10.07.2015 Views

Trigo: nasce um novo e avançado fungicida

Trigo: nasce um novo e avançado fungicida

Trigo: nasce um novo e avançado fungicida

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

em tomate e feijãode vida desta praga, que pode variar de 15 a 24dias, bem como a fertilidade, o desenvolvimentoembrionário e a longevidade do adulto.Assimsendo, quanto maior a temperatura maior onúmero de gerações da mosca-branca, que podealcançar até 15 gerações por ano.DanosTanto na cultura do feijão como na do tomate amosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B) temcausado sérios danos à produção. Portanto, seucontrole adequado durante os ciclos das duasculturas pode ser determinante na obtenção de<strong>um</strong>a produção de qualidade.TomateA mosca-branca (B. tabaci biótipo B), quandose alimenta de plantas hospedeiras, introduztoxinas que provocam alterações nodesenvolvimento vegetativo e reprodutivo daplanta de tomate. Ocorre também oamadurecimento irregular dos frutos, o quedificulta o reconhecimento do ponto de colheitae reduz a produção e a qualidade dapasta, após o processamento. Além disso, secretasubstâncias açucaradas sobre as folhas,que favorecem o crescimento de fungos, dentreeles a f<strong>um</strong>agina, reduzindo a área foliar ea taxa fotossintética e, conseqüentemente, aprodução.Entretanto o que mais preocupa o produtor é odano indireto, causado pelo inseto como vetorde vários geminivírus, em especial do gêneroBegomovírus geminiviridae.Existem atualmente cerca de70 viroses transmitidaspela mosca-branca emtodo o mundo emdiferentes culturase plantas invasoras.A interaçãovírus-vetor é oaspecto principalde disseminaçãodapraga. Oinseto se contaminapormeio da picadae da sucção deseiva em <strong>um</strong>aplanta infectadapor no mínimo 60minutos. Em seguida,após o período de adaptaçãodo vírus no inseto, quedemora cerca de cinco horas, estejá está apto a transmitir a virose.Alguns mecanismos dedisseminação e interaçãocom o vírus jáforam ou estão sendoadquiridos devido àintensa adaptaçãoe


MOSCA-BRANCA em tomate e feijãoevolução tanto do vírus como do vetor, dentreeles a transmissão semipersistente, isto é,<strong>um</strong> inseto contaminado pode gerar indivíduostambém contaminados com a virose,decorrente da transmissão transovariana.Quando plantas suscetíveis, como é o caso dotomate, são atacadas pelo geminivírus, apresentamsintomas característicos como clorose (coloraçãoverde e amarela em diferentes tons), folhaspequenas e encarquilhadas e pouca floração.Além disso, em plantas atacadas até 45dias após o transplante, ocorre nanismo acentuado,o que possivelmente determinará <strong>um</strong> comprometimentoda produção em mais de 40%.FeijãoA mosca-branca é <strong>um</strong>a das pragas que maisdanos têm causado à cultura do feijoeiro naAmérica do Sul. Os danos diretos pela ação toxicogênicasão irrelevantes quando se observa ahabilidade com que esta praga transmite virosesà cultura. Dentre as viroses, o mosaico douradotem causado grandes quebras de safras, principalmentenas áreas do Triângulo Mineiro, ondea cultura do feijoeiro é predominante.O mosaico dourado pode causar perdas de 40a 100%, afetando ainda a qualidade dosgrãos. Estas perdas dependem da idade daplanta, no momento da transmissão, do graude tolerância do cultivar e possivelmente dasestirpes do vírus.Os sintomas da doença aparecem em média14 dias após a semeadura, principalmente emáreas com altas infestações de moscas contaminadas.Sintomas mais específicos podemsurgir a partir do terceiro trifólio, como, porexemplo, amarelecimento foliar intensoinduzindo nanismo das plantas e severadeformação das vagens e, como conseqüência,redução no número, no tamanho e nopeso médio das sementes.Estratégias de controleNo caso da cultura do tomate, inicialmente hánecessidade de se criar <strong>um</strong>a conscientizaçãodos produtores sobre as medidas de controle aserem tomadas do início ao fim da cultura.Como é <strong>um</strong> inseto vetor, o controle deve serpreventivo. Entretanto seria bastante oportunoevitar a exposição das mudas recémchegadasdo viveiro ao ataque de moscabranca.Convém fazer de imediato <strong>um</strong>a regacom calda inseticida. No caso dos inseticidasneonicotinóides, o produtor deve estar atentoàs recomendações de aplicação dos fabricantes,bem como ao tempo necessário paraque o inseticida esteja circulando na muda,que é de pelo menos 48 horas.Uma alternativa considerada bastante viávelé o tratamento das mudas nos viveiros, pois,considerando o tempo gasto desde a saída damuda até o seu plantio definitivo, seguramenteo produtor estaria adquirindo <strong>um</strong>aplanta de tomate devidamente tratada, sem osriscos eventuais que podem ocorrer porocasião do tratamento no campo. Além detudo, os viveiros atualmente possuem equipamentose pessoal capacitado para tal tarefa,evitando assim todos os problemas decorrentesde <strong>um</strong>a aplicação mal feita.Caso isso não seja possível, o produtor deveobservar se as mudas receberam quantidadessuficientes de calda, pois <strong>um</strong>a proteção insuficientepode tornar a muda <strong>um</strong> foco deinfecção do vírus.Plantios escalonados e próximos a áreasinfestadas devem ser evitados. A adoção dequebra-ventos é outra alternativa a ser observada.Também se recomendam aplicações de4 CORREIO 1/05


