Criada há apenas 20 anos, a freguesia de ... - Jornal de Leiria
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Meirinhas<br />
<strong>Criada</strong> há <strong>apenas</strong> <strong>20</strong> <strong>anos</strong>, a <strong>freguesia</strong> <strong>de</strong> Meirinhas apresenta-se hoje com um elevado índice<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, graças ao empreen<strong>de</strong>dorismo dos seus habitantes e à diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
empresas ali instaladas. Mas Meirinhas começou, no entanto, a gerar riqueza quando era ainda<br />
uma pequena localida<strong>de</strong> da <strong>freguesia</strong> <strong>de</strong> Vermoil. A exploração <strong>de</strong> argila, que ainda se mantem<br />
em toda a sua pujança, e as empresas <strong>de</strong> transportes, foram as responsáveis pelo seu gran<strong>de</strong><br />
salto. Actualmente, faltam aos empresários e à população melhores acessos para uma<br />
consequente melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida!<br />
FOTOS: JACINTO SILVA DURO/LURDES TRINDADE/RUI BOTAS<br />
Este suplemento faz parte integrante da edição 1218 do JORNAL DE LEIRIA, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>20</strong>07 e não po<strong>de</strong> ser vendido separadamente
Aristi<strong>de</strong>s Ferreira, presi<strong>de</strong>nte da Junta <strong>de</strong> Meirinhas<br />
"Os empresários da <strong>freguesia</strong> estão<br />
a conseguir contornar a crise"<br />
Foi emigrante em França durante 42<br />
<strong>anos</strong>. Quais as gran<strong>de</strong>s diferenças que sentiu<br />
na <strong>freguesia</strong> quando veio a Portugal<br />
pela primeira vez?<br />
Foi fantástico o <strong>de</strong>senvolvimento a que<br />
assisti passados três <strong>anos</strong> da minha ida para<br />
França. Quando parti, em 1962, não existia<br />
luz eléctrica, não havia uma estrada e não<br />
havia esgotos. Recordo que as pessoas andavam<br />
mais tempo com a bicicleta às costas<br />
do que a pedalar. Quando voltei, em 1965,<br />
cheguei a minha casa e já não vi o can<strong>de</strong>eiro.<br />
Carregava-se no botão e já havia luz e já<br />
existia frigorífico.<br />
E hoje, como sente a sua terra?<br />
Vejo uma <strong>freguesia</strong> <strong>de</strong>senvolvida. Não<br />
po<strong>de</strong>mos esquecer que a <strong>freguesia</strong> tem <strong>apenas</strong><br />
<strong>20</strong> <strong>anos</strong>. Antes era uma localida<strong>de</strong> da<br />
<strong>freguesia</strong> <strong>de</strong> Vermoil, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que passou<br />
a <strong>freguesia</strong> assistiu-se sim ao seu gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Fizeram-se mais estradas<br />
e alargaram-se as que existiam. Meirinhas<br />
tem um novo rumo, mesmo na maneira <strong>de</strong><br />
viver das pessoas. E a emigração ajudou a<br />
<strong>freguesia</strong> a crescer. Por outro lado, a maioria<br />
dos habitantes veio <strong>de</strong> fora. Pessoas que<br />
vieram trabalhar para as empresas <strong>de</strong> camionagem<br />
e que se fixaram aqui. Temos os<br />
melhores centros <strong>de</strong> camionagem e <strong>de</strong> transportes<br />
do concelho e até da região, que trouxeram<br />
muita gente para trabalhar. Tudo isso<br />
contribuiu para o <strong>de</strong>senvolvimento da terra.<br />
As pessoas hoje têm cá as suas casas, as<br />
suas famílias e os seus empregos. Lembro<br />
que os empresários foram obrigados a recorrer<br />
a mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong> fora porque a maioria<br />
dos jovens, tal como eu, saiu da terra, à<br />
procura <strong>de</strong> melhores oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Muitos dos habitantes da <strong>freguesia</strong> são<br />
hoje empresários...<br />
É verda<strong>de</strong>. Quase casa sim, casa também.<br />
Pessoas que eu conheci e que nasceram<br />
sem nada, mas que, por serem muito<br />
corajosas e por terem trabalhado muito,<br />
estão hoje muito bem e todos com a sua<br />
empresa. Em França costuma dizer-se que<br />
quando a construção não está bem, nada<br />
está. Em Portugal é o mesmo. E Meirinhas<br />
não foge à regra. A construção está um<br />
bocadinho parada, mas, mesmo assim, os<br />
empresários da <strong>freguesia</strong> estão a conseguir<br />
contornar a crise.<br />
A <strong>freguesia</strong> <strong>de</strong> Meirinhas é uma das<br />
mais pequenas do concelho <strong>de</strong> Pombal, mas<br />
continua a ser uma das que mais impostos<br />
paga. Como se explica este fenómeno?<br />
É a segunda <strong>freguesia</strong> a pagar impostos.<br />
A primeira é Pombal. Isto <strong>de</strong>ve-se ao facto<br />
<strong>de</strong> ter muitas empresas <strong>de</strong> cerâmica, camionagem,<br />
construção, comércio, restaurantes,<br />
bares... temos gran<strong>de</strong>s empresas. Somos um<br />
centro comercial a céu aberto. Significa, por<br />
outro lado, que as empresas estão bem <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>. Não po<strong>de</strong>mos ser contra os empresários.<br />
Eles têm razão em pedir porque são<br />
eles que criam a maior parte da riqueza. Por<br />
outro lado, há muitos empresários da <strong>freguesia</strong><br />
que têm as suas empresas noutras<br />
<strong>freguesia</strong>s, mantendo aqui <strong>apenas</strong> as se<strong>de</strong>s.<br />
Não temos espaço para que elas cresçam.<br />
Faz falta um parque empresarial na<br />
<strong>freguesia</strong>?<br />
Muita falta. Há cerca <strong>de</strong> 15 dias tivemos<br />
uma reunião com um empresário que<br />
queria expandir a sua empresa nas Meirinhas<br />
