Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 2. Riqueza de Espécies e Endemismos dentre os Grupos de Organismos em <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e PríncipeMamíferosMorcegosAvesEspécies Ilhas Número de Espécies Endemismo (%)<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 10 30Príncipe 5 20<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 9 55Príncipe 4 50<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 49 57Príncipe 35 54Répteis Total no país 16 44AnfíbiosBorboletasMoluscos<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 6 100Príncipe 3 100<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 47 38Príncipe 42 21<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 39 77Príncipe 32 78Plantas Superiores Total no país 895 15(Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003).A diversidade biológica em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe manifesta-se não apenas ao nível deriqueza de espécies e endemismos. Apesar da área relativamente pequena <strong>do</strong> país, a diversidadede ecossistemas existentes também é grande, particularmente no <strong>do</strong>mínio florestal (Quadro 3).Destaque deve ser da<strong>do</strong> à floresta de sombra, que abriga as culturas de cacau, principal produtoda economia santomense. Apesar de ser o mais importante tipo de uso da terra no país (Quadro4), a cultura cacaueira demanda a manutenção <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel florestal para sombrear as plantas decacau e foi demonstra<strong>do</strong> que tal prática ajuda a manter altos níveis de biodiversidade florestalnos países produtores (Rice & Greenberg 2000).16
Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 3. Diversidade de Formações Vegetais em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeTipo de FormaçãoDescriçãoFloresta de Neblina Faz parte da floresta densa africana que se concentra essencialmente na zonaguineo-congolesa. Denominada também floresta de nevoeiro, devi<strong>do</strong> à presençafrequente de nuvens. <strong>São</strong> caracterizadas pela presença de Po<strong>do</strong>carpus mannii, aúnica gimnospérmia endémica (Pinheiro de S.<strong>Tomé</strong>); Phylippia thomensis e aLobelia barnsii (lobélia gigante endémica), plantas que se encontramisoladamente nas regiões <strong>do</strong> Pico de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> (altitude 2024 m)Floresta de Altitude(entre 1800 e 2000m)Floresta de Altitude(entre 1000 e 1800m)Floresta de BaixaAltitudeCaracteriza-se por apresentar pluviosidades muito elevadas, com nevoeiro quaseconstante e temperatura sempre baixa (embora não atinja 0°C). As árvores sãobaixas e as epífitas numerosas. As espécies endêmicas que ocorrem são oPinheiro-de-<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> (Po<strong>do</strong>carpus mannii), Psychotria guerkeana, Psychotrianubicola, o tchapo-tchapo d’obô (Peddiea thomensis), Calvoa crassinoda, Pileamanniana, Erica thomensis e Lobelia barnsiiLocaliza-se na zona de transição gradual entre entre os limites <strong>do</strong>s cultivos comas zonas de floresta densa. Caracteriza-se pela preponderância de espécies dasRubiaceae e Euphorbiaceae, enquanto as Fabaceae e Asteraceae são mais raras.Há abundância de epífitas, particularmente de Orchidaceae, e musgos. Éconstituída pelas espécies arbóreas endémicas: Cacau d’obô (Trichiliagrandifolia) , Pavetta monticola, o macambrara (Craterispermum montanum), acata-d’obô (Tabernaemontana stenosiphon), coedano n°2 ( Erythrococcamolleri), a quina n° 2 (Discoclaoxyllum occidentale).No subosque encontram-seas seguintes espécies endémicas: Palisota pedicellata, Cyperus sylvicola,Mapania ferruginea, Begonia baccata, Impatiens buccinalis, Impatiensthomensis, Calvoa crassinoda, Sabicea ingrata, Sabicea exellii.Floresta pluvial que se distribui desde a costa até 800 m de altitude. Encontra-seinteiramente cultivada ou em estágio secundário de sucessão, com excepção depequenos lembos no Sul da ilha. Espécies arbóreas endémicas registradas são:Rinorea (Rinorea chevalier), o pessegueiro-de-<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> (Chytranthus mannii),opau cabolé (Anisophyllea cabole), o guêguê fasso (Polycias quintasii), Drypetesglabra, o pau fede (Celtis prantlii). As lianas, arbustos e as hervas endémicas são:Rhab<strong>do</strong>phyllum arnoldianum var. quintasii, Dichapetalum bocageanum, Cissuscurvipoda, Cele-alé (Leea tinctoria), Mussaenda tenuiuflora, Cyperus sylvicola.Uma das essências características da floresta primária de baixa altitude é omangue d’obô, Uapaca guineensis (Euphorbiaceae). A fauna ornitológica éconstiuida por colónias de garça-marinha (Egretta gularis),que ocupam asmargens e o litoral <strong>do</strong>s rios.Floresta Secundária Ocupa áreas que fora formação primaria mas que nos anos 1880 foramderrubadas para as plantações de cacau. Posteriormente foram aban<strong>do</strong>nadas e setransformaram em florestas secundárias. A composição florística é caracterizadaprincipalmente por espécies exóticas e cultivadas e espécies pioneiras comcrescimento rápi<strong>do</strong>, por exemplo, Bambusa vulgaris, Cecropia peltata, Maesalanceolata, Dracaena arborea, Ficus sp e Cestrum laevigatum. Pode-se incluirespécies arbóreas, como Pua caixão (Pycnanthus angolensis), muandim(Pentaclethra macrophylla), arvores de fruteira (Artocarpus altilis), jaqueira(Artocarpus heterophyllus), izanquenteiro (Treculia africana).17