Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
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Paris contra o governo provisório de Thiers. A Terceira República, proclamada em<br />
4 de setembro de 1870, após o desastre militar da derrota contra os prussianos, era<br />
apenas um regime provisório que devia, antes mesmo de organizar seu próprio<br />
futuro, liquidar conflitos legados pelo Segundo Império. Ora, os franceses, a esse<br />
respeito, mostraram-se divididos, como demonstraram as eleições para a<br />
Assembléia Nacional: Paris votou a favor dos republicanos, radicais ou socialistas;<br />
os eleitores da província votaram nos conservadores, favoráveis à restauração<br />
monárquica. Da obra política da Comuna, convém lembrar a substituição do<br />
exército permanente por uma guarda nacional e a separação da Igreja e o Estado e<br />
instituiu o dia de trabalho para 10 horas. A luta assumiu caráter implacável a 21 de<br />
maio, quando se deu a "semana sangrenta". Os insurretos levantaram barricadas,<br />
incendiaram edifícios públicos e executaram alguns reféns Os últimos defensores da<br />
Comuna caíram no cemitério do Père-Lachaise, — onde se encontra sepultado<br />
Allan Kardec, — nos altos de Belleville e Ménilmontant. A repressão deixou um<br />
saldo de mais de 20 mil mortos. Entre os 10 mil prisioneiros, 23 foram condenados<br />
à morte; os outros à prisão ou à deportação.<br />
"Ragabas", peça na qual cria um tipo acabado de político prolixo e<br />
demagogo, valeu-lhe, igualmente, diatribes cerradas, já que os amigos de<br />
Gambetta (17), viam nela um ataque ao tribuno.<br />
(17) Gambetta, Léon — político francês nascido em Cahors em 1838,<br />
desencarnado em Ville-d'Avray em 1882. Membro do Governo da Defesa Nacional<br />
em 1870 fez patrióticos esforços para organizar a resistência aos exércitos<br />
prussianos vitoriosos. Depois da guerra tornou-se, por sua eloqüência e pela<br />
largueza de suas vistas políticas, um dos chefes mais prestigiosos do Partido<br />
Republicano. Feriu-se acidentalmente com um revolver. O ferimento, na mão, mal<br />
cuidado, causou-lhe a morte. Suas idéias radicais e extremistas, com o correr dos<br />
anos, diluiram-se em uma visão política mais conciliadora.<br />
No dia 7 de junho de 1877, depois de uma campanha eleitoral fértil em<br />
incidentes, é eleito para a Academia Francesa, à terceira, volta, por 19<br />
votos contra 17 a favor de Audiffret-Pasquier (18), e 1 a favor de Lecomte<br />
de Lisle (19). É a consagração de sua carreira.<br />
(18) Audiffret Pasquier, Armand Gaston, conde e, depois, duque. Nasceu e<br />
desencarnou em Paris, 1823 e 1905. Foi Conselheiro de Estado no reinado de Luis<br />
Felipe. Durante o Império manteve-se afastado da política, mantendo-se apenas<br />
Conselheiro Geral do Departamento de Orne, pois por duas vezes apresentou-se<br />
como candidato na Corte e foi derrotado. Depois de 1871 começou de novo a<br />
figurar na política e foi Deputado e Senador. Em 1873 foi eleito chefe do partido<br />
liberal monárquico e contribuiu, neste ponto, para a queda de Thiers. Distinguiu-se<br />
nas negociações destinadas à fusão dos descentes da casa dos Bourbons, porém<br />
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