MARINHA GRANDE Uma cidade com 25 anos - Jornal de Leiria

MARINHA GRANDE
Uma cidade com 25 anos
FOTO: RICARDO GRAÇA
Este suplemento faz parte integrante da edição 1496 do JORNAL DE LEIRIA, de 14 de Março de 2013 e não pode ser vendido separadamente

MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 3
RICARDO GRAÇA
Marinha Grande,
25 anos de crescimento
DETERMINAÇÃO
ADOLESCENTE FAZ
DE VILA CIDADE
Carlos Caetano tinha 19 anos quando decidiu que a vila onde nascera ser
cidade. Corria o ano de 1984, quando iniciou, sozinho, o longo processo da
elevação, que viria a ser concluído a 11 de Março de 1988. Satisfeito com a
conquista, o empresário frisa que não são precisos partidos ou movimentos
para erguer um projecto, desde que seja válido e fundamentado.
Dia 11 de Março de 2013 foi uma data
histórica para a Marinha Grande, que
assinalou 25 anos de elevação a cidade.
A vila que em 1988 contava com cerca de 25 mil
habitantes cresceu. Hoje só a Freguesia da
Marinha Grande tem mais de 31 mil habitantes,
e o concelho, que em 2001 passou a integrar a
Freguesia da Moita, totaliza mais de 38 mil
residentes. Mas nem só de habitantes se fez o
crescimento desta terra.
Com uma vivência desde sempre ancorada na
indústria, a Marinha Grande conheceu nestes
últimos 25 anos como que uma segunda revolução
industrial, uma viragem do fabrico artesanal
do vidro para a automatização do sector.
A transformação levou ao encerramento de
muitas fábricas, e à consolidação de outras,
que tanto no vidro, como no sector dos moldes,
acabaram por se evidenciar como referências
de tecnologia e de inovação em vários pontos
do globo.
No domínio da cultura, foi também nos últimos
25 anos que se ergueram nesta cidade os grandes
espaços museológicos, e foram lançados
alguns dos projectos culturais mais emblemáticos.
À intensa actividade de clubes e associações
do concelho, hão-de juntar-se, ainda este
ano, as conferências, o cinema e o teatro na
nova Casa da Cultura.
O futuro passará certamente por manter a
pujança industrial da cidade, e fazer com que
essa capacidade empreendedora contagie
outras esferas, como a actividade comercial,
por exemplo, que se tem mantido adormecida.
Algumas bases foram lançadas nesse sentido,
com a criação de novos espaços de comércio,
que serão inaugurados em Maio, no edifício da
Resinagem. Ainda em projecto estão outros
equipamentos igualmente relevantes, como o
mercado ou a piscina municipal. ●
Tem permanecido na sombra, em cada uma das comemorações,
mas a “data redonda”, de 25 anos de elevação
a cidade, impunha que se desse a conhecer. Carlos Caetano
(na foto) acedeu ao convite e falou ao JORNAL DE
LEIRIA, para mostrar que a persistência de um só homem
chega para erguer um bom projecto, desde que a ideia
seja boa e bem fundamentada.
Carlos Caetano nasceu Marinha Grande, onde residiu até
aos 14 anos. Foi nessa altura, ao mudar-se para Alcobaça,
que percebeu o quanto tinha deixado na sua terra. Na
Marinha Grande tinha ficado, além dos amigos, um conjunto
de actividades desportivas que ainda não eram praticadas
na terra que o acolheu. “Na Marinha Grande fazia
judo e atletismo, alguns amigos andavam na patinagem,
e outros no basquetebol, coisas que não existiam em Alcobaça.”
Também por essa altura, muitas localidades estavam a
tornar-se cidades, levando o jovem a querer pesquisar
mais sobre a lei e os requisitos da elevação. “Descobri que
a Marinha Grande já cumpria os requisitos desde 1960”,
recorda Carlos Caetano. Num período pós Revolução de
Abril, sentia-se na Marinha Grande algum distanciamento
entre pessoas de diferentes facções ideológicas, “o que
me levou a pensar que a elevação da cidade poderia ser
uma causa unificadora”.
Além disso, estava em curso a divisão do território através
da criação das regiões administrativas, e era necessário
garantir alguma força nesta localidade, sob pena de
ser engolida por Leiria. A proximidade com Leiria tem destas
coisas, aponta Carlos Caetano: “se de vez em quando
não nos colocarmos em bicos de pés, não nos sobra nada”.
A ideia tomava cada vez mais forma na sua mente, mas
ninguém levava a sério um rapaz de 19 anos. “Como vou
fazer isto?, perguntava-me. É preciso notar que não havia
internet.” Nesta altura vivia já em Lisboa e por isso a solução
passava por dedicar muitas horas de pesquisa na
Assembleia da República, e outras tantas na Biblioteca
Nacional.
“Foi assim que redigi o projecto de lei de alto a baixo, com
todos os argumentos inscritos, para justificar a elevação
a cidade, dactilografado à máquina de escrever”, afiança
ADRIANA GUARDA
Carlos Caetano. Foi por intermédio de um amigo que
conheceu Rui Vieira, então deputado na Assembleia da
República por Leiria. E foi com espanto que o deputado
recebeu deste jovem um projecto de lei pronto, que acabaria
por ser aprovado pela Assembleia da República, sem
que fosse alterada uma única vírgula.
O mais caricato, recorda, é que a Câmara da Marinha Grande
desconfiou sempre das suas intenções, pensando que
estaria a encobrir qualquer interesse político. Foi preciso
apresentar o projecto, e despertar o interesse de outras
câmaras do distrito, para que o principal interessado, o
Município da Marinha Grande, viesse a apoiar a ideia.
Arrependido? Não. “Por que havemos de esperar que
outros tomem a iniciativa, quando podemos ser nós a fazer
coisas?” Além disso, “uma cidade não é só um local com
muitas lojas, fábricas, é também um local com colectividades,
iniciativas culturais, pessoas, e portanto o estatuto
de cidade continua a justificar-se”.
Carlos Caetano voltou para a Marinha Grande em 1995.
É empresário e membro da direcção do Sport Operário
Marinhense. ●
FICHA TÉCNICA
EDIÇÃO: JORLIS - EDIÇÕES E PUBLICAÇÕES, LDA. / Director: João Nazário Redacção: Daniela Franco Sousa / Serviços Comerciais: Rui Pereira / Paginação: Isilda Trindade e Rita Carlos/ Impressão: Grafedisport / Tiragem: 15.000 exemplares /
Nº de registo: 109980 / Depósito legal nº: 5628/84 / JORNAL DE LEIRIA, Edição n.º 1496, 14 de Março de 2013

4 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
Álvaro Pereira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande
“TÊM MEMÓRIA CURTA, QUANDO DIZEM
QUE A MARINHA NÃO GANHOU NADA”
O actual presidente da autarquia vê com orgulho todas as mudanças operadas no concelho nos últimos 25 anos,
destacando a visibilidade e os laços que a Marinha Grande soube fortalecer com o resto do País e do mundo.
Será caso para perguntar, onde estava Álvaro Pereira
dia 11 de Março de 1988?
Estava na farmácia, na Praia da Vieira, e ajudava os meus
pais na oficina de candeeiros. Tinha 35 anos e já era pai
de dois filhos.
Que imagem guarda da Marinha Grande antes desta
data?
A Marinha Grande tem vindo a evoluir ao longo dos anos,
em todos os executivos que passaram pela câmara. Não
tínhamos zonas industriais, nem na Marinha Grande
nem naVieira de Leiria. Não tínhamos o Parque da Cerca,
nem este Parque Mártires do Colonialismo, nem o
da Bernardas. Não tínhamos água a chegar a todos os
locais, que hoje chega a 99.7% da população. O saneamento
não tinha a cobertura de hoje, que chega a 84.5%
do concelho. E não tinha as acessibilidades que entretanto
foram criadas.
