Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.3.2. Grupo de Águas SalobrasA flora é bastante rica, formada por comunidades de vegetação, onde se podem encontraras seguintes espécies: Synedrella nodiflora (F. Asteraceae) - arbusto, Justicia tenella(F.Acanthaceae) - arbusto, Stellaria media (F. Caryophyllaceae) - arbusto, Nephrolepis biserrata(F.Oleandraceae) - Ferro, Struchium sparganophorus (F. Asteraceae) - arbusto, Steariamegaphylla, Commelina diffusa, Achyranthes aspera, Selaginella sp, Vigna gracilis, Cyperussphacelatus, Nelsonia canescens, Simithii, Oldenlandia lancifolia etc.A riqueza faunística deste ecossistema deve-se provavelmente a uma certa abundância dealimentos nesta zona. Pre<strong>do</strong>minam pequenos peixes, poden<strong>do</strong> encontrar-se, dentre outros, oEleotris vittata (charoco) e Pomadasys jubelini, Plynemidae.É de se destacar também a presença de moluscos, tais como Neritina afra (Caramuso),Neritina manoeli, Bulinus forskalii, assim como Schistosoma intercalum, responsável pelabilharziose, detectada recentemente em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe (Brown, 1991, 1994).Esta constitui também uma zona rica em Crustáceos, poden<strong>do</strong>-se encontrar espécies taiscomo Cardisoma amatum (caranguejo). Foram identifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is géneros de camarões:Macrobrachium e Atya com respectivamente 2 espécies cada: Macrobrachium zariquieyi eMacrobrachium raridens; Atya intermedia e Atya scabra. As duas espécies de Macrobrachiumrepresentam os camarões brancos, muito aprecia<strong>do</strong>s e procura<strong>do</strong>s no país.Na foz <strong>do</strong> Rio Ió Grande é comum a presença <strong>do</strong>s tubarões, que aproveitam a abundânciade pequenos peixes para se alimentarem.Rio Ió Grande – Sul de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>2.3.3. Grupo de LênticosA flora é formada fundamentalmente por algas verdes, com exemplares <strong>do</strong>s génerosPan<strong>do</strong>rina, Scenedesmus, Closterium, Cosmariume algas azuis, formadas por Oscillatoria eDiatomées: Navicula.36
Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeFazem ainda parte da flora das áreas de água parada, os vegetais submersos, compostospor Potamogeton, e os flutuantes, forma<strong>do</strong>s por Sagitaria, Nuphar e Nymphaea.Um conjunto de Lagoas, distribuídas por to<strong>do</strong> o território nacional, formam osecossistemas lênticos no país, destacan<strong>do</strong>-se as seguintes:Lagoa Malanza – Situa-se no Sul de S.<strong>Tomé</strong>, no Distrito de Caué, entre o Porto Alegre ea Praia Jalé.A flora é fundamentalmente constituída pelosmangues e constitui a maior área de mangues nopaís. Podem-se encontrar espécies tais comoAcrostichum aurem, que formam normalmentegrandes arbustos, de mais de três metros de altura,associadas à Scleria depressa. Podem também serencontra<strong>do</strong>s densos matagais de Risophoraracemusa e Avicennia germinans, assim comopopulações de Dalbergia ecastaphyllum,associadas à Ormocarpum verrucosum eBlutaparon vemiculare.Lagoa Malanza – Sul de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>Ainda na zona sul, no distrito de Caué, podem-se encontrar grandes extensões de águaparada (10.590 m 2 ), tais como as de Praia Grande, localizada perto da foz <strong>do</strong> rio Caué, eS.João, perto da foz <strong>do</strong> rio <strong>São</strong> João, cujas vegetações estão também <strong>do</strong>minadas pelos mangaisMalanza, EMOLVE, Porto Alegre e Ió Grande(ENPAB – Águas Interiores, 2002).No norte, particularmente no Distrito de Lobata, pode-se encontrar também uma grandesuperfície inundada (104.205 m 2 ), em que a vegetação pre<strong>do</strong>minante é também o mangue,constituída exclusivamente pela espécie Avicennia germinans (ENPAB – Águas Interiores,2002).No centro de S.<strong>Tomé</strong>, no Distrito de Mé Zochi, está localizada na cratera <strong>do</strong> antigoVulcão, a Lagoa Amélia. A mesma é formada por uma vegetação constituída por um mantoherbáceo bastante denso, em que pre<strong>do</strong>minam gramíneas tais como Panicum hochstetteri. stende Panicum brevifolium L., que são plantas invasoras de zonas húmidas da África Equatorial,albumas ciperáceas, tais como a Cyperus articulatus L. e Poligonum salicifolium. Existe tambémuma população de fetos (Pteridófitas), da família das Polipodiáceas e Hymenofoliáceas, que sãofetos gigantes, muito abundantes e característicos da região. Finalmente, podem ser tambémencontradas algumas orquidiáceas, tais como o Bulbophyllum cocleatum.A fauna é fundamentalmente formada por aves que utilizam para a sua alimentação tantoas algas como alguns insectos pre<strong>do</strong>minantes. Ela é constituída por: Phalacrocorax africanus(Pata de água), Butorides striatus (Chuchu ou Garça-de-cabeça-negra), Gallinula chloropus(Galinha-de-água).Destaque-se igualmente a presença de peixes que pertencem à ordem <strong>do</strong>s Protóperos, taiscomo os Dipnósticos (Cucumba), que possuem “guelras externas” que lhes permitem obter umarespiração aérea.37