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globais - Revista PIB

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Idéias<br />

Acesso a atores<br />

internacionais<br />

pode ser estratégico<br />

Acompanhar de perto tudo o que acontece nos<br />

organismos que pensam o mundo é uma excelente<br />

fonte para a geração de bons negócios<br />

M a r c u s P e ç a n h a e Jo n at h a s C a m p o s<br />

As empresas brasileiras<br />

começaram a descobrir<br />

– não faz tanto tempo<br />

assim – aliados poderosos<br />

em seu processo<br />

de internacionalização: as instituições<br />

internacionais que formulam<br />

políticas de cooperação e desenvolvimento<br />

e os centros que se dedicam<br />

a debater idéias – os chamados thinktanks.<br />

Conhecer esses atores, entender<br />

o papel que exercem no Sistema<br />

Internacional e pegar uma carona<br />

em sua grande capacidade de apontar<br />

oportunidades pode fazer toda<br />

a diferença na hora de fechar bons<br />

negócios no exterior. Isso mesmo: as<br />

empresas que se aproximam dessas<br />

organizações, participam dos eventos<br />

que elas promovem e acompanham<br />

suas publicações acabam descobrindo<br />

um manancial de oportunidades<br />

do qual só tomariam conhecimento<br />

meses mais tarde, pelos jornais. E,<br />

quando isso acontecesse, já não haveria<br />

tempo de aproveitá-las.<br />

Esse recurso, de buscar a proximidade<br />

com esses organismos, é<br />

utilizado por companhias do mundo<br />

inteiro. No caso das brasileiras, no<br />

entanto, ele ainda é pouco conhecido<br />

– o que se explica pela própria juventude<br />

do processo de internacionalização<br />

e pela inexperiência das<br />

empresas nacionais nesse campo.<br />

O processo é recente, mas acelerado.<br />

Nos últimos anos, os grupos brasileiros<br />

voltaram-se para o mercado<br />

internacional com um apetite que<br />

não haviam demonstrado antes. Desde<br />

2006, os investimentos diretos do<br />

ilustração: Marcelo calenda<br />

Brasil no exterior têm sido maiores<br />

do que os investimentos estrangeiros<br />

diretos no país. Aquisições milionárias<br />

– como a compra da mineradora<br />

canadense Inco pela Vale, em 2006,<br />

por US$ 26 bilhões – são a parte<br />

mais visível do fenômeno. Mas há<br />

outros dados que confirmam essa<br />

tendência. No ano passado, o embaixador<br />

dos Estados Unidos no<br />

Brasil, Cliford Sobel, revelou um<br />

número interessante. Segundo<br />

ele, os investimentos brasileiros<br />

em seu país tiveram, em 2006, um<br />

crescimento de 300% em relação<br />

a 2005. E continuaram crescendo<br />

no ano passado.<br />

É nesse cenário de franca expansão,<br />

em que as oportunidades passam<br />

a ser buscadas com mais empenho,<br />

que começam a ficar nítidas as vantagens<br />

oferecidas pelas instituições<br />

internacionais. O acompanhamento<br />

das negociações em torno dos tratados<br />

de livre comércio existentes no<br />

mundo, por exemplo, abrem as portas<br />

para grandes oportunidades. O<br />

conhecimento das linhas de crédito<br />

oferecidas pelo Banco Interamericano<br />

de Desenvolvimento (BID) ou<br />

pelo Banco Mundial (Bird) também<br />

pode ajudar. Tudo isso, somado à<br />

utilização do instrumento do lobby<br />

– que, nos países desenvolvidos, não<br />

tem a conotação negativa que carrega<br />

no Brasil –, quando bem feito, tem<br />

um significado muito claro: acesso<br />

ao mercado de outros países, entre<br />

os quais se incluem, naturalmente,<br />

as maiores potências econômicas<br />

do mundo.<br />

As oportunidades estão por toda<br />

a parte. A adesão do Brasil à Organização<br />

para a Cooperação e Desenvolvimento<br />

Econômico (OCDE),<br />

caso se confirme, pode gerar bons<br />

negócios. A OCDE é uma instituição<br />

intergovernamental formada pelos<br />

países desenvolvidos, na qual os países<br />

membros se reúnem para trocar<br />

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