inseticidas nas horas mais frescas do dia, sepossível sem vento, visando a atingir a faceinferior das folhas. É importante para <strong>um</strong> efetivocontrole a rotação dos princípios ativosutilizados, levando-se em conta o modo deação de cada <strong>um</strong> deles.Sempre que possível, deve-se monitorar asáreas de cultivo e suas imediações, no mínimoa cada três dias, eliminando plantas infectadase observando a planta em diferentespontos e avaliando a incidência de adultos,ninfas e ovos da mosca-branca.Em situações em que se constata a presençade ninfas, recomenda-se optar por inseticidasque possam controlar esta fase também. Issoporque muitas vezes o a<strong>um</strong>ento da incidênciade adultos na lavoura é reflexo de <strong>um</strong> controleinadequado de ninfas, pois estas se desenvolvem,freqüentemente, livres de qualquertipo de controle por parte do produtor.O controle químico da mosca-branca é intensonas três primeiras quinzenas que sucedemo transplante, <strong>um</strong>a vez que o objetivo é eliminaro inseto vetor e, como conseqüência,evitar a disseminação do vírus na lavoura.Porém é importante que o produtor mantenha,a partir dos 45 dias, a população demosca-branca em níveis aceitáveis, evitandoassim possíveis danos diretos que esta pragapossa provocar, principalmente com grandesreflexos na produção.Eliminar plantas invasoras das proximidades daárea de plantio imediatamente após a colheitae acabar com os restos culturais sãomedidas que devem ser seguidas à risca peloprodutor.Uma das medidas mais eficientes no controledas viroses é a utilização de variedadesresistentes. A Embrapa-Hortaliças vem conduzindopesquisas com o objetivo de identificarnovas fontes de resistência a geminivíruspara utilização no desenvolvimento de linhagensresistentes, bem como na transfe-rênciade genes para variedades comerciais.Para a cultura do feijoeiro, muitas estratégiasde controle têm sido estudadas, tanto noBrasil como nos demais países, sendo direcionadasnão somente para o inseto vetor,mas também para a virose. Porém váriosfatores podem determinar o controle damosca-branca na cultura, dentre os quais aregião, a época de cultivo, bem como a populaçãoda mosca-branca na área.O controle deve ser preventivo na maioria dasvezes e, em casos de ocorrência de altas populaçõesmigrantes, recomenda-se a utilizaçãode produtos sistêmicos via tratamento desementes e de longo efeito residual.Muitas vezes nem mesmo o tratamento desementes resolve. Assim visando diminuir aincidência da praga na cultura recomenda-sea aplicação de inseticidas sistêmicos ou decontato de alta eficiência. Porém se o fluxomigratório da mosca-branca for persistente, ocontrole deve se estender até o período defrutificação ou de enchimento das vagens.A boa notícia vem sendo dada pelos biotecnologistas,pois estão sendo avaliadas na redeEmbrapa de Biossegurança variedades de feijoeirogeneticamente modificadas resistentesao vírus do mosaico dourado. A expectativa éde que estes estudos, dentro em breve, venhama disponibilizar sementes destas variedadespara o produtor e estas a<strong>um</strong>entem ematé 40% a produção nacional de feijão.Autora: Cecilia Czepak, Engª Agrª (CREA – GO:7661/D) - Entomologista - Escola de Agronomia/Universidade Federal de Goiás. Goiânia-GO.1/05 CORREIO 5


