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Faça aqui o download da edição n°57 - Mecatrônica Atual

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Associa<strong>da</strong> <strong>da</strong>:<br />

Editora Saber Lt<strong>da</strong><br />

Diretor<br />

Hélio Fittipaldi<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Editor e Diretor Responsável<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Revisão Técnica<br />

Eutíquio Lopez<br />

Re<strong>da</strong>ção<br />

Augusto Heiss<br />

Publici<strong>da</strong>de<br />

Caroline Ferreira<br />

Nikole Barros<br />

Designer<br />

Diego Moreno Gomes<br />

Colaboradores<br />

Alexandre Capelli<br />

Alexandre Comitti<br />

Celso Nobre<br />

César Cassiolato<br />

Enzo Bertazini<br />

Eutíquio Lopez<br />

Filipe Pereira<br />

Vitor Cássio Duarte Porto<br />

PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />

publici<strong>da</strong>de@editorasaber.com.br<br />

Capa<br />

Plataforma P56 – Petrobrás / Divulgação<br />

Impressão<br />

Neograf Gráfica e Editora<br />

Distribuição<br />

Brasil: DINAP<br />

Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />

ASSINATURAS<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />

atendimento <strong>da</strong>s 8:30 às 17:30h<br />

Edições anteriores (mediante disponibili<strong>da</strong>de de<br />

estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330,<br />

ao preço <strong>da</strong> última <strong>edição</strong> em banca.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação <strong>da</strong><br />

Editora Saber Lt<strong>da</strong>, ISSN 1676-0972. Re<strong>da</strong>ção,<br />

administração, publici<strong>da</strong>de e correspondência:<br />

Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />

03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />

Associação Nacional<br />

<strong>da</strong>s Editoras de Publicações Técnicas,<br />

Dirigi<strong>da</strong>s e Especializa<strong>da</strong>s<br />

Mecânica 2012 e o mercado<br />

A Feira Internacional <strong>da</strong> Mecânica 2012, no Anhembi,<br />

foi um enorme sucesso. Muitas empresas que visitamos<br />

comentaram que devido ao comportamento do mercado,<br />

quase não foram montar seus estandes nesta feira, até<br />

porque o resultado de dois anos atrás, apesar <strong>da</strong>s boas<br />

notícias <strong>da</strong> época, não tinha sido lá essas coisas.<br />

O fato é que surpreendeu a todos e revigorou os<br />

negócios <strong>da</strong>queles que se dispuseram a expor nela.<br />

Muitos setores desta área continuam an<strong>da</strong>ndo de lado<br />

na economia, mas aqueles que investiram em marketing<br />

com feiras e publici<strong>da</strong>de conseguiram puxar as poucas<br />

ven<strong>da</strong>s no mercado para as suas companhias, enquanto<br />

Hélio Fittipaldi<br />

que outras continuaram chorando sem fazer na<strong>da</strong>.<br />

Claro que o mundo todo não está uma maravilha e nós que passamos anos e anos de<br />

agruras, criados pelos políticos e sem uma ação saneadora por parte deles, agora temos que<br />

pagar a conta. Não é com desoneração fiscal <strong>aqui</strong> e ali que resolveremos, pelo contrário,<br />

assim criaremos mais problemas para todos os setores inclusive para os contemplados. A<br />

solução ain<strong>da</strong> é a reforma tributária, a trabalhista, a previdenciária e uma série infinita<br />

de providências que não foram toma<strong>da</strong>s há anos pelos diversos governos que deveriam<br />

consoli<strong>da</strong>r o Plano Real.<br />

Se isto não for feito urgentemente, perderemos feio o pouco que conseguimos, pois o<br />

capital não tem pátria e mu<strong>da</strong> fácil de lugar. Como exemplo, vimos nos jornais recentemente<br />

que a Fiat irá fechar mais uma fábrica na Itália devido aos altos custos e à pressão<br />

dos sindicatos em exigir aumentos de salários. Outras montadoras na Europa estão com<br />

o mesmo plano <strong>da</strong> Fiat. Nenhuma empresa quer passar pela per<strong>da</strong> de seu patrimônio e,<br />

consequentemente, fechar.<br />

A grita continua em nosso Brasil e será bom ver a “Palavra do Presidente” no site <strong>da</strong><br />

ABIMAQ (www.abimaq.org.br), onde mais uma vez Luiz Aubert Neto em sua <strong>edição</strong> nº<br />

156/junho/2012 expõe: “Pessimistas de Plantão, ou em Defesa de Interesses Próprios?”<br />

Mu<strong>da</strong>ndo um pouco de assunto, a revista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> n° 55 registrou o record<br />

de 159.787 <strong>download</strong>s de sua “Digital Freemium Edition” em apenas dois meses - além<br />

dos 4.000 exemplares à ven<strong>da</strong> em papel.<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Submissões de Artigos<br />

Artigos de nossos leitores, parceiros e especialistas do setor, serão bem-vindos em nossa revista. Vamos analisar<br />

ca<strong>da</strong> apresentação e determinar a sua aptidão para a publicação na Revista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>. Iremos trabalhar<br />

com afinco em ca<strong>da</strong> etapa do processo de submissão para assegurar um fluxo de trabalho flexível e a melhor<br />

apresentação dos artigos aceitos em versão impressa e online.<br />

Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />

Os artigos assinados são de exclusiva responsabili<strong>da</strong>de de seus autores. É ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a reprodução total ou parcial<br />

dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias<br />

oriun<strong>da</strong>s dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos <strong>da</strong><br />

Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados<br />

todos os cui<strong>da</strong>dos razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabili<strong>da</strong>de<br />

legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco<br />

assumimos a responsabili<strong>da</strong>de por <strong>da</strong>nos resultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto<br />

ou desenho, será publica<strong>da</strong> errata na primeira oportuni<strong>da</strong>de. Preços e <strong>da</strong>dos publicados em anúncios são por<br />

nós aceitos de boa fé, como corretos na <strong>da</strong>ta do fechamento <strong>da</strong> <strong>edição</strong>. Não assumimos a responsabili<strong>da</strong>de por<br />

alterações nos preços e na disponibili<strong>da</strong>de dos produtos ocorri<strong>da</strong>s após o fechamento.<br />

3


índice<br />

Índice de Anunciantes:<br />

Altus .................................... 05<br />

Jomafer .............................. 23<br />

Metaltex ............................ 27<br />

Nova Saber ......................... 31<br />

4<br />

18<br />

42<br />

Nova Saber ......................... 45<br />

NORD ......................... Capa 02<br />

Rio Mech 2012 .......... Capa 03<br />

Festo ............................ Capa 04<br />

12<br />

12<br />

18<br />

24<br />

32<br />

42<br />

47<br />

Editorial<br />

Notícias:<br />

Aplicação do Software<br />

Proficy iFix nos 48 terminais<br />

<strong>da</strong> TRANSPETRO<br />

Softstarter – A diferença entre<br />

essa tecnologia e os demais<br />

sistemas de parti<strong>da</strong> de motores<br />

Automatismos<br />

Eletromecânicos – Parte 2<br />

M<strong>edição</strong> de Pressão –<br />

Características, Tecnologias<br />

e Tendências<br />

Aplicação de Cilindros<br />

Pneumáticos em<br />

Controle Modulante<br />

Engenharia de Manutenção –<br />

Técnica <strong>da</strong> Inspeção Visual<br />

03<br />

06<br />

Pesquisa <strong>da</strong> Ford sobre o uso de mensagens de texto<br />

ao volante e a nova tecnologia SYNC ........................................... 06<br />

Novo leitor de identificação Cognex DataMan 302 ............ 07<br />

Interruptor de Nível LBFS ....................................................... 08<br />

Technip recebe contrato <strong>da</strong> Petrobras .................................. 08<br />

Sistema de secagem de latas e garrafas,<br />

<strong>da</strong> Spraying Systems Co. ........................................................... 09<br />

Medidor de fluxo com sensor híbrido de<br />

filme espesso, <strong>da</strong> TeleControlli .......................................... 09<br />

Festo abre incrições para cursos em Julho ............................ 10<br />

Schrader lança a primeira câmara de ar verde e amarela ........ 11<br />

Novo medidor de vibração, Fluke 805 .................................... 11


notícias<br />

Ford realiza pesquisa<br />

na Europa sobre o<br />

uso de mensagens<br />

de texto ao volante<br />

A Ford anunciou o resultado de<br />

um estudo inédito realizado com consumidores<br />

de diversos países <strong>da</strong> Europa<br />

para pesquisar o uso do celular<br />

na leitura e transmissão de mensagens<br />

de texto ao volante. O objetivo foi<br />

avaliar a extensão desse hábito, que é<br />

comum em todo o mundo e contribui<br />

para o aumento de acidentes, visando<br />

avançar nas soluções ofereci<strong>da</strong>s pelo<br />

sistema Ford SYNC de conectivi<strong>da</strong>de<br />

com o celular no automóvel.<br />

A pesquisa mostrou que, em média,<br />

48% dos motoristas entrevistados<br />

na Alemanha, Espanha, França, Grã-<br />

-Bretanha, Itália e Rússia admitiram<br />

checar seus textos ao volante. Na Itália, esse índice foi de 61%,<br />

comparado com 55% na Rússia, 49% na França e Alemanha, 40%<br />

na Espanha e 33% na Grã-Bretanha. No total, 5.500 motoristas<br />

foram entrevistados.<br />

O levantamento promovido pela Ford faz parte <strong>da</strong> preparação<br />

para o lançamento do seu sistema SYNC, que pode transformar<br />

mensagens de texto em voz e também permite ao motorista<br />

enviar uma resposta seleciona<strong>da</strong> dentro de uma lista de opções.<br />

Hábito perigoso<br />

Mesmo sendo um hábito comum, quase a totali<strong>da</strong>de dos<br />

motoristas – 95% – concor<strong>da</strong> que ler textos no trânsito é perigoso<br />

e afeta a sua segurança ao dirigir. Pelo menos a metade<br />

acredita que a sua capaci<strong>da</strong>de de resposta é 50% mais lenta ao<br />

ler mensagens no celular.<br />

“Os smartphones se tornaram rapi<strong>da</strong>mente uma parte essencial<br />

na rotina de muitas pessoas”, diz Christof Kellerwessel,<br />

engenheiro-chefe de Engenharia de Sistemas Elétricos e Eletrônicos<br />

<strong>da</strong> Ford. “Mas, como as mensagens de texto podem<br />

distrair os motoristas, é óbvio o benefício de um sistema capaz<br />

de transformar em voz as mensagens de texto dos smartphones.”<br />

Tecnologia SYNC - Sistema completo<br />

Desenvolvido junto com a Microsoft, o Ford SYNC é uma<br />

plataforma de software avança<strong>da</strong> que permite aos consumidores<br />

a conveniência e a flexibili<strong>da</strong>de de conectar seus aparelhos digitais<br />

e celulares Bluetooth ao veículo e operá-los usando comando<br />

de voz, ou controles instalados no volante. Ele conta com as<br />

seguintes funções:<br />

• Mensagens sonoras de texto: quando pareado com um<br />

celular Bluetooth, o SYNC converte mensagens de texto<br />

6<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Painel de veículo Ford com a tecnologia SYNC embarca<strong>da</strong>.<br />

do celular em áudio e as lê em viva voz. É possível também<br />

responder usando 20 mensagens pré-defini<strong>da</strong>s;<br />

• Inteligência multi-idiomas: o SYNC é pré-configurado<br />

para operar em inglês, francês e espanhol;<br />

• Chama<strong>da</strong>s ativa<strong>da</strong>s por voz: basta apertar o botão<br />

“Talk” instalado no volante e dizer o nome <strong>da</strong> pessoa com<br />

quem quer falar. O SYNC liga automaticamente para o nome<br />

listado nos contatos do celular;<br />

• Funções avança<strong>da</strong>s de chama<strong>da</strong>: o SYNC inclui as<br />

mesmas funções disponíveis nos celulares, como identificação<br />

de chama<strong>da</strong>s, chama<strong>da</strong> em espera, conferência, lista de<br />

contatos e ícones de carga <strong>da</strong> bateria e força do sinal, que<br />

são exibi<strong>da</strong>s na tela do rádio;<br />

• Chama<strong>da</strong> de emergência: quando pareado com o celular,<br />

devi<strong>da</strong>mente ligado e conectado ao SYNC - o que é<br />

projetado para ocorrer sempre que o motorista entra no<br />

carro com seu celular – o sistema é preparado para ligar<br />

ao serviço local de emergência (número 911 nos Estados<br />

Unidos), se o air bag for ativado em um acidente;<br />

• Check-up do veículo: o SYNC tem a capaci<strong>da</strong>de de<br />

reunir informações importantes dos principais módulos<br />

de controle do veículo e enviá-las para a Ford por meio<br />

do celular do cliente. A informação é analisa<strong>da</strong> automaticamente<br />

pela empresa, que gera um relatório e o envia<br />

por meio de mensagem de texto ou e-mail, conforme a<br />

preferência do cliente;<br />

• Música ativa<strong>da</strong> por voz: a tecnologia avança<strong>da</strong> de reconhecimento<br />

de voz do SYNC permite que se opere o celular,<br />

ou o tocador de música digital, por simples comandos de<br />

voz. É possível navegar nos arquivos de música do CD-player,<br />

do dispositivo USB ou do celular, selecionados por gênero,


DataMan 302, <strong>da</strong> Cognex<br />

álbum, artista ou música, usando comandos de voz como<br />

“rock”, “play” ou “play track”;<br />

• Suporte a “ring tones”: o SYNC toca “ring tones”<br />

personalizados nos celulares que dispõem dessa função. Se<br />

o usuário configurou ring tones específicos para identificar<br />

seus contatos, o SYNC vai tocá-los também;<br />

• Transferência automática de agen<strong>da</strong>: o SYNC transfere<br />

automaticamente, por conexão sem fio, todos os nomes<br />

e números inseridos na agen<strong>da</strong> do celular;<br />

• Conexão sem interrupção: não é necessário desligar no<br />

uma chama<strong>da</strong> ao entrar no veículo. Basta apertar o botão<br />

“Telephone Button” no volante e o SYNC se conecta automaticamente<br />

ao celular Bluetooth para continuar uma conversa;<br />

• Navegação: a mais nova aplicação do SYNC é o sistema<br />

de informação e orientação de tráfego, integrado à tecnologia<br />

GPS e celular Bluetooth. Acionado por comando de<br />

voz, sem a necessi<strong>da</strong>de de usar as mãos, ele dá acesso a<br />

boletins personalizados de trânsito, orientação de rotas e<br />

informações comerciais, sobre o tempo, esportes e notícias.<br />

O usuário pode receber alertas de trânsito por mensagem<br />

de texto, incluindo a localização e severi<strong>da</strong>de de acidentes<br />

ou obras na pista, ou navegar no site que informa sobre as<br />

condições de tráfego em todo o país. O sistema de navegação<br />

orienta o motorista por instruções de áudio, rua a rua,<br />

sobre a direção a seguir, e informa também a localização<br />

de milhões de pontos, como cinemas e restaurantes. O<br />

motorista pode também personalizar o tipo de notícias que<br />

deseja receber, por comando de voz: informações sobre<br />

determinado esporte ou time, condições do tempo em uma<br />

região específica ou, por exemplo, notícias sobre negócios,<br />

varie<strong>da</strong>des ou tecnologia.<br />

//notícias<br />

Rastreabili<strong>da</strong>de Completa<br />

para a Indústria Solar com<br />

o Cognex DataMan 302<br />

O novo leitor de identificação DataMan ®<br />

302, <strong>da</strong> Cognex, foi projetado especificamente<br />

para aplicações de rastreabili<strong>da</strong>de solar. Apresenta<br />

iluminação azul integra<strong>da</strong>, controla<strong>da</strong><br />

por banca<strong>da</strong>, para a leitura de códigos de barra<br />

2-D em wafers solares fotovoltáicos (PV). O<br />

leitor de identificação baseado em imagem<br />

de alta resolução (1280x1024 pixels) é ideal<br />

para decodificar lasers desafiadores, marcados<br />

com códigos ECC-200 Data Matrix em wafers<br />

fotovoltáicos compatíveis com o padrão SEMI ®<br />

de organização industrial SEMI PV29-0212,<br />

publicado em fevereiro de 2012.<br />

“Os setores de energia renovável adotam<br />

rapi<strong>da</strong>mente novas tecnologias para aumentar<br />

a eficiência de manufatura. Em resposta a essa necessi<strong>da</strong>de, a<br />

Cognex está investindo em novos produtos que ofereçam as<br />

melhores soluções para nossos clientes desse ramo industrial”,<br />

pondera Carl Gerst, vice-presidente e gerente <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de<br />

negócios de produtos de identificação. Ele prossegue: “O leitor<br />

DataMan 302 é exatamente o que os fabricantes de painéis<br />

solares precisam para se manterem atualizados com as exigências<br />

dinâmicas e a crescente necessi<strong>da</strong>de por rastreabili<strong>da</strong>de<br />

na indústria solar. O leitor solar DataMan pode ser usado<br />

para ler códigos de marcação direta na peça (DPM) em wafers<br />

fotovoltáicos ou em painéis de vidro de filme fino, tornando<br />

esse leitor o mais versátil de to<strong>da</strong> a indústria solar.”<br />

A série DataMan 300 de leitores de identificação industrial<br />

baseados em imagem fornece as mais eleva<strong>da</strong>s taxas de leitura e<br />

é capaz de decodificar códigos múltiplos em uma só imagem, até<br />

mesmo quando apresentados em ângulo. O algoritmo patenteado<br />

2DMax+ consegue li<strong>da</strong>r com variações na marcação de código,<br />

códigos com cronometragens Data Matrix ou padrões de horário<br />

<strong>da</strong>nificados e códigos degra<strong>da</strong>dos durante o processo de fabricação.<br />

Com o objetivo de assegurar rastreabili<strong>da</strong>de completa, as<br />

marcas devem ser decodifica<strong>da</strong>s em muitos estágios no processo<br />

de manufatura de painéis solares. A série DataMan 300 inclui<br />

opções flexíveis de lentes, permitindo que o mesmo modelo de<br />

leitor seja utilizado em uma ampla gama de aplicações. Essas aplicações<br />

incluem: ler códigos em espaços confinados, decodificar<br />

pequenos códigos em campos de visão amplos (FOV) e escanear<br />

códigos em alta veloci<strong>da</strong>de na medi<strong>da</strong> em que são apresentados<br />

ao leitor pelos dispositivos de manuseio robóticos.<br />

O leitor de códigos de barra DataMan 302 está disponível<br />

agora. Para obter mais informações, visite www.cognex.com/<br />

pv-solar-id-reader.aspx.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

7


notícias<br />

LBFS: Detecção confiável de<br />

nível, com tecnologia inovadora<br />

de varrimento de frequência<br />

O interruptor de nível LBFS, <strong>da</strong> Baumer, constitui uma<br />

alternativa confiável aos interruptores de nível vibratórios,<br />

de utilização amplamente dissemina<strong>da</strong>. O sensor<br />

LBFS é igualmente capaz de detectar níveis de materiais<br />

viscosos ou secos, podendo ser colocado em depósitos<br />

ou condutos, em qualquer posição deseja<strong>da</strong>. O sensor<br />

não é influenciado por fluxo, turbulência, bolhas ou espuma,<br />

nem por partículas sóli<strong>da</strong>s suspensas. A cabeça do<br />

sensor, compacta e suave, resiste à aderência do agente,<br />

mesmo que este tenha uma consistência pegajosa. Os<br />

tempos de resposta curtos do sensor permitem uma<br />

detecção rápi<strong>da</strong> do nível de enchimento, além de uma<br />

conformi<strong>da</strong>de rigorosa e segura do referido nível.<br />

O interruptor de nível detecta igualmente níveis de<br />

agentes contidos em depósitos, recipientes e condutos.<br />

Pode ain<strong>da</strong> ser utilizado para prevenir o transbor<strong>da</strong>mento,<br />

proteger contra bombeamento em vazio e separar os agentes<br />

com misturas de óleo/água. É adequado para uma vasta gama<br />

de áreas de aplicação, incluindo águas domésticas, águas residuais,<br />

filtros de aquecimento, ventilação e climatização, sistemas<br />

hidráulicos, óleo e gás, bioenergia, granulados de madeira,<br />

moinhos de grãos, transporte ferroviário e sistemas de bomba.<br />

O sensor está alojado num corpo de aço inoxidável compacto,<br />

extremamente sólido e resistente à corrosão. A sua<br />

instalação e fácil, sendo permiti<strong>da</strong> a utilização de fita selante<br />

Teflon. Uma configuração adequa<strong>da</strong> é facilita<strong>da</strong> através <strong>da</strong> utilização<br />

do FlexProgrammer 9701 para PC. Graças aos tempos<br />

de resposta curtos, de apenas 0,2 segundos, o interruptor de<br />

limite funciona de forma confiável mesmo em processos de<br />

enchimento rápido. O dispositivo dispõe de uma ampla gama<br />

de temperatura de serviço, entre os -40 e os +115 °C.<br />

O LBFS funciona de acordo com o princípio do varrimento<br />

de frequência, utilizando um sinal de alta frequência emitido<br />

pelo sensor que detecta uma alteração de fase no agente controlado.<br />

Quando o referido sensor detecta um agente com uma<br />

constante dielétrica fora <strong>da</strong> gama defini<strong>da</strong>, é disparado um sinal<br />

eletrônico. A eleva<strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de do sensor, compatível com<br />

uma vasta gama de valores de m<strong>edição</strong> em termos de constantes<br />

dielétricas (entre 1,5 e 100), permite uma detecção do nível<br />

em todos os tipos de pós, granulados ou líquidos.<br />

Mesmo as substâncias mais complexas, como os granulados<br />

de poliami<strong>da</strong> e papel, são passíveis de uma detecção<br />

segura. Esta tecnologia dispõe de importantes vantagens adicionais<br />

comparativamente com outros métodos de m<strong>edição</strong>,<br />

como: sensores de vibração tipo garfo, sensores ultrassônicos<br />

e óticos, não dispõe de peças móveis e é insensível aos efeitos<br />

de variação em termos de condutibili<strong>da</strong>de, temperatura<br />

e pressão. O sensor é ain<strong>da</strong> adequado para todo o tipo de<br />

aplicações que, anteriormente, exigiam vários tipos de dispositivos.Para<br />

mais informações, visite a página de Internet<br />

www.baumer.com.<br />

8<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

O interruptor de nível LBFS, <strong>da</strong> Baumer.<br />

Technip recebe contrato <strong>da</strong> Petrobras<br />

O contrato abrange a fabricação de 24 quilômetros de linhas<br />

de injeção de gás flexíveis de 6'' para 552 bars (7.850 libras por<br />

centímetro quadrado) de pressão, sendo dois risers de topo de<br />

200 metros, desenvolvidos com a tecnologia Teta Clip-Technip<br />

de pressão voluta; quatro risers intermediários e inferiores, de<br />

1.400 metros e 18 quilômetros de linhas flexíveis.<br />

As linhas de injeção de gás serão usa<strong>da</strong>s para reinjeção do<br />

gás produzido no reservatório, de acordo a regulamentação<br />

brasileira para o meio ambiente.<br />

Frédéric Delormel, vice-presidente executivo e COO Subsea<br />

<strong>da</strong> Technip, declarou que esta solução inovadora, desenvolvi<strong>da</strong><br />

pelas equipes francesas e brasileiras de P&D, leva a Technip<br />

ain<strong>da</strong> mais longe para atender aos requisitos de corrosão e<br />

fadiga, que aumentaram no desenvolvimento dos campos de<br />

pré-sal. “O sucesso neste primeiro contrato do pré-sal para<br />

risers flexíveis de injeção de gás demonstra a posição de liderança<br />

de nossa tecnologia Teta-Clip, que atende às exigências<br />

de alta tensão e justifica os investimentos para a construção<br />

<strong>da</strong> nossa nova planta de flexíveis em Açu, no Brasil, que será<br />

capaz de fabricar estes tipos de produtos".<br />

Os tubos flexíveis serão produzidos nas fábricas de flexíveis<br />

<strong>da</strong> Technip e serão entregues em dois lotes, sendo o primeiro<br />

em 2012 e o segundo, no primeiro trimestre de 2013.<br />

Enten<strong>da</strong> melhor<br />

Riser é um tubo (ou conjunto de tubos) utilizado para transferir<br />

fluidos produzidos e/ou produtos do fundo do mar para<br />

instalações de superfície, e de injeção de transferência (ou fluidos<br />

de controle) <strong>da</strong>s instalações de superfície para o fundo do mar.<br />

As linhas flexíveis são tubos flexíveis ou rígidos colocados<br />

sobre o fundo do mar, que permitem o transporte de petróleo/<br />

gás de produção ou de injeção de fluidos. Seu comprimento<br />

pode variar de algumas centenas de metros a vários quilômetros.


