uma proposta de modelo para avaliar a viabilidade do biodiesel no ...
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4 Uma <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> <strong>avaliar</strong> a viabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Biodiesel <strong>no</strong> Brasil 99<br />
mesmo com o aumento da receita. Os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Agrianual já consi<strong>de</strong>ram o custo <strong>de</strong><br />
frete da fazenda até o silo <strong>de</strong> armazenagem, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> “primeiro percurso”. Para a<br />
mamona não estão consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s os custos <strong>de</strong> frete. O custo <strong>de</strong> frete varia entre 2% e<br />
2,5% <strong>do</strong> custo total da soja (AGRIANUAL, 2004).<br />
Os preços <strong>de</strong> transferência, entendi<strong>do</strong>s aqui como o preço pago ao produtor<br />
<strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> oleagi<strong>no</strong>sas, provêm da equação 1. Os custos são diferencia<strong>do</strong>s por<br />
oleagi<strong>no</strong>sas também em razão <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> processamento, que, <strong>para</strong> d1, d2 e d5, ficou<br />
em U$$ 80/t e, <strong>para</strong> d2 e d3, foi <strong>de</strong> U$$ 160/t. O custo <strong>do</strong> álcool anidro ficou em R$<br />
0,84/l, sem impostos. O volume <strong>de</strong> álcool requeri<strong>do</strong> <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r as simulações é <strong>de</strong> 163<br />
milhões <strong>de</strong> litros (15% <strong>de</strong> álcool na reação); a diferença entre a produção e o consumo<br />
<strong>de</strong> álcool <strong>para</strong> o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2004 foi <strong>de</strong> 268 milhões <strong>de</strong> litros, o que <strong>no</strong>s dá certa margem <strong>de</strong><br />
segurança <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r ao programa.<br />
O preço <strong>do</strong> <strong>biodiesel</strong> (B2) sem impostos variou <strong>de</strong> R$ 0,67/l com o petróleo a 30<br />
U$$/b, chegan<strong>do</strong> a R$ 2,19/l com o petróleo a 65 U$$/b. O custo <strong>de</strong> industrialização<br />
também varia muito: o <strong>biodiesel</strong> produzi<strong>do</strong> a partir da mamona é, em média, 40% a<br />
50% mais caro <strong>do</strong> que o produzi<strong>do</strong> com soja. Essa diferença já havia si<strong>do</strong> <strong>de</strong>stacada<br />
e trata-se principalmente <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> processamento. Se o custo <strong>de</strong> processamento<br />
das oleagi<strong>no</strong>sas em éster, na or<strong>de</strong>m em que foram apresentadas <strong>no</strong> mo<strong>de</strong>lo, variar <strong>de</strong><br />
0,39, 0,53, 0,68, 1,19 e 0,63 <strong>para</strong> 0,76, 0,75, 1,15, 1,45 e 0,86, o lucro global cair <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> R$ 2 bilhões <strong>para</strong> R$ 256 milhões negativos. Isso <strong>de</strong>monstra que os valores<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s “limite” da lucrativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> negócio estão nesse intervalo <strong>de</strong> preços, ou<br />
seja, os valores mínimos encontram-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse intervalo <strong>de</strong> preços.<br />
Apesar <strong>de</strong>sse conjunto <strong>de</strong> restrições e simulações, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />
mais robustos sobre produção <strong>de</strong> éster <strong>para</strong> se fazer análises mais <strong>de</strong>talhadas, fato<br />
que também foi aponta<strong>do</strong> por Rozakis (2001). É necessário fazer <strong>uma</strong> distinção aqui<br />
entre o preço <strong>do</strong> éster, <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>do</strong> <strong>de</strong> B100, e a mistura <strong>de</strong> diesel e éster (B2). O custo<br />
calcula<strong>do</strong> <strong>do</strong> B100 é 30% mais caro, em média, <strong>para</strong> um petróleo <strong>de</strong> U$$ 30. Para o<br />
preço <strong>do</strong> barril <strong>de</strong> petróleo em U$$ 53,07, essa diferença se inverte e o petróleo passa<br />
a ser mais caro <strong>do</strong> que o éster. Obviamente não estão sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s outros custos<br />
além <strong>de</strong> matéria-prima e custos <strong>de</strong> processamento.<br />
Uma outra forma <strong>de</strong> se analisar a competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>biodiesel</strong> é por meio <strong>do</strong>s preços<br />
internacionais <strong>do</strong>s óleos. Não estamos tratan<strong>do</strong> aqui <strong>de</strong> B100 e, sim, <strong>de</strong> B2; diferença<br />
que precisa ficar bem <strong>de</strong>finida quan<strong>do</strong> se realiza <strong>uma</strong> análise sobre a competitivida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>biodiesel</strong>. A hipótese a ser verificada aqui, utilizan<strong>do</strong> outra abordagem, é a <strong>de</strong> que<br />
variações <strong>no</strong>s preços relativos <strong>do</strong> câmbio e <strong>do</strong> barril (sha<strong>do</strong>w price) conduzem a que o<br />
B2 entre em faixas <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong>, isto é, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subsídios <strong>para</strong> viabilizar a<br />
produção fica reduzida ou <strong>de</strong>saparece..<br />
O custo <strong>do</strong> diesel foi estima<strong>do</strong> em 0,09% <strong>do</strong> custo <strong>do</strong> barril em dólares (IEA, 2005). Os<br />
valores <strong>do</strong> custo <strong>do</strong> <strong>biodiesel</strong> incluem apenas a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mandada internamente.<br />
A taxa <strong>de</strong> câmbio é a mesma <strong>para</strong> todas as simulações.