Na cultura da soja, mesmo em condições <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> déficit hídrico, alguns locaisapresentaram produtivida<strong>de</strong>s satisfatórias e acima <strong>de</strong> 3.000 kg ha -1 e, em alguns casos, acima<strong>de</strong> 5.000 kg ha -1 . Parcianello et al. (2002) e Rambo et al. (2003) obtiveram em El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> <strong>do</strong>Sul/RS, em condições experimentais, potenciais <strong>de</strong> rendimento varian<strong>do</strong> <strong>entre</strong> 5.139 kg ha -1 e5.014 kg ha -1 , quan<strong>do</strong> no espaçamento <strong>de</strong> 20 cm <strong>entre</strong> linhas e 3.767 kg ha -1 a 4.322 kg ha -1 ,quan<strong>do</strong> no espaçamento <strong>de</strong> 40 cm. Em condições <strong>de</strong> lavoura, em cultivos com espaçamentos<strong>de</strong> 45 cm (safra 2002/03), os rendimentos obti<strong>do</strong>s nesse trabalho foram superiores em 39%(5.220 kg ha -1 ) e 32% (4.980 kg ha -1 ), respectivamente, para a ár<strong>ea</strong> <strong>de</strong> Não-Me-Toque e <strong>de</strong>Palmeira das Missões, quan<strong>do</strong> comparadas com os rendimentos obti<strong>do</strong>s por Parcianello et al.(2002) e em 21 e 15 %, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Rambo et al. (2003), emcondições experimentais e mesmos espaçamentos. Na melhor condição <strong>de</strong> manejo, orendimento obti<strong>do</strong> em El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sul foi semelhante aos rendimentos obti<strong>do</strong>s nas duasprimeiras safras <strong>de</strong> soja em Palmeira das Missões e Não-Me-Toque, indican<strong>do</strong> o eleva<strong>do</strong> níveltecnológico <strong>de</strong>ssas ár<strong>ea</strong>s comerciais.Em condições americanas, Cooper (2003) também constatou que produtores vinhamobten<strong>do</strong> recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> (6.000 kg ha -1 ) na cultura da soja, fato não obti<strong>do</strong> emEstações Experimentais. Além <strong>de</strong> balizar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> barreiras para a obtenção <strong>de</strong>maiores produtivida<strong>de</strong>s em condições <strong>de</strong> lavoura, essas informações po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>utilida<strong>de</strong> à pesquisa quan<strong>do</strong> os propósitos forem a busca <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s máximas e/ou <strong>do</strong>sfatores bióticos e abióticos envolvi<strong>do</strong>s. Isso também conduz à hipótese que algumasqualida<strong>de</strong>s positivas <strong>de</strong>vem existir nesses locais específicos, favorecen<strong>do</strong> o incremento naprodução, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com os locais <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong>.Para a cultura <strong>do</strong> milho, na ár<strong>ea</strong> <strong>de</strong> Não-Me-Toque, os potenciais máximos <strong>de</strong>rendimento, obti<strong>do</strong>s em condições <strong>de</strong> lavoura, correspon<strong>de</strong>ram a 87% e 93% <strong>do</strong> potencialmáximo obti<strong>do</strong> em condições experimentais em El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sul (Argenta et al., 2003). Nascondições <strong>de</strong> Palmeira das Missões, <strong>de</strong> forma semelhante comprovou-se uma potencialida<strong>de</strong> acampo <strong>de</strong> 86% em relação ao obti<strong>do</strong> em condições controladas.Quan<strong>do</strong> da análise da presença <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> temporal da produtivida<strong>de</strong>, na ár<strong>ea</strong> <strong>de</strong>Palmeira das Missões, Pontelli (2005) encontrou que a ár<strong>ea</strong> apresenta variabilida<strong>de</strong> temporalcom