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estudo e projeto de rede elétrica compacta protegida - Teste ...

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0<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

CENTRO TECNOLÓGICO<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA<br />

PROJETO DE GRADUAÇÃO<br />

ESTUDO E PROJETO DE REDE ELÉTRICA<br />

COMPACTA PROTEGIDA<br />

ADELAYNE GRIPPA SEGATTO<br />

VITÓRIA – ES<br />

Fevereiro/2008


1<br />

ADELAYNE GRIPPA SEGATTO<br />

ESTUDO E PROJETO DE REDE ELÉTRICA COMPACTA<br />

PROTEGIDA<br />

Trabalho acadêmico para obtenção do grau<br />

<strong>de</strong> Engenheiro Eletricista, da aluna<br />

A<strong>de</strong>layne Grippa Segatto, apresentado ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia Elétrica do<br />

Centro Tecnológico da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo.<br />

VITÓRIA – ES<br />

Fevereiro/2008


2<br />

ADELAYNE GRIPPA SEGATTO<br />

ESTUDO E PROJETO DE REDE ELÉTRICA COMPACTA<br />

PROTEGIDA<br />

COMISSÃO EXAMINADORA:<br />

___________________________________<br />

Prof. Dr.,<br />

Paulo José Mello Menegáz<br />

Orientador<br />

________________________________<br />

Prof. Dr,<br />

Cícero Romao Cavati<br />

Examinador<br />

___________________________________<br />

Eng.,<br />

Cassiano Maroquio Tirelo<br />

Examinador<br />

VITÓRIA – ES<br />

Fevereiro/2008


À Deus, à minha família pela força, a meu<br />

orientador Paulo Menegás pela paciência e<br />

a Cassiano pelo apoio e carinho.<br />

3


4<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 - Cabo <strong>de</strong> força coberto ......................................................................................... 14<br />

Figura 2 - Conjunto principal: cabo mensageiro, espaçador e cabo <strong>de</strong> força ...................... 15<br />

Figura 3 - Acessórios da Re<strong>de</strong> Compacta: (a) espaçador, (b) separador vertical ................ 15<br />

Figura 4 - Aplicabilida<strong>de</strong> do separador vertical em situação <strong>de</strong> cruzamento da Re<strong>de</strong><br />

Compacta .......................................................................................................... 15<br />

Figura 5 - Isolador tipo bastão ............................................................................................. 16<br />

Figura 6 - Isolador tipo pino ................................................................................................ 16<br />

Figura 7 - Anel <strong>de</strong> amarração .............................................................................................. 16<br />

Figura 8 - Braço tipo "L" em condição <strong>de</strong> tangência .......................................................... 17<br />

Figura 9 - Braço tipo "C"em condição <strong>de</strong> ângulo ................................................................ 17<br />

Figura 10 - Resultado da análise <strong>de</strong> falhas antes e <strong>de</strong>pois da substituição da Re<strong>de</strong><br />

Convencional pela Re<strong>de</strong> Compacta Protegida .................................................. 20<br />

Figura 11 - Poda drástica para evitar contato com a Re<strong>de</strong> Convencional ........................... 21<br />

Figura 12 - Poda que comprometeu a estética da árvore <strong>de</strong>vido à passagem da Re<strong>de</strong><br />

Convencional .................................................................................................... 22<br />

Figura 13 - Comparação da área <strong>de</strong> poda numa Re<strong>de</strong> Convencional com uma Re<strong>de</strong><br />

Compacta .......................................................................................................... 22<br />

Figura 14 - Foto <strong>de</strong> um "túnel <strong>de</strong> poda" reduzido <strong>de</strong>vido à Re<strong>de</strong> Compacta ...................... 23<br />

Figura 15 - Foto on<strong>de</strong> mostra a Re<strong>de</strong> Compacta convivendo harmoniosamente com a<br />

arborização ........................................................................................................ 23<br />

Figura 16 - Foto <strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong> Convencional em situação <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong> falha ................ 24<br />

Figura 17 - Foto <strong>de</strong> um área congestionada com 5 circuitos alimentadores ........................ 24<br />

Figura 18 - Instalação da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida ................................................ 25<br />

Figura 19 - Detalhe do espaçador com trilhamento elétrico ................................................ 28<br />

Figura 20 - Locais com as principais ocorrências <strong>de</strong> trilhamento elétrico (a) lado voltado<br />

para maior incidência <strong>de</strong> vento, (b) lado voltado para menor incidência <strong>de</strong><br />

vento ................................................................................................................. 29<br />

Figura 21 - Influência das nervuras <strong>de</strong> um isolador na distribuição do campo elétrico ...... 31<br />

Figura 22 - Foto do cabo da Re<strong>de</strong> Compacta com trilhamento elétrico na região em contato<br />

com o espaçador ............................................................................................... 32<br />

Figura 23 - Foto do espaçador com trilhamento elétrico numa região que permite acúmulo<br />

<strong>de</strong> poluentes ...................................................................................................... 32


5<br />

Figura 24 - Detalhe do laço <strong>de</strong> amarração com trilhamento no local <strong>de</strong> contato com o cabo<br />

coberto .............................................................................................................. 32<br />

Figura 25 - Espaçador provido <strong>de</strong> alças incorporadas ao corpo do espaçador .................... 33<br />

Figura 26 - Representação das reações químicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> polímeros (a) formação<br />

dos radicais livres, (b) reação do radical livre com O2, (c) formação do<br />

hidroperóxido (d) <strong>de</strong>composição do hidroperóxido ......................................... 38<br />

Figura 27 - Vista da seção transversal <strong>de</strong> cabo coberto com material <strong>de</strong> bloqueio ............. 39<br />

Figura 28 - Vista geral da Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV ......................................... 43<br />

Figura 29 - Principais componentes da Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV .................... 44<br />

Figura 30 - Camadas do cabo condutor coberto para 69 kV ............................................... 44<br />

Figura 31 - Cotas do espaçador para Linha Compacta <strong>de</strong> 69 kV ........................................ 45<br />

Figura 32 - Cabo mensageiro <strong>de</strong> Alumoweld® ................................................................... 46<br />

Figura 33 - Braço tipo "L" para uma Linha Compacta <strong>de</strong> 69 kV ........................................ 47<br />

Figura 34 – Mapa do local (a re<strong>de</strong> a ser substituída está marcada em ver<strong>de</strong>) on<strong>de</strong> será<br />

realizado o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento da Re<strong>de</strong> Convencional para Re<strong>de</strong><br />

Protegida ........................................................................................................... 51<br />

Figura 35 - Foto <strong>de</strong> uma das ruas do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Convencional<br />

para Re<strong>de</strong> Protegida .......................................................................................... 52<br />

Figura 36 - Foto <strong>de</strong> uma das ruas que será realizado o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento, on<strong>de</strong><br />

mostra uma árvore podada ina<strong>de</strong>quadamente, comprometendo a estética da<br />

mesma ............................................................................................................... 53<br />

Figura 37 - Foto <strong>de</strong> um flying tap da re<strong>de</strong> a ser recondutorada. Observa-se uma área <strong>de</strong> alto<br />

risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong>vido à vegetação <strong>de</strong>nsa .............................................. 53<br />

Figura 38 - Croqui do local do <strong>projeto</strong> on<strong>de</strong> mostra a localização das chaves,<br />

transformadores, banco <strong>de</strong> capacitores e as estruturas da Re<strong>de</strong> Convencional<br />

existentes .......................................................................................................... 54<br />

Figura 39 - Bloco a ser recondutorado, com todas posteações e equipamentos existentes<br />

representados .................................................................................................... 56<br />

Figura 40 - Estruturas a <strong>de</strong>sinstalar na Re<strong>de</strong> Convencional e a instalar na Re<strong>de</strong> Compacta<br />

Protegida ........................................................................................................... 58<br />

Figura 41 - Cabos a instalar no recondutoramento para a Re<strong>de</strong> Compacta Protegida ........ 61<br />

Figura 42 - Re<strong>de</strong> Protegida <strong>de</strong> 11,4 kV e Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baixa Tensão........................................ 63<br />

Figura 43 - Esforços dos cabos da BT e MT; e resultante no poste P3 ............................... 63<br />

Figura 44 - Foto do ponto <strong>de</strong> entrega no poste P23 ............................................................. 67


Figura 45 - Queda <strong>de</strong> tensão em percentual nos pontos com carga ..................................... 68<br />

6


7<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 - Causa e número <strong>de</strong> falhas antes e <strong>de</strong>pois da substituição da Re<strong>de</strong> Convencional<br />

pela Re<strong>de</strong> Compacta Protegida ......................................................................... 19<br />

Tabela 2 - Análise comparativa dos custos da Re<strong>de</strong> Convencional e da Re<strong>de</strong> Compacta .. 25<br />

Tabela 3 – Carga <strong>de</strong> ruptura, ampacida<strong>de</strong>, resistência elétrica CC dos cabos cobertos <strong>de</strong> 69<br />

kV ..................................................................................................................... 45<br />

Tabela 4 - Características do espaçador <strong>de</strong> 69 kV ............................................................... 46<br />

Tabela 5 - Custo do investimento inicial da Linha Convencional x Linha Compacta, para a<br />

tensão <strong>de</strong> 69 kV ................................................................................................ 49<br />

Tabela 6 - Custo operacional da Linha Convencional x Linha Compacta, para a tensão <strong>de</strong><br />

69 kV ................................................................................................................ 49<br />

Tabela 7 - Custo <strong>de</strong> Energia não distribuída da Linha Convencional x Linha Compacta<br />

Protegida, para a tensão <strong>de</strong> 69 kV .................................................................... 49<br />

Tabela 8 - Análise econômica da Linha Convencional <strong>de</strong> 69 kV x Linha Compacta<br />

Protegida <strong>de</strong> 69 kV ........................................................................................... 50<br />

Tabela 9 - Critério <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> para estruturas ...................................................................... 57<br />

Tabela 10 - Detalhe das estruturas a serem instaladas (Re<strong>de</strong> Compacta) e <strong>de</strong>sinstaladas<br />

(Re<strong>de</strong> Nua) em cada poste do bloco ................................................................. 59<br />

Tabela 11 - Total <strong>de</strong> estruturas a instalar (Re<strong>de</strong> Nua) e a <strong>de</strong>sinstalar (Re<strong>de</strong> Compacta) .... 59<br />

Tabela 12 - Detalhe dos cabos a serem instalados (Re<strong>de</strong> Compacta) e <strong>de</strong>sinstaladas (Re<strong>de</strong><br />

Nua) em todos os vãos ...................................................................................... 60<br />

Tabela 13 - Total <strong>de</strong> cabos nus a <strong>de</strong>sinstalar (Re<strong>de</strong> Nua) e cobertos a instalar (Re<strong>de</strong><br />

Compacta) ......................................................................................................... 62<br />

Tabela 14 - Total <strong>de</strong> cabos mensageiros a instalar (Re<strong>de</strong> Compacta) ................................. 62<br />

Tabela 15 - Esforços resultantes em cada poste do bloco ................................................... 64<br />

Tabela 16 - Esforços causados por cada tipo <strong>de</strong> cabo do Circuito Primários e Secundário 65<br />

Tabela 17 - Demanda máxima <strong>de</strong> carga .............................................................................. 66<br />

Tabela 18 - Percentual <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> tensão para cabos protegidos numa Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 11,4 kV 69<br />

Tabela 19 - Comprimento do cabo entre pontos do circuito ............................................... 69<br />

Tabela 20 - Queda <strong>de</strong> tensão e corrente no cabo protegido ................................................. 70<br />

Tabela 21 - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> corrente do cabo protegido ................................. 71


8<br />

SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... 4<br />

LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... 7<br />

SUMÁRIO ......................................................................................................................... 8<br />

RESUMO ......................................................................................................................... 10<br />

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11<br />

1.1 Desenvolvimento ......................................................................................................... 12<br />

1.1.1 História da eletricida<strong>de</strong> no Brasil .................................................................. 12<br />

1.1.2 História da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta................................................................. 13<br />

2 DESCRIÇÃO GERAL DA REDE ....................................................................... 14<br />

2.1 Vantagens .................................................................................................................... 17<br />

2.1.1 Confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica ...................................... 18<br />

2.1.2 Meio ambiente ............................................................................................... 20<br />

2.1.3 Faixa <strong>de</strong> servidão ........................................................................................... 24<br />

2.1.4 Instalação ....................................................................................................... 25<br />

2.1.5 Custo .............................................................................................................. 25<br />

2.2 Desvantagens ............................................................................................................... 26<br />

2.2.1 Multi-estressamento....................................................................................... 26<br />

2.2.2 Trilhamento elétrico e erosão ........................................................................ 28<br />

2.2.3 Características dos cabos e acessórios ........................................................... 30<br />

3 CARACTERÍSTICA DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS EMPREGADOS<br />

NA REDE COMPACTA PROTEGIDA ....................................................................... 33<br />

3.1 Polímero ...................................................................................................................... 33<br />

3.2 Proprieda<strong>de</strong> dos polímeros usados na re<strong>de</strong> elétrica ..................................................... 34<br />

3.3 Polímeros empregados em materiais elétricos............................................................. 36<br />

3.3.1 Proprieda<strong>de</strong>s dos polímeros ........................................................................... 37<br />

3.3.2 Características dos cabos e materiais usados na re<strong>de</strong> <strong>compacta</strong> .................... 38<br />

4 ANÁLISE ECONÔMICA ..................................................................................... 39<br />

4.1 Método para cálculo da análise econômica ................................................................. 40<br />

4.1.1 Investimento inicial ....................................................................................... 40<br />

4.1.2 FVPL ............................................................................................................. 41<br />

4.1.3 Custo operacional .......................................................................................... 41<br />

4.1.4 Energia não distribuída .................................................................................. 42


9<br />

5 APLICAÇÕES EM ALTA TENSÃO .................................................................. 43<br />

5.1 Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV ........................................................................... 43<br />

5.1.1 Descrição do sistema ..................................................................................... 43<br />

5.1.2 Especificações básicas dos componentes ...................................................... 44<br />

5.2 Vantagens .................................................................................................................... 47<br />

5.3 Análise <strong>de</strong> custos ......................................................................................................... 48<br />

5.4 Análise final do <strong>estudo</strong> da Re<strong>de</strong> Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV ................................. 50<br />

6 ESTUDO DE CASO DE UM PROJETO BÁSICO DE<br />

RECONDUTORAMENTO DE UMA REDE CONVENCIONAL PARA UMA<br />

REDE COMPACTA PROTEGIDA DE 11,4 KV. ....................................................... 50<br />

6.1 Objetivo ....................................................................................................................... 50<br />

6.2 Justificativa .................................................................................................................. 51<br />

6.3 Condições gerais .......................................................................................................... 54<br />

6.4 Padrões utilizados ........................................................................................................ 55<br />

6.5 Levantamento <strong>de</strong> dados ............................................................................................... 55<br />

6.6 Descrição do <strong>projeto</strong> .................................................................................................... 55<br />

6.6.1 Estruturas ....................................................................................................... 57<br />

6.6.2 Cabos ............................................................................................................. 60<br />

6.6.3 Poste .............................................................................................................. 62<br />

6.6.4 Espaçadores ................................................................................................... 65<br />

6.6.5 Demanda máxima .......................................................................................... 65<br />

6.6.6 Queda <strong>de</strong> tensão ............................................................................................. 67<br />

6.6.7 Remanejamento <strong>de</strong> carga ............................................................................... 71<br />

6.6.8 Notas gerais ................................................................................................... 71<br />

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 72<br />

ANEXO A ........................................................................................................................ 74<br />

ANEXO B ......................................................................................................................... 76<br />

ANEXO C ........................................................................................................................ 79<br />

ANEXO D ........................................................................................................................ 87<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................... 88


10<br />

RESUMO<br />

Este trabalho consiste num <strong>estudo</strong> da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida, baseado em vários<br />

outros <strong>estudo</strong>s já realizados e <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong> dados na concessionária <strong>de</strong> energia<br />

do estado do Espírito Santo, Escelsa. O trabalho contempla ainda, um <strong>projeto</strong> básico <strong>de</strong>ssa<br />

re<strong>de</strong>.<br />

É mostrado neste <strong>estudo</strong> que a utilização da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida traz uma<br />

redução no número <strong>de</strong> falhas elétricas <strong>de</strong>vido à redução <strong>de</strong> contatos aci<strong>de</strong>ntais na re<strong>de</strong>,<br />

ocorrendo normalmente em ambientes arborizados, com estreita faixa <strong>de</strong> servidão e em<br />

regiões com alta ocorrência <strong>de</strong> objetos na mesma. Porém, quando a Re<strong>de</strong> Compacta se<br />

encontra sob solicitações <strong>de</strong> multi-estressamento, verifica-se que o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

da re<strong>de</strong> torna-se acelerado, isso <strong>de</strong>vido ao formato <strong>de</strong> seus acessórios e os distintos<br />

materiais poliméricos presentes nela.<br />

Foi observado que, apesar do investimento inicial da Re<strong>de</strong> Compacta ser maior do que o da<br />

Re<strong>de</strong> Convencional, quando se trata <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> custo em longo prazo, a Re<strong>de</strong><br />

Compacta apresenta custos inferiores.<br />

O <strong>projeto</strong> básico realizado ao final <strong>de</strong>ste trabalho foi o <strong>de</strong> substituição da Re<strong>de</strong><br />

Convencional para a Re<strong>de</strong> Aérea Compacta <strong>de</strong> 11,4 kV, localizada no Bairro Mata da<br />

Praia, município <strong>de</strong> Vitória, ES, com aproximadamente 1 km <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.


11<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Aérea Convencional <strong>de</strong> distribuição primária <strong>de</strong> energia elétrica está<br />

exposto a todas as influências do meio (tempesta<strong>de</strong>, raio, ventania, acumulo <strong>de</strong> poeira,<br />

excesso <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> salitre em ambiente litorâneo, arborização, etc.) e por esse<br />

motivo apresenta elevada taxa <strong>de</strong> falhas. Segundo dados da ABRADEE 1 , 90% em média<br />

das causas <strong>de</strong> interrupções nas re<strong>de</strong>s primárias, são ocorrências nas Re<strong>de</strong>s Aéreas<br />

Convencionais <strong>de</strong> distribuição.<br />

Essa elevada taxa <strong>de</strong> falhas apresenta-se cada vez mais incompatível com as necessida<strong>de</strong>s<br />

que o uso da eletricida<strong>de</strong> vai impondo à vida mo<strong>de</strong>rna já que a energia elétrica é um<br />

importante elemento no processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização das socieda<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> esta impulsiona a<br />

industrialização, altera a estrutura urbana e reflete na própria cultura; e é por isso que cada<br />

vez mais a qualida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia prestado pelas<br />

concessionárias estão sendo monitoradas pela ANEEL e cobrada através <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> uma melhora contínua.<br />

Além das altas taxas <strong>de</strong> falhas, a Re<strong>de</strong> Convencional tem um elevado custo <strong>de</strong> manutenção<br />

preventiva e corretiva <strong>de</strong>vido à constante interferência com a arborização, pois exige uma<br />

ampla faixa <strong>de</strong> servidão.<br />

Assim, para uma melhoria da qualida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia,<br />

minimização dos impactos ambientais e redução dos custos operacionais; soluções <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> distribuição mais mo<strong>de</strong>rnas estão sendo estudadas e implantadas. Neste trabalho será<br />

apresentada uma <strong>de</strong>stas soluções, a Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida.<br />

A Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida, conhecida também como Re<strong>de</strong> Spacer Cable, foi<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela empresa Hendrix W&C. Basicamente essa re<strong>de</strong> é composta por três<br />

condutores cobertos, mas não isolados, apoiados em espaçadores ou em separadores,<br />

sustentados por um cabo mensageiro <strong>de</strong> aço e seus acessórios.<br />

O <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> seus acessórios e sua configuração proporciona inúmeros benefícios, mas<br />

também proporciona uma <strong>de</strong>gradação acelerada da re<strong>de</strong> quando implantada em ambientes<br />

agressivos.<br />

1 ABRADEE (Associação Brasileira <strong>de</strong> Distribuidores <strong>de</strong> Energia Elétrica) é uma socieda<strong>de</strong> civil <strong>de</strong> direito<br />

privado, sem fins lucrativos [1].


