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PEC-2939 – Plano de Recursos Hídricos para a Fase Inicial da Cobrança na Bacia do Rio Paraíba do Sul<br />
4. SANEAMENTO AMBIENTAL<br />
4.1 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário<br />
4.1.1 Introdução<br />
Este tópico tem por objetivo mostrar, de forma resumida, o diagnóstico da situação existente<br />
no que se refere ao saneamento básico urbano, mais especificamente ao abastecimento<br />
público de água e esgotamento sanitário, das localidades pertencentes à bacia hidrográfica<br />
do rio Paraíba do Sul, no âmbito dos três Estados, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas<br />
Gerais.<br />
Este diagnóstico constitui uma síntese atualizada dos levantamentos e estudos<br />
desenvolvidos nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo no âmbito do Projeto Qualidade<br />
das Águas e Controle da Poluição Hídrica (PQA) e no Estado de Minas Gerais no contexto<br />
do Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul<br />
(PPG). Foram, também, considerados neste diagnóstico dados recentes oriundos dos<br />
prestadores de serviços dos sistemas e de publicações afins e, no tocante às localidades<br />
paulistas com populações urbanas superiores a 15.000 habitantes, as informações colhidas<br />
durante as visitas realizadas aos respectivos sistemas de abastecimento de água e<br />
esgotamento sanitário.<br />
4.1.2 Generalidades<br />
O Brasil, país em estágio de desenvolvimento, bem como os demais países nessa situação,<br />
vem-se defrontando com a questão de como e onde bem aplicar seus parcos recursos<br />
financeiros, de forma que essa aplicação redunde no máximo de benefício à sua população.<br />
O saneamento básico é, sem dúvida, uma das importantes ferramentas socio-econômicas<br />
que não vem sendo convenientemente utilizada em prol dos mais necessitados. A economia<br />
e o lucro sobrepujaram interesses técnicos e sociais, e o que se observam são as<br />
aplicações dos recursos financeiros direcionadas para os grandes sistemas nas grandes<br />
metrópoles, onde os investimentos são sempre rentáveis e economicamente viáveis. Pouco<br />
ou quase nada se faz a fundo perdido, e o atendimento às populações carentes de serviços<br />
de saneamento tem sido cada vez mais precário ou, mesmo, inexistente.<br />
É de amplo conhecimento a crise por que atravessa o saneamento no Brasil, conforme<br />
refletem as pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES)<br />
e pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final da década de<br />
1980 e no início da de 1990. Os dados referentes ao esgotamento sanitário são alarmantes,<br />
indicando índices de cobertura da população, por redes coletoras, de apenas 30%, e um<br />
percentual de municípios que possuem estações de tratamento inferior a 10%. Mesmo nos<br />
municípios que se incluem nessa pequena parcela, em geral as estações de tratamento<br />
atendem apenas a parte da população, as eficiências, muitas vezes, são reduzidas, e os<br />
problemas operacionais são freqüentes.<br />
Nas últimas duas décadas, a União foi responsável pela formulação e implementação da<br />
política de saneamento, no início por meio do Banco Nacional de Habitação (BNH) e,<br />
posteriormente, da Caixa Econômica Federal e dos instrumentos institucionais e financeiros<br />
do PLANASA e do SFS. O esgotamento desses instrumentos e o reordenamento decorrente<br />
da Constituição de 1988, aliados à crise fiscal do setor público e ao crescimento urbano,<br />
IV.1