globais - Revista PIB
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Design<br />
fotos: divulgação<br />
Brasileiros<br />
bons de desenho<br />
Produtos nacionais são premiados em um<br />
dos mais importantes salões de desenho<br />
industrial do mundo Armando Mendes<br />
Um selo vermelho e branco<br />
com as letras iF é<br />
atestado internacional<br />
da qualidade do desenho<br />
de um produto. Dezoito<br />
empresas brasileiras ganharam<br />
este ano o direito de usá-lo: foram<br />
premiadas no International Forum<br />
Design 2008, um dos mais importantes<br />
encontros europeus de desenho<br />
industrial, realizado desde 1953 em<br />
Hannover, na Alemanha.<br />
A estudante Daniele Adamo Andreo,<br />
de 21 anos, ainda não terminou<br />
o curso da PUC do Paraná, mas teve<br />
premiado seu primeiro projeto profissional,<br />
uma plataforma de acesso<br />
aos ônibus para passageiros em cadeiras<br />
de rodas criada para a empresa<br />
paranaense Daiken. Na outra ponta<br />
da experiência profissional, o escritório<br />
de arquitetura Indio da Costa Design,<br />
do Rio de Janeiro, um dos mais<br />
conhecidos do país, também<br />
ficou entre os escolhidos,<br />
com um sistema<br />
modular de mobiliário<br />
produzido pela empresa<br />
3X (o sistema, a<br />
propósito, foi batizado<br />
de Carrapixxxo, com três<br />
letras xis).<br />
Ao todo, 18 produtos brasileiros<br />
ganharam o selo vermelho<br />
e branco na edição 2008 do<br />
iF Product Design Award, dentre<br />
98 projetos nacionais aceitos na competição<br />
(a Light Design, de Recife, levou<br />
três prêmios para suas luminárias).<br />
A amostra é variada: além dos<br />
produtos já citados, vai de uma mesa<br />
cirúrgica e uma lavadora de roupas a<br />
luminárias e um anel de ouro, passando<br />
por móveis, pisos cerâmicos, louça<br />
sanitária e embalagens.<br />
O resultado confirma a boa figura<br />
do Brasil no concurso alemão: em<br />
cinco anos de participação brasileira,<br />
99 projetos tiveram sua qualidade<br />
reconhecida, desempenho que põe<br />
o Brasil entre os dez países mais<br />
bem colocados no ranking global do<br />
iF Design. Na edição 2008, 35 países<br />
inscreveram 2.771 projetos, dos quais<br />
821 foram premiados<br />
em diversas categorias<br />
e ganharam lugar numa<br />
exposição montada em<br />
Hannover.<br />
Ursa Maior: sofá<br />
projetado por<br />
Maria Bernardete<br />
Galvão, de Curitiba<br />
Para as empresas brasileiras, é a<br />
confirmação de uma mudança importante:<br />
antes copiadoras ou adaptadoras<br />
de projetos estrangeiros, elas<br />
começam a se firmar como criadoras<br />
de produtos originais. Dois fatores<br />
impulsionaram a passagem: a globalização<br />
e o amadurecimento<br />
de empresários e designers que<br />
sentiram a necessidade de criar<br />
uma linguagem própria para<br />
os produtos “made in Brazil”.<br />
“Quem exportava se deparou,<br />
no exterior, com os<br />
produtos que eram copiados;<br />
quem copiava para o mercado<br />
interno começou a sofrer<br />
a competição dos originais,<br />
que passaram a ser importados”;<br />
assim pode ser resumido<br />
o impacto da globalização sobre as<br />
empresas brasileiras que produziam<br />
bens de consumo, de acordo<br />
com Fábio Righetto, professor do<br />
curso de design da Fundação Armando<br />
Álvares Penteado (Faap), de<br />
São Paulo (outra escola precursora e<br />
conceituada é a Escola Superior de<br />
Desenho Industrial do Rio de Janeiro,<br />
que também ganhou um prêmio<br />
iF Design em 2005). A saída, para as<br />
empresas mais ágeis, foi partir para<br />
a criação própria, uma<br />
forma de sair da mesmice<br />
num mercado saturado<br />
de produtos muito<br />
semelhantes.<br />
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