Realidade Virtual no auxÃlio a Mastologia - SBIS
Realidade Virtual no auxÃlio a Mastologia - SBIS
Realidade Virtual no auxÃlio a Mastologia - SBIS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Realidade</strong> <strong>Virtual</strong> <strong>no</strong> auxílio a <strong>Mastologia</strong><br />
Carolina G. Abreu 1 , Marina R. Parente 2 , Júlia de Castro C. Magalhães³, Lourdes M. Brasil 4<br />
1,2,3,4<br />
Centro de Ciências e Tec<strong>no</strong>logia – Universidade Católica da Brasília (UCB)<br />
Introdução<br />
De acordo com informações do Instituto<br />
Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é<br />
o segundo tipo de câncer mais freqüente <strong>no</strong><br />
mundo e o mais comum entre as mulheres. A<br />
cada a<strong>no</strong>, cerca de 22% dos casos <strong>no</strong>vos de<br />
câncer em mulheres são de mama. A estimativa<br />
de incidência para o a<strong>no</strong> de 2008 <strong>no</strong> Brasil é de<br />
49.400 casos com um risco estimado de 51a cada<br />
100 mil mulheres [1].<br />
A alta taxa de incidência, assim como o alto<br />
custo do tratamento do domínio em questão,<br />
tornam oportu<strong>no</strong> o investimento <strong>no</strong> diagnóstico<br />
precoce e na adoção de medidas preventivas que<br />
possam reverter este cenário. Com o objetivo de<br />
servir de apoio ao profissional e ao estudante da<br />
área da saúde, um Consultório Médico <strong>Virtual</strong><br />
(CMV) está sendo desenvolvido. O CMV visa<br />
simular processos em decisão de uma reunião<br />
clínico-cirúrgica utilizando técnicas atuais de<br />
Inteligência Artificial [2] [3].<br />
Metodologia<br />
O CMV faz parte do módulo de interface de<br />
navegação do projeto Inteligência Artificial<br />
Aplicada na Modelagem e Implementação de um<br />
Consultório <strong>Virtual</strong> (IACVIRTUAL). Além deste,<br />
existem outros módulos igualmente importantes,<br />
exemplificados na figura 1: (i) Módulo de Dados,<br />
que conta com um banco de dados onde as<br />
informações serão inseridas e atualizadas; (ii)<br />
Módulo Swam, abreviação para “Sistema Web<br />
para Análise de Mamografia digital”, que consiste<br />
em auxiliar na identificação de lesões existentes<br />
em mamogramas digitais; (iii) Módulo<br />
Educacional, que propõe a inserção de<br />
simulações cirúrgicas e de ambientes de saúde,<br />
além de corpo e órgãos do paciente para melhor<br />
visualização e aprendizado; (iv) Módulo de Apoio<br />
à Decisão, que oferece suporte ao diagnóstico<br />
médico, e (v) Módulo do Usuário, que contará<br />
com navegações distintas de acordo com a sua<br />
função (paciente, estudante ou especialista).<br />
O CMV foi adotado juntamente com os<br />
outros módulos como um meio de prevenir e<br />
diag<strong>no</strong>sticar os problemas causados pelas<br />
doenças cardiovasculares e de câncer de mama.<br />
Desta forma, fez uso de várias ferramentas<br />
visando a criação de avatares e órgãos, bem<br />
como ambientes mais realísticos para maior<br />
conforto do usuário. São elas: <strong>Virtual</strong> Reality<br />
Modeling Language (VRML), Delphi, Adobe<br />
Atmosphere, 3D Studio Max, Blender, Poser e 3D<br />
Home Architect. Uma das facilidades que as<br />
ferramentas trouxeram foi possibilitar a<br />
visualização do consultório através de um<br />
navegador comum, bastante útil para o usuário,<br />
qualquer que seja a sua função.<br />
Figura 1 – Diagrama Projeto IACVIRTUAL<br />
A <strong>Realidade</strong> <strong>Virtual</strong> (RV) traz como<br />
principal contribuição para o projeto de pesquisa<br />
a interação 3D com modelos geométricos. Tais<br />
modelos podem ser construídos a partir de dados<br />
reais, obtidos de cadáveres ou de um paciente<br />
vivo utilizando equipamentos radiológicos. O salto<br />
de qualidade da informação que se obtém quando<br />
se troca um desenho em papel ou uma imagem<br />
de má qualidade <strong>no</strong> vídeo de um equipamento de<br />
ultra-som ou tomografia, por um modelo 3D<br />
interativo é considerável. Técnicas de<br />
visualização e interação, como a visão estérea e<br />
as interfaces hápticas, permitem recriar a forma, a<br />
elasticidade, o peso e outras propriedades dessas<br />
estruturas dentro de um computador.<br />
A RV também agrega facilidades que não<br />
existem <strong>no</strong> mundo real, tais como mudança de<br />