12<br />

1.1 DESENVOLVIMENTO<br />

1.1.1 História da eletricida<strong>de</strong> no Brasil<br />

A história da eletricida<strong>de</strong> no país é semelhante à história da eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros países<br />

atrasados economicamente. Os países sem estrutura e cultura <strong>de</strong> pesquisa importavam<br />

mo<strong>de</strong>los prontos.<br />

Des<strong>de</strong> 1879, quando houve a primeira <strong>de</strong>monstração pública da lâmpada elétrica <strong>de</strong><br />

Thomas Edison no Brasil, ficou claro que aquele era o começo <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />

<strong>de</strong> importação <strong>de</strong> tecnologia.<br />

Conforme apresentado em [2], na década <strong>de</strong> 1900 o Grupo Ligth, do Canadá, mas com<br />

tecnologia americana, iniciou a produção <strong>de</strong> energia elétrica em larga escala no Brasil. Em<br />

1928 a empresa americana Amforp adquiriu o controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> concessionárias no<br />

país. Com a concentração <strong>de</strong> várias concessionárias em um grupo com tecnologia<br />

americana acarretou na imposição dos padrões tecnológicos das multinacionais.<br />

Em 1939 foi criado pelo presi<strong>de</strong>nte Getúlio Vargas o Conselho Nacional <strong>de</strong> Águas e<br />

Energia – CNAE com o objetivo <strong>de</strong> sanear os problemas <strong>de</strong> suprimento, regulamentação e<br />

tarifa referentes ao setor <strong>de</strong> energia elétrica do país.<br />

Em 1956 foi criada para administrar o programa energético do estado do Espírito Santo, a<br />

Escelsa, empresa posteriormente fe<strong>de</strong>ralizada [2].<br />

Em 1961 durante a presidência <strong>de</strong> Jânio Quadros foi criada a Eletrobrás, constituída para<br />

coor<strong>de</strong>nar o setor <strong>de</strong> energia elétrica brasileiro.<br />

Na década <strong>de</strong> 70, foi firmado o acordo para a construção da usina <strong>de</strong> Itaipu e neste mesmo<br />

período, ocorreram à criação do Centro <strong>de</strong> Pesquisas <strong>de</strong> Energia Elétrica - CEPEL para<br />

<strong>de</strong>senvolver tecnologia em equipamentos e em sistemas elétricos.<br />

Na década <strong>de</strong> 90 inicia-se uma nova época para o setor elétrico brasileiro com a política <strong>de</strong><br />

privatização das concessionárias e para isso é constituído um novo órgão regulador do<br />

setor <strong>de</strong> energia elétrica sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica –<br />

ANEEL.<br />

Durante o período dos anos 50 até os anos 90, quando predominou o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> empresas<br />

estatais, percebeu-se um isolamento tecnológico, após a década <strong>de</strong> 90, on<strong>de</strong> as<br />

concessionárias privatizadas passaram a ser reguladas por uma agência nacional, tornou-se


13<br />

um ambiente propício à revisão dos conceitos relacionados aos padrões técnicos <strong>de</strong> energia<br />

elétrica no Brasil.<br />

1.1.2 História da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta<br />

O Brasil, em função da influência dos fabricantes <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong>mais aspectos<br />

relacionados a custos, adotou a Re<strong>de</strong> Convencional como padrão <strong>de</strong> distribuição aérea na<br />

classe <strong>de</strong> 15 kV (tensão entre fases) feita através <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong> alumínio nus sustentados por<br />

isoladores em cruzetas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Mas, <strong>de</strong>vido essa re<strong>de</strong> ter elevada taxa <strong>de</strong> falha no fornecimento <strong>de</strong> energia, elevado<br />

impacto ambiental e alto custo operacional, fez-se necessárias soluções <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

distribuição com tecnologias mais mo<strong>de</strong>rnas. A Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida veio<br />

como solução.<br />

A Re<strong>de</strong> Compacta Protegida foi <strong>de</strong>senvolvida pela empresa Hendrix W&C, em 1951, nos<br />

Estados Unidos, quando Bill Hendrix <strong>de</strong>senvolveu um sistema que utilizava cabos cobertos<br />

e espaçadores. Quando criada, teve como objetivo <strong>de</strong>senvolver uma re<strong>de</strong> aérea com<br />

<strong>compacta</strong>ção próxima à encontrada nas re<strong>de</strong>s subterrâneas, possibilitando a utilização <strong>de</strong><br />

até quatro circuitos na mesma posteação e aumentando a confiabilida<strong>de</strong> e segurança do<br />

sistema <strong>de</strong> distribuição aéreo [3].<br />

As Re<strong>de</strong>s Compactas Protegidas <strong>de</strong>senvolvidas na década <strong>de</strong> 50 a partir <strong>de</strong> uma primeira<br />

aplicação em 5 kV, já são hoje comuns em 15 kV, 25 kV, 35 kV e 46 kV [4]; e ainda em<br />

linhas <strong>de</strong> 69 kV, mas com pouca aplicação [3].<br />

No Brasil as primeiras experiências com cabos cobertos em re<strong>de</strong>s aéreas foram com a<br />

concessionária COPEL 2 com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 13,8 kV em 1989 [5]. Nessa ocasião foram apenas<br />

substituídos os cabos <strong>de</strong> alumínio nus por cabos <strong>de</strong> alumínio cobertos com polietileno 3<br />

mantendo-se a topologia convencional <strong>de</strong> cruzetas e isoladores <strong>de</strong> porcelana tipo pino. O<br />

objetivo era testar em campo a eficiência do cabo coberto frente a contatos ocasionais <strong>de</strong><br />

galhos <strong>de</strong> árvores durante chuva e vento.<br />

Ao longo da década <strong>de</strong> 90 cresceram as pressões municipais contra a poda ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />

árvores, obrigando as concessionárias <strong>de</strong> energia elétrica a adotar um padrão construtivo <strong>de</strong><br />

2 COPEL - Companhia Paranaense <strong>de</strong> Energia.<br />

3 O polietileno é um polímero (uma macromolécula natural ou sintética) formado através <strong>de</strong> uma reação por<br />

adição com o etileno [6].


14<br />

re<strong>de</strong> elétrica que permitisse convivência mais harmoniosa com a arborização urbana, com<br />

isso, maiores investimentos <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida foram feitos.<br />

Porém, a experiência que se tinha sobre o <strong>de</strong>sempenho dos acessórios da Re<strong>de</strong> Compacta<br />

<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> 15 kV era em países <strong>de</strong> clima frio e seco. Portanto, seria necessário<br />

acompanhar o <strong>de</strong>sempenho dos mesmos num clima como o do Brasil: quente, úmido e com<br />

alta incidência <strong>de</strong> radiação solar.<br />

Diversos <strong>estudo</strong>s e testes foram iniciados nessa área e perceberam que a Re<strong>de</strong> Aérea<br />

Compacta Protegida tinha limitações e critérios <strong>de</strong> utilização, como será apresentado mais<br />

adiante neste trabalho.<br />

2 DESCRIÇÃO GERAL DA REDE<br />

A Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Distribuição Aérea Protegida Compacta é um conjunto formado basicamente<br />

por:<br />

Cabo <strong>de</strong> Força Coberto (Figura 1): Cabo dotado <strong>de</strong> cobertura protetora <strong>de</strong> material<br />

polimérico, utilizada para eliminação da corrente <strong>de</strong> fuga em caso <strong>de</strong> contato aci<strong>de</strong>ntal do<br />

condutor com objetos aterrados, e diminuição do espaçamento entre condutores. É<br />

importante enfatizar que, apesar <strong>de</strong> possuir cobertura, os cabos protegidos não são<br />

isolados, pois não possuem blindagem metálica e apresentam campo elétrico não-nulo em<br />

sua superfície.<br />

Figura 1 - Cabo <strong>de</strong> força coberto<br />

Cabo Mensageiro (Figura 2): Cabo <strong>de</strong> aço zincado é utilizado para sustentação dos<br />

espaçadores e separadores, para proteção elétrica (surtos atmosféricos) e mecânica; e<br />

po<strong>de</strong>ndo também ser utilizados como neutro da Re<strong>de</strong> Compacta. O cabo mensageiro po<strong>de</strong><br />

ter em seu interior fibras óticas.


15<br />

Figura 2 - Conjunto principal: cabo mensageiro, espaçador e cabo <strong>de</strong> força<br />

Espaçador (Figura 3 - a): Acessório <strong>de</strong> material polimérico <strong>de</strong> formato losangular cuja<br />

função é a <strong>de</strong> sustentação dos cabos cobertos ao longo do vão, diminuindo a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um condutor rompido atingir o solo.<br />

Figura 3 - Acessórios da Re<strong>de</strong> Compacta: (a) espaçador, (b) separador vertical<br />

Separador Vertical (Figura 3 – b): Acessório <strong>de</strong> material polimérico e formato retilíneo,<br />

cuja função é <strong>de</strong> sustentação e separação dos cabos cobertos na Re<strong>de</strong> Compacta em<br />

situações <strong>de</strong> cruzamento da re<strong>de</strong>, como mostrado na Figura 4.<br />

Separador<br />

Figura 4 - Aplicabilida<strong>de</strong> do separador vertical em situação <strong>de</strong> cruzamento da Re<strong>de</strong> Compacta


16<br />

Isolador Tipo Bastão (Figura 5): Isolador constituído <strong>de</strong> pelo menos dois materiais<br />

isolantes, equipado com engates metálicos para sustentação e fixação dos cabos em<br />

estruturas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> linha, encabeçamento da re<strong>de</strong>, <strong>de</strong>rivação e/ou ângulos [7].<br />

15 kV<br />

25 kV<br />

35 kV<br />

Figura 5 - Isolador tipo bastão<br />

Isolador Tipo Pino (Figura 6): Isolador dotado <strong>de</strong> orifício roscado ou provido <strong>de</strong> pino,<br />

constituído por um único corpo isolante polimérico [7], para sustentação dos cabos <strong>de</strong><br />

força.<br />

Figura 6 - Isolador tipo pino<br />

Anel <strong>de</strong> Amarração (Figura 7): Acessório <strong>de</strong> material polimérico utilizado para a fixação<br />

do condutor da fase no isolador tipo pino, espaçador losangular e separador <strong>de</strong> fase [7].<br />

Anel <strong>de</strong><br />

Amarração<br />

Figura 7 - Anel <strong>de</strong> amarração


17<br />

Braço Tipo L (Figura 8): Ferragem, em formato “L”, fixada ao poste, com a função <strong>de</strong><br />

sustentação do cabo mensageiro da Re<strong>de</strong> Compacta, em condição <strong>de</strong> tangência ou com<br />

ângulos <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> até 6º [7].<br />

Figura 8 - Braço tipo "L" em condição <strong>de</strong> tangência<br />

Braço Tipo C (Figura 9): Ferragem, em formato “C”, fixada ao poste, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sustentação das fases em condições <strong>de</strong> ângulo e <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> linha, <strong>de</strong>rivações e conexão <strong>de</strong><br />

equipamentos à Re<strong>de</strong> Compacta [7].<br />

Figura 9 - Braço tipo "C"em condição <strong>de</strong> ângulo<br />

2.1 VANTAGENS<br />

As empresas distribuidoras <strong>de</strong> energia elétrica vêm empregando com sucesso e em gran<strong>de</strong><br />

escala a Re<strong>de</strong> Aérea Compacta em diversas regiões do Brasil.<br />

Entre as vantagens alcançadas com a utilização <strong>de</strong>sta re<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m-se citar:<br />

• Melhoria da confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia;<br />

• Redução <strong>de</strong> impacto no meio ambiente;<br />

• Redução da faixa <strong>de</strong> servidão;


18<br />

• Re<strong>de</strong> <strong>compacta</strong> proporcionando mais estética;<br />

• Redução na queda <strong>de</strong> tensão;<br />

• Melhor regulação <strong>de</strong> tensão;<br />

• Maior facilida<strong>de</strong> na instalação;<br />

• Redução <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />

• Redução das reclamações dos clientes;<br />

• Melhor relacionamento com entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong>fesa e órgãos governamentais;<br />

• Proporciona melhor imagem da concessionária, com reflexos em suas ações<br />

negociadas em bolsas <strong>de</strong> valores.<br />

A seguir, estarão sendo apresentadas algumas <strong>de</strong>ssas vantagens.<br />

2.1.1 Confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica<br />

Os contatos aci<strong>de</strong>ntais com condutores nus das Re<strong>de</strong>s Convencionais provocam curtocircuitos<br />

e acarretam o <strong>de</strong>sligamento da re<strong>de</strong> pelo sistema <strong>de</strong> proteção. Elevadas taxas <strong>de</strong><br />

falhas são causadas pelos <strong>de</strong>sligamentos a partir do contato temporário com a arborização,<br />

principalmente em tempesta<strong>de</strong>s e ventos fortes.<br />

As concessionárias monitoram essas falhas, on<strong>de</strong> estas são obrigadas pela ANEEL a<br />

cumprirem os índices estabelecidos <strong>de</strong> falhas através dos indicadores DEC, FEC, DIC, FIC<br />

e DMIC 4 ; e obterem melhores resultados <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong><br />

energia elétrica.<br />

Com o <strong>de</strong>sing compacto e os condutores cobertos <strong>de</strong> material polimérico, a utilização da<br />

Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida vem alcançando bons resultados na diminuição no<br />

número <strong>de</strong> falhas por curto-circuitos.<br />

Para <strong>de</strong>monstrar tal redução, foi feito neste trabalho, um levantamento na concessionária<br />

Escelsa 5 , analisando o número <strong>de</strong> falhas, antes e <strong>de</strong>pois da substituição <strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong><br />

Convencional pela Re<strong>de</strong> Compacta Protegida.<br />

4 A resolução da ANEEL, 024 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 [8], estabelece as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> DEC, FEC, DIC, FIC<br />

e DMIC. Uma parte da resolução está transcrita no ANEXO A.<br />

5 Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas S.A.) é a concessionária <strong>de</strong> energia elétrica do estado do Espírito<br />

Santo, pertencente ao Grupo Energias do Brasil.


19<br />

O bloco analisado para esse <strong>estudo</strong> foi o do alimentador CIT15 (cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cachoeiro <strong>de</strong><br />

Itapemirim), especificamente a montante do bloco 6511 (<strong>de</strong>pois da chave 6511 - sentido<br />

fonte carga). A substituição da Re<strong>de</strong> Convencional pela Re<strong>de</strong> Compacta nesse bloco foi<br />

<strong>de</strong>vida o número <strong>de</strong> falhas por curto-circuitos que eram causadas por pipa na re<strong>de</strong>. A<br />

Tabela 1 mostra as causas e o número <strong>de</strong> falhas antes e <strong>de</strong>pois do recondutoramento da<br />

re<strong>de</strong> estudada.<br />

Tabela 1 - Causa e número <strong>de</strong> falhas antes e <strong>de</strong>pois da substituição da Re<strong>de</strong> Convencional pela<br />

Re<strong>de</strong> Compacta Protegida<br />

Re<strong>de</strong> Convencional<br />

Re<strong>de</strong> Protegida<br />

Causa<br />

2001 2002 2003 Total<br />

Média<br />

anual<br />

2005 2006 Total<br />

Média<br />

anual<br />

Redução <strong>de</strong><br />

ocorrências<br />

Pipa 7 8 19 34 11,33 2 2 1 91,2%<br />

Deterioração <strong>de</strong> Material 2 2 0,67 1 1 2 1 -50,0%<br />

Falha Humana 2 2 0,67 0 0 100,0%<br />

Objeto na Re<strong>de</strong> 1 1 0,33 0 0 100,0%<br />

Árvore 1 1 0,33 0 0 100,0%<br />

Causa Ignorada 1 4 2 7 2,33 0 0 100,0%<br />

Abalroamento 1 1 2 0,67 0 0 100,0%<br />

Temporal 1 4 5 1,67 2 2 4 2 -20,0%<br />

Animal 1 1 0,33 0 0 100,0%<br />

TOTAL 14 14 27 55 18,33 5 3 8 4 78,2%<br />

Fonte: Concessionária Escelsa - Energias do Brasil, 2006.<br />

A análise do número <strong>de</strong> ocorrências e a causa <strong>de</strong> cada falha foram feitas levando em<br />

consi<strong>de</strong>ração as ocorrências aci<strong>de</strong>ntais nos anos antes da obra 2001, 2002 e 2003 (período<br />

com a Re<strong>de</strong> Convencional) e nos anos 2005 e 2006 (período com a Re<strong>de</strong> Compacta). O<br />

ano <strong>de</strong> 2004 foi excluído da análise, pois foi neste período que ocorreu a obra <strong>de</strong><br />

recondutoramento da re<strong>de</strong> (substituição da Re<strong>de</strong> Convencional por Compacta).<br />

A redução observada no número <strong>de</strong> ocorrências <strong>de</strong>pois da substituição da re<strong>de</strong> do bloco em<br />

<strong>estudo</strong> <strong>de</strong>ve-se às diversas características da Re<strong>de</strong> Compacta Protegida.<br />

Devido à Re<strong>de</strong> Compacta possuir os condutores cobertos <strong>de</strong> material polimérico,<br />

praticamente não permite a corrente <strong>de</strong> fuga em caso <strong>de</strong> contato aci<strong>de</strong>ntal dos condutores<br />

com objetos aterrados (árvores).<br />

Toda parte não coberta por material polimérico da Re<strong>de</strong> Compacta como emendas,<br />

<strong>de</strong>rivações <strong>de</strong> cabos, buchas dos equipamentos, etc., é acrescido uma cobertura protetora<br />

<strong>de</strong> material polimérico (com exceção das chaves faca e/ou fusíveis e estribos), visando,


20<br />

<strong>de</strong>sta forma, evitar <strong>de</strong>sligamentos aci<strong>de</strong>ntais, <strong>de</strong>vido contato com objetos estranhos na re<strong>de</strong><br />

(pipas, galhos, etc.) ou animais (pássaros, pequenos macacos), que possam provocar<br />

<strong>de</strong>sligamentos in<strong>de</strong>sejáveis.<br />

Além disso, outros fatores como a presença <strong>de</strong> espaçadores e separadores permitem aplicar<br />

trações baixas nos cabos fase, reduzindo o risco <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>vido ao impacto <strong>de</strong><br />

objetos na re<strong>de</strong>.<br />

O fato <strong>de</strong> haver um cabo mensageiro <strong>de</strong> aço zincado, que sustenta os espaçadores com os<br />

cabos fase, ajuda na proteção mecânica da re<strong>de</strong> caso ocorra a queda aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> algum<br />

objeto pesado sobre a mesma; minimizando o risco <strong>de</strong> ruptura dos cabos.<br />

Na Figura 10 observa-se claramente que com a configuração da Re<strong>de</strong> Compacta o número<br />

<strong>de</strong> falhas é bastante reduzido, melhorando em muito a confiabilida<strong>de</strong> do sistema.<br />

Figura 10 - Resultado da análise <strong>de</strong> falhas antes e <strong>de</strong>pois da substituição da Re<strong>de</strong> Convencional<br />

pela Re<strong>de</strong> Compacta Protegida<br />

2.1.2 Meio ambiente<br />

A disputa por espaço entre as árvores nas calçadas e as re<strong>de</strong>s elétricas é, sem dúvida, um<br />

dos principais problemas existentes nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos.<br />

2.1.2.1 Poda e poluição visual<br />

Os galhos das árvores que estão comprometendo o fornecimento <strong>de</strong>vido à proximida<strong>de</strong><br />

com os cabos nus das Re<strong>de</strong>s Convencionais são podados, pois, caso haja o contato <strong>de</strong>sses<br />

galhos com os condutores nus da re<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m provocar curto-circuitos e impor o<br />

<strong>de</strong>sligamento da re<strong>de</strong> pelo sistema <strong>de</strong> proteção.<br />

Na Figura 11 tem-se uma imagem clara do impacto que a ampla área <strong>de</strong> poda, para uma<br />

Re<strong>de</strong> Convencional, causa na arborização. Na passagem transversal por cada árvore a Re<strong>de</strong>


21<br />

Convencional <strong>de</strong>strói um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> galhos, quando não compromete toda a árvore<br />

– a norma NBR 5434 6 prevê um afastamento <strong>de</strong> 1 metro a partir da re<strong>de</strong>. Isso sem<br />

consi<strong>de</strong>rar que essa interferência será permanente enquanto existir a re<strong>de</strong> no local.<br />

Porém, não se po<strong>de</strong> afirmar que a poda soluciona o problema da convivência entre árvore e<br />

fiação elétrica, visto que, a maioria das árvores, uma vez podadas, começa a brotar em<br />

direção aos condutores elétricos e precisa <strong>de</strong> novas manutenções em curto espaço <strong>de</strong> tempo<br />

[10].<br />

Além disso, as podas periódicas para evitar o contato das árvores com a Re<strong>de</strong><br />

Convencional, quando conduzidas <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada, provocam mutilações, po<strong>de</strong>ndo<br />

comprometer a sanida<strong>de</strong>, o vigor e a estética das árvores [11].<br />

A socieda<strong>de</strong>, porém não mais admite esse tipo <strong>de</strong> poda predatória que realmente chega a<br />

<strong>de</strong>sfigurar as árvores (Figuras 11 e 12), a ponto <strong>de</strong> prejudicar sua finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sombreamento e estética natural, ainda mais quando a iniciativa parte <strong>de</strong> uma<br />

concessionária <strong>de</strong> serviços públicos. Nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> clima mais quente, as populações<br />

fazem oposição ferrenha a qualquer poda drástica <strong>de</strong> árvores, consi<strong>de</strong>radas um verda<strong>de</strong>iro<br />

patrimônio público, o que leva a um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste da imagem da concessionária.<br />

Figura 11 - Poda drástica para evitar contato com a Re<strong>de</strong> Convencional<br />

6 NBR 5434 – Norma <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Aérea Urbana <strong>de</strong> Energia Elétrica [9].


