Publica o Agenda 21 - Earth Summit 2002
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POPULAÇÃO E<br />
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
OFICINA 5<br />
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GÊNERO E AS DIMENSÕES AMBIENTAIS<br />
DAS POLÍTICAS DEMOGRÁFICAS<br />
Facilitadoras:<br />
.Ângela Arruda - Professora de Psicologia Social - UFRJ<br />
.Lúcia Souto – Médica Sanitarista, Assessora FIOCRUZ - RJ<br />
1. A saúde da Terra está ligada tanto às questões demográficas quanto aos padrões de consumo e à geração de<br />
resíduos. População, pobreza e poluição formam uma trinca poderosa, profundamente ligada à questão de<br />
gênero.<br />
2. Atualmente, as nações desenvolvidas e com uma população estável são responsáveis pela maior parte das<br />
emissões, do consumo e da produção de resíduos. Com 20% da população mundial, são responsáveis por 85%<br />
do consumo individual do planeta, em contraste com os 20% mais pobres que respondem por apenas 1.3% do<br />
consumo individual. Assim, uma criança nascida no mundo desenvolvido provavelmente terá o impacto equivalente<br />
a 30 crianças nascidas em países em desenvolvimento.<br />
3. A experiência nos mostra que é perigoso focalizar as questões demográficas ao debater o desenvolvimento<br />
sustentável, já que pode parecer que reduzir o crescimento demográfico é uma condição para o desenvolvimento<br />
sustentável em vez de um resultado deste. Antigamente havia uma tendência a responsabilizar o crescimento<br />
demográfico pela degradação ambiental o que levava à responsabilização das mulheres - especialmente nos<br />
países em desenvolvimento.<br />
4. A partir dos anos 60, as mulheres foram coagidas a aceitar métodos de planejamento familiar que não respeitavam<br />
seus direitos humanos, como campanhas de esterilização em massa ou prêmios a agentes que convencessem<br />
mulheres a aceitar “métodos duradouros”. A partir dos anos 80 as mulheres, em parceria com governos<br />
progressistas, começaram a mudar o foco do debate e a propor novas soluções. Os contraceptivos são<br />
necessários à saúde da mulher - mas é preciso reconhecer que muitos outros fatores contribuem para a<br />
decisão, ou a possibilidade de decidir, sobre ter ou não filhos.<br />
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5. Em relação à dinâmica populacional, o Brasil passou nas últimas décadas pela chamada “transição demográfica”,<br />
que se caracteriza por dois processos concomitantes, que ocorreram de diferentes maneiras nas regiões do<br />
país. De um lado, progressiva diminuição da taxa de mortalidade – hoje no patamar de 8/1.000 habitantes; e de<br />
outro, uma drástica queda na taxa de fecundidade das mulheres em idade reprodutiva – passando de 5,8 filhos/<br />
mulher na década de 70 para 2,3 . Essas duas reduções levaram a taxa de crescimento da população a cair<br />
para 1,4 % ao ano.<br />
6. Os efeitos são significativos, pelo progressivo “envelhecimento” da população como um todo, o que afeta o<br />
número e a distribuição dos dependentes (abaixo de 15 e acima de 65 anos) na sociedade. Estima-se que, no<br />
ano 2020, os maiores de 65 anos deverão representar 40% do total de dependentes no Brasil, contra 10 % na<br />
década de 60 (PNUD e IPEA).<br />
7. É preciso destacar que o aumento da participação feminina na esfera econômica e política que se reflete em um<br />
processo progressivo de independência econômica é contrabalançado pela progressiva “feminização” da pobreza,<br />
decorrente do crescente número de famílias pobres chefiadas por mulheres. Também vem sendo registrado um<br />
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