Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
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próprios atribuírem o mérito de havê-lo descoberto, em primeiro lugar.<br />
Isto não se dará tão cedo, pois que o Espiritismo tem de combater outros<br />
inimigos, além dessa má-vontade. Ele tem, contra si, as experiências de<br />
salão, meio detestável de fazer investigações e que apenas serve para<br />
fortalecer a incredulidade dos cépticos, sugerindo engenhosas<br />
mistificações e inspirando, aos estudiosos, chistosas tolices. Tem, ainda,<br />
que lutar contra os charlatães que fazem Espiritismo à maneira de Robert<br />
Houdini (28), e contra os semi-charlatães que, dotados de faculdades<br />
mediúnicas, não se contentam com elas e, por vaidade ou especulação,<br />
suprem a insuficiência dos seus meios naturais.<br />
(28) Robert Houdini — nasceu em Appleton, em 1874 e desencarnou em Detroit<br />
em 1926. Seu verdadeiro nome era Ehrich Weiss e era filho de um rabi judeu<br />
proveniente da Hungria. Ganhou reputação internacional pelo modo como<br />
conseguia escapar a cadeados, correntes de ferro e caixotes pregados. Livrou-se de<br />
um deles depois de ter sido precipitado nas quedas de Niagara. Moveu acirrada<br />
campanha contra o Espiritismo e, mais precisamente, contra os médiuns que,<br />
segundo ele, atuariam mediante fraudes e truques. A esse respeito escreveu dois<br />
livros: "Miracle Mongers and their Methods", 1920, e "A Magician Among the<br />
Spirits", 1924. Na obra "Houdini and Conan Doyle", de Bernard M. L. Ernst e<br />
Hereward Carrington estão publicadas curiosas cartas a respeito de aventuras<br />
psíquicas do famoso mágico. Depois de sua morte houve uma longa controvérsia na<br />
imprensa norte-americana quanto a um código de palavras que empregaria, caso<br />
pudesse se comunicar, e que só era do conhecimento de sua esposa. Will Goldston,<br />
em "Sensational Tales, of Mystery Men", transcreve uma carta da Sra Haoudini na<br />
qual ela admite: "Recebi a mensagem do meu querido, pela qual estava esperando;<br />
como, se no for pelo auxílio espiritual, eu não posso explicar". O médium foi o<br />
falecido Arthur Ford.<br />
"Tem, principalmente, que vencer dois grandes obstáculos: uma<br />
geração voltada aos prazeres e interesse materiais e a fraqueza de caráter,<br />
cada vez mais acentuada, em um país onde já ninguém tem a coragem de<br />
exarar suas opiniões, preocupando-se com as do vizinho e só permitindo a<br />
si próprio adotar uma, quando sabe que é compartilhada por todo mundo.<br />
Em quaisquer assuntos: artes, letras, política, ciências, etc., o que mais se<br />
receia, é passar por ingênuo, por crente em qualquer coisa, ou por<br />
entusiasta inconsciente, a quem tudo cause admiração. O homem mais<br />
sinceramente tocado por uma bela palavra, ou por uma bela obra, se<br />
desconfiar que um céptico sorri, não vacila em zombar do que desejava<br />
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