Eram várias as povoações isoladas.
Sim, eram. Como se chegava à Garcia? E ao Pilado? E
a Picassinos? E à Pedra, Fonte Santa ou Amieira? Como
era feita a ligação entre Marinha Grande e Vieira? Como
era a ligação das Praias da Vieira e de S. Pedro de Moel?
Como se fazia a ligação entre Picassinos e Albergaria?
É preciso lembrar que nada disto existia há 25 anos. Era
uma população que tinha de andar de bicicleta, porque
não tinha dinheiro para comprar carro. Mas há também
que recordar em que condições circulavam. Hoje somos
dos municípios com maiores percursos para circular de
bicicleta. E também não tínhamos o pavilhão da Praia
da Vieira, não tínhamos o pavilhão da Escola Básica Nery
Capucho, nem da Escola Secundária Pinhal do Rei. O
cine-teatro Actor Álvaro, o auditório António de Campos,
o Parque Municipal de Exposições e o Arquivo Municipal
onde ficavam? E antiga Biblioteca Municipal, que
condições oferecia? Não havia Museu do Vidro, nem
Museu Joaquim Correia. E a Casa Museu Afonso Lopes
Vieira? E o que dizer do mercado da Vieira? E do Estádio
Municipal da Marinha Grande? As pessoas têm memória
curta quando dizem que a Marinha Grande não ganhou
RICARDO GRAÇA
nada. Somos muito exigentes, porque temos uma grande
cultura de empreendedorismo. Temos algumas das
melhores empresas do País, se não mesmo do mundo,
no vidro, nos moldes. Mas é preciso não esquecer tudo
aquilo que foi feito pelo poder autárquico.
Poderia ter sido feito mais?
O poder autárquico fez muito. Se tivesse feito mais, talvez
estivesse hoje numa situação económica muito pior,
e não sei se seria isso que os marinhenses quereriam.
Possivelmente se tivéssemos avançado com mais obras,
não teríamos Imposto Municipal sobre Imóveis ou taxas
e licenças tão baixas, assim como preços da água ou de
saneamento tão baixos.
Que influência teve o estatuto de cidade em todas essas
conquistas?
Sem esse estatuto a Marinha Grande não teria adquirido a
notoriedade que adquiriu, através do projecto das Quatro
Cidades, que veio a juntar Marinha Grande, Fundão, Vila Real
de Santo António e Montemor-o-Novo, por exemplo. E não
teríamos esta ligação com Oeiras, no âmbito das cidades
geminadas do Marquês de Pombal, nem com São Tomé,
com Tarrafal, com Espanha, etc. Uma terra como a Marinha
Grande, que é responsável por mais de 80% do superavit do
distrito de Leiria, continuar como vila, não fazia sentido.
As transformações foram apenas estruturais ou também
ao nível das mentalidades?
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MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 5
Continuamos a ser reivindicativos, trabalhadores, mas ganhámos
uma abertura muito grande para com todo o mundo.
Porque os nossos trabalhadores estão hoje, de facto, em
contacto com as melhores realidades do mundo.
O que recusam os marinhenses a mudar?
Não estão dispostos a ser conformistas. Estamos sempre
à procura de algo melhor para a nossa terra, para a
nossa vida, para os nossos familiares, para a sociedade
em geral.
Se os vários líderes que presidiram a este concelho pudessem
recuar no tempo, que erros evitariam?
Sobre outros mandatos não faço comentários. No meu
mandato, sinceramente ainda não me arrependi de nada.
Pelo contrário, tenho muito orgulho de tudo aquilo que
fizemos pelas pessoas.
Que problemas ou impasses gostaria ainda de poder
resolver neste mandato?
Gostava ainda de conseguir resolver o problema do canil-
-gatil, da creche na Ivima, depois de termos levado a bom
porto as negociações com a BA Vidros, que permitiram que
aquele edifício fosse de todos nós. A instalação da creche
será uma realidade ainda dentro de pouco tempo. E o novo
mercado, que se encontra em fase de projecto, mas que
poderá avançar a breve trecho. Quando o novo canil-gatil
for construído na Garcia, o local onde hoje funciona ficará
livre para a construção do mercado. E esperamos dotar
toda a malha urbana da Marinha Grande com transportes
públicos urbanos. Inaugurámos dia 11 de Março a nova
linha da TUMG (rede de Transportes Urbanos da Marinha
Grande), que liga os lugares de Pedra, Fonte Santa, Camarnal
e Ordem, mas esperamos ainda este mandato chegar
à Albergaria, cobrindo praticamente todos os lugares da
Freguesia da Marinha Grande. E queremos continuar a
investir nas acessibilidades e no saneamento
na Moita, apoiando os clubes
e a associação de solidariedade São
Silvestre, que tem prestado um bom
serviço, e a quem já atribuímos um
apartamento. Estamos atentos a quem
tem desenvolvido bom trabalho. Foi
também por isso que apoiámos a Adeser
II, para continuarem o trabalho
desenvolvido com as crianças.
Está para breve a inauguração da
Casa da Cultura e o Edifício da Resinagem?
As inaugurações estão previstas para o final de Maio.
Todos estes espaços ficarão à disposição dos empreendedores
da Marinha Grande, desde as lojas, serviços
“Somos muito
exigentes, porque
temos uma grande
cultura de
empreendedorismo. ”
camarários, Casa da Cultura, em todas as suas valências,
o Salão de Chá, a Galeria, a sala para que os mestres
trabalhem o vidro ao vivo. Todas as obras, no seu
conjunto, tornarão o centro da Marinha Grande mais
aprazível, com mais capacidade para atrair pessoas.
O que fica por resolver?
A questão dos centros educativos é muito importante. É
preciso atrair empreendedores – fizemo-lo recentemente
através do Incentivo ao Investimento Industrial- mas é
preciso atrair também os jovens,
para que venham trabalhar para as
empresas da Marinha Grande. É
preciso que os quadros e os trabalhadores
possam trabalhar na Marinha
Grande com qualidade de vida.
Isso passa pela construção de centros
educativos onde as crianças
possam desenvolver as suas competências
em perfeitas condições.
Também é necessário construir uma
piscina municipal, não aquele projecto
megalómano que um dia foi apresentado, em Setembro
de 2009, - que previa quatro tanques, um deles olímpico,
e 600 lugares na tribuna -, mas um equipamento
que sirva as necessidades da população. ●
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6 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
PONTOS DE VISTA
Que benefícios trouxe o estatuto de cidade
à Marinha Grande?
Se para alguns o estatuto de cidade foi determinante para a projecção da
Marinha Grande como grande centro industrial, para outros o estatuto não
passou disso mesmo, e muitas das lacunas mantiveram-se até hoje.
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ANTÓNIO SANTOS
vereador do PSD
O número de cidades disparou
no País desde que em 1982 a lei
estabeleceu parâmetros que
permitiam às terras subir de
escalão. Eram nessa altura 47,
hoje mais de 150. Mas, em contraciclo
com a corrida a que se
assistiu pela elevação a cidade, há vilas que recusam o título:
Ponte de Lima esgrime com o título de “vila mais antiga
de Portugal”, Cascais e Sintra pensam no turismo; Oeiras
fica na intersecção dos dois argumentos, tradição e imagem
externa. Em oposição a vila, a (des)promoção a cidade
dá a imagem de aglomerado densamente urbanizado,
não compadecente com uma vida saudável. Há ainda quem
afirme que a elevação não adianta, só dá despesa com a
alteração da simbologia, e quem diga que a elevação mais
não serve do que para festas e comemorações anuais. A
diferença entre ser vila e cidade não existe. No caso da Marinha
Grande, a elevação tem servido para fazer festejos, discursos
de ocasião (se forem feitos em ano de eleições tanto
melhor, acabam por ter fins eminentemente eleitoralistas).
