Luís Carmelo «roda» novo livro no YouTube

Açordas
em congresso
Portel ~ página 5
€ 1 Ano II Nº 11 Março 2007 www.noticiasalentejo.pt
Luís Carmelo «roda»
novo livro no YouTube
Quatro curtas metragens,
especialmente dirigidas ao serviço
de partilha de vídeos online
YouTube, marcam no início
deste mês a apresentação do
décimo romance de Luís
Carmelo - «E Deus Pegou-me
pela Cintura». Os vídeos foram
realizados por Teresa Maria
Carmo, produzidos pela empresa
Retina Azul e contam com a
participação de dois actores profissionais,
António Fonseca e
Júlia Correia.
Luís Carmelo disse ao
Notícias Alentejo que a realização
dos vídeos produzidos especialmente
para a apresentação
do livro (marcada para as livrarias
do El Corte Inglés de Lisboa,
no dia 6, e Gaia, dia 13) conta
com o patrocínio de uma empresa
ligada ao sector do turismo.
O livro conta a história de
uma jornalista portuguesa raptada
no Líbano, cruzando a actualidade
com as vivências portuguesas
desde a revolução de
1974.
A promoção do novo romance
de Carmelo não se fica pelo ineditismo
da utilização dos vídeos
e pelo recurso ao YouTube. Provocou
já alarido na blogosfera.
O autor e a editora (Guerra
e Paz) deram «vida» à ficção,
fazendo rodar na Internet a “notícia”
do sequestro de uma jornalista
portuguesa no Líbano.
Tratou-se de uma operação de
marketing que baralhou narrativa
ficcional e realidade.
~ páginas 3 e 4
As marcas da paisagem
uís Carmelo nas- do ensino secundário. Mas
ceu em Évora em é Évora, de onde faz o vai-
Agosto de 1954. -vém a Lisboa para trabalhar,
As marcas que lhe que parece ser a sua cidade
ficaram, diz, estão de eleição.
Ldirectamente rela- No romance, conta com
cionadas com paisagem plana, vários títulos publicados.
a opulência da Sé, os claustros Entre outros: A Falha (1998,
austeros do liceu (nos dias de Editorial Notícias, Lisboa;
hoje de novo universidade) 2ª edição, 2001, Planeta
e com o silêncio espesso dos Agostini, Lisboa; 3ª edição,
verões «muito quentes que Editorial Notícias, Lisboa;
pareciam querer abençoar uma romance adaptado ao cinema
graça incomum». Hoje
por João Mário Grilo em
é escritor e publicou ensaios, 2002); As Saudades do Mundo
poesia e romance.
(1999, Editorial Notícias,
É professor universitário Lisboa); O Trevo de Abel,
e um membro (muito) activo (2001, Editorial Notícias,
da comunidade internauta. Lisboa); Máscaras de
Antes passou por Évora, por Amesterdão (2002, Editorial
Utreque, por Amesterdão e por Notícias, Lisboa e O Inventor
Lisboa, além de Reguengos de de Lágrimas (2004, Editorial
Monsaraz, onde foi professor Notícias, Lisboa).
www.noticiasalentejo.pt
Associação
Académica
promove
concurso
de bandas
~página 19
«Évora ao Espelho»
celebra Património
Mundial
~página 9
Reguengos
reclama obras
na EN 256
~página 7
SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA
LER
PARA
SER
REGUENGOS DE MONSARAZ
pub

2
e ntrada~
Notícias Alentejo
on-line desde 9 de Junho de 2003
www.noticias alentejo.pt
~@
Carlos Trigo
cmtrigo@sapo.pt
Ficção
e realidade
«E Deus Pegou-me Pela grupo extremista islâmico
Cintura», o décimo e apenas um jornalista freromance
de Luís Carmelo elancer (também ele virtu-
(editado pela Guerra e Paz) al) se dedicou ao assunto.
traz de volta a discussão A cumplicidade que carac-
sobre as diversas possibiliresto,
teriza a blogosfera fez o
dades de interacção entre
ou seja fez rodar a
ficção e realidade. Carmelo novidade. O facto foi criausou
a blogosfera para o do, mesmo antes de escri-
que chamou de «operação tor e editora assumirem
performativa».
que se tratava de uma terá a ficcionalidade de à conquista de Tróia e ao
Na «ante-estreia» do seu acção de promoção da obra, um romance, nos nossos genial Odisseu (ou Ulisses).
décimo romance, o autor transpondo para a realida- dias, de arrumar-se entre O poema atribuído a
lançou na Internet uma de aquilo que era apenas do a capa e a contracapa de Homero (Ilíada) está carre-
curiosa (ousada e polémicionalidade
de um roman- Hoje, no dia-a-dia, da
domínio da ficção. um livro? Não poderá a fic- gado de ficção e realidade.
ca) campanha, em que deu As reacções foram
«vida» à personagem prinmeio
da realidade do vivi-
quantas vezes a ficção con-
diversas. Luís Carmelo sus- ce também saltar para o política e da economia,
cipal da ficção que apredo
e misturar-se com ela?» diciona a realidade?
tenta que a «comunicação
senta no início deste mês. actual é a herdeira dos
Ou seja, colocou na rede antigos mitos clássicos que A fronteira entre ficção Não será que vivemos
uma história construída habitavam num limbo e realidade sempre foi rodeados de antecipação
a partir do enredo do livro entre a ficção e o real» navegável. Da Antiguidade ficcional em quase tudo
- uma jornalista portugue- e responde aos que critica- recebemos o legado de poe- o que se refere a OPAs
sa, Rute Monteiro, foi rap- ram a sua ousadia com mas épicos e de lendas, e a mega-projectos de
tada no Líbano por um duas perguntas: «Por que como a que está associada investimento?
03.2007 Sumário
Ficha Técnica
Na capa: José Calixto
Vice-Presidente da Câmara Municipal
de Reguengos de Monsaraz
Devagar, devagarinho...
com Açordas em Congresso
Página 5
Reguengos vai ter Internet
em todas as Freguesias
Página 7
A Opinião que
marca a diferença
Páginas 14 e 15
Ciência & Tecnologia,
por Afonso de Almeida
Páginas 16 e 17
A crónica de
Luís Carmelo
Página 20
@
A edição do "Notícias Alentejo"
é da responsabilidade da sociedade
"Notícias Alentejo Produção
de Conteúdos Lda.", contribuinte
506596818, com sede na Rua
António Janeiro, 13, 7200-337
Reguengos de Monsaraz,
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A Folha Cultural, CRL
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Direcção-Geral: Carlos Trigo
(na.carlostrigo@sapo.pt)
Direcção Editorial: Luís Rego
(na.luisrego@sapo.pt)
Direcção Gráfica:
David Prazeres
(david.prazeres@sapo.pt)
Fotografia: Susana Rodrigues
Colaboradores: Benjamim
Formigo, José Frota, Jorge Reis
(www.lusomotores.com),
Mara Alves e Rute Marques
Opinião: Afonso de Almeida,
Alberto Magalhães, Antonio Sáez
Delgado, Manuel Ferreira Patrício,
João Espinho, Joaquina Margalha,
José Gabriel Calixto, Luís
Carmelo e Rui Namorado Rosa
Contacto & Publicidade
Prazeres... da Fotografia,
por João Espinho
Página 22
Telefone: 266 508 012
Fax: 266 508 019
Telemóvel: 967 032 441
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Morada: Rua S. João de Deus, 18
7200-376 Reguengos de Monsaraz
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notícias alentejo~ Março 2007
3
~destaque
Antecipação
ficcional
em autênticas efabulações
Promoção do
que dão permanentemente a
último livro de
volta ao mundo», acrescenta
Luís Carmelo
Carmelo.
Assumindo a ousadia de complementar
a realidade com fic-
provoca alarido
com notícia ficcional ção, Luís Carmelo interroga:
lançada na blogosfera
«por que terá a ficcionalidade
de um romance de arrumar-se
entre a capa e a contracapa de
um livro? Não poderá a ficcionalidade
de um romance tam-
Luís Carmelo apresenta este
mês o seu novo livro - «E Deus bém saltar para o meio da reali-
Pegou-me Pela Cintura», editacom
ela? Eu creio que sim. E foi
dade do vivido e misturar-se
do pela Guerra e Paz. Será o
o que aconteceu com esta opedécimo
romance de um dos
mais produtivos autores da ração performativa».
nova geração de escritores porsentido
reacções muito interes-
O autor confessa que tem
tugueses e o enredo centra-se
no rapto de uma jornalista em santes à fórmula encontrada
cenário de guerra. A promoção para promover o livro. Essas
do livro provocou alarido na reacções, diz, consideram a «an-
blogosfera, quando se espalhou tecipação ficcional como um
a “notícia” do sequestro de uma gesto artístico que expandiu o
jornalista portuguesa no do livro a outras realidades»
Líbano. Tratava-se, contudo, mas reconhece que recebeu
de uma operação de marketing outras de teor bem diferente,
que baralhou narrativa ficcio- mais adversas ao classifica de
nal e realidade.
«corrente de ar».
Editor do blogue «Miniscente»
(http://wp.luiscarmelo.net),
professor Universitário, escritor,
colaborador de jornais,
entre os quais o Expresso e o
Jogo de aparências
«É um jogo de aparências, tal
N o t í c i a s A l e n t e j o , Lu í s como é todo o jogo de imagens
Carmelo é uma referência na em que globalmente vivemos.
blogosfera portuguesa, com De facto, quando em Janeiro se
experiências como a novela discutia o paradeiro da jornainteractiva
«Um Amor Catalão» lista Rute Monteiro, já se esta-
( e m h t t p : / / l u i s c a r m e l o . va a discutir uma realidade dos
blogspot.com ou em http:// últi mos c apít ulos do me u
theminion.blogspot.com). Não romance. Da mesma maneira
será, por isso, de estranhar esta que, quando se discutem os
experiência de marketing na melhores portugueses de sem-
Internet para promover o seu pre, já se está a discutir uma
mais recente romance.
realidade que tem que ver com
O autor utilizou um blogue, as narrativas do nosso quotidio
«freelance» (http://freelance. ano», sustenta, advertindo, conweblog.com.pt),
para, utilizan- tudo, para a necessidade de
do o nome de Olavo Aragão, olhar o marketing como uma
referenciado como jornalista actividade nobre.
independente, lançar uma cam- O recurso à Internet para
panha sobre uma jornalista por- fazer correr a notícia de um
tuguesa que teria sido raptada rapto de uma portuguesa prono
Líbano. Chegou mesmo a moveu, necessariamente, a
colocar no YouTube um vídeo curiosidade dos jornalistas.
com imagens de Rute, a jorna- Carmelo recorda que os prinlista
sequestrada, para dar cipais jornais de referência conforça
à “notícia”. Tudo ficção, tactaram o jornalista virtual
desde o jornalista Olavo à Olavo Aragão. «Eu e o meu edisequestrada
Rute, mas uma fic- tor acabámos por decidir resção
que, partindo da rede de peitar os códigos dos jornaliscumplicidades
que caracteriza tas e informámo-los, com pedia
blogosfera, se pode tornar do de reserva, acerca da antecinuma
nova forma (ousad a pação ficcional. O que não impee
polémica) de promover um de que não tenha havido diverproduto.
sos órgãos de comunicação social
que fizeram notícia do caso
comunicacional gerado pela
Uma ideia simples
antecipação ficcional do meu
romance. E fizeram bem, pois
vivemos todos num mundo da
«Tratou-se de uma ideia sim-
ples: uma antecipação ficcional»,
explica Luís Carmelo,
para quem, nos dias de hoje, no
mundo, «a ficção e a realidade
andam de mãos dadas» um
pouco por todo o lado e não apenas
nos Reality Shows. «Aquilo
que os teóricos da comunicação
designam por “metaocorrência”
é a transformação
nos media de ocorrências reais
comunicação».
O livro é apresentado nas
Livrarias do El Corte Inglés
(18,30h): Lisboa, dia 6, com
Francisco José Viegas; e Porto
(Gaia), dia 13, com João Pereira
Coutinho.
~ página seguinte
O enredo da história recente
Editado pela editora grafia retrospectiva de meios políticos e diplomá-
Guerra e Paz, o décimo Portugal, desde a revolu- ticos de países como
romance de Luís Carmelo ção de 1974 ao 09/11. Portugal, Itália e Líbano.
promete fazer correr mui- «O romance articula Para quem já tem um
tas páginas na Internet. a vertigem de se narrar romance adaptado ao cine-
De acordo com o autor, em tempo real com ma, Carmelo confessa que
o enredo do novo romance a nossa história mais no que escreve há sempre
cruza a actualidade recente», diz o autor deste o «bichinho do cinema».
(o rapto de uma jornalista romance, cujo enredo Por isso, admite a ideia de
portuguesa após a guerra envolve uma teia de inte- ver «E Deus Pegou-me
do Líbano de Julho/Agosto resses num cenário de Pela Cintura» em formato
passados) com uma radio- guerra mas também nos cinematográfico.

