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Volume 31 - Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

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Análise da Presença <strong>de</strong> Helicobacter Pylori na Secreção da Cavida<strong>de</strong> Peritoneal<strong>de</strong> Pacientes com Úlcera Péptica Perfurada Admitidos em um Hospital Terciário136 12 48<strong>31</strong>(2):43-50gástrica e em 100% dos pacientes com localização duo<strong>de</strong>nalda perfuração - Tabela 5.Tabela 5. Distribuição dos dados relacionados ao períodotransoperatório e à localização do sítio ulcerosoVariantes Resultados n %Localizaçãoda ÚlceraTratamentoCirúrgico da ÚlceraBiópsia da úlceraDiscussãoGástrica -corpo1 7,1Gástrica -antro1 7,1Gástrica -pré-pilórica4 28,6Duo<strong>de</strong>nal 8 57,2Omentoplastiaà GrahamOmentoplastiaà Mad<strong>de</strong>nGastrectomia/VagotomiaÚlceraGástrica13 92,91 7,10 0Em 1983 Marshall e Warren i<strong>de</strong>ntifi caram o Helicobacter pylori,através da cultura <strong>de</strong>ssa bactéria, sendo ela a responsável por95% dos casos <strong>de</strong> úlceras duo<strong>de</strong>nais e 70% das gástricas. 7 OHp é uma bactéria espiral, gram negativa, fl agelada e móvel.Sobrevive em meio ácido pela produção <strong>de</strong> urease, enzima queconverte ureia em amônia, neutralizando a área. 8 O número<strong>de</strong> espécies do gênero Helicobacter aumentou e hoje, pelomenos, 24 helicobacters já foram formalmente i<strong>de</strong>ntifi cadas. 9 Obacilo coloniza a mucosa gástrica <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50% da populaçãomundial 10 , tem prevalência <strong>de</strong> 25% nos países industrializadose 70% dos países em <strong>de</strong>senvolvimento. 5 Quanto maiscedo ocorrer a infecção pelo Hp, mais chance o indivíduotem <strong>de</strong> apresentar complicações relacionadas à infecção pelabactéria. 11 . No presente estudo, a faixa etária mais acometidapor UPP foi dos 20 aos 40 anos, tendo como média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>7,1Realizada 4 66,6NãoRealizadaÚlceraDuo<strong>de</strong>nal2 33,3Realizada 0 0NãoRealizada8 10041 anos, semelhante a outros estudos. 12 Ocorreu também apresença <strong>de</strong> queixas dispépticas prévias (>3 meses) em78,6% dos pacientes comparados a 58% dos apresentados noestudo <strong>de</strong> Noguiera et al.Relacionadas às complicações da DUP e às internaçõeshospitalares, a hemorragia continua sendo a complicação maisfrequente com 73,3%, seguido <strong>de</strong> perfuração 9,3%, obstrução2,9%. 1 A mortalida<strong>de</strong> relacionada à DUP <strong>de</strong>caiu <strong>de</strong> 3,8% para2,7% <strong>de</strong> 1996 a 2003, sendo relacionadas à úlcera duo<strong>de</strong>nalem 4,4% e úlcera gástrica em 3,7% dos casos. 1 Em relação amortes por DUP, a UPP manteve mesmo índice quando comparadanos anos 90 e nos dias atuais, chegando em até 12% dosóbitos. 1 Quanto à localização, obtivemos 85,8% das UPP emregião piloro-duo<strong>de</strong>nal e 14,2% em região gástrica contra 82%e 38% respectivamente apresentadas por Noguiera. A incidênciaanual <strong>de</strong> Úlceras Pépticas Perfuradas (UPP) varia entre7 a 10 casos/100.000 habitantes, sendo que nosso estudoapresentou a incidência levemente abaixo da esperada paraa doença.Gisbert afi rma que a média <strong>de</strong> prevalência da infecção pelobacilo em pacientes com UPP foi <strong>de</strong> 68,1%, Nosso estudoencontrou prevalência acima <strong>de</strong>sta média, 84,6% corroborandocom os resultados <strong>de</strong> El-Nakeeb <strong>de</strong> 84,4%.Com relação aos fatores <strong>de</strong> risco para complicações dadoença ulcerosa, Gisbert et al. mostraram que são fatoresin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: tabagismo, etilismo, história <strong>de</strong> úlcera pépticae especialmente uso <strong>de</strong> drogas anti-infl amatórias. 9 Forte correlaçãoentre o uso <strong>de</strong> tabaco e a ocorrência <strong>de</strong> úlcera pépticae suas complicações foi mostrada em outros estudos. 5,13,14O seu consumo aumenta em 10 vezes o risco <strong>de</strong> perfuraçãoe em 3 vezes a mortalida<strong>de</strong> quando perfura. 14,10O mecanismo <strong>de</strong>ssa infl uência provavelmente ocorre pelaredução dos fatores protetores da mucosa gástrica e oretardo da cicatrização <strong>de</strong> úlceras já instaladas. As drogasAINEs e corticosteroi<strong>de</strong>s atuam a favor da doença ulcerosae da perfuração, e este risco é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e diretamenteproporcional à dose diária ingerida. A UPP geralmente seapresenta como um abdome agudo perfurativo e o tempo <strong>de</strong>peritonite tem relação com a gravida<strong>de</strong> do quadro. 1,13 O risco<strong>de</strong> morte pós-operatória e <strong>de</strong> complicações está relacionado àduração da perfuração. 14Segundo Kocer et al., um atraso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 24h na intervençãoaumentou em 6,5 vezes a letalida<strong>de</strong> e em 3,4 vezes a morbida<strong>de</strong>naquela população estudada. 12,14 Não houve nenhum caso <strong>de</strong>óbito em nossos pacientes. No presente estudo apenas 14,4%dos pacientes tiveram o tratamento cirúrgico proposto após24h <strong>de</strong> evolução do quadro.GED gastroenterol. endosc. dig. 2012: <strong>31</strong>(2):43-50

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