Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
30<br />
exatamente, o articulista teve por bem truncá-la e desnaturá-la, dando o<br />
texto como correto. Ora, não é assim! E, pensando que a tradução desse<br />
artigo, publicada em "Liberté", poderia cair sob vossos olhos e encontrar<br />
espaço no livro que estais preparando, endereço-vos esta tradução,<br />
ratificando dois pontos principais:<br />
"Os fenômenos não se produziam constantemente, várias vezes por dia<br />
e minha mão não tomava, jamais, o lápis ou a caneta, maquinalmente, de<br />
modo independente à minha vontade. O que não dependia de minha<br />
vontade era o que eu escrevia ou desenhava.<br />
"A queda das flores, do teto, e os arpejos no piano, não se produziram<br />
muitas vezes, porém em uma única ocasião.<br />
"Cordialmente<br />
<strong>Victorien</strong> <strong>Sardou</strong>."<br />
***<br />
Eis o artigo, estampado em "Liberté" e devidamente ratificado:<br />
Londres, 25 de fevereiro de 1905.<br />
"Uma revista inglesa, "The Great Magazine", realizou uma pesquisa<br />
sobre as manifestações espíritas e sobrenaturais, de modo geral. Ela<br />
publicou cartas muito interessantes a esse respeito. A série é iniciada com<br />
um depoimento do sr. <strong>Victorien</strong> <strong>Sardou</strong>.<br />
"O autor expõe que foi um dos primeiros a se declarar espírita, em uma<br />
época em que não havia nenhum mérito em fazer-se semelhante<br />
confissão. Conta que, durante mais de seis meses, foi dotado de um poder<br />
de evocação extraordinário.<br />
"Eu tinha em meu poder, — narra o autor de "La Patrie", — uma<br />
pequena mesa redonda que, ao meu comando, caminhava através do meu<br />
apartamento e girava sobre si mesma como o teria feito um cão bem<br />
treinado. Uma vez, rosas brancas caíram do forro sobre minha<br />
escrivaninha e eu vi as teclas do piano se abaixarem e se erguerem, sob<br />
dedos invisíveis, executando uma melodia desconhecida.<br />
"Tornei-me familiar a esses fenômenos e eles não me impressionavam<br />
mais. Posso afirmar que, acompanhando-os, não sofria nenhuma autosugestão.<br />
Era apenas um observador atento e meu cepticismo inicial cedeu