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GEOPOLÍTICA

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como potência regional através da Doutrina Monroe de 1823, sinalizavam que a independência política não seria seguida<br />

de um desenvolvimento econômico autônomo e de avanços sociais. Do ponto de vista político a maioria dos países foi<br />

comandada por caudilhos, governos ditatorias à serviço dos interesse da elite local e subordinados aos interesses<br />

estrangeiros, caso que pode ser ilustrado com a Guerra do Paraguai, exêmplo da manipulação política britânica para<br />

defender seus interesses na América Latina.<br />

Após a Segunda Guerra Mundial, alguns países latino-americanos como o Brasil, o México, a Argentina e o Chile sofreram<br />

um processo de industrialização e urbanização, porém, as condições de subdesenvolvimento não se alteraram. A<br />

industrialização tardia e substitutiva de importação foi pautada na atração das empresas multinacionais que transferiram<br />

suas fábricas para as nações latino-americanos objetivando atender o mercado interno que crescia com a urbanização desses<br />

países. Assim, a industrialização dependente de capital e tecnologia estrangeiros, transferia riqueza em forma de juros,<br />

lucros e royalties para as suas matrizes, produzindo uma situação de ambiguidade na América Latina: países<br />

industrializados porém, subdesenvolvidos.<br />

Acompanhando o processo de industrialização veio a urbanização acelerada ocasionada por um intenso êxodo rural que<br />

transferiu milhões de pessoas do campo para a cidade sem um planejamento adequado, produzindo a metropolização<br />

(inchaço das cidades), potencializando os problemas sociais, econômicos e ambientais, transformando as metrópoles latinoamericanas<br />

em grandes áreas de degradação humana. Vários problemas se agravaram e se tornaram crônicos como o déficit<br />

de moradias, a falta de saneamento básico, o transporte coletivo insuficiente e a violência urbana que ganha contornos<br />

de guerra civil, dado ao número elevado de homicídios por cem mil habitantes.<br />

Do ponto de vista político, o imediato pós Segunda Guerra produziu um alinhamento quase automático da maioria dos<br />

países latino-americanos com os Estados Unidos, visto que, em 1948 foi criada a Organização dos Estados Americanos –<br />

OEA, organismo político que passou a ser responsável pelo destino das nações das Américas. A vitória da guerrilha em<br />

Cuba (1959) ecendeu o sinal de alerta para o risco de outras nações latino-americanas sofrerem algum tipo de aproximação<br />

com o bloco socialista comandado pela União Soviética, isso era inaceitável para os Estados Unidos que iniciou uma<br />

política de aproximação com militares e as elites conservadoras de vários países da América Central e do Sul, criando as<br />

condições para os vários golpes militares que ocorreram ao longo das décadas de 1960 e 1970, além de algumas<br />

intervenções militares diretas como na República Dominicana e no Panamá.<br />

Impossibilitadas de atuarem democraticamente, as esquerdas latino-americanas optaram pela a luta armada que em alguns<br />

casos chegaram a ter sucesso momentâneo como o que ocorreu em El Salvador e na Nicarágua no fim da década de 1970,<br />

porém, a interferência estadunidense apoiando os “contras”, produziu um conflito civil que deixou um rastro de mais de<br />

200 mil mortos nesses dois países da América Central. Por outro lado, em outros países as guerrilhas de esquerda também<br />

provocavam muita preocupação nos governos locais alinhados com a política estadunidense. A seguir são listados alguns<br />

dos movimentos guerrilheiros que atuaram na América Latina entre 1960 e 2000 na América Latina, lembrando que as<br />

Forças Armadas Revolucionárias Colombians (FARC) e o Éxécito de Libertação Nacional (ELN) ainda atuam na<br />

Colômbia, controlando uma expressiva área desse país:<br />

A partir de meados da década de 1980 começou o processo de redemocratização dos países da América Latina que<br />

viveram regimes de exeção, um a um, os governos ditatoriais davam lugar aos governos democráticos, porém, a crise<br />

econômica assolava as economias latino-americanas, que transformou esses anos na “década perdida” empurrava um<br />

contigente cada vez maior para a pobreza e para a miséria, agravando o abismo social existente desde os primórdios da<br />

colonização ibérica.<br />

As ideias neoliberais difundidas pelo Consenso de Washington de 1989, defendia o afastamento do Estado da economia<br />

e a transferência das empresas estatais para o controle privado: a privatização. Por outro lado, a redução das tarifas<br />

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