4 notícias alentejo~ Março 2007
destaqu e~
De Évora a Évora,
com passagem
em Amesterdão
Luís Carmelo nasceu em Évora furtadas ao vento, os jardins
- na Judiaria de Évora, como oblíquos, as janelas namoradeigosta
de dizer em Agosto de ras, os logradouros de ervas aro-
1954. As marcas que lhe fica- máticas, os espectros dos frisos,
ram, diz, estão directamente os balaústres fugitivos, os márrelacionadas
com paisagem pla- mores enleados e os terraços
na, a opulência da Sé, os claus- presos à névoa crepuscular».
tros austeros do liceu (nos dias No final da adolescência
de hoje de novo universidade) e viveu em Tomar e seguiu-se um
com o silêncio espesso dos período que o próprio considera
verões «muito quentes que pare- «rico de ruptura, de transição,
ciam querer abençoar uma de ímpeto», «on the road»
graça incomum».
Europa fora.
Hoje é escritor e publicou Nos estudos seguiu socioloensaios,
poesia e romance, é pro- gia e experimentou a carreira
fessor universitário e um mem- de professor em Reguengos de
bro (muito) activo da comuni- Monsaraz (secundário). Mas,
dade internauta. Antes passou com os anos 80, voltou a atrapor
Évora, por Utreque, por vessar a fronteira para regres-
Amesterdão e por Lisboa, além sar à Holanda. Numa dezena de
de Reguengos de Monsaraz, anos dedicou-se, em termos acaonde
foi professor do ensino démicos, a uma intensa activisecundário.
Mas é Évora, de dade - estudos na área literária
onde, nos dias de hoje, faz o e também na área da filosofia
vai-vém a Lisboa para traba- escritural islâmica (anos antes
lhar, que parece ser a sua cida- estudou árabe), doutoramento
de de eleição.
na Universidade de Utreque,
Na auto-biografia que colo- em Semiótica da Comunicação
cou na sua página pessoal Profética.
(http://luiscarmelo.net), Luís Em 1990, regressou a
Carmelo confessa que, desde Portugal e passou a viver em
pequeno, entende Évora como Lisboa, iniciando a sua activiuma
caixa de surpresas - «Dela dade literária cinco anos depose
alimentam as sacadas sola- is. Tem publicados dez romanres,
as cornijas voadoras, os bra- ces, mais de uma dezena de
sões sem memória, as ombrei- ensaios, além de poesia e cróniras
de tom ocre, os ameados cas.
entre sebes, as clarabóias colo- As tecnologias, diz, tornaram
ridas, as escadarias abismadas, possível o sonho de «viver em
as frestas simuladas, as amar- Évora, auscultando as virtualiras
manuelinas, as águas- dades da periferia do mundo».
os livros
Romance
O Trevo de Abel Edição dos Encontros de foto- Semiótica - Uma Introdução Poesia
» 2001, Editorial Notícias, grafia de Coimbra, 1996 » 2003, Publicações Europa-
Entre o Eco do Espelho Lisboa
América, Lisboa
Fio de Prumo
» 1986, Peregrinação, Baden- Anjos e Meteoros. Ensaio
» 1981, Terramar, Torres
Lisboa; tradução inglesa parci- Máscaras de Amesterdão Sobre a Instantaneidade Manual de Escrita Criativa Vedras
al, Revista New Wave, 20, » 2002, Editorial Notícias, » 1999, Editorial Notícias, » 2005, Publicações Europa-
Universidade do Colorado, Lisboa Lisboa América, Lisboa
Vão Interior do Rio
Boulder, USA
» 1982, Atelier 18, Amesterdão
O Inventor de Lágrimas Os Jardins da Voyance A Novíssima Poesia
Cortejo do Litoral Esquecido » 2004, Editorial Notícias, » tradução inglesa, The Portuguesa e a Experiência Ângulo Raso
» 1988, Vega, Lisboa Lisboa Gardens of vision and the Estética Contemporânea » 1983, Atelier 18, Amesterdão
bright Ofélias of the Douro » 2005, Publicações Europa-
No Princípio era Veneza
» álbum-encomenda Os América, Lisboa
» 1990, Vega; 2ª edição, 1997,
Jardins de Cristal, edição da
Crónica
Vega, Lisboa
Ensaio
Porto-2001 e Roterdão-2001, A Viragem Profética
com o fotógrafo José M. » 2005, Publicações Europa- Do Milénio e Outras
Sempre Noiva
A Tetralogia Lusitana de Rodrigues
América, Lisboa
Crónicas
» 1996, Vega
Almeida Faria
» 2000, Casa do Sul, Évora
» 1989, Universidade de Islão e Mundo Cristão
A Falha
Utreque, Holanda; Prémio da » 2001, Editora Hugin, Lisboa
Quase a Respirar
» 1998, Editorial Notícias, Ensaio da Associação
Drama e Argumento » Um ano de biografia poética
Lisboa; 2ª edição, 2001, Portuguesa de Escritores, 1988 Água de Prata
aos cinquenta anos de idade;
Planeta Agostini, Lisboa; 3ª edi-
» sobre a obra do Prémio Nefertiti
2004, Edição de autor, Évora
ção, Editorial Notícias, Lisboa; La Représentation du Réel Pessoa, José M. Rodrigues; » libretto de drama musical de
tradução espanhola, La Grieta, dans des Textes 2002, Casa do Sul, Évora José Júlio Lopes, 2000,
2002, Hiru Argitaletxea, Prophétiques
Edisardo, Lisboa
Hondarribia, Espanha; roman- » 1995, Tese de Doutoramento, Músicas da Consciência
ce adaptado ao cinema por Universidade de Utreque, » com prefácio de António A Falha
João Mário Grilo em 2002 Holanda
Damásio; 2002, Publicações » argumento para a longa
Europa-América, Lisboa metragem homónima de João
As Saudades do Mundo Sob o Rosto da Europa
Mário Grilo, 2002, Lisboa
» 1999, Editorial Notícias, » 1996, Pendor, Évora-Lisboa; Órbitas da Modernidade
Lisboa
2ª edição e tradução inglesa, » 2003, Editorial Mareantes,
Ontology Of The South, Sul, Lisboa

notícias alentejo~ Março 2007
5
~portel
Açordas
em congresso
O Congresso das
como um caminho do
Açordas, iniciativa que se desenvolvimento. Faz senassume
como um fórum de tido que possamos usar
divulgação e valorização todos os nossos recursos
de um dos pratos mais em termos de promoção
emblemáticos da gastronoentendemos
turística e como tal nós
mia alentejana e portuguezando
que valori-
sa, é um contributo forte
a açorda estamos
para afirmar o Alentejo, valorizando a nossa gas-
o concelho de Portel a tronomia e estamos dando
região de Alqueva como um contributo forte para
destino turístico de qualicelho
afirmar o Alentejo, o con-
dade. O autarca Norberto
de Portel a região de
Patinho diz que a gastroturístico
Alqueva como destino
nomia pode dar um contrirefere
de qualidade»,
buto relevante para a promoção
o autarca.
turística da região.
A primeira edição do
Congresso (2 a 4 de Março) «Slow Food»
dá a conhecer a vertente
gastronómica e cultural do Em contraste com a «fast
evento, incluindo a reali- food», o conceito de «slow
zação de uma feira gastro- food» começa agora
nómica e de produtos regi- a entrar em Portugal, assoonais,
mas conta também ciado a hábitos alimentacom
diversas iniciativas res mais saudáveis e retoculturais,
como exposições mando a «dieta mediterrâtemáticas,
concursos, ani- nica. Este conceito «slow
mação, cante tradicional food» nasceu com uma
e fado.
associação sem fins lucra-
«Um contributo para pro- tivos, criada em 1986 em
mover uma região», diz Itália, e que três anos depoo
presidente da Câmara de is deu origem, em Paris,
Portel, que contou com a um movimento internaa
colaboração da Confraria cional. Integra membros
Gastronómica do Alentejo em 104 países, celebra
para organizar o evento. a diferença de sabores,
Nos colóquios participam, a produção artesanal de alientre
outros, Cláudio mentos e os pequenos pro-
Torres («Memória dos dutores. Borba, recorde-se,
Sabores Mediterrânicos»), aderiu em Fevereiro a este
Alfredo Saramago («Açorda movimento.
Alentejana: Mito e
Norberto Patinho diz
Identidade») e Maria de que se trata de um «conce-
Lourdes Modesto («As ito interessante». «Hoje, a
Açordas com que Cresci»). geração fast-food é con-
«E tendo uma gastrono- frontada com as comidas
mia desta dimensão enten- rápidas e com aquilo que
demos importante home- é universalista. Nós temos
nagear a açorda como um uma série de produtos gasaspecto
relevante da nossa tronómicos marcados pelo
cultura, sem esquecer montado e pela nossa cona
sua maior relevância dições naturais. Há valores
para promoção turística, que temos que preservar
no momento em que na e valorizar como uma alinossa
região apostamos mentação de excelente
fortemente no turismo valor nutricional».
Simples como a natureza
Uma simples açorda nos e árabes a partir de
- pão, água, azeite, alho, uma matriz mediterrânica.
sal e coentros - pode guar- A diversidade gastrodar
os segredos da gastro- nómica deve-se aos divernomia
alentejana, feita de sos povos que ocuparam
sabores, de saberes o sul da península, mas
e também de cheiros. também ao engenho e
«A açorda, que veio de arte de gente que foi obrium
tempo pré-romano, gada a recorrer aos sabeatravessou
o império, res para melhorar os saboo
tempo árabe e chegou res e aos cheiros para estiaté
aos nossos dias com mular os sentidos.
a mesma pujança e os Aníbal Falcato Alves,
mesmos ingredientes», no livro «Os Comeres dos
escreveu Alfredo Sara- Ganhões - Memória de
mago na introdução de Outros Sabores» (Campo
uma das obras mais com- das Letras), recorda templetas
sobre a diversidade pos de pouca fartura
da gastronomia do
- «Claro que as açordas
Alentejo - «Concurso de comidas pelos trabalha-
Cozinha Alentejana, dores não tinham os
as melhores receitas», requintes do bacalhau, da
editado pela Câmara pescada ou de qualquer
Municipal de Évora, outro acompanhamento.
em parceria com a Con- Mesmo o azeite não era
fraria Gastronómica do empregado na devida
Alentejo.
quantidade. À açorda
Seguindo a introdução assim comida chamava-se
histórica de Alfredo Sara- 'açorda pelada'. Às outras,
mago percebe-se que aquelas bem temperadas,
a cozinha transtagana foi só os senhores tinham
«escrita» por celtas, roma- acesso».
95.5 104.7
fm fm
Antena Sul
ALENTEJO
pub
Tigela
mais Original
No âmbito do
I Congresso das Açordas,
a Câmara de Portel lançou
o concurso «A Tigela
mais Original», dirigido
a todos os alunos das
escolas profissionais
e universidades portuguesas
das áreas de
design, artes plásticas,
cerâmica artística ou de
outras áreas ligadas às
artes plásticas. Conta
com cerca de centena
e meia de inscrições.
O Castelo
em Imagens
Regressa a Portel,
de 7 a 12 de Maio,
o Castelo em Imagens,
agora na sua quinta
edição. Fotografia,
Desenho, Pintura,
e Vídeo vão a concurso
(inscrições até 15 Abril)
numa edição que integra
ainda o 4º Concurso
Nacional Escolar.
O Castelo em Imagens
é uma aposta da Câmara
de Portel que começa
a ganhar espaço no
calendário dos festivais
de cinema. O número de
espectadores das edições
anteriores, as centenas
de jovens que se aventuram
a concurso e a qualidade
da selecção de
Lauro António (director
do festival) colocam
o certame como uma
referência a nível nacional.
Em simultâneo
decorrerá, pelo quarto
ano consecutivo,
o Concurso Nacional
Escolar, destinado a alunos
de todas as Escolas
e Universidades portuguesas
(incluindo
Escolas e Universidades
de Audiovisual
e Cinema, ou de outras
áreas da Comunicação
Social).
Opinião
que
marca
diferença.
~ páginas 14 e 15

6 notícias alentejo~ Março 2007
publicidade~

notícias alentejo~ Março 2007
Autarquia
reivindica
obras
na EN 256
O presidente da CM Monsaraz a Évora, o autarca entre o concelho de
Reguengos de Monsaraz, considera «imprescindível» Reguengos de Monsaraz e o
Victor Martelo, reivindicou o alargamento e a correcção de Portel, aproximando os
junto do Governo o arran- do traçado, assim como a habitantes dos dois municíque
das obras de beneficia- construção de uma nova
ção na EN 256, cujo projecto ponte sobre o rio Degebe e pios. Com estas obras, a
está aprovado desde há dois variantes na Vendinha (conficará
com duas vias de 3,5
faixa de rodagem da ER 255
anos pela empresa Estradas celho de Évora) e Reguengos
de Portugal. O autarca deu de Monsaraz.
metros de largura cada e ber-
nota desta reivindicação ao No que se refere à ER 255, mas com 1 metro de largus
e c r e t á r i o d e E s t a d o que recebeu obras de benefi- ra», pode ler-se num comu-
Adjunto, das Obras Públicas ci aç ão e pa vi me nt aç ão nicado da autarquia.
e das Comunicações, Paulo numa extensão de 6,5 km, a
A conclusão e pavimenta-
Campos, no decorrer da ceri- estrada enquadra-se na
mónia de inauguração de reformulação da rede viária ção da estrada foi reivindi-
um troço da Estrada envolvente à albufeira de cada pela Câmara Municipal
Regional 255, que liga S. Alqueva. «Um investimento de Reguengos de Monsaraz
Marcos do Campo a Amieira. com repercussões intermu- durante quase uma década.
De acordo com o Gabinete nicipais e regionais ao possi- Actualmente, esta via assude
Imprensa da autarquia, bilitar mais esta ligação à me ainda mais importância
Victor Martelo pretende rede de estradas nacionais e
devido à sua proximidade ao
ainda obras nas estradas ao Grande Lago, e resulta
S.Marcos/Reguengos e numa franca melhoria da Grande Lago e aos empreen-
Falcoeiras/Reguengos. rede de acessibilidades perestão
projectados para a
dimentos turísticos que
No que se refere à EN 256, mitindo reduzir para cerca
que liga Reguengos de de metade a distância viária região.
~reguengos de monsaraz
Internet
em todas as freguesias
mente equipados para
cidadãos com necessida-
des especiais. Os uten-
tes podem utilizar o
espaço para realizar trabalhos,
pesquisas na
Internet ou simples-
mente por lazer. Desta
forma, a autarquia pre-
tende proporcionar de
forma gratuita a todos
os munícipes a utiliza-
ção das novas
Tecnologias da
Informação e
Comunicação disponibilizando
também em permanência
um técnico
especializado para
esclarecer e auxiliar os
utentes. O Espaço
Internet de Reguengos
de Monsaraz está aberto
ao público de segunda
a sexta-feira entre as
10:00 horas e as 20:00
horas, e nos fins-desemana
das 10:00 horas
às 13:00 horas e das
14:00 horas às 18:00
horas.
O Município de
Reguengos de Monsaraz
assinalou, em Fevereiro,
o quinto aniversário do
Espaço Internet de
Reguengos de
Monsaraz, que registou
desde a abertura ao
público quase cem mil
utentes. Na mesma ocasião,
a autarquia anunciou
que vai criar, até
ao final do ano, Espaços
Internet nas sedes de
freguesia - S. Marcos do
Campo, Campinho,
S. Pedro do Corval,
Monsaraz. Trata-se de
um investimento supe-
rior a 187 mil euros,
financiado a 65% pelo
Programa Operacional
da Sociedade do
Conhecimento, do
Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino
Superior. O Espaço
Internet de Reguengos
de Monsaraz dispõe de
10 computadores com
ligação à Internet em
banda larga e devida-
7
pub