e foi obrigado a procurar solução<br />
no Parque Industrial Manuel da Mota porque<br />
não tínhamos terreno para ele. Ele<br />
esperou, mas como a Junta não conseguiu<br />
um parque empresarial, foi obrigado a<br />
abandonar a <strong>freguesia</strong>. Penso que existe<br />
alguma culpa das entida<strong>de</strong>s oficiais, porque<br />
não houve planeamento e cada um<br />
procurou <strong>de</strong>sencascar-se a si próprio. Ainda<br />
se falou em criar uma zona industrial<br />
entre Meirinhas e o Barracão, numa zona<br />
<strong>de</strong> argila. Houve alguém que comprou terrenos,<br />
mas teve que se abandonar essa<br />
i<strong>de</strong>ia porque ficava muito dispendioso. Os<br />
terrenos aqui são muito caros. Sinceramente,<br />
não sei se a <strong>freguesia</strong> ganha ou<br />
per<strong>de</strong> com isso. As pessoas agarram-se<br />
muito às terras e os empresários não po<strong>de</strong>m<br />
pagar o que pe<strong>de</strong>m por elas. Para se adquirir<br />
um terreno para uma casa, com 100<br />
metros quadrados, as pessoas pe<strong>de</strong>m cerca<br />
<strong>de</strong> 100 mil euros. Ora, é quase impossível<br />
para uma família média construir<br />
<strong>de</strong>pois uma casa. E com as empresas é<br />
exactamente igual.<br />
Então está fora <strong>de</strong> questão a criação<br />
<strong>de</strong> uma zona industrial?<br />
O PDM tem previsto dois parques industriais.<br />
Um fica entre Meirinhas e Ranha e será<br />
para servir as <strong>freguesia</strong>s <strong>de</strong> Meirinhas e <strong>de</strong><br />
Vermoil. Eu tinha proposto um parque para<br />
um terreno ardido junto à A1, on<strong>de</strong> também<br />
há argilas, mas não existem infra-estruturas<br />
para se avançar. Não sei quantos <strong>anos</strong> tem<br />
aquela auto-estrada, mas talvez alguns 15.<br />
Fizeram-se pontes e, lamentavelmente, não<br />
cruzam ali dois carros ligeiros. Pelo menos<br />
numa ponte que está antes do Barracão.<br />
Obviamente abandonou-se essa i<strong>de</strong>ia. Se não<br />
se cruzam ali dois carros ligeiros, quanto mais<br />
um camião. Não acho normal numa autoestrada<br />
feita há tão pouco tempo, não terem<br />
<strong>de</strong>ixado acessos a<strong>de</strong>quados. De qualquer forma,<br />
penso que se o caso fosse bem estudado...<br />
hoje fazem-se pontes em qualquer lado.<br />
E aquele espaço era muito bom porque os<br />
preços dos terrenos lá <strong>de</strong>vem ser bastantes<br />
mais baixos. Aquilo já é charneca. É no Vale<br />
das Moitas. E ficava perto do IC2, ao lado da<br />
A1 e com o futuro nó... era um excelente<br />
local. As empresas ficariam muito bem localizadas.<br />
Depois o PDM prevê mais um parque<br />
industrial, para a estrada do Barracão,<br />
on<strong>de</strong> existe já uma zona industrial, embora<br />
tenha sido criada espontaneamente. É também<br />
uma zona <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> argilas e só<br />
se po<strong>de</strong>rá avançar com a construção <strong>de</strong> infraestruturas,<br />
mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terminar a exploração.<br />
Aquilo eram só pinheiros e as pessoas<br />
começaram a instalar-se, mas <strong>de</strong>pois não<br />
houve continuida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido à exploração <strong>de</strong><br />
argila e também aos preços, que são muito<br />
elevados.<br />
Falou da construção do nó <strong>de</strong> ligação<br />
da A1 a Meirinhas, uma pretensão antiga<br />
dos habitantes da <strong>freguesia</strong>. Existe alguma<br />
informação recente sobre esta obra?<br />
De facto a construção do nó da A1 a Meirinhas<br />
é uma obra urgente e penso que um<br />
dia será terá que ser uma realida<strong>de</strong>, porque<br />
o trânsito no IC2 é caótico. Foi uma falha<br />
grave não o terem feito quando a auto-estrada<br />
foi construída. As Câmaras <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e <strong>de</strong><br />
Pombal estão cansadas <strong>de</strong> reivindicar, mas<br />
até agora nada foi feito. É preciso lembrar<br />
que aquele acesso viria servir Bidoeira, Colmeias,<br />
Vermoil, Carni<strong>de</strong> e Meirinhas. É um<br />
nó que viria valorizar muito estas <strong>freguesia</strong>s<br />
dos concelhos <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e Pombal.<br />
A segurança tem sido uma das suas<br />
gran<strong>de</strong>s preocupações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que chegou à<br />
Junta <strong>de</strong> Freguesia...<br />
Sim. A segurança no IC2, uma via para<br />
on<strong>de</strong> existe um projecto que muitos quebracabeças<br />
nos tem dado, mas que, na minha<br />
opinião, virá beneficiar toda a <strong>freguesia</strong>. Há<br />
cerca <strong>de</strong> três semanas fizemos uns quilómetros<br />
com o Director <strong>de</strong> Estradas não só<br />
para verificarmos a segurança em Meirinhas<br />
como nas <strong>freguesia</strong>s vizinhas, essencialmente<br />
para serem corrigidos alguns traços no IC2.<br />
Falei com ele então sobre as rotundas e o<br />
projecto para o IC2. Vamos aguardar que o<br />
projecto avance, pois chega <strong>de</strong> tantos aci<strong>de</strong>ntes<br />
na principal estrada da <strong>freguesia</strong>. ●<br />
Ficha Técnica<br />
EDIÇÃO: JORLIS - EDIÇÕES E PUBLICAÇÕES, LDA.<br />
Director: José Ribeiro Vieira . Coor<strong>de</strong>nação: Rui Pereira . Redacção: Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong> . Serviços Comerciais: Rui Botas . Paginação: Isilda Trinda<strong>de</strong> e Rita Carlos. Impressão: Miran<strong>de</strong>la, SA . Tiragem: 15.000 exemplares .<br />