Continuamos sem zona industrial alargada, sem piscina ou
mercado municipal condigno. A freguesia de Pataias (Alcobaça)
possui tudo isso. Os incentivos à cultura têm sido miragem.
O centro histórico continua uma lástima. O saneamento
básico está longe da conclusão e as verbas disponíveis
nos orçamentos têm sido exíguas. Nas variantes já nem se
fala. Estas são algumas das lacunas que podemos apontar
à cidade, outras nem vale a pena lembrar, não fossemos
nós cidade.
ALBERTO CASCALHO,
vereador da CDU
Lubrigaz
Carvoeiros - Santa Eufémia
2420-409 Leiria
Telef: 244 830 000 . Fax 244 848 509
Email: geral@lubrigaz.pt
O balanço destes 25 anos de elevação
da Marinha Grande a cidade
é de todo positivo. Em primeiro
lugar, o estatuto de cidade
tem implícito o reconhecimento
de que determinado centro
urbano atingiu parâmetros em
termos de qualidade de vida, de condições e de serviços que
disponibiliza aos munícipes. E bastará ver a evolução dos
censos para perceber que o concelho da Marinha Grande
esteve sempre entre aqueles que, de forma mais consistente,
têm aumentado a população. A Marinha Grande tem sido
desde há muitas décadas um grande centro urbano, com
forte poder de atracção. Neste momento, no conjunto das
três freguesias, o concelho terá cerca de 40 mil habitantes.
Por outro lado, o facto de ser cidade reforça a nossa imagem
externa, o que, no caso da Marinha Grande, pelas relações
económicas que mantém com o mercado internacional, é de
especial importância. Ser cidade é muito importante, não só
para captar população, mas para a projecção da Marinha
Grande como grande centro económico e industrial.
Além disso, deu-se a feliz coincidência de a Marinha Grande
ter decidido, juntamente com Fundão, Montemor-o-
Novo e Vila Real de Santo António, firmar uma cooperação,
ao abrigo da qual tem vindo a desenvolver uma
actividade intensa, sobretudo junto das camadas jovens.
Há pessoas muito saudosistas, cuja opinião respeito, mas
com as quais discordo. Grande parte da dinâmica do concelho
não se pode dissociar do facto de a Marinha Grande
se ter constituído como cidade. ●

MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 7
CIRCUITOS INDUSTRIAIS MARCAM
COMEMORAÇÕES DA CIDADE
Tirar proveito do valioso património industrial do concelho, de forma a potenciar a actividade turística na Marinha Grande
é o objectivo dos Circuitos Industriais, projecto apresentado no âmbito das comemorações dos 25 anos de cidade.
“Não podia ser mais simbólica a data escolhida para a apresentação
dos Circuitos Industrias”, notava Álvaro Pereira,
presidente da Câmara da Marinha Grande, na passada segunda-feira,
aquando da apresentação solene daquele projecto,
lançado do âmbito das comemorações dos 25 anos de
elevação a cidade.
Em causa está uma iniciativa iniciada há cerca de um ano,
pela vereadora da Cultura, Cidália Ferreira, e que pretende
valorizar o património industrial e o turismo do concelho,
apontou o presidente. A ideia que é o movimento turístico
se estenda por todo ano e não apenas pelas praias.
Nesse sentido, foram várias as empresas que aderiram ao
projecto, dos sectores do vidro, dos plásticos e dos moldes,
e que aceitaram o desafio de integrar um roteiro turístico,
abrindo as portas para que mais gente conheça a sua actividade.
Foi desenhado um logótipo para o projecto dos Circuitos
Industriais que, frisou o autarca, reúne vários elementos
identificativos do concelho. As chaminés a vermelho representam
as tradicionais chaminés que ainda podem ser vistas
na cidade; as rodas dentadas são símbolo universal da
indústria; o avião representa exportação e actividade turística;
e os pinheiros são uma referência ao Pinhal do Rei, ao
qual se deve a instalação das primeiras fábricas e a fixação
da população no concelho, descreveu o presidente.
Nos próximos dias, adiantava Álvaro Pereira, ficará disponível
o site dos Circuitos Industriais, através do qual os utilizadores
poderão aceder a informação variada, desde horários,
acessibilidades, até aos idiomas falados na visita de
cada uma das empresas, concluía o presidente, numa cerimónia
encerrada por música a cargo dos alunos da Escola
Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte. ●
Circuito
Mais de uma dezena
de aderentes
Compõem os circuitos as seguintes instituições: CCSimões,
Crisal, GalloVidro, Morais Matias, Normax, Moldoeste,
Planimolde, Bourbon, Plimat, Vipex, Centimfe e
Museu do Vidro. ●

8 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
CDU E PS ALTERNARAM NO PODER
Comunidade desde sempre associada à luta pelos direitos fundamentais, como a liberdade, a justiça, a dignidade da
pessoa humana – recorde-se, a título de exemplo, a revolta operária de 18 de Janeiro de 1934, contra a ofensiva patronal
– a Marinha Grande tem sido liderada, nos últimos 25 anos, e alternadamente, pela CDU e pelo PS.
1986
1990
V EREAÇÃO
V EREAÇÃO
Emílio
Ferreira Rato
(APU)
António Dias Caetano
José Luís Marques de Sousa
Manuel Domingues dos Santos
Júlio Brito Parreira
Armando Gonçalves Constâncio dos Santos
Zeferino André
José Luís
Marques de
Sousa (CDU)
João Luís Rodrigues Sousa Gabriel
Júlio Paiva Diniz Mouco
Aníbal Manuel Curto Ribeiro
Maria Tereza Lages Coelho Santos Marques
Pedro António Carvalho Matias Pina
Artur Inácio Cadime
1990
1991
V EREAÇÃO
V EREAÇÃO
João Barros
Duarte 1
(CDU)
José Luís Marques de Sousa
Júlio Paiva Diniz Mouco
Aníbal Manuel Curto Ribeiro
Maria Tereza Lages Coelho Santos Marques
Pedro António Carvalho Matias Pina
Artur Inácio Cadime
João Barros
Duarte
(CDU)
José Luís Marques de Sousa
Júlio Paiva Diniz Mouco
Aníbal Manuel Curto Ribeiro 2
Maria Tereza Lages Coelho Santos Marques
Pedro António Carvalho Matias Pina
Artur Inácio Cadime 3
NOTA: 1 Pediu suspensão de mandato por motivos profissionais a 09/01/1990.
NOTA: 2 Substituído em 30/12/1992 por José Nuno Amado de Jesus Pedroso que, por sua vez, suspendeu
mandato por motivos de saúde a partir de 14/04/1993;
3
Substituído em 12/02/1992 por João Encarnação Cruz.
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MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 9
1994
2005
VEREAÇÃO
VEREAÇÃO
Álvaro Neto
Órfão (PS)
António Soares Vieira Neves Matias
Armando Gonçalves Constâncio dos Santos
João Barros Duarte 4
José Luís Marques de Sousa
Júlio Paiva Diniz Mouco
Maria Tereza Lages Coelho Santos Marques
NOTA: 4 Renuncia a 14/11/96 e é substituído por Paulo Renato Jesus PedrosoTojeira.
João Barros
Duarte (CDU)
João Paulo Féteira Pedrosa
Alberto Filomeno Esteves Cascalho
Álvaro Manuel Marques Pereira
João Alfredo Marques Pedrosa
Cidália Maria Oliveira Rosa Ferreira
Artur Pereira de Oliveira
1998
2007
VEREAÇÃO
VEREAÇÃO
Álvaro Neto
Órfão (PS)
Armando Gonçalves Constâncio dos Santos
João Luís Rodrigues de Sousa Gabriel 5
João Paulo Féteira Pedrosa
José Luís Marques de Sousa
Maria Fernanda de Carvalho Ferraz Pedrosa Teodósio 6
Maria Tereza Lages Coelho Santos Marques
NOTA: 5 Substituído em 25/11/1998 por Paulo Renato Jesus Pedroso Tojeira; 6 Substituída em 25/02/2000
por Júlio Paiva Diniz Mouco.
