ANAIS - VOLUME II - Sistema Relatoria - Ministério da Educação
ANAIS - VOLUME II - Sistema Relatoria - Ministério da Educação
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JOSÉ CARLOS MANZANO<br />
Tendo em vista as ementas do colóquio, abor<strong>da</strong>rei, com<br />
algum nível de aprofun<strong>da</strong>mento, a questão dos ciclos<br />
de recrudescimento e expansão do ensino profi ssional<br />
no Brasil e o condicionamento <strong>da</strong> educação profi ssional<br />
às deman<strong>da</strong>s do mercado, deixando os outros temas<br />
para os demais membros <strong>da</strong> mesa ou para debate<br />
no dia <strong>da</strong> apresentação.<br />
Apenas recentemente a educação profi ssional passou<br />
a ser considera<strong>da</strong> uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de ensino, ar� cula<strong>da</strong><br />
à educação geral. Até 1996, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> promulgação<br />
<strong>da</strong> atual LDB, ela era suple� va e, desde suas origens,<br />
des� na<strong>da</strong> aos “órfãos e desvalidos <strong>da</strong> sorte”.<br />
Hoje, a educação profi ssional cons� tui fator estratégico<br />
de desenvolvimento econômico e social; sendo assim,<br />
a sua forte expansão, ocorri<strong>da</strong> nos úl� mos anos,<br />
está associa<strong>da</strong> às especifi ci<strong>da</strong>des do cenário econômico<br />
brasileiro. Como afi rma o Documento-Referência <strong>da</strong><br />
Conae: “as constantes alterações produ� vas no mundo<br />
do trabalho e nos perfi s profi ssionais implicam ca<strong>da</strong><br />
vez mais qualifi cação e formação profi ssional...”.<br />
Esse quadro remete-nos à necessária e desejável ar-<br />
� culação entre deman<strong>da</strong> e formação, que deve ser<br />
precedi<strong>da</strong> de estudos empíricos para a defi nição dos<br />
perfi s profi ssionais mais adequados, evitando os riscos<br />
de inves� mentos vultosos e inserção pífi a no mercado.<br />
Além disso, é preciso refl e� r, com isenção, sobre escola<br />
e ensino e debater, por exemplo, a precisa dis� nção<br />
dos campos e limites entre a educação geral e básica e<br />
a educação profi ssional.<br />
O Senai, ins� tuição cria<strong>da</strong> em 1942, tem desenvolvido<br />
e aperfeiçoado, ao longo desses anos, com muito êxito,<br />
modelos curriculares com expressiva preocupação em<br />
atender às deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong> indústria e a formação integral<br />
dos alunos, que podem servir de parâmetro nessa<br />
discussão.<br />
Finalmente, à guisa de conclusão, é importante refl e-<br />
� r, quando se fala de educação profi ssional, deman<strong>da</strong><br />
e inclusão social, sobre a questão do atendimento em<br />
nível nacional. Penso que o melhor caminho deve ser a<br />
o� mização do potencial público e privado já instalado<br />
e o es� mulo à diversifi cação e criação de alterna� vas<br />
de formação; as redes públicas, as ins� tuições priva<strong>da</strong>s<br />
de educação profi ssional, as escolas profi ssionais isola<strong>da</strong>s,<br />
as empresas, as en� <strong>da</strong>des sindicais, associa� vas e<br />
comunitárias e os municípios compõem uma base real<br />
e potencial de atendimento em preparação para o trabalho<br />
que não deve ser despreza<strong>da</strong>.<br />
CAETANA JURACY REZENDE DA SILVA<br />
Acesso, permanência, aprendizagem, avaliação, conclusão<br />
e inserção social e econômica são dimensões<br />
profun<strong>da</strong>mente liga<strong>da</strong>s no planejamento acadêmico de<br />
uma ins� tuição de educação profi ssional e tecnológica.<br />
A orientação polí� co-pe<strong>da</strong>gógica adota<strong>da</strong> − defi nidora<br />
de critérios e estratégias de enfretamento de ca<strong>da</strong> uma<br />
dessas dimensões − interfere diretamente na quali<strong>da</strong>de<br />
do serviço prestado por tal ins� tuição à socie<strong>da</strong>de<br />
e evidencia seu nível de envolvimento e comprome� -<br />
mento com as deman<strong>da</strong>s sociais a ela apresenta<strong>da</strong>s.<br />
A questão <strong>da</strong> democra� zação do acesso à educação<br />
profi ssional e tecnológica passa, fun<strong>da</strong>mentalmente, pela<br />
necessi<strong>da</strong>de de expansão <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des educa� -<br />
vas de formação para o trabalho. Entretanto, embora o<br />
aumento <strong>da</strong> oferta seja condição necessária para essa<br />
democra� zação, a expansão dos números rela� vos ao<br />
primeiro fator não leva necessariamente à melhoria<br />
dos índices referentes ao segundo, isto é, a ampliação<br />
<strong>da</strong> oferta não garante por si só que ela passe a acolher<br />
grupos que historicamente se encontram à margem <strong>da</strong><br />
educação formal, em especial, <strong>da</strong>quela que visa à profi<br />
ssionalização.<br />
Falar de democra� zação do acesso a qualquer ins� tuição<br />
de ensino é primeiramente falar de democra� zação<br />
de todo o espaço e funcionamento <strong>da</strong> ins� tuição. É<br />
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