forte estruturação ao longo <strong>do</strong>s anos e uma <strong>de</strong>pendência espacial consistente, abrangen<strong>do</strong>uma faixa <strong>de</strong> correlação com distância <strong>de</strong> 154 a 798 metros.Nesse trabalho, nota-se uma um agrupamento espacial ou repetibilida<strong>de</strong> ao longo <strong>do</strong>sanos <strong>de</strong> sub-ár<strong>ea</strong>s, com coerência na concentração espacial <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> baixa e altaprodutivida<strong>de</strong> (Figura 1.11). O mapa da cultura <strong>do</strong> milho, safra 2005, revela, na sua direita,40
um problema ocorri<strong>do</strong> durante a colheita, on<strong>de</strong> não houve o registro <strong>de</strong> uma parte <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.Mesmo assim, optou-se pela inclusão <strong>de</strong>sses resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a seu comportamento similarcom o mapa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa cultura, no ano <strong>de</strong> 2002.Nos mapas apresenta<strong>do</strong>s na Figura 1.11 foi possível i<strong>de</strong>ntificar, visualmente, ár<strong>ea</strong>s<strong>de</strong>finidas com uma região com produtivida<strong>de</strong> baixa na porção nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> talhão. Na partesu<strong>de</strong>ste <strong>do</strong>s mapas <strong>de</strong>staca-se uma região com produtivida<strong>de</strong> alta. Individualmente, os mapasda cultura <strong>do</strong> milho apresentaram uma maior estabilida<strong>de</strong> na variabilida<strong>de</strong> espacial dasprodutivida<strong>de</strong>s, indican<strong>do</strong> a potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa cultura na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejoatravés <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Camargo et al. (2004) encontraram essas mesmastendências.Em razão da gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> observada na produção <strong>de</strong> grãos, é importante para aampliação e aplicação das técnicas da agricultura <strong>de</strong> precisão quantificar a estrutura espacial<strong>de</strong>ssa variabilida<strong>de</strong> (Coelho, 2003). Se a variabilida<strong>de</strong> não apresenta estrutura espacial, ouseja, se ela não ocorre concentrada em ár<strong>ea</strong>s possíveis <strong>de</strong> serem manejadas, a melhorestimativa <strong>de</strong> qualquer parâmetro obti<strong>do</strong> nessa ár<strong>ea</strong> é o valor médio ou a mediana, e a melhormaneira <strong>de</strong> se maneja-la é usan<strong>do</strong> os conceitos da agricultura convencional, por meio <strong>de</strong>manejo uniforme. No entanto, se há comprovação <strong>de</strong>ssas repetibilida<strong>de</strong> estrutural na ár<strong>ea</strong> e avariabilida<strong>de</strong> espacial e temporal remetem à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s pela sua abrangência eespacialização, então, o mapa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> ganha sua <strong>de</strong>vida importância nesse cenáriocontextual <strong>de</strong> busca incessante pelo conhecimento gerencial das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produçãoagrícola e instrumentação das máquinas para a colheita georreferenciada.41
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
- Page 3 and 4: S235rSanti, Antônio LuisRelações
- Page 5 and 6: Lições para uma vida...Como todo
- Page 7 and 8: mas por terem contribuído para com
- Page 9 and 10: ABSTRACTTese de DoutoradoPrograma d
- Page 11 and 12: praticidade dos métodos utilizados
- Page 14 and 15: (RS) ..............................
- Page 16 and 17: FIGURA 4.6 Distribuição de agrega
- Page 18 and 19: SUMÁRIOINTRODUÇÃO GERAL ........