Sistema de Secagem de<br />

Latas e Garrafas gera<br />

Economia de Energia às<br />

Indústrias de Bebi<strong>da</strong>s<br />

Spraying Systems Co. reduz em até 30%<br />

o consumo de energia elétrica, utilizando<br />

menor quanti<strong>da</strong>de de ar comprimido<br />

A Spraying Systems Co., empresa no segmento<br />

de soluções para pulverização industrial, disponibiliza<br />

às indústrias de bebi<strong>da</strong>s brasileiras a solução<br />

Pacote de Facas de Ar WindJet ® - sistema de secagem<br />

de latas e garrafas.<br />

A solução é capaz de reduzir em até 30% o<br />

consumo de energia durante o processo industrial<br />

de secagem. Isso porque o sistema necessita de menor<br />

quanti<strong>da</strong>de de ar comprimido para operar. “Este é o<br />

principal benefício <strong>da</strong> solução. Em uma indústria de<br />

bebi<strong>da</strong>s são seca<strong>da</strong>s, por minuto, mais de mil latas, e o<br />

WindJet ® contribui para manter a produtivi<strong>da</strong>de alta”,<br />

ressalta o engenheiro de aplicações <strong>da</strong> Spraying Systems<br />

Co., Eduardo Paris.<br />

Com um processo de secagem estruturado, as indústrias<br />

de bebi<strong>da</strong>s atendem às normas impostas pelo<br />

Decreto 6871/09, do Governo Federal, regulamentando<br />

a padronização, classificação, registro, inspeção,<br />

produção e a fiscalização de bebi<strong>da</strong>s. Por meio do<br />

WindJet ® , as indústrias de bebi<strong>da</strong>s preparam to<strong>da</strong> a<br />

embalagem para receber os rótulos de forma adequa<strong>da</strong>,<br />

com marcações legíveis. O sistema completo inclui<br />

facas de ar, sopradores, válvulas, filtros e a<strong>da</strong>ptadores<br />

de montagem, além de acessórios como cotovelos,<br />

acoplamentos, grampos etc.<br />

Outra vantagem <strong>da</strong> solução é que há uma melhor<br />

higienização <strong>da</strong>s latas, evitando o acúmulo de sujeira e<br />

poeira, atendendo, também, às exigências <strong>da</strong> Vigilância<br />

Sanitária. Além disso, também é possível destacar uma<br />

economia significativa no custo <strong>da</strong> produção, pois há a<br />

substituição do ponto de ar comprimido pelas facas de ar.<br />

“O novo sistema apresenta baixo índice de manutenção<br />

e a instalação é feita em menos de dois dias. A<br />

Spraying Systems Co. tem o suporte técnico local e isso<br />

é um benefício para o cliente. Uma vez que to<strong>da</strong>s as<br />

dúvi<strong>da</strong>s, treinamentos e manutenções são realizados a<br />

partir de uma equipe fixa<strong>da</strong> <strong>aqui</strong> no<br />

Brasil, diminuindo os investimentos<br />

no pós-ven<strong>da</strong>”, revela Paris.<br />

Para mais informações acesse<br />

www.spray.com.br.<br />

Pacote de Facas<br />

de Ar WindJet ® -<br />

sistema de secagem<br />

de latas e garrafas.<br />

//notícias<br />

Medidor de Fluxo com Sensor Híbrido<br />

de Filme Espesso, <strong>da</strong> TeleControlli<br />

A TeleControlli, desenvolvedora de tecnologia de filme espesso,<br />

fabricou recentemente sensores de fluxo de ar, híbridos, que<br />

utilizam o princípio calorimétrico.<br />

Os principais componentes do circuito híbrido são o resistor<br />

térmico (R heater) e o termistor NTC feito de filme espesso.<br />

O aquecedor térmico é ligado eletricamente (deve subir para<br />

um valor de temperatura mais alto que a média circun<strong>da</strong>nte);<br />

então, ao atingir esse valor, ele se desliga e o sensor é resfriado<br />

“fisicamente” pelo fluxo de ar, que pode ser medido pelo circuito<br />

de controle eletrônico.<br />

A alteração <strong>da</strong> resistência elétrica (durante o resfriamento)<br />

fornece os <strong>da</strong>dos para determinar a presença ou ausência do<br />

fluxo de ar, e a sua veloci<strong>da</strong>de também.<br />

Repare que o substrato de cerâmica (Alumina) serve como<br />

um condutor de calor melhor que o ar: o resistor submetido<br />

à temperatura (o NTC) é aquecido indiretamente por um<br />

aquecedor separado R (o qual é impresso na Alumina como o<br />

NTC) através do substrato cerâmico, evitando dessa forma a<br />

pior condução de calor do ar envolvente.<br />

Graças à tecnologia híbri<strong>da</strong>, este tipo de dispositivos (embora<br />

eles sejam fáceis de fazer), ganha uma alta relação custo- eficiência<br />

e confiabili<strong>da</strong>de, se comparado com outras soluções tecnológicas<br />

disponíveis atualmente.<br />

Além disso, ele tem a vantagem do princípio de funcionamento<br />

calorimétrico e trabalha sem qualquer componente móvel.<br />

Você poderá, inclusive, integrar outras funções de circuitos (por<br />

exemplo, o circuito de controle de sinal) no mesmo substrato.<br />

Os técnicos <strong>da</strong> TeleControlli estão à sua disposição para<br />

encontrar as melhores soluções que se a<strong>da</strong>ptem às suas reais<br />

necessi<strong>da</strong>des.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

9


notícias<br />

Festo abre inscrições para<br />

cursos em Julho<br />

A multinacional alemã Festo, líder no mercado de automação<br />

industrial, por meio do seu braço educacional – Di<strong>da</strong>ctic, presente<br />

no Brasil desde 1974 – oferece cursos no mês de julho para os<br />

profissionais <strong>da</strong> indústria que desejem aumentar sua produtivi<strong>da</strong>de<br />

por meio de conhecimento e tecnologia. <strong>Atual</strong>mente são ofereci<strong>da</strong>s<br />

32 opções diferentes ministra<strong>da</strong>s em diversas locali<strong>da</strong>des,<br />

com <strong>da</strong>tas e conteúdos personalizados para ca<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de.<br />

As aulas possuem aproxima<strong>da</strong>mente 50% de conteúdo prático, o<br />

que permite aos participantes operar hands on em equipamentos<br />

de última geração. Todos os cursos começam e terminam dentro<br />

<strong>da</strong> mesma semana, facilitando a locomoção e estadia, sem deixar<br />

o participante afastado por longos períodos do seu local de trabalho.<br />

Além disso, a Festo também oferece a opção de realizar<br />

os treinamentos in company.<br />

Todos os alunos recebem certificado de participação, que possui<br />

reconhecimento internacional.<br />

Mais informações podem ser obti<strong>da</strong>s pelo telefone (11) 5013-1616,<br />

e-mail: di<strong>da</strong>ctic@br.festo.com ou pelos sites <strong>da</strong> Festo www.<br />

festo.com.br e Di<strong>da</strong>ctic www.festo-di<strong>da</strong>ctic.com\br-pt.<br />

Confira mais informações sobre os cursos abaixo:<br />

PN331 – Automação de Sistemas de Tratamento de<br />

Água e Esgoto<br />

Novo na programação, o curso oferece ao participante um overview<br />

sobre automação de processos em planta de tratamento<br />

de água e esgoto, contribuindo para o aumento de confiabili<strong>da</strong>de<br />

– uma exigência <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des e agências reguladoras para este<br />

setor, uma vez que nesta área de tratamento de água e esgoto,<br />

erros operacionais podem causar sérias consequências ao meio<br />

ambiente.<br />

Duração: 20 horas – Datas: 2 a 4 (Diurno) e 23 a 25 (Diurno)<br />

Investimento: R$ 800/participante (cursos no Estado de São<br />

Paulo) e R$ 835/participante (cursos nos demais Estados).<br />

10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

LP131 – SMED Otimização dosTempos de Set-up<br />

Na programação do curso são abor<strong>da</strong>dos os sistemas produtivos<br />

e controles de produção, relação entre lote de produção e<br />

tempos de set-up e o Método SMED (Single Minute Exchange<br />

of Die), além de outros temas como o Método OTED (One-<br />

-Touch Exchange of Die), soluções construtivas para set-ups<br />

rápidos e influências <strong>da</strong> otimização de set-up na produção e<br />

controle de estoques.<br />

Duração: 2 dias/ 16 horas – Data: 5 e 6, <strong>da</strong>s 8h30 às 17h30<br />

Investimento: R$420/participante (cursos no Estado de São<br />

Paulo) e R$440/participante (cursos nos demais Estados).<br />

LP141 – Manutenção ProdutivaTotal (TPM) e Estratégias<br />

de Manutenção<br />

Fornece aos técnicos de manutenção e operação <strong>da</strong>s empresas<br />

uma visão geral sobre as estratégias de manutenção mais<br />

utiliza<strong>da</strong>s e compara as técnicas de manutenção basea<strong>da</strong>s<br />

em diferentes necessi<strong>da</strong>des fornecendo, portanto, a base<br />

para toma<strong>da</strong> de decisões nas etapas de manutenção, visando<br />

maximizar a disponibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s máquinas na empresa. Novi<strong>da</strong>de<br />

no cronograma <strong>da</strong> Festo, o curso oferece exercícios e<br />

exemplos práticos.<br />

Duração: 2 dias/ 16 horas – Data: 26 e 27, <strong>da</strong>s 8h30 às 17h30.<br />

Investimento: R$ 450/participante (cursos no Estado de São<br />

Paulo) e R$ 470/participante (cursos nos demais Estados).<br />

Train the Trainer – Formação de Multiplicadores<br />

Excelentes<br />

Este curso abor<strong>da</strong> as competências, o papel e a postura necessária<br />

de um multiplicador, metodologias de treinamento<br />

e desenvolvimento de conteúdo e qualificações eficientes.<br />

Outros temas como bases de comunicação, apresentação de<br />

um curso, linguagem corporal e dinâmicas de grupo também<br />

fazem parte <strong>da</strong> programação.<br />

Duração: 2 dias/ 16 horas – Data: 12 e 13, <strong>da</strong>s 8h30 às 17h30<br />

Investimento: R$ 640/participante (cursos no Estado de São<br />

Paulo) e R$ 670/participante (cursos nos demais Estados).


Schrader lança a primeira<br />

câmara de ar verde e amarela<br />

A quali<strong>da</strong>de do produto é conferi<strong>da</strong> pela borracha,<br />

que passa por severos testes de quali<strong>da</strong>de e garante<br />

elastici<strong>da</strong>de, resistência e alta durabili<strong>da</strong>de,<br />

além <strong>da</strong>s originais Válvulas Schrader. São 17 modelos<br />

para aplicações em motocicletas, carros de<br />

passeio, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e<br />

industriais leves.<br />

A Schrader International, fornecedora de soluções de<br />

sensores, válvulas para pneus e componentes para sistema<br />

de ar condicionado para as principais empresas dos mercados<br />

automotivo e industrial, lança sua primeira linha de<br />

câmaras de ar no Brasil. A empresa, que já possui uma linha<br />

de produtos para borracharia e itens de reparos de pneus,<br />

composta por ferramentas, núcleo de válvulas, contrapeso,<br />

lubrificantes, macacos hidráulicos, remendos e manchões,<br />

completa a série com uma linha de 17 câmaras de ar direciona<strong>da</strong>s<br />

ao nicho Premium.<br />

A Schrader do Brasil decidiu lançar sua linha de câmaras<br />

de ar para o setor de reposição. Trata-se de um produto<br />

nacional com a válvula, borracha e embalagem feitas totalmente<br />

com mão-de-obra e matéria-prima verde e amarela.<br />

As novas câmaras seguem o padrão de quali<strong>da</strong>de Schrader,<br />

uma empresa há mais de 165 anos no mercado.<br />

A borracha passa por severos testes de quali<strong>da</strong>de e<br />

garante elastici<strong>da</strong>de, resistência e alta durabili<strong>da</strong>de, sem o<br />

risco de deformação e expansão. As válvulas <strong>da</strong>s câmaras,<br />

por sua vez, são fabrica<strong>da</strong>s seguindo as normas internacionais<br />

de item de segurança e com as matérias-primas de alto<br />

padrão, como o latão e butyl puros, que garantem o perfeito<br />

funcionamento do equipamento em to<strong>da</strong>s as situações.<br />

Inicialmente, serão 17 modelos para aplicações em motocicletas,<br />

carros de passeio, caminhões, ônibus, máquinas<br />

agrícolas e empilhadeiras. A expectativa <strong>da</strong> empresa é que a<br />

linha seja amplia<strong>da</strong> no futuro, atendendo todos os segmentos<br />

de pneus. As câmaras de ar serão distribuí<strong>da</strong>s para a rede<br />

de clientes Schrader espalha<strong>da</strong> por todo o Brasil e serão<br />

exporta<strong>da</strong>s também para a América Latina. A empresa conta<br />

hoje com 1.138 clientes ativos no mercado interno, entre<br />

distribuidores, lojas e centros automotivos.<br />

Para informações adicionais visite o site www.schraderinternational.com.<br />

Câmara de ar com válvula Schrader.<br />

//notícias<br />

Medidor de vibração Fluke 805.<br />

Novo Medidor de Vibração, Fluke 805<br />

Melhor repetibili<strong>da</strong>de e precisão para<br />

verificar o funcionamento de motores e<br />

de outros equipamentos giratórios<br />

A Fluke Corporation apresenta o Medidor de Vibração<br />

Fluke ® 805, uma ferramenta portátil de m<strong>edição</strong> de vibração<br />

multifuncional que proporciona informações mensuráveis sobre<br />

o rolamento e funcionamento geral de motores e de outros<br />

equipamentos giratórios. O Fluke 805 mede:<br />

• Vibração geral – Ele mede vibração de 10 a 1000 Hz<br />

e fornece avaliação de gravi<strong>da</strong>de de quatro níveis para<br />

vibração em geral e condição de rolamento;<br />

• Condição do rolamento (CF+, ou fator de crista<br />

mais) – O medidor detecta picos de 4000 Hz a 20000<br />

Hz nas leituras do sinal de vibração do rolamento e utiliza<br />

algoritmo patenteado para interpretar a gravi<strong>da</strong>de e determinar<br />

se o rolamento está em más condições;<br />

• Temperatura de Superfície – Um sensor infravermelho<br />

mede automaticamente a temperatura de contato e a exibe<br />

juntamente com a leitura de vibração para entender melhor<br />

o funcionamento <strong>da</strong> máquina.<br />

O Medidor de Vibração, tem um design exclusivo <strong>da</strong> ponta<br />

do sensor que reduz as variações de m<strong>edição</strong> causa<strong>da</strong>s pelo<br />

ângulo do instrumento ou pela pressão de contato. O medidor<br />

também fornece o nível de gravi<strong>da</strong>de tanto para a vibração geral<br />

quanto para as condições de leitura do rolamento, portanto,<br />

proporciona mais informações que as canetas de vibração. Os<br />

<strong>da</strong>dos registrados podem ser facilmente transferidos para o<br />

Excel visando criar relatórios de tendências.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

11


case<br />

Aplicação do<br />

Software Proficy iFix<br />

como padrão de software supervisório<br />

nos 48 Terminais <strong>da</strong> TRANSPETRO<br />

existentes em to<strong>da</strong>s as regiões do Brasil<br />

Apresentamos neste artigo a implantação do software Proficy<br />

iFix para supervisão e controle na ativi<strong>da</strong>de de transferência<br />

e estocagem de petróleo e seus derivados<br />

saiba mais<br />

Testes Definidos por Software<br />

Saber Eletrônica 436<br />

Software para testes de próteses de<br />

válvulas cardíacas<br />

Saber Eletrônica 433<br />

Softwares de Supervisão<br />

www.mecatronicaatual.com.<br />

br/secoes/leitura/786<br />

AutoCad aplicado à <strong>Mecatrônica</strong> –<br />

Parte 1<br />

<strong>Mecatrônica</strong> Fácil 01<br />

CLP – Evolução e Tendências<br />

www.mecatronicaatual.com.<br />

br/secoes/leitura/735<br />

12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Vitor Cássio Duarte Porto<br />

Enzo Bertazini<br />

TRANSPETRO<br />

Maior armadora <strong>da</strong> América Latina e<br />

principal empresa de logística e transporte<br />

de combustíveis do Brasil, a Petrobras Transporte<br />

S.A – Transpetro atende às ativi<strong>da</strong>des<br />

de transporte e armazenamento de petróleo<br />

e derivados, álcool, biocombustíveis e gás<br />

natural.<br />

A Transpetro é responsável por uma<br />

rede de estra<strong>da</strong>s invisíveis forma<strong>da</strong> por mais<br />

de 14 mil km de dutos – entre oleodutos e<br />

gasodutos – que interligam to<strong>da</strong>s as regiões<br />

brasileiras e abastecem os mais remotos pontos<br />

do país. À malha de dutos se aliam terminais<br />

e uma frota de navios petroleiros, unindo<br />

as áreas de produção, refino e distribuição<br />

<strong>da</strong> Petrobras e atuando na importação e<br />

exportação de petróleo e derivados, de<br />

biocombustíveis e de gás natural.<br />

Breve histórico<br />

Em 2001 a equipe <strong>da</strong> Automação <strong>da</strong><br />

Transpetro iniciou a implantação do supervisório<br />

Proficy iFix, software adquirido<br />

<strong>da</strong> Empresa GE Intelligent Platforms, nos<br />

Terminais, visando uma atualização tecnológica<br />

e melhora na segurança operacional<br />

nas operações de transferência e estocagem<br />

nos Terminais <strong>da</strong> Transpetro.<br />

Arquitetura<br />

O sistema de supervisão e controle é<br />

constituído por dois servidores SCADAS<br />

(Supervisory Control And Data Acquisition)<br />

que estão ligados aos CLPs (Controle Lógico<br />

Programável), que <strong>aqui</strong>sitam os <strong>da</strong>dos de<br />

instrumentos e equipamentos de campo<br />

e no mínimo mais duas estações clientes.<br />

Através deste sistema é possível a execução<br />

de comandos, tais como abertura<br />

de válvulas e acionamento de bombas que<br />

são responsáveis pelo bombeamento do<br />

petróleo para as refinarias e os derivados<br />

do petróleo (gasolina, nafta, GLP, diesel,<br />

óleo combustível, etc) para as Companhias<br />

(Shell, Ipiranga, Texaco, BR, etc).<br />

Os servidores SCADA trabalham em<br />

“Hot-Standby” (quando <strong>da</strong> para<strong>da</strong> do servidor<br />

principal, o backup assume automaticamente<br />

a função “Hot”).


