23.01.2015 Views

Projeto e construção de dispositivo para medição para ... - LFS - USP

Projeto e construção de dispositivo para medição para ... - LFS - USP

Projeto e construção de dispositivo para medição para ... - LFS - USP

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Construção <strong>de</strong> Dispositivos <strong>para</strong> Medição <strong>para</strong> Forças <strong>de</strong> Usinagem<br />

em Processo <strong>de</strong> Furação<br />

P. R. P. Pinto Filho<br />

Laboratório <strong>de</strong> Fenômenos <strong>de</strong> Superfície – <strong>LFS</strong>, Departamento <strong>de</strong> Engenharia<br />

Mecatrônica, Escola Politécnica, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – <strong>USP</strong>,<br />

roberto.pinto@poli.usp.br<br />

H. A. B. Sanches<br />

Laboratório <strong>de</strong> Fenômenos <strong>de</strong> Superfície – <strong>LFS</strong>, Departamento <strong>de</strong> Engenharia<br />

Mecatrônica, Escola Politécnica, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – <strong>USP</strong>,<br />

henrique.sanches@poli.usp.br<br />

I. F. Machado<br />

Laboratório <strong>de</strong> Fenômenos <strong>de</strong> Superfície – <strong>LFS</strong>, Departamento <strong>de</strong> Engenharia<br />

Mecatrônica, Escola Politécnica, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – <strong>USP</strong>,<br />

machadoi@usp.br<br />

1. RESUMO<br />

O trabalho objetiva o projeto e a construção <strong>de</strong> um <strong>dispositivo</strong> capaz <strong>de</strong> avaliar<br />

esforços <strong>de</strong> usinagem no processo <strong>de</strong> furação <strong>de</strong> materiais metálicos. Para a construção<br />

do <strong>dispositivo</strong> <strong>de</strong> medição foi utilizada uma base <strong>de</strong> alumínio equipado com<br />

extensômetros, que enviam sinais que são obtidos por um sistema <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> dados.<br />

Foi analisado o correto posicionamento dos extensômetros, estudando a distribuição <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formações no material e <strong>de</strong>pois proce<strong>de</strong>ndo à montagem. Após a montagem foi<br />

construída uma curva <strong>de</strong> calibração <strong>para</strong> relacionar as <strong>de</strong>formações durante o processo<br />

<strong>de</strong> furação com os esforços <strong>de</strong> usinagem. Posteriormente serão relacionados os esforços<br />

<strong>de</strong> usinagem com as características mecânicas dos corpos-<strong>de</strong>-prova.<br />

Palavras-chave: furação, usinagem, extensometria, forças <strong>de</strong> corte, aquisição <strong>de</strong> dados.<br />

RESUMEN<br />

Este trabajo tiene como objetivo el diseño y la construcción <strong>de</strong> un <strong>dispositivo</strong> capaz <strong>de</strong><br />

evaluar los esfuerzos en el maquinado durante el proceso <strong>de</strong> taladrado <strong>de</strong> materiales<br />

metálicos. Para la construcción <strong>de</strong>l <strong>dispositivo</strong> <strong>de</strong> medición <strong>de</strong> fuerzas fue utilizada una<br />

base <strong>de</strong> aluminio equipada con extensómetros que envían las señales obtenidas al<br />

sistema <strong>de</strong> adquisición <strong>de</strong> datos. Se analizó el correcto posicionamiento <strong>de</strong> los<br />

extensómetros, estudiando la distribución <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaciones en el material y luego se<br />

realizó el montaje. Después <strong>de</strong>l montaje fue construida una curva <strong>de</strong> calibración <strong>para</strong><br />

relacionar las <strong>de</strong>formaciones durante el proceso <strong>de</strong> taladrado con los esfuerzos <strong>de</strong><br />

maquinado. Posteriormente serán relacionados los esfuerzos <strong>de</strong> maquinado con las<br />

propieda<strong>de</strong>s mecánicas <strong>de</strong> las probetas.<br />

17


2. INTRODUÇÃO<br />

O estudo dos processos <strong>de</strong> usinagem se mostra mais importante atualmente. E isso<br />

<strong>de</strong>vido a busca pela otimização nas linhas industriais <strong>de</strong> fabricação. Para tal, é necessário<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas que nos permitam quantificar parâmetros fundamentais a<br />

esses processos.<br />

Em especial, um método importante por ser eficiente, <strong>de</strong> simples montagem e <strong>de</strong> baixo<br />

custo é a medição <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> corte através <strong>de</strong> <strong>dispositivo</strong>s equipados com sensores do<br />

tipo extensômetros. O projeto do <strong>dispositivo</strong> <strong>de</strong>ve gerar as máximas <strong>de</strong>formações <strong>de</strong><br />

forma a facilitar e amplificar as medições.<br />

O projeto <strong>para</strong> o <strong>dispositivo</strong> <strong>de</strong> furação iniciou-se com o cálculo estrutural dos esforços<br />

os quais o <strong>dispositivo</strong> estaria exposto, e passou-se <strong>para</strong> a escolha do material da base.<br />