Nº <strong>de</strong> registo: 109980 . Depósito legal nº: 5628/84 . JORNAL DE LEIRIA, Edição n.º 1218, 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>20</strong>07<br />
2 MEIRINHAS | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07
Tecido empresarial diversifica ao longo dos <strong>anos</strong><br />
Argilas e transportes dão origem<br />
à riqueza <strong>de</strong> Meirinhas<br />
A diversificação do tecido empresarial é hoje a principal característica da <strong>freguesia</strong><br />
Foi com o sector extractivo das<br />
argamassas e argilas que surgiram<br />
as primeiras empresas<br />
geradoras <strong>de</strong> riqueza na <strong>freguesia</strong><br />
<strong>de</strong> Meirinhas. A Umbelino<br />
Monteiro AS, há cerca <strong>de</strong> 47 <strong>anos</strong> ou<br />
a A<strong>de</strong>lino Duarte da Mota, no mercado<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1950, vieram dar o seu enorme contributo<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma<br />
localida<strong>de</strong> que, há vinte <strong>anos</strong>, teve condições<br />
para se transformar em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>freguesia</strong>.<br />
Mas, numa terra on<strong>de</strong> a gran<strong>de</strong> maioria<br />
dos habitantes se <strong>de</strong>dica à activida<strong>de</strong><br />
empresarial, vários outros sectores <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
se <strong>de</strong>senvolveram em redor da argila.<br />
Não po<strong>de</strong>mos esquecer ainda que a<br />
Transportes Pombalense, Lda, criada em<br />
Abril <strong>de</strong> 1964, é hoje consi<strong>de</strong>rada uma<br />
das maiores empresas do sector do concelho,<br />
da região centro e até do país, sendo<br />
apontada como um do exemplos da<br />
pujança económica e da vitalida<strong>de</strong> das<br />
Meirinhas<br />
O Colégio João <strong>de</strong> Barros, com os seus<br />
700 alunos, veio dar também um impulso,<br />
não só a Meirinhas, mas às <strong>freguesia</strong>s<br />
limítrofres, oferecendo a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e mais próxima<br />
da comunida<strong>de</strong>. É, aliás, um estabelecimento<br />
<strong>de</strong> ensino que elegeu a qualida<strong>de</strong><br />
como uma das suas metas, tendo<br />
obtido já a certificação.<br />
Empresas <strong>de</strong> plásticos, como a Motassis,<br />
agências <strong>de</strong> viagens, como a Turilux,<br />
centros <strong>de</strong> inspecção periódica, como a<br />
Civam e muitas empresas <strong>de</strong> construção.<br />
São cerca <strong>de</strong> uma centena as empresas<br />
que se localizam, na sua maioria, ao longo<br />
do IC2, como se <strong>de</strong> um centro comercial<br />
a céu aberto se tratasse. Actualmente<br />
com três agências bancárias - Caixa <strong>de</strong><br />
Crédito Agrícola Mútuo, Finibanco e BES<br />
- a <strong>freguesia</strong> prepara-se para receber a<br />
quarta, o balcão do Santan<strong>de</strong>r.<br />
Segundo o ex-presi<strong>de</strong>nte da Junta, Américo<br />
Ferreira, também um gran<strong>de</strong> empresário<br />
da <strong>freguesia</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento a<br />
que se tem assistido nos últimos <strong>anos</strong> tem<br />
sido o principal motivo que leva os bancos<br />
a quererem instalar-se em Meirinhas.<br />
"Temos muitas e gran<strong>de</strong>s empresas, pelo<br />
que cada vez mais <strong>de</strong>vem ser os bancos a<br />
aproximar-se dos empresários e não o<br />
contrário".<br />
Américo Ferreira sabe o nome das empresas<br />
da sua <strong>freguesia</strong> uma por uma, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
os restaurantes aos cafés, empresas <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong><br />
e consultadoria, várias empresas<br />
<strong>de</strong> transporte, escritórios <strong>de</strong> seguros,<br />
postos <strong>de</strong> combustível, oficinas e venda<br />
<strong>de</strong> automóveis, empresas <strong>de</strong> construção.<br />
"Temos uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sectores<br />
<strong>de</strong> activida<strong>de</strong> a gerar a nossa riqueza",<br />
diz o empresário, consi<strong>de</strong>rando que<br />
a gran<strong>de</strong> mais-valia é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
inovação da maioria das empresas e o<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo das pessoas da terra.<br />
Uma <strong>freguesia</strong> on<strong>de</strong> não falta também<br />
a farmácia, a sua policlínica e um jornal.<br />
O <strong>Jornal</strong> das Meirinhas que começou por<br />
ser um projecto <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> alunos<br />
do Colégio João <strong>de</strong> Barros e que hoje é já<br />
um verda<strong>de</strong>iro projecto editorial, com 64<br />
páginas, 6000 exemplares, <strong>de</strong>dicado não<br />
só à <strong>freguesia</strong>, mas ao concelho <strong>de</strong> Pombal<br />
e a alguns concelhos do distrito <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um mensário, on<strong>de</strong> as<br />
entrevistas, a economia e o <strong>de</strong>sporto assumem<br />
papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. ●<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07 | MEIRINHAS 3
Valter Branco, director do Colégio João <strong>de</strong> Barros<br />
"Em <strong>Leiria</strong> também há escolas<br />
públicas a fazer selecção <strong>de</strong> alunos"<br />
Apesar do colégio João <strong>de</strong> Barros obter sempre uma boa classificação, quer ao nível do concelho, quer ao nível do distrito, Valter Branco <strong>de</strong>svaloriza o<br />
