Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
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enfrentar o martírio do ridículo ligado à crença que eles apregoam,<br />
envolta em todas as sandices que lhe atribuem e julgam que a legenda que<br />
a reveste não merece a honra da refutação.<br />
"É assim que eu nunca tive a pretensão de demonstrar que Molière (37)<br />
ou Beaumarchai (38) influíram em minhas peças. Parece-me que isto é<br />
coisa secundária.<br />
(37) Molière, Jean-Baptiste Poquelin, comediógrafo francês, nascido em Paris<br />
em 1622 e desencarnado na mesma cidade em 1673. Filho de um tapeceiro,<br />
camareiro do rei, foi aluno dos jesuítas no colégio de Clairmont, depois fez estudos<br />
de direito antes de se dedicar ao teatro. Criou, com os Béjart, "O Ilustre Teatro",<br />
1643, que fracassou. Dirigiu então, durante quinze anos, de 1643 a 1648, um grupo<br />
de atores ambulantes. A partir de 1659, instalado em Paris e protegido por Luis<br />
XIV, representou para o divertimento da Corte, ou para o público parisiense,<br />
numerosas comédias. Ator, diretor de companhia, criou, verdadeiramente a "miseen<br />
scèoe" e dirigiu com precisão a atuação dos atores. Autor utilizou toda a gama<br />
de efeitos cômicos, da farsa mais bufa até a comédia mais requintada. Suas obras<br />
primas são as peças em que, combatendo um vício da alma ou uma extravagância<br />
do espírito, construiu personagens que se tornaram tipos eternos. A lição de moral<br />
que se tira de seu teatro é uma recomendação ao homem para que nunca ultrapasse<br />
a medida e permaneça nos limites que o bom senso fixa à natureza humana. Suas<br />
principais comédias são: "As Preciosas Ridículas", 1659, "Escola de Maridos",<br />
1661, "Escola de Mulheres", 1662, "Don Juan", 1665, "O Amor Médico", 1665, "O<br />
Misantropo", 1666, "Médico a Força", 1666, "O Avarento" 1668, "Tartufo, O<br />
Burguês Gentil-homem", 1870, "As Sabichonas", 1672, "O Doente Imaginário",<br />
1673, Malfere morreu por ocasião da quarta representação desta última peça.<br />
(38) Beaumarchais, Pierre Augustin Caron de — escritor francês nascido em<br />
Paris em 1732, onde desencarnou em 1799. Aventureiro célebre por suas<br />
especulações e processos, fez em "O Barbeiro de Sevilha", 1775, e em "O<br />
Casamento de Fígaro", 1784, uma crítica ousada e espirituosa à sociedade<br />
francesa. Mas a Revolução, que ele contribuíra para preparar, só lhe inspirou um<br />
drama lamuriento, "A Mãe Culpada", medíocre prosseguimento ao "Casamento de<br />
Fígaro". Suas contendas judiciais com o conselheiro Goezman forneceram-lhe<br />
assunto para o livro "Memórias".<br />
"Quanto às casas dos Espíritos, em Júpiter, pergunto às pessoas de<br />
bem, que me supõem convencido de sua realidade, se estão, igualmente,<br />
persuadidos de que Gúlliver (39) acreditava em Lilliput, Campanela na<br />
Cidade do Sol e Tomás Morus na Utopia.<br />
(39) Gulliver — <strong>Sardou</strong> se refere, aqui, a três famosas utopias: a de Tommaso<br />
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