- Page 20 and 21: INTRODUÇÃO GERALDentre os diverso
- Page 22 and 23: A definição de zonas de potencial
- Page 24 and 25: grãos das culturas torna-se ferram
- Page 26 and 27: contínuos entre o sistema solo e o
- Page 28 and 29: Os medidores de produtividade utili
- Page 30 and 31: 1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃODurante
- Page 32 and 33: Figura 1.5 - Produtividade imprová
- Page 34 and 35: Tabela 1.2 - Produtividade das cult
- Page 36 and 37: Figura 1.8 - Espacialização horiz
- Page 38 and 39: Os dados apresentados na Tabela 1.2
- Page 42 and 43: Figura 1.11 - Variabilidade horizon
- Page 44 and 45: Figura 1.12 - Verticalização da p
- Page 46 and 47: Figura 1.14 - Verticalização da p
- Page 48 and 49: Observando a Figura 1.14, percebe-s
- Page 50 and 51: Pensando nessa possibilidade, para
- Page 52 and 53: De uma forma prática, os resultado
- Page 54 and 55: 1.4 CONCLUSÕESA realização da fi
- Page 56 and 57: HAN, S.; HUMMEL, J.W.; GOERING, C.E
- Page 58 and 59: CAPÍTULO 2: EVOLUÇÃO TEMPORAL DA
- Page 60 and 61: aplicador no campo (GPS), bem como
- Page 62 and 63: fósforo (P) e potássio (K) dispon
- Page 64 and 65: Baixo potencial produtivo +185 +95O
- Page 66 and 67: que diminuiu sua concentração na
- Page 68 and 69: Tabela 2.3 - Estatística descritiv
- Page 70 and 71: teores de argila superior a 60%, en
- Page 72 and 73: Figura 2.4 - Distribuição espacia
- Page 74 and 75: Figura 2.6 - Distribuição espacia
- Page 76 and 77: A camada de 0 a 0,05 m apresentava
- Page 78 and 79: Figura 2.8 - Distribuição espacia
- Page 80 and 81: Com as adubações houve um increme
- Page 82 and 83: limite inferior (2,6%) e o limite s
- Page 84 and 85: Figura 2.10 - Distribuição espaci
- Page 86 and 87: Figura 2.11 - Relação entre kg pr
- Page 88 and 89: Na Figura 2.11 encontra-se a efici
- Page 90 and 91:
2.4 CONCLUSÕESA diminuição no te
- Page 92 and 93:
FRANÇA, G.E.; OLIVEIRA, A.C.; MANT
- Page 94 and 95:
TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSAN
- Page 96 and 97:
A definição mais simples da taxa
- Page 98 and 99:
do outro. Utilizaram-se três méto
- Page 100 and 101:
Intensidade da Chuva (r t ) = (H1-H
- Page 102 and 103:
Figura 3.2 - Vista dos Infiltrômet
- Page 104 and 105:
infiltrou 75 % a mais em relação
- Page 106 and 107:
Para as taxas de infiltração acum
- Page 108 and 109:
Figura 3.6 - Taxa de infiltração
- Page 110 and 111:
principalmente pela questão do pla
- Page 112 and 113:
Figura 3.9 - Precipitação, escoam
- Page 114 and 115:
Figura 3.10 - Taxa de infiltração
- Page 116 and 117:
Dentro desse contexto, procurou-se
- Page 118 and 119:
Figura 3.13 - Eficiência relativiz
- Page 120 and 121:
3.5 AGRADECIMENTOSÉ reconhecido o
- Page 122 and 123:
Programa de Pós Graduação em Ci
- Page 124 and 125:
CAPÍTULO 4: QUALIDADE FÍSICA DO S
- Page 126 and 127:
Recentemente, com as ferramentas da
- Page 128 and 129:
Em laboratório, as amostras foram
- Page 130 and 131:
das amostras para densidade consist
- Page 132 and 133:
Tabela 4.2 - Teor de argila e MOS n
- Page 134 and 135:
Na avaliação realizada em 2005 (F
- Page 136 and 137:
Para a zona de baixa produtividade,
- Page 138 and 139:
de ordem organizacional (reestrutur
- Page 140 and 141:
Figura 4.11 - Distribuição horizo
- Page 142 and 143:
cultura do milho na safra 2004/05 (
- Page 144 and 145:
Tabela 4.3 - Densidade do solo (Ds)
- Page 146 and 147:
4.4 CONCLUSÕESA qualidade física
- Page 148 and 149:
DA ROS, C.O.; LOPES, C. E. L.; SECC
- Page 150 and 151:
STONE, L.F. & SILVEIRA, P.M. Efeito
- Page 152 and 153:
multivariada), podem ser utilizados
- Page 154 and 155:
denominado por esses últimos autor
- Page 156 and 157:
Tabela 5.1 - Produtividade de grão
- Page 158 and 159:
Tabela 5.2 - Análise de componente
- Page 160 and 161:
escores negativos e altamente signi
- Page 162 and 163:
Na Figura 5.3 encontra-se a correla
- Page 164 and 165:
Figura 5.4 - Relação entre a infi
- Page 166 and 167:
Tanto para a cultura da soja como p
- Page 168 and 169:
Na Figura 5.7, confirmam-se as evid
- Page 170 and 171:
Figura 5.8 - Relações entre a efi
- Page 172 and 173:
5.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALB
- Page 174 and 175:
MATZENAUER, R.; BARNI, N.A. & MALUF