecto da transfiguração no Tabor. Cristo continua hoje a<br />
transfigurar-se diante dos homens no cimo dos dois montes,<br />
iluminando os homens com a lanterna colocada no lucernário<br />
(cf. Mt 5, 15).<br />
Quinto mistério:<br />
a instituição da Eucaristia<br />
"Mistério de luz e, enfim, a instituição da Eucaristia, na<br />
qual Cristo Se faz alimento com o seu Corpo e o seu Sangue sob<br />
os sinais do pão e do vinho, testemunhando "até ao extremo" o<br />
seu amor pela humanidade (Jo 13, 1), por cuja salvação Se oferecerá<br />
em sacrifício" (RVM, 21).<br />
75
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
M<strong>ed</strong>itação e mistério<br />
É mistério de vida renovada, fortificada e alimentada pelo<br />
pão e pelo vinho sagrados, transformados em corpo e sangue de<br />
Cristo. "Porque a Minha carne é, em verdade, uma comida e o<br />
Meu sangue é, em verdade, uma bebida. Quem come a Minha<br />
carne e bebe o Meu sangue fica em Mim e Eu nele (Jo 6, 55-56).<br />
Mistério de luz mais alta que testemunha o amor de Cristo pela<br />
humanidade.<br />
Mistério de comunhão e de unidade com Deus e entre os<br />
membros que se alimentam da Eucaristia. A Eucaristia é comunhão<br />
com a Santíssima Trindade: substancial com Jesus Cristo<br />
e espiritual ao mesmo tempo com o Pai e com o Espírito Santo.<br />
Comunhão entre os irmãos de fé , unidos, como os grãos de trigo,<br />
num mesmo Pão, numa única Igreja que no-lo oferece.<br />
Mistério de revelação do amor de Deus, que se oferece a nós<br />
transubstanciado no Pão e no Vinho, concentrando no Sacramento<br />
todo o grande mistério presente na Páscoa cristã.<br />
Mistério de relação inter-pessoal com a divindade: com Jesus<br />
Cristo, homem e Filho de Deus, que nos torna partícipes da<br />
sua própria vida, com o Pai que em Jesus Cristo nos oferece a salvação<br />
do pecado e a vitória sobre a morte, com o Espírito Santo<br />
que realiza em nós a obra salvífica do Pai e do Filho e nos introduz<br />
no banquete celeste do Reino (cf. Me 14, 25), que pregustamos<br />
na Eucaristia durante a nossa vida terrena.<br />
Mistério de fé e de esperança, porque na Eucaristia "anunciamos<br />
a tua morte, proclamamos a tua ressurreição, esperando<br />
a tua vinda", como respondemos depois da consagração na liturgia<br />
eucarística.<br />
Maria não estava presente na sala alta da casa onde Jesus<br />
celebrou a última ceia com os seus discípulos e onde instituiu a<br />
Eucaristia.<br />
76 __________________________________________<br />
___
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
Contudo, Maria é uma mulher eucarística, porque, nos últimos<br />
anos da sua vida, participou sem dúvida alguma na "fracção<br />
do Pão" em companhia de João e dos apóstolos e discípulos de seu<br />
Filho. Para Maria a fracção do Pão era como um cântico de agradecimento<br />
ao maravilhoso desígnio de Deus celebrado na Eucaristia,<br />
na qual ela, por divina providência, ocupa um lugar privilegiado.<br />
Luz para a vida<br />
Desde a primeira Eucaristia, a Igreja celebrou ininterruptamente<br />
este maravilhoso mistério de amor e de fé, que suscitou<br />
a admiração dos apóstolos no Cenáculo, dos primeiros<br />
cristãos de todos os tempos até aos nossos dias. Participar na<br />
Eucaristia é como que entrar no espaço sagrado da maravilha,<br />
da admiração, do milagre constantemente repetido e sempre<br />
novo, orientado para a própria fonte da Vida e do Amor até ao<br />
extremo de uma d<strong>ed</strong>icação sem limites. Uma admiração e uma<br />
surpresa que brilharão diante dos nossos olhos e no nosso comportamento,<br />
durante o dia ou durante toda a semana. Uma admiração<br />
que, pouco a pouco, gera no crente uma profunda<br />
consciência da proximidade de Jesus Cristo, da sua presença<br />
amorosa ao nosso lado, de uma intimidade à qual docemente<br />
nos chama e atrai.<br />
No nosso tempo, a Eucaristia celebra-se quotidianamente<br />
em todos os recantos do planeta e em milhares de igrejas, santuários,<br />
capelas e oratórios. A única e definitiva Eucaristia instituída<br />
por Jesus Cristo no Cenáculo torna-se múltipla,<br />
repete-se incessantemente m<strong>ed</strong>iante os sacerdotes espalhados<br />
em todo o mundo. A Eucaristia é o momento fundamental para<br />
viver a união fraterna entre cristãos e a união eclesial, porque<br />
"somos um só corpo: de facto, todos participamos do único pão"<br />
(1 Cor 10, 17). Assim, a Eucaristia p<strong>ed</strong>e aos cristãos, além da<br />
união em Cristo, a partilha dos bens espirituais e materiais, de<br />
forma que os bens recebidos de Deus sejam colocados ao serviço<br />
dos outros, sobretudo dos mais necessitados.<br />