Protocolos de Comunicação<br />

Tanto a Rede de Supervisão que engloba<br />

to<strong>da</strong>s as estações do Proficy iFix como a Rede<br />

de Controle que engloba a comunicação com<br />

todos os CLPs, utilizam o padrão Ethernet<br />

e protocolo TCP/IP, sendo que nos dois<br />

SCADAS é usa<strong>da</strong> uma segun<strong>da</strong> placa de<br />

rede com outra faixa de endereço IP para a<br />

comunicação com os CLPs.<br />

Na Rede de Supervisão é utiliza<strong>da</strong> a<br />

mesma infraestrutura <strong>da</strong> Rede Corporativa<br />

PETROBRAS, mas separa<strong>da</strong> através de<br />

VLAN (Rede Local Virtual) e em alguns<br />

Terminais a segmentação já é através de<br />

FireWall, que está em fase de implementação<br />

em todos os Terminais <strong>da</strong> TRANSPETRO<br />

(figura 1).<br />

Comunicação de<br />

<strong>da</strong>dos entre CLPs e o<br />

Supervisório Proficy iFix<br />

Para a comunicação entre os <strong>da</strong>dos que<br />

são <strong>aqui</strong>sitados dos CLPs através do Supervisório<br />

iFix utilizamos drivers no padrão<br />

OPC (OLE for Process Control).<br />

Estruturação <strong>da</strong>s Telas<br />

São duas telas fixas a Barra Título,<br />

localiza<strong>da</strong> na parte superior do monitor,<br />

onde mostra o nome <strong>da</strong> estação, o nome<br />

<strong>da</strong> tela central que está aberta, a <strong>da</strong>ta e<br />

hora atual e o nome e o grupo do usuário<br />

que está logado. Ao clicar no botão com o<br />

desenho de uma chave será aberta uma tela<br />

“pop-up” de login para a troca do usuário,<br />

ou para efetuar o logout.<br />

A segun<strong>da</strong> tela fixa à Barra Menu fica<br />

localiza<strong>da</strong> na parte inferior do monitor e<br />

contempla o sumário com os últimos cinco<br />

alarmes atuados, com 6 colunas (Ack =<br />

alarmes reconhecidos e não reconhecidos;<br />

Time = hora que atuou o alarme; Tagname<br />

= nome do tag; Status = tipo de alarme;<br />

Value = valor corrente do tag; Description<br />

= descrição do alarme) sendo ordenados por<br />

priori<strong>da</strong>de e ordem cronológica decrescente,<br />

há também botões para abertura de algumas<br />

telas e um display no canto inferior direito<br />

onde mostra qual o servidor que está “Hot”.<br />

Somente as telas que ficam no centro do<br />

monitor é que são troca<strong>da</strong>s.<br />

A tela “Resumo Geral” é uma <strong>da</strong>s mais<br />

usa<strong>da</strong>s, ela mostra os valores <strong>da</strong>s variáveis de<br />

nível, volume, vazão, temperatura do produto<br />

nos tanques e pressão, vazão, densi<strong>da</strong>de e<br />

temperatura do produto no oleoduto, status<br />

F1. Protocolos de Comunicação Ethernet e TCP/IP.<br />

F2. Tela "resumo Geral".<br />

<strong>da</strong>s bombas. Há botões para acesso a telas<br />

com gráficos de trend real ou histórico <strong>da</strong>s<br />

variáveis dos tanques, dutos e equipamentos<br />

(figura 2).<br />

Quando do início do envio ou recebimento<br />

de produto nos tanques é necessário<br />

efetuar os ajustes de alarmes de nível/volume,<br />

nesta mesma tela o Operador carrega uma tela<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

case<br />

“pop-up” chama<strong>da</strong> de “Ajuste de Alarmes”<br />

clicando sobre o <strong>da</strong>talink do nível/volume do<br />

tanque, podendo além de efetuar os ajustes<br />

necessários, escrever algum comentário. E a<br />

qualquer tempo pode habilitar ou desabilitar<br />

os alarmes, consultar o valor do histórico,<br />

gravar o nome do tag para ser plotado num<br />

gráfico histórico (figura 3).<br />

13


case<br />

F3. Tela "Ajuste de Alarmes".<br />

Acompanhamento <strong>da</strong>s<br />

diferenças de volume<br />

Através <strong>da</strong> tela do DVA (Diferença de<br />

Volume Acumulado), o Operador monitora<br />

em tempo real a diferença do volume de<br />

produto que é transferido do Terminal para<br />

a Companhia recebedora, podendo detectar<br />

um possível vazamento. Se os valores forem<br />

diferentes do esperado, serão emitidos alarmes<br />

que foram previamente definidos. Tal tela fica<br />

em tempo integral num dos monitores de vídeo,<br />

mostrando gráficos de tendência dos valores<br />

do DVA e <strong>da</strong>s variáveis de pressão e vazão,<br />

mesmo quando do duto “parado” (figura 4).<br />

Diagnósticos<br />

As telas de diagnósticos (figura 5) são<br />

para que o Operador possa analisar e tomar<br />

alguma ação, quando dos alarmes de falha<br />

de equipamento, podendo assim continuar<br />

a operação através de outro equipamento e<br />

efetuar abertura de chama<strong>da</strong> para equipe<br />

de manutenção para reparo.<br />

Estado Mnemônico Cor<br />

Aberta Aberto Vermelho<br />

Fecha<strong>da</strong> Fechado Verde<br />

Para<strong>da</strong> em trânsito Parado Azul<br />

Falha Falha Violeta<br />

T1. O estado, o mnemônico e a cor para as Válvulas.<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

F4. Tela do DVA.<br />

Fechando Fechando Azul piscando Verde<br />

Abrindo Abrindo Azul piscando Vermelho<br />

Manutenção Manutencao Amarela<br />

Comandos<br />

Quando do início ou final de um bombeamento<br />

de produto para alguma Companhia,<br />

ou mesmo para outro Terminal ou Refinaria,<br />

é necessário abrir ou fechar algumas válvulas<br />

e ligar ou desligar algumas bombas.<br />

Através de um click do mouse no objeto-<br />

válvula ou bomba numa tela de processo<br />

(figura 6), é carrega<strong>da</strong> uma tela “pop-up”<br />

para comando de abertura/fechamento/<br />

para<strong>da</strong> de válvulas dos dutos (figura 7)<br />

ou a tela para ligar ou desligar as bombas<br />

(figura 8)<br />

Estado de válvulas<br />

As válvulas sinaliza<strong>da</strong>s e motoriza<strong>da</strong>s<br />

são anima<strong>da</strong>s. Na tabela 1 temos o estado<br />

<strong>da</strong>s válvulas, o mnemônico e a cor que são<br />

mostrados na tela do supervisório.<br />

Estados de Bombas,<br />

Compressores e Similares<br />

As bombas, compressores e similares são<br />

animados. Na tabela 2 temos o estado, o<br />

mnemônico e a cor que são mostrados na<br />

tela do supervisório.<br />

F5. Tela de Diagnósticos.<br />

Telemetria do produto<br />

no tanque<br />

Em ca<strong>da</strong> tanque tem um conjunto de<br />

instrumentos que compõem um sistema de<br />

telem<strong>edição</strong> do nível, água, temperatura e<br />

densi<strong>da</strong>de do produto nos tanques que são<br />

lidos na IHM, não sendo necessário que o<br />

operador tenha a necessi<strong>da</strong>de de subir nos<br />

tanques para m<strong>edição</strong> manual através de trena.<br />

Através destes <strong>da</strong>dos é feito o controle de<br />

estoque dos produtos no Terminal.<br />

Estado Mnemônico Cor<br />

Ligado Ligado Vermelho<br />

Desligado Desligado Verde<br />

Manutenção Manutencao Amarelo<br />

Pronto a operar Pronto Verde<br />

Falha Falha Violeta<br />

T2. O estado, o mnemônico e a cor para Bombas e Compressores.


F6. Tela de Processo.<br />

Nesta tela específica o Operador tem<br />

algumas opções de comandos tais como:<br />

coman<strong>da</strong>r a m<strong>edição</strong> de água no tanque<br />

de Diesel; coman<strong>da</strong>r o recolhimento do<br />

medidor para manutenção e etc. (figura 9).<br />

Consulta do histórico de<br />

alarmes e eventos<br />

O registro <strong>da</strong>s ocorrências de alarmes e<br />

eventos (ex.: todos os comandos efetuados<br />

pelo Operador) são enviados pelo Proficy<br />

iFix através de configuração do alarme<br />

ODBC no SCU (System Configuration<br />

Utility) enviado para um servidor de banco<br />

de <strong>da</strong>dos (MySQL), permitindo a qualquer<br />

tempo ao Operador ou Administrador do<br />

Sistema, efetuar consultas, utilizando-se<br />

de recursos de filtros e podendo selecionar<br />

um período, um tag e/ou descrição, tendo<br />

a opção de exportar o resultado <strong>da</strong> consulta<br />

para arquivo no formato csv (figura 10).<br />

Gráficos<br />

Utilizamos dois tipos de gráficos, o de<br />

“Trend Real” e o do “Histórico”.<br />

F7. Tela de comandos <strong>da</strong> XV 102. F8. Tela de Comando <strong>da</strong> B-5920A.<br />

O gráfico de “Trend Real” é usado com os<br />

valores <strong>da</strong> base de <strong>da</strong>dos (que são atualizados<br />

a ca<strong>da</strong> segundo) para acompanhamento do<br />

bombeamento em tempo real <strong>da</strong>s variáveis<br />

dos dutos de pressão, vazão, temperatura e<br />

outras, podendo tomar decisões necessárias<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

case<br />

conforme procedimento operacional. E o<br />

gráfico “Histórico”, como o nome já diz,<br />

é para consulta histórica, preenchimento<br />

de relatórios, efetuar qualquer análise para<br />

melhora do processo e/ou investigar alguma<br />

ocorrência anormal.<br />

15


case<br />

F9. Opções de comando para o operador na tela de Tancagem.<br />

No caso do histórico, os <strong>da</strong>dos são<br />

coletados <strong>da</strong> base de <strong>da</strong>dos a ca<strong>da</strong> 10 segundos<br />

e gravados em arquivo a ca<strong>da</strong> minuto<br />

(figura 11).<br />

Tipo de alarmes<br />

Como citado anteriormente, na parte<br />

inferior do monitor está localiza<strong>da</strong> a tela Barra<br />

Menu onde temos o sumário de alarmes que<br />

lista somente os alarmes ativos. Na tabela<br />

3 são mostrados os alarmes analógicos, as<br />

descrições e as respectivas cores que são<br />

apresentados no sumário de alarmes.<br />

Na tabela 4 temos os alarmes digitais e<br />

suas respectivas descrições e cores.<br />

Gerenciamento de Alarmes<br />

Outro recurso que foi criado através<br />

do Sistema de Supervisão e Controle são<br />

quatro estados operacionais: Parado, Operando,<br />

Partindo e Parando. Tais estados<br />

tem por finali<strong>da</strong>de racionalizar os alarmes<br />

no supervisório, lembrando que segundo<br />

a EEMUA (The Engineering Equipment<br />

And Materials Users Association): “Alarme<br />

é qualquer meio auditivo ou visual que<br />

16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

F10. Tela de Consulta de Alarmes e Eventos.<br />

indique uma condição anormal associa<strong>da</strong><br />

ao processo ou equipamento, e que exige<br />

uma ação em um tempo restrito”.<br />

Através de um estudo feito utilizando<br />

o histórico do iFix, foi possível definir as<br />

características de ca<strong>da</strong> bombeio. Quando<br />

do estado operacional Partindo ou Parando.<br />

os alarmes dos equipamentos/instrumentos<br />

ao bombeio específico são suprimidos, e<br />

quando dos estados Parado ou Operando<br />

eles são ativados e ajustados com os valores<br />

dos alarmes conforme procedimento operacional,<br />

tudo automaticamente.<br />

Schedule: No Proficy iFix é utiliza<strong>da</strong> a


F11. Tela do Gráficos Trend Real e Hitórico.<br />

Alarme Descrição Cor<br />

HI Alarme alto Vermelho<br />

HIHI Alarme muito alto Viloleta<br />

RATE (ROC)<br />

Este alarme indica que o valor <strong>da</strong> variável excedeu uma taxa<br />

pré-defini<strong>da</strong> de mu<strong>da</strong>nça, num scan <strong>da</strong> base de <strong>da</strong>dos<br />

Vermelho<br />

LO Alarme baixo Vermelho<br />

LOLO Alarme muito baixo Violeta<br />

UNDER<br />

Quando o valor <strong>da</strong> variável é inferior ao valor limite de baixa do<br />

instrumento configurado no iFIX<br />

Azul Cian<br />

OVER<br />

Quando o valor <strong>da</strong> variável é superior ao valor limite alto do<br />

range do instrumento configurado no iFIX<br />

Azul Cian<br />

T3. Alarmes analógicos e suas respectivas descrições e cores.<br />

Alarme Descrição Cor<br />

CFN (Change from Normal Open) Valor mu<strong>da</strong> de um 1 para 0 Azul Cian<br />

CFN (Change from Normal Close) Valor mu<strong>da</strong> de um 0 para 1 Azul Cian<br />

COS (Change of State) Mu<strong>da</strong>nças de valor em qualquer direção Azul Cian<br />

OK (Change from Normal) Retorno para condição normal Verde<br />

T4. Alarmes digitais e suas respectivas descrições e cores.<br />

opção de agen<strong>da</strong>mento de tarefas que podem<br />

ser executa<strong>da</strong>s por evento ou por tempo.<br />

Exemplo de tarefas por evento:<br />

1) O som de alarmes, quando o contador<br />

de alarmes não reconhecidos for maior que<br />

zero será executado um arquivo de som<br />

“beep.wav”.<br />

2) Quando o valor de um tag digital<br />

previamente definido for para 1, serão suprimidos<br />

os alarmes de alguns tags.<br />

Exemplo de tarefas por tempo:<br />

1) To<strong>da</strong> segun<strong>da</strong>-feira, quarta-feira e<br />

sexta-feira será sincronizado o relógio do<br />

CLP através do relógio do Servidor SCADA.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

case<br />

2) To<strong>da</strong> quinta-feira às 08h 30min será<br />

acionado o teste de alarme de emergência<br />

do Terminal.<br />

Conclusão<br />

Através <strong>da</strong> implantação do software Proficy<br />

iFix nos Terminais <strong>da</strong> TRANSPETRO com<br />

os padrões de telas, consultas de histórico de<br />

alarmes e eventos, desenhos de equipamentos/<br />

instrumentos, tabela de cores de status dos<br />

equipamentos/instrumentos e definições dos<br />

alarmes, foi consegui<strong>da</strong> uma maior agili<strong>da</strong>de<br />

nas operações e um aumento <strong>da</strong> segurança<br />

operacional, podendo o Operador tomar<br />

decisões acerta<strong>da</strong>s para o cumprimento <strong>da</strong><br />

missão <strong>da</strong> Transpetro.<br />

Foi alcança<strong>da</strong> também uma maior eficiência<br />

na implementação de novos projetos<br />

pela equipe de Automação e pela equipe<br />

de Manutenção na tarefa de manter todo o<br />

sistema de supervisão e controle funcionando<br />

adequa<strong>da</strong>mente.<br />

MA<br />

Vitor Cássio Duarte Porto é Técnico de Informática<br />

SR <strong>da</strong> Petrobras Transporte S.A – TRANSPETRO<br />

Enzo Bertazini é Professor <strong>da</strong> Unisanta – Universi<strong>da</strong>de<br />

Santa Cecília<br />

17


automação<br />

Soft Starters<br />

Um comparativo técnico entre<br />

essa tecnologia e os demais<br />

sistemas de parti<strong>da</strong> de motores<br />

Com certeza, a maior parte <strong>da</strong><br />

carga elétrica em uma indústria,<br />

seja ela de processos contínuos<br />

ou discretos, é a motorização.<br />

Projetar sistemas de parti<strong>da</strong> de<br />

motores, portanto, há muito é<br />

um desafio para os integradores<br />

de tecnologia. Conheça através<br />

deste artigo as principais<br />

técnicas de parti<strong>da</strong> de motores,<br />

bem como uma análise sobre o<br />

mais popular sistema estático:<br />

o soft-starter<br />

Alexandre Capelli<br />

saiba mais<br />

Inversores de Frequência<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 02<br />

Controle de veloci<strong>da</strong>de e torque de<br />

motores trifásicos<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 08<br />

Soft Starters - Parti<strong>da</strong> Suave Para<br />

Motores de Indução<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 14<br />

Controle de Motores Algoritmos<br />

Complexos para Microcontroladores<br />

XMC4000, <strong>da</strong> Infineon<br />

Saber Eletrônica 460<br />

Controle de Motores DC,<br />

Solenóides e Relés Através <strong>da</strong><br />

Interface LPT<br />

Saber Eletrônica 442<br />

18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Sistemas de Parti<strong>da</strong><br />

Eletrodinâmicos<br />

Existem várias configurações de parti<strong>da</strong><br />

de motores que utilizam apenas contatores,<br />

relés e botoeiras. As três mais comuns são:<br />

parti<strong>da</strong> direta, com autotransformador, e<br />

parti<strong>da</strong> estrela/triângulo.<br />

Parti<strong>da</strong> direta<br />

A parti<strong>da</strong> direta é o circuito mais simples,<br />

conforme podemos observar pela figura 1.<br />

Um simples contato em conjunto com um<br />

relé térmico é o necessário.<br />

“Mas até que ponto posso usar a<br />

parti<strong>da</strong> direta sem comprometer o bom<br />

funcionamento do sistema?”<br />

Para responder esta pergunta, vamos<br />

ignorar as implicações mecânicas sobre<br />

a carga (inércia, resistência dos materiais<br />

envolvidos, etc.), e considerar apenas as<br />

implicações elétricas.<br />

O “impacto” sobre a instalação dependerá<br />

de dois fatores: a magnitude <strong>da</strong> corrente, ou<br />

melhor, do pico de corrente de parti<strong>da</strong>; e a<br />

capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede de absorver a corrente<br />

de parti<strong>da</strong> (“in-rush”).<br />

De um modo geral, não se aconselha<br />

prover parti<strong>da</strong> direta a motores com mais de<br />

3 CV de potência, considerando um motor<br />

trifásico de 220 VCA, pois estamos tratando,<br />

então, de aproxima<strong>da</strong>mente 10 A de corrente<br />

total, em regime normal de funcionamento.<br />

Ora, um motor pode atingir até sete<br />

vezes sua corrente nominal no instante <strong>da</strong><br />

parti<strong>da</strong>. No exemplo, teríamos cerca de 70<br />

A. Dependendo <strong>da</strong> inércia mecânica, os<br />

sistemas de proteção podem atuar antes<br />

do motor atingir sua veloci<strong>da</strong>de nominal.<br />

Parti<strong>da</strong> com autotransformador<br />

O princípio de funcionamento <strong>da</strong> parti<strong>da</strong><br />

com autotransformador é bem simples. Através<br />

<strong>da</strong> figura 2 podemos entender melhor<br />

seu funcionamento. No instante <strong>da</strong> parti<strong>da</strong><br />

os contatores K 2 e K 3 fecham-se, enquanto<br />

K 1 permanece aberto. Desta maneira o motor<br />

parte com tensão reduzi<strong>da</strong>, oriun<strong>da</strong> de um<br />

“tap” do transformador. Geralmente, esse<br />

é construído de modo a gerar entre 50 %<br />

<strong>da</strong> tensão <strong>da</strong> rede, a 65 % dela.<br />

Uma vez que a inércia é venci<strong>da</strong>, K 2 e K 3<br />

abrem, e K 1 liga o motor diretamente à rede.<br />

Essa transição pode ser feita manualmente<br />

através de botoeiras, ou automaticamente<br />

com relés temporizadores.<br />

A figura 3 mostra como os valores de<br />

pico são drasticamente reduzidos com 50<br />

% de tensão.


F1. Circuito para Parti<strong>da</strong> Direta.<br />

Parti<strong>da</strong> estrela / delta<br />

A figura 4 ilustra outro famoso sistema<br />

de parti<strong>da</strong>, talvez, até o mais famoso de todos.<br />

Trata-se <strong>da</strong> parti<strong>da</strong> estrela/delta.<br />

O princípio de funcionamento baseia-se<br />

na alteração do “fechamento” <strong>da</strong>s bobinas.<br />

Quando estas estão liga<strong>da</strong>s em estrela, a<br />

tensão sobre ca<strong>da</strong> uma é igual a <strong>da</strong> rede<br />

elétrica dividi<strong>da</strong> por √3. Após a parti<strong>da</strong>,<br />

o fechamento mu<strong>da</strong> para delta. Agora, a<br />

tensão em ca<strong>da</strong> bobina é igual a <strong>da</strong> rede.<br />

Qual a lógica de<br />

funcionamento desse sistema?<br />

Na condição inicial de parti<strong>da</strong> do motor<br />

(estrela), K 1 , K 2 , e K 3 estão desligados e a<br />

rede RST está sob tensão.<br />

Pulsando-se o botão S 1 , a bobina do<br />

contador K 2 e o relé temporizador K 6 serão<br />

alimentados, fechando os contatos de selo e<br />

o contator K 2 , que mantém energiza<strong>da</strong>s as<br />

bobinas dos contatores K 1 e K 2 .<br />

Uma vez energiza<strong>da</strong>s as bobinas de K 2<br />

e K 1 , fecham-se os contatos principais e o<br />

motor é acionado na ligação estrela.<br />

Após o tempo relativo ao ajuste do relé<br />

temporizador, este é ativado fazendo com<br />

que o contato (15 – 16) desligue K 2, abrindo<br />

seus contatos principais.<br />

Com a bobina K 2 desenergiza<strong>da</strong>, energiza-<br />

-se a bobina de K 3 , que acionará o motor<br />

em triângulo.<br />

A para<strong>da</strong> do motor dá-se pelo botão S 0 ,<br />

que interrompe a bobina de K 1 e seus contatos<br />

(13-14) e (23-24), desligando a bobina K 3 .<br />

O sistema conta com uma proteção, a<br />

qual estando o motor em movimento, o<br />

contato K 3 (31-32) fica aberto e impede a<br />

energização acidental <strong>da</strong> bobina K 2 .<br />

Reparem através <strong>da</strong> figura 5 como o<br />

tempo de “sobrecarga” fica reduzido com<br />

este sistema.<br />

Soft-Starter<br />

Soft-Starter, também conhecido como<br />

“parti<strong>da</strong> suave” é um equipamento eletrônico,<br />

de acionamento estático, que reduz a tensão<br />

F2. Funcionamento <strong>da</strong> Parti<strong>da</strong> com Autotransformador em 65% <strong>da</strong> tensão <strong>da</strong> rede.<br />

F3. Redução dos valores de pico com 50% <strong>da</strong> tensão.<br />

para o motor no instante <strong>da</strong> parti<strong>da</strong>. Basicamente,<br />

ele apresenta dois ajustes: corrente de<br />

parti<strong>da</strong> e torque. Alguns modelos, ao invés<br />

do torque, disponibilizam o tempo em que<br />

se deseja até o motor atingir a veloci<strong>da</strong>de de<br />

rotação nominal.<br />

Sua estrutura interna pode ser vista na<br />

figura 6. O circuito de parti<strong>da</strong> é constituído<br />

por uma malha de controle, geralmente, feita<br />

com amplificadores operacionais.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