Alberto Filomeno
Esteves
Cascalho
(CDU)
João Paulo Féteira Pedrosa
Sérgio Inácio Salgueiro Moiteiro
Álvaro Manuel Marques Pereira
João Alfredo Marques Pedrosa
Cidália Maria Oliveira Rosa Ferreira
Artur Pereira de Oliveira
2003
2009
Álvaro Neto
Órfão (PS)
VEREAÇÃO
Armando Gonçalves Constâncio dos Santos
João Paulo Féteira Pedrosa
António José Letra Tomáz 7
João Barros Duarte
Joaquim João Pereira
Paulo Renato Jesus Pedroso Tojeira 8
NOTA: 7 Renunciou em 01/04/2004, sendo substituído por Manuel Maria da Silva Felgueiras; 8 Renunciou
sendo substituído por Alberto Filomeno Esteves Cascalho em 07/10/2004.
Álvaro Manuel
Marques
Pereira (PS)
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Alberto Filomeno Esteves Cascalho
Alexandra Filipa de Araújo Seara Dengucho
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10 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
DO VIDRO MANUAL À
NOVA ERA TECNOLÓGICA
Passaram apenas 25 anos desde que a Marinha Grande se tornou cidade,
mas foi tempo suficiente para que nela se operasse uma nova revolução
industrial e tecnológica.
Com uma história sempre muito ancorada na indústria,
primeiro do vidro, mais tarde dos moldes e dos
plásticos, a Marinha Grande assistiu nos últimos anos
à ruptura das fábricas de vidro manual que, gradualmente,
cederam lugar a indústrias automatizadas de
vidro, que conquistaram os mercados nacional e internacional.
A década de 90 e os primeiros anos do novo século
foram pautados pelo fim da Manuel Pereira Roldão,
da Fábrica Escola Irmãos Stephens ou da Ivima, ícones
de um tempo muito marcado pela cristalaria artesanal.
O seu fecho arrastava para o desemprego e
para um ciclo de protestos sociais inúmeros trabalhadores,
que viriam a ser integrados numa nova era
industrial da cidade, pautada pelo vidro de embalagem
de fabricação automática. Crisal, Santos Barosa,
GalloVidro e BAVidro foram algumas das fábricas
que solidificaram o seu percurso, perfilando-se entre
as principais empregadoras da região.
Foi também nos últimos 25 anos, que o cluster dos
moldes concretizou a sua imagem de líder junto de
clientes e concorrentes dos quatro cantos do mundo,
frisa Joaquim Menezes, presidente do Conselho de
Administração do Grupo Iberomoldes, sublinhando
que parte do sucesso destas empresas se deve a infra-
-estruturas de apoio entretendo criadas, como o Cen-
MUNICÍPIO VALOR (Euros) % no
Distrito
Alcobaça 189.633.488 11,3
Alvaiázere 1.273.701 0,1
Ansião 24.763.654 1,5
Batalha 61.901.962 3,7
Bombarral 29.572.175 1,8
Caldas da Rainha 95.699.594 5,7
Castanheira de Pêra 2.346.217 0,1
Figueiró dos Vinhos 1.288.922 0,1
Leiria 428.931.149 25,5
Marinha Grande 455.148.648 27,1
Nazaré 5.011.410 0,3
Óbidos 9.300.182 0,6
Pedrógão Grande 14.542.072 0,9
Peniche 124.096.306 7,4
Pombal 146.973.060 8,7
Porto de Mós 91.233.626 5,4
Total do Distrito de Leiria 1.681.716.166 100,0
Fonte: INE
EXPORTAÇÕES EM 2012
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MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 11
tro Tecnológico da Indústria de Moldes e Plásticos (Centimfe),
a Associação para Oportunidades Específicas
de Negócio (Open) ou a Pool-net (responsável pela
dinamização do Pólo de Competitividade e Tecnologia
Engineering & Tooling).
Joaquim Menezes lembra ainda o impulso que foi, para
todos os negócios globais, a integração de Portugal na
então Comunidade Económica Europeia, dois anos
antes da elevação da Marinha Grande a cidade.
RICARDO GRAÇA
Investimento
Böllinghaus tem novos
projectos na calha
A Böllinghaus viu recentemente aprovado pelo Quadro
de Referência Estratégico de Referência Nacional
o apoio para um conjunto de projectos, na ordem dos
1.7 milhões de euros, que passam pela instalação de
um forno, pela automatização de linhas de produção,
e que perspectivam o aumento de postos de emprego.
A contratação de colaboradores tem sido uma
constante nesta unidade, que só no ano passado
admitiu mais 30 trabalhadores. ●
ZONA INDUSTRIAL DE CASAL DA LEBRE
Construída no final dos anos 80, a Zona Industrial de Casal da
Lebre (na foto) tornou-se um importante complexo de empresas,
tendo recebido melhoramentos recentemente, com o
objectivo de facilitar e tornar mais segura a circulação no local.
Com 21 anos de actividade e instalada no lugar da Guarda
Nova, a gerência da Ferreira & Filhos reconhece que a periferia
da cidade deixou há muito de ser actractiva para as
empresas que, como esta, ganharam maior dimensão.
A Ferreira & Filhos tornou-se recentemente concessionária
da Iveco, nos distritos de Leiria e Marinha Grande, e, depois
desse grande investimento, adianta Nuno Ferreira, sóciogerente,
o próximo passo passará mesmo pela integração
numa zona industrial. A empresa encontra-se já em prospecção
de mercado, esperando que a mudança possa acontecer
dentro de dois anos.
Consequência da grande expansão industrial na freguesia da
Marinha Grande, foi necessário criar também uma zona industrial
em Vieira de Leiria. Algumas das empresas mais pujantes
do concelho estão, de resto, fixadas nesta freguesia. Uma
dessas empresas é a Böllinghaus, a maior empregadora de
Vieira de Leiria, no sector privado, que conta com cerca de
160 colaboradores.
De acordo com Bruno Pedro, director-geral desta empresa,
desde que comprou o espaço e os equipamentos da extinta
Fábrica de Aços, em 1996, a Böllinghaus tem vindo a redireccionar
a sua produção para o aço inoxidável. Começou
por privilegiar a contratação de antigos trabalhadores da
Fábrica de Aços, recuperando o conhecimento destes funcionários,
e a apostar no trabalho com aço inoxidável laminado
a quente. Há cerca de dois anos, começou também a
trabalhar com as barras estiradas a frio, “de forma a complementar
a oferta e a explorar um produto de maior valore
acrescentado”.
Foi considerável o crescimento registado por esta empresa,
que exporta hoje 99.9% da sua produção, sobretudo para os
Estados Unidos da América, também para Alemanha e Reino
Unido, tendo alcançado, no ano passado, um volume de
negócios superior a 35 milhões de euros.
Foi precisamente a empregabilidade, o arrojo tecnológico e o
contributo das suas indústrias para as exportações do distrito,
que transformaram a Marinha Grande num exemplo a
seguir no País, como recentemente reconheceu o próprio
ministro da Economia, durante a última visita a unidades
industriais do concelho. ●
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12 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
DIVERSIDADE FORMATIVA AO SERVIÇO
DO MERCADO DE TRABALHO
Foram várias as instituições de ensino que se instalaram na Marinha Grande nos últimos 25 anos, oferecendo aos
alunos respostas diversificadas e ajustadas às necessidades das empresas.