8
publicidade~
notícias alentejo~ Março 2007

notícias alentejo~ Março 2007
9
~évora
Évora ao espelho
“Évora ao Espelho” é um títu- fotógrafos que, apesar de uma
lo comum para a um livro paixão comum pela fotografia,
e uma exposição que foram possuem uma sensibilidade e
apresentados no Palácio de um sentido estético diferentes.
D. Manuel pela Câmara José M. Rodrigues iniciou o seu
Municipal de Évora e pela percurso na fotografia em
Delegação Regional da Cultura Amesterdão, nos anos 60, e já
do Alentejo. Serviram de mote foi distinguido pelo Prémio
para o encerramento do progra- Pessoa em 1999 pelo conjunto
ma das Comemorações dos da sua obra artística e pela sua
20 Anos de Évora Património contribuição às artes em
Mundial, que teve início o ano Portugal. Aníbal Lemos também
passado.
é um fotógrafo de carreira e fez
A autarquia eborense reuniu a sua formação superior em
quatro fotógrafos - Aníbal fotografia na Faculdade de Arte
Lemos, David Infante, Duarte e Design da Universidade de
Belo e José Manuel Rodrigues - Derby, na Inglaterra, que em
e um escritor, José Luís Peixoto, 1998 lhe conferiu o “PrizeWinque
actualizaram, através de ner”, possuindo uma vasta obra
uma perspectiva artística, que tem sido divulgada em
a imagem da Évora do nosso exposições e inúmeras publicatempo,
não esquecendo os tra- ções. Duarte Belo é formado em
ços do seu passado. O trabalho arquitectura, actividade com
individual de cada um destes que partilha o seu interesse
cinco criadores foi cristalizado pela fotografia, tendo já realizanum
livro, a que se deu o nome do um vasto trabalho no campo
de “Évora ao Espelho”, e as ima- fotográfico, inclusivamente atragens
que o compõem estarão vés da sua colaboração com
patentes até 10 de Março no o historiador José Mattoso na
Palácio de D. Manuel.
publicação de “Portugal
A apresentação crítica do - O Sabor da Terra” (14 volulivro
esteve a cargo do jornalis- mes). David Infante é o fotógrata
Carlos Pinto Coelho, que par- fo mais jovem deste grupo, com
tilhou com a assistência algu- 24 anos, que vê nesta participamas
das suas sensações ao ção mais uma oportunidade
folhear o livro, lendo também para continuar a consolidar
algumas passagens escritas por o seu trabalho da imagem foto-
José Luís Peixoto, um jovem gráfica, que já lhe valeu o priescritor
que desde 1997 se tem meiro lugar do prémio Pedro
revelado como um dos talentos Miguel Frade, atribuído pelo
da literatura portuguesa, tendo Centro Português de Fotografia
sido distinguido através da atri- a jovens talentos.
buição de inúmeros galardões, A exposição “Évora ao
do qual se destaca o Prémio Espelho” está aberta ao público
Literário José Saramago (2001) no Palácio D. Manuel de segunpelo
seu romance “Nenhum da a sexta-feira, das 10:00 às
Olhar”. 12:00 e das 13:00 às 17:00,
“Évora ao Espelho” contou e Sábados só no período da tarcom
a colaboração de quatro de, encerrando ao domingo.
pub
PCP quer suspender
encerramento de
urgências
O líder do PCP defendeu a suspensão
do processo de encerramento
de urgências e a realização
de um "grande debate"
sobre a reestruturação do
Serviço Nacional de Saúde
(SNS). Jerónimo de Sousa criticou
o que classificou de "teimosia"
do ministro Correia de
Campos.
EDP vai patrocinar
a eleição das
Novas 7 Maravilhas
A EDP vai patrocinar a eleição
das Novas 7 Maravilhas do
Mundo. O apoio da empresa à
iniciativa - onde competem,
por exemplo, o Cristo
Redentor (Rio de Janeiro), a
Torre Eiffel (Paris) e o Kremlin
(Moscovo) - insere-se na política
de patrocínios da EDP,
que visa contribuir para preservar
o património históricocultural.
O anúncio do vencedor
será feito numa cerimónia
em Lisboa, agendada para 7 de
Julho deste ano. Até lá decorre
uma votação, organizada
pela New7Wonders, a fundação
suíça, sem fins lucrativos,
responsável pela iniciativa. A
7 de Julho, no Estádio da Luz,
serão ainda eleitas as sete
maravilhas de Portugal, que
contam também com o incentivo
da EDP. Da lista constam,
por exemplo, o Mosteiro do
Jerónimos (Lisboa), o Templo
de Diana (Évora), as
Fortificações de Monsaraz e o
Palácio da Pena (Sintra).
PSD-Évora denuncia
agravamento do
desemprego
A Comissão Política Distrital
de Évora do PSD denunciou,
em comunicado, «os graves
erros das políticas económicas
e sociais do Governo PS, por
nomeadamente agravarem
o desemprego e as condições
de vida dos Alentejanos e dos
Portugueses em geral». Diz
a estrutura social-democrata
que a publicação dos resultados
trimestrais da taxa de
desemprego verificadas no
4º trimestre de 2006 atingiu
o valor de 8,2% o mais alto dos
últimos 20 anos. «Verifica-se
que no Alentejo aquele valor
é de 9,2% e em Évora ainda
é superior, afectando principalmente
os jovens licenciados.
É altura de perguntar ao
Governo onde estão os
150.000 postos de trabalhos
prometidos em campanha»,
pode ler-se na nota distribuída
à imprensa pelo PSD-Évora.

10 notícias alentejo~ Março 2007
agenda~
ÉVORA
OBSERVAÇÃO ECLIPSE 19 MAR
Alto de S. Bento | 21:00H PROCURA ACTIVA
Núcleo de Astronomia da DE EMPREGO
ESPAÇO CELEIROS
Escola Secundária Gabriel
Pereira
Palácio D. Manuel | 18:00H
info@esec-gabriel-pereira.pt 21 MAR
“POESIA ITINERANTE”
VASCO AGOSTINHO
Centro Histórico | 12~18:00H
TRIO - JAZZ
artX
23:00H | SHE - Sociedade
Harmonia Eborense
22 MAR
REDE EURES- REDE
01 MAR | 23:00h EUROPEIA DE EMPREGO
05 MAR | 22:00H
Concerto/Baile Dites 34 Palácio D. Manuel | 18:00H
(Jazz/Folk/Trad)
CICLO DE CINEMA
5 músicos desenvolvem uma
ALTERNATIVO
nova e original música de festa, Sociedade Harmonia Eborense
23 MAR
adicionando novas cores ao
mundo da música tradicional.
Esta mistura musical original
JOVENS À PROCURA
06 MAR
repleta de energia, abre novas
DE (IN) FORMAÇÃO
trajectórias entre os mundos do
Palácio D. Manuel | 17:00H |
PASSEIO TEMÁTICO
jazz, da música tradicional
IPJ
NA ECO-PISTA | VEGETAÇÃO
e improvisada. Com os Dites 34,
17:30H | Bebedouro da
a música tradicional sai dos
CANTE ALENTEJANO
Eco-pista (Bacelo Oeste)
seus limites e mostra uma sur- Palácio D. Manuel | 21:30H
preendente capacidade de se
auto-renovar GRUPO DE CANTE
ALENTEJANO
26 MAR | 18:00H
Espaço Celeiros | 20:00H AULA ABERTA HIP-HOP
O3 MAR | 23:30h
Palácio D. Manuel
Concerto/Concert
João Madeira e Pedro
08 MAR | AULA ABERTA 30 MAR | 23:00H
(Versões de Bossa, MPB
“A COR COMO
CONCERTO | THE GIFT
e Música Portuguesa)
VOCABULÁRIO”
Colégio do Espírito Santo,
Universidade de Évora
Anfiteatro |18~20:00h
09 MAR
FÁCIL DE ENTENDER
Saiba mais em
www.cm-evora.pt
10/11 MAR JOGOS DE MATEMÁTICA PORTEL
A Leste das Tradições” Palácio D. Manuel | 9~19:00H
Projecto financiado pelo
Programa Juventude e organi- PASSEIO BTT
zado pela Oficina da Courela, CAMINHOS DE MONFURADO
que se alia à Pedexumbo para a 8:30H | Évora-hotel
realização desta actividade. (PONTO DE ENCONTRO)
Este projecto tem por objectivo
CINEMA
Évora Jovem - Núcleo de BTT
o fomentar do conhecimento de
aspectos da cultura tradicional
05 Março
de países de Leste, por forma a PASSEIO GUIADO AOS
As bandeiras os meus Pais
melhorar a compreensão e con- CROMELEQUES - PIC-NIC
12 Março
sequente integração de imi- CENTRO AMBIENTAL DE
Flyboys
grantes oriundos desses países. S.MATIAS
9:30H
18 Março
Artur e os Minimeus
Palácio D. Manuel | 18:00H
19 Março
MÊS DA JUVENTUDE Évora Jovem
Diamante de Sangue
26 Março
5 Dias, 5 Noites
01 MAR | 17:00H
14 MAR
GIGABOMBOS
Jardim Publico
DIA ROMANO - VISITA EXPO | 3~29 Março
ROMANA
“O Cante…e o Alentejo”,
Palácio D. Manuel (PONTO DE
02 MAR | 18~20:00H
Cerâmica Artística de António
ENCONTRO) | 15.00H
Workshop - o teatro:
Duro - (Capela de Sto. António)
EU E O OUTRO
APF - Escola de Pais,
TERTÚLIA
Cruz da Picada
“OS JOVENS E A CIDADANIA”
TEATRO (Auditório Mun. Portel)
Palácio D. Manuel | 18~20:00H
Núcleo de Estudantes de
Filosofia da U.E.
4 Março
03 MAR “A Açorda do Rei” - por Alunos
do 1º Ciclo (Encerramento do
OBSERVAÇÃO ASTRONÓMICA
10º CAMPEONATO NACIONAL
Congresso das Açordas)
NO TEMPLO ROMANO
DE SKY SURF E 2ª PROVA DO
21:00H | Núcleo de Astronomia
II SKY SURF PRÓ TOUR
da Escola Gabriel Pereira
22 Março
Aeródromo | cme / Federação
“Tenho um Morto na Minha
Portuguesa de Paraquedismo
Cama”, Teatro Experimental de
CICLO DE CINEMA
Pias (Comemoração do Dia do
Palácio D. Manuel | 21:00H
SCREAM DE ÉVORA
Teatro a Amador)
- DANÇAS URBANAS
Pavilhão da universidade '
24 Março
10~19:00H
15 MAR | AULA ABERTA Cismenae Vita, a partir da
“A COR NO DESIGN Comédia de Rubena, de Gil
E NA PUBLICIDADE”
INAUGURAÇÃO DA
Vicente, pela “AMAIA” (Associação
EXPOSIÇÃO MATEMÁTICA
Palácio D. Manuel | 18:00H de Teatro Jovem de Portalegre)
EM JOGO
giePcn
Mercado MuniciPal de Évora |
01 Abril
17.00H | CME - Departamento 16 MAR
“Falar Verdade a Mentir”, de
de Matemática da Universidade MODA JOVEM
Almeida Garrett, pelo Grupo de
de Évora / Associação Ludus Palácio D. Manuel | 21.30H Teatro Amadores de Vila Viçosa
O Debate
“Estratégia de Lisboa
Crescimento e Emprego”
Conteúdo / apresentação
Definição e enquadramento da temática |
Novos desafios para a UE na viragem do século |
Conselho Europeu de Lisboa - Março de 2000:
lançamento da Estratégia | 2005 - Balanço da
Estratégia de Lisboa | Relançamento da
Estratégia de Lisboa - focalização no Crescimento
e no Emprego | Um novo ciclo de governação
entre a UE e os Estados-Membros | Perspectivas
Financeiras 2007-2013 | Aplicação da Estratégia
de Lisboa a nível nacional | Programa Nacional
de Acção para o Crescimento e o Emprego
(PNACE) 2005-2008 | Medidas emblemáticas
Os debates previstos
para a Universidade de Évora
Dia 15 de Março de 2007, pelas 10h30,
no Auditório do Colégio do Espírito Santo da
Universidade de Évora | para alunos do 12º ano
Dia 15 de Março de 2007, pelas 14h30,
na Sala 131 (Anfiteatro) do Colégio do Espírito
Santo da Universidade de Évora | para alunos
do Ensino Superior