Uma amostra de rede é injeta<strong>da</strong> em um<br />

circuito integrador, que pode atrasar o ângulo<br />

de disparo numa faixa típica que varia de 10<br />

% a 70 % <strong>da</strong> potência nominal do motor.<br />

Uma ponte feita de tiristores tem seu<br />

ângulo de disparo determinado pela malha<br />

de controle.<br />

Desta forma, a tensão e, consequentemente,<br />

a corrente no motor sobe segundo<br />

uma rampa, cuja inclinação é determina<strong>da</strong><br />

19


automação<br />

F4. Sistema de parti<strong>da</strong> Estrela / Delta.<br />

F5. Redução do tempo de sobrecarga no Sistema Estrela / Delta.<br />

Como Identificar Soft-Starters<br />

Muitas vezes o fabricante não revela qual é a<br />

arquitetura <strong>da</strong> ponte de tiristores utiliza<strong>da</strong> no<br />

seu produto. Entretanto, o leitor já deve ter<br />

percebido o quanto este aspecto é importante.<br />

Separar um tipo do outro é um trabalho simples<br />

e rápido. Basta para isto um multímetro.<br />

Colocando na escala Ω ou diodos, encostamos<br />

as pontas de prova entre entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> de<br />

ca<strong>da</strong> fase, e verificamos qual a leitura.<br />

Caso esteja aberta em ambos os sentidos e<br />

20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

nas três fases, significa que o equipamento<br />

tem uma ponte totalmente controla<strong>da</strong>.<br />

To<strong>da</strong> fase que apresentar valor ôhmico<br />

igual a zero ohm não é controla<strong>da</strong>. Caso<br />

haja uma leitura igual a 0,7 na escala de<br />

diodos, significa que tem diodos para o<br />

semiciclo negativo.<br />

Resumindo, uma simples operação de<br />

“checagem” com o multímetro determina<br />

a arquitetura do dispositivo.<br />

por ajustes disponíveis ao usuário. Uma<br />

vez que a rampa atinja seu ápice, o valor de<br />

tensão no motor é igual ao <strong>da</strong> rede (ângulo<br />

de disparo próximo a zero grau).<br />

A figura 7 mostra um soft-starter instalado.<br />

Ele é alocado em série com o motor<br />

e conectado à rede elétrica via contator e<br />

proteção térmica e eletromagnética.<br />

Considerações Importantes<br />

Sobre Equipamentos<br />

de Parti<strong>da</strong> Suave<br />

Antes de comprar um soft-starter é bom<br />

entender muito bem seus aspectos construtivos,<br />

face às necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> carga.<br />

Controle de tensão dos elementos<br />

chaveadores<br />

Há vários tipos de soft-starters no mercado.<br />

Temos, então, uma grande varie<strong>da</strong>de<br />

de preços e de performance.<br />

O modelo mais econômico é aquele que<br />

controla apenas uma <strong>da</strong>s três fases, conforme<br />

ilustra a figura 8.<br />

Sua vantagem é o baixíssimo custo, às<br />

custas, é claro, de uma assimetria de potência<br />

entre as fases.<br />

Conforme podemos ver, apenas uma<br />

delas tem sua tensão reduzi<strong>da</strong> na parti<strong>da</strong>,<br />

enquanto as demais são liga<strong>da</strong>s diretamente<br />

ao motor. O dispositivo funciona bem,<br />

porém, gera mais harmônicas.<br />

Um outro tipo muito comum é o <strong>da</strong><br />

figura 9, onde duas fases (estrategicamente<br />

“R” e “T”) são controla<strong>da</strong>s. Embora mais<br />

caro que o anterior, reduz a assimetria e<br />

harmônicas na rede.<br />

Há ain<strong>da</strong> o tipo ilustrado na figura 10,<br />

onde um SCR por fase controla o semiciclo<br />

positivo de ca<strong>da</strong> uma. Os semiciclos negativos<br />

não têm controle, e são entregues ao motor<br />

integralmente, via os diodos em antiparalelo<br />

com SCR.<br />

A figura 11 nos traz o “top” de linha<br />

onde as três fases são totalmente controla<strong>da</strong>s.<br />

Com uma eletrônica de controle mais<br />

elabora<strong>da</strong>, permite maior flexibili<strong>da</strong>de no<br />

uso, e reduz o ruído elétrico na rede.<br />

Malha de controle<br />

Outro parâmetro muito importante é o<br />

controle <strong>da</strong> ponte de tiristores. Na ver<strong>da</strong>de,<br />

ele pode ser de dois tipos: malha aberta ou<br />

malha fecha<strong>da</strong>.<br />

O controle de malha aberta é bem<br />

mais simples, e, através de um ou dois


F6. Aspecto físico e estrutura interna de um Soft-Starter.<br />

F7. Soft-Starter instalado.<br />

F9. Tipo de soft-starter que controla duas<br />

fases (R e T).<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F8. O soft-starter<br />

controla somente<br />

uma <strong>da</strong>s três<br />

fases.<br />

21


automação<br />

potenciômetros externos, o usuário pode<br />

ajustar a rampa de aceleração do motor.<br />

Normalmente, a faixa utiliza<strong>da</strong> vai de 10<br />

% a 70 % <strong>da</strong> potência nominal na parti<strong>da</strong>,<br />

chegando aos 100 % após venci<strong>da</strong> a inércia.<br />

Neste caso não há sensores de corrente,<br />

consequentemente, o controle opera sem um<br />

F10. Controle parcial <strong>da</strong>s três fases (R, S e T).<br />

F11. Soft-start que controla totalmente as 3 fases (R, S e T).<br />

F12. Estrutura interna de um Inversor de Frequência.<br />

22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

feedback. O soft-starter em malha fecha<strong>da</strong>,<br />

por outro lado, é muito parecido fisicamente<br />

com um inversor de frequência. Ele tem uma<br />

IHM (Interface homem-máquina), e que<br />

pode ser programa<strong>da</strong> com vários parâmetros.<br />

Sensores de corrente estabelecem um<br />

feedback ao equipamento. Assim, é possível<br />

programar-se um “set point” de corrente.<br />

O controle regula os ângulos de disparo<br />

de modo que este valor seja respeitado e,<br />

mais que isso, equalizado pelas três fases.<br />

Neste caso, nem é preciso obter informações<br />

do fabricante ou fazer testes para<br />

saber se o soft-starter é de malha aberta ou<br />

fecha<strong>da</strong>. Se tiver uma IHM, e dispõe de<br />

vários parâmetros, é fecha<strong>da</strong>. Por outro<br />

lado, se apresentar apenas dois ou três potenciômetros<br />

de ajuste , é aberta.<br />

Soft-Starter x Motores de Passo<br />

É consenso de especialistas em controle<br />

que utilizar sistemas de parti<strong>da</strong> suave em<br />

motores de passo e/ou servomotores não é<br />

uma boa ideia.<br />

Esses motores apresentam um grande<br />

número de bobinas, e seu rotor é um ímã<br />

permanente.<br />

Ora, essas características construtivas<br />

foram desenvolvi<strong>da</strong>s justamente para fornecer<br />

alto torque em baixas veloci<strong>da</strong>des, ou<br />

até veloci<strong>da</strong>de zero. Caso haja necessi<strong>da</strong>de<br />

de algum controle de parti<strong>da</strong>, que este seja<br />

feito por um inversor de frequência, e não<br />

por um soft-starter.<br />

Limites<br />

O soft-starter pode ser instalado de modo<br />

a acionar o motor durante sua parti<strong>da</strong> e seu<br />

funcionamento, ou somente na sua parti<strong>da</strong>.<br />

No primeiro caso, o dispositivo controla<br />

a parti<strong>da</strong> e, após venci<strong>da</strong> a inércia, conecta<br />

o motor à rede através <strong>da</strong> sua ponte tiristoriza<strong>da</strong>.<br />

Como, agora, o ângulo do disparo<br />

é aproxima<strong>da</strong>mente zero grau, o efeito<br />

assemelha-se como se o soft-starter fosse um<br />

simples “jumper”.<br />

No segundo caso, o equipamento aciona<br />

o motor apenas na parti<strong>da</strong> e, depois, é<br />

“curto-circuitado” por um contator.<br />

Por esta razão, e por fazer o papel de um<br />

contator em determina<strong>da</strong>s situações, a norma<br />

que rege esse equipamento e estabelece seus<br />

limites é a mesma dos contatores: IEC 947-4-2.<br />

Soft-Starter x Inversor<br />

de Frequência<br />

Cui<strong>da</strong>do! Por mais parecidos que eles<br />

sejam fisicamente, não confun<strong>da</strong> soft-starter<br />

com inversor de frequência.<br />

Tanto o princípio de funcionamento<br />

quanto a função são diferentes.<br />

O soft-starter funciona segundo a redução<br />

<strong>da</strong> tensão de parti<strong>da</strong>, através de desloca-


mento do ângulo de disparo de uma ponte<br />

tiristoriza<strong>da</strong>. Sua função é, apenas e tão<br />

somente, controlar o motor no instante <strong>da</strong><br />

parti<strong>da</strong>. Após isto, a rede elétrica é conecta<strong>da</strong><br />

diretamente ao motor. Todo o processo<br />

acontece em 60 Hz.<br />

O inversor de frequência, por outro lado,<br />

tem a estrutura de acordo com a figura 12.<br />

A rede é retifica<strong>da</strong>, filtra<strong>da</strong>, e aplica<strong>da</strong> a<br />

uma ponte de IGBTs. Esses são chaveados em<br />

frequência de até 16 kHz. O equipamento<br />

controla não somente a parti<strong>da</strong> de motor,<br />

mas é capaz de variar sua veloci<strong>da</strong>de de<br />

modo a manter o torque constante, através<br />

do que chamamos curva V/f.<br />

Resumindo, um inversor pode substituir<br />

sempre um soft-starter, mas, o contrário<br />

não é ver<strong>da</strong>deiro. Para entender melhor a<br />

F13. Comparação entre Parti<strong>da</strong> Direta e Parti<strong>da</strong> com Soft-Starter.<br />

função de soft-starter, notem a figura 13.<br />

Enquanto uma parti<strong>da</strong> direta apresenta<br />

picos de corrente de até sete vezes a nominal,<br />

por um longo período, o soft-starter provê<br />

picos <strong>da</strong> metade desse valor, por um tempo<br />

significativamente menor.<br />

Conclusão<br />

Os soft-starters podem variar muito em<br />

desempenho (e preço). Podemos encontrar o<br />

mais elementar de todos, onde apenas uma fase<br />

é controla<strong>da</strong>, e não há feedback no processo<br />

(malha aberta, até equipamentos de malha<br />

fecha<strong>da</strong>) e pontes totalmente controla<strong>da</strong>s.<br />

Nesses casos, o dispositivo tem sua própria<br />

IHM. A escolha por um ou outro não depende<br />

<strong>da</strong> sofisticação que o processo exige, mas sim<br />

<strong>da</strong> relação custo/benefício.<br />

MA


automação<br />

Automatismos<br />

Eletromecânicos<br />

Parte 2<br />

Veremos nesta segun<strong>da</strong> e última parte do artigo, dois<br />

métodos independentes para análise do comportamento<br />

de sistemas de controle nos automatismos eletromecânicos<br />

saiba mais<br />

Enten<strong>da</strong> os CLPs<br />

<strong>Mecatrônica</strong> Fácil 49<br />

CLPs e Programação Hardware<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 41<br />

Programação de um CLP Modos de<br />

programação<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 46<br />

O funcionamento <strong>da</strong> memória de<br />

um CLP<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 42<br />

Linguagem de Programação de<br />

Robôs<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 16<br />

24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Filipe Pereira<br />

Representação de<br />

Automatismos – o GRAFCET<br />

Numerosos processos industriais consistem<br />

na realização de uma série de ativi<strong>da</strong>des<br />

e operações, seguindo uma sequência determina<strong>da</strong>.<br />

Os automatismos que controlam este<br />

tipo de processos não podem ser puramente<br />

sequenciais, sem que haja combinação de<br />

partes combinatórias com partes sequenciais.<br />

Um dos métodos que se empregam para<br />

descrever o comportamento dos sistemas de<br />

controle de forma independente <strong>da</strong> tecnologia<br />

com os quais estão associados, e em especial<br />

aqueles que apresentam características sequenciais,<br />

foi desenvolvido pela A.F.C.E.T.<br />

(Association Française pour la Cybernétique<br />

Économique et Technique), e se denomina<br />

GRAFCET (Gráfico Funcional de Controle<br />

de Etapas e Transições). É importante<br />

salientar que diversos autômatos programáveis<br />

(CLPs), entre os quais se incluem os SIMATIC<br />

S5 e S7, incorporam instruções ou formas<br />

de programação que permitem introduzir<br />

diretamente o GRAFCET.<br />

Os princípios do GRAFCET e naqueles<br />

que se baseiam as suas aplicações, são<br />

ilustrados na figura 1.<br />

Os elementos-base e as regras de evolução<br />

do GRAFCET serão descritos no decorrer<br />

do artigo.<br />

Elementos gráficos de base<br />

Estes elementos constituem os símbolos<br />

a partir dos quais se desenha e constrói o<br />

gráfico funcional. Os elementos básicos são<br />

os seguintes:<br />

• As etapas representam ca<strong>da</strong> um dos<br />

estados do sistema e devem corresponder<br />

a uma situação tal que as saí<strong>da</strong>s<br />

depen<strong>da</strong>m unicamente <strong>da</strong>s entra<strong>da</strong>s<br />

ou, dizendo de outra maneira, a relação<br />

de entra<strong>da</strong>s e saí<strong>da</strong>s dentro de uma<br />

etapa é puramente combinatória. O<br />

símbolo empregado para representar<br />

uma etapa é um quadrado com um<br />

número ou símbolo no seu interior,<br />

que o identifica e distingue dos outros<br />

elementos. As etapas iniciais são aquelas<br />

em que se posiciona o sistema ao<br />

iniciar-se o processo pela primeira vez<br />

e são representa<strong>da</strong>s por um quadrado<br />

com linha dupla (figura 2).<br />

• As linhas de evolução unem entre si as<br />

etapas que, por sua vez, representam<br />

as ativi<strong>da</strong>des consecutivas. As linhas<br />

terão um sentido de orientação de<br />

cima para baixo sempre, a não ser<br />

que se represente uma seta orienta<strong>da</strong><br />

em sentido contrário.<br />

• As transições, que representam as<br />

condições lógicas necessárias para que


a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> etapa seja finaliza<strong>da</strong><br />

e se inicie a (ou as) etapas seguintes<br />

consecutivas. Estas condições lógicas<br />

obtêm-se por combinação de variáveis<br />

denomina<strong>da</strong>s de receptivi<strong>da</strong>des. Graficamente,<br />

representam-se as transições<br />

por uma linha cruza<strong>da</strong> sobre as linhas<br />

de evolução entre as etapas.<br />

• Os retornos (ou reenvios) são símbolos<br />

em forma de setas que indicam<br />

a procedência ou destino <strong>da</strong>s linhas<br />

de evolução. As setas de reenvio<br />

permitem fracionar um gráfico ou<br />

evitar a existência de um grande<br />

número de linhas de evolução com<br />

cruzes excessivas.<br />

• Duas linhas de evolução que se cruzem,<br />

devem interceptar-se, com o princípio<br />

de que não estão uni<strong>da</strong>s. As regras<br />

dos cruzamentos e <strong>da</strong>s bifurcações<br />

explicam-se em detalhe no módulo<br />

<strong>da</strong>s estruturas do GRAFCET.<br />

• Quando se desenha o gráfico de<br />

evolução, por qualquer caminho que<br />

seja possível, deve-se alternar sempre<br />

uma etapa e uma transição. A regra<br />

básica <strong>da</strong> sintaxe do GRAFCET é<br />

que entre 2 etapas deve existir uma e<br />

uma só condição de transição, mesmo<br />

que esta possa vir expressa<strong>da</strong> por<br />

uma função de lógica combinatória,<br />

com a necessi<strong>da</strong>de subjacente, que dê<br />

sempre como resultado um bit (1 =<br />

condição ver<strong>da</strong>deira, 0 = condição<br />

falsa). (figura 3).<br />

Mensagens de interpretação<br />

Estas mensagens podem ser textos,<br />

símbolos ou equações lógicas associados a<br />

etapas ou transições para indicar a ativi<strong>da</strong>de<br />

desenvolvi<strong>da</strong>, ou as relações entre as variáveis<br />

do sistema que se devem cumprir. Podem-se<br />

distinguir dois tipos de mensagens:<br />

• Mensagens de ação associa<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong><br />

etapa. Indicam qual é a ativi<strong>da</strong>de a<br />

desenrolar-se nessa etapa quando está<br />

ativa, podendo ser indica<strong>da</strong>s em forma<br />

de texto ou em forma de equações<br />

lógicas que indicam a relação entre<br />

saí<strong>da</strong>s-entra<strong>da</strong>s.<br />

• Mensagens de receptivi<strong>da</strong>de associa<strong>da</strong>s<br />

a ca<strong>da</strong> transição. Estas mensagens<br />

indicam as condições lógicas necessárias<br />

e suficientes para passar de<br />

ca<strong>da</strong> etapa para a etapa consecutiva,<br />

ou consecutivas.<br />

F1. Aplicação do GRAFCET em um Sistema de Controle de Automatismo.<br />

F2. Etapas de transição. F3. Etapas ativas e inativas.<br />

F4. Exemplo do comportamento dinâmicos de um sistema de controle.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

25


automação<br />

F5. Exemplo <strong>da</strong> evolução de Transições.<br />

F6. Convergência e Divergência no "OU".<br />

F7. Convergência e Divergência no "Y".<br />

26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Regras de evolução<br />

Estas regras permitem definir e interpretar<br />

de forma unívoca o comportamento<br />

dinâmico do sistema. Algumas fazem referência<br />

a etapas e outras a transições, pelo<br />

que algumas se tornam redun<strong>da</strong>ntes entre si.<br />

1) Ca<strong>da</strong> etapa tem associa<strong>da</strong> uma variável<br />

de estado Xi de tipo bit.<br />

2) Distinguem-se dois estados possíveis<br />

de uma etapa: ativa ou inativa.<br />

Diremos que uma etapa está ativa<br />

quando a sua variável de estado vale<br />

1 e inativa quando vale 0.<br />

3) Denominaremos arranque inicial<br />

(a frio) ao estado de início de um<br />

processo automático sem guar<strong>da</strong>r em<br />

memória qualquer situação anterior.<br />

A ordem de arranque inicial (início<br />

do processo) pode ser efetua<strong>da</strong> por<br />

um operador humano ou provir de<br />

um sistema automático hierarquicamente<br />

superior. Após um arranque<br />

inicial, são ativa<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as etapas<br />

iniciais e ficam inativas to<strong>da</strong>s as<br />

outras. Figura 4<br />

4) Denominaremos arranque “a quente”<br />

à ação de reinício de um automatismo<br />

quando este guar<strong>da</strong> na sua memória<br />

alguma situação anterior. Esta situação<br />

pode corresponder a um re-arranque<br />

sem que haja a per<strong>da</strong> do contexto anterior,<br />

ou seja, mantendo memoriza<strong>da</strong>s<br />

as variáveis de estado do processo.<br />

Num arranque “a quente” podem-se<br />

ativar as etapas iniciais ou manter<br />

o contexto, ou o estado anterior ao<br />

arranque “a quente”. Esta decisão só<br />

responderia por uma parte específica<br />

do automatismo destinado a executar,<br />

denominando-se de tarefa prévia.<br />

5) Durante a evolução normal do processo,<br />

uma etapa “não inicial” se<br />

ativará, quando está ativa<strong>da</strong> a etapa<br />

anterior e se cumpram as condições<br />

de transição entre ambas (figura 5).<br />

6) Qualquer etapa desativa-se quando<br />

se cumprem as condições de transição<br />

<strong>da</strong> seguinte ou seguintes, e essa<br />

mesma transição se tenha efetuado.<br />

7) Uma transição pode encontrar-se em<br />

uma <strong>da</strong>s quatro situações seguintes:<br />

• Não vali<strong>da</strong><strong>da</strong>: A etapa ou etapas<br />

imediatamente anteriores ou seguintes<br />

não estão ativas.<br />

• Vali<strong>da</strong><strong>da</strong>: A etapa ou etapas imediatamente<br />

anteriores estão ativas,


mas não se cumpre a condição<br />

lógica de transição.<br />

• Prepara<strong>da</strong> para transpor: A etapa<br />

ou etapas imediatamente anteriores<br />

estão ativas e se cumpre<br />

a condição lógica de transição.<br />

• Transposta: Foi ativa<strong>da</strong> a etapa ou<br />

etapas imediatamente seguintes,<br />

e foi desativa<strong>da</strong> a etapa ou etapas<br />

imediatamente anteriores.<br />

8) Só se poderá transpor uma transição<br />

se esta está propriamente vali<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