DR
Da escola para as indústrias
CENCAL lança novo curso
de técnico de vidro
RICARDO GRAÇA
Em matéria de educação, a maior mudança operada na
Marinha Grande nos últimos 25 anos prendeu-se com a
quantidade de escolas e diferentes tipos de oferta formativa
instalada na cidade, que ao longo dos tempos foram
reconhecendo e conciliando as preferências dos alunos com
as necessidades das empresas da região.
É este o ponto de vista de Cesário Silva, director da Escola
Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte, uma das escolas
que mais transformações sofreu nos últimos anos. Uma
das principais mudanças aconteceu em 2004, com a chegada
do ensino profissionalizante às escolas públicas, que
“permitiu a esta instituição diversificar a oferta e responder
aos alunos que pretendiam uma formação mais qualificada,
que lhes permitisse o rápido ingresso no mercado
de trabalho”, nota o director.
Outra mudança, não menos importante, foram as obras
realizadas nas infra-estruturas da escola, onde, desde
1972/1973, vários pavilhões pré-fabricados serviam de sala
de aula. As primeiras obras aconteceram em 1995/96, com
a construção de um segundo bloco, que era ainda assim
insuficiente para integrar todos os alunos. A resposta adequada
só chegaria em 2010 com a requalificação da escola,
no âmbito do Projecto Parque Escolar, que permitiu
remodelar oficinas, laboratórios e diversificar a oferta formativa.
A formação de adultos foi também um marco relevante
nesta escola, através da actuação do Centro das Novas
Oportunidades, reconhece o professor.
Relevante para a cidade foi ainda a inauguração da Escola
Básica Professor Alberto Nery Capucho, no ano lectivo de
1995/96.
Outra instituição constituída nos últimos 25 anos da Marinha
Grande foi o Instituto Superior D. Dinis (ISDOM) estabelecimento
de ensino superior politécnico, não integrado,
que surgiu na cidade em 1990, como resposta às necessidades
sentidas por empresas e serviços, de quadros superiores
mais qualificados e com carências de formação especializada
a nível mais elevado.
Com o aparecimento deste instituto foi possível criar sinergias
entre escola e empresas, realizar estágios em contexto
real de trabalho, e disponibilizar laboratórios e oficinas
para desenvolver modelos e protótipos.
A criação do ISDOM na Marinha Grande foi, por outro lado,
Dando continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido
pelo extinto Crisform, o CENCAL (Centro de Formação
Profissional para a Indústria Cerâmica), que hoje
conta com pólo na Zona Industrial de Casal da Lebre,
optou por reestruturar a formação profissional, e vai lançar
em Setembro o novo curso de técnico de vidro.
Em causa está agora um curso de técnico de vidro mais
ligado à indústria de vidro automática, garrafeiras mas
não só, revela Pedro Paramos, director de serviços de formação
do CENCAL. O curso será dinamizado no âmbito
da formação inicial de jovens, dirigindo-se a alunos entre
os 15 e os 24 anos. Trata-se de uma dupla certificação,
que dá equivalência ao 12.º ano de escolaridade e, ao
mesmo tempo, qualificação profissional de técnico de
vidro, dirigido a indústrias de vidro automático. “Todo o
projecto está a ser traçado em articulação com as empresas
do sector”, salienta o director, frisando que parte da
formação será ministrada em contexto real de trabalho.
“O curso foi idealizado tendo em conta que estas empresas
têm um potencial de empregabilidade importante.
Além disso, o curso é uma forma de qualificação e de valorização
profissional, que incrementa o grau de empregabilidade
dos formandos”, nota Pedro Paramos.
Além desta iniciativa, o CENCAL da Marinha Grande tem
vindo a promover formação na área do vidro artístico (na
foto) e, desde o início de 2013, tem vindo a apostar na formação
nas áreas da Qualidade e da Higiene e Segurança
no Trabalho, entre outras temáticas, dirigidas a quem
está no activo, nas indústrias de vidro, moldes e outras.
O CET será uma aposta a implementar em 2014. ●
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MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 13
uma iniciativa de descentralização, que proporcionou formação
superior a alunos em local próximo da sua residência
ou do posto de trabalho, que, por motivos vários, não
tinham disponibilidade para se deslocar para fora do concelho.
Foi também na década de 90, em 1991, que foi fundada a
Escola Profissional e Artística da Marinha Grande
(EPAMG), que ao longos dos anos tem captado alunos
de diversas zonas do País, e de outros pontos do globo,
graças à formação diversificada, que vai desde as
artes até ao turismo. Já em 2012, a EPAMG deu início
a grandes obras de requalificação do edifício, que permitiram
modernizar espaços e equipamentos. Este
investimento privado, na ordem dos 700 mil euros, contou
com co-financiamento no âmbito do Programa de
Regeneração Urbana.
Mais recente foi a instalação de um pólo de formação do
CENCAL (Centro de Formação Profissional para a Indústria
Cerâmica) na Zona Industrial de Casal da Lebre, nas
antigas instalações do Crisform (Centro de Formação
Profissional para o Sector de Cristalaria), assim como
a instalação, na mesma zona industrial, do CDRsp (Centro
para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto),
o centro de pesquisa interdisciplinar do Instituto
Politécnico de Leiria que, em ligação com as empresas,
tem desenvolvido inúmeros produtos patenteados, muitos
dos quais já lançados no mercado. ●
Pesquisas do CDRsp lançam empresas no mercado externo
Criado em 2007, o CDRsp- Centro para o Desenvolvimento
Rápido e Sustentado de Produto, do Instituto
Politécnico de Leiria, viria a instalar-se na Marinha
Grande em 2009. O seu objectivo tem sido desde sempre
contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico,
que conduza a produtos, materiais e
processos mais adequados, efectivos e eficientes, que
possam gerar valor acrescentado à indústria, mas
também promover na sociedade a consciência da importância
e do papel do desenvolvimento rápido e sustentado
de produto, explica Paulo Bártolo, director do
CDRsp. Para cumprir esta missão, conduz investigação
científica e tecnológica e promove acções de disseminação,
formação e consultadoria em áreas estratégicas
do desenvolvimento de produto.
E tem sido notável a quantidade e qualidade dos trabalhos
de investigação desenvolvidos pelo CDRsp que,
em sintonia com o tecido empresarial, têm contribuído
para produtos inovadores e para que várias pequenas
empresas pudessem aventurar-se na exportação. Resultado
do trabalho deste centro foram submetidas a
aprovação 42 patentes, tendo sido já aprovadas 14
delas.
“O CDRsp está envolvido em cerca de 50 projectos de
investigação de natureza distinta e correspondendo a
domínios igualmente distintos”, sublinha Paulo Bártolo,
sendo que um número muito significativo desses
RICARDO GRAÇA
projectos é efectuado em parceria com empresas.
“Muita tecnologia hoje existente nessas empresas foi
desenvolvida em parceria com o centro”, nota o director,
lembrando que várias pequenas empresas passaram
a ser exportadoras depois de terem colaborado
com o CDRsp. Existe também uma empresa, criada
por investigadores do centro, cujo objectivo é o desenvolvimento
de equipamentos de fabricação aditiva para
áreas de design, aplicações médicas ou concepção de
produto, nota Paulo Bártolo. “A tecnologia que essa
empresa comercializa é desenvolvida em parceria com
o CDRsp”. ●
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14 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
NOVAS ESTRADAS COLOCAM
CIDADE NO MAPA
Os sucessivos investimentos nas acessibilidades aproximaram as povoações do concelho e facilitaram as ligações
entre a Marinha Grande e resto do País. Mas nem só de betão se fizeram as maiores obras nesta cidade.
Chegar a Leiria em dez minutos, a Lisboa em pouco mais
de uma hora, ou percorrer toda a cidade da Marinha Grande
através de uma rede urbana de transportes públicos são
alguns dos maiores ganhos dos últimos 25 anos.