ranking das escolas. Porque consi<strong>de</strong>ra que os resultados que chegam à opinião pública resultam <strong>de</strong> diferentes critérios editoriais dos órgãos <strong>de</strong><br />
comunicação social. No ano em que comemora os <strong>20</strong> <strong>anos</strong> <strong>de</strong> existência da escola, o director da instituição fala dos objectivos que traçados para os<br />
alunos, sempre com o intuito <strong>de</strong> os preparar melhor para o futuro.<br />
O colégio João <strong>de</strong> Barros voltou<br />
a obter a melhor classificação<br />
do concelho <strong>de</strong> Pombal e uma das<br />
melhores do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, no<br />
âmbito do ranking das escolas.<br />
Quer comentar?<br />
O ranking das escolas vale o que<br />
vale, até porque não entendo os<br />
critérios editoriais <strong>de</strong> cada órgão <strong>de</strong><br />
comunicação social. Se os dados<br />
cedidos pelo Ministério da Educação<br />
são exactamente os mesmos,<br />
então porque é que em <strong>de</strong>terminado<br />
órgão <strong>de</strong> comunicação social<br />
existe uma classificação, noutro<br />
órgão existe outra e noutro órgão<br />
<strong>de</strong> comunicação existe outra completamente<br />
diferente das duas primeiras?<br />
Ou seja, o que constato é<br />
que a média do nosso colégio é diferente<br />
<strong>de</strong> jornal para jornal, o que à<br />
partida está errado. O Colégio João<br />
<strong>de</strong> Barros em alguns jornais é o terceiro<br />
melhor do distrito, noutros é<br />
o 10º e noutros é o 7º melhor. Não<br />
há uma informação exacta ao leitor.<br />
Se um pai for escolher a escola,<br />
em função do ranking, ao consultar<br />
aos vários jornais fica confuso<br />
e mal informado.<br />
Apesar <strong>de</strong>ssa sua posição, a verda<strong>de</strong><br />
é que o colégio tem mantido<br />
sempre boas classificações. A<br />
que <strong>de</strong>vem as boas posições da<br />
escola?<br />
Sim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que foram divulgados<br />
os resultados pela primeira vez,<br />
há seis <strong>anos</strong>, o colégio tem mantido<br />
a li<strong>de</strong>rança no concelho <strong>de</strong> Pombal.<br />
Esta li<strong>de</strong>rança tem um significado<br />
muito importante para mim.<br />
Significa que os resultados escolares<br />
não ocasionais. Estes resultados<br />
representam o dinamismo da<br />
direcção do colégio, representam o<br />
enorme empenho dos professores<br />
ao motivarem os alunos, dinamizando<br />
aulas com qualida<strong>de</strong> e imprimindo<br />
rigor na avaliação. Os meus<br />
professores trabalham com o objectivo<br />
<strong>de</strong> transmitir aos alunos uma<br />
formação integral. Para isso, além<br />
<strong>de</strong> transmitirem aos alunos uma<br />
formação académica a<strong>de</strong>quada,<br />
transmitem, também, uma formação<br />
<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e valores. O colégio<br />
nunca se preocupou em "trabalhar"<br />
para o ranking das escolas,<br />
tem-se preocupado, isso sim, em<br />
preparar os alunos para o futuro.<br />
Mas o ranking das escolas é<br />
uma forma <strong>de</strong> motivar os professores<br />
para conseguirem ser a melhor<br />
escola?<br />
É claro que sim. E em relação<br />
ao nosso caso é até uma responsabilida<strong>de</strong><br />
acrescida, porque ao longo<br />
dos <strong>anos</strong> temos sido, no concelho,<br />
a escola com melhores resultados.<br />
O que po<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado<br />
ano, tal não acontecer. Isso iria<br />
mexer connosco, obviamente. A<br />
gran<strong>de</strong> vantagem da divulgação<br />
<strong>de</strong>ste "ranking" tem sido a <strong>de</strong> motivar<br />
as escolas para obterem melhores<br />
resultados. Penso que muitos<br />
professores "acordaram" para esta<br />
realida<strong>de</strong>. Além disso, se formos<br />
comparar os resultados das médias<br />
divulgadas, as diferenças entre cinquenta<br />
lugares, nessa classificação,<br />
são duas décimas ou mesmo três<br />
décimas <strong>de</strong> valor, na escala <strong>de</strong> 0 a<br />
<strong>20</strong> valores. Po<strong>de</strong> haver mais empenho<br />
ou menos empenho dos professores<br />
mas, utilizando uma frase<br />
popular, " não se fazem omoletas<br />
sem ovos".<br />
As classificações das escolas<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m também dos objectivos<br />
dos alunos?<br />
Claro. Po<strong>de</strong> haver "fornadas" <strong>de</strong><br />
alunos que proporcionem médias<br />
mais altas ou mais baixas. Os resultados<br />
escolares dos alunos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
muito dos objectivos que os<br />
alunos traçaram para a sua vida<br />
escolar. Não po<strong>de</strong>mos comparar<br />
meios sociais diferentes quando<br />
fazemos este tipo <strong>de</strong> avaliação do<br />
<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> escolas. Se eu me<br />
pu<strong>de</strong>sse dar ao luxo <strong>de</strong> escolher só<br />
os bons alunos, certamente os resultados<br />
do colégio seriam totalmente<br />
diferentes. Não quer dizer que as<br />
escolas que ficam nos primeiros<br />
lugares a nível nacional sejam <strong>de</strong><br />
facto melhores do que as outras. É<br />
claro que essas escolas fazem um<br />
bom trabalho, mas têm o privilégio<br />
<strong>de</strong> fazer uma selecção <strong>de</strong> alunos.<br />
Em <strong>Leiria</strong> também há escolas<br />
públicas a fazer selecção <strong>de</strong> alunos.<br />
Além disso, não é só o trabalho dos<br />