escala, navegação <strong>no</strong> interior das estruturas,<br />
separação de modelos por tópico (esqueleto,<br />
músculos, sistemas nervoso, etc.), bem como<br />
permitir a adição de informações complementares<br />
durante a exploração dos modelos, tais como<br />
<strong>no</strong>mes e explicações [4].Os conceitos de RV são<br />
aplicados junto à captação e modelagem dos<br />
protótipos tridimensionais virtuais da mama.<br />
A modelagem da mama é obtida a partir de<br />
duas metodologias. A primeira proposta diz<br />
respeito à utilização de imagens médicas para a<br />
reconstrução 3D da mama. Outra proposta é a<br />
utilização de ferramentas de modelagem 3D para<br />
atingir o mesmo objetivo. Ambas as técnicas<br />
resultam em modelos 3D da mama, que devem<br />
ser verossímeis e fiéis às estruturas anatômicas<br />
reais.<br />
A reconstrução da mama, ou prototipagem<br />
rápida, a partir de imagens médicas é feita com o<br />
auxílio de softwares específicos, como o
InVesalius. Este software requer uma seqüência<br />
de imagens em formato DICOM que não é<br />
fornecida por nenhum exame regularmente feito<br />
pelas mulheres.<br />
A segunda metodologia aplicada para a<br />
geração de modelos 3D da mama, a qual está<br />
sendo atualmente utilizada, é a construção dos<br />
modelos em ferramentas de modelagem 3D. As<br />
ferramentas pesquisadas e utilizadas na<br />
Universidade Católica de Brasília para a<br />
confecção de material 3D são o software de<br />
domínio público, Blender, e o software privado,<br />
3D Studio Max.<br />
Resultados<br />
A modelagem dos avatares e da mama,<br />
com sua representação externa e interna, está<br />
em etapa avançada de modelagem. Há a<br />
preocupação de tornar os modelos fidedig<strong>no</strong>s às<br />
estruturas anatômicas encontradas in vivo, de<br />
forma a ser modelo útil <strong>no</strong> treinamento de<br />
estudantes e profissionais da área médica. Os<br />
modelos passam pelo crivo de especialistas da<br />
área médica para a sua validação.<br />
O desafio é reproduzir as estruturas<br />
anatômicas internas da mama, com suas<br />
glândulas e ductos. Os modelos podem ser<br />
evidenciados nas figuras 2 e 3.<br />
Consultório Médico <strong>Virtual</strong>. O resultado desse<br />
trabalho pode ser observado nas imagens de<br />
renderização 3D a seguir (figura 4).<br />
Figura 4 – Visão interior da sala de consulta (à<br />
esq.) e Visão Geral do CMV (à dir.)<br />
Discussão e Conclusões<br />
São apresentados nesse artigo os<br />
resultados da modelagem dos avatares e<br />
estruturas anatômicas da mama, assim como o<br />
ambiente virtual do CMV. Utilizar a RV <strong>no</strong><br />
processo de auxílio ao diagnóstico de patologias<br />
relacionadas ao câncer de mama mostra-se<br />
relevante pela sua alta incidência na população,<br />
assim como pelo alto custo dos tratamentos.<br />
A medicina tem se beneficiado dos<br />
avanços da realidade virtual pela ampliação do<br />
uso de sistemas que oferecem meios i<strong>no</strong>vadores<br />
de diagnóstico, além da criação de <strong>no</strong>vas<br />
técnicas para o treinamento e especialização de<br />
estudantes e profissionais da área da saúde. O<br />
projeto busca por meios das técnicas de RV e da<br />
utilização da modelagem aplicada à área de<br />
mastologia, prover <strong>no</strong>vas formas de aquisição de<br />
conhecimento para os especialistas e uma<br />
alternativa para os pacientes.<br />
Referências<br />
[1] INCA. Instituto Nacional de Câncer (INCA),<br />
http://www.inca.gov.br/. Acesso em Jul 2008.<br />
Figura 2 – Modelo da anatomia externa da mama<br />
[2] Lucena, B. et al. A Three Dimensional<br />
Huma<strong>no</strong>id Layer Model. In: International Journal<br />
of the WSEAS Transactions on Systems, Issue 4,<br />
Vol. 3, p.1629-1632, Mexico, June 2004.<br />
[3] Farias, R. et al. Three Dimensional Modeling of<br />
a <strong>Virtual</strong> Medical Office in a Medical Area. In:<br />
International Journal of the WSEAS Transactions<br />
on Systems, Issue 4, Vol. 3, p.1633-1637, Mexico,<br />
June 2004.<br />
Figura 3 – Modelo da anatomia interna da mama<br />
[4] Isdale, Jerry. What is <strong>Virtual</strong> Reality. A Web-<br />
Based Introduction. Disponível em:<br />
. Acesso em<br />
Jul 2008.<br />
A combinação de técnicas de modelagem e<br />
programas específicos de iluminação de cenários<br />
foram utilizadas na produção do protótipo do