22<br />

Figura 12 - Poda que comprometeu a estética da árvore <strong>de</strong>vido à passagem da Re<strong>de</strong> Convencional<br />

Com a utilização da Re<strong>de</strong> Compacta exige um “túnel <strong>de</strong> poda” bem menor que a Re<strong>de</strong><br />

Nua, como mostrada na Figura 13. Esse espaço reduzido não agri<strong>de</strong> a árvore a ponto <strong>de</strong><br />

comprometer sua existência, ao contrário a convivência é pacífica mesmo quando folhas e<br />

galhos começam a encostar-se nos condutores.<br />

A rigi<strong>de</strong>z dielétrica do ar permite que em 13.8 kV os condutores estejam afastados em<br />

apenas 1 cm, porém não é viável esse tipo <strong>de</strong> construção, pois a qualquer movimento do<br />

conjunto <strong>de</strong> cabos haveria interrupção da re<strong>de</strong>. Com os espaçadores é possível operar a<br />

re<strong>de</strong> com distâncias entre as fases em torno <strong>de</strong> 15 cm. Esse sem dúvida é um espaço bem<br />

mais compacto que os exigidos pelas cruzetas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que estão em torno <strong>de</strong> 2 metros<br />

<strong>de</strong> ponta a ponta.<br />

Re<strong>de</strong> Convencional<br />

Re<strong>de</strong> Compacta<br />

Figura 13 - Comparação da área <strong>de</strong> poda numa Re<strong>de</strong> Convencional com uma Re<strong>de</strong> Compacta


23<br />

A presença da cobertura nos condutores, que permite contato eventual <strong>de</strong> árvores (Figura<br />

14), e o espaçamento reduzido entre os condutores da re<strong>de</strong> permitem que se faça apenas<br />

uma poda leve nas árvores, o suficiente para que os galhos não fiquem em contato<br />

permanente com os cabos. Esse pequeno “túnel <strong>de</strong> poda” permite não só evitar a prática <strong>de</strong><br />

podas drásticas como também recuperar gran<strong>de</strong> parte da folhagem das copas das árvores já<br />

podadas.<br />

Figura 14 - Foto <strong>de</strong> um "túnel <strong>de</strong> poda" reduzido <strong>de</strong>vido à Re<strong>de</strong> Compacta<br />

As Re<strong>de</strong>s Compactas com cabos protegidos constituem uma solução tecnológica que<br />

permite uma convivência harmônica com a arborização, pois admitem toques eventuais <strong>de</strong><br />

galhos <strong>de</strong> árvores sem provocar o <strong>de</strong>sligamento da re<strong>de</strong> elétrica (Figura 15), resultando em<br />

uma redução do nível das podas. Além disso, proporciona uma boa imagem da<br />

concessionária, melhorando o relacionamento com entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong>fesa, órgãos<br />

governamentais e clientes.<br />

Re<strong>de</strong><br />

Compacta<br />

Figura 15 - Foto on<strong>de</strong> mostra a Re<strong>de</strong> Compacta convivendo harmoniosamente com a arborização


24<br />

2.1.2.2 Animais<br />

A Re<strong>de</strong> Compacta Protegida <strong>de</strong>vido possuir cobertura protetora ao longo <strong>de</strong> toda sua<br />

extensão, evita <strong>de</strong>sligamento por contatos aci<strong>de</strong>ntais <strong>de</strong> animais (pássaros e pequenos<br />

macacos), contribuindo para reduzir os <strong>de</strong>sligamentos in<strong>de</strong>sejáveis da re<strong>de</strong> e a morte<br />

<strong>de</strong>sses animais. Na Figura 16 temos uma foto on<strong>de</strong> mostra uma situação <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>nte, po<strong>de</strong>ndo causar falhas e a morte <strong>de</strong> pássaros.<br />

Figura 16 - Foto <strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong> Convencional em situação <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong> falha<br />

2.1.3 Faixa <strong>de</strong> servidão<br />

A configuração losangular da Re<strong>de</strong> Protegida, torna-a <strong>compacta</strong>, soluciona os problemas<br />

<strong>de</strong> instalação da mesma em áreas muito congestionadas, como: ruas estreitas, áreas<br />

arborizadas, áreas muito próximas a edificações e estruturas; e áreas com muitos circuitos<br />

alimentadores. A Figura 17 mostra uma área congestionada, com 5 circuitos alimentadores.<br />

Figura 17 - Foto <strong>de</strong> um área congestionada com 5 circuitos alimentadores


25<br />

2.1.4 Instalação<br />

A instalação da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta é mais simples e rápida do que da Re<strong>de</strong><br />

Convencional. As razões incluem menos poda inicial da arborização para instalação e<br />

facilida<strong>de</strong> em puxar três condutores em uma só vez, como mostrado na Figura 18 [12].<br />

Além disso, a instalação da Re<strong>de</strong> Compacta em substituição à Re<strong>de</strong> Nua se torna <strong>de</strong> custo<br />

muito atrativo, porque permite essencialmente utilizar a mesma posteação através <strong>de</strong><br />

técnicas <strong>de</strong> construção similares às utilizadas nas Re<strong>de</strong>s Convencionais.<br />

Figura 18 - Instalação da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida<br />

2.1.5 Custo<br />

A Re<strong>de</strong> Compacta tem um custo inicial <strong>de</strong> instalação maior do que o da Re<strong>de</strong><br />

Convencional, porém em muitas situações, a primeira apresenta uma melhor relação custobenefício<br />

ao longo do tempo do que a segunda <strong>de</strong>vido ao seu <strong>de</strong>sempenho e qualida<strong>de</strong>.<br />

Na análise econômica <strong>de</strong>ssa re<strong>de</strong> algumas consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>vem ser feitas. A comparação<br />

econômica da alternativa da Re<strong>de</strong> Convencional e da Re<strong>de</strong> Compacta <strong>de</strong>verá contemplar o<br />

custo total do empreendimento e não somente o valor inicial investido, já que em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

distribuição, o custo da operação é na maioria das vezes maior que o investimento.<br />

Um <strong>estudo</strong> apresentado em [10] verificou tal fato. Analisando na Tabela 2 os custos das<br />

re<strong>de</strong>s primárias <strong>de</strong>sse <strong>estudo</strong> com os valores corrigidos, observa-se que o valor <strong>de</strong><br />

implantação da Re<strong>de</strong> Compacta Protegida é maior que o da Re<strong>de</strong> Convencional, porém o<br />

custo <strong>de</strong> manutenção preventiva, corretiva e poda daquela re<strong>de</strong> é muito menor do que esta.<br />

Tabela 2 - Análise comparativa dos custos da Re<strong>de</strong> Convencional e da Re<strong>de</strong> Compacta


26<br />

Re<strong>de</strong><br />

Convencional<br />

Re<strong>de</strong><br />

Compacta<br />

Protegida<br />

Custo <strong>de</strong><br />

Implantação 7<br />

(R$/Km)<br />

Custo da Manutenção<br />

Preventiva 8<br />

(R$/Km*ano)<br />

Com<br />

Arborização<br />

Sem<br />

Arborização<br />

Custo da<br />

Manutenção<br />

Corretiva 9<br />

(R$/Km*ano)<br />

Custo <strong>de</strong><br />

Poda<br />

Anual 10<br />

R$/ano<br />

20.028,83 131,20 62,48 18,72 68,82<br />

50.519,61 20,75 6,69 3,88 14,12<br />

Comparativo<br />

entre Re<strong>de</strong><br />

Nua e<br />

Compacta<br />

-152,23% 84,18% 89,29% 79,27% 79,48%<br />

Fonte: Referência [10].<br />

Além disso, é <strong>de</strong> se esperar uma redução <strong>de</strong> custo <strong>de</strong>vido ao número <strong>de</strong> interrupções <strong>de</strong><br />

fornecimento (energia não distribuída que po<strong>de</strong>ria estar sendo consumida), perdas <strong>de</strong><br />

faturamento e reclamações dos clientes (po<strong>de</strong>ndo causar sanções para a concessionária<br />

pelo órgão regulador).<br />

2.2 DESVANTAGENS<br />

Apesar dos vários benefícios da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta, como mostrado anteriormente,<br />

esta, sob condições <strong>de</strong> multi-estressamento, apresenta alguns problemas característicos que<br />

po<strong>de</strong>m comprometer seu <strong>de</strong>sempenho, causando no sistema <strong>de</strong> proteção a perda dos<br />

requisitos mínimos <strong>de</strong> suportabilida<strong>de</strong> para continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação.<br />

2.2.1 Multi-estressamento<br />

O sistema aéreo <strong>de</strong> distribuição esta sujeito a solicitações múltiplas como variações <strong>de</strong><br />

temperatura, variações do campo elétrico, solicitações mecânicas e influência do meio<br />

po<strong>de</strong>ndo, portanto apresentar diferentes comportamentos frente às diversas solicitações.<br />

Os componentes (cabos e acessórios) empregados na Re<strong>de</strong> Protegida, sob as condições<br />

normais <strong>de</strong> operação, estão sujeitos a múltiplos estresses.<br />

7 Custo médio e corrigido <strong>de</strong> 1999 para 2001 <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> primária com bitola 170,5 mm² XLPE -<br />

Concessionária COPEL/PR.<br />

8 Custo corrigido <strong>de</strong> 1998 para 2001 - Concessionária CEMIG.<br />

9 Custo corrigido <strong>de</strong> 1998 para 2001 - Concessionária CEMIG.<br />

10 Custo corrigido <strong>de</strong> 1998 para 2001 - Concessionária CEMIG.


27<br />

• Estresse Mecânico<br />

Têm-se como estresses mecânicos a vibração, a tração e a torção dos cabos da re<strong>de</strong>.<br />

• Estresse Elétrico<br />

Os principais estresses elétricos são a concentração do campo elétrico em alguns pontos da<br />

re<strong>de</strong>.<br />

• Estresse Térmico<br />

Os estresses térmicos estão relacionados com o gradiente <strong>de</strong> temperatura e a temperatura<br />

<strong>de</strong> operação da re<strong>de</strong>.<br />

• Estresse Ambiental<br />

São fatores relacionados ao clima local <strong>de</strong> cada região, tais como: intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação<br />

ultravioleta e umida<strong>de</strong>; e fatores relacionados ao meio ambiente on<strong>de</strong> está localizada a<br />

Re<strong>de</strong> Compacta Protegida, como: contaminação superficial, poluentes industriais,<br />

salinida<strong>de</strong> e outros <strong>de</strong>pósitos.<br />

Os <strong>de</strong>pósitos que mais influenciam a suportabilida<strong>de</strong> dos espaçadores, isoladores e cabos<br />

são materiais solúveis que formam eletrólitos na presença <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, tais como: sais<br />

originados do mar, ácidos <strong>de</strong> indústrias petroquímicas ou outros geradores <strong>de</strong>stes<br />

poluentes. Existem alguns poluentes, que mesmo sem umida<strong>de</strong>, são condutivos como: o<br />

carbono, alguns óxidos metálicos e metais na forma <strong>de</strong> poeira ou pó (minério <strong>de</strong> ferro).<br />

Esses estresses, agindo <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (estresse simples) e/ou sinérgica (estresse<br />

combinado), são responsáveis pelo envelhecimento e <strong>de</strong>gradação do sistema isolante, o<br />

qual é constituído por materiais poliméricos. O envelhecimento e a conseqüente<br />

<strong>de</strong>gradação po<strong>de</strong>m levar à perda dos requisitos mecânicos e elétricos mínimos para<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação do sistema.<br />

A perda dos requisitos mecânicos apresenta-se como: quebras, fraturas, redução <strong>de</strong><br />

elasticida<strong>de</strong>, etc., da cobertura <strong>de</strong> cabos e seus acessórios.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista elétrico, tais falhas são visualizadas principalmente pelos efeitos <strong>de</strong><br />

trilhamento elétrico (citado mais adiante) que produzem a carbonização ou erosão do<br />

material polimérico, ou ainda, o que é mais grave, pela perfuração da cobertura dos cabos<br />

fase.


28<br />

2.2.2 Trilhamento elétrico e erosão<br />

O trilhamento elétrico (tracking) é um fenômeno <strong>de</strong> envelhecimento superficial do<br />

dielétrico que produz trilhas elétricas como resultado da ação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas elétricas<br />

próximas ou na superfície do material polimérico [3]. Na Figura 19 po<strong>de</strong> ser observado o<br />

trilhamento sobre o cabo na extremida<strong>de</strong> da amarração e região <strong>de</strong> acúmulo <strong>de</strong><br />

contaminantes.<br />

Figura 19 - Detalhe do espaçador com trilhamento elétrico<br />

O alto valor <strong>de</strong> resistivida<strong>de</strong> superficial dos polímeros empregados nas Re<strong>de</strong>s Compactas<br />

limita a circulação <strong>de</strong> correntes superficiais chegando apenas a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> microampéres.<br />

Entretanto, <strong>de</strong>vido às condições <strong>de</strong> multi-estressamento po<strong>de</strong> ocorrer a redução da<br />

resistência superficial. Com isso, o campo elétrico torna-se não homogêneo, e assim a<br />

corrente superficial aumenta, carbonizando o material e iniciando a formação <strong>de</strong> trilhas<br />

elétricas. Além disso, com a carbonização, aumenta-se a não-homogeneida<strong>de</strong> do potencial<br />

superficial e conseqüentemente a aceleração do fenômeno <strong>de</strong> trilhamento elétrico.<br />

Quando o trilhamento elétrico ocorre sobre uma área limitada do polímero, po<strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r a<br />

erosão, que é a perda localizada e gradual <strong>de</strong> massa do material <strong>de</strong> proteção.<br />

O trilhamento e a erosão ocorrem principalmente nos pontos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> campo<br />

elétrico ou drenagem <strong>de</strong> correntes, por exemplo, apoio dos cabos fase nos isoladores ou<br />

espaçadores, apoio dos espaçadores no cabo mensageiro aterrado, partes metálicas em<br />

contato com a cobertura <strong>de</strong> cabo fase.<br />

O trabalho apresentado em [13], obteve, após uma avaliação microscópica da superfície <strong>de</strong><br />

espaçadores instalados em uma re<strong>de</strong> piloto localizada próxima da arrebentação em um<br />

balneário e sujeita às condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia da região, o mapeamento dos<br />

principais pontos <strong>de</strong> trilhamento elétrico <strong>de</strong>sses espaçadores. A marcação em vermelho na<br />

Figura 20 representa esses pontos.


29<br />

Nota-se, pelo resultado do <strong>estudo</strong>, que o trilhamento ocorre com maior incidência na região<br />

fase-fase do que na fase-neutro. Além disso, o trilhamento na superfície dos espaçadores<br />

ocorre principalmente em regiões on<strong>de</strong> a peça apresenta mais irregularida<strong>de</strong>s superficiais.<br />

Figura 20 - Locais com as principais ocorrências <strong>de</strong> trilhamento elétrico (a) lado voltado para maior<br />

incidência <strong>de</strong> vento, (b) lado voltado para menor incidência <strong>de</strong> vento<br />

Isso ocorre porque, quando o ar contendo partículas em suspensão flui através do<br />

espaçador, a eficiência com a qual estes aprisionam partículas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua forma<br />

geométrica, do tamanho e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> das partículas e ainda da intensida<strong>de</strong> do fluxo <strong>de</strong> ar.<br />

No lado on<strong>de</strong> ocorre maior incidência <strong>de</strong> vento, o espaçador força o fluxo a se dividir e<br />

forma pontos <strong>de</strong> estagnação on<strong>de</strong> partículas po<strong>de</strong>m ser aprisionadas (imperfeições da<br />

peça). Enquanto, no lado <strong>de</strong> menor incidência <strong>de</strong>sse fluxo, estes pontos não existem.<br />

Os principais processos que transportam material para as superfícies dos isoladores e<br />

espaçadores são:<br />

• Forças gravitacionais;<br />

• Atração eletrostática das partículas eletricamente carregadas;<br />

• Migração <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> alta permissivida<strong>de</strong> 11 em regiões <strong>de</strong> alta divergência 12 <strong>de</strong><br />

campo elétrico;<br />

11 Partículas <strong>de</strong> alta permissivida<strong>de</strong> têm facilida<strong>de</strong> para estabelecer linhas <strong>de</strong> campo no seu interior.<br />

12 Regiões <strong>de</strong> alta divergência são regiões on<strong>de</strong> existe uma concentração <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>ixando aquele<br />

volume.


30<br />

• Evaporação <strong>de</strong> soluções ou suspensões e aprisionamento aerodinâmico <strong>de</strong><br />

partículas.<br />

Sendo o aprisionamento <strong>de</strong> partículas o mais importante <strong>de</strong>les.<br />

Todas essas condições <strong>de</strong> estresses múltiplos propiciam o trilhamento elétrico e a erosão<br />

fazendo com que os contatos aci<strong>de</strong>ntais com objetos aterrados provoquem curto-circuitos,<br />

po<strong>de</strong>ndo ocasionar o <strong>de</strong>sligamento da re<strong>de</strong> pelo sistema <strong>de</strong> proteção, diminuindo <strong>de</strong>sse<br />

modo a qualida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

2.2.3 Características dos cabos e acessórios<br />

Na Re<strong>de</strong> Protegida o campo elétrico é não confinado, sujeitando a superfície dos<br />

espaçadores, isoladores, acessórios e cabos a diferenças <strong>de</strong> potencial significativas.<br />

Essa diferença <strong>de</strong> potencial po<strong>de</strong>rá ser mais intensa em função do sistema ser constituído<br />

por materiais poliméricos com formulações, quantida<strong>de</strong>s, cargas, aditivos e<br />

processamentos diferentes, que po<strong>de</strong>m alterar tanto as características físico-químicas dos<br />

materiais quanto as características dielétricas [3]; e ainda <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong><br />

irregularida<strong>de</strong>s na superfície dos acessórios da Re<strong>de</strong> Compacta.<br />

Os acessórios poliméricos (anéis, laços entre outros) têm permissivida<strong>de</strong>s superiores à do<br />

ar, sabendo-se que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> campo elétrico não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da permissivida<strong>de</strong><br />

e que a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse campo é inversamente proporcional a permissivida<strong>de</strong>, logo<br />

estando os dielétricos da re<strong>de</strong> em série, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo é a mesma, porém o campo<br />

elétrico é mais intenso no meio com menor permissivida<strong>de</strong>.<br />

Devido a estes fatores ao se projetar equipamentos para Re<strong>de</strong>s Protegidas existe sempre o<br />

compromisso <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> materiais com a permissivida<strong>de</strong> maior do que a do ar (1),<br />

como é o caso do polietileno (média 2,4).<br />

A Figura 21 mostra a influência das nervuras <strong>de</strong> um isolador cilíndrico na distribuição do<br />

campo elétrico ao longo do isolador. Na parte direita, com pequenas nervuras, tem-se um<br />

consi<strong>de</strong>rável aumento da intensida<strong>de</strong> do campo e as gran<strong>de</strong>s nervuras, na parte à esquerda,<br />

não acarretam esse inconveniente [13].