Recorde-se que, no início dos anos 80, viajar entre Marinha
Grande e Leiria impunha um desvio pela Barosa, e que os
troços da A8, tanto o de Tornada-Marinha Grande como o
de Leiria - Marinha Grande só viriam a ser inaugurados no
início do século XXI.
A Estrada Atlântica apetrechada com ciclovia, que permite
percorrer quilómetros de bicicleta junto às praias, foi também
uma conquista relativamente recente, que contribuiu
para a ligação de vários pontos de interesse turístico, entre
o Osso da Baleia, em Pombal, e a Nazaré, passando por S.
Pedro de Moel e pela Praia da Vieira. E a Ponte das Tercenas,
que durante anos assegurou a passagem entre as praias
da Vieira e do Pedrógão – e que por razões de segurança se
encontrava encerrada ao trânsito– foi finalmente alvo de
intervenção, esperando-se que, já em Junho deste ano, possa
reaproximar as prais de Marinha Grande e Leiria.
Mas nem só de betão se fizeram as maiores infra-estruturas
da Marinha Grande nos últimos 25 anos. Dois dois principais
cartões de visita da cidade são espaços verdes que
resultaram de intervenções recentes no centro da urbe.
Falamos do novo Parque da Cerca, mas também do Parque
dos Mártires do Colonialismo que, depois de um período
sombrio, de utilização quase reduzida ao consumo de droga,
foi devolvido à cidade. ●
DR
Quase 380 mil utentes em 2012
TUMG, cinco linhas que uniram a Marinha Grande
Embora tenha sido criada nos 80 anos, a empresa municipal
TUMG (Transportes Urbanos da Marinha Grande) só
iniciaria o serviço de transportes urbanos em Setembro
de 2009, na altura com apenas duas linhas. Rui Pedrosa,
presidente do Conselho de Administração, sublinha o êxito
do serviço de transportes urbanos da Marinha Grande,
que só em 2012 serviu perto de 380 mil utentes. Dia 11 de
Março, a TUMG concretizou o quinto alargamento do circuito,
passando a servir os lugares do Camarnal, Fonte
Santa, Pedra de Cima, Pedra de Baixo e Ordem. Vieira de
Leiria já integra o circuito, através de uma parceria com a
Rodoviária do Tejo, e a Moita tem assegurado o transporte
diário de estudantes, sendo as viagens da restante população
da responsabilidade da mesma rodoviária. ●
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MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 15
DESPORTO VIVEU ANOS DOURADOS
ENTRE 1988 E 2000
Filho da Marinha Grande, o primeiro atleta olímpico do distrito de Leiria defende que a história recente do desporto do
concelho se divide em duas fases. A primeira dos anos de ouro, a segunda a de falta de meios.
Raimundo Santos, primeiro atleta olímpico do distrito de
Leiria, que disputou a meia-final dos cinco mil metros
em Barcelona (1992), entende que a história recente do
desporto no concelho se divide em duas fases, a primeira
de ascensão e a segunda, de estagnação, se não mesmo
de retrocesso.
Desde 1988 até finais dos anos 90 foi um período próspero
no campo desportivo, condizente também com aquela
que era a situação do resto do País. Foi nesta altura
que a Marinha Grande conseguiu criar muitas infra-
-estrutura desportivas, que permitiram desenvolver as
modalidades existentes, e iniciar um conjunto de novas
modalidades que ainda não tinham sido implementadas
por falta de espaços. Foi o caso do andebol, pelas mãos
do SIR 1.º de Maio, que se tornou uma das modalidades
de maior expressão no concelho, considera Raimundo
Santos.
Foi nesta altura construído o Estádio Municipal da Marinha
Grande. Nesta fase foi também criado o pavilhão
gimnodesportivo da Escola Básica Professor Alberto
Nery Capucho. A própria Freguesia de Vieira de Leiria
foi brindada com a remodelação do Estádio Albano Tomé
Feteira, que recebeu um dos primeiros relvados sintéticos
do País
Por outro lado, “desde o ano 2000 a esta parte, em termos
desportivos, a Marinha Grande estagnou, entrando
até numa fase de retrocesso”, lamenta o ex-atleta. “Já
nem falo na criação de infra-estruturas”, atendendo ao
actual contexto de retracção, “mas na falta de dinheiro
e de apoios para manter as infra-estruturas existentes”.
Na opinião de Raimundo Santos, hoje funcionário da
Câmara Municipal da Marinha Grande na Divisão de Desporto,
Educação e Cultura, a situação resulta em parte
da “visão dos políticos, que encaram o desporto como
veículo de promoção e visibilidade, no momento da inauguração
das infra-estruturas, quando o exercício deve
ser visto como grande promotor da saúde”.
Apesar dos actuais constrangimentos, Raimundo Santos
acredita que o futuro poderá ser sorridente para atletas
de andebol, judo e de outras artes marciais, e até da
natação, onde, apesar de faltar uma “piscina condigna”,
o concelho “tem atletas muito bons”.
O JORNAL DE LEIRIA não poderá deixar de referir novos
valores, entre eles Hugo Gaspar, Duarte Carregueiro,
Nuno Saraiva, os árbitros Eurico Nicolau e Ivan Caçador,
além do o próprio veterano Raimundo Santos. ●
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DR

16 14 de Março de 2013 MARINHA GRANDE
QUANDO A CULTURA GANHOU LAR
A maioria dos museus da Marinha Grande nasceu nos últimos 25 anos. Mas foi também durante este período que tiveram
início alguns dos eventos culturais mais emblemáticos do concelho, dinamizados com o empenho das inúmeras
associações marinhenses.
RICARDO GRAÇA
700
O projecto Tocándar depressa ultrapassou os limites da
Escola Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte, para
ser vivido por mais de 700 jovens do concelho, que se
constroem através da música.
Foi a partir dos anos 90 que a maioria dos museus da
Marinha Grande foi edificada, demonstrando maior empenho
da cidade na dignificação da sua produção cultural.
Entre esses espaços contam-se o Museu Joaquim Correia,
inaugurado em 1997; também o Museu do Vidro,
que abriu portas em 1998, e a Casa-Museu 18 de Janeiro
de 1934, criada dez anos depois. Também a Biblioteca
Municipal deixou o pequeno espaço no edifício da Resinagem,
para ganhar dimensão e modernidade, em 2001,
num edifício de destaque pertencente ao edificado da
Fábrica Escola Irmãos Stephens.
Remontam também aos anos 90 grandes iniciativas culturais
que, nascidas no concelho, depressa alcançaram
projecção nacional e internacional. Lembremos a Feira
Nacional de Artesanato e Gastronomia da Marinha Grande,
organizada desde 1990 pela Associação Social, Cultural
e Desportiva de Casal Galego, e a Bienal Internacional
de Artes Plásticas e Design Industrial da Marinha
Grande, promovida pelo município, que desde 1996 tem
contribuído para a divulgação do trabalho de artistas plásticos
e designers nacionais e estrangeiros.
Ainda a aguardar pela prometida sede, a criar no Parque
Mártires do Colonialismo, mas já com trabalho de
projecção internacional, os Tocándar são desde 2000
um dos maiores embaixadores da Marinha Grande pelo
mundo. A ideia partiu do professor Paulo Tojeira, que
arrancou com o projecto em contexto escolar. Hoje,
mais de 700 jovens passaram pelos Tocándar, que
recriam música de identidade portuguesa com instrumentos
musicais tradicionais e objectos urbanos.
Apesar de ser uma iniciativa da Sociedade Artística
Musical dos Pousos, Leiria, o Pinhal das Artes, festival
de artes para a primeira infância, também tem na
Marinha Grande uma parceira, que lhe cede desde
2007 um dos melhores palcos naturais da região, o
lugar das Árvores, em S. Pedro de Moel. ●
O PILAR DOS CLUBES E DAS ASSOCIAÇÕES
É inquestionável o papel que as associações da Marinha
Grande têm assumido, do ponto de vista cultural, desportivo,
e da solidariedade, principalmente nos últimos
anos, enquanto estruturas basilares como o cinema ou
teatro do município se encontram de portas fechadas.