professores da escola é, também, o<br />
trabalho dos explicadores e dos pais.<br />
Porque há casos <strong>de</strong> alunos que têm<br />
médias <strong>de</strong> 18 valores e têm explicações<br />
para terem 19 ou <strong>20</strong>. Estes<br />
factores condicionam muito os resultados<br />
das escolas.<br />
O Colégio João <strong>de</strong> Barros tem<br />
algum "segredo" para combater o<br />
insucesso escolar?<br />
Os meios que temos são os mesmos<br />
que todas as escolas dispõem.<br />
Ministramos aulas <strong>de</strong> apoio aos alunos<br />
com mais dificulda<strong>de</strong>s. No final<br />
do ano lectivo os meus professores<br />
<strong>de</strong>finem com os alunos horários<br />
específicos para tirar todas as<br />
dúvidas que forem necessárias. O<br />
professor ao cumprir o horário escolar<br />
está à disposição do aluno. Os<br />
meus professores, se faltarem por<br />
qualquer razão, tomam a iniciativa<br />
<strong>de</strong> compensar a aula noutro<br />
horário acordado com os alunos.<br />
Um grupo <strong>de</strong> alunos do colégio<br />
distinguiu-se, há dois <strong>anos</strong>,<br />
nas Olimpíadas da Química. A<br />
escola serve também para fomentar<br />
a "competição" entre os melhores<br />
alunos ou esta é uma forma<br />
<strong>de</strong> motivação?<br />
Definimos anualmente objectivos<br />
e os professores tomam conhecimento<br />
<strong>de</strong>les. Para atingirmos esses<br />
objectivos temos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir acções.<br />
Um dos objectivos é melhorar a<br />
média dos alunos. Ou seja, queremos<br />
que haja mais alunos com<br />
média superior a quatro, no caso<br />
do ensino básico, e com média superior<br />
a 14, no ensino secundário.<br />
Temos que incutir estes objectivos<br />
aos alunos para conseguirmos atingir<br />
as metas <strong>de</strong>finidas. A motivação<br />
passa pela participação em concursos,<br />
por exemplo.<br />
Quais são os objectivos para<br />
este ano?<br />
Temos dois tipos <strong>de</strong> objectivos.<br />
Os da qualida<strong>de</strong> e os do projecto<br />
curricular <strong>de</strong> escola. Somos uma<br />
empresa certificada e, perante a instituição<br />
certificadora, temos que<br />
<strong>de</strong>finir os objectivos da qualida<strong>de</strong>,<br />
que têm <strong>de</strong> estar inseridos no sistema<br />
gestão da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino.<br />
Como exemplo, Garantir o sucesso<br />
escolar dos alunos, promover a<br />
formação integral do aluno e promover<br />
a utilização das novas tecnologias<br />
no processo ensino-aprendizagem.<br />
No projecto curricular <strong>de</strong><br />
escola um dos objectivos, por exemplo,<br />
<strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
compreensão escrita e oral da Língua<br />
Portuguesa e o aumento do<br />
sucesso dos alunos na Matemática<br />
e Inglês. Ou seja, em função dos<br />
problemas <strong>de</strong>tectados, insucesso a<br />
Matemática e a Inglês, <strong>de</strong>finimos<br />
estes objectivos. Para se conseguir<br />
atingir os objectivos propostos, <strong>de</strong>finimos<br />
acções e metas a atingir.<br />
O que é que mudou no colégio,<br />
<strong>de</strong>pois da certificação?<br />
Pouco, pois nós já fazíamos tudo<br />
o que fazemos hoje. A diferença<br />
está na existência <strong>de</strong> mais um documento,<br />
o manual da qualida<strong>de</strong> e na<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Não temos nenhuma empresa<br />
<strong>de</strong> consultoria por trás <strong>de</strong>ste processo.<br />
Todo o processo <strong>de</strong> certificação<br />
foi feito por nós. Apostei na formação<br />
<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> professores<br />
e a partir daí <strong>de</strong>senvolveu-se<br />
todo o processo.<br />
O colégio tem-se distinguido<br />
também na área do <strong>de</strong>sporto escolar.<br />
Essa é uma das mais-valias<br />
para "agarrar" os alunos à escola?<br />
No nosso projecto educativo<br />
temos várias formações para <strong>de</strong>senvolver.<br />
Formação científica, formação<br />
<strong>de</strong>sportiva, formação multimédia<br />
e formação para os valores.<br />
Na formação <strong>de</strong>sportiva, oferecemos<br />
várias activida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
an<strong>de</strong>bol, já a nível fe<strong>de</strong>rado, e também<br />
o escolar, ginástica, dança,<br />
atletismo, BTT e o xadrez. É um<br />
conjunto <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s para <strong>de</strong>senvolver<br />
a formação <strong>de</strong>sportiva dos<br />
alunos.Graças ao trabalho que os<br />
professores <strong>de</strong>senvolvem temos tido<br />
bons resultados. Os treinos são realizados<br />
<strong>de</strong>pois das aulas terminarem<br />
e aos sábados. Os nossos treinadores,das<br />
equipas <strong>de</strong> an<strong>de</strong>bol<br />
fe<strong>de</strong>rado são professores do colégio.<br />
Na <strong>de</strong>sporto fe<strong>de</strong>rado, o Colégio<br />
João <strong>de</strong> Barros também dá<br />
cartas, nomeadamente no an<strong>de</strong>bol<br />
feminino...<br />
No colégio, actualmente, só o<br />
an<strong>de</strong>bol feminino é fe<strong>de</strong>rado.<br />
Começamos o projecto <strong>de</strong> an<strong>de</strong>bol<br />
só com alunos do colégio e<br />
foi assim que crescemos. Depois<br />
surgiram pedidos <strong>de</strong> outros clubes<br />
para jogarem na nossa escola.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>cidimos terminar<br />
com o an<strong>de</strong>bol masculino,<br />
porque temos que levar as coisas<br />
