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JEAN PIAGET

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icados. Estes são apenas partes ou aspectos do significado e não<br />

entações que permitam a evocação. Conduzem ao significado como<br />

e conduz ao todo ou os meios ao fim, e não como um signo ou um<br />

lo que evoca pelo pensamento um objeto ou um acontecimento na<br />

rópria ausência. A formação da função simbólica consiste, ao con­<br />

, em diferenciar os significantes dos significados, de modo que os<br />

iros permitam a evocação da representação dos segundos. Pergunse<br />

é a função simbólica que produz o pensamento ou se é o<br />

mento que permite a formação da função simbólica é, portanto,<br />

ma tão inútil quanto procurar se é o rio que orienta suas margens<br />

são as margens que orientam o rio.<br />

Mas como a linguagem é só uma forma particular da função simbólica,<br />

o o símbolo individual é, certamente, mais simples que o signo coletivo,<br />

ui-se que o pensamento precede a linguagem e que esta se limita a<br />

ormá-lo, profundamente, ajudando-oa atingir suas formas de equilíbrio<br />

s de uma esquematização mais desenvolvida e de uma abstração mais<br />

.<br />

II. A linguagem e as operações "concretas" da lógica<br />

Não será a linguagem a única fonte de certas formas particulares de<br />

mento, como o pensamento lógico? Com efeito, é conhecida a tese<br />

merosos lógicos (círculo de Viena, empirismo lógico anglo-saxão<br />

obre a natureza linguística da lógica, concebida como uma sintaxe e<br />

emântica gerais. Mas, ainda aqui, a psicologia genética permite reduzir<br />

s justas proporções certas teses passíveis de generalização, quando<br />

eramos unicamente o pensamento adulto.<br />

A primeira informação dos estudos sobre a formação das operações<br />

s na criança é que estas não se constituem em bloco, mas se elaboram<br />

as etapas sucessivas. As operações proposicionais (lógica das propo­<br />

), com suas estruturas de conjunto particular - que são aquelas da rede<br />

e) e de um grupo de quatro transformações (identidade, inversão,<br />

ocidade e correlatividade) -, só aparecem por volta de 11-12 anos e só<br />

anizam, sistematicamente, entre 12 e 15 anos. Por outro lado, desde<br />

os se constituem sistemas de operações lógicas que ainda não se<br />

m às proposições como tais, mas aos próprios objetos, suas classes e<br />

elações, só se organizando a propósito de manipulações reais ou<br />

nárias destes objetos. Este primeiro conjunto de operações, que chamaas<br />

"operações concretas", consiste apenas em operações aditivas e<br />

licativas de classes e de relações: classificações, seriações, correspondências<br />

etc. Mas estas operações não esgotam toda a lógica das classes e das<br />

relações, constituindo apenas estruturas elementares de "agrupamentos", que<br />

são os semi-/attices e os grupos imperfeitos.<br />

O problema das relações entre a linguagem e o pensamento pode ser<br />

colocado a propósito destas operações concretas nos seguintes termos: será<br />

a linguagem a única fonte das classificações, das seriações etc, que caracterizam<br />

a forma de pensamento ligada a estas operações? Ou então, ao<br />

contrário, serão estas últimas relativamente independentes da linguagem?<br />

Eis um exemplo bem simplificado: todos os Pássaros (= classe A) são<br />

Animais (= classe B), mas nem todos os Animais são Pássaros, pois existem<br />

Animais não-Pássaros (classe A'). O problema é, então, saber se as operações<br />

A + A' = B e A = B - A' provêm só da linguagem, que permite agrupar os<br />

objetos em classes A, A' e B, ou se estas operações têm raízes mais profundas<br />

que a linguagem. Pode-se levantar um problema análogo a propósito das<br />

seriaçõesA

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