31<br />

Figura 21 - Influência das nervuras <strong>de</strong> um isolador na distribuição do campo elétrico<br />

Para minimizar esse problema os equipamentos/acessórios para Re<strong>de</strong> Compacta têm<br />

geometria que permite distâncias <strong>de</strong> escoamento, através do uso <strong>de</strong> nervuras, sem imputar<br />

gran<strong>de</strong>s diferenças <strong>de</strong> potencial às regiões <strong>de</strong> menor permissivida<strong>de</strong> quando os dielétricos<br />

estiverem em série.<br />

Além disso, a geometria dos espaçadores, isoladores e acessórios <strong>de</strong> fixação propicia o<br />

acúmulo <strong>de</strong> materiais que contamina o material isolante, levando a concentração <strong>de</strong> campo<br />

elétrico.<br />

Essas partículas po<strong>de</strong>m ser retiradas pelo fluxo <strong>de</strong> ar, pela lavagem da água da chuva ou<br />

ainda pela manutenção preventiva (lavagem) <strong>de</strong>sses acessórios.<br />

Os dois problemas anteriores afetam a distribuição <strong>de</strong> campo elétrico, acarretando na<br />

ocorrência <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> campo e conseqüentemente os fenômenos <strong>de</strong><br />

trilhamento elétrico e erosão.<br />

Na Figura 22 é mostrado um trilhamento elétrico e erosão no cabo coberto por material<br />

polimérico utilizado na Re<strong>de</strong> Protegida. O local da <strong>de</strong>gradação ocorre on<strong>de</strong> os cabos fazem<br />

contato com o berço do espaçador e nas regiões <strong>de</strong> contato com as amarrações, as quais<br />

permitem o acúmulo <strong>de</strong> contaminantes.


32<br />

Figura 22 - Foto do cabo da Re<strong>de</strong> Compacta com trilhamento elétrico na região em contato com o<br />

espaçador<br />

Na Figura 23, observa-se, no corpo dos espaçadores, uma região com trilhamento elétrico<br />

on<strong>de</strong> esta não tem contato direto com o cabo ou acessórios. Essa <strong>de</strong>gradação po<strong>de</strong> ter sido<br />

causada por imperfeição do material polimérico e/ou pela geometria <strong>de</strong>ste acessório já que<br />

permite o acúmulo <strong>de</strong> contaminantes, criando caminhos condutivos que favorecem o<br />

trilhamento.<br />

Figura 23 - Foto do espaçador com trilhamento elétrico numa região que permite acúmulo <strong>de</strong><br />

poluentes<br />

No laço <strong>de</strong> amarração da Figura 24 po<strong>de</strong> ser notado o trilhamento elétrico na região on<strong>de</strong><br />

ocorre contato entre o laço e o cabo. Po<strong>de</strong> ser notado ainda que o laço apresente rebarba do<br />

processo <strong>de</strong> injeção o que favorece a acumulação <strong>de</strong> poluentes.<br />

Figura 24 - Detalhe do laço <strong>de</strong> amarração com trilhamento no local <strong>de</strong> contato com o cabo coberto<br />

Para um melhor <strong>de</strong>sempenho do sistema [13] sugere que:<br />

• Maior distância entre os cabos e os espaçadores, <strong>de</strong> maneira que não comprometa a<br />

<strong>compacta</strong>bilida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong>, maior o nível básico <strong>de</strong> isolamento da peça;<br />

• Os acessórios da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser do mesmo material polimérico do cabo;<br />

• A fixação do cabo <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> tal forma que liga pouca área <strong>de</strong> contato do<br />

cabo com o dispositivo <strong>de</strong> amarração;


33<br />

• A geometria dos espaçadores e isoladores não promova a formação <strong>de</strong> vórtices, ou<br />

seja, <strong>de</strong>vem ser evitados os cantos vivos <strong>de</strong> forma a promover fluxos que não<br />

ocasionem aprisionamento <strong>de</strong> partículas;<br />

• Dispositivos <strong>de</strong> amarração tais como laços e alças pré-formadas po<strong>de</strong>m ser<br />

otimizados <strong>de</strong> forma a não permitir o aprisionamento <strong>de</strong> partículas. Na Figura 25<br />

tem-se um exemplo <strong>de</strong> um espaçador que não necessita <strong>de</strong> acessório <strong>de</strong> amarração,<br />

pois é provido <strong>de</strong> uma alça incorporada ao corpo do espaçador, o que possibilita a<br />

fixação do cabo apenas pelo berço do espaçador, resultando em menor área <strong>de</strong><br />

contato em relação aos <strong>de</strong>mais espaçadores.<br />

A geometria dos espaçadores, isoladores e acessórios <strong>de</strong> fixação afeta a distribuição <strong>de</strong><br />

campo elétrico <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> materiais com constantes dielétricas distintas e o<br />

aprisionamento <strong>de</strong> contaminantes e poluentes.<br />

Figura 25 - Espaçador provido <strong>de</strong> alças incorporadas ao corpo do espaçador<br />

3 CARACTERÍSTICA DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS EMPREGADOS NA<br />

REDE COMPACTA PROTEGIDA<br />

3.1 POLÍMERO<br />

Polímero é uma macromolécula natural ou sintética, <strong>de</strong> alto peso molecular, formada pelo<br />

enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s moleculares fundamentais chamadas monômeros que se ligam<br />

por meio <strong>de</strong> uma reação <strong>de</strong>nominada polimerização. Os polímeros formam muitos dos<br />

materiais que compõem:


34<br />

• Os organismos vivos como as proteínas (formadas pelo enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong><br />

aminoácidos), a celulose (polissacarí<strong>de</strong>o), o amido (importante fonte <strong>de</strong> energia<br />

vegetal, é um polímero composto <strong>de</strong> glucose) e os ácidos nucléicos (polímeros <strong>de</strong><br />

nucleotí<strong>de</strong>os, formados <strong>de</strong> uma base nitrogenada, um fosfato e um açúcar);<br />

• A base <strong>de</strong> minerais como o diamante (as ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> carbono formam uma re<strong>de</strong><br />

tridimensional que dá ao material sua resistência), o quartzo e o feldspato;<br />

• Os materiais criados pelo homem, como concreto, vidro, papel, plástico, PVC, o<br />

Nylon, acrílico e borrachas.<br />

Alguns polímeros naturais, como as proteínas, são compostos <strong>de</strong> um só tipo <strong>de</strong> monômero,<br />

mas a maioria dos polímeros naturais e sintéticos é formada <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> monômeros<br />

que são chamados <strong>de</strong> copolímeros.<br />

Como as ca<strong>de</strong>ias poliméricas são normalmente formadas pela união <strong>de</strong> um número<br />

aleatório <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong> monômeros, os polímeros não são constituídos <strong>de</strong> moléculas do<br />

mesmo tamanho. Conseqüentemente, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir apenas um valor médio para<br />

proprieda<strong>de</strong>s físicas como ponto <strong>de</strong> fusão e peso molecular. A elasticida<strong>de</strong> e a resistência à<br />

abrasão das borrachas, a resistência à tração das fibras e a flexibilida<strong>de</strong> e transparência dos<br />

filmes são também atribuídas ao gran<strong>de</strong> tamanho das ca<strong>de</strong>ias.<br />

O uso <strong>de</strong> materiais poliméricos como isolantes mostra a evolução da engenharia <strong>de</strong><br />

materiais nos últimos anos que permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> compostos poliméricos<br />

altamente resistentes a esforços mecânicos e principalmente com um alto gradiente <strong>de</strong><br />

rigi<strong>de</strong>z dielétrica. Esses materiais substituem a cerâmica e o vidro <strong>de</strong> maneira vantajosa na<br />

medida em que representam um custo bem menor.<br />

3.2 PROPRIEDADE DOS POLÍMEROS USADOS NA REDE ELÉTRICA<br />

O conjunto <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s, como resistência à <strong>de</strong>gradação, resistência química,<br />

proprieda<strong>de</strong>s elétricas, flamabilida<strong>de</strong>, hidrofobicida<strong>de</strong> e resistência mecânica dos materiais<br />

poliméricos têm incentivado o uso <strong>de</strong>sses elastômeros em composições para isoladores<br />

elétricos, espaçadores, fios e cabos para baixa e média tensão da Re<strong>de</strong> Compacta.<br />

Outro critério novo válido para os cabos protegidos, isolados ou espaçadores é que a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> corrente passa a ser um elemento importante no<br />

dimensionamento da re<strong>de</strong>. De fato no caso <strong>de</strong> condutores <strong>de</strong> alumínio nu o critério<br />

predominante era o <strong>de</strong> queda percentual <strong>de</strong> tensão. No caso <strong>de</strong> condutores cobertos ou


35<br />

isolados os valores máximos permissíveis <strong>de</strong> corrente estão limitados pelas temperaturas<br />

máximas, às quais, a cobertura e a isolação estarão sujeitas, passando nesse caso a ser o<br />

critério predominante no dimensionamento.<br />

Com condutores operando a 90ºC (XLPE) a re<strong>de</strong> será mais econômica para a mesma<br />

capacida<strong>de</strong> em relação aos condutores operando a 70ºC (PVC), embora nesse aspecto a<br />

Re<strong>de</strong> Convencional supere as alternativas anteriores já que o critério <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

corrente praticamente não se aplica.<br />

Devido à utilização cada vez maior <strong>de</strong> materiais poliméricos em cabos <strong>de</strong> baixa e média<br />

tensão, há uma gran<strong>de</strong> preocupação com o perigo à vida humana por causa das<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> incêndio, como a liberação <strong>de</strong> fumaças e gases tóxicos. Esses materiais<br />

ao serem queimados geram produtos que agem como combustível, <strong>de</strong> modo que seria<br />

necessário um retardante <strong>de</strong> chama com o propósito <strong>de</strong> aumentar a resistência <strong>de</strong>sses<br />

materiais à ignição e, ao mesmo tempo, reduzir a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação da chama.<br />

Uma das maneiras encontradas para se preparar materiais com retardante <strong>de</strong> chamas é a<br />

incorporação <strong>de</strong> aditivos que, durante a queima, sejam <strong>de</strong>compostos, absorvendo energia<br />

da fonte <strong>de</strong> ignição e liberando vapor d'água. O hidróxido <strong>de</strong> alumínio (ATH) é o agente<br />

retardante <strong>de</strong> chama mais utilizado e o seu consumo correspon<strong>de</strong> a 50% do volume total <strong>de</strong><br />

todos os retardantes <strong>de</strong> chama consumidos no mundo. As principais vantagens do ATH são<br />

o baixo custo e a baixa toxi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>corrente da não liberação <strong>de</strong> gases tóxicos ou<br />

substâncias corrosivas durante a queima, agindo simultaneamente como retardante <strong>de</strong><br />

chama e supressor <strong>de</strong> fumaça.<br />

Devido à gran<strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> polímeros nas mais diversas aplicações ao ar livre, surgiu a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir sua resistência às intempéries, não somente por aspectos estéticos<br />

como <strong>de</strong>scoloração ou perda <strong>de</strong> brilho, mas também por mudanças nas suas proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Aditivos que retardam o envelhecimento são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> materiais mais resistentes e com maior vida útil, principalmente para o<br />

setor elétrico on<strong>de</strong> a substituição <strong>de</strong> cabos, além <strong>de</strong> ser onerosa, causa a interrupção do<br />

fornecimento <strong>de</strong> energia.


36<br />

3.3 POLÍMEROS EMPREGADOS EM MATERIAIS ELÉTRICOS.<br />

Os principais polímeros empregados na Re<strong>de</strong> Compacta Protegida são:<br />

• EPDM - terpolímero <strong>de</strong> etileno-propileno-dieno é um elastômero apolar com<br />

característica em aceitar gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga, o que é um requisito básico<br />

para aplicação em isolamento elétrico. Apresenta uma boa resistência à radiação<br />

UV, ao ozônio e ao envelhecimento por calor.<br />

• HDPE - polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é um termoplástico com alta cristalinida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, durabilida<strong>de</strong>, rigi<strong>de</strong>z, resistência e resistência química; produzidos por<br />

catalizadores <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> transição.<br />

• LDPE - polietileno <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é um termoplástico semicristalino, tem boa<br />

resistência química à maioria das solicitações, absorve pouca umida<strong>de</strong>, tem baixo<br />

custo, baixa constante dielétrica, baixa permissivida<strong>de</strong> (a baixas e altas<br />

freqüências), alta resistivida<strong>de</strong> e é <strong>de</strong> fácil processamento. Convencionalmente o<br />

LDPE é manufaturado por processo <strong>de</strong> polimerização via radicais livres<br />

(poliadição) [14].<br />

• XLPE - polietileno reticulado exibe uma estrutura semicristalina similar à do<br />

LDPE. Ele é geralmente obtido a partir do LDPE por reticulação (formação <strong>de</strong><br />

ligações covalentes entre as macromoléculas), também conhecida na indústria <strong>de</strong><br />

plásticos como cura ou endurecimento. O produto final apresenta proprieda<strong>de</strong>s<br />

mecânicas, e térmicas superiores ao LDPE sem gran<strong>de</strong>s alterações nas suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s dielétricas [14].<br />

• Silicone - também chamado <strong>de</strong> polissiloxano, tem sua ca<strong>de</strong>ia básica formada <strong>de</strong><br />

átomos alternados <strong>de</strong> silício e oxigênio, <strong>de</strong> modo análogo ao dos compostos<br />

orgânicos. Por serem <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> carbono em sua ca<strong>de</strong>ia principal,<br />

esses polímeros não são consi<strong>de</strong>rados orgânicos, embora o sejam os radicais mais<br />

importantes ligados ao átomo <strong>de</strong> silício. Entre eles, o grupo metila (CH3) nos metilsilicones<br />

e o fenila (C6H5) nos fenil-silicones. O silicone é quimicamente inerte,<br />

resiste à <strong>de</strong>composição pelo calor, água ou agentes oxidantes, é bom isolante<br />

elétrico e não apresenta ativida<strong>de</strong> fisiológica.


37<br />

Os primeiros cabos cobertos por material polimérico utilizados em re<strong>de</strong>s aéreas no Brasil<br />

foram com XLPE (polietileno reticulado, termofixo) ou HDPE (polietileno <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, termoplástico).<br />

3.3.1 Proprieda<strong>de</strong>s dos polímeros<br />

As principais proprieda<strong>de</strong>s dos polímeros citados anteriormente, são:<br />

• Isolamento elétrico – NBI (nível básico <strong>de</strong> isolamento), para suportar elevadas<br />

diferenças <strong>de</strong> potencial;<br />

• Resistência mecânica – Resistência à tração, torção, alongamento na ruptura e<br />

resistência aos impactos, possibilitando a instalação <strong>de</strong>sses cabos em postes;<br />

• Hidrofobicida<strong>de</strong> – Não afinida<strong>de</strong> com a água, evitando que se forme um filme <strong>de</strong><br />

água sobre o material, pois na presença <strong>de</strong> contaminantes po<strong>de</strong>rá ocorrer uma<br />

<strong>de</strong>scarga superficial <strong>de</strong>gradando o material e o <strong>de</strong>sligamento da re<strong>de</strong> pela operação<br />

do sistema <strong>de</strong> proteção.<br />

Outra proprieda<strong>de</strong> importante esperada dos polímeros é a resistência ao envelhecimento<br />

que po<strong>de</strong> ser provocado por oxidação, exposição a raios UV, ou por uma perda gradual <strong>de</strong><br />

plastificante ou outros aditivos <strong>de</strong> baixo peso molecular, que são aplicados para agregar<br />

proprieda<strong>de</strong>s ao material (Ex. anti-chama, para reduzir a inflamabilida<strong>de</strong> do composto). O<br />

efeito do envelhecimento nas proprieda<strong>de</strong>s dos polímeros é <strong>de</strong>sastroso, pois provoca riscos<br />

<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>sligamento aci<strong>de</strong>ntal da re<strong>de</strong>. Por exemplo, a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong><br />

ao ser reduzida promove o ressecamento do material isolante, com perda gradual <strong>de</strong> massa<br />

e com isso aumenta a susceptibilida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>scargas elétricas superficiais, a perda da<br />

hidrofobicida<strong>de</strong> acelera o trilhamento elétrico causado por contaminantes, que na presença<br />

<strong>de</strong> água reduzem a resistivida<strong>de</strong> superficial dos cabos e isoladores.<br />

Na reação <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, causadas pela oxidação, ligações químicas dos polímeros<br />

quebram formando radicais livres <strong>de</strong>vido o aquecimento, a radiação ionizante, o esforço<br />

mecânico entre outras condições <strong>de</strong> estresses. O radical livre reage com oxigênio<br />

transformado-o em radical peróxi, que por sua vez abstrai hidrogênio <strong>de</strong> outra ca<strong>de</strong>ia<br />

polimérica, gerando um radical livre na mesma. O grupamento hidroperóxido é pouco<br />

estável e se <strong>de</strong>compõe em dois novos radicais, um hidroxílico e outro hidrocarboxílico, que<br />

atacam duas novas posições no polímero aumentando a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação do material,<br />

como mostra a Figura 26 [3].