notícias alentejo~ Março 2007
11
~ debat
e
Interrupção Voluntária da Gravidez
O "Sim" ganhou o referendo sobre a despenalização
do aborto, com quase 60 por cento dos votos.
A lei vai ser alterada no Parlamento.
A abstenção foi de 56,4 por cento e, apesar de
este ano terem votado mais 1,1 milhão de eleitores
do que na consulta de 1998, o referendo voltou
a não ser vinculativo. Que leitura política?
‘Valorizar
resultados do Sim’
Diamantino Dias
PCP
‘Sociedade mais aberta
e mais justa’
Norberto Patinho
PS
‘Nulidade e desperdício
de recursos’
Palma Rita
PSD
O referendo sobre a IVG, foi a terceira iniciativa referendaria
realizada no nosso País, após a consignação
deste na Constituição da República, logo não existe
ainda uma cultura política para assumir este instituto
constitucional como uma prática, por isso é positivo
a evolução verificada nesta consulta, se considerarmos
o referendo como um instrumento de consulta que não
deve ser banalizado.
È preciso também alertar os detractores do referendo
para duas questões, a democracia participativa não
deve restringir a democracia representativa e vice-
-versa. Por exemplo esta consulta teria sido evitada se
o Partido Socialista em sede da Assembleia da
Republica tivesse assumido a questão da despenalização
da IVG com uma medida legislativa e assumido as
suas responsabilidades no quadro da democracia
representativa, o que a tinha valorizado, lembrar que
a matéria referendaria era um problema muito delicado
e para o qual já tinha sido feito uma consulta em
1998, havendo agora a possibilidade de o resolver em
sede do parlamento. Lembrar ainda que além do que
é obrigatório o referendo deve ser usado em questões
cruciais que contribuam para a participação popular
e considerado como um instrumento de reforço da
democracia participativa e não banalizá-lo.
É importante valorizar os resultados no SIM pois
mostrou, uma evolução muito positiva, ficando claro
que valeu a pena persistir nesta luta contra o aborto
clandestino sendo agora urgente sem demoras fazer
cumprir a expressão maioritária deste referendo, a despenalização
das mulheres que por diversas razões tem
de recorrer a uma Interrupção Voluntária da Gravidez,
apesar dos votantes não terem chegado aos 50%, registou-se
uma evolução muito positiva, o que levou numa
matéria tão sensível a existir uma convergência política
para transportar os resultados do referendo para
uma proposta de lei a ser votada na Assembleia da
República, para a qual devem ser transportados os interesses
das mulheres portuguesas, colocando fim
à humilhação de que estas são vítimas, não permitindo
também que exista qualquer período de aconselhamento
obrigatória como a direita procura que exista.
Logo a conclusão política é que valeu a pena lutar,
esta é antes de mais uma grande vitória das mulheres,
em como ficou patente que há lugar para se continuar
a aperfeiçoar a democracia participada e representativa,
instrumentos se bem usado podem e devem servir
as populações. Valeu a pena persistir.
O “Sim” ganhou o referendo sobre a IVG, com 59%
dos votos, contra 41% do “Não”.
A interrupção voluntária da gravidez até às dez
semanas em estabelecimento de saúde legalmente
autorizado vai deixar de ser crime.
Foi dado mais um passo firme na construção de
uma sociedade mais aberta, mais tolerante e mais
justa.
Finalmente Portugal vai virar uma página negra da
sua história - a do aborto clandestino, a do medo, a da
indignidade, a da humilhação, a de uma lei penal
injusta e inadequada à realidade.
Na consulta popular do passado dia 11 de
Fevereiro votaram mais 1,1 milhões de eleitores do
que em 1998.
Apesar deste substancial e significativo aumento
de votantes, o referendo voltou a não ser juridicamente
vinculativo pois registou uma taxa de participação
inferior aos cinquenta por cento, previstos na
nossa legislação.
Um referendo vinculativo obriga o Parlamento a
agir em função do resultado do mesmo respeitando a
vontade popular.
Um referendo não vinculativo obriga o poder político
a ter em conta em conta o seu resultado e permite
ao Parlamento legislar de acordo com a vontade da
maioria. Sobretudo quando se trata de uma diferença
de votos tão significativa.
Com a vitória do “Sim” o legislador fica autorizado
a legislar no sentido proposto da despenalização mediante
a alteração do Código Penal.
Face ao resultado inequívoco do referendo, o
Primeiro-Ministro honrando o compromisso assumido
com os portugueses, fica “obrigado” à alteração da
lei respeitando a decisão expressa pela maioria dos
que votaram.
O resultado da consulta popular evidencia de
forma clara que os portugueses desejam um virar de
página na questão do aborto, votando claramente a
favor da alteração da lei.
Há que respeitar a sua vontade.
Segundo estimativas do STAPE, referendo custou no
mínimo 9 milhões de €uros, com base nos 2,7 milhões
de votos efectivos em 1998. Agora, votou mais 1,1
milhões de eleitores, pelo que os custos terão sido certamente
acrescidos em quase 30%.
Mas, o resultado prático foi o mesmo: nulidade e
desperdício de recursos. Os benefícios para o PS
foram no entanto maiores: distraiu os portugueses da
crise económica e financeira, da maior fuga de
empresas estrangeiras de que há memória, dos
incomportáveis níveis de desemprego jovem altamente
qualificado, da liberalização de funções nucleares
do Estado essenciais ao desenvolvimento, da dispensa
de funcionários de um Estado que não conseguem por
a trabalhar melhor, da demagogia permanente.
Tudo isto à custa de mais de uma dezena de
milhões de €uros dos nossos impostos que todos os
dias aumentam (contrariando as promessas eleitorais,
como em tudo o resto) na carga do IVA, na gasolina e
gasóleo, já para não falar na sobrecarga fiscal sobre
os bens essenciais.
Por isso se empenhou o Primeiro-Ministro de corpo
e alma na campanha eleitoral, procurando mobilizar
o eleitorado a favor da sua perspectiva. Mas, foi incapaz
de encantar o eleitorado para o seu lado e, apesar
de ter ganho em votos, perdeu contra os mais de 50%
de abstenção que o esmagou.
Não tenhamos dúvidas: foi Sócrates quem mais
pediu o referendo e que mais força fez para que o
resultado fosse vinculativo. Mas, não foi assim o
resultado nem o empenho dos portugueses.
O referendo em Portugal morreu, por culpa de
alguns que poderão ter interesse em fazer agora passar
no parlamento decisões tão importantes quanto
esta, para a vida dos portugueses, à conta da justificação
demagógica dos resultados.
Deveria uma questão de consciência como a do
aborto ter sido referendada? A resposta não é simples.
Mais simples é no entanto a regionalização. Venha
a lei, agora sem referendo (objectivo de legitimidade
que o PS conseguiu), para afundarmos o resto deste
pequeno quintal.

12 notícias alentejo~ Março 2007
referendo~
entre” aspas”
'O "sim" no referendo sobre a despenalização
do aborto não constituiu
uma vitória da Esquerda
sobre a Direita. Foi a resposta
cívica a uma obscenidade que
a Igreja e as forças mais reaccionárias
têm apoiado. Também não
representou o triunfo "político"
de José Sócrates sobre a massa
circundante'
'Consistiu numa derrota parcial
do Portugal velho, infligida,
sobretudo, pelo Portugal novo,
que vai despontando no horizonte
fosco, ainda tingido pela ignorância,
pela superstição, pelo
analfabetismo e por abjectos
manipuladores de consciências.
Estes últimos foram, de facto,
os grandes vencidos. A ira indisfarçada
dos seus mais visíveis
próceres demonstrou a face semioculta
do jogo, no qual participou,
com milhões de euros,
o banco do Opus Dei'
Baptista Bastos
www.negocios.pt
'Umas semanas antes do referendo
sobre a interrupção voluntária
da gravidez assisti, na
Universidade Lusófona, no Porto,
a uma conferência de Cândido de
Oliveira, professor catedrático
da Escola de Direito da
Universidade do Minho.
Estudioso do comportamento eleitoral
dos portugueses, o professor
tem uma opinião pouco abonatória
sobre a forma como os
eleitores usam os direitos de cidadania
que a democracia tornou
possíveis. Nessa sessão - e de
forma desassombrada - Cândido
de Oliveira traçou um retrato
a negro dos portugueses. Faço um
resumo, de memória: no geral,
os cidadãos nacionais gostam de
entregar o destino das suas
opções nas mãos de outros, demitem-se
das suas responsabilidades,
não fiscalizam os eleitos
e mantêm traços bem vincados
de submissão. Ou seja, os portugueses
não têm consciência dos
seus direitos e deveres, sentemse
confortáveis por saber que
alguém manda e nisso não disfarçam
a velha mentalidade salazarenta.
Com um povo assim,
muito dado à má-língua entre um
penalty duvidoso e a lamechice
de telenovela, é natural que os
mandatários se abstenham de
prestar contas e facilmente assumam
tiques de... mandantes»'
'Este Portugal calaceiro, atávico,
medalhado no queixume e na
lamúria, podia ser um País de
comédia, uma espécie de enclave
anedótico e provinciano para
o qual a esmagadora massa de
cidadãos olharia de quando em
vez para se lembrar do País que
não quer. Mas não. Esse Portugal
miudinho, tão afoito na corrida
à maledicência e ao desprezo,
é a nossa maior tragédia.
Ao mesmo tempo que «elege»,
sem sair do sofá, um Salazar de
concurso televisivo «para pôr
ordem nisto», não descalça as
pantufas para ver a revolução
passar à porta. Este Portugalzinho
está aí, pelos vistos para
durar. E com grande audiência.
Pena que o outro País, o daqueles
que, bem ou mal, votam, escolhem
e questionam, não possa
mudar de canal. E tenha de
tomar decisões andando à chuva.
E molhando-se'
Miguel Carvalho
www.visaoonline.clix.pt
www.siconline.pt
A geografia
do «Sim»
«Concorda com a despenaliza- num acto eleitoral - 100 por
ção da interrupção voluntária cento de votos no «Sim"».
da gravidez, se realizada, por Votaram metade dos 30 eleitoopção
da mulher, nas primeiras res inscritos. Segundo a SIC
10 semanas, em estabelecimen- Online, o «Não» teve igualmente
to de saúde legalmente autorium
caso de 100 por cento
zado?». A esta pergunta, a maioria
dos eleitores que respondeu
- Parada de Monteiros, conce-
à chamada respondeu «Sim». lho de Vila Pouca de Aguiar,
O concelho de Aljustrel, distrito distrito de Vila Real, onde foram
de Beja, registou a maior perinscritos.
às urnas 33 dos 135 eleitores
centagem de votos no «Sim».
O «Sim» recolheu 3867 votos Em termos nacionais, o «Sim»
em Aljustrel (90,4 por cento), venceu com 59,24 por cento dos
entre os 4320 votantes. No con- votos expressos e o «Não» recocelho
de Câmara de Lobos, na lheu 40,75 por cento. A absten-
Região Autónoma da Madeira, ção ultrapassou metade dos
o «Não» recebeu 9399 votos votantes, com 56,40 por cento.
(84,1 por cento), entre os 11378
votantes.
A consulta não foi juridicamen-
São Bento de Ana Loura te vinculativa, mas os líderes da
(Estremoz, distrito de Évora), maioria dos partidos com assena
freguesia com menor número to parlamentar consideraram
de eleitores inscritos em todo o os resultados politicamente
país, voltou a ser «caso único» relevantes.
As reacções (na noite do Referendo)
José Sócrates (PS) » ‘Um resultado inequívoco...
O povo falou e falou de forma clara e veio reforçar
a legitimidade do espaço político e legislativo que
estava em causa’
Jerónimo de Sousa (PCP) » ‘O respeito pelos
resultados torna imperiosa e urgente a necessidade
de conclusão do processo legislativo iniciado na
Assembleia da República’
Francisco Louçã (BE) » ‘Foi uma vitória extraordinária,
que não é de partidos políticos. A democracia
vinculou a decisão da despenalização e do combate
ao aborto clandestino’
Marques Mendes (PSD) » ‘A maioria dos portugueses
votou 'sim' no referendo. Entendo que, apesar de
o referendo não ser juridicamente vinculativo,
essa vontade deve ser respeitada’
Ribeiro e Castro (PP) » ‘Renovo o nosso compromisso,
como partido, pelo direito à vida e à saúde’
56,39% dos inscritos 59,24% 40,76%
68,09% 48,70% 51,30%
2007
Abstenção
SIM
NÃO
1998

