uma proposta de modelo para avaliar a viabilidade do biodiesel no ...
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Teoria e Evidência Econômica, Passo Fun<strong>do</strong>, v. 14, Ed. Especial 2006<br />
Marshall, que sistematizou o que ficou conheci<strong>do</strong> como “momentos marshallia<strong>no</strong>s” que<br />
se referem ao <strong>de</strong>senvolvimento das aglomerações produtivas em <strong>no</strong>vas categorias. O<br />
primeiro momento é o da aglomeração, que, <strong>uma</strong> vez constituída, ten<strong>de</strong> a se <strong>de</strong>senvolver,<br />
<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser <strong>uma</strong> mera aglomeração, e passa a ser um arranjo produtivo local (APL).<br />
Quan<strong>do</strong> o arranjo produtivo toma consciência <strong>de</strong> si e coor<strong>de</strong>na racionalmente o seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, transforma-se em sistema local <strong>de</strong> produção (SLP) (PAIVA, 2004).<br />
Nos APLs as empresas passam a operar como <strong>uma</strong> unida<strong>de</strong> econômica, mas<br />
com administração <strong>de</strong>scentralizada. Quan<strong>do</strong> um arranjo passa a ter estruturas <strong>de</strong><br />
governança, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um mero arranjo produtivo e passa a ser um sistema local <strong>de</strong><br />
produção (SLP), a exemplo <strong>do</strong> que foi exposto acima.<br />
As empresas que operam <strong>no</strong>s “arranjos/sistemas” não precisam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> integração<br />
vertical (a linha <strong>de</strong> produção po<strong>de</strong> ser curta) nem <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> integração horizontal (a<br />
linha <strong>de</strong> produção po<strong>de</strong> ser pouco diversificada). Nesses arranjos/sistemas as empresas<br />
po<strong>de</strong>m se beneficiar da maior “escala” <strong>de</strong>finida pelo coletivo <strong>de</strong> empresas.<br />
Nos termos <strong>de</strong> Marshall, “[...] a utilização econômica <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> alto preço po<strong>de</strong><br />
muitas vezes ser realizada n<strong>uma</strong> região em que exista <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> produção conjunta<br />
da mesma espécie, ainda que nenh<strong>uma</strong> das fábricas tenha um capital individual<br />
muito gran<strong>de</strong> [...] po<strong>de</strong>m empregar continuamente máquinas muito especializadas,<br />
conseguin<strong>do</strong> utilizá-las <strong>de</strong> forma rentável [...]” (MARSHALL, 1982).<br />
Além <strong>de</strong> promover ganhos <strong>para</strong> todas as empresas que pertencem ao seu arranjo<br />
produtivo, o <strong>biodiesel</strong> traz <strong>uma</strong> <strong>no</strong>va fronteira em termos <strong>de</strong> diversificação agrícola e<br />
energética, pois po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> em qualquer motor <strong>do</strong> ciclo diesel. O Brasil, em razão<br />
<strong>do</strong> seu tamanho e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> climas, solos e flora, tem mais <strong>de</strong> duzentos espécies<br />
<strong>de</strong> oleagi<strong>no</strong>sas <strong>para</strong> serem utilizadas na produção <strong>de</strong> <strong>biodiesel</strong>, vantagem com<strong>para</strong>tiva<br />
que não é <strong>de</strong>tida por nenhum outro país <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Especificamente <strong>para</strong> a região <strong>do</strong><br />
semi-ári<strong>do</strong>, a mamona é consi<strong>de</strong>rada a alternativa mais viável, pois as condições <strong>de</strong><br />
clima não favorecem outras culturas (BELTRÃO, 2005).<br />
3.2 I<strong>no</strong>vação e custos <strong>de</strong> transação<br />
A importância estratégica <strong>do</strong> esforço próprio <strong>de</strong> um país <strong>no</strong> investimento em ciência<br />
e tec<strong>no</strong>logia (C&T) <strong>para</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento econômico é um consenso (raro) entre<br />
eco<strong>no</strong>mistas e pesquisa<strong>do</strong>res da área.<br />
Na i<strong>no</strong>vação em senti<strong>do</strong> amplo (que po<strong>de</strong> ir além <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos produtos e processos<br />
<strong>de</strong> produção), a internalização às empresas e, <strong>de</strong>ssa forma, à eco<strong>no</strong>mia é vista como<br />
um elo <strong>de</strong> ligação essencial entre esforços <strong>de</strong> C&T e <strong>de</strong>senvolvimento econômico.<br />
Alguns enfoques centram-se mais <strong>no</strong> nível “macro”, <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> abranger conjuntos<br />
<strong>de</strong> empresas, re<strong>de</strong>s, setores e instituições públicas e mesmo o ambiente econômico,<br />
político e institucional, e seus impactos sobre a competitivida<strong>de</strong> setorial e o crescimento<br />
econômico. Outros focalizam o nível “micro” das empresas, suas estratégias i<strong>no</strong>vativas<br />
e recursos, seus investimentos em P&D e vantagens competitivas.