Carlos Henrique Gomes da Silva. - PPG-PMUS - Museu de ...
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predominante no início do século XX, centra<strong>da</strong> nos eventos políticos referentes aos<br />
grupos que <strong>de</strong>tinham o po<strong>de</strong>r. Entretanto, a política volta<strong>da</strong> aos museus, apresenta<strong>da</strong><br />
no anteprojeto, vai além <strong>de</strong> tais conjecturas e abrange uma avança<strong>da</strong> postura para o<br />
período.<br />
Ao <strong>de</strong>finir os museus como “agencias educativas”, Mario <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> achava que<br />
<strong>de</strong>veriam “beneficiar o estético, mas, sobretudo o histórico”. E, entre os quatro museus<br />
nacionais, correspon<strong>de</strong>ntes aos quatro Livros <strong>de</strong> tombo (Arqueológico e Etnográfico;<br />
Histórico; <strong>da</strong>s Belas Artes; Artes Aplica<strong>da</strong>s), Mario apostava, salienta a autora, nos<br />
mo<strong>de</strong>rnos museus técnicos, enfatizando os ciclos econômicos do Brasil. Tais museus,<br />
segundo Mario <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, representariam um contraponto aos museus históricos<br />
nacionais, na medi<strong>da</strong> em que sairiam <strong>da</strong> representação <strong>de</strong> celebrar os gran<strong>de</strong>s vultos<br />
e feito e entrariam em temas como extração do ouro, do ferro, <strong>da</strong> imprensa, <strong>da</strong>s<br />
locomotivas, entre outros temas que se situariam nessa nova perspectiva museológica<br />
(FONSECA, 1997, p.98-106).<br />
Em se tratando <strong>de</strong> museus municipais, conforme o plano <strong>de</strong> Mario <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
seria criado museus <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo que a seleção e composição <strong>de</strong> seu acervo<br />
<strong>de</strong>veriam estar <strong>de</strong> acordo com a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> local. O acervo que comporia os museus<br />
municipais <strong>de</strong>veria apresentar a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local e a valorização que<br />
os mesmos atribuíssem a eles. Assim, a prática museológica, conforme expõe<br />
Fonseca (1997, p.101-102), <strong>de</strong>veria vir do diálogo com os grupos locais interessados<br />
na constituição dos museus.<br />
O projeto <strong>de</strong> criação do SPHAN baseado no anteprojeto <strong>de</strong> Mario <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, em<br />
sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, aponta Fonseca (1997, p.103-109), foi elaborado por Rodrigo Melo<br />
Franco <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> diferenciando-se por propor alterações com relação aos bens<br />
históricos a serem tombados e preservados, em especial aos bens imóveis dos<br />
séculos XVI, XVII e XVIII, ou seja, a arquitetura religiosa, incluindo-se também a<br />
distinção com relação aos museus. Apoiando a concepção <strong>de</strong> museus nacionais<br />
concebidos por Mario, segundo a autora, incentivou a criação <strong>de</strong> novos museus.<br />
Conforme assinala Fonseca (1997, p.110-112), o <strong>de</strong>creto-lei nº. 25/1937 foi o<br />
primeiro documento a <strong>de</strong>linear uma política pública para a área <strong>da</strong> cultura, no qual<br />
transparece o interesse governamental favorável à criação <strong>de</strong> museus no País. No<br />
artigo 24, do referido <strong>de</strong>creto, o Estado é apresentado como o intérprete e guardião<br />
dos valores culturais <strong>da</strong> nação, uma vez que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> não tinha alcançado a<br />
consciência <strong>de</strong>sses valores. Advertindo, no entanto, através do mesmo, que o valor