Ele <strong>de</strong>veria ser resistente o suficiente <strong>para</strong> suportar as forças durante a usinagem e <strong>para</strong><br />

fixar bem o conjunto, e elástico o suficiente <strong>para</strong> amplificar as tensões, que seriam<br />

captadas pelos extensômetros. Escolheu-se o alumínio, que além <strong>de</strong> apresentar as<br />

características <strong>de</strong>sejadas, é um metal leve, o que facilitaria o transporte do <strong>dispositivo</strong>.<br />

A seguir, buscou-se um cilindro <strong>de</strong> alumínio que correspon<strong>de</strong>sse com o diâmetro<br />

mínimo <strong>de</strong> projeto. Passado essa fase, iniciou-se a fabricação do mesmo.<br />

O primeiro problema foi a fixação do corpo-<strong>de</strong>-prova no <strong>dispositivo</strong>. O sistema pensado<br />

inicialmente, baseado no uso <strong>de</strong> braça<strong>de</strong>iras, mostrou-se ineficaz, pois não foi possível<br />

<strong>de</strong>formar as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alumínio o suficiente <strong>para</strong> tensionar a peça. Enquanto pensavase<br />

nesse problema, passou-se <strong>para</strong> a colagem dos extensômetros, on<strong>de</strong> encontramos<br />

outro problema, o posicionamento dos mesmos. Tal problema foi resolvido com o uso do<br />

riscador, com que se marcou as posições corretas. Foram perdidos alguns<br />

extensômetros, pois a superfície lisa da base não estava se mostrando eficaz <strong>para</strong> a<br />

colagem. O problema foi solucionado com a lixamento das pare<strong>de</strong>s com uma lixa com<br />

granulação maior.<br />

Para a fixação do corpo-<strong>de</strong>-prova, foi <strong>de</strong>cidido o uso <strong>de</strong> chavetas. Para tal, fez-se oito<br />

rasgos passantes nas pare<strong>de</strong>s do cilindro superior do <strong>dispositivo</strong>, e rasgos superficiais<br />

(com aproximadamente 2mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>) no corpo-<strong>de</strong>-prova. Placas pequenas e<br />

finas <strong>de</strong> aço são utilizadas. Esse procedimento garantiu ótima fixação contra a rotação da<br />

peça, além <strong>de</strong> transmitir <strong>de</strong> maneira homogênea as tensões <strong>para</strong> os sensores instalados<br />

na base inferior do cilindro.<br />

18


3. OBJETIVOS<br />

Os objetivos <strong>de</strong>ste trabalho são: projetar, instrumentar, calibrar, testar e colocar<br />

disponível <strong>para</strong> ensaios um <strong>dispositivo</strong> munido <strong>de</strong> extensômetros, <strong>para</strong> ser usado em<br />

fura<strong>de</strong>iras industriais, on<strong>de</strong> esse <strong>dispositivo</strong> estará ligado a um sistema <strong>para</strong> aquisição<br />

dos dados, <strong>de</strong> forma a avaliar as forças resultantes da furação em corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> um<br />

aço utilizado em construção mecânica (ABNT 1045) após diferentes tratamentos térmicos;<br />

além disso, <strong>de</strong>senvolver uma metodologia <strong>de</strong> ensaios que visa aprimorar o conceito <strong>de</strong><br />

usinabilida<strong>de</strong>, relacionando-o com parâmetros que permitam avaliá-lo, e relacioná-lo <strong>de</strong><br />

forma mais precisa com as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e com a microestrutura do material<br />

usinado.<br />

4. MATERIAIS E MÉTODOS<br />

4.1 Forças <strong>de</strong> usinagem<br />

A força <strong>de</strong> usinagem no processo <strong>de</strong> furação é dada pela resultante dos esforços que<br />

atuam sobre a ferramenta <strong>de</strong> corte - a broca. Na verda<strong>de</strong>, não se trabalha com a força <strong>de</strong><br />

usinagem propriamente dita, mas sim com suas componentes, a força <strong>de</strong> penetração (Fp)<br />

e o momento <strong>de</strong> torção (Mt). A Figura 1 ilustra a força as componentes da força <strong>de</strong><br />

usinagem na operação <strong>de</strong> furação. O conhecimento ou mesmo a estimativa dos esforços<br />

