SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA - SEFAZ CONSELHO DE ...
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA - SEFAZ CONSELHO DE ...
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA - SEFAZ CONSELHO DE ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>SECRETARIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>ESTADO</strong> <strong>DA</strong> FAZEN<strong>DA</strong> - <strong>SEFAZ</strong><br />
<strong>CONSELHO</strong> <strong>DE</strong> RECURSOS FISCAIS <strong>DE</strong> MANAUS- CRF<br />
1.ª CÂMARA <strong>DE</strong> JULGAMENTO<br />
ACÓRDÃO N.108/09<br />
REVISÃO <strong>DE</strong> OFÍCIO N.00111/09-0-CRF<br />
PROCESSO N.84563/07-2-<strong>SEFAZ</strong><br />
RECORRENTE:PRO<strong>DA</strong>CE/PGE<br />
RECORRI<strong>DA</strong>:FAZEN<strong>DA</strong> PÚBLICA ESTADUAL<br />
RELATOR:EVA SIMONE TUMA CHÃ<br />
<strong>DA</strong>TA <strong>DA</strong> PUBLICAÇÃO 03.11.09<br />
EMENTA<br />
1-ICMS. 2-AINF. 3-ICMS ANTECIPADO 4-COMPROVADO NOS AUTOS QUE A<br />
EMPRESA AUTUA<strong>DA</strong> NÃO ADQUIRIU AS MERCADORIAS NOTIFICA<strong>DA</strong>S . 5-REVISÃO<br />
<strong>DE</strong> OFÍCIO CONHECI<strong>DA</strong> E PROVI<strong>DA</strong> PARA REFORMAR A <strong>DE</strong>CISÃO <strong>DE</strong> PRIMEIRA<br />
INSTÂNCIA. 6-AÇÃO FISCAL TOTALMENTE IMPROCE<strong>DE</strong>NTE. 7-<strong>DE</strong>CISÃO UNÂNIME.<br />
RELATÓRIO<br />
A interessada, CCA 05.001.174-0, já qualificada nos autos, foi autuada através do<br />
AINF nº 523092, lavrado em 20/11/2007, por deixar de desembaraçar a Nota Fiscal<br />
nº 3907, de compra de mercadorias, conforme anexo ao AINF (fls. 03).<br />
Tal infração resultou no lançamento de um crédito tributário total de R$ 1828,02<br />
(mil oitocentos e vinte e oito reais e dois centavos), atualizado até a data da<br />
lavratura.<br />
Foram dados como infringidos os Artigos 38, inciso XVI, alínea “b”, art.135, art.<br />
204, Inciso VII, art. 294, Inciso III, c/c os arts 13, §8º, inciso I, alínea “b” e art.<br />
375, todos do RICMS aprovado pelo Decreto 20.686/99, sendo aplicada a<br />
penalidade prevista no art. 101, inciso IV, da Lei Complementar estadual nº 19/97,<br />
correspondente a 100% do valor do imposto atualizado devido.<br />
A nota fiscal foi apreendida na empresa Maná Industria de Bebidas Ltda, CCA nº<br />
04.218.421-5, em meio a uma operação de fiscalização naquela empresa.<br />
A autuada foi cientificada pelos correios.<br />
Por deixar transcorrer o prazo legal para impugnação da exigência fiscal sem<br />
utilizá-lo e sem recolher o débito, foi julgada à revelia.
