cursos de licenciatura: possíveis caminhos para ressignificar na ...

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com diferentes contextos e sujeitos. A prática pedagógico-social de cada um deles é
objeto permanente de investigação. Suas falas, suas expressões, suas ações, seus
dizeres, seus fazeres também são objeto de constante avaliação, de auto-avaliação.
Esse, sem dúvida, é também um movimento de formação, de autoformação, de
construção de consciências mais críticas, mais reflexivas, mais propositivas, ao
considerar e partir sempre do cotidiano cultural no qual se produzem sentidos e
significados para a prática pedagógica.
Tal processo de formação, acredito, não pode se desenvolver “por decreto”,
não pode ser impositivo. Precisa ser construído a partir das necessidades, dos desejos
dos sujeitos. A constituição de grupos de estudos, de equipes permanentes de trabalho
pode, dessa forma, ser uma das alternativas para a ressignificação do saber e do
processo de avaliação excludente, meramente classificatório, impregnado em boa parte
de escolas e universidades do Brasil. Esse processo também precisa levar em
consideração o contexto concreto em que poderá ser realizado. Independentemente de
ser no interior da escola, da sala de aula (ou fora dela), no interior dos cursos de
licenciatura, um processo de ressignificação da avaliação exigirá de nós que pensemos
juntos em como, concretamente, desenvolvê-lo, organizá-lo. Precisamos, pois,
considerar também as peculiaridades, as singularidades de cada contexto.
Entendo, assim, que o processo de teorização, de replanejamento sistemático
da ação político-pedagógica aponta para perspectivas permanentes de imersão crítica
em leituras, em interpretações das manifestações reveladas no cotidiano pedagógico. É
preciso passar a ler, a compreender contradições, conflitos presentes no quefazer
educacional.
Embora tenha clareza da relevância do ensino como prática reflexiva, do
professor como sujeito do processo de construção do conhecimento, do cotidiano como
ponto de partida e de chegada dos saberes construídos, da reflexão, do registro, da
memória, do processo de teorização e de replanejamento em grupo, não posso deixar
de indagar: “Que tipo de reflexão tem sido realizada pelos professores As reflexões
incorporam um processo de consciência das implicações sociais, econômicas e
políticas da atividade de ensinar Que condições têm os professores para refletir”
(PIMENTA, 2002, p.22).