9) To<strong>da</strong> transição prepara<strong>da</strong> para transpor<br />

será imediatamente transposta.<br />

10) Se há varias transições prepara<strong>da</strong>s para<br />

serem transpostas simultaneamente,<br />

serão transpostas simultaneamente. A<br />

transposição de uma transição implica<br />

automaticamente a desativação de to<strong>da</strong>s<br />

as etapas imediatamente anteriores.<br />

11) Se durante o percurso de funcionamento<br />

de um automatismo, uma<br />

etapa deve ser simultaneamente ativa<strong>da</strong><br />

e desativa<strong>da</strong>, a mesma etapa<br />

permanecerá ativa<strong>da</strong>.<br />

12) O gráfico de evolução expressado no<br />

GRAFCET deve ser sempre fechado,<br />

sem deixar qualquer caminho aberto.<br />

Efetivamente, tal circunstância demonstraria<br />

uma incoerência ou uma<br />

situação na qual o processo é incapaz<br />

de continuar. Naturalmente, podem<br />

existir situações em que a saí<strong>da</strong> tenha<br />

que iniciar o processo mediante algum<br />

sinal externo.<br />

Princípios complementares<br />

1) Denominaremos evento a qualquer<br />

situação na qual se produza a modificação<br />

de pelo menos uma <strong>da</strong>s<br />

variáveis que intervêm no sistema.<br />

Assim, um evento corresponde sempre<br />

a um flanco de subi<strong>da</strong> ou de desci<strong>da</strong><br />

de uma variável lógica.<br />

2) Dois eventos podem estar entre<br />

si inter-relacionados ou não inter-<br />

-relacionados. Diremos que estão<br />

inter-relacionados entre si quando:<br />

• Estão associados a uma mesma<br />

variável lógica. Por exemplo: o<br />

flanco de subi<strong>da</strong> de uma variável<br />

A e o flanco de desci<strong>da</strong> do seu<br />

complementar, A, estão inter-<br />

-relacionados.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

• Estão associados a duas variáveis<br />

lógicas que possuem um intersecção<br />

comum. Por exemplo,<br />

as variáveis X e Y tais que X =<br />

C + A e Y = B . C, estão inter-<br />

-relaciona<strong>da</strong>s em virtude de que<br />

um flanco de subi<strong>da</strong> de C pode<br />

provocar um flanco de subi<strong>da</strong><br />

simultâneo de X e Y.<br />

3) Considera-se que, formalmente, dois<br />

eventos externos não inter-relacionados<br />

nunca se podem produzir (acontecer)<br />

simultaneamente. Sempre haverá<br />

uma pequena diferença de tempo<br />

entre eles que fará com que não sejam<br />

simultâneos.<br />

Estrutura Básicas do GRAFCET<br />

A representação de automatismos mediante<br />

o GRAFCET compõe-se de três<br />

estruturas básicas, a saber:<br />

Sequência Linear<br />

É uma estrutura simples e que consiste<br />

em etapas uni<strong>da</strong>s consecutivamente pelas<br />

linhas de evolução e condições de transição.<br />

A estrutura linear aparece quase sempre em<br />

27


automação<br />

F8. Exemplo de Sistema de Manipulação.<br />

nível de uma descrição genérica com macroetapas<br />

e também como parte de estruturas<br />

mais complexas. As suas proprie<strong>da</strong>des são<br />

as seguintes:<br />

• Dentro de um ramo de uma sequência<br />

linear, somente uma etapa deve estar<br />

ativa num instante determinado.<br />

• Ativa-se uma etapa quando se encontrar<br />

ativa<strong>da</strong> a anterior e se cumpram<br />

as condições de transição entre ambas.<br />

• A ativação de uma etapa implica<br />

automaticamente a desativação <strong>da</strong><br />

etapa anterior.<br />

• Uma sequência linear pode fazer parte<br />

de uma estrutura mais complexa.<br />

Convergência e Divergência no “OU”<br />

A divergência e a convergência no “OU”<br />

também chama<strong>da</strong> de bifurcação, emprega-se<br />

para representar processos alternativos que<br />

devem executar-se dependendo de certas<br />

condições lógicas. Estabelecendo uma<br />

analogia entre as linguagens informáticas,<br />

a bifurcação “OU” corresponde a uma<br />

estrutura do tipo “IF... THEN... ELSE”.<br />

Em segui<strong>da</strong>, o subprocesso que se seguirá<br />

a ca<strong>da</strong> caso dependerá de quais sejam as<br />

condições de transição que se cumpram<br />

a partir <strong>da</strong> etapa prévia à bifurcação. Não<br />

é imprescindível que os subprocessos que<br />

partem de uma mesma divergência devam<br />

confluir numa mesma convergência. Do<br />

exposto, pode-se deduzir que: o que ocorrerá<br />

28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

em todo o processo é que to<strong>da</strong> a divergência<br />

implicará a existência de uma convergência<br />

em algum lugar do ciclo. As proprie<strong>da</strong>des<br />

básicas que cumprem a estrutura <strong>da</strong> bifurcação<br />

no “OU” são as seguintes:<br />

• A partir do ponto de divergência o<br />

processo poderá evoluir por outros<br />

caminhos distintos alternativos, ca<strong>da</strong><br />

um dos quais deve ter sua própria<br />

condição de transição. Atente para<br />

a figura 6.<br />

• As condições de transição dos diversos<br />

caminhos de divergência têm de ser<br />

mutuamente exclusivos entre si (intersecção<br />

nula), pelo que o processo<br />

só poderá progredir em ca<strong>da</strong> caso<br />

por um deles.<br />

• Em nível do gráfico global, os caminhos<br />

distintos iniciados como<br />

divergência em “OU” devem confluir<br />

num ou em mais pontos de convergência<br />

em “OU”, ou seja, a estrutura<br />

deve ser globalmente fecha<strong>da</strong> e não<br />

podem existir caminhos abertos, o<br />

que colocaria situações sem saí<strong>da</strong><br />

possível.<br />

Divergência e Convergência em “Y”<br />

A divergência e convergência em “Y”,<br />

que chamaremos conjuntamente bifurcação<br />

em “Y”, é uma estrutura que se emprega<br />

para representar processos que se iniciam<br />

simultaneamente, e se executam de for-<br />

ma independente com tempos distintos e<br />

condicionam a continuação se não tiverem<br />

terminados todos eles.<br />

Como exemplo teremos o caso de uma<br />

estação mecânica com um prato giratório<br />

de três posições, uma para alimentação e<br />

evacuação de peças, outra para prender a<br />

peça e a terceira para a abertura de rosca. As<br />

três operações iniciam-se simultaneamente<br />

e não pode prosseguir o processo enquanto<br />

não hajam terminado as três operações ou<br />

tarefas.<br />

Vale o mesmo que acontece para as<br />

bifurcações em “OU”, não é imprescindível<br />

que os subprocessos simultâneos que partem<br />

de uma mesma divergência devam confluir<br />

numa mesma convergência. Veja a figura 7.<br />

Pelo que é imprescindível que o gráfico,<br />

visto globalmente, seja fechado. As proprie<strong>da</strong>des<br />

que cumprem as convergências e<br />

divergências em “Y” são as seguintes:<br />

• A partir do ponto de divergência, o<br />

processo evoluirá por vários caminhos<br />

em ca<strong>da</strong> vez, executando várias tarefas<br />

simultaneamente.<br />

• A condição de transição para iniciar as<br />

tarefas simultâneas é única e comum<br />

para to<strong>da</strong>s elas.<br />

• Em nível de gráfico global, os caminhos<br />

distintos iniciados como divergência<br />

em “Y” devem confluir em um<br />

ou mais pontos de convergência em<br />

“Y”. Dito de outra forma, a estrutura<br />

deve ser globalmente fecha<strong>da</strong> e não<br />

podem existir caminhos abertos,<br />

pelo que poderão ocorrer situações<br />

sem saí<strong>da</strong> possível.<br />

• A convergência em “Y” impõe por<br />

si uma condição de transição: to<strong>da</strong>s<br />

as tarefas que confluam a ela devem<br />

ter terminado, para que o processo<br />

possa continuar.<br />

Desenhando com o GRAFCET<br />

Desenharemos com o GRAFCET,<br />

aplicando-o ao sistema de manipulação<br />

<strong>da</strong> figura 8.<br />

1° Fase – GRAFCET Funcional<br />

Nesta primeira fase realiza-se o GRA-<br />

FCET descritivo do processo, ou seja, como<br />

uma sequência de ações a desenrolar-se sem<br />

definir a forma nem os meios empregados<br />

para as executar.<br />

E o processo apresenta-se como uma<br />

sucessão de etapas, indicando ao lado de


ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s ações a desenrolar e entre<br />

elas as condições de transição (figura 9).<br />

2º Fase – GRAFCET com Atuadores<br />

e Sensores<br />

Na 2ª fase de desenho devem-se determinar<br />

quais são os atuadores que executarão<br />

operações distintas, por exemplo<br />

cilindros pneumáticos, motores elétricos,<br />

eletroválvulas, etc.<br />

E os sensores, por exemplo geradores de<br />

pulsos, fins de curso, detectores de proximi<strong>da</strong>de<br />

indutivos, capacitivos, ópticos, etc.,<br />

que passarão a constituir-se como sinais de<br />

transição do sistema. O GRAFCET ficaria<br />

então segundo se apresenta na figura 10.<br />

3° Fase – Desenho do Sistema de<br />

Controle<br />

Uma vez obtido o GRAFCET contendo<br />

todos os acionamentos, atuadores e sensores,<br />

este pode ser utilizado para o desenho do<br />

sistema de controle, com os componentes<br />

de uma determina<strong>da</strong> tecnologia, que poderá<br />

ser do tipo cabea<strong>da</strong> (elétrica ou eletrônica)<br />

ou programável com o CLP.<br />

O processo de desenho consta <strong>da</strong>s<br />

seguintes partes:<br />

• Desenho <strong>da</strong> parte sequencial, que<br />

compreende a estrutura <strong>da</strong>s etapas<br />

e <strong>da</strong>s condições de transição que<br />

as unem.<br />

• Desenho <strong>da</strong> parte combinatória que<br />

compreende to<strong>da</strong>s as ações a executar<br />

dentro de ca<strong>da</strong> etapa.<br />

Método GEMMA<br />

O GEMMA (Guide d’Étude des Modes<br />

de Marches et d’Arréts) é um método para o<br />

estudo <strong>da</strong>s situações possíveis de movimento<br />

e para<strong>da</strong> que se podem encontrar na parte<br />

operativa (PO) de um processo e as formas<br />

de evoluir de umas para outras.<br />

Para esse efeito, apoia-se num gráfico<br />

bastante útil que representa uma série<br />

de estados tipificados <strong>da</strong> PO e mostra as<br />

possíveis formas de evolução de uns para<br />

outros. Os seus princípios são:<br />

Elementos de base: A aplicação prática<br />

do GEMMA apoia-se numa gráfico-base,<br />

do qual constam os seguintes elementos:<br />

Retângulos de estado: onde se definem<br />

uma série de situações tipifica<strong>da</strong>s, que<br />

podem acontecer em qualquer automatismo.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F9. Sucessão de etapas - GRAFCET descritivo. F10. GRAFCET com atuadores e sensores.<br />

No caso em que o automatismo a desenhar<br />

disponha de alguma situação ou estado<br />

especial, dever-se-ia incluir algumas <strong>da</strong>s<br />

condições propostas.<br />

Pode acontecer também que algumas <strong>da</strong>s<br />

situações tipifica<strong>da</strong>s não tenham sentido para<br />

o automatismo que estamos desenhando;<br />

nesse caso aplicar-se-á o quadro correspondente<br />

(figura 11).<br />

Famílias de estados: O conjunto de<br />

estados possíveis de um sistema agrupam-se<br />

em três famílias:<br />

• Família A: Estados de para<strong>da</strong>;<br />

• Família F: Estados de funcionamento;<br />

• Família D: Estados de falha.<br />

Diz-se que um sistema está em produção<br />

quando cumpre o objetivo para o qual<br />

foi desenhado, e fora de produção no caso<br />

contrário. Pode-se observar que os conceitos<br />

de “em produção” e “em estado de funcionamento”<br />

possuem significados distintos.<br />

Com efeito, pode-se estar em produção<br />

tendo todo o sistema em estado de para<strong>da</strong><br />

(para<strong>da</strong> de fim de ciclo, por exemplo), ou<br />

pode-se estar em funcionamento sem estar<br />

em produção (preparação de máquina, por<br />

exemplo). Figura 12.<br />

Linhas orienta<strong>da</strong>s: Estas linhas contemplam<br />

todos os passos possíveis de uma<br />

situação ou estado para outro. Na própria<br />

linha será marcado o sentido de passagem.<br />

Condições de evolução: Indicam se<br />

a passagem de um estado para outro está<br />

condiciona<strong>da</strong>, ou se deve-se tomar alguma<br />

ação prévia. Pelo contrário do que acontecia<br />

com o GRAFCET, estas condições entre<br />

estados podem ou não existir. No caso de<br />

não existirem, poderá entender-se que a<br />

passagem é incondicional, sem nenhum<br />

requisito prévio.<br />

Estados de funcionamento: A família<br />

de estados de funcionamento compreende<br />

todos aqueles pelos quais deve passar a parte<br />

operativa para obter o resultado desejado do<br />

processo. Assim, pertencem a esta família<br />

os estados preparatórios de produção, os<br />

testes e controles prévios ou posteriores<br />

e, em grande parte, os que pertencem ao<br />

próprio processo. Concretamente, o gráfico<br />

contempla os seguintes estados normalizados:<br />

F1 (Produção normal), F2 (Movimento<br />

(marcha) de preparação), F3 (Movimento<br />

(marcha) de finalização), F4 (Verificação de<br />

movimento (marcha) anormal), F5 (Verificação<br />

de movimento (marcha) em ordem) e<br />

F6 (Movimento (marcha) de teste).<br />

Estados de para<strong>da</strong>: Dentro <strong>da</strong> família<br />

dos estados de para<strong>da</strong> consideram-se todos<br />

aqueles que determinam o funcionamento<br />

do processo. A família possui os seguintes<br />

estados normalizados: A1 (Para<strong>da</strong> no<br />

estado inicial), A2 (Pedido de para<strong>da</strong> ao<br />

29


automação<br />

F11. Método GEMMA - Retângulos de estado.<br />

final do ciclo), A3 (Pedido de para<strong>da</strong> num<br />

estado determinado), A4 (Para<strong>da</strong> em estado<br />

intermédio), A5 (Preparação de arranque<br />

F12. Método GEMMA - Famílias de estado.<br />

30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

após uma falha), A6 (Iniciação <strong>da</strong> parte<br />

operativa) e A7 (Pré-Posicionamento <strong>da</strong><br />

parte operativa).<br />

Estados de falha: Esta família possui<br />

todos aqueles estados de para<strong>da</strong> por falha <strong>da</strong><br />

parte operativa ou de em condições anômalas.<br />

Os estados normalizados dentro desta<br />

família são: D1 (Para<strong>da</strong> de emergência), D2<br />

(Diagnóstico e/ou tratamento <strong>da</strong> falha) e D3<br />

(Seguir em produção com falha).<br />

Conclusão<br />

Esperamos que com este artigo, tenha<br />

ficado claro a abor<strong>da</strong>gem sobre os métodos<br />

GEMMA e GRAFCET, ampliando mais o<br />

conhecimento para descrever o comportamento<br />

dos sistemas de controle em diferentes<br />

automatismos.<br />

MA<br />

Eng.º Filipe Pereira<br />

Diretor do Curso de Eletrônica, Automação<br />

e Computadores - Escola Sec. D. Sancho I -<br />

Departamento Eletrotécnica<br />

E-mail: filipe.as.pereira@gmail.com<br />

www.prof2000.pt/users/fasp.esds1


mas não se cumpre a condição<br />

lógica de transição.<br />

• Prepara<strong>da</strong> para transpor: A etapa<br />

ou etapas imediatamente anteriores<br />

estão ativas e se cumpre<br />

a condição lógica de transição.<br />

• Transposta: Foi ativa<strong>da</strong> a etapa ou<br />

etapas imediatamente seguintes,<br />

e foi desativa<strong>da</strong> a etapa ou etapas<br />

imediatamente anteriores.<br />

8) Só se poderá transpor uma transição<br />

se esta está propriamente vali<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

9) To<strong>da</strong> transição prepara<strong>da</strong> para transpor<br />

será imediatamente transposta.<br />

10) Se há varias transições prepara<strong>da</strong>s para<br />

serem transpostas simultaneamente,<br />

serão transpostas simultaneamente. A<br />

transposição de uma transição implica<br />

automaticamente a desativação de to<strong>da</strong>s<br />

as etapas imediatamente anteriores.<br />

11) Se durante o percurso de funcionamento<br />

de um automatismo, uma<br />

etapa deve ser simultaneamente ativa<strong>da</strong><br />

e desativa<strong>da</strong>, a mesma etapa<br />

permanecerá ativa<strong>da</strong>.<br />

12) O gráfico de evolução expressado no<br />

GRAFCET deve ser sempre fechado,<br />

sem deixar qualquer caminho aberto.<br />

Efetivamente, tal circunstância demonstraria<br />

uma incoerência ou uma<br />

situação na qual o processo é incapaz<br />

de continuar. Naturalmente, podem<br />

existir situações em que a saí<strong>da</strong> tenha<br />

que iniciar o processo mediante algum<br />

sinal externo.<br />

Princípios complementares<br />

1) Denominaremos evento a qualquer<br />

situação na qual se produza a modificação<br />

de pelo menos uma <strong>da</strong>s<br />

variáveis que intervêm no sistema.<br />

Assim, um evento corresponde sempre<br />

a um flanco de subi<strong>da</strong> ou de desci<strong>da</strong><br />

de uma variável lógica.<br />

2) Dois eventos podem estar entre<br />

si inter-relacionados ou não inter-<br />

-relacionados. Diremos que estão<br />

inter-relacionados entre si quando:<br />

• Estão associados a uma mesma<br />

variável lógica. Por exemplo: o<br />

flanco de subi<strong>da</strong> de uma variável<br />

A e o flanco de desci<strong>da</strong> do seu<br />

complementar, A, estão inter-<br />

-relacionados.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

• Estão associados a duas variáveis<br />

lógicas que possuem um intersecção<br />

comum. Por exemplo,<br />

as variáveis X e Y tais que X =<br />

C + A e Y = B . C, estão inter-<br />

-relaciona<strong>da</strong>s em virtude de que<br />

um flanco de subi<strong>da</strong> de C pode<br />

provocar um flanco de subi<strong>da</strong><br />

simultâneo de X e Y.<br />

3) Considera-se que, formalmente, dois<br />

eventos externos não inter-relacionados<br />

nunca se podem produzir (acontecer)<br />

simultaneamente. Sempre haverá<br />

uma pequena diferença de tempo<br />

entre eles que fará com que não sejam<br />

simultâneos.<br />

Estrutura Básicas do GRAFCET<br />

A representação de automatismos mediante<br />

o GRAFCET compõe-se de três<br />

estruturas básicas, a saber:<br />

Sequência Linear<br />

É uma estrutura simples e que consiste<br />

em etapas uni<strong>da</strong>s consecutivamente pelas<br />

linhas de evolução e condições de transição.<br />

A estrutura linear aparece quase sempre em<br />

27


instrumentação<br />

M<strong>edição</strong> de Pressão<br />

Características, Tecnologias<br />

e Tendências<br />

A m<strong>edição</strong> e controle de pressão é a variável de processo mais<br />

usa<strong>da</strong> na indústria de controle de processos nos seus mais diversos<br />

segmentos. Além disso, através <strong>da</strong> pressão é facilmente<br />

possível inferir uma série de outras variáveis de processo, tais<br />

como nível, volume, vazão e densi<strong>da</strong>de.<br />

Comentaremos neste artigo as principais características <strong>da</strong>s<br />

tecnologias mais importantes utiliza<strong>da</strong>s em sensores de pressão,<br />

assim como alguns detalhes em termos de instalações, do<br />

mercado e tendências com os transmissores de pressão.<br />

saiba mais<br />

M<strong>edição</strong> de Vazão<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 51<br />

Artigos Técnicos, César<br />

Cassiolato<br />

Manuais de Operação e<br />

Treinamento dos Transmissores<br />

de Pressão Smar: LD301, LD302,<br />

LD303 e LD400.<br />

Site do fabricante:<br />

www.smar.com.br<br />

32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

César Cassiolato<br />

A M<strong>edição</strong> de Pressão e<br />

um pouco de História<br />

A m<strong>edição</strong> de pressão é ponto de interesse<br />

<strong>da</strong> ciência há muitos anos. No final do século<br />

XVI, o italiano Galileo Galilei (1564-1642)<br />

recebeu patente por um sistema de bomba<br />

d’água usa<strong>da</strong> na irrigação. (Curiosi<strong>da</strong>de:<br />

em 1592, usando apenas um tubo de ensaio<br />

e uma bacia com água, Galileo montou o<br />

primeiro termômetro. Ele colocou um tubo<br />

com a boca para baixo, semi submerso na<br />

água. Assim, quando o ar de dentro do tubo<br />

esfriava, o volume diminuía e subia um pouco<br />

de água dentro do cilindro de vidro. Quando<br />

o ar esquentava, o volume aumentava e a<br />

água era empurra<strong>da</strong> para fora. O nível <strong>da</strong><br />

água, portanto, media a temperatura do ar).<br />

O coração de sua bomba era um sistema de<br />

sucção que ele descobriu ter a capaci<strong>da</strong>de<br />

de elevar a água no máximo 10 metros. A<br />

causa desse limite não foi descoberta por ele,<br />

o que motivou outros cientistas a estu<strong>da</strong>rem<br />

esse fenômeno.<br />

Em 1643, o físico italiano Evangelista<br />

Torricelli (1608-1647) desenvolveu o barômetro.<br />

Com esse aparelho, avaliava a pressão<br />

atmosférica, ou seja, a força do ar sobre a<br />

superfície <strong>da</strong> terra. Ele fez uma experiência<br />

preenchendo um tubo de 1 metro com mercúrio,<br />

selado de um dos lados e mergulhado<br />

em uma cuba com mercúrio do outro.<br />

A coluna de mercúrio invariavelmente<br />

descia no tubo até cerca de 760 mm. Sem<br />

saber exatamente o porquê deste fenômeno,<br />

ele o atribuiu a uma força vin<strong>da</strong> <strong>da</strong> superfície<br />

terrestre. Torricelli concluiu também que o<br />

espaço deixado pelo mercúrio no começo<br />

do tubo não continha na<strong>da</strong> e o chamou de<br />

“vacuum” (vácuo).<br />

Cinco anos mais tarde, o francês Blaise<br />

Pascal usou o barômetro para mostrar que<br />

no alto <strong>da</strong>s montanhas a pressão do ar era<br />

menor.<br />

Em 1650, o físico alemão Otto Von<br />

Guericke desenvolveu a primeira bomba<br />

de ar eficiente, com a qual Robert Boyle<br />

realizou experimentos sobre compressão e<br />

descompressão e depois de 200 anos, o físico<br />

e químico francês, Joseph Louis Gay-Lussac,<br />

verificou que a pressão de um gás confinado<br />

a um volume constante é proporcional à sua<br />

temperatura.