38<br />

(d)<br />

Figura 26 - Representação das reações químicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> polímeros (a) formação dos<br />

radicais livres, (b) reação do radical livre com O2, (c) formação do hidroperóxido (d)<br />

<strong>de</strong>composição do hidroperóxido<br />

Nos cabos têm-se duas frentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, uma a partir da superfície externa causada<br />

pelos efeitos dos estresses múltiplos e outra a partir da superfície próxima ao condutor por<br />

<strong>de</strong>gradação térmica causada pelo efeito Joule. Esta temperatura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

energia elétrica da re<strong>de</strong>. Para aumentar a resistência à <strong>de</strong>gradação dos materiais<br />

poliméricos, estes po<strong>de</strong>m ser aditivados contra os efeitos da radiação solar bem como<br />

contra a <strong>de</strong>gradação térmica.<br />

Dos polímeros citados acima, o que menos sofre o processo <strong>de</strong> oxidação é o Silicone, pois<br />

não forma radicais livres, já que trata-se <strong>de</strong> um composto inorgânico. Os <strong>de</strong>mais por serem<br />

compostos orgânicos necessitam <strong>de</strong> aditivos para reduzirem o processo <strong>de</strong> oxidação e<br />

aumentar sua vida útil.<br />

3.3.2 Características dos cabos e materiais usados na re<strong>de</strong> <strong>compacta</strong><br />

As características físicas, bem como <strong>de</strong> formulação do polímero utilizado na fabricação<br />

dos cabos, variam muito <strong>de</strong> fabricante para fabricante. Alguns apresentam cobertura<br />

polimérica formada por uma camada <strong>de</strong> XLPE, outros, dupla camada, sendo HDPE na<br />

parte externa e LDPE ou XLPE na camada interna. O silicone ainda é pouco utilizado<br />

apesar das suas vantagens (resiste à <strong>de</strong>composição pelo calor, água ou agentes oxidantes;<br />

bom isolante elétrico e não apresenta ativida<strong>de</strong> fisiológica) <strong>de</strong>vido ao seu alto custo.<br />

Os cabos cobertos normalmente possuem material <strong>de</strong> bloqueio (material usado entre os<br />

condutores, com o objetivo <strong>de</strong> evitar penetração <strong>de</strong> água pelas extremida<strong>de</strong>s do cabo),<br />

sendo os materiais usados para esse fim bastante variáveis. Como exemplo, temos a pasta<br />

<strong>de</strong> etileno propileno, o polibutadieno ou silicone, o gel secante e outros. Ainda há<br />

fabricantes que envolvem os condutores e o material <strong>de</strong> bloqueio com fitas <strong>de</strong> PET<br />

(tereftalato <strong>de</strong> polietileno). A Figura 27 mostra um exemplo <strong>de</strong> cabo usado com uma fina<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)


39<br />

camada <strong>de</strong> HDPE na superfície e mais abaixo <strong>de</strong> XLPE, <strong>de</strong> difícil visualização porque<br />

ambos os polímeros estão pigmentados com negro <strong>de</strong> carbono.<br />

Figura 27 - Vista da seção transversal <strong>de</strong> cabo coberto com material <strong>de</strong> bloqueio<br />

Os acessórios para fixação, separação e conexão dos cabos e também para proteção <strong>de</strong><br />

certos pontos vivos da Re<strong>de</strong> Compacta (pontos que po<strong>de</strong>m ficar sem cobertura polimérica<br />

isolante) são compostos poliméricos. Tais acessórios são formados por diferentes tipos <strong>de</strong><br />

polímeros:<br />

• Os espaçadores e separadores normalmente confeccionados em HDPE;<br />

• Os isoladores mais usados na Re<strong>de</strong> Compacta são em EPDM e HDPE. No entanto,<br />

existem no mercado, isoladores fabricados com borracha a base <strong>de</strong> silicone, mistura<br />

<strong>de</strong> EPDM e silicone e resina epóxi. Os isoladores po<strong>de</strong>m ter vários tamanhos e<br />

formas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolação ou do tipo <strong>de</strong> isolamento;<br />

• Protetores <strong>de</strong> bucha e jumper são utilizados para promover proteção similar ao cabo<br />

da Re<strong>de</strong> Protegida contra contato com árvores, nas conexões dos cabos com os<br />

transformadores, on<strong>de</strong> cabo ou a conexão ficam <strong>de</strong>sprotegidos. O material do<br />

protetor <strong>de</strong> bucha e <strong>de</strong> jumper <strong>de</strong>ve ser HDPE ou XLPE.<br />

4 ANÁLISE ECONÔMICA<br />

A análise econômica para distribuição <strong>de</strong> energia elétrica não po<strong>de</strong> conter somente o valor<br />

inicial investido, <strong>de</strong>ve contemplar o custo total do empreendimento, já que em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

distribuição o custo da operação é na maioria das vezes maior que o investimento. O<br />

método para cálculo da análise econômico, apresentado a seguir, foi escolhido entre alguns<br />

pesquisados, pois era o que melhor enquadrava tais consi<strong>de</strong>rações.


40<br />

4.1 MÉTODO PARA CÁLCULO DA ANÁLISE ECONÔMICA<br />

Custo total = Ii + FVPL x (Co+ End)<br />

On<strong>de</strong>:<br />

1. Custo total: é o custo total do investimento.<br />

2. Ii: é o investimento inicial para construção da re<strong>de</strong>.<br />

3. FVPL: é o fator <strong>de</strong> atualização para um valor presente líquido.<br />

4. Co: são os custos <strong>de</strong> operação e manutenção da re<strong>de</strong>.<br />

5. End: é o custo <strong>de</strong> energia não distribuída.<br />

4.1.1 Investimento inicial<br />

O Investimento inicial (Ii) contemplará vários segmentos do <strong>projeto</strong>:<br />

Ii = Cp + Cm + Ce + Cc + Ca<br />

On<strong>de</strong>:<br />

1. Cp: é o custo do <strong>projeto</strong> relacionado ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> engenharia.<br />

2. Cm: são os materiais que precisam ser adquiridos.<br />

3. Ce: são os equipamentos que farão parte do sistema.<br />

4. Cc: é o custo da construção da linha.<br />

5. Ca: é o custo administrativo inerente a obra.<br />

O <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong> ser elaborado por terceiros ou pela própria concessionária, sendo neste caso<br />

mais difícil especificar o seu valor.<br />

Os equipamentos estarão colocados na própria linha ou ainda <strong>de</strong>ntro da subestação como<br />

as chaves seccionadoras, as chaves <strong>de</strong> manobra ou religadores.<br />

O custo <strong>de</strong> construção da linha, assim como, o custo administrativo inerente à obra<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão do fato da obra ser terceirizada ou executada pela própria concessionária.<br />

As concessionárias têm em seu banco <strong>de</strong> dados levantamentos do custo aproximado da<br />

construção <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição. De acordo com o banco <strong>de</strong> dados do ano <strong>de</strong> 2006<br />

da concessionária Escelsa, para a Re<strong>de</strong> Compacta, os valores variam <strong>de</strong> R$50.000,00 a


41<br />

R$80.000,00 por quilometro <strong>de</strong> cabo protegido no meio urbano, enquanto que para a Re<strong>de</strong><br />

Convencional variam <strong>de</strong> R$ 40.000,00 a R$ 60.000,00 por quilometro.<br />

4.1.2 FVPL<br />

FVPL é o fator <strong>de</strong> atualização para um valor presente líquido. Ou seja, os custos <strong>de</strong><br />

operação e <strong>de</strong> energia não distribuída são difundidos no tempo, consi<strong>de</strong>rando que a<br />

operação só irá consumir recursos no horizonte previsto <strong>de</strong> funcionamento daquela re<strong>de</strong>.<br />

Dessa maneira, terá que ser consi<strong>de</strong>rada para esse cálculo uma taxa <strong>de</strong> remuneração que<br />

traga para o valor presente os <strong>de</strong>sembolsos que ocorrerão com o passar do tempo.<br />

4.1.3 Custo operacional<br />

O Custo operacional (Co) são custos <strong>de</strong> operação e manutenção da re<strong>de</strong>, que contempla<br />

diversos fatores.<br />

Co = Mp + Mc<br />

4.1.3.1 O Mp correspon<strong>de</strong> ao custo <strong>de</strong> manutenção preventiva que contempla diversas<br />

ativida<strong>de</strong>s:<br />

Mp = Itv + Mlv + Ie + Mlm + Mb + Sp + Ro<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Itv: inspeção nas linhas primárias através da termovisão (pontos quentes).<br />

Mlv: manutenção primária com a linha viva (sem <strong>de</strong>sligamento).<br />

Ie: inspeção das estruturas (com equipes <strong>de</strong> apoio preventivo).<br />

Mlm: manutenção primária com a linha morta (com <strong>de</strong>sligamento).<br />

Mb: manobras operacionais (chaves e alimentadores).<br />

Sp: serviços <strong>de</strong> poda (<strong>de</strong> galhos <strong>de</strong> árvores próximos a re<strong>de</strong>).<br />

Ro: serviços <strong>de</strong> retirada <strong>de</strong> objetos das re<strong>de</strong>s (em linha viva ou morta).<br />

4.1.3.2 O Mc correspon<strong>de</strong> a manutenção corretiva que po<strong>de</strong> ser assim explicada:<br />

Mc = Sr + Mt + Man


42<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Sr: serviço <strong>de</strong> restabelecimento da interrupção com a equipe / terceiro <strong>de</strong> plantão.<br />

Mt: materiais a serem substituídos na re<strong>de</strong>.<br />

Man: serviço <strong>de</strong> manobra <strong>de</strong> alimentadores para restabelecimento.<br />

Na Tabela 2, Seção 2.1.5, foi mostrado que com a Re<strong>de</strong> Compacta ocorre uma redução <strong>de</strong><br />

aproximadamente 87% no custo da manutenção preventiva e <strong>de</strong> 90% na manutenção<br />

corretiva da re<strong>de</strong>.<br />

4.1.4 Energia não distribuída<br />

O custo <strong>de</strong> Energia não distribuída (End) por ano é igual:<br />

End = (Lc + Cs + DPR )/ano<br />

4.1.4.1 O Lc correspon<strong>de</strong> ao lucro cessante que a concessionária tem porque <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

faturar energia naquele período.<br />

O lucro cessante po<strong>de</strong> estar diretamente associado com os índices <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço das concessionárias (DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC).<br />

Na Seção 2.1.1 <strong>de</strong>ste trabalho, foi apresentado que, com a Re<strong>de</strong> Compacta Protegida,<br />

ocorreu uma redução <strong>de</strong> quase 90% nas ocorrências <strong>de</strong> faltas, logo, os índices <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

e confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço apresentaram bons resultados e conseqüentemente houve uma<br />

queda no custo <strong>de</strong> Energia não distribuída.<br />

4.1.4.2 O Cs é o custo social, que é quanto a socieda<strong>de</strong> em geral per<strong>de</strong> quando há falta <strong>de</strong><br />

energia. Conseqüentemente, durante este período, verifica-se uma queda no<br />

faturamento da energia e na ativida<strong>de</strong> econômica.<br />

4.1.4.3 A DPR correspon<strong>de</strong> à <strong>de</strong>preciação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição.<br />

As concessionárias consi<strong>de</strong>ram um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> 20 anos para o sistema <strong>de</strong><br />

transmissão e distribuição, conforme é regido pela ANEEL.<br />

Des<strong>de</strong> que os dados para o cálculo da análise econômica sejam bem fundamentados é<br />

possível <strong>de</strong>terminar uma análise <strong>de</strong> investimento que aproxime da realida<strong>de</strong>.


43<br />

5 APLICAÇÕES EM ALTA TENSÃO<br />

5.1 LINHA COMPACTA PROTEGIDA DE 69 KV<br />

As linhas <strong>de</strong> subtransmissão <strong>compacta</strong>s para tensão <strong>de</strong> 69 kV são uma evolução do sistema<br />

<strong>de</strong> distribuição da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida <strong>de</strong> média tensão, tendo aquelas as<br />

mesmas vantagens que estas.<br />

A Linha Aérea Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV, <strong>de</strong>senvolvida em 1995, foi submetida<br />

inicialmente, a vários testes elétricos e mecânicos em laboratório, antes <strong>de</strong> sua aplicação no<br />

campo. A primeira aplicação <strong>de</strong>ssa linha foi feita pela distribuidora Omaha Public Power<br />

Distric, no Estado <strong>de</strong> Nevada, EUA, em 1999 e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, vem operando com<br />

excelentes resultados [4].<br />

Esta linha é caracterizada, como a Re<strong>de</strong> Compacta <strong>de</strong> MT, por uma linha <strong>compacta</strong> com o<br />

uso <strong>de</strong> condutores cobertos por material polimérico fixados em espaçadores losangulares<br />

isolados e suspensos por um cabo mensageiro <strong>de</strong> alta resistência (Figura 28). O nível <strong>de</strong><br />

isolamento e confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste sistema é bem superior ao das Linhas Aéreas<br />

Convencionais para 69 kV (com condutores nus) e os custos operacionais bem inferiores.<br />

Figura 28 - Vista geral da Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV<br />

5.1.1 Descrição do sistema<br />

A Linha Aérea Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV tem uma estrutura muito semelhante à <strong>de</strong><br />

MT. Utiliza um mensageiro e espaçadores <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, em forma <strong>de</strong><br />

losango, que sustentam os cabos condutores. Estes, por sua vez, são cobertos por uma<br />

espessa camada <strong>de</strong> material isolante (Figura 29).


44<br />

Figura 29 - Principais componentes da Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV<br />

5.1.2 Especificações básicas dos componentes<br />

Os itens seguintes apresentam a especificação básica <strong>de</strong> cada componente do sistema.<br />

Condutor: O cabo condutor da Linha Compacta <strong>de</strong> 69 kV, representado na Figura 30,<br />

apresenta as seguintes camadas [4]:<br />

• Condutor <strong>de</strong> alumínio CA <strong>compacta</strong>do;<br />

• Blindagem semicondutora preta <strong>de</strong> polietileno sobre o condutor;<br />

• Cobertura interna em polietileno natural <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (HMWPE 13 ) e <strong>de</strong> alta<br />

rigi<strong>de</strong>z dielétrica (isolamento);<br />

• Cobertura externa em polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (HDPE), com alta resistência ao<br />

trilhamento elétrico, abrasão, radiação UV e intemperismo.<br />

Figura 30 - Camadas do cabo condutor coberto para 69 kV<br />

13 O HMWPE é um polietileno <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (LDPE).


45<br />

O cabo coberto <strong>de</strong> 69 kV tem gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para resistir aos impulsos atmosféricos, a<br />

exemplo dos cabos <strong>de</strong> MT [4].<br />

Na Tabela 3 estão apresentados os valores <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> ruptura, ampacida<strong>de</strong> e resistência<br />

elétrica CC para os cabos cobertos <strong>de</strong> 69 kV mais usuais.<br />

Tabela 3 – Carga <strong>de</strong> ruptura, ampacida<strong>de</strong>, resistência elétrica CC dos cabos cobertos <strong>de</strong> 69 kV<br />

Seção<br />

(mm²)<br />

Formação<br />

(nº <strong>de</strong> fios)<br />

Diâmetro do<br />

Condutor<br />

(mm)<br />

Diâmetro<br />

do Cabo 14<br />

(mm)<br />

Carga <strong>de</strong><br />

Ruptura<br />

(daN)<br />

Ampacida<strong>de</strong> 15<br />

(A)<br />

Resistência<br />

Elétrica CC<br />

(Ω/km)<br />

170,5 19 15,3 41,7 2695 435 0,169<br />

281,8 19 19,8 46,2 4280 610 0,1023<br />

322,2 37 21,2 17,6 5100 680 0,0895<br />

402,9 37 24 50,4 6250 802 0,0716<br />

Fonte: ProCABLE Energia e Telecomunicações Ltda, 2006 [4].<br />

Espaçador: O espaçador, Figura 31, tem a função <strong>de</strong> sustentar os condutores e manter a<br />

distância entre as fases. São instalados a cada 10 metros. Suas proprieda<strong>de</strong>s são [4]:<br />

• Polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (HDPE). Composto altamente resistente ao<br />

trilhamento elétrico, radiação UV;<br />

• Alta resistência mecânica e flexibilida<strong>de</strong> perante cargas dinâmicas;<br />

• Alta resistência a batidas e impactos, mesmo <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo;<br />

• Gran<strong>de</strong> distância <strong>de</strong> escoamento e saias autolaváveis evitando interrupções <strong>de</strong><br />

serviço por poluição e névoa salina <strong>de</strong> ambientes industriais e orla marítima.<br />

Figura 31 - Cotas do espaçador para Linha Compacta <strong>de</strong> 69 kV<br />

14 Espessura total da cobertura <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> 13,2 mm.<br />

15 Ampacida<strong>de</strong> para vento = 0,6 m/s, temperatura ambiente 30 ºC e no condutor 80 ºC.


46<br />

As principais características do espaçador são apresentadas na Tabela 4.<br />

Dimensões<br />

(mm)<br />

BN NA BC AC<br />

Tabela 4 - Características do espaçador <strong>de</strong> 69 kV<br />

Diâmetro<br />

Máx.<br />

(mm)<br />

Altura<br />

(mm)<br />

Distância<br />

Mín. <strong>de</strong><br />

Escoamento<br />

(mm)<br />

Mensageiro<br />

Condutor<br />

Massa<br />

(kg)<br />

Tensão<br />

Suportável<br />

<strong>de</strong> Impulso<br />

(kV)<br />

Capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Curto<br />

Circuito<br />

(kA)<br />

1433 921 660 660 1450 2035 19 57,2 6 350 30<br />

Fonte: ProCABLE Energia e Telecomunicações Ltda, 2006 [4].<br />

Cabo Mensageiro: O cabo mensageiro recomendado é um cabo constituído <strong>de</strong> fios <strong>de</strong><br />

aço-alumínio, conhecido como Alumoweld®. O alumínio é aplicado sobre um vergalhão<br />

<strong>de</strong> aço pelo processo <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>amento e posteriormente trefilado a frio (Figura 32). O<br />

Alumoweld® oferece as vantagens <strong>de</strong> cada metal: boa condutivida<strong>de</strong> do alumínio e alta<br />

resistência mecânica do aço [4].<br />

Figura 32 - Cabo mensageiro <strong>de</strong> Alumoweld®<br />

A condutivida<strong>de</strong> do Alumoweld® é 3 a 4 vezes maior que o cabo <strong>de</strong> aço zincado.<br />

O cabo mensageiro tem ainda a função <strong>de</strong> cabo pára-raios, dando uma proteção adicional à<br />

linha perante <strong>de</strong>scargas atmosféricas. Isso é muito vantajoso, principalmente para regiões<br />

como o su<strong>de</strong>ste do Brasil, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas atmosféricas é muito alta. O<br />

mensageiro também po<strong>de</strong> ser fornecido com fibras óticas internas ao cabo.<br />

Isolador Bastão: Os isoladores <strong>de</strong> ancoragem tipo bastão são os mesmos utilizados em<br />

estruturas convencionas <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> transmissão. Apresentam um bastão <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro,<br />

saias <strong>de</strong> silicone ou EPDM, engates <strong>de</strong> aço ou alumínio, para 69 kV [4].<br />

Braço L: É <strong>de</strong> aço carbono ou forjado, zincados por imersão a quente. O braço “L” para a<br />

linha <strong>de</strong> 69 kV tem 1,50 metros <strong>de</strong> extensão (Figura 33) [4].


47<br />

Figura 33 - Braço tipo "L" para uma Linha Compacta <strong>de</strong> 69 kV<br />

5.2 VANTAGENS<br />

Os testes em laboratório e no campo e as primeiras aplicações da Linha Compacta <strong>de</strong> 69<br />

kV confirmaram a capacida<strong>de</strong> do sistema e <strong>de</strong> seus componentes para ser utilizada com<br />

sucesso.<br />

O sistema Compacto <strong>de</strong> 69 kV foi <strong>de</strong>senvolvido para solucionar sérios problemas na<br />

subtransmissão apresentados pelas empresas industriais e <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> energia, tais<br />

como [4]:<br />

• Sua configuração <strong>compacta</strong> soluciona instalações em áreas muito congestionadas;<br />

• Reduz custos por direito <strong>de</strong> passagem;<br />

• Reduz custos <strong>de</strong> poda <strong>de</strong> árvores;<br />

• Reduzem custos <strong>de</strong> interrupções <strong>de</strong> serviço, perdas <strong>de</strong> faturamento e reclamações<br />

dos clientes;<br />

• Reduz os requisitos <strong>de</strong> distância mínima a edificações e estruturas;<br />

• Melhora a confiabilida<strong>de</strong> do serviço elétrico em áreas <strong>de</strong>nsamente arborizadas ou<br />

poluídas;<br />

• O <strong>projeto</strong> dos espaçadores oferece alta resistência frente às elevadas correntes <strong>de</strong><br />

falta (material composto - HDPE, distância <strong>de</strong> escoamento e saias autolaváveis);<br />

• Sua configuração triangular muito <strong>compacta</strong> reduz a queda <strong>de</strong> tensão;


48<br />

• Simples e rápido <strong>de</strong> instalar, utilizando o Método <strong>de</strong> Lançamento por Roldanas<br />

(Roll-By Instalation Method);<br />

• Melhor regulação <strong>de</strong> tensão.<br />

• A<strong>de</strong>quada ao meio ambiente, preservando a arborização.<br />

• Linha <strong>compacta</strong>, mais estética.<br />

• Melhor relacionamento com entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong>fesa e órgãos governamentais.<br />

• Proporciona melhor imagem da concessionária, com reflexos em suas ações<br />

negociadas em bolsas <strong>de</strong> valores.<br />

Observa-se que a Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV apresenta as mesmas vantagens que<br />

a Re<strong>de</strong> Compacta Protegida para média tensão.<br />

5.3 ANÁLISE DE CUSTOS<br />

Um trabalho técnico realizado [4] comparou o custo <strong>de</strong> uma Linha Compacta Protegida e<br />

<strong>de</strong> uma Linha Convencional, ambas <strong>de</strong> 69 kV, sob o ponto <strong>de</strong> vista econômico. Para a<br />

análise econômica foi adotado a mesma metodologia <strong>de</strong>senvolvida na Seção 4 <strong>de</strong>ste<br />

trabalho.<br />

O <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> caso realizado foi numa interligação <strong>de</strong> duas subestações em Fortaleza, numa<br />

extensão <strong>de</strong> 2,9 km, on<strong>de</strong> foram consi<strong>de</strong>radas duas opções:<br />

1. Duas Linhas Convencionais <strong>de</strong> 69 kV, paralelas.<br />

2. Duas Linhas Compactas Protegidas <strong>de</strong> 69 kV.<br />

Nas Tabelas 5, 6 e 7 estão apresentados respectivamente o Custo <strong>de</strong> Investimento Inicial, o<br />

Custo Operacional e o Custo <strong>de</strong> Energia não distribuída das duas opções <strong>de</strong> linhas em<br />

análise.