notícias alentejo~ Março 2007
~interrupção voluntária da gravidez
13
perguntas&respostas
fonte: stape
Depois do Referendo, legalmente autorizado)
tudo o que se relacioaté
final da sessão legis-
deverão ficar concluídos
na com a Interrupção
lativa na Assembleia da
Voluntária da Gravi- República.
dez fica à espera do
processo legislativo. O Serviço Nacional de
O Primeiro-ministro Saúde tem capacidade
disse, logo após os de resposta?
O titular da pasta da
resultados, que seria
Saúde, Correia de
respeitada a vontade Campos, assegura que
popular e o Presiden- o Serviço Nacional de
te da República, dias Saúde reúne as condições
depois, veio a público necessárias para realizar
recomendar que interrupções voluntárias
de gravidez até às
a Assembleia da
10 semanas. «O SNS tem
República deverá condições de realizar
analisar as “boas prá- aquilo que os portugueticas”
existentes nos ses pediram e dar serviços
de qualidade e equipaíses
da União
Europeia antes de dade», disse o ministro
na SIC. De acordo com
legislar
a Visão, o Ministério da
Saúde tem já contas feitas
e o custo da nova rea-
O que se segue?
lidade legal da IVG custa-
Seguindo a ideia do rá entre os 7,2 e os 10,8
ministro da Presidência,
milhões de euros. Logo
Pedro Silva Pereira, que
após a realização do
o processo de regulamen-
Referendo ficou a conhetação
pelo Governo da
cer-se o interesse de clífutura
lei do aborto será
nicas privadas especial-
«eminentemente admimente
dirigidas a IVG,
nistrativo» e procurará
com preços médios a roncorresponder
ao exercício
dar os 450 euros.
das melhores práticas
europeias, conforme
a vontade do PR.
A objecção de consciên-
O governante falou de
cia de médicos pode
um «um trabalho imedia- limitar SNS?
to» na Assembleia da Para alguns médicos,
República, em sede de o resultado do Referendo
especialidade, mas adiannúmero
de clínicos que
vai ditar um aumento do
tou que paralelamente,
«haverá também um traobjecção
de consciência.
vão recorrer à figura da
balho a desenvolver pelo
Governo, que tem a ver Por exemplo, o director
com a regulamentação de da Maternidade Alfredo
aspectos eminentemente da Costa, Jorge Branco,
administrativos e que acredita que o sector
não implicam intervendade
para atender todos
público não terá capaci-
ção do poder legislativo
da Assembleia da os casos de aborto, obri-
República». Os trabalhos gando hospitais a contrapara
a nova lei sobre a tar clínicos fora. Admiteinterrupção
voluntária se, inclusivamente, a posda
gravidez (por opção da sibilidade do Estado con-
mulher até às dez sema- tratualizar serviços com
nas em estabelecimento entidades privadas.
Os 21 finalistas
Abertos das 12h00 às 15h30
e das 18h00 às 22h00
Encerram à Segunda-Feira
www.aloendroeadegadocachete.com
Castelo de Almourol Fortificações de Monsaraz Paços da Universidade
Castelo de Guimarães Igreja de São Francisco Palácio de Mateus
Castelo de Marvão Igreja e Torre dos Clérigos Palácio Nacional da Pena
Castelo de Óbidos Mosteiro da Batalha Palácio Nacional de Queluz
Restaurante Aloendro E-mail: aloendro@iol.pt Restaurante Adega do Cachete E-mail: adegacachete@iol.pt
Convento de Cristo Mosteiro de Alcobaça Ruínas de Conímbriga
Convento
Estrada
e Basílica
de Évora,
de Mafra
3 B Telef.
Mosteiro
266
de
502
Sta
109
Maria de Belém Rua Templo do Grave, Romano 9 de Évora Telef. 266 549 568
Fortaleza Reguengos de Sagres de Monsaraz Fax. Paço 266 Ducal 519 de 896Vila Viçosa S. Torre Pedro de do S. Vicente Corval de Belém Fax. 266 519 896
Tlm. 969 067 073
Tlm. 969 067 073
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14
notícias alentejo~ Março 2007
emoutrapátria
A. Sáez Delgado
asaezdelgado@telefonica.net
Excertos de ‘En Otra Pátria’,
escrito entre 1998 e 2002
Tradução: David Prazeres
“Na obscuridade das escondemos a nossa vida intenta acomodar de ime- Inglaterra tem algo
entranhas” se intitula longe das sendas diato a realidade que o de Portugal, é certo, ainda
o poema do libanês Khalil do tempo rodeia à ordem circundan- que não tanto como dizia
H‚wi que cai hoje nas viandantes, sobre os te no seu próprio lugar de Ramón Gómez de la Serna
minhas mãos e que tradu- nossos nervos origem. Viajamos acompa- que tinha Lisboa de
zo da sua versão portu- passai mais docemente. nhados das nossas manias, Londres. Ramón escreve
guesa, num terraço da
é verdade: ler o periódico
que passeia por Lisboa e
Baixa, para intentar ~
a esta hora, tomar um café
tem a impressão de fazê-lo
fazê-lo meu:
depois de almoçar, tomar
Volto de uma viagem banho enquanto escutaoutra
luz e outro clima.
por uma Londres com
passai com mais doçura a Londres, essa cidade mos as notícias, ler algo
sobre os nossos nervos, cuja neblina nos converte ligeiro antes de um sonho Eu, que estou cansado de
caminhantes. em espectros, segundo que, esse sim, nunca nos fatigar as ruas de Lisboa,
não, nós não estamos Pascoaes. Um temporal acompanha longe de não opino o mesmo.
mortos. esteve a ponto de frustrar casa... Viajamos para fugir Nunca antes, passeando
só fatigados
o voo, convertendo-o em de uma rotina que inten- pelas ruas da Baixa, havia
por uma neblina suja mais acidentado do que já tamos de imediato instalar sentido a nostalgia de algo
com o rosto pútrido e falso é em si qualquer regresso no nosso novo reino, por que agora tenho ante
que se estira e se faz ser- ao lugar onde se vive. muito provisional que este meus olhos. Porque, com
pente, polvo, enigmas. Viaja-se intentando desco- seja. Essa é a verdade, da efeito, não há pior nostalqual
faz tempo que apren-
gia que a de algo descoantes
o ventre da terra brir-se a si mesmo, não
que este ar sem ar. podemos negá-lo. E, sem di a não fugir: a rotina
nhecido, como não há pior
embargo, passado o susto sem misericórdia é a carí-
(ou melhor) paixão que a
passai com mais doçura inicial (eu, que viajo cia mais plácida da vida, o
rosto mais sossegado e
que sentimos por aquilo
sobre os nossos nervos, durante boa parte da semaque
nos vela o seu verda-
caminhantes.
na, continuo a pôr-me nerdeiro
rosto. Eu, se por acaterno
de uma aventura
estamos no abrigo de um voso antes de apanhar um que se empenha obstinatranquilo
subsolo.
autocarro urbano), passanestes
dias de passeios lon-
damente em que olvide-
so, digo alto e claro que,
mitigando a febre, do esse sobressalto de sendrinos,
pouco ou nada me
mos as suas benévolas vir-
recuperando o espírito, tir-se todavia extraterresrecordei
de Lisboa, nem
tudes.
cantamos.
tre numa terra em que
escondemo-nos. nada é familiar, o viajante ~
para bem nem para mal.
Joaquina Margalha
joaquina.margalha@sapo.pt
A educação
e o nível cultural das famílias
É muitas vezes referido conhecimento porque nem da família é uma forma insu- tanto social como profissioque
um dos factores condici- todos ocupamos os tempos ficiente de abordar o proble- nalmente?
onantes do sucesso educati- livres da mesma forma, ou ma. A ser assim, seríamos Poderemos aplicar estas
vo é o baixo nível cultural apreciamos manifestações forçados a admitir que só as perguntas a famílias, indedas
famílias. Mas, o que é culturais semelhantes, ou pessoas/crianças que consi- pendentemente do seu
um nível cultural baixo? utilizamos as mesmas fontes deramos culturalmente favo- grupo cultural de pertença,
É o contraponto de um nível do saber. E, isto não nos faz recidas teriam sucesso. ou daquele em que as queicultural
alto? Então, quais mais, ou menos, dotados cul- Ao invés, importa aferir ramos incluir. É que confunsão
os critérios que possibi- turalmente. Apenas nos faz o valor que cada família atri- dimos, com frequência,
litam afirmar que uma pes- diferentes. É por sermos bui ao saber, a atitude que
a problemática da pertença
soa possui mais ou menos diferentes que construímos possui em relação à educacultural
com a social. Será,
cultura do que outra? projectos de vida diversos, ção dos filhos, que exemplos
possivelmente, devido a esta
Usamos muitas vezes orientando as nossas preten- (referência) dão as famílias
confusão que tecemos afirestas
expressões para defi- sões num determinado sen- aos seus descendentes.
nirmos pessoas que não par- tido que não é, forçosamen- Para o fazermos, teremos
mações como a que inicia
tilham as nossas referências te, coincidente com os dos forçosamente que formular
esta coluna: o sucesso edu-
em relação à educação; ten- outros. Fazemo-lo tendo questões:
cativo é influenciado pelo
demos a considerar que como base um sistema de Quais são os projectos de nível cultural da família,
quem possui uma matriz de valores, atitudes e referênci- vida das famílias? Que lugar quando, na verdade, deveconhecimentos
diferente da as que são específicos de tem neles a educação? ríamos remeter a problemá-
nossa, ou da que aspiramos cada família. Desta forma, Quanto tempo disponibiliestar
em relação à educação,
tica para as suas formas de
obter, é culturalmente entendo que associar os zam os pais/famílias no apodeixando
de parte classificapobre.
Não aceito a ideia de bons, ou maus, resultados io, em casa, à vida escolar
que há grupos mais ricos ou educativos, com tanta con- dos filhos? Como são estes ções de cariz social ou
mais pobres na área do vicção, à condição cultural pais/famílias como cidadãos, cultural.