Em 1849, Eugene Bourdon recebeu<br />

patente pelo Tubo de Bourdon, utilizado até<br />

hoje em medições de pressões relativas. Em<br />

1893, E.H. Amagat utilizou o pistão de peso<br />

morto em medições de pressão (figura 1).<br />

Nas últimas déca<strong>da</strong>s, com o advento <strong>da</strong><br />

tecnologia digital, uma enorme varie<strong>da</strong>de<br />

de equipamentos se espalhou pelo mercado<br />

em diversas aplicações. A caracterização<br />

de pressão só teve seu real valor a partir do<br />

momento em que conseguimos traduzi-la<br />

em valores mensuráveis.<br />

Todo sistema de m<strong>edição</strong> de pressão é<br />

constituído pelo elemento primário, o qual<br />

estará em contato direto ou indireto com o<br />

processo onde se tem as mu<strong>da</strong>nças de pressão<br />

e pelo elemento secundário (Transmissor de<br />

Pressão) que terá a tarefa de traduzir esta<br />

mu<strong>da</strong>nça em valores mensuráveis para uso<br />

em indicação, monitoração e controle.<br />

Veja na figura 2 os cientistas importantes<br />

no desenvolvimento <strong>da</strong> m<strong>edição</strong> de pressão.<br />

Da esquer<strong>da</strong> para a direita, Galileo, Torricelli,<br />

Pascal, Von Guericke, Boyle e Gay-Lussac.<br />

Princípios Básicos <strong>da</strong><br />

M<strong>edição</strong> de Pressão<br />

Vejamos o conceito de Pressão Estática.<br />

Tomemos como base a figura 3, nela temos<br />

um recipiente com um líquido onde este<br />

exerce uma pressão em um determinado<br />

ponto proporcional ao peso do líquido e à<br />

distância do ponto à superfície (o princípio<br />

de Arquimedes: um corpo submerso em um<br />

líquido fica sujeito a uma força, conheci<strong>da</strong> por<br />

empuxo, igual ao peso do líquido deslocado.<br />

Por exemplo, baseado neste princípio,<br />

pode-se determinar o nível, onde se usa<br />

um flutuador que sofre o empuxo do nível<br />

de um líquido, transmitindo para um indicador<br />

este movimento, por meio de um<br />

tubo de torque.<br />

O medidor deve ter um dispositivo de<br />

ajuste para densi<strong>da</strong>de do líquido, cujo nível<br />

está sendo medido, pois o empuxo varia<br />

com a densi<strong>da</strong>de).<br />

A pressão estática P é defini<strong>da</strong> como<br />

sendo a razão entre força F, aplica<strong>da</strong> perpendicularmente<br />

a uma superfície de área A:<br />

Dado um paralelepípedo, conforme<br />

ilustra a figura 4, onde temos a área de um<br />

lado A e comprimento L, a pressão em sua<br />

face superior e em sua face inferior são <strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

respectivamente por P D = hρg e P U = (h +<br />

L) ρg. A pressão resultante sobre o mesmo é<br />

igual a P U - P D = Lρg. A pressão que exerce<br />

uma força perpendicular à superfície do<br />

fluido é a chama<strong>da</strong> pressão estática.<br />

O princípio de Pascal diz que qualquer<br />

aumento de pressão no líquido será transmitido<br />

igualmente a todos os pontos do<br />

líquido. Esse princípio é usado nos sistemas<br />

hidráulicos (por exemplo, nos freio dos carros)<br />

e pode ser visto na figura 5. Em outras<br />

palavras: As forças aplica<strong>da</strong>s têm intensi<strong>da</strong>des<br />

proporcionais às áreas respectivas.<br />

Vale ain<strong>da</strong> citar a Lei de Stevin (1548<br />

- 1620): "Em um fluido homogêneo e<br />

incompressível em equilíbrio sob a ação<br />

<strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de, a pressão cresce linearmente<br />

com a profundi<strong>da</strong>de; a diferença de pressão<br />

F1. Tubo de Bourdon.<br />

F3. Pressão em um ponto P submerso.<br />

F4. Pressão em corpo submerso.<br />

instrumentação<br />

entre dois pontos é igual ao produto do peso<br />

específico do fluido pela diferença de nível<br />

entre os pontos considerados".<br />

Vejamos agora, a pressão exerci<strong>da</strong> pelos<br />

fluidos em movimento na seção transversal<br />

de um tubo.<br />

Tomemos a figura 6, onde:<br />

F1 = força aplica<strong>da</strong> à superfície A1<br />

P1 = razão entre F1 e A1;<br />

ΔL1 = distância que o fluido deslocou;<br />

v1 = veloci<strong>da</strong>de de deslocamento;<br />

F2. Os homens que fizeram a história <strong>da</strong><br />

m<strong>edição</strong> de pressão: Galileo (a), Torricelli<br />

(b), Pascal (c), Von Guericke (d), Boyle (e),<br />

Gay-Lussac (f).<br />

F5. A pressão é perpendicular à superfície<br />

e as forças aplica<strong>da</strong>s têm intensi<strong>da</strong>des<br />

proporcionais às áreas respectivas.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

a)<br />

c)<br />

e)<br />

33<br />

b)<br />

d)<br />

f)


instrumentação<br />

F6. Equação de Bernoulli: Pressão exerci<strong>da</strong> pelos fluidos em movimento na seção<br />

transversal de um tubo.<br />

F7. Referências de Pressão e tipos mais usuais.<br />

F8. Sensor Piezorresistivo.<br />

34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

h1 = altura relativa à referência gravitacional;<br />

e<br />

F2 = força aplica<strong>da</strong> à superfície A2;<br />

P2 = razão entre F2 e A2;<br />

ΔL2 = distância que o fluido deslocou;<br />

V2 = veloci<strong>da</strong>de de deslocamento;<br />

h2 = altura relativa à referência gravitacional.<br />

Supondo um fluido ideal, que não possui<br />

viscosi<strong>da</strong>de, ele desloca-se sem atritos e<br />

portanto sem per<strong>da</strong>s de energia.<br />

O trabalho realizado pela resultante <strong>da</strong>s<br />

forças que atuam em um sistema é igual à<br />

variação <strong>da</strong> energia cinética, teorema trabalho-<br />

energia. Com isto, temos:<br />

Esta é a equação de Bernoulli que<br />

comprova que o somatório <strong>da</strong>s pressões<br />

ao longo de um tubo é sempre constante<br />

para um sistema ideal. O interessante <strong>aqui</strong><br />

é que nesta equação pode-se reconhecer as<br />

seguintes pressões:<br />

P = Pressão Aplica<strong>da</strong><br />

1<br />

2 (1/2) ρ.v = Pressão Dinâmica<br />

1<br />

ρ.g.h = Pressão Estática<br />

1<br />

Rearranjando essa relação chegamos<br />

à equação:<br />

Essa relação é muito útil para o cálculo<br />

<strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de do fluido, <strong>da</strong><strong>da</strong>s a pressão de<br />

impacto e a pressão estática. A partir dessa<br />

relação, pode-se calcular, por exemplo, a<br />

vazão do fluido:<br />

Onde C = vazão real / vazão teórica<br />

Os valores de C são resultados experimentais<br />

e para ca<strong>da</strong> tipo de elemento<br />

de primogênio e sistema de toma<strong>da</strong> de<br />

impulso, C varia em função do diâmetro<br />

(D) <strong>da</strong> tubulação, do N° de Reynolds (Rd)<br />

e <strong>da</strong> relação dos diâmetros referentes às<br />

seções A1 e A2<br />

Onde C = f(D,Rd,b)


Uni<strong>da</strong>des de Pressão no<br />

Sistema Internacional (SI)<br />

O Pascal [Pa] é a uni<strong>da</strong>de de pressão<br />

do Sistema Internacional de uni<strong>da</strong>des (SI).<br />

Um Pa é a pressão gera<strong>da</strong> pela força de<br />

1 newton agindo sobre uma superfície de<br />

1 metro quadrado.<br />

A tabela 1 mostra as principais uni<strong>da</strong>des<br />

e a conversão entre as mesmas.<br />

Tipos mais Usuais de<br />

M<strong>edição</strong> de Pressão<br />

Em função <strong>da</strong> referência pode-se classificar<br />

a m<strong>edição</strong> de pressão como: manométrica,<br />

absoluta e diferencial ou relativa. Tomemos<br />

como referência a figura 7:<br />

• Pressão absoluta: é medi<strong>da</strong> com<br />

relação ao vácuo perfeito, ou seja, é a<br />

diferença <strong>da</strong> pressão em um determinado<br />

ponto de m<strong>edição</strong> pela pressão do<br />

vácuo (zero absoluto). Normalmente,<br />

quando se indica esta grandeza usa-se<br />

a notação ABS. Exemplo: A pressão<br />

absoluta que a atmosfera exerce ao<br />

nível do mar é de 760 mmHg.<br />

• Pressão diferencial: é a diferença de<br />

pressão medi<strong>da</strong> entre dois pontos.<br />

Quando qualquer ponto diferente do<br />

vácuo ou atmosfera é tomado como<br />

referência, diz-se medir pressão diferencial.<br />

Exemplo: a pressão diferencial<br />

encontra<strong>da</strong> numa placa de orifício.<br />

• Pressão manométrica (Gauge):<br />

é medi<strong>da</strong> em relação à pressão do<br />

ambiente, ou seja, em relação a atmosfera.<br />

Logo, é a diferença entre a<br />

pressão absoluta medi<strong>da</strong> em um ponto<br />

qualquer e a pressão atmosférica. É<br />

sempre importante registrar na notação<br />

que a m<strong>edição</strong> é relativa. Exemplo:<br />

10 kgf/cm 2 Pressão Relativa.<br />

Note que a pressão manométrica é <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pela diferença entre a absoluta e a atmosférica.<br />

Sensores Utilizados na<br />

M<strong>edição</strong> de Pressão<br />

Em geral, os sensores são classificados<br />

conforme a técnica usa<strong>da</strong> na conversão<br />

mecânica <strong>da</strong> pressão em um sinal eletrônico<br />

proporcional. To<strong>da</strong>s as tecnologias têm um<br />

só propósito que é transformar a pressão<br />

aplica<strong>da</strong> em um sensor, em um sinal eletrônico<br />

proporcional a mesma:<br />

• Capacitância Variável (Capacitivos);<br />

• Piezorresistivo (Strain Gage);<br />

• Potenciométrico;<br />

• Piezoelétrico;<br />

• Relutância Variável;<br />

• Ressonante;<br />

• Ótico;<br />

• Outros.<br />

Vamos comentar alguns destes sensores<br />

e princípios brevemente.<br />

1) Piezorresistivo ou Strain Gage – A<br />

piezorresistivi<strong>da</strong>de refere-se à mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong><br />

resistência elétrica com a deformação/contração<br />

como resultado <strong>da</strong> pressão aplica<strong>da</strong>.<br />

Na sua grande maioria são formados por<br />

elementos cristalinos (strain gage) interligados<br />

em ponte (wheatstone) com outros resistores<br />

que provêm o ajuste de zero, sensibili<strong>da</strong>de e<br />

compensação de temperatura. O material<br />

de construção varia de fabricante para<br />

fabricante e hoje em dia é comum sensores<br />

de estado sólido.<br />

Desvantagens: faixa limitante de temperatura<br />

de operação, aplicável em ranges<br />

baixos de pressão por gerarem um sinal<br />

muito baixo de excitação, muito instável.<br />

<strong>Atual</strong>mente existe o chamado “Film<br />

Transducer”, o qual é construído com a<br />

deposição de vapor ou injeção de elementos<br />

strain gage diretamente em um diafragma,<br />

o que minimiza a instabili<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong><br />

instrumentação<br />

ao uso de adesivos nas ligas nos modelos<br />

“Bonded Wire”.<br />

A grande vantagem é que já produz um<br />

sinal eletrônico num nível maior, porém em<br />

altas temperaturas são totalmente vulneráveis,<br />

já que a temperatura afeta o material adesivo<br />

utilizado ao colar o silício ao diafragma.<br />

Várias técnicas basea<strong>da</strong>s na fabricação<br />

de sensores de silício piezorresistivo (silicon<br />

substrate) estão emergindo, mas são susceptíveis<br />

a degra<strong>da</strong>ção de seus sinais em função <strong>da</strong><br />

temperatura e exigem circuitos complicados<br />

para a compensação, minimização do erro e<br />

sensibili<strong>da</strong>de do zero. Totalmente inviáveis<br />

em aplicações sujeitas a temperaturas altas<br />

por longo períodos, uma vez que a difusão<br />

degra<strong>da</strong> os substratos em altas temperaturas.<br />

Figura 8.<br />

2) Piezoelétrico – O material piezoelétrico<br />

é um cristal que produz uma<br />

tensão diferencial proporcional a pressão<br />

a ele aplica<strong>da</strong> em suas faces: quartzo, sal<br />

de Rochelle, titânio de bário, turmalina<br />

etc. Este material acumula cargas elétricas<br />

em certas áreas de sua estrutura cristalina,<br />

quando sofrem uma deformação física, por<br />

ação de uma pressão. A piezoeletrici<strong>da</strong>de<br />

foi descoberta por Pierre e Jacques Curie<br />

em 1880.<br />

Tem a desvantagem de requerer um circuito<br />

de alta impedância e um amplificador<br />

de alto ganho, sendo susceptível a ruídos.<br />

Além disso, devido à natureza dinâmica,<br />

não permite a m<strong>edição</strong> de pressão em estado<br />

sólido. Porém, tem a vantagem de rápi<strong>da</strong><br />

resposta. Figura 9.<br />

A relação entre a carga elétrica e a pressão<br />

aplica<strong>da</strong> ao cristal é praticamente linear:<br />

A - área do eletrodo;<br />

Sq – sensibili<strong>da</strong>de;<br />

inH2O @20°C atm bar kPa kgf/cm 2 mmH2O @20°C mmHg @0°C inHg @32°F psi<br />

inH2O @20°C 1 0,0025 0,00249 0,24864 0,00254 25,4000 1,86497 0,07342 0,03606<br />

atm 407,513 1 1,01325 101,325 1,03323 10350,8 759,999 29,9213 14,6959<br />

bar 402,185 0,98692 1 100,000 1,01972 10215,5 750,062 29,5300 14,5038<br />

kPa 4,02185 0,00987 0,01000 1 0,01020 102,155 7,50062 0,29530 0,14504<br />

kgf/cm 2 394,407 0,96784 0,98066 98,0662 1 10017,9 735,558 28,9590 14,2233<br />

mmH2O @20°C 0,03937 0,00010 0,00010 0,00979 0,00010 1 0,07342 0,00289 0,00142<br />

mmHg @0°C 0,53620 0,00132 0,00133 0,13332 0,00136 13,6195 1 0,03937 0,01934<br />

inHg @32°F 13,6195 0,03342 0,03386 3,38638 0,03453 345,935 25,4000 1 0,49115<br />

psi 27,7296 0,06805 0,06895 6,89475 0,07031 704,333 51,7149 2,03602 1<br />

T1. Conversão em uni<strong>da</strong>des de pressão mais usa<strong>da</strong>s em automação industrial.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

35


instrumentação<br />

F9. Sensor Piezoelétrico.<br />

F10. Exemplo de construção de um sensor capacitivo.<br />

36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

p - pressão aplica<strong>da</strong>;<br />

q - carga elétrica;<br />

C - capaci<strong>da</strong>de do cristal;<br />

Vo - tensão de saí<strong>da</strong><br />

3) Ressonantes – Possuem em geral<br />

o princípio <strong>da</strong> tecnologia que é conheci<strong>da</strong><br />

como “vibrating wire”.<br />

Uma mola de fio magnético é anexa<strong>da</strong><br />

ao diafragma que, ao ser submetido a um<br />

campo magnético e ser percorrido por uma<br />

corrente elétrica, entra em oscilação.<br />

A frequência de oscilação é proporcional<br />

ao quadrado <strong>da</strong> tensão (expansão/compressão)<br />

do fio.<br />

No sensor Silício Ressonante, não se usa<br />

fio e sim o silício para ressonar com diferentes<br />

frequências que são funções <strong>da</strong> expansão/<br />

compressão(é uma função do tipo 1/f 2 ).<br />

O sensor é formado por uma cápsula de<br />

silício coloca<strong>da</strong> em um diafragma que vibra<br />

ao se aplicar um diferencial de pressão, e a<br />

frequência de vibração depende <strong>da</strong> pressão<br />

aplica<strong>da</strong>.<br />

Alguns sensores ressonantes exigem<br />

técnicas de compensação em temperatura via<br />

hardware/software complica<strong>da</strong>s, aumentando<br />

o número de componentes, o que em alguns<br />

equipamentos exige mais placas eletrônicas.<br />

4) Capacitivos – Estes são os sensores<br />

mais confiáveis e que já foram usados em<br />

milhões de aplicações. São baseados em<br />

transdutores onde a pressão aplica<strong>da</strong> a diafragmas-<br />

sensores faz com que se tenha uma<br />

variação <strong>da</strong> capacitância entre os mesmos e<br />

um diafragma central, por exemplo.<br />

Esta variação de capacitância tipicamente<br />

é usa<strong>da</strong> para variar a frequência de<br />

um oscilador, ou usa<strong>da</strong> como elemento em<br />

uma ponte de capacitores. Esta variação de<br />

capacitância pode ser utiliza<strong>da</strong> para variar<br />

a frequência de um oscilador.<br />

Esta frequência pode ser medi<strong>da</strong> diretamente<br />

pela CPU e converti<strong>da</strong> em Pressão.<br />

Neste caso não existe conversão A/D, o que<br />

contribui na exatidão e eliminação de drifts<br />

embutidos nas conversões analógicas/digitais.<br />

Vale a pena lembrar que este princípio<br />

de leitura totalmente digital é utilizado<br />

pela Smar desde meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80<br />

(a Smar é a única empresa brasileira e uma<br />

<strong>da</strong>s poucas no mundo a fabricar este tipo<br />

de sensores).<br />

Possuem respostas lineares e são praticamente<br />

insensíveis a variações de temperatura,


sendo os mais indicados em instrumentação<br />

e controle de processos, já que possuem<br />

excelentes performance em estabili<strong>da</strong>de, em<br />

temperatura e pressão estática (figura 10).<br />

Algumas de suas vantagens:<br />

• Ideais para aplicações de baixa e alta<br />

pressão;<br />

• Minimizam o Erro Total Provável<br />

e consequentemente a variabili<strong>da</strong>de<br />

do processo;<br />

• Ideais para aplicações de vazão;<br />

• Por sua resposta linear, permite alta<br />

rangeabili<strong>da</strong>de com exatidão.<br />

5) Óticos – Ain<strong>da</strong> são pouco difundidos,<br />

mas vejamos abaixo alguns marcos <strong>da</strong><br />

evolução <strong>da</strong> fibra ótica:<br />

• Foi inventa<strong>da</strong> em 1952 pelo físico<br />

indiano Narinder Singh Kanpany;<br />

• 1970: Corning Glass produziu alguns<br />

metros de fibra ótica com per<strong>da</strong>s de<br />

20 dB/km;<br />

• 1973: Um link telefônico de fibras<br />

óticas foi instalado no EUA;<br />

• 1976: Bell Laboratories instalou um<br />

link telefônico de 1 km em Atlanta,<br />

e provou ser praticamente possível a<br />

fibra ótica para telefonia;<br />

• 1978: Começa em vários pontos<br />

do mundo a fabricação de fibras<br />

óticas com per<strong>da</strong>s menores do que<br />

1,5 dB/km;<br />

• 1988: O primeiro cabo submarino<br />

de fibras óticas mergulhou no oceano<br />

e deu início à super estra<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

informação;<br />

• 2004: A fibra ótica movimenta cerca<br />

de 40 bilhões de dólares anuais;<br />

• 2007: Fibra óptica brasileira faz<br />

30 anos e o mercado americano de<br />

sensores com fibra ótica movimentou<br />

237 milhões de dólares;<br />

• 2014: perspectiva de movimento de<br />

1,6 bilhões de dólares no mercado<br />

americano de sensores com fibra ótica.<br />

A sensitivi<strong>da</strong>de dos sensores a fibra, ou<br />

seja, o distúrbio menos intenso que pode<br />

ser medido, pode depender de:<br />

• Variações infinitesimais em algum<br />

parâmetro de caracterização <strong>da</strong> fibra<br />

usa<strong>da</strong>, quando a fibra é o próprio<br />

elemento sensor;<br />

• Mu<strong>da</strong>nças nas proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> luz<br />

usa<strong>da</strong>, quando a fibra é o canal através<br />

do qual a luz vai e volta do local<br />

sob teste.<br />

Os sensores de Fibra Ótica são compactos<br />

e apresentam sensitivi<strong>da</strong>des comparáveis ao<br />

similares convencionais.<br />

Os Sensores de pressão são construídos<br />

com o emprego de uma membrana móvel<br />

numa <strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fibra.<br />

Podemos citar as seguintes vantagens<br />

destes sensores: alta sensibili<strong>da</strong>de, tamanho<br />

reduzido, flexibili<strong>da</strong>de e resistência, baixo<br />

peso, longa vi<strong>da</strong> útil, longa distância de<br />

transmissão, baixa reativi<strong>da</strong>de química do<br />

material, ideal para operar em ambientes<br />

com risco de explosão e intrinsecamente<br />

seguros, isolamento elétrico, ideal para<br />

operar em ambientes com alta tensão,<br />

imuni<strong>da</strong>de eletromagnética, multiplexação<br />

de sinais (uma única fibra pode possuir<br />

dezenas de sensores: pode medir vibração,<br />

pressão, temperatura, fluxo multifásico,<br />

deformação, etc…).<br />

Uma técnica utiliza<strong>da</strong> em construção<br />

de sensores óticos é o Interferômetro Fabry-<br />

-Perot (figura 11): este dispositivo é usado<br />

geralmente para medi<strong>da</strong>s de comprimentos<br />

de on<strong>da</strong> com alta precisão, onde essencialmente<br />

dois espelhos parcialmente refletores<br />

(de vidro ou quartzo) são alinhados e se<br />

obtém o contraste de franjas máximo e a<br />

distância entre os mesmos pela variação<br />

mecânica. Esta variação <strong>da</strong> distância poderia<br />

ser gera<strong>da</strong> por pressão e, com isso, teríamos<br />

um sensor de pressão.<br />

F11. Sensor de Pressão com Princípio de Fabry-Perot.<br />

instrumentação<br />

Equipamentos Industriais<br />

para M<strong>edição</strong> de Pressão<br />

Na indústria, dentre os diversos equipamentos<br />

usados para medir pressão podemos<br />

destacar dois deles: o manômetro e o transmissor<br />

de pressão.<br />

O manômetro (figura 12) é usado para<br />

leituras locais <strong>da</strong> pressão, possuindo normalmente<br />

uma conexão com o processo e<br />

um display (quando eletrônico) ou ponteiro<br />

(quando mecânico) para que se possa ler a<br />

pressão localmente.<br />

Normalmente, são dispositivos de baixo<br />

custo usados quando a pressão não precisa<br />

ser transmiti<strong>da</strong> para um sistema de controle<br />

e não seja requeri<strong>da</strong> exatidão. Por exemplo,<br />

pressões estáticas, pressões de bomba, etc.<br />

Existem também modelos diferenciais,<br />

vacuômetrros, sanitários, etc.<br />

Um transmissor de pressão inteligente<br />

(figura 13) combina a tecnologia do sensor<br />

mais sua eletrônica.<br />

Tipicamente, deve prover as seguintes<br />

características:<br />

F12. Exemplos de manômetros.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

