Conceitos e princÃpios para o ensino da LÃngua ... - Comunidades
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varie<strong>da</strong>de linguística é melhor ou pior que outra". O que existe por trás<br />
dessa ideia é um equívoco acerca <strong>da</strong>s noções de certo e errado, já que a<br />
escola de hoje não recebe apenas alunos provenientes <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s mais<br />
beneficia<strong>da</strong>s <strong>da</strong> população. A democratização <strong>da</strong> escola, ain<strong>da</strong> que falsa,<br />
trouxe em seu interior outra clientela e com ela diferenças dialetais bastante<br />
acentua<strong>da</strong>s. Assim, os professores não ministram aulas só <strong>para</strong> aqueles<br />
que pertencem a um determinado grupo social. Representantes de outros<br />
grupos estão sentados nos bancos escolares e eles falam diferente.<br />
A língua culta ou padrão não deve ser considera<strong>da</strong> a única forma de<br />
expressão do nosso idioma, principalmente pelo motivo de nossa nação ter<br />
sido construí<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> mistura entre diversos povos, com varia<strong>da</strong>s línguas,<br />
como também pela imensa extensão territorial. A distância geográfica<br />
e a ausência ou dificul<strong>da</strong>de de comunicação entre os habitantes de regiões<br />
distintas faz com que, ao fim de um período, as falas <strong>da</strong>s regiões estejam<br />
bem diferentes. Há casos em que a diferenciação regional chega a ser tanta<br />
que leva à mútua incompreensão. Um exemplo disso são os variados nomes<br />
<strong>da</strong>dos a certas coisas, de acordo com o estado do país em que se está. A<br />
abóbora (nos estados do sul do país) cha.ma.-se jerimum, no norte e nordeste;<br />
do mesmo modo, a mandioca (em São Paulo) recebe o nome de aipim,<br />
no Rio de Janeiro, e de macaxeira, nos estados do norte e nordeste. O mapa<br />
linguístico de um país dá o aspecto de uma colcha de retalhos, como afirma<br />
Bizzocchi (2006, p. 56).<br />
E evidente, segundo Cagliari, na obra Alfabetização<br />
e linguística<br />
(1991), que a variação é, de fato, uma questão mais complexa. Ela não<br />
provém apenas <strong>da</strong> evolução histórica <strong>da</strong>s línguas e de suas raízes locais, não<br />
é geograficamente delimita<strong>da</strong>, nem só aparece na socie<strong>da</strong>de estratifica<strong>da</strong><br />
à maneira <strong>da</strong>s classes e grupos ét-<br />
Sâíbâ MlâlS<br />
nicos. Ela é encontra<strong>da</strong> também<br />
i. . . Língua padrão: essa varie<strong>da</strong>de é<br />
no comportamento linguistico . , , , ...<br />
pratica<strong>da</strong> pela classe social de prestígio, segue<br />
de um indivíduo, em diferentes<br />
as regras <strong>da</strong> gramática normativa<br />
circunstâncias de sua vi<strong>da</strong>, inde- e é t i d a c o m o p a r â m e t r o p a r a a s<br />
pendentemente <strong>da</strong> classe social o u t r a s varie<strong>da</strong>des. Foi eleita como o padrão<br />
ou região a que pertença.<br />
em decorrência <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de uniformiza-<br />
„ . r , r cão de uma linguagem na qual serão registra-<br />
Para ratificar tal afirmação, .<br />
c T /onna x\s os documentos<br />
Faraco e Tezza (2003, p. 25) ex- e Q s f a t Q $ d a s o c i e d a d e<br />
põem que "ca<strong>da</strong> um de nós, na