Entre as instituições que maior contributo têm prestado
à Marinha Grande encontra-se o Sport Operário Marinhense
(SOM), que este ano comemora 90 anos de existência.
Os últimos 25 anos foram de “crescente
desenvolvimento”, defende Carlos Carvalho, actual presidente
de direcção, destacando a Escola de Artes e
Movimento do SOM, uma “referência regional”, onde
muitos alunos de música se tornaram mestres em diversos
instrumentos; ou o xadrez, que deu à cidade campeões
nacionais e internacionais. “A nossa actividade
desportiva por excelência, o voleibol, tem tido, com
alguns altos e baixos próprios de equipas amadoras,
momentos de grande prestígio, com alguns títulos nacionais”,
aponta ainda o dirigente do SOM.
Por outro lado, “pelos seus estatutos, tradição e passado
histórico, somos a casa da cultura e da política do
concelho, por onde passaram dezenas de exposições,
apresentações de livros, congressos de moldes e partidários,
apresentação de candidatos às presidências,
legislativas e autárquicas, entre outras”, acrescenta
Carlos Carvalho.
Foi determinante a visão de um antigo presidente, Dr.
Vareda, que quis construir um auditório “com capacidade
e dignidade para a actividade do teatro”, e que
tem permitido ao clube “realizar produções de elevada
qualidade”. Carlos Carvalho espera agora que, uma
vez terminada a obra de requalificação do auditório,
o SOM possa somar às actividades de sempre outras

MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 17
ADRIANA GUARDA
ANDRÉ GRANJA
iniciativas, com outro rigor e qualidade, permitidos
pela nova infra-estrutura.
Paulo Tojeira, mentor dos Tocándar, destaca ainda o
papel do Rancho Folclórico de Picassinos, o aparecimento
da Orquestra Ligeira da Marinha Grande e da
Orquestra Ligeira da Amieirinha, e de festivais como
o Overlife, promovido pela Cisco, que durante várias
edições projectou as bandas alternativas do concelho.
Embora não se reveja no modelo actual da Feira Nacional
de Artesanato e Gastronomia, assim como no da
Bienal de Artes Plásticas, que gostaria que se abrisse
a todas as artes e se ajustasse mais à sensibilidade
dos marinhenses, Paulo Tojeira não deixa de reconhecer
a importância dos eventos. O grupo cénico do
Sport Império Marinhense, o grupo coral e a Universidade
Sénior da Associação Sindical União de Reformados
e Pensionistas Idosos têm sido também, para
o professor, relevantes difusores de cultura.
Mesmo não pertencendo à cidade, Paulo Tojeira, não
deixa de referir o importante papel que têm desempenhado
os grupos folclóricos, assim como o Teatresco,
grupo de teatro a quem de deve a realização
do festival Festiv'Álvaro, todos eles desenvolvidos na
Freguesia de Vieira de Leiria. ●
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DESAFIAR O FUTURO
Rui Tocha *
A arte criativa é uma capacidade invulgar e
que está no ADN de todos aqueles que acreditam
no futuro. As mais recentes teorias económicas
apontam a capacidade de EMPREEN-
DER como a única saída para a autodeterminação
individual e colectiva da nossa sociedade. Há
quem defenda, como eu ouvi recentemente
que o ser Humano pode ser “incluído” em três
tipologias distintas, onde se destacam os “CAM-
PISTAS”, os “ALPINISTAS”, e os “DERROTA-
DOS”. Nesta visão crua, importa ainda clarificar
que existe um risco para a pessoas,
organizações e sociedade em geral, se deixarmos
que os “DERROTADOS” se juntem com
os “CAMPISTAS”.
Este enquadramento, serve apenas para afirmar
a resiliência e a capacidade de EMPREEN-
DER dos portugueses, e nesta oportunidade
que me dão, destaco em especial, os “Timoneiros”
da Marinha Grande. Uma cidade representa
um organismo complexo, dinâmico, agregado,
indutor de desenvolvimento e com uma
visão de futuro! Esse é o legado que recebemos,
e é a bandeira que temos de levantar nas
conquistas do futuro.
PUBLIREPORTAGEM
MARINHA GRANDE
FUTURO PASSA POR
DEVOLVER VIDA AO CENTRO
Conferir à cidade pujança comercial e dotá-la de maior oferta cultural passará pela revitalização
do centro tradicional da Marinha Grande.
A Marinha Grande festeja 25 anos de elevação
a cidade. É uma cidade INDUSTRIAL, que
se desenvolveu à volta de uma fábrica. O tempo
mudou, e com ele, mudaram os desafios,
as oportunidades, as tecnologias, as competências,
as prioridades, o valor gerado, as PES-
SOAS! Esta é claramente uma cidade internacional,
de produção global, com infra-estruturas
tecnológicas, inserida em Redes do Conhecimento,
e que assume a sua centralidade geográfica
como característica distintiva.
Os desafios do mundo moderno, exigem uma
visão colectiva, uma estratégia, um alinhamento
dos seus principais stakeholders, e …
MUITO TRABALHO!
Importa pois construirmos o nosso futuro, dinamizando
um projecto com visão e arrojo, que
atraia e fixe “ALPINISTAS” mobilizadores de
novas e modernas empresas, geradores de
conhecimento diferenciador e de emprego. Esta
VISÃO DO FUTURO tem de ancorar na base
das suas fundações, os empresários “embaixadores”
de Portugal que andam pelo mundo,
promovendo e angariando trabalho e oportunidades
para o dia a dia das pessoas da nossa
terra, mas é uma responsabilidade colectiva
que deve ser puxada pelos seus lideres.
A Indústria de Engineering & Tooling (Moldes,
Ferramentas Especiais e de Plásticos), é um
exemplo de afirmação incontornável, tendo a
sua base na Região Centro e em particular na
Marinha Grande. Reconhecida em todo o mundo,
é um exemplo claro de afirmação colectiva
no mercado internacional, demonstrando
que mesmo os concorrentes podem e devem
cooperar com vantagens mutuas. Mas este reconhecimento
não basta para garantir o futuro
das empresas, dos empregos, das exportações
e da sociedade. Os empresários sabem isso
muito bem, pois há muito que deixaram a sua
zona de conforto e foram explorar o mundo.
Comemorar os 25 anos da Marinha Grande, é
celebrar os obreiros do desenvolvimento (as
famílias, os empresários e seus trabalhadores,
os parceiros, os autarcas e os decisores, os alunos
e os professores, os médicos, os artistas,
…. Todos os que EMPREENDEM e fazem acontecer!).
Olhar o futuro, implica valorizar o que
temos e corrigir os erros, sem estigmas, pois
todos somos poucos para o muito que temos
pela frente!
No CENTIMFE assumimos a nossa Missão e
Responsabilidade para colectivamente ALA-
VANCARMOS O FUTURO e a COMPETITIVI-
DADE DA NOSSA ECONOMIA E SOCIEDADE!.
Parabéns Marinha Grande!
* Economista e Director-Geral do CENTIMFE
ADRIANA GUARDA
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A Ribermold
deseja as melhores
prosperidades ao
concelho da
Marinha Grande
2013
Maio de 2013 é a data prevista para a conclusão
da requalificação do edifício da Resinagem
e de conversão do Teatro Stephens
em Casa da Cultura, dois dos novos espaços
mais aguardadas pelos marinhenses.
Rua da Marinha Pequena, n.º 22 | Ap. 288 | 2430-904 Marinha Grande | Tel. 244 573 080 | Fax: 244 573 089 | comercial@ribermold.pt | www.ribermold.pt
A dinâmica e o cariz empreendedor que
colocaram a Marinha Grande numa posição
cimeira no campo industrial não alcançaram,
nos últimos anos, paralelo no domínio
da cultura ou da actividade comercial.