notícias alentejo~ Março 2007
~opinião
15
José Calixto
jose.calixto@netcabo.pt
Perceber o Futuro
Perceber o que é funda- 'ninguém é dono absoluto tica ambiental. Devemos a nossa juventude; é funmental
para o desenvolvi- da verdade...'. ter a capacidade para nos damental a aposta na
mento, sustentado e sus- Todos podemos e deve- tornarmos um destino formação de qualidade
tentável, duma comunida- mos dar contributos para turístico de EXCELÊNCIA. e adequada à economia
de é um desafio colectivo. uma definição estratégica É igualmente importan- regional;
Sabemos que os grandes do nosso futuro; no entan- te partilharmos um condecisores
se distinguem to, essas ajudas deverão junto de objectivos para » Forte promoção de infranormalmente
por uma ele- prever uma forte partilha assegurar um futuro com -estruturas de qualidade
vada capacidade de ante- e interactividade com a qualidade: nas áreas das acessibilidacipar
variáveis do futuro; diversidade de formas de des, da saúde e da seguuma
boa interpretação dos pensar que sempre consti- » Aproveitamento inteli- rança;
chamados 'sinais dos tem- tuem uma comunidade. gente dos recursos e do
pos' ajuda a correcta for- É com esse espírito que solo, preservando a nossa » Preservação e dinamizamulação
de cenários estra- assumimos o nosso enten- enorme riqueza paisagísti- ção da nossa cultura, das
tégicos para o nosso futu- dimento sobre o futuro de ca e ambiental; nossas tradições e dos valoro
colectivo. Reguengos de Monsaraz. res da nossa comunidade...
No entanto, assim que Consideramos que um » Promoção a revitalização
essa 'verdade' se encontra dos sectores económicos dos nossos agentes econó- Perceber o futuro é, de
minimamente consensua- fundamentais para o nosso micos, antecipando opor- facto, um trabalho colectilizada,
deixa de pertencer desenvolvimento tunidades, ameaças e os vo, no âmbito do qual
a pessoas em concreto e é o Turismo; a implemen- novos instrumentos da cada crítica sobre uma
passa a ser património tação desta estratégia economia global; determinada linha de penintelectual
a toda uma deverá respeitar os mais samento deve dar origem,
comunidade. Como o povo elevados padrões de quali- » Criação de mais e melho- de imediato, a uma nova
sabiamente interpreta, dade e excelência da polí- res oportunidades para proposta!
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RUA S. JOÃO DE DEUS, 18
REGUENGOS DE MONSARAZ
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SÍTIO DAS LETRAS
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16 notícias alentejo~ Março 2007
emdia
profissões
Sabe o que é
um bioquímico?
Nos laboratórios, os bioquímicos
são muitas vezes os
heróis silenciosos da medicina.
Eles encontraram a “receita”
que serve para “fabricar”
todos os seres vivos: a molécula
de ADN. Descobriram
também o acetaminofeno (paracetamol),
que nos livra de
muitas dores de cabeça. É graças
a eles que sabemos que a
produção de insulina é deficiente
nos diabéticos, e que dispomos
actualmente de milhares
de medicamentos. Não é,
pois, de surpreender que
encontremos bioquímicos na
maior parte dos laboratórios
por esses mundo fora. Eles
desenvolvem medicamentos,
asseguram se os desportistas
tomaram ou não “drogas”,
investigam causas das doenças.
E tudo isso nos laboratórios.
Servindo-se de produtos
químicos, de bactérias, e
mesmo da radioactividade,
eles conseguem manipular
moléculas tão pequenas que
não conseguem ser vistas nem
com um microscópio!
Afonso de Almeida
afonso@uevora.pt
“Mão de obra”
especializada,
barata e desprezada
Estatuto profissional. Bem, dirá
o leitor, é porque aquela maioria
não tem qualidade. Errado: pro-
jectos da Universidade de Évora
classificados pelos avaliadores
internacionais como MUITO
BONS e, até, EXCELENTES, não
têm sido financiados. As respec-
tivas equipas ficam impossibili-
tadas de fazerem investigação,
ficam prejudicadas nas suas car-
reiras, e problemas a requererem
investigação, pelo menos a nível
regional e local ficam por resol-
ver. Trata-se de uma situação
chocante no panorama profissional
do nosso País. Mas ainda há
pior: uma equipa de investigação
que não consegue ver o seu
MUITO BOM projecto aprovado
num determinado ciclo de avaliação
de candidaturas, fica irreme-
diavelmente afastada da “compe-
tição” no futuro. Isto porque, três
ou mais anos depois, mesmo que
a sua proposta de investigação
seja EXCELENTE, fica prejudica-
da pelo facto desta equipa proponente
não ter tantas “publica-
ções” como as das outras equipas
que tiveram projectos aprovados
anteriormente. E a sua “exclusão”
do sistema torna-se pratica-
mente inevitável, com as gravís-
simas consequências para
o desenvolvimento económico
e social do meio em que se inse-
rem. Já nem sequer é a “mão de
obra” especializada barata do
nosso governo. Estamos na pre-
sença de “mão de obra” especiali-
zada barata e desprezada.
Caro leitor: imagine que a sua
empresa o contrata para realizar
determinadas tarefas, e depois
o obriga a adquirir os meios para
que possa cumprir as mesmas.
Por exemplo, que lhe fornece um
espaço, mas que tem que comprar
os materiais para produzir
um determinado bem ou, na
melhor das hipóteses, que tem
que pagar a gasolina para distribuir
esses bem. E que os custos
a que fica obrigado para poder
cumprir as funções para que foi
contratado são bem superiores
à remuneração que aufere.
E que, se o não fizer, fica em
incumprimento profissional.
Incrível, não? Pois é o que se
passa com grande número de
professores universitários.
O Estatuto da Carreira destes
profissionais impõe-lhe a obrigação
de efectuar investigação.
Contudo, as Universidades não
recebem do Estado, seu patrão,
qualquer orçamento de funcionamento
destino à investigação!
O que se passa então? Os docentes
têm de concorrer com projectos
a mecanismos de financiamento
externos, alheios à Universidade.
Estes mecanismos têm vindo a
aprovar, nos últimos anos, pouco
mais de 20% de todas as candidaturas
submetidas. Ou seja, os
docentes que integraram as candidaturas
não aprovadas, a maioria,
ficam condenados, pelo
menos durante os 3 anos seguintes,
a não poderem cumprir aquilo
a que estão obrigados pelo seu
Maldita gripe
Por quê mais no Inverno? Porque está
frio? Não! Isso são histórias da avozinha.
A gripe é provocada por vírus, por
exemplo vírus da gripe, que é contagioso.
Um golo de água tomado pelo copo
do parceiro do lado, um beijo da sua tia
Gertrudes, ou mesmo um simples aperto
de mão podem contaminar. Ora, no
Inverno, passamos muito mais tempo
em “interiores”, normalmente mal arejados,
“apinhados” de pessoas... com os
seus “micróbios”. É a proximidade que
favorece a transmissão da gripe.
No Verão, pelo contrário, anda-se mais
“por fora”, e o ar circula mais livremente.
O vilão do vírus tem muito menos
“chance” de nos atingir. E ainda bem,
pois há tanta coisa gira para fazer
nas férias...
perguntámos
ao físico
Sendo o sol uma bola de fogo
que arde há milhões de anos,
donde vem tanto combustível,
e quando é que se esgota?
O sol liberta tanta energia, sob
a forma de radiação e de calor, que
consegue iluminar e aquecer o nosso
planeta situado a 150 milhões de quilómetros.
Esta energia é produzida
através de reacções nucleares que se
verificam no interior da estrela. Em
tais reacções, os átomos de hidrogénio
“fundem-se” transformando-se
em átomos de hélio. Em cada segundo,
700 milhões de toneladas de
hidrogénio são convertidas em hélio.
O hélio resultante é mais leve que
o hidrogénio: uma diferença de
massa de 0,7% que se dissipa sob a
forma de energia pura. O sol perde,
assim, cinco milhões de toneladas de
energia por segundo (432 milhares
de milhão de toneladas por dia).
A este ritmo, ele esgota muito rapidamente
as suas reservas de hidrogénio.
Mas como é muito maciço, dispõe
de enormes quantidades, o suficiente
para “brilhar” ainda durante
5 milhares de milhões de anos.
dp
pub
www.noticiasalentejo.pt
~
todos os dias são notícia
jornal on-line da universidade de évora

notícias alentejo~ Março 2007
~ciência&tecnologia
17
Tenha calma!
Você é mesmo o pai da criança
A cor dos olhos é determinada por células
“pigmentares” - melanocitos - da íris.
Estas células produzem um pigmento
castanho chamado melanina (o mesmo
pigmento que dá a cor à pele, pelos
e cabelo). Quando há muita células produtoras
de melanina a íris é cinzenta-
-azulada, a cor das células da íris vistas
por transparência. Uma camada fina de
melanocitos produz cor castanha.
Combinando com o azul, obtém-se todas
as “nuances” do verde, avelã, etc. Ao nascimento,
os bebés têm frequentemente
olhos azuis porque a sua íris ainda está
desprovida de melanocitos.
Gradualmente, estas células produzem
os seus pigmentos e a íris vai então
mudando de cor.
Repórter deprimido
Um repórter do The Guardian, jornal
britânico, submeteu-se a uma prova destinada
a determinar a sua quota parte
de responsabilidade na poluição com carbono
(CO2). Chegou à conclusão que, só
à conta do aquecimento central e do gás
da cozinha, contribuía com 14 quilos de
Carbono por dia. Somando as resultantes
da luz de 6 lâmpadas de 100 watts
cada, do frigorífico, do automóvel, etc.,
a sua quota chegou a 5,5 a 8 toneladas
por ano! Saiba o leitor que, em média,
por cada litro de combustível consumido
por um motor de carro, são libertados
mais de 2,5 kg de CO2. Agora imagine
as consequências dos “engarrafamentos”
nas grandes cidades...
Os nossos fiéis amigos
podem ter sonhos cor de rosa?
Os cães e gatos podem sonhar
“a cores”...mas provavelmente não ver
a vida em cor-de-rosa. São capazes de
distinguir as cores que se aproximam do
vermelho e do rosa mas, percebem
muito melhor outras cores como o azul
e o verde. Para eles, o arco-íris não tem
sete cores! Isso porque a sua retina tem
muito poucos “cones”, as células que
detectam as cores. Pelo contrário, contem
enormes quantidades de “bastonetes”,
as células sensíveis à luz, o que
lhes dá uma visão mais “penetrante”.
Vêm melhor à noite que os seus donos.
Faça o favor de ser feliz
(emigrando)
Investigadores da Universidade de
Warwick verificaram existir uma relação
directa entre o grau de felicidade
global de uma nação e os problemas de
tensão arterial dos seus cidadãos.
Os investigadores entrevistaram 15 000
pessoas de vários países europeus acerca
de todos os aspectos das suas vidas,
incluindo os seus níveis de satisfação
com a vida, saúde mental, e se tinham
problemas de tensão arterial. A tabela
classificativa, ficou assim constituída
(dos mais felizes para os mais infelizes):
Suécia, Dinamarca, Reino Unido,
Holanda, Irlanda, França, Luxemburgo,
Espanha, Grécia, Itália, Bélgica, Áustria,
Finlândia, Alemanha e Portugal. O mais
curioso do estudo é que o “ranking” relativo
aos problemas de hipertensão teve
exactamente a mesma ordenação!
Caramba, por que sempre nós? E, já agora,
o desenvolvimento económico não é
sinónimo de “bem-estar” humano.
Os governos não podem continuar
a olhar para o Homem como mero ser
“economicus”.
Respostas de Estudantes
‘Germinar:
tornar-se natural
da Alemanha’
~
‘Planeta:
um corpo de terra
envolvido por céu’
~
‘Para a asfixia:
aplica-se respiração artificial
até que o paciente esteja morto’
SÍTIO
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DO NOTÍCIAS ALENTEJO
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266 508 010 * 266 508 017 (fax)
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REGUENGOS DE MONSARAZ
LIVRARIA
curiosidades
O médico e o monstro
O livro O médico e o monstro
foi inspirado em William
Brodie, um respeitado homem
de negócios. Durante o dia,
fazia parte do conselho da
cidade de Edimburgo mas,
descobriu-se, à noite era
chefe de uma quadrilha de
ladrões. O escritor Robert
Louis Stevenson ficou fascinado
com a história desse
homem de dupla personalidade
e criou as figuras do
Dr. Jekyll e de Mr. Hyde,
em 1886.
Sherlock Holmes
Depois de observar qualquer
estranho, o dr. Joseph Bell,
um cirurgião de Edimburgo,
era capaz de deduzir muito
de sua vida e de seus hábitos.
Isso impressionou um dos
seus alunos, Conan Doyle,
que admitiu ter "usado
e ampliado os seus métodos
quando construiu o detective
Sherlock Holmes".
Conto do Vigário
Uma imagem de Nossa
Senhora dos Passos doada
pelos espanhóis à cidade de
Ouro Preto (MG) originou
uma disputa entre os vigários
de duas igrejas, a de Nossa
Senhora do Pilar e a de Nossa
Senhora da Conceição. Para
resolver o impasse, o vigário
de Pilar sugeriu que a imagem
fosse colocada em cima
de um burro no meio do caminho
entre as duas igrejas.
O rumo que o animal tomasse
decidiria com quem ficaria
a imagem. Quando foi solto,
o burro imediatamente se dirigiu
à igreja de Pilar. Mais tarde,
soube-se que ele pertencia
ao vigário de lá.

