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ANAIS - VOLUME II - Sistema Relatoria - Ministério da Educação

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132<br />

princípios mercadológicos de produ� vi<strong>da</strong>de e rentabili<strong>da</strong>de.<br />

Nesse conceito, o professor é um mero prestador<br />

de serviço enquanto o aluno é o cliente, cuja sa-<br />

� sfação se mede pelo acúmulo de conhecimentos de<br />

que é capaz de demonstrar às certames acadêmicos.<br />

A educação é uma prá� ca social que deve comportar<br />

o princípio <strong>da</strong> inclusão, expresso pela capaci<strong>da</strong>de de<br />

apreender e atender às deman<strong>da</strong>s sociais através de<br />

ações e serviços geradores de bens e direitos. Portanto,<br />

tratar de quali<strong>da</strong>de em polí� cas públicas requer<br />

necessariamente que se refl ita sobre a complexi<strong>da</strong>de<br />

que o conceito de quali<strong>da</strong>de social implica, comportando<br />

também conceitos de quali<strong>da</strong>de polí� ca, quali<strong>da</strong>de<br />

material, quali<strong>da</strong>de moral, dentre outros.<br />

No nosso campo, há um reconhecimento de que defi -<br />

nir padrões ou padrão único de quali<strong>da</strong>de é uma tarefa<br />

di� cil, <strong>da</strong><strong>da</strong> a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação brasileira,<br />

marca<strong>da</strong> por desigual<strong>da</strong>des regionais e locais e com<br />

uma imensidão de redes nem sempre conecta<strong>da</strong>s. Por<br />

isso, há de se considerar dimensões intra e extraescolares,<br />

a exemplo do acúmulo de capital econômico,<br />

social e cultural dos entes envolvidos, a dinâmica pe<strong>da</strong>gógica<br />

com seus processos de gestão, os currículos,<br />

a formação e profi ssionalização docente, as condições<br />

de trabalho, as expecta� vas de ensino-aprendizagem<br />

etc. As crí� cas às mais recentes avaliações em larga<br />

escala voltam-se para a ausência de um sistema ar� -<br />

culado e apontam que o modelo tem resultado numa<br />

naturalização <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des e reforçado a concepção<br />

de avaliação como punição. Mesmo assim, há<br />

um consenso de que é preciso medir a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

escola, <strong>da</strong> educação e, principalmente, de que se estabeleçam<br />

mecanismos de monitoramento que resultem<br />

no aperfeiçoamento <strong>da</strong>s polí� cas educacionais.<br />

A busca <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de social e democrá� ca <strong>da</strong> educação<br />

implica noções claras de autonomia, regulação,<br />

engajamento e responsabili<strong>da</strong>de através <strong>da</strong> criação<br />

de espaços de decisão cole� va; espaços, esses, que<br />

devem ser encarados como lócus de aprimoramento<br />

e con� nui<strong>da</strong>de de polí� cas públicas, enquanto polí� -<br />

cas de Estado. Portanto, fóruns, conferências e conse-<br />

lhos nacionais, estaduais e municipais, assim como os<br />

planos de educação, devem traduzir os consensos resultantes<br />

<strong>da</strong> par� cipação de todos os segmentos. Daí<br />

a importância que adquire a garan� a <strong>da</strong> representa� -<br />

vi<strong>da</strong>de social diversa nesses espaços. Na escola, uma<br />

gestão democrá� ca comprome� <strong>da</strong> com a quali<strong>da</strong>de<br />

social não se encerra em eleições para diretores ou<br />

nos conselhos escolares. É preciso que os processos<br />

decisórios não sejam apenas compar� lhados, mas,<br />

sobretudo, que tenham o foco no que está acontecendo<br />

na sala de aula, no direito de aprender dos alunos.<br />

Afi nal, uma escola que decide cole� vamente sobre<br />

inúmeros aspectos, mas ignora seus indicadores<br />

de aprendizagem, é uma escola de “gestão democrá-<br />

� ca burocra� za<strong>da</strong>” − se é possível essa conceituação.<br />

Uma escola que forme ci<strong>da</strong>dãos emancipados e autônomos,<br />

mas, sobretudo, ci<strong>da</strong>dãos que incorporem<br />

o espírito cosmopolita kan� ano <strong>da</strong> par� cipação, <strong>da</strong><br />

tolerância, <strong>da</strong> alteri<strong>da</strong>de, é o desafi o posto no documento<br />

preliminar <strong>da</strong> Conae; é a escola democrá� ca e<br />

de quali<strong>da</strong>de social que está sendo edifi ca<strong>da</strong> por todos<br />

nós − pelo povo brasileiro.<br />

Colóquio 2.12) Padrões de quali<strong>da</strong>de para a educação<br />

básica e superior: defi nindo os referenciais e garan�<br />

ndo a efe� vação desse princípio cons� tucional<br />

Padrão de quali<strong>da</strong>de na educação escolar; conceito<br />

de quali<strong>da</strong>de total e de quali<strong>da</strong>de social na educação;<br />

relação entre inves� mento, desempenho e ampliação<br />

<strong>da</strong> democracia; parâmetros de funcionamento dos<br />

estabelecimentos de ensino e de infraestrutura dos<br />

prédios escolares; quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação básica e superior<br />

pública e priva<strong>da</strong> e suas relações de inversão<br />

no cenário brasileiro.<br />

REGINALDO ALBERTO MELONI<br />

Esta comunicação está basea<strong>da</strong> em uma leitura livre do<br />

Documento-Referência <strong>da</strong> Conae, ressaltando alguns<br />

aspectos do tema ligados ao setor <strong>da</strong> educação priva<strong>da</strong>.

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