49<br />

Tabela 5 - Custo do investimento inicial da Linha Convencional x Linha Compacta, para a tensão<br />

<strong>de</strong> 69 kV<br />

Descrição<br />

Linha Convencional Linha Compacta<br />

69 kV (R$)<br />

69 kV (R$)<br />

Materiais - Extensão <strong>de</strong> 2,9 Km 2 Linhas Paralelas 2 Linhas Paralelas<br />

Cabos e acessórios<br />

Condutores, CA 281,8 mm² 132.153,66 790.968,81<br />

Isoladores / espaçadores 204.451,35 301.806,87<br />

Cabo mensageiro 39.071,82<br />

Conexões e ferragens 133.826,13 410.848,32<br />

Postes 143.508,72 71.754,36<br />

Subtotais Materiais 613.939,83 1.614.450,18<br />

Construção 83.394,72<br />

239.408,82<br />

Custos Administrativos - 12,2% 96.895,68<br />

Subtotais 180.290,40 239.408,82<br />

Total 794.230,23 1.853.859,00<br />

Total (R$/km*nº linhas) 136.936,25 319.630,86<br />

Comparativo entre a Linha<br />

Convencional e a Compacta<br />

100% 233,42%<br />

Fonte: ProCABLE Energia e Telecomunicações Ltda, 2006 [4].<br />

Tabela 6 - Custo operacional da Linha Convencional x Linha Compacta, para a tensão <strong>de</strong> 69 kV<br />

Descrição<br />

Linha Convencional Linha Compacta<br />

Redução em usar a<br />

69 kV<br />

69 kV<br />

Linha Compacta<br />

(R$/km*nº linhas) (R$/km*nº linhas)<br />

Manutenção Preventiva 6.371,79 685,09 89,25%<br />

Manutenção Corretiva 2.075,40 626,02 69,84%<br />

Total 8.447,19 1.311,11 84,48%<br />

Fonte: ProCABLE Energia e Telecomunicações Ltda, 2006 [4]<br />

Tabela 7 - Custo <strong>de</strong> Energia não distribuída da Linha Convencional x Linha Compacta Protegida,<br />

para a tensão <strong>de</strong> 69 kV<br />

Descrição<br />

Linha Convencional<br />

69 kV<br />

(R$/km*nº linhas)<br />

Linha Compacta<br />

69 kV<br />

(R$/km*nº linhas)<br />

Redução em usar<br />

a Linha<br />

Compacta<br />

Energia não distribuída 34.264,46 6.416,46 81,27%<br />

Total 34.264,46 6.416,46 81,27%<br />

Fonte: ProCABLE Energia e Telecomunicações Ltda, 2006 [4].<br />

Para a análise foi consi<strong>de</strong>rando uma <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> 4 % aa, correspon<strong>de</strong>nte a um horizonte<br />

<strong>de</strong> <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> 25 anos para o FVPL (valor presente líquido) e uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 10 %<br />

aa. Logo: FVA (25 a.; 10% aa.) = 9,08.<br />

Na Tabela 8, temos a análise econômica da Linha Convencional em comparação com a<br />

Linha Compacta para uma tensão <strong>de</strong> 69 kV.


50<br />

Tabela 8 - Análise econômica da Linha Convencional <strong>de</strong> 69 kV x Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69<br />

kV<br />

Descrição<br />

Linha<br />

Linha Compacta<br />

Convencional<br />

Redução em usar a<br />

69 kV<br />

69 kV<br />

Linha Compacta<br />

(R$/km*nº linhas)<br />

(R$/km*nº linhas)<br />

Investimento Inicial (Ii) 136.936,25 319.630,86 -133,42%<br />

Custo Operacional (Co) 8.447,19 1.311,11 84,48%<br />

Energia não Distribuída (End) 34.264,46 6.416,46 81,27%<br />

FVA 9,08 9,08 0<br />

Total: Ii + FVA (Co + End) 524.758,03 389.797,23 25,72%<br />

Fonte: ProCABLE Energia e Telecomunicações Ltda, 2006 [4].<br />

Com a análise anterior, verificou-se que o investimento inicial da Linha Compacta<br />

Protegida <strong>de</strong> 69 kV é mais que duas vezes o <strong>de</strong> uma Linha Convencional <strong>de</strong> 69 kV, porém,<br />

a Linha Compacta apresenta custos operacionais bem inferiores, o que acarreta numa<br />

redução do seu custo total. Esta relação chega aproximadamente a 25% comparado com a<br />

Linha Convencional, justificando plenamente a sua aplicação.<br />

5.4 ANÁLISE FINAL DO ESTUDO DA REDE COMPACTA PROTEGIDA DE 69 KV<br />

A Linha Compacta <strong>de</strong> 69 kV vem se apresentando como mais uma opção <strong>de</strong> construção<br />

junto com as já tradicionais linhas <strong>de</strong> subtransmissão aéreas <strong>de</strong> condutores nus e, as linhas<br />

subterrâneas, estas últimas, <strong>de</strong> custos bastante elevados.<br />

Tanto quanto as Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Compacta Protegida <strong>de</strong> média tensão as Linhas<br />

Aéreas Compactas <strong>de</strong> 69 kV apresentam várias vantagens, tais como: maior confiabilida<strong>de</strong><br />

no fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica, menor faixa <strong>de</strong> servidão, redução nas podas <strong>de</strong><br />

árvores, custos operacionais bem inferiores aos das Linhas Convencionais on<strong>de</strong> em poucos<br />

anos <strong>de</strong> implantação, esses custos operacionais menores compensam o investimento inicial<br />

maior, <strong>de</strong>ntre outras.<br />

6 ESTUDO DE CASO DE UM PROJETO BÁSICO DE<br />

RECONDUTORAMENTO DE UMA REDE CONVENCIONAL PARA UMA<br />

REDE COMPACTA PROTEGIDA DE 11,4 KV.<br />

6.1 OBJETIVO<br />

A fim <strong>de</strong> ilustrar a metodologia <strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong> Compacta Protegida,<br />

será <strong>de</strong>senvolvido o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento <strong>de</strong> 1 km <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Distribuição Aérea<br />

Convencional, 11,4 kV para Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Distribuição Aérea Compacta Protegida, 11,4 kV em<br />

meio urbano. A re<strong>de</strong> que será substituída está localizada no município <strong>de</strong> Vitória, Espírito


51<br />

Santo, no Bairro da Mata da Praia como mostrado na Figura 34. Cabe ressaltar que o<br />

objetivo do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste exemplo <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> é puramente ilustrar os<br />

procedimentos e não <strong>de</strong> realizar qualquer tipo <strong>de</strong> comparação entre os resultados obtidos<br />

com o uso da Re<strong>de</strong> Convencional e da Re<strong>de</strong> Compacta.<br />

Av. Adalberto Simão Na<strong>de</strong>r<br />

Bairro: Mata da Praia,<br />

Vitória, ES<br />

Av. Dante Michelini<br />

Figura 34 – Mapa do local (a re<strong>de</strong> a ser substituída está marcada em ver<strong>de</strong>) on<strong>de</strong> será realizado o<br />

<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento da Re<strong>de</strong> Convencional para Re<strong>de</strong> Protegida<br />

6.2 JUSTIFICATIVA<br />

A necessida<strong>de</strong> da substituição da Re<strong>de</strong> Nua para a Re<strong>de</strong> Compacta surgiu <strong>de</strong>vido os<br />

seguintes fatores:<br />

1. O local do <strong>projeto</strong> tem ruas <strong>de</strong>nsamente arborizadas (Figura 35), <strong>de</strong>sta forma, sofre<br />

restrições quanto à poda por parte da prefeitura, <strong>de</strong> órgãos governamentais e, ainda,<br />

<strong>de</strong> clientes que não querem per<strong>de</strong>r a sombra que as árvores proporcionam e causar<br />

alteração na estética das ruas do bairro.


52<br />

Figura 35 - Foto <strong>de</strong> uma das ruas do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Convencional para Re<strong>de</strong><br />

Protegida<br />

2. Além disso, as árvores <strong>de</strong>sse local são <strong>de</strong> espécies que necessitam <strong>de</strong> cortes<br />

drásticos (Figura 36) para obter maior intervalo entre podas. Porém, <strong>de</strong>ssa forma<br />

ina<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong> comprometer o vigor, a sanida<strong>de</strong> e a estética das árvores. Os<br />

órgãos ambientais, para inibir esse tipo <strong>de</strong> poda, realizam constantes fiscalizações<br />

e, para isso, exigem da concessionária <strong>de</strong> energia – Escelsa – <strong>de</strong>dicação especial<br />

nas podas periódicas <strong>de</strong>correndo da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a freqüência <strong>de</strong><br />

execução.<br />

3. Outro motivo da substituição para a Re<strong>de</strong> Compacta é reduzir os riscos <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>sligamento aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>vido a algum contato da re<strong>de</strong> com a vegetação, portanto,<br />

aumentar a confiabilida<strong>de</strong> no fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica. Na Figura 37 tem-se<br />

uma foto <strong>de</strong> um local <strong>de</strong> flying tap da re<strong>de</strong> a ser recondutorada, on<strong>de</strong> é mostrada<br />

uma área <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong>vido à vegetação.


53<br />

Figura 36 - Foto <strong>de</strong> uma das ruas que será realizado o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> recondutoramento, on<strong>de</strong> mostra<br />

uma árvore podada ina<strong>de</strong>quadamente, comprometendo a estética da mesma<br />

Figura 37 - Foto <strong>de</strong> um flying tap da re<strong>de</strong> a ser recondutorada. Observa-se uma área <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong>vido à vegetação <strong>de</strong>nsa


54<br />

6.3 CONDIÇÕES GERAIS<br />

A re<strong>de</strong> a ser projetada é a do bloco da chave faca 2283 (CF 2283), normalmente fechada<br />

(NF), alimentador BFE01 (Subestação Bento Ferreira); até a chave faca 2894 (CF 2894),<br />

normalmente aberta (NA). As chaves seccionadoras estão representadas na Figura 38.<br />

Além <strong>de</strong> recondutoramento <strong>de</strong> todo bloco para cabo coberto, será proposto o aumento da<br />

bitola do condutor, entre as chaves 2283 e 2894, para possibilitar manobras através da<br />

chave seccionadora 2894, NA, propiciando assim remanejamento <strong>de</strong> carga com o<br />

alimentador CAR01 (Subestação Carapina).<br />

Figura 38 - Croqui do local do <strong>projeto</strong> on<strong>de</strong> mostra a localização das chaves, transformadores,<br />

banco <strong>de</strong> capacitores e as estruturas da Re<strong>de</strong> Convencional existentes


55<br />

6.4 PADRÕES UTILIZADOS<br />

Neste <strong>projeto</strong>, foram adotados os Padrões <strong>de</strong> Construção <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Distribuição da<br />

concessionária <strong>de</strong> energia Escelsa:<br />

• INS-PRO-11, 2005: Projetos para Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Aéreas Urbanas [15];<br />

• PT.RD.06.002, 2003: Estruturas para Re<strong>de</strong>s Compactas Protegidas[16];<br />

• INS-CON-14, 1997: Estruturas para Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Aéreas Primárias<br />

Compactas Protegidas [17].<br />

6.5 LEVANTAMENTO DE DADOS<br />

Para realização do <strong>projeto</strong>, foram feitas inspeções no local para verificar toda a Re<strong>de</strong><br />

Convencional existente. Após esse levantamento, todos os postes foram nomeados, <strong>de</strong> P1<br />

(poste on<strong>de</strong> está instalada a CF 2894) a P36, para maior entendimento do <strong>projeto</strong>. Temos<br />

no ANEXO B as fotos das estruturas da re<strong>de</strong> atual com suas respectivas nomeações.<br />

Dados complementares da re<strong>de</strong>, como: distância entre vãos, potência dos transformadores,<br />

alimentador; foram levantados na Escelsa.<br />

6.6 DESCRIÇÃO DO PROJETO<br />

A Figura 39 mostra o bloco a ser recondutorado. Toda a re<strong>de</strong> está representada na figura,<br />

<strong>de</strong> acordo com a situação atual:<br />

• Os equipamentos instalados (transformadores, pontos <strong>de</strong> entrega, bancos <strong>de</strong><br />

capacitores, chaves fusível e chaves faca) estão sendo representados através da<br />

codificação <strong>de</strong> cores dos postes;<br />

• As distâncias entre os vãos estão em metros;<br />

• As i<strong>de</strong>ntificações dos postes são feitas <strong>de</strong> P1 a P36. No poste P1 está localizado a<br />

chave seccionadora CF 2894 (NA), enquanto no poste P33, está a chave<br />

seccionadora CF 2283 (NF).


Figura 39 - Bloco a ser recondutorado, com todas posteações e equipamentos existentes<br />

representados<br />

56


57<br />

6.6.1 Estruturas<br />

Após análise da re<strong>de</strong> existente, foi <strong>de</strong>finida, conforme critério <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> (Tabela 9), as<br />

estruturas da Re<strong>de</strong> Compacta a serem instaladas.<br />

Têm-se na Figura 40, todas as estruturas da Re<strong>de</strong> Convencional que serão <strong>de</strong>sativadas e as<br />

que serão instaladas para a Re<strong>de</strong> Compacta e o <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong>ssa substituição, poste a<br />

poste, está na Tabela 10. A quantia total <strong>de</strong> estruturas a <strong>de</strong>sinstalar e a instalar está na<br />

Tabela 11.<br />

Todos os novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> estruturas da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida a serem<br />

instalados estão no ANEXO C.<br />

Tabela 9 - Critério <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> para estruturas<br />

Estrutura Critério<br />

CE1 Re<strong>de</strong> tangente com ângulo até 6°<br />

CE2 Re<strong>de</strong> tangente com ângulo entre 6° e 60°.<br />

CE3<br />

Final <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

CE4 Re<strong>de</strong> tangente com ângulo entre 60° e 90°<br />

CE-CF Estrutura para comportar Chave Fusível<br />

CE-CS Estrutura para comportar Chave Faca<br />

OBS. Transformadores, capacitores e pontos <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong>verão ser<br />

instalados nos postes com estruturas CE2, CE3 ou CE4 para permitir<br />

a instalação <strong>de</strong> chave fusível.<br />

Fonte: PT.RD.06.002, 2003 [16].<br />

As chaves faca e fusível, como também, os pára-raios permaneceram instalados nos<br />

mesmos pontos <strong>de</strong> antes do recondutoramento.<br />

As chaves faca <strong>de</strong>vem ser instaladas nas estruturas <strong>de</strong> transição da Re<strong>de</strong> Nua para Re<strong>de</strong><br />

Compacta e vise verse, enquanto que as chaves fusível <strong>de</strong>vem estar nas estruturas com<br />

transformadores, banco <strong>de</strong> capacitores, ponto <strong>de</strong> entrega e no início <strong>de</strong> ramais.<br />

Os pára-raios <strong>de</strong>vem ser instalados em todos os transformadores, estruturas com banco <strong>de</strong><br />

capacitores, chaves fusível, transições <strong>de</strong> re<strong>de</strong> (instalar do lado da re<strong>de</strong> nua), chaves<br />

seccionadoras (chave faca) que operem normalmente fechadas (instalar no lado da re<strong>de</strong><br />

<strong>protegida</strong>), chaves seccionadoras (chave faca) que operem normalmente abertas (instalar<br />

dois jogos <strong>de</strong> pára-raios, um em cada lado).


Figura 40 - Estruturas a <strong>de</strong>sinstalar na Re<strong>de</strong> Convencional e a instalar na Re<strong>de</strong> Compacta<br />

Protegida<br />

58


59<br />

Tabela 10 - Detalhe das estruturas a serem instaladas (Re<strong>de</strong> Compacta) e <strong>de</strong>sinstaladas (Re<strong>de</strong> Nua)<br />

em cada poste do bloco<br />

Poste<br />

Estrutura<br />

Desinstalar Instalar<br />

Equipamento<br />

P1<br />

Chave Faca<br />

P2 CE-M3 CE1<br />

P3 M3+M3 CE4<br />

P4 N3 CE3<br />

P5 M1 CE2 Transformador<br />

P6 M3 CE3<br />

P7 M1 CE1<br />

P8 M2 CE2 Transformador<br />

P9 M2 CE3<br />

P10 M3 CE-CF Chave Faca<br />

P11 M3 CE3 Transformador<br />

P12 M1 CE1<br />

P13 M1 CE1<br />

P14 M3 CE3<br />

P15 M1 CE1<br />

P16 M3 CE3 Transformador<br />

P17 M1 CE1<br />

P18 M2 CE2 Transformador<br />

P19 M2 CE3 Transformador<br />

P20 M2 CE-CF Chave Faca<br />

P21 M3 CE3 Transformador<br />

P22 M1 CE1<br />

P23 M2 CE2 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

P24 M3 CE-CF Chave Faca<br />

P25 M1 CE2 Transformador<br />

P26 M1 CE2 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

P27 M2 CE3 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

P28 M3 CE-CF Chave Faca<br />

P29 M1 CE1<br />

P30 M1 CE2 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

P31 M4 CE2 Banco <strong>de</strong> Capacitores<br />

P32 M4 CE4<br />

P33 N3 CE-CS Chave Fusível<br />

P34 N2 CE3 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

P35 N3 CE2 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

P36 M1 CE2 Ponte <strong>de</strong> Entrega<br />

Tabela 11 - Total <strong>de</strong> estruturas a <strong>de</strong>sinstalar (Re<strong>de</strong> Nua) e a instalar (Re<strong>de</strong> Compacta)<br />

Desinstalar<br />

Instalar<br />

Estrutura Total Estrutura Total<br />

M1 12 CE1 8<br />

M2 7 CE2 10<br />

M3 10 CE3 10<br />

M4 2 CE4 2<br />

N3 3 CE-CF 4<br />

N2 1 CE-CS 1<br />

CE-M3 1


60<br />

6.6.2 Cabos<br />

A Escelsa utiliza como padrão <strong>de</strong> cabo coberto, duas seções <strong>de</strong> cabo, 185 mm² e 50 mm²<br />

[16]. Para possibilitar manobras na chave 2894 (NA) foi <strong>de</strong>finido que os cabos a serem<br />

intalados no ramo principal do bloco, entre as chaves 2283 e 2894, terá 185 mm² e o<br />

restante 50 mm² (Figura 41).<br />

O <strong>de</strong>talhe dos cabos protegidos a serem instalados e <strong>de</strong>sinstalados está exibido na Tabela<br />

12; e na Tabela 13, a quantia total <strong>de</strong> cabos a <strong>de</strong>sinstalar e a instalar.<br />