18
figuras&factos~
notícias alentejo~ Março 2007
faça chuva
ou faça sol
Universidade distingue
Vasco Graça Moura
A Universidade de Évora distinguiu
Vasco Graça Moura com
o Prémio Vergílio Ferreira/07.
Ensaísta, crítico, tradutor, poeta
e ficcionista, Vasco Graça Moura é
um dos nomes de referência da cultura
portuguesa contemporânea.
Recebeu inúmeros prémios literários,
entre os quais o Prémio
Pessoa (1995), o Prémio de Poesia
do PEN Clube (1997), o Grande
Prémio de Poesia da Associação
Portuguesa de Escritores (1997)
e o Grande Prémio de Romance
e Novela APE/IPLB, 2004, bem
como três prémios internacionais
em Itália e macedónia. Em 1998
foi-lhe atribuída a Medalha de
Ouro da Cidade de Florença pelas
suas traduções de Dante. O Prémio
Vergílio Ferreira foi criado pela
Universidade de Évora em 1997,
para galardoar ensaístas e/ou
romancistas de língua portuguesa.
Na lista dos distinguidos constam
Maria Velho da Costa, Maria
Judite de Carvalho, Mia Couto,
Almeida Faria, Eduardo Lourenço,
Óscar Lopes, Vítor M. Aguiar e
Silva, Agustina Bessa Luís, Manuel
Gusmão e Fernando Guimarães.
PLUZZARTE
subiu ao palco
O grupo PLUZZARTE apresentou,
em Fevereiro, no Auditório
Municipal de Reguengos de
Monsaraz, a peça de teatro
“É urgente o amor”, de Luís
Francisco Rebello. A iniciativa,
organizada pela Câmara Municipal
de Reguengos de Monsaraz e pela
Escola Secundária Conde de
Monsaraz, teve como actores oito
alunos deste estabelecimento de
ensino. O grupo PLUZZARTE tem
existência dramática desde o ano
lectivo 2003/04 e, até ao momento,
as suas incursões de palco limitaram-se
a pequenas actuações junto
da comunidade escolar da Escola
Secundária Conde de Monsaraz.
Constituído por 13 alunos, com idades
compreendidas entre os 13 e os
18 anos, o grupo nasceu da paixão
comum pelas artes da representação
e da vontade de aproximar
o teatro dos jovens.
Um PDM
no país da burocracia
A Comissão Técnica de
Acompanhamento do PDM já deu
um parecer favorável sobre a proposta
elaborada pela autarquia de
Évora, segundo a rádio DianaFm.
O presidente da Câmara de Évora,
José Ernesto Oliveira, explicou
que o documento entrou em fase
de consulta por parte de instituições
e departamentos públicos que
não integram a comissão. Segue-se
o período de discussão pública
(60 dias). O Plano Director
Municipal de Évora entrou em revisão
em 1998. Não terá chegado o
momento de analisar porque é
tudo tão demorado na
Administração Pública?
Sócrates, o líder de quem
os espelhos gostam
Tomou posse em Março de
mensagens fundamentais.
2005 levando no bolso uma Acrescente-se que tem consemaioria
absoluta na
guido elogios à sua direita e
Assembleia da República e
que, até ver, tem contado com
desde então tem mantido o PS
um partido conformado,
no topo das intenções de voto
ficando as críticas mais feroe
uma imagem positiva nas
zes a cargo do que resta da
sondagens. José Sócrates ame-
esquerda não alinhada.
aça ser um «caso de estudo»
Acrescente-se, por exemplo, os
do marketing político, apesar
argumentos utilizados por
da carga fiscal, do desemprego
José Miguel Júdice ao abane
das manifestações.
donar o PSD. Segundo o
Visto de fora, o actual
Expresso, o histórico social-
Primeiro-Ministro é conside-
democrata diz que o partido
rado como um exemplo de polí-
está «muito equívoco» e «mais
tico frio e eficaz, que sabe uticonservador
do que há 20
lizar o instinto e que se preoanos».
Ainda segundo o
cupa em manter a liderança
mesmo semanário, Júdice conda
agenda política. Por dentro,
sidera que quem hoje ocupa «o
alguns socialistas gabam-lhe o
lugar simbólico que antes tiveespírito
de iniciativa, mas
ram líderes como Sá Carneiro
lamentam os desvios da
matriz social que caracteriza o
e Cavaco, é José Sócrates».
partido em áreas como a saúo
Partido Socialista numa
«José Sócrates transformou
de.
O «actor» José Sócrates,
metáfora da rapacidade do
que sabe utilizar o teleponto e
cinismo neoliberal, cujas pre-
«trabalhar» com as câmaras
tensões radicam em funções
de televisão, tem «semeado»
repressivas e no poder cego da
inimigos junto de corporações
imanência do económico sobre
de vários sectores, da saúde à
o humano», escreveu, em
educação, sem esquecer a
Maio do ano passado, Baptista
Justiça. Ainda assim, o espeque
não morre de amores pelo
Bastos, jornalista e escritor
lho adora-o e confirma-o
como o líder mais popular cá O Primeiro-Ministro líder socialista.
do pedaço.
tem andado à chuva Mas, como refere no mesmo
Como se explica, então, o
artigo do Jornal de Negócios
sucesso de Sócrates? Um
mas não se molha
Baptista Bastos, o segredo do
recente trabalho da revista foto www.governo.gov.pt sucesso de Sócrates tem ainda
Visão sobre este tema aponta
outras razões: «A Direita não
quatro ideias-chave: credibili-
se entende consigo própria.
dade, confiança, relevância e
Assim sendo, como poderia
centralização. É realmente ver-
entender-se com o País? Os
dade que tem marcado a dife-
seus chefes putativos, Luís
rença relativamente a Santana
Marques Mendes e José
Lopes, que ainda não saltou
Ribeiro e Castro não possuem
do comboio em andamento,
«carisma» porque não dispõem
como Guterres e Barroso, e
de qualquer projecto, minimaque
tem conseguido manter
mente verosímil, para impuluma
forte disciplina no seio
sionar alguma alteração ao 'sisdo
Governo no que se refere a
tema'».
A região em debate
é lá atrás, na página 11
Assine o jornal
na página 22
É por ali »
pub
~ notícias alentejo
entre” aspas”
«Um "documentário" exibido
na RTP (…) transformou-se no
exaltado panegírico de Salazar,
sob a manhosa aparência de
"objectivo". O autor, Jaime
Nogueira Pinto, é um homem
astuto, mas não tão inteligente
quanto. Ocultou, entre um rol
de malignidades, que o ditador
fascista destruiu a incipiente
Escola de Matemática de
Lisboa, perseguiu e homiziou
gente da craveira dos profs.
Ruy Luís Gomes, José Morgado,
Aniceto Monteiro (criador da
famosa Escola de Matemática
da Argentina), Gustavo de
Castro, Bento de Jesus Caraça,
Manuel Valadares (que chegou
a ser convidado por Albert
Einstein para seu assistente),
Mário Silva, Pulido Valente,
Francisco Martins - a lista
é inumerável. Está provado:
Salazar deu ordens directas
para o assassínio de Humberto
Delgado. A bestialidade das torturas
na polícia política era dele
amplamente conhecida. Não
houve família portuguesa que
não tivesse um pai, um filho,
um parente, um amigo, um companheiro
na cadeia ou no exílio.
A PIDE e, antes dela, as antecessoras
com outro baptismo,
possuíam fichas de quatro
milhões e meio de portugueses,
e dispunham de quase quatrocentos
mil bufos. Eu próprio fui
denunciado por um canalha,
António Morais de Carvalho,
redactor do jornal "A Voz"
e chefe de Redacção do semanário
monárquico "O Debate",
além de procurador à Câmara
Corporativa. Era amigo do meu
Pai e conhecia-me de garoto.
Pela delação recebeu a importância
de 200 escudos. Vivemos,
durante cinquenta anos,
sequestrados pelo medo, pelo
terror, pela brutalidade, sob
o beneplácito da Igreja e as bênçãos
do cardeal Cerejeira.
Mesmo os recalcitrantes eclesiásticos,
como D. António
Ferreira Gomes, bispo do Porto,
Abel Varzim, Padre Américo,
Felicidade Alves, muitos mais
outros, foram importunados.
Salazar, culturalmente medíocre,
balizou o País segundo
a métrica da sua mediania.
Foi o mesquinho na mesquinhez.
É uma história medonha,
impossível de esquecer apesar
dos constantes branqueamentos
com que inescrupulosos preopinantes
tentam suavizar.
Lembro, a propósito, um poema
da grande Sophia de Mello
Breyner, a que chamou "O Velho
Abutre": "O velho abutre é sábio
e alisa as suas penas / A podridão
lhe agrada e seus discursos
/ Têm o dom de tornar as
almas mais pequenas". O poema,
assim como outros, de
incomparável beleza violenta,
compô-los Sophia em 1962
("Livro Sexto" - III "As Grades"),
e constituem um corajoso protesto
contra esse "tempo de
silêncio e de mordaça", como
ela o definiu. Relembrar a poetisa
é não só homenagear uma
extraordinária portuguesa,
como recusar o apagamento
da História. Sophia, a maior
entre os maiores»
Baptista Bastos
www.negocios.pt

notícias alentejo~ Março 2007
19
~no fecho
Associação
Académica
promove
concurso
de bandas
Proporcionar oportunida- pela Associação Acadédes
aos jovens com talento mica da Universidade de
na área musical, estimular Évora, o primeiro prémio
a formação e o trabalho
inclui a gravação de três
desenvolvido pelas chatemas
e a garantia de
madas bandas de garagem
e oferecer um evento actuação da banda no
caracterizado por diferen- encerramento do mês da
tes estilos musicais aos Juventude, na Queima
jovens e à comunidade em das Fitas e na Feira de
geral, são os objectivos da
realização do Concurso de
São João.
Bandas, organizado pela Informações e Contactos:
Associação Académica da Associação Académica da
Universidade de Évora. Universidade de Évora
O período de inscrição e Rua Diogo Cão, n.º 21,
entrega de maquetas para 7000-872 Évora
o Concurso e termina no Tel.: 266 74 89 50 / 52
dia 7 de Março de 2007. Fax: 266 74 89 51
De acordo com a infor- Email: aaue@uevora.pt
mação disponibilizada Web: www.aaue.pt
Évora recebe
«Matemática em Jogo»
A exposição “Matemática em jogos mais antigos e com tabu-
Jogo” realiza-se de 3 a 10 de leiros e material diverso para
Março, das 9 horas às 17 jogar outros jogos apresentahoras,
no Mercado Municipal dos, cujas regras estarão à disde
Évora, organizada pela posição, bem como apoio de
Associação Ludus, pelo docentes do Departamento de
Departamento de Matemática Matemática da Universidade
da Universidade de Évora e de Évora. Para além disso,
pela Câmara Municipal de
serão postas em evidência
Évora e integrada no mês da
algumas ligações inusitadas
Juventude. Esta exposição,
que esteve recentemente no
entre a matemática e estes
Centro Cultural de Belém, jogos, para além da simples
conta com uma parte histórimento
estratégico e o pensa-
proximidade entre o pensaca,
em que se exploram alguns
dos jogos de estratégia que mento matemático. No dia 9
acompanham a humanidade de Março, Évora recebe a final
desde tempos imemoriais até do 3º Campeonato Nacional
aos nossos dias. Conta ainda de Jogos Matemáticos, no
com réplicas em pedra de Palácio D. Manuel.
Fundação Alentejo-Terra Mãe
expõe «Raízes»
«Raízes» é o título da expo- vés das quais Pantoja Rojão,
sição de pintura de Pantoja um dos mais importantes
Rojão que vai estar patente, médicos pintores da actualide
16 a 30 de Março, no dade, natural de Évora, pro-
Salão de Exposições da
cura essencialmente retra-
Fundação Alentejo Terratar
“temas e situações liga-
Mãe em Évora. A inaugurados
à vivência do Alentejo,
ção da exposição terá lugar
no dia 16 de Março, sextafeira,
a partir das 17h30, e
às suas origens e raízes”.
contará com a actuação do
grupo Cantares de Évora -
Coral Etnográfico. A mostra
apresenta ao público cerca
de três dezenas de óleos, acrílicos,
guaches, aguarelas,
técnicas mistas e colagens,
incluindo também alguma
obra gráfica. Trata-se de um
conjunto de trabalhos atra-
pub
classificados
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OLIVEIRAS, etc. Prestação de
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20
crónica~
notícias alentejo~ Março 2007
tópicos
A liberdade e a escrita:
literatura e blogues *
Luís Carmelo
luis.carmelo@sapo.pt
Uma pessoa pode ser livre paradoxo da sua liberdade século XVIII para cá, foi os, assim como o tipo de
e sentir-se livre, mas se se torna eficaz e mais as feita nesta ou a partir desta interacção que, na comuniveste
o anoraque de escritor vozes criadas pelo escritor clausura. E sem que nin- cação literária, acede ao
deixa imediatamente de serão tendencialmente guém sublinhasse o facto, estético e que, nos blogues,
o ser. Um escritor está sem- vozes livres e, portanto, ou pelo menos a importân- apenas acede à “estesia”
pre condicionado por uma à procura de sentido. cia que ela releva. (a simultaneidade entre
forma que é a literária e por A liberdade não é um pre- Nos blogues, a questão da a pura sinalização e um
um universo que dita regras sente que se receba do céu. escrita, em si, não é subs- certo regresso ingénuo
e eficácias de todo o tipo É antes uma disposição indi- tancialmente diferente. à poiesis: a linguagem que
(técnicas, comunicacionais, vidual e um entendimento O que muda é a provisorie- joga com a linguagem).
hermenêuticas, etc.). geral que se poderão rever dade (as formas em estado Seja como for, a liberdade
No entanto, esses limites um ao outro no mútuo usu- de permanente subtracção nos blogues continua a não
reais à liberdade é que aca- fruto dos actos do quotidia- e adição), a enunciação sín- ser uma coisa oferecida.
bam, paradoxalmente, por no. A literatura é um desses crona e plural, a metacon- É o usufruto radical de um
construir o horizonte de actos, como qualquer outro. textualidade (as formas acto de escrita, no perpétuo
liberdade que o escritor Pelo meu lado, nunca sacra- criam o seu próprio contex- pas de deux com os limites
pode, ou não, usufruir. lizei a actividade, nem tão- to, deixando de haver um desse mesmo acto, que
Esse usufruto é afinal a sua pouco a entendi como parti- “de fora” e “um de dentro” melhor escrutina e define
liberdade. E quanto mais cularmente “libertadora” no evidentes), a reversibilidade a liberdade. Ela - a liberdao
escritor se sentir livre sentido de poder estar ao (multimodalidade e coexis- de - estará sempre lá, potenpara
contornar as narrati- serviço de “causas”. É aí que tência de registos) e o incor- cialmente, como um gesto
vas que 'andam no ar' (aque- ela, precisamente, deixa de póreo (no sentido de um lapidar, ou insignificante
les 'valores gerais' - políti- ser usufruto para passar a agregado que não é motivacos,
meramente ideológicos não ser livre. Para passar a do por um centro mas por
ou de “auto-ajuda”, como ser narrativa enclausurada vários). O que muda é ainda
agora se diz - que são res- em narrativa. Grande parte e sobretudo a posição relatipostas
para tudo), mais esse da história da literatura, do va entre escritor e auditóri-
* publicado no
Expresso on-line
RÁDIO CORVAL, C.R.L.
RUA DE S. PEDRO, 25 - S. PEDRO DO CORVAL - 7200-132 CORVAL
Telefone: 266 509 340 | Fax: 266 509 349 | E-mail: rcalentejo@hotmail.com
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Há 20 anos uma referência
porque o Alentejo merece
Évora, por David Prazeres
Foto: David Prazeres

