Victorien Sardou - Amargo Despertar - Autores EspÃritas Clássicos
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<strong>Victorien</strong> <strong>Sardou</strong> e Sarah Bernhardt<br />
O verdadeiro nome de Mme. Sarah Bernhardt era Henriette Rosine.<br />
Nascida em Paris, em 1844, desencarnou nessa mesma cidade em 1923.<br />
Em 1858 entrou para o conservatório onde chegou a obter um segundo<br />
prêmio de tragédia e comédia. Estreou na "Comédie Française" em<br />
"Efigênia em Aulis", de Racine, em 1862, despertando a atenção da crítica<br />
por seu desempenho. Revelada no Odéon, por sua criação em "O<br />
Caminhante", de Coppée, 1869, voltou à "Comédia Française" em 1872.<br />
Nessa ocasião, suas interpretações, que se tornaram célebres, deram-se em<br />
"Andrômaco" e "Fedra", de Racine e "Hernani" e "Ruy Blas", de Victor<br />
Hugo. Em 1880 deixou a França para fazer uma "tournée" por vários<br />
países. Nos Estados Unidos, acrescentou "A Dama das Camélias", de<br />
Alexandre Dumas Filho, ao seu repertório. Em 1886 excursionou pela<br />
América do Sul, — incluindo o Brasil, — apresentando-se depois na<br />
Austrália, África e novamente nos Estados Unidos. Em 1893 tornou-se<br />
diretora do Teatro da Renascença e, seis anos depois, alugou o Teatro das<br />
Nações, a que chamou "Teatro Sarah Bernhardt". Nele, estreou a peça<br />
"L'Aiglon", de Rostand, 1901, a ela dedicada. Em 1905 fraturou um<br />
joelho, incidente que exigiria, dez anos mais tarde, a amputação da perna.<br />
Mesmo assim não renunciou ao teatro. Voltou a excursionar, muitas vezes<br />
representando em uma cadeira de rodas, dirigindo-se aos Estados Unidos<br />
em 1917. Em 1922, viveu seu último papel em "Régine Armand", de<br />
Verneuil. Em 1912 atuou em dois filmes mudos, feitos para o movimento<br />
"film d'art".<br />
Expressamente para Mme. Sarah Bernhardt, <strong>Victorien</strong> <strong>Sardou</strong><br />
escreveu: "Fedora", — com ação na Rússia, — "Theodora", — um<br />
episódio do governo do imperador Justiniano e de sua degenerada mulher,<br />
— "La Tosca", "Gismonde", "Espiritisme" e "La Sorcière".<br />
Quando se divulgou a notícia de que Sarah Bernhardt, o próprio<br />
monstro sagrado do teatro, universalmente aclamada e que suplantou<br />
todos os demais mitos dia arte cênica, aceitara representar a peça espírita,<br />
um arrepio percorreu e movimentou "tout Paris".<br />
Naturalmente a grande trágica era uma boa amiga do teatrólogo, — já<br />
por estas alturas também famoso, — mas suspeitou-se que haveria "algo