Através da Decisão nº 0029/2008 a Douta Auditoria Tributária julgou Procedente o<br />
AINF e após transcorrido o prazo legal sem que nenhuma providência fosse tomada<br />
pelo autuado, teve seu Termo de Perempção lavrado em 22/04/2008 e o débito<br />
encaminhado para inscrição em Dívida Ativa.<br />
Aos 21/10/2008, atendendo ao pedido da interessada que alegou nunca haver<br />
adquirido as mercadorias acobertadas pela nota fiscal retromencionada e que sua<br />
inscrição estadual teria sido utilizada indevidamente pela empresa onde foi<br />
localizada, e, por se considerar convencido das alegações da Requerente o<br />
Procurador do Estado, Rômulo de Souza Carpinteiro Peres, solicitou o<br />
encaminhamento dos autos à este Egrégio CRF por entender que o verdadeiro<br />
sujeito passivo da obrigação seria a empresa Maná Industria de Bebidas Ltda.<br />
Aos 28/11/2008 a PRO<strong>DA</strong>CE/PGE encaminhou os autos à Secretaria Executiva da<br />
Receita-SER, para que os Fiscais Autuantes esclarecessem se foram lavrados AINFs<br />
contra a empresa, onde a nota fiscal foi localizada e quais as infrações acaso<br />
cometidas.<br />
Aos 03/12/2008, a SER encaminhou os autos aos autuantes para atender.<br />
Aos 15/01/2009, os Auditores Fiscais Luiz Henrique S. Ferreira e Rodrigo Pinheiro<br />
de A. Castro esclarecem que além dessa nota fiscal, que deu origem a este AINF,<br />
outras, de diversos contribuintes, também foram apreendidas, o que originou uma<br />
auditoria nos registros de entradas e saídas da empresa Maná Indústria de Bebidas,<br />
cuja conclusão foi de que aquela empresa deu entrada em seu estabelecimento de<br />
mercadorias desacobertadas de nota fiscal, sendo lavrado o AINF 523.489-1, cópia<br />
em anexo.<br />
Informam ainda, que além do AINF mencionado, foram autuadas as empresas cujas<br />
notas fiscais se encontravam em poder dessa última e que não haviam sido<br />
desembaraçadas, conforme quadro às folhas 38, sendo que alguns AINFs já se<br />
encontram quitados.<br />
Em relação à contribuinte Maria Raimunda Pereira dos Santos, os autuantes<br />
informam que há indícios de que o verdadeiro recebedor das mercadorias foi a<br />
empresa Maná Indústria de Bebidas.<br />
Com as informações acostadas os autos retornaram à PRO<strong>DA</strong>CE/PGE em<br />
03/02/2009.<br />
Aos 23/04/2009, os autos foram enviados a este CRF para revisão do lançamento<br />
tributário.<br />
Os autos foram recepcionados, sob a forma de Pedido de Revisão de Ofício em<br />
07/05/2009 e encaminhados à Representação Fiscal para análise e emissão de<br />
Parecer Jurídico.<br />
Por meio do Parecer nº 085/2009, a Representação Fiscal manifesta-se nos autos.<br />
É o relatório.
VOTO<br />
Preliminarmente, é de reconhecer-se que a Revisão de Ofício tem condições de ser<br />
apreciada por esta Câmara, visto que atende aos requisitos de admissibilidade<br />
previstos na legislação do Processo Administrativo Tributário.<br />
A questão fundamental neste processo é saber se é realmente devido o lançamento<br />
efetuado de ofício pela <strong>SEFAZ</strong> por meio do AINF nº 523092, lavrado em<br />
20/11/2007, por deixar de desembaraçar a nota fiscal nº 3907, de compra de<br />
mercadorias, conforme anexo ao AINF (fls. 03).<br />
Examinando as informações constantes nos autos, principalmente as dos autuantes<br />
responsáveis pela Ação Fiscal, verifica-se que apesar de dirigida à autuada, há<br />
indícios de que esta não recebeu a mercadoria constante na nota fiscal, já que não<br />
está assinada pelo recebedor e foi encontrada em poder da empresa Maná Ind de<br />
Bebidas, localizada nesta cidade, que foi inclusive alvo de Ação Fiscal, em virtude<br />
desta e de outras irregularidades encontradas na mesma ocasião.<br />
Determina o Código Tributário Nacional em seu artigo 112, Inciso II que:<br />
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades,<br />
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:<br />
I- (...)<br />
II- à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão<br />
dos seus efeitos;<br />
III- (...)<br />
Diante do que foi exposto, acompanho a manifestação da Representação Fiscal e<br />
voto pelo conhecimento do pedido de Revisão de Ofício e seu Provimento para<br />
reformar a decisão de Primeira Instância e julgar totalmente Improcedente a Ação<br />
Fiscal.<br />
É o voto.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, em que é interessada a<br />
empresa MARIA RAIMUN<strong>DA</strong> PEREIRA DOS SANTOS, acordam os membros da 1.ª<br />
Câmara do Conselho de Recursos Fiscais, por unanimidade, conhecer da Revisão de<br />
Ofício e dar-lhe provimento, para que seja reformada a decisão de Primeira<br />
Instância e julgado Improcedente o AINF, nos termos do voto da Conselheira<br />
Relatora, que passa a constituir parte deste julgado.<br />
Participaram do julgamento os Conselheiros : Teófilo Gomes da Silva Neto, Alísio<br />
Cláudio Barbosa Ribeiro, Eva Simone Tuma Chã, Carlos Onofre Bessa, Carolina<br />
Maria Olímpio Gálaxe, Roberto de Lima Caminha Filho.<br />
Sala de reunião da 1.ª Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos Fiscais, em<br />
Manaus, 16 de setembro de 2009.
ALÍSIO CLÁUDIO BARBOSA RIBEIRO<br />
Presidente do CRF<br />
EVA SIMONE TUMA CHÃ<br />
Conselheira Relatora<br />
ADRIANE SIMÕES ASSAYAG RIBEIRO<br />
Representante Fiscal