notícias alentejo~ Março 2007
21
~ música& letra
Pelo canto
do olho
SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA
LER
PARA
SER
J. Alberto Ferreira
jaf@escritanapaisagem.net
Breves notas
sobre ciência
Gonçalo M. Tavares
Lisboa, Relógio d'Água, 2006
complexos e paradoxalmente
simples. As Breves notas sobre
ciência não fogem a esta regra.
Perguntas (e respostas)
‘Claro que o Perigo é a origem sobre investigação
dos métodos científicos mais
eficazes. / Se o Homem fosse
imortal ainda não teria
Podem identificar-se ao longo
inventado a roda [...]’ (p. 11)
do livro temas nucleares, como
que FAQ's (frequently asked
questions, perguntas feitas frequentemente),
ou o que sempre
Dos métodos
quis saber sobre investigação.
científicos
As respostas são, como as per-
guntas, sempre parte do problema.
A exigir uma leitura
A investigação científica está
na ordem do dia, guindada às Exactidão? «Ser exacto em
primeiras páginas dos jornais ciências é errar num tom de
e ao coração da agenda política. voz mais firme do que os
E, por esta via, presente no outros» (p. 17). Investigar?
debate quotidiano com tonalie
direcção ao Mistério?
«Como seria possível caminhar
dades de rigor matricial e frequentemente
associada a pro- Em direcção ao que não sei?»
messas de felicidade (tecnológi- (p. 20). A pergunta é feita com
ca ou política, por exemplo) ou Wittgenstein à vista. E a res-
a garantias de futuro. posta também, desassombrada: comunidade científica» (p. 80). sorial. É por aí que caracteriza
Neste livro de Gonçalo M. «Se caminho em direcção ao A mentira: «A ciência proíbe a metáfora como «ferramenta»
Tavares, autor sobejamente Mistério é porque o Mistério já a mentira, porém, a mentira outra da investigação. Deixá-la
conhecido por obras tão diver- foi desvendado por mim». É que existe, e tudo o que existe é ver- «fora da ciência exclui um consas
como Jerusalém (da série «não investigas, divertes-te. dadeiro» (104). Investigar outra junto de soluções possíveis e,
dos livros negros), A colher de Crias dificuldades e conceitos vez, para fechar o ciclo: «Inves- portanto, de problemas»
Samuel Beckett (teatro) ou os (já para atrasar a tua chegada. / tigar é não repetir um raciocí- (p. 113). É um caminho, em últiseis)
livros da série do bairro, a Amanhã chegarás ao esconderi-
nio. Eis o difícil» (p. 134). ma instância, em direcção à
questão vê-se colocada no plano jo onde ainda hoje escondeste a
beleza, porque o «cientista perresposta»
(p. 21). O especialista?
feito é também jardineiro: acre-
do literário, mas nem por isso
deixa de pensar a felicidade e a «Queres trazer algo de novo a
dita que a beleza é conhecimenbeleza
da ciência. Com as mar- esta caixa quadrada de 1 metro Arte de
to» (p. 36; cfr. ainda 37, 100).
cas, reconhecíveis já, da escrita por 1 metro? / Então procura jardinar
quase aforística deste professor algo fora dela [...] Como entenda
Universidade de Lisboa, der, pois, os especialistas?» Ressalvo que estas Notas bre-
escrita que se afirmou desde (p. 39). Objectividade? «Quem ves não se apresentam com Pensar
logo única no panorama concia
anula-se como sujeito e orgu- à investigação (embora o título
defende a objectividade em ciên- o um manual de introdução ligeiramente ao lado
temporâneo, pela inventiva radilha-se
disso [...]. Porém, há pes- brinque com a ambiguidade «Observar pelo canto do olho é,
cal e pela permanente convocação
(raramente de forma linear soas que não acreditam em ciên- dessa expectativa), antes parti-
em ciência, começar a elaborar
ou recorrendo ao argumento de cia feita por objectos» (p. 46). lha com outros da produção de a hipótese. [...] Observar a realiautoridade)
da reflexão filosófi- Instrumentos científicos? «Cada Gonçalo M. Tavares (O livro da dade pelo canto do olho, isto é:
ca e epistemológica, de citações instrumento científico é uma dança ou Histórias falsas, por pensar ligeiramente ao lado.
de autores literários e pensado- resposta às necessidades do exemplo) dessa dimensão de A isto chama-se criatividade.
res (Borges e Wittgenstein, por investigador» (p. 48).
inquirição pela linguagem Daqui saíram todas as teorias
exemplo, ou Brecht e Barthes, Metodologia? «Tu não usas uma e pela beleza que caracterizam científicas importantes» (p. 75).
ou Valéry e Russell). Os resulta- metodologia. Tu és a metodolo- a literatura deste autor.
Creio que devemos dizer o
dos são, numa produção que já gia que usas» (p. 62). A verdade: É por essa via que esta teoria mesmo desta, entre a poesia
conta número significativo de «Eis as verdades, e eis as menti- da investigação científica (ficci- e a ciência, entre a filosofia
títulos, surpreendentes e lumi- ras» (p. 70). O erro: «Os erros onada? camuflada?) considera e a beleza. Que outra forma
nosos, divertidos e aliciantes, científicos são erros de uma exactamente uma dimensão sen- teria o autor de a escrever?
FEIRA DO LIVRO
Entre os dias 18 a 23 de Março decorrerá,
no espaço da Biblioteca Escolar Professor Manuel Talhante,
a Feira do Livro numa parceria entre a Escola Secundária
e a livraria SÍTIO DAS LETRAS
Aguardamos a sua presença
2007
Ano
Novo,
Livros
Novos
7
2007
SÍTIO DAS LETRAS
Rua S. João de Deus, 18
sitiodasletras.rmz@sapo.pt
Tel. 266 508 010
REGUENGOS DE MONSARAZ

22
notícias alentejo~ Março 2007
João Espinho*
joao.espinho@netvisao.pt
...dafotografia
Anualmente, mais ou menos acontecimento, não através de tex- em causídico que denuncia a calamipor
esta altura, são divulgadas tos, mas de fotografias. dade.
as fotografias premiadas pela Invariavelmente, são as imagens Por momentos - o momento da
World Press Photo captadas em teatros de guerra, ou de visita - a notícia é-nos servida de
(http://www.worldpressphoto.com/), desgraça, as mais premiadas. Serão uma forma diferente.
organização independente sedeada também, não duvido, as mais apreci- Não vamos ver imagens de uma
em Amesterdão, vocacionada para adas. Corpos mutilados, exércitos guerra. Não vamos visitar registos
promover o fotojornalismo e respon- lado a lado com esqueletos, cidades de um território dizimado. A exposisável
pelo maior e talvez mais pres- destruídas e crianças famintas, são ção WPP serve-nos a guerra, a destigiado
concurso de fotografia do ingredientes que o leitor das ima- graça, o horror, como se de um
mundo. Com mais de 50 anos de exis- gens da exposição da WPP tem ao revista de culinária se tratasse
tência, a WPP tem tido um trabalho seu dispor para construir a notícia. (e onde sabemos que vamos encondigno
de destaque na descoberta de Construir a notícia? trar as iguarias muito bem composnovos
valores no fotojornalismo, Deveria ser assim. tas e ornamentadas).
ao mesmo tempo que confirma Mas o fotojornalismo dos dias de A fotografia vencedora do
a Fotografia como Arte. Refira-se hoje não deixa margem para inter- Concurso WPP 2007 é disso um bom
que a exposição itinerante da WPP pretações. O leitor pode, quanto mui- exemplo. Um grupo de jovens libaé
vista anualmente por mais de to, avançar emotivamente com algu- neses, de aspecto cosmopolita,
2 milhões de visitantes em 45 paí- mas questões, interrogar-se sobre fazendo-se transportar num descases.
Portimão recebe a exposição de a crueldade das imagens. A fotogra- potável vermelho metalizado, passe-
21 de Julho a 12 de Agosto e na cida- fia é, assim, uma antecâmara da ia-se perante um cenário de destruide
da Maia estará patente ao público exclamação de horror, da manifesta- ção num bairro de Beirute. A imadurante
o mês de Novembro. ção de repúdio. O espectador, magi- gem é servida a frio, retrata uma
Quem já teve o privilégio de camente, afasta o fotógrafo - o que contradição, e ao espectador não resobservar
as obras patentes nas expo- pôs em evidência a notícia - esquece tará mais do que lamentar o facto de
sições da WPP, sabe que ali se fala, os timbres, as escalas, os contrastes a desgraça ser tão fotogénica.
essencialmente, de jornalismo, da - a técnica - e transforma-se em juiz
forma como é dada uma notícia, do escândalo, em advogado de acucomo
* editor do blogue
se transmite determinado sação dos senhores da guerra,
http://pracadarepublica.weblog.com.pt
cupão de assinatura
1 ano, 12 números, 12 €
Nome
Morada
Cód. Postal
Tel.
Localidade
E-mail
‘A desgraça
é fotogénica’
Envie para: Rua S. João de Deus, 18 7200-376 Reguengos de Monsaraz ou para o Fax: 266 508 019
informações: Telefone: 266 508 012 Telemóvel: 967 032 441 E-mail: noticiasalentejo@sapo.pt
venha
uma
dúzia
Assine aqui
e o jornal
vai até aí.
Fala do
Homem
Nascido
...dapoesia
Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se faz ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
António Gedeão
(Rómulo Vasco da Gama de Carvalho)
Nasceu em Lisboa em 1906. Em 1931
licenciou se em Ciências Físico
Químicas pela Faculdade de Ciências
da Universidade do Porto e em 1932
conclui o curso de Ciências Pedagógicas
na Faculdade de Letras. Professor,
investigador, pedagogo e historiador da
ciência, bem como o poeta, foi reconhecido
publicamente por personalidades
da política, da ciência, das letras
e da música. Faleceu em 1997.

notícias alentejo~ Março 2007
23
~prazeres
2 concepts
híbridos
e o novo
Toyota Auris
em exibição
no Salão
Internacional
de Genebra
Citroën Grand C4 Picasso
vence título nacional de
«Carro do Ano - Troféu
Volante de Cristal - 2007»
SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA
LER
PARA
SER
O empenhamento da Toyota
naquela que é a sua visão para
uma mobilidade sustentável
vai estar patente no Salão
Internacional de Genebra
2007. A revelação de dois concept
híbridos demonstra uma
das possíveis soluções de aplicação
desta tecnologia no
transporte no futuro de bens
e pessoas.
A mostra da tecnologia
híbrida vem reforçar o posicionamento
da Toyota na pesquisa
e aplicação de soluções
que tornem os automóveis
menos agressivos para o ambiente.
O sistema Hybrid
Synergy Drive® encontra-se
no centro da estratégia, sendo
essencial para percorrer o
caminho em direcção ao veículo
100% ecológico. No Salão
Internacional de Genebra
2007, a Toyota vai marcar a
estreia mundial do Hybrid X
- um concept que apresenta
uma nova linguagem de
design para os veículos híbridos,
assim como novas soluções
técnicas para o futuro.
Por outro lado, o FT-HS,
Future Toyota Hybrid
Sports, apresenta-se como
um concept desportivo do
século 21 - motor frontal,
tracção traseira, design desportivo,
projectado para uma
aceleração dos 0 - 100 Km/h
na fasquia dos quatro segundos.
O FT-HS apresenta um
enorme potencial da tecnologia
híbrida, oferecendo uma
nova e emocionante experiência
de condução a par da
performance ambiental.
O novo Toyota Auris vai
ser revelado, pela primeira
vez na Europa, na versão de
três portas. Este Auris vai possuir
uma cor distinta, assim
como jantes com um design
especial.
O Toyota Avensis, modelo
de topo na vasta gama Toyota,
foi melhorado com alguns equipamentos,
entre os quais,
o sistema de navegação GPS
com ecrã de sete polegadas
sensível ao toque.
recém-apresentado C4 o título de carro do ano
Picasso de cinco lugares - o de Monovolume do Ano,
vem trazer mais uma novi- enquanto que o Toyota
dade ao mercado nacio-
Avensis mereceu a distinnal,
isto porque é a prição
de Carrinha do Ano.
meira vez, desde que este
Jorge Reis
prémio foi instituído, em Ainda o Lexus GS 430h,
jorgereis@lusomotores.com 1984, que um monovolume
ganha o título de o BMW 335i Coupé, como
como Executivo do Ano,
Carro do Ano em
Desportivo do Ano, e o
No mesmo dia em que Portugal, curiosamente
"português" Volkswagen
a Citroën apresentou, em no mesmo ano em que,
Barcelona, o novo Citroën em termos internacionais,
Eos, nomeado como
C4, de cinco lugares, que a Ford tinha dado o "pona
par do BMW X3, indica-
Descapotável do Ano,
deverá chegar ao mercado tapé de saída" com a
nacional dentro de dois nomeação de outro mono- do como o Todo-o-Terreno
meses, a marca francesa volume, o S MAX, como do Ano, completaram
em Portugal viu o agora carro internacional do o leque de nomeações da
apelidado de Citroën ano.
noite em termos de pro-
Grand C4 Picasso, o mode- Em cerimónia organidutos
automóvel.
lo de sete lugares, ser zada pelo AutoSport no
escolhido por um painel Blues Café, na zona ribeide
20 jornalistas, em rinha de Lisboa, o Citroën como referimos atrás foi
Esta iniciativa, que
representação de igual C4 ultrapassou assim os promovida pelo semanánúmero
de órgãos de restantes 22 modelos colo- rio "AutoSport", homena-
Comunicação Social, cados a concurso, naquele
geou a Renault como
como vencedor do título que foi a edição em que
nacional "Carro do Ano - houve mais modelos insdo
Ano", em homenagem
"Entidade/Personalidade
Volante de Cristal - 2007". critos para o título nesta
Este acaba por ser o categoria que poderemos aos 25 anos de ligação da
segundo prémio para a classificar de "global". marca francesa ao deslinha
C4 da Citroen, isto Na cerimónia desta porto automóvel nacioporque
já em 2005 o júri quinta-feira foram ainda
nal, de que, curiosamente,
do Carro do Ano, iniciati- atribuídos prémios aos
va do jornal AutoSport, vencedores das diversas
se despede este ano com
escolhera o Citroën C4 classes do Carro do a dedicação praticamente
como o vencedor nesse Ano/Troféu Volante de exclusiva à aposta do
ano deste importante Cristal, que tinham como construtor na Fórmula
galardão para o mercado propósito distinguir as Um. Foram ainda distinautomóvel
nacional. melhores propostas do guidos Filipe Albuquer-
Esta nomeação do ano em cada segmento
que, como Piloto do Ano
Citroën Grand C4 Picasso de mercado. Assim,
- vamos chamar-lhe assim o Peugeot 207 foi nomea- em Portugal, e António
para não o confudirmos, a do Utilitário do Ano, o C4 Félix da Costa como
partir de agora, com o Picasso acumulou com Piloto Revelação.
2007
Ano
Novo,
Livros
Novos
7
2007
SÍTIO DAS LETRAS
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sitiodasletras.rmz@sapo.pt
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