<strong>de</strong> usinagem máximos é utilizado, <strong>de</strong> um modo geral, <strong>para</strong> o dimensionamento do<br />

equipamento <strong>de</strong> usinagem e projeto <strong>de</strong> ferramentas e <strong>dispositivo</strong>s <strong>de</strong> usinagem. No<br />

entanto, esses esforços variam durante o processo <strong>de</strong> usinagem e po<strong>de</strong>m ser utilizados<br />

<strong>para</strong> estudar os mecanismos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cavaco.<br />

4.2 Dispositivos <strong>de</strong> medição<br />

Para o <strong>dispositivo</strong> <strong>de</strong> medição, foi necessário projetar uma base <strong>de</strong> alumínio cilíndrica,<br />

on<strong>de</strong> o corpo <strong>de</strong> prova é fixado, e que por sua vez é fixado na mesa da máquina,<br />

conforme esquematizado na Figura 2. Oito extensômetros, divididos em duas Pontes <strong>de</strong><br />

Wheatstone, são responsáveis pela medição das forças <strong>de</strong> penetração (gages A, C, E, G)<br />

e <strong>de</strong> torção (B, D, F, H), respectivamente. A posição dos strain gages po<strong>de</strong> ser<br />

claramente vista na Figura 3.<br />

Esse arranjo tem duas importantes vantagens e uma <strong>de</strong>svantagem: aumento da<br />

sensibilida<strong>de</strong> e compensação <strong>de</strong> temperatura, já que se encontram na mesma posição<br />

longitudinal; porém, <strong>para</strong> garantir isso, foi necessário o uso <strong>de</strong> um gabarito e muito zelo<br />

na hora da colagem dos extensômetros.<br />

Para a calibração foi usinado um corpo-<strong>de</strong>-calibração, que é um cilindro <strong>de</strong> aço<br />

equipado com um <strong>para</strong>fuso sextavado. Esse a<strong>para</strong>to foi fixado no <strong>dispositivo</strong>, e aplicouse<br />

com um torquímetro momentos <strong>de</strong> torção. Os sinais foram aquisitados e plotados em<br />

um gráfico (ver figura 2).<br />

19


Figura 1. Dispositivo <strong>para</strong> medição <strong>de</strong> forças <strong>para</strong> furação (esquerda); disposição dos<br />

sensores – vista superior (direita).<br />

Figura 2. Esquema das forças <strong>de</strong> usinagem <strong>para</strong> furação (esquerda); Curva <strong>de</strong> Calibração do<br />

<strong>dispositivo</strong> (direita).<br />

5. AGRADECIMENTOS<br />

À Aços Villares Si<strong>de</strong>nor S.A pelo apoio (projeto CONSTRUMEC (FINEP-FIPT-Aços<br />

Villares S.A, Processo no 01.04.087.00), à FAPESP pelo apoio no que se refere a boa<br />

parte dos equipamentos utilizados (processo 03/05490-4), ao Laboratório <strong>de</strong> Fenômenos<br />

<strong>de</strong> Superfície (<strong>LFS</strong>) da Escola Politécnica da <strong>USP</strong>, à Iscar do Brasil S.A., pelas


ferramentas <strong>de</strong> corte e ao Sr. Francisco dos Reis Faustino pelo auxílio na parte<br />

experimental.<br />

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />

Metals Handbook - Machining. USA. ASM, vol 16, 1989.<br />

Peckener, D.; Bernstein, I.M. Handbook of Stainless Steels. USA. McGraw Hill, 1977. Cap.<br />

24.<br />

Dimla E. Dinla Sr., Sensor signals for tool-wear monitoring in metal cutting operations – a<br />

review of methods. International Journal of Machine Tools & Manufacturing. Vol. 40,<br />

pp. 1073-1098, 2000.<br />

Dimla E. Dinla Sr.; Lister, P.M. On-line metal cutting tool condition monitoring. I: Force and<br />

vibration análisis. International Journal of Machine Tools & Manufacturing. Vol. 40,<br />

pp. 739-768, 2000.<br />

Ferraresi, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais.São Paulo. Edgard Blücher<br />

ltda.1977.<br />

Guimarães, A.R. Sistema <strong>para</strong> a medição das componentes da força <strong>de</strong> usinagem em<br />

operações <strong>de</strong> torneamento. Trabalho <strong>de</strong> Formatura. Departamento <strong>de</strong> Engenharia<br />

Mecânica da Escola Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. 2000.<br />

Farias, M. C. M. Extensometria. Trabalho <strong>de</strong> PMC-5003 – Instrumentação e<br />

Análise <strong>de</strong> Medidas <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>zas Mecânicas. Departamento <strong>de</strong> Engenharia<br />

Mecânica da Escola Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. 2000.<br />

21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!