Jordânia

yallah,
yallah
Cercado dos mistérios e dos costumes tradicionais da cultura árabe, um tour pela Jordânia, no Oriente
Médio, consagra à memória o prazer de desfrutar de um território tomado pelas glórias arquitetônicas
do Império Romano e por monumentos dos nabateus, que esculpiram na pedra a sua inventividade
v POR FLÁVIA LELIS (TEXTO E FOTOS)
Q
uase como uma resposta direta aos sentidos mais
naturais, os olhos se fecham. Os lábios se convertem
em um tímido sorriso. Enquanto o corpo reage
de diferentes maneiras à atmosfera que se estabelece,
os ouvidos levam à memória um som nascido da junção
de violinos e flautas que percorrerá todas as estradas de uma
viagem de puras descobertas. A trilha sonora desenha no ar
linhas imaginárias, delineadas por palavras árabes, praticamente
incompreensíveis aos ouvidos ocidentais, mais ainda
assim contagiante, vibrante. Quando os olhos se abrem, se
vem diante dos limites de Amã, a capital e face mais urbana
da Jordânia. A música permanece como pano de fundo,
para que o sol entre em cena como um dos personagens
mais marcantes desta história, contribuindo para a pintura
de cenários variadamente únicos, uma vez que, escolher as
fronteiras jordanianas como destino, é, antes de tudo, se permitir
dormir e acordar todos os dias em um novo mundo. A
primeira vista, são as cores – na verdade, a falta delas - que
aguçam a curiosidade, pois em diferentes direções, de uma
ponta a outra, o que se tem são casas e pequenos prédios
pintados de branco ou trabalhados em limestone, uma pedra
de coloração esbranquiçada usada na decoração de empreendimentos
mais abastados. Segundo as explicações locais, a
escolha da pedra se justifica como alternativa para abrandar o
calor, e no caso dos moradores que não dispõem de dinheiro
para adquiri-la a solução é usar tinta branca, como forma de
proteção e também para não destacar da maioria. Neste misto
de novidades soma-se o elemento surpresa. Para sorte dos
turistas que se hospedam em hotéis de luxo da cidade, é possível
deparar-se com uma cena envolta em mistério, tradição
e simbologia: o casamento. Superando os olhares curiosos de
quem estranha a movimentação de homens bens trajados se
cumprimentando com beijos no rosto, ou as senhoras idosas
cobertas dos pés à cabeça que com as mãos sobre a boca entoam
um som impronunciável, eis que uma jovem de pele 2
BRASIL TRAVEL NEWS 2011 53