Tabela 12 - Detalhe dos cabos a serem instalados (Re<strong>de</strong> Compacta) e <strong>de</strong>sinstaladas (Re<strong>de</strong> Nua) em<br />

todos os vãos<br />

Vão<br />

Cabos<br />

Distância<br />

(m)<br />

Desinstalar 16 Instalar<br />

(AWG) (mm²)<br />

P1-P2 28,9 1/0 185<br />

P2-P3 35 1/0 185<br />

P3-P5 37,8 1/0 185<br />

P5-P6 31,7 1/0 185<br />

P4-P7 15,6 1/0 185<br />

P7-P8 40,9 1/0 185<br />

P8-P12 36,2 1/0 185<br />

P9-P10 33,8 1/0 50<br />

P11-P10 39,2 2 50<br />

P12-P13 33,1 1/0 185<br />

P13-P17 31,7 1/0 185<br />

P14-P15 52,77 1/0 50<br />

P16-P15 38,05 2 50<br />

P17-P18 33,15 1/0 185<br />

P18-P36 34,7 1/0 185<br />

P21-P22 22,4 2 50<br />

P22-P23 26,5 2 50<br />

P23-P20 39,7 2 50<br />

P20-P24 42,4 1/0 50<br />

P24-P25 28,2 2 50<br />

P25-P26 31 2 50<br />

P26-P27 36,2 2 50<br />

P19-P28 20,2 2 50<br />

P28-P29 26,7 2 50<br />

P29-P35 40 2 50<br />

P35-P34 45,4 2 50<br />

P36-P30 33,6 1/0 185<br />

P30-P31 36,5 1/0 185<br />

P31-P32 35,9 1/0 185<br />

P32-P33 20,4 1/0 185<br />

16 Os cabos tipo 2 AWG têm 33,63 mm², enquanto que os <strong>de</strong> 1/0 AWG têm 53,50mm²


Figura 41 - Cabos a instalar no recondutoramento para a Re<strong>de</strong> Compacta Protegida<br />

61


62<br />

Tabela 13 - Total <strong>de</strong> cabos nus a <strong>de</strong>sinstalar (Re<strong>de</strong> Nua) e cobertos a instalar (Re<strong>de</strong> Compacta)<br />

Desinstalar<br />

Instalar<br />

Cabo 14<br />

(AWG)<br />

Total<br />

(m)<br />

Cabo<br />

(mm²)<br />

Total<br />

(m)<br />

1/0 614,12 185 485,15<br />

2 393,55 50 522,52<br />

O cabo mensageiro utilizado será <strong>de</strong> aço zincado com 9,5 mm <strong>de</strong> diâmetro, carga <strong>de</strong><br />

ruptura <strong>de</strong> 3.160 daN. Será necessário aproximadamente 1 km <strong>de</strong> cabo <strong>de</strong> acordo com a<br />

Tabela 14.<br />

Não será permitida a emenda do cabo mensageiro no meio do vão.<br />

Tabela 14 - Total <strong>de</strong> cabos mensageiros a instalar (Re<strong>de</strong> Compacta)<br />

Cabo Mensageiro a Instalar<br />

Cabo Total<br />

(mm)<br />

(m)<br />

9,5 1007,67<br />

6.6.3 Postes<br />

Para dimensionar os postes do <strong>projeto</strong> foi mapeada, além da Re<strong>de</strong> Compacta, toda a Re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Baixa Tensão existente, conforme mostra a Figura 42. Com os esforços exercidos pelas<br />

duas re<strong>de</strong>s, BT e Compacta <strong>de</strong> 11,4 kV, foi <strong>de</strong>terminada qual a resistência mínima <strong>de</strong> cada<br />

poste.<br />

O critério <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> utilizado para dimensionar os postes foi conforme o padrão [15]. A<br />

metodologia aplicada para calcular a resultante <strong>de</strong> esforços sobre os postes está<br />

representada na Figura 43, que mostra, como exemplo, todas as forças exercidas no poste<br />

P3.


63<br />

Figura 42 - Re<strong>de</strong> Protegida <strong>de</strong> 11,4 kV e Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baixa Tensão<br />

Figura 43 - Esforços dos cabos da BT e MT; e resultante no poste P3


64<br />

A resultante dos esforços que atuam num poste é <strong>de</strong>terminada pela soma das trações<br />

exercidas por cada tipo <strong>de</strong> cabo instalado, BT e <strong>de</strong> MT (Re<strong>de</strong> Compacta), sendo que tal<br />

resultante <strong>de</strong>terminará a resistência mínima para o mesmo. Para todos os postes do bloco<br />

foi adotada a mesma metodologia exemplificada na Figura 45. A resultante dos esforços<br />

em cada poste do bloco está exibida na Tabela 15.<br />

A Tabela 16 apresenta a tração que os cabos analisados exercem a 20 cm do topo do poste.<br />

Poste<br />

Tabela 15 - Esforços resultantes em cada poste do bloco<br />

Tipo<br />

Esforço<br />

Altura(m)/ Equipamento<br />

(daN)<br />

resistência(daN)<br />

Poste a<br />

Instalar<br />

P1 11/300 Chave Faca 0<br />

P2 11/300 0<br />

P3 11/1000 1238 11/1500<br />

P4 11/1000 995<br />

P5 11/300 Transformador 0<br />

P6 11/1000 645<br />

P7 11/300 17<br />

P8 11/300 Transformador 0<br />

P9 11/600 350<br />

P10 11/300 Chave Fusível 0<br />

P11 11/600 Transformador 350<br />

P12 11/300 0<br />

P13 11/300 0<br />

P14 11/600 350<br />

P15 11/300 0<br />

P16 11/600 Transformador 350<br />

P17 11/300 0<br />

P18 11/300 Transformador 0<br />

P19 11/600 Transformador 350<br />

P20 11/300 Chave Fusível 0<br />

P21 11/1000 Transformador 745<br />

P22 11/300 0<br />

P23 11/300 Ponte <strong>de</strong> Entrega 0<br />

P24 11/300 Chave Fusível 0<br />

P25 11/300 Transformador 0<br />

P26 11/300 Ponte <strong>de</strong> Entrega 0<br />

P27 11/600 Ponte <strong>de</strong> Entrega 350<br />

P28 11/300 Chave Fusível 0<br />

P29 11/300 0<br />

P30 11/300 Ponte <strong>de</strong> Entrega 0<br />

P31 11/300 Banco <strong>de</strong> Capacitores 0<br />

P32 11/1000 740<br />

P33 11/600 Chave Faca 350<br />

P34 11/1000 Ponte <strong>de</strong> Entrega 745<br />

P35 11/300 Ponte <strong>de</strong> Entrega 0<br />

P36 11/300 Ponte <strong>de</strong> Entrega 0


65<br />

Tabela 16 - Esforços causados por cada tipo <strong>de</strong> cabo do Circuito Primários e Secundário<br />

Circuito<br />

Primário<br />

Secundário<br />

Poste 11m - Esforços a 20cm do topo<br />

Vãos <strong>de</strong> até 80m<br />

Cabo<br />

Esforços<br />

(daN)<br />

P50 350<br />

P185 645<br />

70mm² 412<br />

3#1/0 395<br />

Fonte: INS-PRP-11 [15]<br />

Conforme mostrado na Tabela 17, só será necessária a substituição do poste P3, <strong>de</strong> 1000<br />

daN para 1500 daN , já que a sua resultante foi <strong>de</strong> 1238 daN.<br />

A altura do poste é <strong>de</strong>finida pelo número <strong>de</strong> circuitos <strong>de</strong> Média Tensão conforme a norma<br />

[17]. Como a re<strong>de</strong> projetada possui apenas um circuito <strong>de</strong> média todos os postes<br />

permaneceram com 11 metros <strong>de</strong> altura.<br />

6.6.4 Espaçadores<br />

A instalação <strong>de</strong> espaçadores <strong>de</strong>ve ser feita conforme as notas abaixo [15]:<br />

• Nas estruturas CE1 os primeiros espaçadores do vão <strong>de</strong>vem ser instalados <strong>de</strong> 7 a 9<br />

m, à direita e à esquerda da estrutura;<br />

• Em estruturas <strong>de</strong> ancoragem com equipamentos e estruturas tipo CE2, os<br />

espaçadores <strong>de</strong>vem ser instalados a aproximadamente 13 m à direita e à esquerda<br />

da estrutura;<br />

• Ao longo do vão, além dos espaçadores previstos nas estruturas, instalar outros com<br />

intervalos <strong>de</strong> 7 a 9 metros.<br />

6.6.5 Demanda máxima<br />

A Tabela 17 exibe a <strong>de</strong>manda máxima dos transformadores, pontos <strong>de</strong> entrega e do banco<br />

<strong>de</strong> capacitores existentes no bloco.<br />

O critério adotado para <strong>de</strong>terminar a <strong>de</strong>manda máxima da re<strong>de</strong> foi consi<strong>de</strong>rado a potência<br />

nominal dos transformadores, a soma das potências nominais dos transformadores<br />

instalados nos pontos <strong>de</strong> entrega e a potência nominal do banco <strong>de</strong> capacitores.<br />

Assumindo que todas as cargas têm perfil resi<strong>de</strong>ncial, foi adotado um fator <strong>de</strong> potência <strong>de</strong><br />

0,93, conforme dado da Escelsa.<br />

Na Figura 44, tem-se uma foto do poste P23, on<strong>de</strong> é mostrado um ponto <strong>de</strong> entrega.


66<br />

Poste<br />

Equipamentos<br />

Tabela 17 - Demanda máxima <strong>de</strong> carga<br />

Potência<br />

(kVA)<br />

Demanda máxima<br />

fp<br />

Pot. Ativa<br />

(KW)<br />

Pot. Reativa<br />

(KVAR)<br />

Pot. Complexa<br />

(KVA)<br />

P1 Chave Faca<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5 Transformador 45 0,93 41,85 16,54 41,85+16,54i<br />

P6<br />

P7<br />

P8 Transformador 75 0,93 69,75 27,56 69,75+27,56i<br />

P9<br />

P10 Chave Fusível<br />

P11 Transformador 75 0,93 69,75 27,56 69,75+27,56i<br />

P12<br />

P13<br />

P14<br />

P15<br />

P16 Transformador 45 0,93 41,85 16,54 41,85+16,54i<br />

P17<br />

P18 Transformador 75 0,93 69,75 27,56 69,75+27,56i<br />

P19 Transformador 150 0,93 139,5 55,13 139,5+55,13i<br />

P20 Chave Fusível<br />

P21 Transformador 112,50 0,93 104,625 41,35 104,625+41,35i<br />

P22<br />

P23 Ponto <strong>de</strong> Entrega 112,50 0,93 104,625 41,35 104,625+41,35i<br />

P24 Chave Fusível<br />

P25 Transformador 75 0,93 69,75 27,56 69,75+27,56i<br />

P26 Ponto <strong>de</strong> Entrega 225 0,93 209,25 82,7 209,25+82,7i<br />

P27 Ponto <strong>de</strong> Entrega 187,50 0,93 174,375 68,91 174,375+68,91i<br />

P28 Chave Fusível<br />

P29<br />

P30 Ponto <strong>de</strong> Entrega 300 0,93 279 110,26 279+110,26i<br />

P31 Banco <strong>de</strong> Capacitores 600 0,00 0 -600 -600i<br />

P32<br />

P33 Chave Faca<br />

P34 Ponto <strong>de</strong> Entrega 300 0,93 279 110,26 279+110,26i<br />

P35 Ponto <strong>de</strong> Entrega 300 0,93 279 110,26 279+110,26i<br />

P36 Ponto <strong>de</strong> Entrega 150 0,93 139,5 55,13 139,5+55,13i


67<br />

Figura 44 - Foto do ponto <strong>de</strong> entrega no poste P23<br />

6.6.6 Queda <strong>de</strong> tensão<br />

Na Figura 45 esta mostrada a queda <strong>de</strong> tensão percentual nos pontos com carga instalada,<br />

em relação ao poste P33. Admitiu-se tensão <strong>de</strong> 11,4 KV em P33 durante os cálculos.<br />

O cálculo da queda <strong>de</strong> tensão, em relação ao poste P33, nos pontos com carga, foi<br />

<strong>de</strong>terminado através do fator <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> tensão, o comprimento do cabo entre os pontos<br />

do circuito e a potência instalada. A potência instalada consi<strong>de</strong>rada foi obtida da Tabela 17<br />

já citada anteriormente.


Figura 45 - Queda <strong>de</strong> tensão em percentual nos pontos com carga<br />

68


69<br />

O fator <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> tensão foi <strong>de</strong>terminado conforme o padrão [14], apresentado na Tabela<br />

18. Foi consi<strong>de</strong>rado o fator <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> carga instalada <strong>de</strong> 0,93; e aplicado um fator <strong>de</strong><br />

queda <strong>de</strong> tensão calculado em função dos valores existentes para fp igual a 1 e 0,8,<br />

utilizando o método linear.<br />

Tabela 18 - Percentual <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> tensão para cabos protegidos numa Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 11,4 kV<br />

Coeficiente <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> 11,4kV<br />

Seção [%/(MVA x km)]<br />

(mm²)<br />

fp=0,93<br />

fp=1 fp=0,8<br />

(aplicado)<br />

50 0,41 0,6 0,5335<br />

185 0,16 0,24 0,212<br />

O comprimento do cabo entre os pontos do circuito, postes e locais <strong>de</strong> flying tap, estão<br />

mostradas na Tabela 19.<br />

Tabela 19 - Comprimento do cabo entre pontos do circuito<br />

Circuito<br />

Distância<br />

Distância<br />

Distância<br />

Circuito<br />

Circuito<br />

(m)<br />

(m)<br />

(m)<br />

P1-P2 28,9 P21-P22 22,4 P5-FT1 5,80<br />

P2-P3 35 P22-P23 26,5 FT1-P7 7,40<br />

P3-P5 37,8 P23-P20 39,7 P8-FT2 15,40<br />

P5-P6 31,7 P24-P20 42,4 P10-FT2 20,00<br />

P4-P7 15,6 P25-P24 28,2 FT2-P12 22,10<br />

P7-P8 40,9 P26-P25 31 P13-FT3 18,60<br />

P8-P12 36,2 P27-P26 36,2 P15-FT3 22,20<br />

P9-P10 33,8 P28-P19 20,2 FT3-P17 13,70<br />

P11-P10 39,2 P29-P28 26,7 P18-FT4 21,90<br />

P12-P13 33,1 P35-P29 40 P20-FT4 22,00<br />

P13-P17 31,7 P34-P35 45,4 FT5-FT4 12,60<br />

P14-P15 52,77 P36-P30 33,6 FT4-P36 12,60<br />

P16-P15 38,05 P30-P31 36,5 P24-FT5 9,50<br />

P17-P18 33,15 P31-P32 35,9 P28-FT5 4,60<br />

P18-P36 34,7 P32-P33 20,4 P19-FT5 14,00<br />

Com estes dados foi calculada a queda <strong>de</strong> tensão em todos os vãos, a queda <strong>de</strong> tensão<br />

acumulada e a corrente por fase, conforme mostra a Tabela 20.


70<br />

Carga-Fonte<br />

Tabela 20 - Queda <strong>de</strong> tensão e corrente no cabo protegido<br />

Tronco – 185 mm²<br />

Demanda Máxima<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão no<br />

Acumulada<br />

Acumulada na Carga<br />

Trecho<br />

(kVA)<br />

(%)<br />

Corrente na Carga<br />

(A)<br />

P1-P2 0 0,00000% 0,05687% 0,00<br />

P2-P3 0 0,00000% 0,05687% 0,00<br />

P3-P5 0 0,00000% 0,05687% 0,00<br />

P5-FT1 41,85+16,54i 0,00005% 0,05687% 2,28<br />

FT1-P7 41,85+16,54i 0,00006% 0,05682% 2,28<br />

P7-P8 41,85+16,54i 0,00036% 0,05675% 2,28<br />

P8-FT2 116,85+16,54i 0,00035% 0,05640% 5,98<br />

FT2-P12 186,6+44,1i 0,00083% 0,05604% 9,71<br />

P12-P13 186,6+44,1i 0,00124% 0,05521% 9,71<br />

P13-FT3 186,6+44,1i 0,00070% 0,05398% 9,71<br />

FT3-P17 228,45+60,64i 0,00063% 0,05328% 11,97<br />

P17-P18 228,45+60,64i 0,00153% 0,05265% 11,97<br />

P18-FT4 303,45+60,64i 0,00132% 0,05112% 15,67<br />

FT4-P36 1454,325+515,46i 0,00379% 0,04980% 78,14<br />

P36-P30 1604,325+515,46i 0,01104% 0,04601% 85,34<br />

P30-P31 1904,325+515,46i 0,01404% 0,03497% 99,91<br />

P31-P32 1904,325-84,54i 0,01334% 0,02093% 96,54<br />

P32-P33 1904,325-84,54i 0,00758% 0,00758% 96,54<br />

Fly Tap 2 - Ramal 50mm²<br />

Carga-Fonte<br />

Demanda Máxima<br />

Acumulada<br />

(kVA)<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão no<br />

Trecho<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão<br />

Acumulada na Carga<br />

(%)<br />

Corrente na Carga<br />

(A)<br />

P11-P10 69,75+27,56i 0,00172% 0,05864% 3,80<br />

P10-FT2 69,75+27,56i 0,00088% 0,05692% 3,80<br />

Fly Tap 3 - Ramal 50mm²<br />

Carga-Fonte<br />

Demanda Máxima<br />

Acumulada<br />

(kVA)<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão no<br />

Trecho<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão<br />

Acumulada na Carga<br />

(%)<br />

Corrente na Carga<br />

(A)<br />

P16-P15[ 41,85+16,54i 0,00100% 0,05487% 2,28<br />

P15-FT3 41,85+16,54i 0,00058% 0,0539% 2,28<br />

Fly Tap 4 - Ramal 50mm²<br />

Carga-Fonte<br />

Demanda Máxima<br />

Acumulada<br />

(kVA)<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão no<br />

Trecho<br />

Queda <strong>de</strong> Tensão<br />

Acumulada na Carga<br />

(%)<br />

Corrente na Carga<br />

(A)<br />

P21-P22 104,625+41,35i 0,00147% 0,06114% 5,70<br />

P22-P23 104,625+41,35i 0,00174% 0,05967% 5,70<br />

P23-P20 209,25+82,7i 0,00523% 0,05792% 11,40<br />

P20-FT4 209,25+82,7i 0,00290% 0,05270% 11,40<br />

P27-P26 174,375+68,91i 0,00397% 0,08113% 9,50<br />

P26-P25 383,625+151,61i 0,00748% 0,07715% 20,89<br />

P25-P24 453,375+179,17i 0,00804% 0,06967% 24,69<br />

P24-FT5 453,375+179,17i 0,00271% 0,06163% 24,69<br />

P34-P35 279+110,26i 0,00797% 0,09192% 15,19<br />

P35-P29 558+220,52i 0,01404% 0,08395% 30,39<br />

P29-P28 558+220,52i 0,00937% 0,06991% 30,39<br />

P28-FT5 558+220,52i 0,00161% 0,06054% 30,39<br />

P19-FT5 139,5+55,13i 0,00123% 0,06015% 7,60<br />

FT5-FT4 1150,875+454,82i 0,00912% 0,05892% 62,67


71<br />

Conforme a Tabela 20, a <strong>de</strong>manda calculada até o FT2 é a <strong>de</strong>manda acumulada até o P8<br />

mais a do ramal <strong>de</strong>sse flying tap, e assim conseqüentemente para o ramal FT3. Para<br />

calcular a <strong>de</strong>manda do FT5 foi calculada primeira a <strong>de</strong>manda do trecho <strong>de</strong> P21 até o FT4,<br />

<strong>de</strong>pois do trecho do P27 até FT5, do P34 até FT5 e do P19 até FT5 e finalmente do FT5<br />

para o FT4. Somando as duas <strong>de</strong>mandas vindas do ramal do flying tap 4 (P21-FT4 e FT5-<br />

FT4) mais a <strong>de</strong>manda vinda do poste P18 obteve-se a <strong>de</strong>manda no FT4. Somando-se as<br />

<strong>de</strong>mandas seguintes, até o P33, foi encontrada a <strong>de</strong>manda na chave CF 2283 <strong>de</strong> 1,906<br />

MVA. A potência máxima está no poste P30 com 1,972MVA.<br />

6.6.7 Remanejamento <strong>de</strong> carga<br />

Na Tabela 21 esta exibida a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> corrente do cabo protegido para<br />

temperatura ambiente <strong>de</strong> 40°C. A partir <strong>de</strong>ssa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> corrente do cabo<br />

<strong>de</strong> 185 mm² po<strong>de</strong> ser calculado a potência total <strong>de</strong> carga que po<strong>de</strong>rá ser remanejada através<br />

do bloco recondutorado.<br />

Supondo uma eventual falta no alimentador BFE01 po<strong>de</strong>rá ser remanejado através da<br />

chave 2894, NA, 7,4 MVA <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>sse alimentador para o alimentador CAR01; a<br />

situação contrária também po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada.<br />

A carga <strong>de</strong> 7,4 MVA foi calculada a partir da equação abaixo:<br />

capacida<strong>de</strong> do cabo – <strong>de</strong>manda máxima no bloco = 9,379 – 1,972 = 7,4 MVA<br />

Tabela 21 - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> corrente do cabo protegido<br />

Seção<br />

(mm²)<br />

Corrente Admissível<br />

40°C (A)<br />

Potência KVA,<br />

11,4 KV<br />

50 217 4285<br />

185 475 9379<br />

Fonte: INS-PRP-11 [15]<br />

6.6.8 Notas gerais<br />

1. O sistema <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>ve ser com neutro contínuo multi e solidamente<br />

aterrado e interligado à malha <strong>de</strong> terra da subestação. Na Re<strong>de</strong> Compacta projetada<br />

o neutro da re<strong>de</strong> será o cabo mensageiro.<br />

2. Para que a seqüência <strong>de</strong> fases seja mantida, a instalação dos cabos nos espaçadores<br />

e separadores verticais ao longo da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a convenção mostrada no<br />

ANEXO D.