a sério. O problema é que o futebol<br />
atrai a maioria dos alunos, o<br />
que dividia os nossos alunos, que<br />
jogavam as duas modalida<strong>de</strong>s. E<br />
em jogos coinci<strong>de</strong>ntes, a priorida<strong>de</strong><br />
era o futebol. Nunca pensei<br />
que o an<strong>de</strong>bol feminino passasse<br />
dos escalões <strong>de</strong> formação para<br />
uma equipa sénior. Já tínhamos<br />
alunas nas selecções nacionais e<br />
a motivação surgiu porque, enquanto<br />
juniores elas também disputavam<br />
os campeonatos seniores. Há<br />
dois <strong>anos</strong>, <strong>de</strong>finimos como objectivo<br />
subir à primeira divisão sénior,<br />
ser campeão nacional <strong>de</strong> júnior e<br />
<strong>de</strong> juvenis. Conseguimos. O ano<br />
passado, mantivemos a primeira<br />
divisão e fomos campeões nacionais<br />
<strong>de</strong> juniores. Para este ano, o<br />
objectivo é manter a equipa na<br />
primeira divisão e chegar o mais<br />
longe possível nos campeonatos<br />
<strong>de</strong> juvenis e <strong>de</strong> juniores. Neste<br />
momento, na formação <strong>de</strong> atletas,<br />
somos um clube <strong>de</strong> referência<br />
nacional a nível do an<strong>de</strong>bol<br />
feminino.<br />
Este ano o colégio comemora<br />
o seu <strong>20</strong>º aniversário. Qual o balanço<br />
<strong>de</strong>stes <strong>20</strong> <strong>anos</strong> lectivos?<br />
Uma escola vai-se construindo<br />
e nós estamos ainda em fase <strong>de</strong><br />
construção. Não po<strong>de</strong>mos estar<br />
satisfeitos com o que já fizemos.<br />
Temos que acompanhar o ritmo da<br />
nossa socieda<strong>de</strong>. Vamos fazer uma<br />
retrospectiva dos <strong>20</strong> <strong>anos</strong> com uma<br />
exposição <strong>de</strong> imagens e trabalhos<br />
que foram <strong>de</strong>senvolvidos na escola,<br />
uma edição especial do nosso<br />
jornal e vamos realizar, mais uma<br />
vez, o nosso sarau. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
musical, que engloba as várias activida<strong>de</strong>s<br />
do colégio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a dança,<br />
a música, o teatro, o <strong>de</strong>sporto,<br />
à multimédia. Terá lugar no Cine-<br />
Teatro <strong>de</strong> Pombal, mas queremos<br />
levá-lo, este ano, também a <strong>Leiria</strong><br />
e à Figueira da Foz. Contrariamente<br />
aos <strong>anos</strong> anteriores, as pessoas vão<br />
pagar um preço simbólico, pois as<br />
receitas da bilheteira reverterão a<br />
favor <strong>de</strong> uma instituição a seleccionar<br />
pela Câmara Municipal <strong>de</strong><br />
cada concelho on<strong>de</strong> o colégio vai<br />
actuar. ●<br />
4 MEIRINHAS | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07 | MEIRINHAS 5
Até lá, crianças mantêm-se<br />
sem condições a<strong>de</strong>quadas<br />
Pré-escolar aguarda<br />
por candidaturas<br />
Obras custam mais <strong>de</strong> 100 mil euros<br />
Escola do 1º ciclo com<br />
mais salas <strong>de</strong> aula<br />
O jardim <strong>de</strong> infância das Meirinhas, construído há cerca <strong>de</strong> <strong>20</strong> <strong>anos</strong>,<br />
não oferece já condições para acolher as crianças da <strong>freguesia</strong>. Reduzido<br />
para a população em ida<strong>de</strong> pré-escolar, já não "tem sequer forma<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r sofrer obras <strong>de</strong> ampliação, <strong>de</strong>vido ao local on<strong>de</strong> está implantado",<br />
explica o presi<strong>de</strong>nte da Junta.<br />
Sensível em matéria <strong>de</strong> educação, porque consi<strong>de</strong>ra que é "a base <strong>de</strong><br />
uma boa cidadania", Aristi<strong>de</strong>s Ferreira revela que as crianças precisam<br />
<strong>de</strong> um espaço digno para trabalhar e também para brincar. "O<br />
edifício está limpo e próprio, mas eu chamo àquilo quase uma gaiola,<br />
porque as crianças saem da sala <strong>de</strong> aulas e não têm quase espaço para<br />
brincar", diz o autarca, referindo-se "a um canto com areia", no exterior<br />
com único local <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira. "Hoje isso é muito pouco. Não se<br />
faz uma escola sem espaços ver<strong>de</strong>s".<br />
Aristi<strong>de</strong>s Ferreira anseia por um novo jardim <strong>de</strong> infância em terrenos<br />
da Junta <strong>de</strong> Freguesia, para on<strong>de</strong> está previsto o gimno<strong>de</strong>sportivo, junto<br />
ao Colégio João <strong>de</strong> Barros. "O meu objectivo seria juntar ali todos<br />
os equipamentos escolares e <strong>de</strong>sportivos, porque só assim é que faz<br />
sentido", diz.<br />
A construção do novo jardim <strong>de</strong> infância vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da abertura <strong>de</strong><br />
linhas <strong>de</strong> apoio por parte do Governo para ampliação e construção <strong>de</strong><br />
escolas do pré-escolar. Só quando isso acontecer, a Câmara <strong>de</strong> Pombal<br />
po<strong>de</strong>rá candidatar-se ao financiamento.<br />
"Tenho visitado outras <strong>freguesia</strong>s e vejo que Meirinhas não tem nada<br />
em termos <strong>de</strong> educação. Em Meirinhas vive-se bem, felizmente, mas<br />
as crianças precisam <strong>de</strong> mais", constata o presi<strong>de</strong>nte da Junta. ●<br />
Após vários <strong>anos</strong> <strong>de</strong> espera, as obras na<br />
escola do 1º ciclo do ensino básico <strong>de</strong><br />
Meirinhas já começaram, para aumentar<br />
o número <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> aula. Tratase<br />
