a viagem para o mundo dos mortos, no romanceiro da ... - TEL
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Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura<br />
FALA INICIAL<br />
Não posso mover meus passos<br />
Por esse atroz labirinto<br />
De esquecimento e cegueira<br />
Em que amores e ódios vão:<br />
- pois sinto bater os si<strong>no</strong>s,<br />
percebo o roçar <strong>da</strong>s rezas,<br />
vejo o arrepio <strong>da</strong> morte,<br />
à voz <strong>da</strong> condenação;<br />
- avisto a negra masmorra<br />
e a sombra do carcereiro<br />
que transita sobre angústias,<br />
com chaves <strong>no</strong> coração;<br />
- descubro as altas madeiras<br />
do excessivo ca<strong>da</strong>falso<br />
e, por muros e janelas,<br />
o pasmo <strong>da</strong> multidão.<br />
Batem patas de cavalos.<br />
Suam sol<strong>da</strong><strong>dos</strong> imóveis.<br />
Na frente <strong>dos</strong> oratórios,<br />
que vale mais a oração<br />
(...)<br />
Quem condena, julga e pune<br />
Quem é culpado e i<strong>no</strong>cente<br />
Na mesma cova do tempo<br />
Cai o castigo e o perdão.<br />
Morre a tinta <strong>da</strong>s sentenças<br />
e o sangue <strong>dos</strong> enforca<strong>dos</strong> ...<br />
- liras, espa<strong>da</strong>s e cruzes<br />
pura cinza agora são.<br />
Na mesma cova, as palavras,<br />
e o secreto pensamento,