77
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSARIO<br />
Conclusão<br />
Na sua origem o Rosário era o "saltério da Virgem" e o<br />
"breviário dos pobres", um modo simples de glorificar Deus louvando<br />
Maria, enquanto os monges e os letrados cantavam o<br />
louvor divino no "breviário das Horas".<br />
Com o tempo tornou-se uma devoção de todos os cristãos,<br />
sem distinção entre religiosos e leigos, letrados ou homens sem<br />
cultura, santos e pecadores. Os cristãos atribuem a vitória de<br />
Lepanto sobre o exército turco à intercessão da Virgem, invocada<br />
m<strong>ed</strong>iante o Rosário.<br />
O Beato Bartolo Longo é considerado o "apóstolo do Rosário"<br />
e conseguiu fazer construir o santuário d<strong>ed</strong>icado a Nossa<br />
Senhora de Pompeia: a Virgem, sentada no seu trono, e o Menino<br />
à sua direita entregam o Rosário a São Domingos e a Santa<br />
Catarina de Sena.<br />
A Virgem apareceu a Santa Bernadette com o Rosário no<br />
braço e convidou-a a recitá-lo. Manzoni, entre as figuras mais<br />
importantes da literatura italiana, recitava-o habitualmente.<br />
O Papa Leão XIII chamou ao Rosário "a cadeia doce que nos<br />
liga a Deus" e Miguel Ângelo no Juízo Universal da Capela Sistina<br />
pintou o Ressuscitado que aj uda uma mulher e um homem<br />
a subir ao céu através da cadeia do Rosário.<br />
Num bonito texto de João XXIII fala-se do Rosário nos seguintes<br />
termos apaixonados: "6 Rosário abençoado de Maria:<br />
quanta doçura ao ver-te nas mãos dos inocentes, dos sacerdotes<br />
santos, das almas puras, dos jovens e dos idosos, de quantos<br />
apreciam o valor e a eficácia da oração; nas mãos de<br />
numerosas e misericordiosas multidões, como emblema e bandeira<br />
de paz nos corações e de paz para todos os povos!" (Citado<br />
no Breviário do Papa João, Garzanti, Milão 1975, 305).<br />
Paulo VI na Exortação Apostólica Marialis cu/tus retoma a ma-<br />
78 __________________________________________ ___
OS MISTÉRIOS DA LUZ NO SANTO ROSÁRIO<br />
ravilhosa definição que Pio XII dá do Rosario como com pêndio<br />
de todo o Evangelho e realça a índole evangélica do Rosário,<br />
porque ela vai buscar ao Evangelho o enunciado dos mistérios,<br />
e as principais fórmulas, inspira-se no Evangelho para sugerir<br />
partindo da gloriosa saudação do Anjo e do religioso consentimento<br />
da Virgem, a atitude com a qual o fiel o deve recitar"<br />
(nn. 42 e 44). João Paulo I, numa homilia d<strong>ed</strong>icada ao Rosário,<br />
disse que "os mistérios do Rosário m<strong>ed</strong>itados e saboreados são<br />
uma Bíblia profundamente contemplada, feita substância e<br />
sangue espiritual" (Opera omnia, Vol. VI, Edições Mensageiro,<br />
Pádova 1989, 200). Por fim, para João Paulo II o Rosário "é a<br />
minha oração pr<strong>ed</strong>ilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na<br />
sua simplicidade e na sua profundidade" (Angelus, 29 de Outubro<br />
de 1978).<br />
Introduzindo na estrutura do Rosário os Mistérios da luz,<br />
João Paulo II, além de renovar uma prática tradicional de devoção<br />
cristã, realçou um dos aspectos mais nobres e grandiosos do<br />
seu Pontificado: a centralidade de Jesus Cristo na teologia e na<br />
espiritualidade assim como na práxis da vida cristã. Além disso,<br />
conferiu uma forma concreta e original à estreita relação que<br />
existe entre a vida de Jesus e a de Maria entre o Evangelho e o<br />
Rosário, entre a contemplação do rosto de Cristo por parte de<br />
Maria e, com Ela, a nossa como cristãos, entre o louvor a Maria<br />
Santíssima e a glória eterna da Trindade adorável.<br />
O Rosário, "uma oracão tão fácil, e ao mesmo tempo tão rica"<br />
(RVM, 43), constitui um magnífico serviço à nova evangelização,<br />
para que o único programa do Evangelho continue a<br />
introduzir-se, como sempre aconteceu, na história de cada uma<br />
das realidades eclesiais e permita que "o anúncio de Cristo alcance<br />
as pessoas plasme as comunidades, incida profundamente m<strong>ed</strong>iante<br />
o testemunho dos valores evangélicos nas soci<strong>ed</strong>ades e na<br />
cultura" (Novo millennio ineunte, 29). O Rosário deixa atrás de<br />
si um rasto luminoso de Evangelho, que orienta milhões de homens<br />
e de mulheres para Jesus Cristo e para a santa e adorável<br />
Trindade.<br />
79
LEIRIA-FATIMA, publicação quadrimestral,<br />
que arquiva decretos e provisões,<br />
divulga critérios e normas de<br />
acção pastoral e recorda etapas importantes<br />
da vida da <strong>Diocese</strong>.<br />
Impresso na GRÁFICA DE LEIRIA<br />
Depósito Legal N° 64587/93<br />
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