Jaime Evaristo Professor da Universidade Federal de Alagoas Sérgio Crespo Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos Aprendendo a Programar Programando numa linguagem algorítmica executável (<strong>ILA</strong>) Segunda Edição Formato digital Maceió 2010
Prefácio (à primeira edição) Mesmo nas questões menos difíceis, a programação de computadores, no seu início considerada uma arte, hoje considerada uma ciência, requer a aplicação de raciocínios heterodoxos em relação aos raciocínios utilizados nas soluções dos problemas de outras ciências. Por exemplo, os problemas elementares da Física tratam basicamente de relacionamentos entre grandezas físicas e na aplicação destes relacionamentos está a maioria das suas soluções. Em programação, a tentativa de solução de uma questão é, basicamente, a construção de uma sequências de instruções, selecionadas dentre um número finito delas, que a sua execução redunda na concretização de uma tarefa, tarefa especificada na própria questão. Em programação não se trabalha com grandezas nem com fórmulas. Escrever um programa para resolver questões que um ser humano com um conhecimento razoável é capaz de resolver facilmente, como, por exemplo, determinar o maior número de uma relação de números, requer um tipo de raciocínio não usual em outros campos do conhecimento humano. Raciocínios não usuais, porém agradáveis de serem desenvolvidos e indispensáveis para aqueles que pretendem lidar com algum ramo da computação. Além de raciocínios específico (cujo conjunto é chamado lógica de programação), a programação de computadores, num nível inicial, possui uma outra característica que contribui para que a sua aprendizagem seja ímpar: o reduzido número e a simplicidade de conceitos que devam ser aprendidos. Existem divergências com relação ao melhor modo de iniciar a aprendizagem de programação: utilizando-se uma pseudolinguagem ou através de uma linguagem de programação. Os que defendem a primeira hipótese alegam que a utilização de uma pseudolinguagem permitiria ao aluno aprender de uma forma mais informal, sem a necessidade de aprender aspectos técnicos de um sistema de computação, permitindo que todo o seu esforço fosse dedicado ao desenvolvimento da lógica de programação. Os que defendem a segunda estratégia, alegam que execução, num computador, dos programas desenvolvidos pelo aprendizando trazem um aspecto lúdico ao processo de aprendizagem que só o beneficia. Com o <strong>ILA</strong> (Interpretador de Linguagem Algorítmica) a divergência acima referida pode diminuir significativamente. Devido à simplicidade do formato da linguagem algorítmica utilizada pelo <strong>ILA</strong>, podemos desenvolver algoritmos utilizando um português estruturado. Devido à simplicidade do interpretador, podemos desenvolver a aprendizagem de programação utilizando uma “linguagem de programação” sem se preocupar muito com os aspectos técnicos. Podemos aprender a programar programando. O objetivo deste livro é aprender a programar programando. Com isso, o livro busca enfatizar e contextualizar os conceitos teóricos de modo a facilitar a compreensão do referencial teórico ali inserido. O livro apresenta diversos exercícios resolvidos, muitos deles bem significativos em relação ao desenvolvimento da lógica de programação. Centrado neste foco, o livro apresenta vários exercícios propostos, solicitando programas cuja confecção contribui sobremaneira para a aprendizagem. Para atingir o objetivo explicitado acima, o livro contém nove capítulos. O capítulo 1, intitulado Introdução à Programação, trata dos seguintes assuntos: organização básica de um computador, linguagem de máquina, algoritmos, lógica de programação, linguagens de alto nível, sintaxe e semântica de um comando e sistemas de computação. O capítulo 2, Introdução à Linguagem Algorítmica, discute variáveis simples, expressões aritméticas, relações e expressões lógicas, estrutura e execução de um programa, comandos de entrada, de saída e de atribuição e funções pré-definidas. Por seu turno, o capítulo 3, com o título Estruturas de Seleção, discorre sobre os comandos Se e Faca caso, enquanto que o capítulo 4, Estruturas de Repetição apresenta os comandos Para proximo e Faca enquanto. O capítulo 5 estuda as funções e a recursividade e o capítulo 6, as variáveis compostas. Já os capítulos 7 e 8 estudam, respectivamente, pesquisa e ordenação e cadeia de caracteres, enquanto que, finalmente, o capítulo 9 apresenta, com alguns comentários, todos programas que