Dotar a cidade de pujança comercial e oferecer
às suas gentes maior oferta cultural
passará sem dúvida pela revitalização do
centro tradicional da Marinha Grande.
São várias as obras públicas e privadas
actualmente em curso no centro da cidade,
e será determinante o êxito que estas
infra-estruturas venham a demonstrar na
captação de comércio, consumidores, mas
também de moradores, rompendo com o
ciclo de abandono e de envelhecimento deste
local.
Entre as principais intervenções em curso
contam-se a reabilitação do edifício da Resinagem,
onde outrora funcionava o mercado
municipal, uma obra co-financiada de
quatro milhões de euros, iniciada em 2011,
e que, de acordo com o presidente da autarquia,
deverá estar concluída em Maio de
2013. Serviços camarários, zona multiusos,
restaurante e pequenas lojas são algumas
das propostas do novo espaço.
Não menos importante para a cidade é a
obra de conversão do Teatro Stephens em
Casa da Cultura, que também deverá estar
concluída no mesmo mês. Trata-se de uma
obra de dois milhões de euros, iniciada em
2011, integrada no projecto de requalificação
do património Stephens, que prevê a
criação de auditório com 240 lugares sentados,
destinado à projecção de cinema,
espectáculos e congressos.
Em curso está ainda a intervenção nos serviços
educativos, galeria municipal e cafetaria,
na Praça Guilherme Stephens, obra
de cerca de 390 mil euros, iniciada em 2012.
Já na recta final de execução encontra-se
a requalificação do jardim central da Praça
Guilherme Stephens (na foto), um investimento
de 314 mil euros.

MARINHA GRANDE
14 de Março de 2013 19
Em fase de projecto encontra-se a construção de um
novo mercado municipal nas imediações dos estaleiros
municipais, que colocará um ponto final no
mercado das tendas, que foi instalado junto à zona
desportiva, a título provisório, aquando do encerramento
do edifício da Resinagem pela Autoridade de
Segurança Alimentar e Económica.
Por resolver fica ainda a questão do mercado do centro
comercial Cristal Atrium, construído para servir
de novo mercado municipal, mas que nunca chegou
a ser utilizado para esse efeito. O município continua
a tentar negociar com o Governo a possibilidade
de instalar o cartório naquele espaço.
O sector privado cumprirá também um papel relevante
na futuro da Marinha Grande. Entre as obras
privadas de maior visibilidade conta-se a requalificação
da Escola Profissional e Artística da Marinha
Grande, detida pelo Grupo GPS, que investiu 700 mil
euros em melhoramentos de salas de aula, laboratórios,
condições de acústica e de segurança, através
de uma obra co-financiada, numa candidatura
integrada no projecto de requalificação dos diversos
edifícios Stephens.
E em curso estão também as obras do auditório do
Sport Operário Marinhense, investimento de 760 mil
euros, que permitirá receber, com mais conforto e
segurança, concertos, conferências, exposições e
projecções.
Carlos Carvalho, presidente de direcção do Sport
Operário Marinhense, está convicto de que o plano
de actividades para os próximos 25 anos deverá ser
elaborado tendo em conta dois vectores: “os objectivos
e estratégias individuais do clube, sem que este
perca a sua identidade e respeitando a história; mas
também inserindo-se naquilo que deverá ser uma
politica local para o desporto e cultura da Marinha
Grande.”
“Se todos os clubes e colectividades se orientarem
por objectivos comuns bem definidos e traçados a
longo prazo, será possível a união e partilha de sinergias,
e a salutar convivência com um objectivo comum,
o bem estar físico e intelectual da população da Marinha
Grande”, frisa Carlos Carvalho. ●
...SEM DESCURAR AS INDÚSTRIAS
A permuta entre um terreno situado a Norte da freguesia
de Vieira de Leiria, propriedade da Câmara da Marinha
Grande, e uma área florestal contígua à Zona Industrial
de Casal da Lebre, propriedade do Ministério da
Agricultura, vai permitir à autarquia proceder à ampliação
daquela zona industrial. A ampliação desta infra-estrutura,
que só em 2012 foi autorizada
pelo Governo, é já uma
ambição antiga da autarquia, dos
vários executivos que por ela
têm passado, partilhada pelos
600
Seis centenas de camiões continuam a
atravessar diariamente a Marinha
Grande, danificando, com o seu peso, as
estradas, as redes de abastecimento de
água e de saneamento, o que justifica, no
futuro, a construção de uma variante
capaz que desviar o trânsito da cidade.
empresários, que precisam de
lotes para instalar ou aumentar
as suas unidades de produção.
Esta expansão virá colocar à disposição
dos empreendedores
mais 23 lotes, numa área que se
estende até à A8.
Álvaro Pereira, presidente do
município, entende que o futuro
do concelho passa por proporcionar
as melhores condições
no sentido de atrair
empresários para a Marinha Grande. Uma das mais
recentes iniciativas da autarquia, neste domínio, chama-se
Programa de Apoio ao Investimento Industrial.
Este programa visa incentivar os empreendedores a
investirem no concelho da Marinha Grande e, simultaneamente,
a criarem emprego. Para isso, prevê a isenção
ou redução de taxas pela realização de operações
urbanísticas, seja para a instalação, remodelação ou
para a ampliação de unidades industriais. Prevê ainda
um prazo reduzido para apreciação de todas as fases
dos projectos.
A redução ou isenção de taxas dirige-se aos investimentos
de natureza industrial e é graduada em função
do número de postos de trabalho a criar: redução de
50% das taxas para empresas que criem entre um e
dez empregos; 75% de redução para aquelas que criem
entre dez e 15 postos de emprego; e isenção total para
as empresas que criem mais de 15 postos de trabalho.
A medida é tomada “num
momento em que se registam
inúmeras dificuldades económicas
e sociais e em que, cada
vez mais, é importante criar
incentivos à criação de postos
de trabalho”, entende a autarquia.
A câmara não pode, por
isso, “ficar indiferente à realidade,
cabendo-lhe nas vertentes
em que pode intervir
adoptar medidas que facilitem
e promovam o investimento
privado”.
Importante para as empresas,
mas também para a mobilidade
das pessoas, assim como
para a preservação das estradas e das infra-estruturas
subterrâneas, será a construção de uma variante,
que desvie o trânsito do centro da Marinha Grande,
aponta Álvaro Pereira. Sobretudo os cerca de 600 camiões
que diariamente continuam a atravessar o centro da
cidade e que, com o seu peso, vão danificando as estradas,
as redes de água e de saneamento que se encontram
no subsolo.
A necessidade de ter uma variante é indiscutível, mas
a sua execução poderá ainda estar longe da concretização,
atendendo ao actual contexto de recessão que
o País atravessa, admite o presidente da autarquia. ●
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... e pelo apoio dos jovens
Depois de extinta, e de ter vivido vários anos de
degradação, entregue às mãos da comunidade de
toxicodependentes, a antiga fábrica de vidros Ivima
prepara-se para renascer com outra finalidade:
albergar uma creche, destinada a prestar apoio às
famílias trabalhadoras do concelho, e ainda como
sede para várias associações da Marinha Grande.
A remodelação do edifício coube à BA Vidros, que
cedeu o espaço à autarquia.
De acordo com o presidente da câmara, o objectivo
do seu executivo tem sido tornar a Marinha
Grande um espaço aprazível. Que crie emprego,
para que os trabalhadores se instalem na Marinha
Grande. Mas que proporcione também condições
para que os trabalhadores possam viver com as
suas famílias, onde as crianças tenham oportunidades
para desenvolver todas as competências. É
nesse sentido que Álvaro Pereira considera determinante
criar, no futuro, centros educativos, assim
como uma piscina municipal adaptada às reais necessidades
dos munícipes. ●