<strong>de</strong> um investimento superior a 100<br />
mil euros da Câmara Municipal <strong>de</strong> Pombal e que<br />
vem colmatar a falta <strong>de</strong> escolas para o elevado<br />
número <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> que a <strong>freguesia</strong> dispõe já<br />
neste momento.<br />
Segundo o presi<strong>de</strong>nte da Junta, Aristi<strong>de</strong>s Ferreira,<br />
em Meirinhas o fenómeno "é inverso ao das<br />
maioria das <strong>freguesia</strong>s do concelho e até mesmo<br />
do país". E explica: "a tendência actual é no sentido<br />
<strong>de</strong> se fecharem escolas em algumas localida<strong>de</strong>s<br />
e nós aqui temos falta <strong>de</strong> escolas, talvez porque<br />
chegou muita gente nova e isso não estava<br />
previsto".<br />
A escola do 1º ciclo do ensino básico <strong>de</strong> Meirinhas<br />
conta actualmente com cinco salas <strong>de</strong> aulas,<br />
sendo que uma <strong>de</strong>las já funciona no antigo refeitório.<br />
Com as obras, serão construídas mais duas<br />
salas <strong>de</strong> aula, um refeitório e uma sala polivalente.<br />
Serão ainda feitas remo<strong>de</strong>lações nas casas <strong>de</strong><br />
banho e nos espaços exteriores.<br />
As obras <strong>de</strong>verão estar concluídas ainda durante<br />
este ano lectivo. Segundo o presi<strong>de</strong>nte da Junta,<br />
apesar dos trabalhos estarem a <strong>de</strong>correr em<br />
período lectivo, os alunos não serão prejudicados.<br />
O edifício está já equipado com poli<strong>de</strong>sportivo<br />
e uma biblioteca, assemelhando-se a um póloescolar.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da Junta reconhece que se<br />
trata <strong>de</strong> uma boa escola, embora admita que a<br />
localização não é a melhor, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> segurança<br />
que existe para os alunos. "Não existe um<br />
parque <strong>de</strong> estacionamento e em hora <strong>de</strong> entrada<br />
e <strong>de</strong> saída dos alunos, o trânsito naquela zona é<br />
um caos, com muitos carros parados na via, peões<br />
a atravessar, ultrapassagens perigosas. Enfim, espero<br />
que não haja nenhum aci<strong>de</strong>nte grave a lamentar".<br />
●<br />
Inauguração po<strong>de</strong>rá ser em <strong>20</strong>08/<strong>20</strong>09<br />
Pavilhão gimno<strong>de</strong>sportivo tem projecto aprovado<br />
O pavilhão gimno<strong>de</strong>sportivo <strong>de</strong> Meirinhas<br />
tem finalmente o projecto aprovado<br />
na Câmara Municipal <strong>de</strong> Pombal, prevendo-se<br />
que o espaço seja inaugurado<br />
no ano lectivo <strong>de</strong> <strong>20</strong>08/<strong>20</strong>09, a tempo das<br />
escolas da <strong>freguesia</strong> programarem as suas<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas.<br />
Trata-se <strong>de</strong> mais uma obra que sofreu<br />
vários <strong>anos</strong> <strong>de</strong> atraso. O presi<strong>de</strong>nte da Junta<br />
<strong>de</strong> Freguesia espera que "<strong>de</strong>sta vez seja<br />
mesmo para avançar, até porque a população,<br />
principalmente os jovens e as crianças<br />
das escolas precisam urgentemente <strong>de</strong><br />
um espaço para a prática <strong>de</strong>sportiva".<br />
A obra, que vai custar cerca <strong>de</strong> 1.5<br />
milhão <strong>de</strong> euros, contempla o pavilhão<br />
<strong>de</strong>sportivo, edifícios <strong>de</strong> apoio e espaços<br />
para a prática <strong>de</strong> vários <strong>de</strong>sportos. A construir<br />
num terreno adquirido pela Câmara<br />
<strong>de</strong> Pombal, nas traseiras do Colégio João<br />
<strong>de</strong> Barros, o gimno<strong>de</strong>sportivo vai servir<br />
não só a <strong>freguesia</strong> <strong>de</strong> Meirinhas, mas também<br />
as <strong>freguesia</strong>s <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Vermoil.<br />
Aristi<strong>de</strong>s Ferreira explica que este equipamento<br />
vai ser muito útil para os jovens<br />
da <strong>freguesia</strong> que actualmente ocupam o<br />
poli<strong>de</strong>sportivo da escola do primeiro ciclo<br />
do ensino básico. "É um espaço frequentemente<br />
vandalizado, porque não é a<strong>de</strong>quado<br />
para eles. Eu prefiro vê-los <strong>de</strong>ntro<br />
do pavilhão, a praticar <strong>de</strong>sporto saudável,<br />
do que vê-los <strong>de</strong>ntro dos bares e por<br />
aí sem nada para fazer", afirma.<br />
O autarca explica ainda que com o pavilhão<br />
pronto é possível dinamizar também<br />
a cultura na <strong>freguesia</strong>. "Não temos um<br />
gran<strong>de</strong> espaço para gran<strong>de</strong>s realizações,<br />
para um concerto ou um espectáculo.<br />
Temos muito pouco na <strong>freguesia</strong>". ●<br />
Joaquim António & Pereira, Lda.<br />
Posto <strong>de</strong> Abastecimento<br />
35 <strong>anos</strong><br />
ao seu dispôr<br />
A Junta <strong>de</strong> <strong>freguesia</strong><br />
das Meirinhas <strong>de</strong>seja a todos<br />
Agra<strong>de</strong>cemos a todos os clientes e <strong>de</strong>sejamos<br />
Boas Festas<br />
E.N. 1 . 3105-253 Meirinhas . POMBAL<br />
Tel. 236 948 362/236 948 673 (Posto) . Fax 236 948 180<br />
Bom Natal<br />
e Feliz Ano Novo<br />
6 MEIRINHAS | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07
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Glicémia, Triglicerí<strong>de</strong>os e Testes <strong>de</strong> Gravi<strong>de</strong>z<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07 | MEIRINHAS 7
Estudo prévio para o IC2 conhecido no final <strong>de</strong> <strong>20</strong>08<br />
