Comorbidade entre cefaléias primárias e transtorno de ansiedade ...
Comorbidade entre cefaléias primárias e transtorno de ansiedade ...
Comorbidade entre cefaléias primárias e transtorno de ansiedade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
18<br />
<strong>entre</strong>vistas clínicas com diagnósticos psiquiátricos (SCID - <strong>entre</strong>vista clínica<br />
estruturada para DSM-III-R) e observou que a enxaqueca e a cefaléia do tipo<br />
tensional mudam suas características clínicas após oito anos, com tendência<br />
elevada à remissão (principalmente em homens). Ao contrário, a presença<br />
<strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong> psiquiátrica no início, principalmente <strong>transtorno</strong>s <strong>de</strong><br />
ansieda<strong>de</strong>, é relacionada a uma piora da cefaléia ou a uma situação<br />
inalterada oito anos <strong>de</strong>pois. Os sujeitos sem cefaléia não apresentaram<br />
nenhum <strong>transtorno</strong> psiquiátrico após oito anos. Marazziti et al. (1999)<br />
avaliaram a prevalência <strong>de</strong> cefaléias em pacientes com <strong>transtorno</strong> do pânico<br />
em uma clínica psiquiátrica. Os resultados mostraram que dois terços dos<br />
pacientes preencheram critério diagnóstico para cefaléia, sendo a<br />
enxaqueca sem aura a mais freqüente, seguida pela cefaléia do tipo<br />
tensional. Pacientes com <strong>transtorno</strong> do pânico e cefaléia apresentaram uma<br />
duração mais longa do <strong>transtorno</strong> do pânico, número mais elevado <strong>de</strong><br />
ataques e história familiar para o <strong>transtorno</strong> do pânico e cefaléia. A<br />
comorbida<strong>de</strong> da cefaléia com <strong>transtorno</strong> do pânico gera uma condição mais<br />
grave comparada ao <strong>transtorno</strong> do pânico sozinho.<br />
Em nosso grupo, Peres et al. (2002) observaram a presença <strong>de</strong><br />
sintomas ansiosos significativos (<strong>de</strong>finidos por escores na escala IDATE<br />
maiores que 46) em 75% dos pacientes com enxaqueca crônica. Observou<br />
também que a fadiga como sintoma e a síndrome da fadiga crônica (SFC)<br />
como doença, estavam relacionadas à <strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong> na<br />
enxaqueca crônica. Os escores <strong>de</strong> sintomas ansiosos (IDATE) e <strong>de</strong>pressivos<br />
se correlacionaram com os escores <strong>de</strong> fadiga.