72<br />

7 CONCLUSÃO<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir com este trabalho que a Re<strong>de</strong> Aérea Compacta é uma solução eficaz para<br />

a distribuição <strong>de</strong> energia elétrica em aplicações como: áreas arborizadas, regiões com<br />

estreita faixa <strong>de</strong> passagem e locais com ala ocorrência <strong>de</strong> objetos na re<strong>de</strong>; isso a custos<br />

economicamente compatíveis com a realida<strong>de</strong> nacional. Além disso, diminuindo muito o<br />

número <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong>vido à redução <strong>de</strong> contatos aci<strong>de</strong>ntais e, conseqüentemente, reduzindo<br />

os indicadores DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC daquele sistema, em comparação com a Re<strong>de</strong><br />

Convencional.<br />

A Re<strong>de</strong> Compacta propicia benefícios ecológicos, diminuição da poluição visual, melhoria<br />

da confiabilida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> energia, redução da faixa <strong>de</strong> passagem, redução <strong>de</strong><br />

custo <strong>de</strong> manutenção, além <strong>de</strong> melhorar o relacionamento com entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle<br />

ambiental e órgãos governamentais. Em contrapartida, sob solicitações <strong>de</strong> multiestressamento,<br />

a geometria dos seus acessórios e a constituição <strong>de</strong> diferentes materiais<br />

isolantes presentes na re<strong>de</strong> po<strong>de</strong> causar trilhamento elétrico e erosão no material<br />

polimérico.<br />

Para reduzir os fenômenos <strong>de</strong> trilhamento e erosão, a geometria dos acessórios da re<strong>de</strong> não<br />

<strong>de</strong>ve propiciar o acúmulo <strong>de</strong> partículas que contaminam o material isolante e tampouco<br />

possuir materiais poliméricos <strong>de</strong> constantes dielétricas distintas. Dos polímeros utilizados<br />

para cobertura dos cabos da Re<strong>de</strong> Compacta, o que menos sofre o processo <strong>de</strong> oxidação é o<br />

silicone, os <strong>de</strong>mais por serem compostos orgânicos necessitam <strong>de</strong> aditivos para reduzirem<br />

esse processo e aumentar sua visa útil.<br />

O investimento inicial (<strong>projeto</strong>, construção) da Re<strong>de</strong> Compacta Protegida é maior do que o<br />

da Re<strong>de</strong> Convencional, mas quando se trata <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> custo em longo prazo,<br />

observa-se que os custos operacionais (manutenção preventiva e corretiva), custo <strong>de</strong><br />

energia não distribuída que po<strong>de</strong>ria estar sendo consumida e custos <strong>de</strong>vido às reclamações<br />

dos clientes (po<strong>de</strong>ndo causa multas para as concessionárias) são bem inferiores aos da<br />

Re<strong>de</strong> Convencional.<br />

Devido as tantas vantagens da Re<strong>de</strong> Aérea Compacta Protegida para média tensão, foi<br />

<strong>de</strong>senvolvida a Linha Compacta Protegida <strong>de</strong> 69 kV, que apesar <strong>de</strong> ainda não ter sido<br />

aplicada no Brasil, está obtendo bons resultados <strong>de</strong> aplicação em outros países, por<br />

exemplo, nos EUA.


73<br />

Ao final do trabalho foi realizado o <strong>projeto</strong> básico <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong><br />

Convencional Aérea <strong>de</strong> 11,4 kV para a Re<strong>de</strong> Compacta Protegida <strong>de</strong> 11,4 kV. Esta re<strong>de</strong><br />

está localizada no Bairro Mata da Praia, município <strong>de</strong> Vitória, E.S. e pertence ao<br />

alimentador BFE01, do bloco da chave seccionadora CF 2283 (NF) até a chave CF 2894<br />

(NA). Os principais resultados obtidos no <strong>projeto</strong> foram:<br />

1. No tronco do bloco serão utilizados 486 m <strong>de</strong> cabo coberto com 185 mm 2 e nos<br />

ramais, 523 m <strong>de</strong> cabo coberto com 50 mm 2 ;<br />

2. Será utilizado aproximadamente 1 km <strong>de</strong> cabo mensageiro <strong>de</strong> 9,5 mm <strong>de</strong> diâmetro;<br />

3. Será substituído apenas o poste P3 <strong>de</strong> 11 m/1000 daN para 11 m/1500 daN em todo<br />

o bloco para o recondutoramento;<br />

4. A queda <strong>de</strong> tensão máxima calculada no bloco foi <strong>de</strong> 0,09192% no poste P34;<br />

5. As chaves faca e fusível não serão substituídas e nem trocadas <strong>de</strong> posteação;<br />

6. Os transformadores e banco <strong>de</strong> capacitores também não sofreram alteração <strong>de</strong><br />

posteação;<br />

7. Serão utilizadas: 8 estruturas CE1, 11 estruturas CE2, 9 estruturas CE3, 2 estruturas<br />

CE4, 4 estruturas CE-CF e 1 estruturas CE-CS;<br />

8. A <strong>de</strong>manda máxima calculada no bloco foi no poste P30 com 1,972 MVA.


74<br />

ANEXO A<br />

A resolução da ANEEL, número 024 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2000 estabelece as disposições<br />

relativas à continuida<strong>de</strong> da distribuição <strong>de</strong> energia elétrica para as unida<strong>de</strong>s consumidoras,<br />

<strong>de</strong>stacando-se nesse ponto as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC. Uma parte da<br />

resolução está transcrita abaixo [8].<br />

“Art. 1o Estabelecer, na forma que se segue, as disposições relativas à continuida<strong>de</strong><br />

da distribuição <strong>de</strong> energia elétrica, nos seus aspectos <strong>de</strong> duração e freqüência, a<br />

serem observadas pelas concessionárias e permissionárias <strong>de</strong> serviço público <strong>de</strong><br />

energia elétrica às unida<strong>de</strong>s consumidoras.<br />

Art. 2o A continuida<strong>de</strong> da distribuição <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong>verá ser supervisionada,<br />

avaliada e controlada por meio <strong>de</strong> indicadores coletivos que expressem os valores<br />

vinculados a conjuntos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s consumidoras, bem como indicadores individuais<br />

associados a cada unida<strong>de</strong> consumidora...<br />

IV - Duração Equivalente <strong>de</strong> Interrupção por Unida<strong>de</strong> Consumidora (DEC)<br />

Intervalo <strong>de</strong> tempo que, em média, no período <strong>de</strong> observação, em cada unida<strong>de</strong><br />

consumidora do conjunto consi<strong>de</strong>rado ocorreu <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> da distribuição <strong>de</strong><br />

energia elétrica.<br />

V - Duração <strong>de</strong> Interrupção Individual por Unida<strong>de</strong> Consumidora (DIC)<br />

Intervalo <strong>de</strong> tempo que, no período <strong>de</strong> observação, em cada unida<strong>de</strong> consumidora<br />

ocorreu <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> da distribuição <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

VI - Duração Máxima <strong>de</strong> Interrupção Contínua por Unida<strong>de</strong> Consumidora (DMIC)<br />

Tempo máximo <strong>de</strong> interrupção contínua, da distribuição <strong>de</strong> energia elétrica, para<br />

uma unida<strong>de</strong> consumidora qualquer.<br />

VII - Freqüência Equivalente <strong>de</strong> Interrupção por Unida<strong>de</strong> Consumidora (FEC)<br />

Número <strong>de</strong> interrupções ocorridas, em média, no período <strong>de</strong> observação, em cada<br />

unida<strong>de</strong> consumidora do conjunto consi<strong>de</strong>rado.<br />

VIII - Freqüência <strong>de</strong> Interrupção Individual por Unida<strong>de</strong> Consumidora (FIC)


75<br />

Número <strong>de</strong> interrupções ocorridas, no período <strong>de</strong> observação, em cada unida<strong>de</strong><br />

consumidora.<br />

IX - Indicador <strong>de</strong> Continuida<strong>de</strong><br />

Representação quantificável do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um sistema elétrico, utilizada para a<br />

mensuração da continuida<strong>de</strong> apurada e análise comparativa com os padrões<br />

estabelecidos.<br />

XV - Metas <strong>de</strong> Continuida<strong>de</strong><br />

Valores máximos estabelecidos para os indicadores <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>, a serem<br />

observados: mensal, trimestral e anualmente nos períodos correspon<strong>de</strong>ntes ao ciclo<br />

<strong>de</strong> revisão das tarifas, conforme resolução específica.


76<br />

ANEXO B<br />

Re<strong>de</strong> Convencional 11,4 kV a ser recondutorada


ANEXO B<br />

77


ANEXO B<br />

78


79<br />

ANEXO C<br />

Estruturas da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Distribuição Compacta Protegida<br />

Estrutura Básica CE1 17<br />

OBS.:<br />

- É utilizada em ângulo <strong>de</strong> 0° a 6°.<br />

- Todas as medidas estão em mm.<br />

17 PT.RD.06.002


80<br />

Estrutura Básica CE2 18<br />

OBS.:<br />

- É utilizada em ângulo <strong>de</strong> 6° a 60°.<br />

- Todas as medidas estão em mm.<br />

18 PT.RD.06.002


81<br />

Estrutura Básica CE3 19<br />

OBS.:<br />

- É utilizada em finais <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.<br />

- Todas as medidas estão em mm.<br />

19 PT.RD.06.002


82<br />

Estrutura Básica CE4 20<br />

OBS.:<br />

- É utilizada em ângulos <strong>de</strong> 0 a 90º ou em ancoragem.<br />

- Todas as medidas estão em mm.<br />

20 PT.RD.06.002


83<br />

Relação <strong>de</strong> Materiais das Estruturas CE1, CE2, CE3 e CE4<br />

Estruturas CE1, CE2, CE3 e CE4<br />

Item Descrição<br />

A-1 Espaçador <strong>de</strong> fases losangular<br />

A-2 Braço anti-balanço<br />

A-3 Isolador <strong>de</strong> pino polimérico<br />

A-4 Isolador <strong>de</strong> ancoragem polimérico<br />

A-8 Grampo <strong>de</strong> ancoragem<br />

A-9 Alça pré-formada para cabo mensageiro<br />

A-35 Capa protetora para conector - 15 kV<br />

C-4 Cabo <strong>de</strong> aço SM 9,5 mm<br />

C-6 Fio <strong>de</strong> cobre nu 16 mm2<br />

C-12 Fio coberto ou anel <strong>de</strong> amarração<br />

E-2 Pára-raios<br />

F-1 Cinta<br />

F-2 Braço suporte tipo L<br />

F-3 Braço suporte tipo C<br />

F-4 Suporte auxiliar<br />

F-5 Parafuso cabeça abaulada - 16 x 45 mm<br />

F-6 Parafuso cabeça abaulada - 12 x 40 mm<br />

F-10 Pino curto <strong>de</strong> isolador<br />

F-11 Olhal para parafuso<br />

F-12 Sapatilha<br />

F-13 Manilha sapatilha<br />

F-16 Estribo para braço tipo L<br />

F-17 Haste <strong>de</strong> terra aço-cobre<br />

F-30 Parafuso cabeça quadrada - 16 x TA<br />

F-30a Parafuso cabeça quadrada - 16 x 125 mm<br />

F-50 Suporte Z<br />

P-1 Poste<br />

O-1 Conector tipo cunha<br />

O-2 Conector terminal barra-cabo<br />

O-17 Conector <strong>de</strong> aterramento


84<br />

Estrutura CE-CF 21<br />

(Chave Fusível)<br />

OBS.:<br />

- Todas as medidas estão em mm.<br />

21 PT.RD.06.002


85<br />

Estrutura CE-CS 22<br />

(Chave Faca)<br />

OBS.:<br />

- Este tipo <strong>de</strong> estrutura po<strong>de</strong> ser utilizada também para instalação <strong>de</strong> chaves fusíveis.<br />

- Todas as medidas estão em mm.<br />

22 PT.RD.06.002


86<br />

Relação <strong>de</strong> Materiais das Estruturas CE-CS e CE-CF<br />

Estruturas CE-CS e CE-CF<br />

Item Descrição<br />

A-2 Arruela quadrada 38 mm<br />

A-3 Isolador <strong>de</strong> pino polimérico<br />

A-4 Isolador <strong>de</strong> ancoragem polimérico<br />

A-8 Grampo <strong>de</strong> ancoragem<br />

A-9 Alça pré-formada para cabo mensageiro<br />

A-21 Porca quadrada<br />

A-35 Capa protetora para conector - 15 kV<br />

C-1 Cabo coberto 15 kV - 35 mm2<br />

C-3 Conector<br />

C-4 Cabo <strong>de</strong> aço SM 9,5 mm<br />

C-6 Fio <strong>de</strong> cobre nu 16 mm2<br />

E-2 Pára-raios<br />

E-3 Chave <strong>de</strong> faca unipolar<br />

E-9 Chave fusível<br />

F-1 Cinta<br />

F-2 Braço suporte tipo L<br />

F-3 Braço suporte tipo C<br />

F-4 Suporte auxiliar<br />

F-5 Parafuso cabeça abaulada - 16 x 45 mm<br />

F-5c Parafuso cabeça abaulada - 16 x 150 mm<br />

F-6 Parafuso cabeça abaulada - 12 x 40 mm<br />

F-9 Mão francesa plana<br />

F-11 Olhal para parafuso<br />

F-12 Sapatilha<br />

F-13 Manilha sapatilha<br />

F-17 Haste <strong>de</strong> terra aço-cobre<br />

F-30 Parafuso cabeça quadrada - 16 x TA<br />

F-30a Parafuso cabeça quadrada - 16 x 125 mm<br />

F-45 Sela <strong>de</strong> cruzeta<br />

F-50 Suporte Z<br />

P-1 Poste<br />

O-1 Conector tipo cunha<br />

O-5 Conector terminal cabo-barra para aterramento<br />

O-17 Conector <strong>de</strong> aterramento<br />

O-40 Conector terminal compressão barra-cabo<br />

R-8 Cruzeta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira 2.400 mm


87<br />

ANEXO D<br />

Seqüência <strong>de</strong> Fases nos Espaçadores


88<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

[1] ABRADEE. Disponível em:<br />

Acesso em: 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />

[2] LAMARÃO, SERGIO T. N. A energia elétrica como campo <strong>de</strong> pesquisa<br />

historiográfica do Brasil. Disponível em:<br />

.<br />

Acesso em 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007.<br />

[3] PIAZZA, FERNANDO et al. Fatores <strong>de</strong> influência na compatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabos<br />

protegidos, isoladores e acessórios utilizados em re<strong>de</strong>s aéreas <strong>compacta</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />

energia elétrica, sob condições <strong>de</strong> multi-estressamento.<br />

Disponível em:<br />

. Acesso em: 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006.<br />

[4] CICARELLI, LILIANE D. et al. Linhas Protegidas Cabo-espaçador para 69 kV. In:<br />

SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA BELO<br />

HORIZONTE/MG, 17, 2006, Belo Horizonte, p. 1-12.<br />

[5] PIAZZA, FERNANDO et al. Acompanhamento comparativo entre ensaios <strong>de</strong><br />

laboratório e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> materiais poliméricos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>compacta</strong>s<br />

<strong>protegida</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> 13,8KV. In: ENCONTRO LUSO-AFRO-BRASILEIRO DE<br />

PLANEJAMENTO E EXPLORAÇÃO DE REDES DE ENERGIA, 4, p. 1-6.<br />

[6] Polimerização. Disponível em:<br />

< http://www.wikipedia.org.br> Acesso em: 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />

[7] Normas, Padrões e Especificações para Fornecedores : Padrão <strong>de</strong> Distribuição PD<br />

4.009 – Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Aérea Protegida Compacta (Re<strong>de</strong> Compacta – Spacer<br />

Cable). Disponível em:<br />

< http://www.ban<strong>de</strong>irante.com.br/<strong>de</strong>fault.aspSec=4&SubSec=6>. Acesso em: 21 <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 2006.<br />

[8] ANEEL: Legislação Básica do Setor Elétrico Brasileiro. RESOLUÇÃO ANEEL N°<br />

24, DE 27 DE JANEIRO DE 2000.<br />

[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição<br />

aérea urbana <strong>de</strong> energia elétrica - apresentação: NBR 5434:1982. Rio <strong>de</strong> Janeiro: ABNT,<br />

1982.<br />

[10] VELASCO, D. N. G et al. Análise comparativa dos custos <strong>de</strong> diferentes re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

energia elétrica no contexto da arborização urbana. Disponível em:<br />

< http://www.scielo.br/pdf/rarv/v30n4/31690.pdf>. Acesso em: 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006.<br />

[11] GUIA DE ARBORIZAÇÃO URBANA. Diretoria <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Ativos. Departamento<br />

<strong>de</strong> Planejamento dos Investimentos. Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente. Bahia: COELBA, 2002.


89<br />

[12] Hendrix Wire & Cable, Inc. SPACER CABLE SYSTEMS – BENEFITS. A1<br />

[13] PIAZZA, FERNANDO et al. Avaliação da geometria dos acessórios <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

<strong>protegida</strong>s <strong>de</strong> distribuição consi<strong>de</strong>rando solicitações <strong>de</strong>vido ao campo elétrico e<br />

ambientais. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA<br />

ELÉTRICA, 15, 2002, p. 1-4.<br />

[14] GULMINE, JOSEANE V. Processos <strong>de</strong> Envelhecimento e Correlações Estrutura -<br />

Proprieda<strong>de</strong>s do XLPE. Tese (Doutorado em Engenharia) - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Paraná, 2004, Curitiba, p. 1-108.<br />

[15] INS-PRO-11: Projetos para Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Aéreas Urbanas;<br />

[16] PT.RD.06.002: Estruturas para Re<strong>de</strong>s Compactas Protegidas;<br />

[17] INS-CON-14: Estruturas para Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Distribuição Aéreas Primárias Compactas<br />

Protegidas.

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