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Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores Espíritas Clássicos

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ilhante, por vezes prodigiosa, uma rara independência de espírito e uma<br />

força excepcional de caráter.<br />

(20) O caso Dreyfus ou "I'Affaire Dreyfus". Alfred Dreyfus, oficial francês<br />

nascido em Mulrouse, em 1859, desencarnado em Paris em 1935. De família judia<br />

alsaciana, era capitão de artilharia quando foi descoberta kgm carta (1894),<br />

endereçada ao Major Schwarzkoppen, adido militar alemão em Paris. Provinha de<br />

um oficial francês que prometia fornecer diversos segredos militares.<br />

Comprometido por uma surpreendente semelhança entre sua letra e a da nota,<br />

Dreyfus foi preso e condenado por um conselho de guerra à deportação, por toda a<br />

vida, em um recinto fortificado. Enviado à Ilha do Diabo, nas Guianas, Dreyfus não<br />

cessou de protestar sua inocência. Para obter a revisão do processo, sua família<br />

obteve o apoio do jornalista Bernard Lazare. Foi então descoberta uma<br />

correspondência entre o adido alemão e o oficial comandante francês, Esterhazy,<br />

cuja escrita também parecia com a da nota. Esterhzy foi julgado e absolvido por um<br />

conselho de guerra. Mas o "caso Dreyfus" entrou em sua fase política. A França se<br />

dividiu em dois grupos que iriam se opor com extrema violência durante dez anos.<br />

De um lado os partidários da revisão: idealistas convencidos da inocência de<br />

Dreyfus, republicanos, socialistas e universitários, que viam no caso pretexto para<br />

derrubar os militares; de outro os anti-semitas, nacionalistas e a maioria dos<br />

católicos que viam nos judeus os inspiradores do anticlericalismo da Terceira<br />

República. A famosa carta aberta de Émile Zola, "J'Accuse", publicada no<br />

"Aurore", de Clemenceau data desta época. A descoberta da falsificação fabricada<br />

contra Dreyfus, pelo Coronel Henry, bastou para que o governo não pudesse evitar<br />

a revisão. A questão perdurou até que, em 1906, Dreyfus foi perdoado e reintegrado<br />

em seu posto. O caso Dreyfus teve conseqüências consideráveis: o triunfo do bloco<br />

"das esquerdas", nas eleições de 1902, a separação entre a Igreja e o Estado, etc.<br />

Não se sabe, com certeza quem foi o autor do crime injustamente atribuído a<br />

Dreyfus.<br />

<strong>Victorien</strong> <strong>Sardou</strong> morreu na manhã de 8 de novembro de 1908, coberto<br />

de honras e de glória. Paris inteiro compareceu às suas exéquias, no<br />

quadro imponente do aparato militar a que lhe dava direito a grã-cruz da<br />

Legião de Honra. Gaston Doumerge (21), em nome do Governo, Valdal,<br />

representando a Academia, e Paul Hervieu (22), pela Sociedade de<br />

<strong>Autores</strong>, pronunciaram discursos enaltecendo a obra do dramaturgo de<br />

escol e convicto espírita.<br />

(21) Doumerge, Gaston — político francês. Nasceu em 1863 e desencarnou em<br />

1937. Estudou direito e praticou a profissão em Nimes. Depois ingressou na<br />

Administração Colonial e atuou como Juiz na Argélia. Foi deputado e ocupou<br />

várias posições políticas. Em 1910 foi nomeado senador e mais tarde, Primeiro<br />

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