37


instrumentação<br />

F13. LD400 - Transmissor de Pressão HART/4-20 mA.<br />

F14. M<strong>edição</strong> de nível em tanque aberto.<br />

F15. M<strong>edição</strong> de nível em tanque fechado.<br />

38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

• Sinal digital de saí<strong>da</strong>;<br />

• Interface de comunicação digital<br />

(HART/4-20 mA, Foun<strong>da</strong>tion Fieldbus,<br />

Profibus-PA);<br />

• Compensação de pressão e de temperatura;<br />

• Estabili<strong>da</strong>de;<br />

• Deve permitir fácil e amigável calibração;<br />

• Re-range com e sem referência;<br />

• Autodiagnósticos;<br />

• Fácil instalação e calibração;<br />

• Alta confiabili<strong>da</strong>de;<br />

• Baixos custos e curtos tempos de<br />

instalação e manutenção;<br />

• Redução na intrusão/penetração<br />

(processo);<br />

• Economizar espaços na instalação;<br />

• Permitir upgrades para a tecnologia<br />

Foun<strong>da</strong>tion Fieldbus e Profibus PA;<br />

• Recursos de interface EDDL e FDT/<br />

DTMs;<br />

• Protetor de transientes, sem polari<strong>da</strong>de<br />

de alimentação;<br />

• Trava física para transferência de<br />

custódia, etc.<br />

Alguns pontos que os usuários devem<br />

estar atentos, para não pagarem a mais por<br />

algo que não vão usar ou que sua aplicação<br />

não exija:<br />

• Exatidão & Rangeabili<strong>da</strong>de: se são<br />

necessários equipamentos com tais<br />

requisitos, analise as fórmulas de<br />

exatidão e veja que, às vezes, a exatidão<br />

não é a anuncia<strong>da</strong> em to<strong>da</strong> a faixa.<br />

Veja outras características também<br />

como tempo de resposta, Totalização,<br />

PID block, etc., pois podem ser mais<br />

úteis nas aplicações; e<br />

• Proteção ao investimento: analise o<br />

preço de sobressalentes, intercambiabili<strong>da</strong>de<br />

entre modelos, simplici<strong>da</strong>de de<br />

especificação, atualização para outras<br />

tecnologias (Fieldbus Foun<strong>da</strong>tion,<br />

Profibus PA), prestação de serviços,<br />

suporte técnico, prazo de reposição,<br />

etc. São fatores que podem fazer com<br />

que a disponibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> planta possa<br />

ficar comprometi<strong>da</strong>.<br />

Os transmissores de pressão microprocessados<br />

possuem a grande vantagem de<br />

permitirem uma melhor interação com o<br />

usuário, com interfaces amigáveis.<br />

Além disso, possuem características de<br />

autodiagnose que facilitam a identificação<br />

de problemas.


Com o advento <strong>da</strong>s redes fieldbuses,<br />

pode-se agora extrair ao máximo os benefícios<br />

<strong>da</strong> tecnologia digital.<br />

Estes transmissores possuem melhor<br />

exatidão, uma estabili<strong>da</strong>de eletrônica superior<br />

aos modelos analógicos, além de facilitarem<br />

ajustes e calibrações.<br />

A tecnologia digital também permite que<br />

poderosos algoritmos possam ser implementados<br />

a favor <strong>da</strong> melhoria de performance e<br />

exatidão <strong>da</strong> m<strong>edição</strong> e a monitoração on-line<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do equipamento.<br />

Exemplos de Aplicações Típicas<br />

com Transmissor de Pressão<br />

A seguir, vêm exemplos típicos de aplicação<br />

com transmissor de pressão. Para<br />

mais detalhes sobre ca<strong>da</strong> aplicação consulte<br />

a literatura disponível nas referências do<br />

artigo. Vale a pena lembrar que a correta<br />

instalação garante o melhor aproveitamento<br />

dos equipamentos em termos de performance.<br />

M<strong>edição</strong> de nível de líquidos<br />

Veja as figuras 14 e 15.<br />

M<strong>edição</strong> de vazão<br />

Veja as figuras 16 e 17.<br />

M<strong>edição</strong> de volume e massa<br />

Veja as figuras 18 e 19.<br />

Acessórios Importantes<br />

na M<strong>edição</strong> de Pressão<br />

e suas Variantes<br />

Pela ampla gama de aplicações possíveis,<br />

há a necessi<strong>da</strong>de de dispor de alguns acessórios<br />

no uso dos transmissores de pressão.<br />

Os mais comuns são os manifolds e os selos<br />

remotos, como podemos ver na figura 20<br />

a seguir. Os selos remotos têm a função de<br />

transmitir a pressão de um ponto distante<br />

do sensor, ou mesmo garantir condições<br />

adequa<strong>da</strong>s à m<strong>edição</strong> no que se refere à<br />

temperatura de processo. Os manifolds são<br />

pequenas válvulas usa<strong>da</strong>s para facilitar nas<br />

operações de manuseio dos equipamentos,<br />

calibração e manutenção em geral.<br />

Como Especificar<br />

Transmissores de Pressão<br />

Especificações incompletas ou mesmo<br />

com <strong>da</strong>dos inconsistentes são bastante<br />

comuns na documentação para compra de<br />

transmissores de pressão. À primeira vista<br />

parecem itens simples de projeto, porém são<br />

muitos os detalhes que, se não corretamente<br />

especificados, poderão gerar um prejuízo<br />

F16. M<strong>edição</strong> de vazão usando tubo de Pitot.<br />

F17. M<strong>edição</strong> de vazão usando placa de orifício.<br />

F18. M<strong>edição</strong> de volume.<br />

instrumentação<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

39


instrumentação<br />

na hora <strong>da</strong> montagem ou mesmo durante<br />

a operação, podendo este ser maior que os<br />

valores dos equipamentos envolvidos.<br />

Este tópico procura esclarecer algumas<br />

questões fun<strong>da</strong>mentais no processo de<br />

especificação de transmissores de pressão.<br />

O que se pretende medir? – Pressão<br />

manométrica, pressão absoluta, pressão<br />

diferencial; outras grandezas inferi<strong>da</strong>s a<br />

partir de medições de pressão (vazão, nível,<br />

volume, força, densi<strong>da</strong>de, etc.).<br />

Vale ressaltar que as medições de pressões<br />

abaixo <strong>da</strong> atmosférica não necessariamente<br />

requerem transmissores de pressão absoluta.<br />

Os transmissores de pressão absoluta são recomen<strong>da</strong>dos<br />

apenas para evitar as influências<br />

<strong>da</strong>s variações <strong>da</strong> pressão atmosférica. Essa<br />

influência só será crítica quando se mede<br />

pressões muito próximas (acima ou abaixo)<br />

<strong>da</strong> pressão atmosférica. Nos demais casos<br />

podem ser usados sem problemas transmissores<br />

de pressão manométrica.<br />

Para que medir pressão? – Em geral<br />

mede-se pressão para: controle ou monitoração<br />

de processos; proteção (segurança); controle<br />

de quali<strong>da</strong>de; transações comerciais de fluidos<br />

(transferências de custódia, m<strong>edição</strong> fiscal);<br />

estudos e pesquisas; balanços de massa e energia.<br />

Esses objetivos devem ser considerados<br />

na escolha dos equipamentos. Quesitos<br />

mais rigorosos de desempenho tais como:<br />

exatidão, limites de sobre-pressão e pressão<br />

estática, estabili<strong>da</strong>de e outros podem encarecer<br />

desnecessariamente o projeto. Todos os<br />

fabricantes em geral oferecem ao mercado<br />

mais de uma versão de transmissores com<br />

F19. M<strong>edição</strong> de massa.<br />

40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

características técnicas distintas e obviamente<br />

com preços também distintos.<br />

Qual é o fluido do processo? – O<br />

fornecedor deverá ser informado <strong>da</strong>s características<br />

do fluido. Em geral o fabricante<br />

poderá recomen<strong>da</strong>r materiais ou conexões<br />

especiais. Vale lembrar que a decisão final<br />

será sempre do usuário ou <strong>da</strong> empresa de<br />

engenharia envolvi<strong>da</strong>. Alguns <strong>da</strong>dos do<br />

fluido de processo são fun<strong>da</strong>mentais na<br />

escolha do transmissor:<br />

• Estado (líquido, gás, vapor) - Define<br />

a posição <strong>da</strong> válvula de dreno/vent;<br />

• Pressão máxima do processo - Importante<br />

para a avaliação dos limites<br />

de sobrepressão e pressão estática do<br />

transmissor;<br />

• Temperatura máxima do processo -<br />

Poderá ser determinante para o uso<br />

de selos remotos ou apenas manter<br />

uma distância mínima na linha de<br />

impulso (tubing).<br />

Opcionais – Alguns opcionais podem ser<br />

incluídos no fornecimento dos transmissores:<br />

• Indicador local - Esse item não tem<br />

um custo muito alto e é muito útil,<br />

pois não só permite a leitura <strong>da</strong><br />

variável em uni<strong>da</strong>des de engenharia<br />

(kgf/cm2, bar, mmH2O, Pa, psi, etc.)<br />

como também facilita a configuração<br />

do transmissor quando não se dispõe<br />

de um configurador.<br />

• Manifold - A compra casa<strong>da</strong> (transmissor<br />

+ manifold) traz vantagens<br />

comerciais e evita qualquer incompatibili<strong>da</strong>de<br />

técnica na montagem.<br />

• Suporte para tubo de 2” - Esse item<br />

é quase obrigatório. Alguns suportes<br />

permitem também a montagem em<br />

superfícies planas. Recomen<strong>da</strong>-se<br />

especificar o suporte com pelo menos<br />

os parafusos e porcas em aço inox,<br />

garantindo-se uma melhor resistência<br />

às atmosferas corrosivas.<br />

• Prensacabos - Esse item pode ser encomen<strong>da</strong>do<br />

junto com o transmissor.<br />

Recomen<strong>da</strong>-se porém, incluí-lo na<br />

compra do material de montagem,<br />

garantindo a compatibili<strong>da</strong>de com<br />

a bitola do cabo a ser utilizado.<br />

Protocolo de comunicação – Os<br />

protocolos de comunicação mais comuns<br />

são: 4-20 mA + HART; WirelessHART;<br />

Foun<strong>da</strong>tion Fieldbus e Profibus PA.<br />

Alguns fabricantes oferecem ao mercado,<br />

transmissores que com a simples substituição<br />

<strong>da</strong> placa de circuito eletrônico ou apenas do<br />

firmware, o transmissor mu<strong>da</strong> sua versão de<br />

protocolo. Podem ser usados em sistemas<br />

distintos.<br />

Os fabricantes também fornecem junto<br />

com os transmissores, CDs com todos os<br />

arquivos (DDs e DTMs) de seus transmissores,<br />

garantindo a comunicação e interoperabili<strong>da</strong>de<br />

com os diversos sistemas de<br />

controle do mercado.<br />

Ferramentas especiais – Para os<br />

transmissores com protocolo Foun<strong>da</strong>tion<br />

Fieldbus ou Profibus PA , não serão necessários<br />

configuradores portáteis, uma vez<br />

que a própria ferramenta de configuração<br />

<strong>da</strong>s redes, geralmente instala<strong>da</strong> nos computadores<br />

de supervisão ou em alguma<br />

estação de engenharia, é também capaz<br />

de acessar e configurar os instrumentos.<br />

Para os projetos convencionais (4-20 mA<br />

+ HART), recomen<strong>da</strong>-se a <strong>aqui</strong>sição de<br />

configurador portátil (hand held). Em alguns<br />

transmissores, a configuração poderá ser<br />

feita diretamente nos instrumentos, com<br />

uso de recursos como chave magnética ou<br />

botoeiras locais.<br />

Pré-configurações – Nos transmissores<br />

convencionais (4-20 mA + HART) é<br />

possível solicitar ao fabricante, em geral sem<br />

custos adicionais, algumas pré-configurações:<br />

extração de raiz quadra<strong>da</strong>; faixa calibra<strong>da</strong>;<br />

indicação no display em uni<strong>da</strong>des de engenharia<br />

(pressão); indicação no display em<br />

uni<strong>da</strong>des especiais, por exemplo: m 3 /h, l/h,<br />

m 3 . Nesse caso deve-se informar previamente<br />

a uni<strong>da</strong>de e a escala.


Certificações – É comum o usuário<br />

solicitar ao fabricante, certificados de calibração<br />

emitidos por laboratório rastreado<br />

pela RBC. Os fabricantes sempre fornecem<br />

certificados padronizados que são gerados<br />

e emitidos durante a fase de fabricação<br />

dos instrumentos. Outros certificados de<br />

calibração, quando emitidos por laboratório<br />

de metrologia rastreado pela RBC, podem<br />

deman<strong>da</strong>r em maior prazo de entrega e em<br />

geral resultam em custos adicionais.<br />

Outra certificação importante deve ser<br />

observa<strong>da</strong> quando se usa transmissores em área<br />

classifica<strong>da</strong>s. Os projetos de instrumentação<br />

para esses casos adotam normas atendendo:<br />

prova de explosão, segurança aumenta<strong>da</strong> ou<br />

segurança intrínseca. Os certificados são<br />

distintos e é responsabili<strong>da</strong>de do usuário<br />

sua correta utilização. O mesmo vale para<br />

SIS, Sistemas Instrumentados de Segurança.<br />

Conexões especiais – Em aplicações<br />

com fluidos agressivos, temperatura ou viscosi<strong>da</strong>de<br />

alta, sólidos em suspensão, recomen<strong>da</strong>-se<br />

o uso de transmissores com selos remotos ou<br />

integrais (os transmissores com selos integrais<br />

são chamados de transmissores de nível).<br />

Deve-se, sempre que possível, evitar o<br />

uso de selos, pois estes degra<strong>da</strong>m a exatidão<br />

<strong>da</strong> m<strong>edição</strong>, aumentam o tempo de resposta<br />

do transmissor e sofrem grande influência<br />

<strong>da</strong> temperatura ambiente.<br />

Os selos com conexões flangea<strong>da</strong>s deverão<br />

ser compatíveis com os flanges de processo<br />

e respeitar as classes de pressão estabeleci<strong>da</strong>s<br />

nas tabelas de pressão e temperatura <strong>da</strong>s<br />

respectivas normas.<br />

Faixa de pressão/rangeabili<strong>da</strong>de<br />

– Os fabricantes adotam uma terminologia<br />

padroniza<strong>da</strong> que precisa ser conheci<strong>da</strong>:<br />

• URL - Limite superior para a faixa<br />

de calibração;<br />

• LRL - Limite inferior para a faixa de<br />

calibração (em geral LRL = - URL);<br />

• URV - valor superior <strong>da</strong> faixa calibra<strong>da</strong><br />

(deverá ser menor ou igual à URL);<br />

• LRV - valor inferior <strong>da</strong> faixa calibra<strong>da</strong><br />

(deverá ser maior ou igual à LRL);<br />

• SPAN - URV – LRV (deverá ser maior<br />

que o SPAN mínimo do instrumento);<br />

• A relação URL / SPAN mínimo define<br />

a rangeabili<strong>da</strong>de do instrumento.<br />

Os catálogos dos fabricantes em geral<br />

mostram os valores de URL, LRL, e SPAN<br />

mínimo para as diversas faixas dos transmissores.<br />

Pode-se observar que o SPAN mínimo<br />

de uma determina<strong>da</strong> faixa será sempre<br />

F20. Acessórios para várias aplicações com transmissores.<br />

maior que o URL <strong>da</strong> faixa imediatamente<br />

inferior. Exemplo:<br />

• Faixa 4 - URL: 25 kgf/cm 2 ; Span mínimo:<br />

0,21 kgf/cm 2 ; limites de sobre-<br />

pressão ou pressão estática: 160 kgf/cm 2 ;<br />

• Faixa 5 - URL: 250 kgf/cm 2 ; Span<br />

mínimo: 2,1 kgf/cm 2 ; limites de sobrepressão<br />

ou pressão estática: 320 kgf/cm 2 ;<br />

Para uma aplicação com faixa calibra<strong>da</strong><br />

: 0 a 20 kgf/cm 2 , é possível usar o faixa 4<br />

ou mesmo o faixa 5. Deve-se, entretanto,<br />

escolher sempre o de faixa inferior. To<strong>da</strong>s<br />

as especificações de estabili<strong>da</strong>de, efeito <strong>da</strong><br />

temperatura, efeito <strong>da</strong> pressão estática são<br />

determinados com valores percentuais de<br />

URL. Uma exceção para essa escolha se dá<br />

quando os limites de sobrepressão ou pressão<br />

estática podem ser atingidos. No exemplo<br />

acima, esse limite é de 160 kgf/cm 2 para o<br />

faixa 4 e 320 kgf/cm 2 para o faixa 5.<br />

Recursos funcionais – Alguns transmissores<br />

possuem recursos funcionais bastante<br />

interessantes. Para os transmissores<br />

com protocolo Foun<strong>da</strong>tion Fieldbus, é<br />

importante conhecer a biblioteca de blocos<br />

funcionais disponível.<br />

O usuário deve se informar não apenas<br />

sobre a diversi<strong>da</strong>de desses blocos, como<br />

também sobre a política de comercialização<br />

desses recursos. Alguns fabricantes fornecem<br />

o instrumento com alguns blocos básicos e<br />

cobram adicionais para inclusão de blocos<br />

avançados.<br />

Importante é também se informar<br />

sobre a quanti<strong>da</strong>de de blocos que podem<br />

ser processados em um único transmissor.<br />

instrumentação<br />

Este limitante pode ser crítico em projetos<br />

com malhas de controle mais complexas.<br />

Para os transmissores convencionais<br />

(4-20 mA + HART) é possível também o<br />

uso de funcionali<strong>da</strong>des adicionais:<br />

Controle PID – Nessa configuração<br />

o transmissor realiza o algoritmo PID,<br />

comparando a variável do processo com<br />

um set-point pré-ajustado e gera o sinal de<br />

saí<strong>da</strong> de corrente para conexão direta ao<br />

posicionador <strong>da</strong> válvula de controle. Esse<br />

recurso é válido para malhas simples de<br />

controle e que não necessitam de intervenções<br />

do operador (sempre em automático com<br />

set-point constante).<br />

Totalização de vazão – O transmissor<br />

de pressão diferencial quando usado em<br />

medições de vazão pode ser configurado<br />

para indicação local <strong>da</strong> vazão totaliza<strong>da</strong>,<br />

além <strong>da</strong> instantânea.<br />

Conclusão<br />

Vimos <strong>aqui</strong> um pouco <strong>da</strong> história <strong>da</strong> m<strong>edição</strong><br />

de pressão, sua importância na automação<br />

e controle de processos, peculiari<strong>da</strong>des de<br />

alguns tipos de sensores, aliados aos avanços<br />

tecnológicos nos transmissores de pressão.<br />

Vimos também os cui<strong>da</strong>dos referentes às<br />

instalações e às especificações de transmissores<br />

e as tendências de mercado.<br />

MA<br />

Declaração de Copyright<br />

To<strong>da</strong>s as ilustrações, marcas e produtos mencionados<br />

neste artigo pertencem aos seus respectivos<br />

proprietários, assim como qualquer outra<br />

forma de proprie<strong>da</strong>de intelectual, sendo usa<strong>da</strong>s<br />

estritamente em caráter educacional.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

41


instrumentação<br />

Aplicação de Cilindros<br />

Pneumáticos em<br />

Controle Modulante<br />

Neste artigo abor<strong>da</strong>remos os atuadores cilíndricos pneumáticos<br />

utilizados para controle de processos.<br />

saiba mais<br />

O Avanço <strong>da</strong> Pneumática através <strong>da</strong><br />

"Dupla Pressão"<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 02<br />

Circuitos Eletropneumáticos<br />

Industriais<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 03<br />

Instrumentação Pneumática<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 11<br />