Meirinhas aguarda por<br />
requalificação da estrada<br />
Asolução <strong>de</strong>finitiva para<br />
o trânsito caótico no<br />
troço do IC2 na <strong>freguesia</strong><br />
<strong>de</strong> Meirinhas<br />
só <strong>de</strong>verá ser conhecida<br />
no final <strong>de</strong> <strong>20</strong>08, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
concluído o estudo prévio para a<br />
requalificação daquela via, entre<br />
<strong>Leiria</strong> e Coimbra Sul, no limite<br />
Norte do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Esta<br />
informação foi dada no início do<br />
mês pelo secretário <strong>de</strong> Estado Adjunto<br />
das Obras Públicas e Comunicações,<br />
Paulo Campos, durante a<br />
assinatura, em Porto <strong>de</strong> Mós, do<br />
contrato para o estudo prévio para<br />
o troço entre Venda das Raparigas<br />
(Sul do distrito) e S. Jorge (Porto<br />
<strong>de</strong> Mós). Entretanto, existe já<br />
um projecto para a construção <strong>de</strong><br />
quatro rotundas, que aguarda<br />
Os estudos em elaboração vão<br />
<strong>de</strong>finir o tipo <strong>de</strong> perfil das vias e<br />
analisarão as soluções a aplicar<br />
em cada um dos troços, que po<strong>de</strong>rão<br />
passar pela criação <strong>de</strong> novas<br />
variantes ao IC2, pela criação <strong>de</strong><br />
rotundas, passagens <strong>de</strong>sniveladas<br />
ou túneis.<br />
Após a conclusão dos estudos<br />
prévios, on<strong>de</strong> serão apontadas as<br />
melhores soluções <strong>de</strong> intervenção,<br />
os processos terão que ser submetidos<br />
a avaliação <strong>de</strong> impacto<br />
ambiental, para passarem à fase<br />
<strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> projecto e, posteriormente,<br />
ao lançamento do<br />
concurso da obra.<br />
Uma situação que leva Narciso<br />
Mota, presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong><br />
Pombal, a não acreditar na eficácia<br />
dos estudos prévios, apelando<br />
sim ao redimensionamento urgente<br />
da via e à eliminação dos pontos<br />
fatídicos, para se acabar com<br />
a mortanda<strong>de</strong> que se tem vivido<br />
no IC2.<br />
Por outro lado, o autarca consi<strong>de</strong>ra<br />
que a solução para o IC2<br />
não passa pela criação <strong>de</strong> rotundas<br />
e colocação <strong>de</strong> mais semáforos.<br />
"Quero ver a eliminação dos<br />
cruzamentos com passagens <strong>de</strong>sniveladas<br />
e com soluções que<br />
aumentem a segurança das pessoas".<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da elaboração<br />
do estudo prévio, o troço do<br />
IC2 nas Meirinhas tem já um projecto<br />
para a construção <strong>de</strong> rotundas,<br />
inserido em zona urbana, numa<br />
área que compreen<strong>de</strong> Meirinhas e<br />
Outeiro da Ranha. Esta informação,<br />
prestada em Abril <strong>de</strong>ste ano<br />
pelo secretário <strong>de</strong> Estado Adjunto<br />
das Obras Públicas e das Comunicações<br />
a um grupo <strong>de</strong> cidadãos<br />
que tem contestado a solução para<br />
aquela via, é ainda acrescida <strong>de</strong><br />
outra que refere que as obras seriam<br />
mesmo para avançar numa extensão<br />
<strong>de</strong> 4.313 metros, com o objectivo<br />
<strong>de</strong> compatibilizar as funções<br />
<strong>de</strong> itinerário complementar e <strong>de</strong><br />
arruamento urbano.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma obra, ainda<br />
segundo Paulo Campos, que visa<br />
abrandar a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação<br />
do tráfego, melhorar as condições<br />
<strong>de</strong> inversão <strong>de</strong> marcha e <strong>de</strong><br />
realização dos atravessamentos<br />
pelos peões.<br />
A solução das rotundas tem sido<br />
bastante contestada pela população<br />
das Meirinhas, reunindo, no<br />
entanto, o parecer favorável dos<br />
autarcas da <strong>freguesia</strong>. Aristi<strong>de</strong>s<br />
Ferreira, presi<strong>de</strong>nte da Junta, explica<br />
que concorda com o projecto,<br />
tendo <strong>apenas</strong> sugerido que as rotundas<br />
fossem ligeiramente reduzidas,<br />
porque Meirinhas não precisa<br />
<strong>de</strong> "uma praça <strong>de</strong> touros".<br />
O problema da contestação, diz,<br />
pren<strong>de</strong>-se com o facto <strong>de</strong> uma<br />
situação <strong>de</strong>stas obrigar alguns proprietários<br />
a terem que ce<strong>de</strong>r alguns<br />
metros dos seus terrenos. "Felizmente,<br />
alguns já mudaram <strong>de</strong> opinião<br />
e já perceberam que a <strong>freguesia</strong><br />
precisa <strong>de</strong> uma solução<br />
urgente para acabar com a falta<br />
<strong>de</strong> segurança que se verifica actualmente".<br />
Na sua opinião, "se as pessoas<br />
<strong>de</strong>morarem mais um quarto<br />
<strong>de</strong> hora das Meirinhas até<br />
Coimbra, não há gran<strong>de</strong> problema,<br />
porque existe uma autoestrada<br />
como alternativa".<br />
O projecto prevê a construção<br />
<strong>de</strong> vias paralelas ao IC2,<br />
assim como a instalação <strong>de</strong> um<br />
separador central. Prevê ainda<br />
a construção <strong>de</strong> quatro rotundas<br />
para controlar a velocida<strong>de</strong><br />
e realizar inversões <strong>de</strong> marcha.<br />
Uma das rotundas será criada<br />
em Outeiro da Ranha, duas nas<br />
Meirinhas e uma terceira à saída<br />
da <strong>freguesia</strong>, junto à estrada<br />
do Barracão. ●<br />
8 MEIRINHAS | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 15.11.<strong>20</strong>07