Q<br />

42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Celso Nobre<br />

Quando se fala em controle de processos<br />

industriais, dois conceitos nos vêm à mente:<br />

• Controles discretos: do tipo on-off,<br />

liga-desliga ou abre-fecha. Exemplos:<br />

os postes de iluminação <strong>da</strong>s<br />

ruas; embaladores automáticos com<br />

controle de peso ou volume; fornos<br />

elétricos, termostato de aparelhos de<br />

ar-condicionado; nível de tanques e<br />

caixas d’água etc.<br />

• Controles contínuos: também conhecidos<br />

como “modulantes” em que as<br />

válvulas ou registros adotam posições<br />

intermediárias entre a posição tudo<br />

aberto (100% de abertura) ou tudo<br />

fechado (0% de abertura). Exemplo:<br />

vazão em tubulação; combustão em<br />

fornos industriais; temperaturas de<br />

reatores químicos, pressão em caldeiras,<br />

nível de estocagem ou separação<br />

de produtos, etc.<br />

Em geral, as válvulas ou registros, também<br />

conhecidos como elementos finais de controle,<br />

precisam de uma determina<strong>da</strong> força para se<br />

movimentar, dependendo do seu tamanho,<br />

aplicação ou característica construtiva. Essa<br />

força é originária de um atuador que pode<br />

ser elétrico, hidráulico ou pneumático.<br />

Atuadores para Controle Contínuo<br />

Tipo Diafragma<br />

Próprio para válvulas lineares. É composto<br />

basicamente por uma câmara separa<strong>da</strong> em<br />

dois compartimentos por um diafragma de<br />

borracha com uma haste no centro. Ao se<br />

pressurizar um lado <strong>da</strong> câmara, o diafragma<br />

se deforma promovendo um movimento<br />

na haste. O outro lado <strong>da</strong> câmara alivia a<br />

pressão para facilitar o movimento <strong>da</strong> haste.<br />

Este tipo de atuador pode ser de dupla<br />

ação, com pressurização e despressurização<br />

nos dois lados <strong>da</strong> câmara; ou de simples<br />

ação com retorno por mola, com pressão<br />

aplica<strong>da</strong> em uma só <strong>da</strong>s câmaras, conforme<br />

ilustra na figura 1.<br />

Este atuador é o mais comumente encontrado<br />

em instalações industriais. Em<br />

geral tem construção simples e, por isso, é<br />

de fácil manutenção; a pressão de alimentação<br />

é baixa, tipicamente 3 a 15 psi (pound<br />

per square inch); baixo custo e, no caso de<br />

retorno por mola, tem um ação predetermina<strong>da</strong><br />

em caso de falha.<br />

Entretanto, quando a válvula ou elemento<br />

final de controle requer forças maiores<br />

ou cursos <strong>da</strong> haste superiores a 100 mm,


por exemplo, este tipo de atuador acaba ficando<br />

muito grande em peso e dimensões,<br />

e passa a requerer pressões mais altas. Tais<br />

fatos podem torná-lo pouco conveniente ao<br />

controle de processos.<br />

Tipo Pistão ou Cilindro Pneumático<br />

Para resolver as questões de torques<br />

grandes e cursos maiores <strong>da</strong> haste, é comum<br />

adotar-se atuadores do tipo pistão ou cilindro<br />

pneumático, tal como mostra a figura 2.<br />

As forças disponíveis variam entre 100<br />

kgf e 2.000 kgf, o que permite uma diversi<strong>da</strong>de<br />

de aplicações, tais como comportas<br />

de silos. As pressões de alimentação também<br />

são maiores do que as permiti<strong>da</strong>s para<br />

o atuador do tipo diafragma.<br />

O tempo de resposta é rápido, além de<br />

ter um peso e dimensões menores, se comparado<br />

com o equivalente do atuador do<br />

tipo diafragma, para uma mesma força. É<br />

a<strong>da</strong>ptável às variações do torque <strong>da</strong> válvula,<br />

significando que, em caso de desgaste ou<br />

agarramento <strong>da</strong> haste <strong>da</strong> válvula, é possível<br />

aplicar pressões maiores para atingir-se<br />

a abertura necessária <strong>da</strong> válvula.<br />

Ao se escolher cilindros pneumáticos<br />

para controle modulante, deve-se atentar<br />

para a posição de segurança em casos de<br />

falha. Enquanto os atuadores por diafragma<br />

e pistões menores usam o retorno por mola<br />

para levar a haste <strong>da</strong> válvula para uma posição<br />

segura em caso de falha, os cilindros<br />

irão requerer dispositivos acessórios para<br />

executar a função de falha segura.<br />

Os cilindros requerem o uso de posicionador<br />

para modular a posição do elemento<br />

final de controle de forma precisa e eficaz. A<br />

aplicação de cilindros pneumáticos é muito<br />

atraente para acionamento de aletas de tiragem<br />

de fornos, conhecidos como “<strong>da</strong>mpers”,<br />

ou então controle de comportas de silos de<br />

armazenamento de grãos ou minérios, entre<br />

outras aplicações.<br />

Os Posicionadores e<br />

Cilindros Pneumáticos<br />

Os posicionadores foram originalmente<br />

desenvolvidos para serem instalados em válvulas<br />

de controle que utilizam um atuador do tipo<br />

diafragma, como os que foram inicialmente<br />

descritos neste artigo. Os requisitos técnicos<br />

de desempenho de posicionadores para atuadores<br />

tipo diafragma são os mesmos que para<br />

os cilindros pneumáticos. Os ajustes e sintonia<br />

dos parâmetros de controle dos posicionado-<br />

instrumentação<br />

F1. Atuador tipo Diafragma. F2. Atuador tipo Cilimdro Pneumático.<br />

F3. Posicionador controlando um cilindro pneumático de forno industrial.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

43


instrumentação<br />

F4. Cilindro pnumático e posicionador controlando uma válvula-mangote para mineração.<br />

F5. Régua oblíqua.<br />

44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

res são similares, quer aplicados a cilindros<br />

ou atuadores tipo diafragma. O sistema de<br />

pressurização é o mesmo em ambos os casos.<br />

Como os posicionadores foram concebidos<br />

para operar em válvulas de controle<br />

com atuador do tipo diafragma, a maioria,<br />

senão a totali<strong>da</strong>de, dos posicionadores oferecidos<br />

no mercado é adequa<strong>da</strong> para cursos<br />

máximos de haste <strong>da</strong> válvula variando entre<br />

100 mm e 120 mm.<br />

Por outro lado, os cilindros pneumáticos<br />

mais usuais têm um curso máximo de até<br />

1000 mm. Resta então projetar um dispositivo<br />

de acoplamento mecânico adequando<br />

o posicionador para cursos maiores.<br />

Soluções Dedica<strong>da</strong>s<br />

A criativi<strong>da</strong>de do profissional de controle<br />

de processos é bastante útil quando se<br />

trata de resolver problemas <strong>da</strong> planta. Afinal<br />

de contas, o processo não pode parar e<br />

a produtivi<strong>da</strong>de e lucrativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa<br />

dependem de um bom controle.<br />

Na figura 3, vê-se um posicionador controlando<br />

um cilindro pneumático na tiragem<br />

de um forno em uma planta termoelétrica<br />

para geração de energia no México. A solução<br />

<strong>aqui</strong> foi transformar o movimento linear do<br />

cilindro em um movimento rotativo através<br />

de um dispositivo envolvendo alavancas.<br />

O sinal <strong>da</strong> posição do cilindro é “lido”<br />

por um sensor próprio para movimentos rotativos.<br />

O sinal de posição real <strong>da</strong> haste do<br />

cilindro é comparado com a posição ideal<br />

(set point) e, se necessário, o posicionador<br />

varia a pressão <strong>da</strong>s câmaras do cilindro até<br />

que a posição ideal seja atingi<strong>da</strong>.<br />

A figura 4 mostra um cilindro pneumático<br />

e um posicionador no controle de uma<br />

válvula mangote pronta para ser instala<strong>da</strong><br />

no processo de uma empresa de mineração<br />

no Brasil. Este é um caso em que um atuador<br />

tipo diafragma não consegue atingir a<br />

força necessária para movimentar a válvula.<br />

Da mesma forma, o movimento linear<br />

de estrangulamento <strong>da</strong> válvula mangote é<br />

transformado em um movimento rotativo<br />

por meio de hastes de alavancas. O processo<br />

de correção <strong>da</strong> posição de abertura <strong>da</strong> válvula<br />

é similar ao do caso anterior.<br />

Como se vê, a inventivi<strong>da</strong>de dos profissionais<br />

de automação resolve os problemas<br />

específicos de controle automático <strong>da</strong> planta.<br />

A questão é que para ca<strong>da</strong> aplicação, uma<br />

nova solução tem que ser projeta<strong>da</strong>. E, infelizmente,<br />

a solução não é repetitiva.


instrumentação<br />

Soluções Definitivas<br />

Como forma de encontrar soluções repetitivas,<br />

com redução de custo de produção e<br />

com melhor desempenho, os fornecedores<br />

de sistemas de automação colocaram em<br />

prática diversas ideias. Algumas se tornaram<br />

reali<strong>da</strong>de. Mas seriam considera<strong>da</strong>s pouco<br />

práticas e de alto custo.<br />

Muitos ajustes, alavancas a serem monta<strong>da</strong>s,<br />

a utilização de cames de caracterização<br />

de abertura, desgastes precoces dos materiais<br />

de partes mecânicas móveis e outros tantos<br />

fatores acabaram inviabilizando as ideias<br />

criativas, mas já indicavam qual o caminho<br />

mais adequado a seguir.<br />

Abriram-se novas possibili<strong>da</strong>des com o<br />

surgimento de novas tecnologias de materiais<br />

e com implementação eletrônica em substituição<br />

aos antigos controles mecânicos ou<br />

pneumáticos. O surgimento de materiais<br />

mais resistentes mecânica e quimicamente<br />

e, ao mesmo tempo, mais flexíveis permitiu<br />

a adoção de soluções até então impossíveis<br />

para as questões mecânicas. A digitalização<br />

dos antigos controladores e posicionadores<br />

mecânicos também abriu um leque de possibili<strong>da</strong>des<br />

de estratégias de controle, lógica<br />

e comunicação até então indisponíveis aos<br />

desenvolvedores de tecnologia.<br />

A primeira ideia foi reduzir o movimento<br />

<strong>da</strong> haste do cilindro para valores compatíveis<br />

com os posicionadores existentes no mercado.<br />

Adotou-se a régua oblíqua, conforme mostra<br />

a figura 5. Com esta régua, transforma-se<br />

um movimento de grande amplitude, de até<br />

1000 mm, em outro de amplitude reduzi<strong>da</strong>,<br />

ortogonal ao primeiro. A animação a seguir<br />

ilustra o princípio de funcionamento:<br />

A seguir, acoplou-se o posicionador ao<br />

sistema <strong>da</strong> régua através de dispositivos projetados<br />

para facilitar a montagem e posta<br />

em marcha de todo o sistema. A figura 6<br />

mostra vários dispositivos destinados a evitar<br />

travamento <strong>da</strong> régua, além de incrustações<br />

de materiais normalmente encontrados nas<br />

plantas de processos, principalmente aquelas<br />

que contêm poeira em suspensão ou produtos<br />

que podem se solidificar.<br />

Assim, é possível conseguir forças de acionamento<br />

para extensões maiores do que aquelas<br />

disponíveis em atuadores do tipo diafragma.<br />

As forças disponíveis nos atuadores cilíndricos<br />

pneumáticos – ACP Linear, <strong>da</strong> Smar são<br />

mostra<strong>da</strong>s no gráfico <strong>da</strong> figura 7. MA<br />

Celso Nobre é Gerente de Produtos <strong>da</strong> Smar<br />

Equipamentos Industriais Lt<strong>da</strong>.<br />

46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

F6. Posicionador acoplado ao sistema <strong>da</strong> régua oblíqua.<br />

F7. Forças disponíveis nos cilindros pneumáticos.


Engenharia de<br />

Manutenção<br />

Técnica <strong>da</strong> Inspeção Visual<br />

O tema deste artigo é a Técnica de Inspeção Visual, uma<br />

<strong>da</strong>s mais antigas e importantes ferramentas utiliza<strong>da</strong>s pela<br />

Engenharia de Manutenção de qualquer processo industrial<br />

devido a sua simplici<strong>da</strong>de de execução e baixo custo<br />

operacional.<br />

saiba mais<br />

Termovisores Fluke<br />

Revista PC&Cia 97<br />

Engenharia de Manutenção: Análise<br />

de Falhas<br />

www.mecatronicaatual.com.<br />

br/secoes/leitura/774<br />

Engenharia <strong>da</strong> Manutenção Redução<br />

de queima em motores elétricos<br />

www.mecatronicaatual.com.<br />

br/secoes/leitura/802<br />

Termografia Aplicações em Alta<br />

Tensão – Subestações<br />

www.mecatronicaatual.com.<br />

br/secoes/leitura/732<br />

A<br />

Alexandre Comitti<br />

inspeção visual é uma <strong>da</strong>s técnicas de Engenharia<br />

de Manutenção de maior simplici<strong>da</strong>de<br />

em sua realização, e de menor custo operacional.<br />

Ela depende do poder de observação<br />

do indivíduo e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de técnica do<br />

mesmo em compreender o significado <strong>da</strong><br />

falha ou evento. Por sua simplici<strong>da</strong>de, não há<br />

nenhum processo industrial em que ela não<br />

esteja presente, sendo utiliza<strong>da</strong> normalmente<br />

na verificação de alterações dimensionais,<br />

desgastes, corrosão, deformação, alinhamento,<br />

trincas e outros...<br />

<strong>Atual</strong>mente, existem no mercado câmeras<br />

digitais de grande capaci<strong>da</strong>de para armazenamento<br />

de fotos e de excelente resolução<br />

gráfica, tais câmeras, permitem a confecção<br />

de relatórios que demonstrarão as ocorrências<br />

do meio industrial, sendo um meio eficaz<br />

para registro e confecção de históricos de<br />

manutenção, bem como de suporte para<br />

análise e toma<strong>da</strong>s de decisão; podendo<br />

ser, ain<strong>da</strong>, emprega<strong>da</strong> como um meio para<br />

realização de Manutenção Preditiva.<br />

Nesse sentido, a Inspeção Visual é um<br />

procedimento que aju<strong>da</strong> a detectar rapi<strong>da</strong>mente<br />

os pontos críticos e/ou problemáticos<br />

de uma instalação ou sistema. E, conforme<br />

manutenção<br />

se verá, é um procedimento que exige conhecimento<br />

técnico, objetivi<strong>da</strong>de e bom<br />

senso. O seu principal objetivo é verificar<br />

se os componentes e equipamentos de sua<br />

planta estão:<br />

• em conformi<strong>da</strong>de com as Normas<br />

aplicáveis;<br />

• corretamente selecionados e instalados<br />

de acordo com as Normas aplicáveis;<br />

• não <strong>da</strong>nificados visivelmente, de<br />

modo a restringir seu funcionamento<br />

adequado e sua segurança.<br />

Exemplos de Problemas<br />

Detectados por Inspeção Visual<br />

Com o objetivo de demonstrar o emprego<br />

desta ferramenta na detecção de<br />

falhas, ilustramos, com fotos, exemplos<br />

de inspeções visuais realiza<strong>da</strong>s por pessoal<br />

técnico de Manutenção.<br />

Caso 1:<br />

Emen<strong>da</strong> em Cabo de Neutro <strong>da</strong> Instalação,<br />

com falha na isolação dentro <strong>da</strong><br />

bandeja. Risco de Curto-Circuito (figura 1).<br />

Ação corretiva: passar fita isolante no<br />

local faltante.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

47


manutenção<br />

F1. Emen<strong>da</strong> em cabo de neutro <strong>da</strong> intalação com falha de isolação.<br />

F2. Mau encaixe dos contatos internos do<br />

disjuntor.<br />

F4. Disjuntor "jumpeado" com defeito na fase S.<br />

48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

F3. Problema de fuga para a terra.<br />

Caso 2:<br />

Queima <strong>da</strong> câmara externa do disjuntor<br />

(figura 2).<br />

Ação corretiva: substituir o disjuntor para<br />

revisá-lo. Após sua retira<strong>da</strong>, constatou-se<br />

que houve um mau encaixe dos contatos<br />

internos do mesmo (durante processo de<br />

abertura/fechamento do disjuntor), gerando<br />

seu desgaste.<br />

Caso 3:<br />

Apresentou problema de fuga para terra,<br />

ou seja, a isolação de AT passou a conduzir<br />

devido à deterioração <strong>da</strong> mesma pela presença<br />

de ácido, vindo a descarregar sobre o terra<br />

no ponto indicado pela seta em vermelho<br />

na figura 3.<br />

A mufla e sua isolação foram refeitas, e<br />

a mesma foi afasta<strong>da</strong> do barramento. Pois,<br />

ela encontrava-se junto ao barramento (no<br />

ponto indicado pela seta em vermelho);<br />

salientamos tratar-se de 13,2 kV – não<br />

sendo necessário contato direto para haver<br />

condução. O problema foi detectado devido<br />

ao alto ruído provocado pelo defeito, em<br />

uma inspeção visual de rotina.<br />

Caso 4:<br />

Disjuntor “jumpeado”, com defeito na<br />

Fase S (figura 4).<br />

Ação corretiva: substituir o disjuntor.<br />

Observação: esta ação é feita em emergência<br />

para não parar o equipamento, devendo ser<br />

reestabeleci<strong>da</strong> a condição original, o mais<br />

breve possível, pois, o equipamento fica<br />

sem proteção.<br />

Caso 5:<br />

Terminal com mau contato, com presença<br />

de oxi<strong>da</strong>ção (óxido de cobre, também chamado<br />

de “zinabre” ou “azinhavre” (figura 5).<br />

Ação corretiva: fazer a limpeza do<br />

local, substituir terminal e refazer conexão<br />

(figura 6).<br />

Observação: foi detectado em uma inspeção<br />

visual; neste caso, a Termografia não<br />

detectou o problema, pois o painel estava<br />

desligado quando <strong>da</strong> inspeção termográfica.<br />

Caso 6:<br />

Mangueira fura<strong>da</strong> após a reguladora de<br />

pressão <strong>da</strong> máquina (figura 7).<br />

Ação corretiva: Cortar a mangueira no<br />

vazamento e deslocá-la para o novo ponto. Se<br />

o tamanho <strong>da</strong> mangueira não for suficiente,<br />

substituí-la (figura 8).


Caso 7:<br />

Motor trabalhando sem ventoinha e<br />

tampa traseira.<br />

Ação corretiva: Revisar o motor e<br />

restaurá-lo à condição original para evitar<br />

sua queima.<br />

Exemplos de Inpeções Visuais<br />

Aplica<strong>da</strong>s à Análise de Falhas<br />

Em outra forma de emprego <strong>da</strong> inspeção<br />

visual, trata-se do registro e análise de<br />

falhas em equipamentos e componentes,<br />

objetivando iniciar processo de correção<br />

de irregulari<strong>da</strong>des:<br />

Caso 8:<br />

Motivo <strong>da</strong> Queima do Motor 100 CV<br />

(19/11/01) – 6 polos: curto contra a massa.<br />

Sendo, portanto, um defeito de isolamento<br />

na fabricação do produto. Veja a figura 9.<br />

Foi encaminhado para ser rebobinado<br />

pela Assistência Técnica do fornecedor do<br />

motor (por estar dentro do prazo de garantia<br />

do produto), após emissão de laudo técnico<br />

sobre a causa <strong>da</strong> queima.<br />

Caso 9:<br />

Motivo <strong>da</strong> Queima do Motor (400 CV):<br />

sobrecarga (figura 10).<br />

Provoca<strong>da</strong> por mau contato nos cabos<br />

de ligação do motor.<br />

Embora este motor possuísse Parti<strong>da</strong><br />

Suave (Soft-starter), esta não atuou. Supõe-se<br />

que o mau contato provocou uma assimetria<br />

de carga, que não permitiu ao Soft-starter<br />

visualizar o defeito e proteger o motor. A<br />

proteção de sobrecarga do Soft-starter é <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pela Média <strong>da</strong> Somatória <strong>da</strong>s Correntes <strong>da</strong>s<br />

3 Fases. A atuação em caso de falta de fase<br />

é instantânea.<br />

O motivo do mau contato nos cabos de<br />

ligação do motor se deveu a má prensagem<br />

do terminal, pois um deles separou-se, facilmente,<br />

do cabo após a queima (figura 11).<br />

Outro fator determinante pode estar<br />

ligado ao subdimensionamento do terminal,<br />

o mesmo apresentaria pouca área de contato<br />

elétrico (conector sextavado) para a eleva<strong>da</strong><br />

corrente circulante (ou seja, em torno de 450<br />

A em regime normal de trabalho). Acrescentamos<br />

que estes terminais acompanham<br />

o motor na compra do mesmo.<br />

Este motor encontrava-se dentro <strong>da</strong><br />

Garantia ofereci<strong>da</strong> pelo Fabricante e foi<br />

rebobinado pela Assistência Técnica após<br />

a apresentação de laudo técnico.<br />

manutenção<br />

F5. Terminal com mau contato. F6. Substituição do terminal oxi<strong>da</strong>do.<br />

F7. Mangueira fura<strong>da</strong>.<br />

F8. Ação corretiva: corte <strong>da</strong> mangueira e deslocamente para novo ponto.<br />

Julho/Agosto 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

49


manutenção<br />

F9. Curto-circuito contra a massa.<br />

F10. Sobrecarga provoca<strong>da</strong> por mau contato nos cabos de ligação do motor.<br />

50 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Julho/Agosto 2012<br />

Inspeção Indireta Através<br />

de Alicate-Amperímetro<br />

Na figura 12, ilustramos com um exemplo<br />

uma maneira indireta de se fazer uma<br />

inspeção visual através de um instrumento<br />

de m<strong>edição</strong>, o alicate-amperímetro.<br />

Estes terminais são dos cabos de ligação<br />

de um motor. Neste caso, a falha (queima<br />

do motor) foi evita<strong>da</strong> mediante a utilização<br />

do alicate-amperímetro, monitorando-se as<br />

correntes (carga) do motor.<br />

Conclusão<br />

A inspeção visual pode não apenas<br />

servir como um instrumento de Preditiva e<br />

análise de equipamentos/componentes, mas<br />

também para Emissão de Laudos Técnicos<br />

para equipamentos em Garantia que estejam<br />

<strong>da</strong>nificados, contribuindo para a não assimilação<br />

de custos indevidos na Manutenção<br />

(conforme já mostrado em item anterior).<br />

Nos casos de equipamentos/componentes<br />

<strong>da</strong>nificados já fora <strong>da</strong> Garantia, serve como<br />

forma de avaliação dos mesmos, aju<strong>da</strong>ndo<br />

a se tomar medi<strong>da</strong>s preventivas/corretivas<br />

para evitar repetições do fato.<br />

Os relatórios baseados nestas inspeções<br />

formarão um excelente Histórico de Manutenção,<br />

que será de valia para toma<strong>da</strong>s de<br />

decisão referentes a Investimento na Empresa.<br />

Hoje em dia, o grande paradigma na<br />

área de Manutenção consiste em evitar<br />

que as falhas, quebras, queimas e <strong>da</strong>nos<br />

ocorram, não bastando apenas consertar a<br />

quebra o mais rápido possível, mas evitando<br />

que ela ocorra.<br />

Existem no mercado várias técnicas e<br />

ferramentas de Manutenção Preditiva, no<br />

entanto, a mais simples e a de menor custo<br />

ain<strong>da</strong> é a Inspeção Visual, e para que esta<br />

técnica possa ser aplica<strong>da</strong> na Manutenção<br />

se faz necessário boa capacitação técnica<br />

dos profissionais de Manutenção. MA<br />

F11. Má prensagem do terminal no cabo de ligação do motor. F12. Terminais dos cabos de ligação do motor.

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