NOVO INSETICIDA COMPERFORMANCE INTELIGENTEUm <strong>novo</strong> instr<strong>um</strong>ento para o controle de ácaros e moscabrancaem todas as suas fases de desenvolvimentoOs ácaros e a mosca-branca são mencionadoscomo as principais pragas e as que mais causamdanos em n<strong>um</strong>erosos sistemas de cultivo, tantoagrícolas como hortícolas, de todo o mundo. Oprincipal prejuízo que provocam é o enfraquecimentoda planta hospedeira, em razão daextração de sua seiva. E são pragas de difícilcontrole, pois se desenvolvem e reproduzemcom extrema rapidez e também têm a capacidadede rapidamente desenvolver resistência aosinseticidas, se estes forem aplicados indiscriminadamente.Daí novas soluções serem tão bemaceitas no mercado, especialmente quandotrazem princípios ativos com <strong>novo</strong>s mecanismosde ação que possam ser incluídos com facilidadeem programas de controle eficaz dessaspragas e de manejo de resistência. Considerandotodos esses aspectos, Oberon é a última inovaçãoinseticida da Bayer CropScience. Embreve, oferecerá aos agricultores <strong>um</strong>a novaferramenta perfeitamente adaptada às suasnecessidades para o controle de insetos eácaros.CaracterísticasOberon contém o ingrediente ativo Spiromesifen,pertencente ao <strong>novo</strong> grupo químicodos ácidos tetrônicos. É <strong>um</strong> <strong>novo</strong> inseticida/acaricida de aplicação foliar em cultivosanuais para controlar mosca-branca e ácaros.O produto age contra todos os estádios dedesenvolvimento dos ácaros (inclusive ovos),embora os estádios juvenis mostrem-se maissuscetíveis que os adultos. Oberon também émuito eficaz contra as ninfas de mosca-branca.Em razão dessas características, Oberon podeproporcionar os seguintes benefícios aos produtores:• Alto nível de ação residual.• Atividade contra todos os estádios de desenvolvimentoda praga.• Novo mecanismo de ação que controla populaçõesresistentes de ácaros e mosca-branca.• Mínimo risco para muitas espécies de insetosbenéficos. Complemento ideal para programasde Manejo Integrado de Pragas (MIP).Mecanismo de açãoO ingrediente ativo de Oberon inibe abiossíntese de lipídios (LBI). Este <strong>novo</strong>modo de ação e a ausência de resistênciacruzada aos produtos comerciais fazem doSpiromesifen <strong>um</strong>a valiosa ferramenta para omanejo de resistência em ácaros e moscabranca.Não foi detectada nenh<strong>um</strong>a resistêncialigada a compostos de outros gruposquímicos utilizados contra mosca- branca eácaros.6 CORREIO 1/05


Comparações do mecanismo de açãoCaracterísticas Oberon (LBI) Reguladores de Organofosforados Neonicotinóidescrescimento e piretróidesdos insetosEstádios afetados Ovo/ninfas/ Formas jovens Todos Adultosfêmeas adultasVelocidade de ação Média Lenta Rápida RápidaPotencial deresistência Baixo a médio Médio a alto Médio Médio-altoCompatibilidade Alta Alta Média-baixa Médiacom MIPCaracterísticas Físico-químicasNome com<strong>um</strong>: SpiromesifenNome químico (IUPAC): 3-mesityl-2-oxo-1-oxaspirol[4.4]non-3-en-4-yl-3,3-dimethylbutanoate(ACD)Fórmula empírica: C 23 H 30 O 4Espectro de pragas eculturas recomendadasOberon foi mundialmente desenvolvido emdiversas culturas. No Brasil, terá inicialmenteindicação para feijão, tomate, algodão e melão.A compatibilidade com estes cultivos é muitoboa. Sua eficácia contra mosca-branca(Bemisia tabaci) é de boa a excelente. Além demosca-branca, Spiromesifen controla eficazmenteo ácaro rajado (Tetranychus urticae) e oácaro branco (Polyphagotarsonemus latus).Recomendações de usoPara obter os melhores resultados, a moscabrancae os ácaros devem ser controladosno início do desenvolvimento populacionale antes de ocasionar danos. Oberon pode seraplicado com equipamento aéreo e terrestre.Como as ninfas da mosca-branca não semovimentam, <strong>um</strong>a vez estabelecidas naplanta, é muito difícil avaliar sua mortalidadenos primeiros dias depois da aplicação.Por isso, as avaliações de efetividadedeverão ser realizadas entre 4 e 10 dias apóso tratamento, quando normalmente éalcançada a plena efetividade do Oberon.Compatibilidade com MIPOberon é <strong>um</strong> composto que se adapta facilmentea <strong>um</strong> programa de MIP graças a suaação seletiva contra ácaros e mosca-branca.O risco mínimo para polinizadores e outrosartrópodes benéficos, associado a seu modode ação único comparado com outros produtoscomerciais contra ácaros e mosca- branca,fazem de Oberon <strong>um</strong>a nova e excelenteferramenta para o controle integrado de pragas.Autor: Bayer CropScienceTipo de formulação: Suspensão concentradaModo de ação: Inibição da biossíntese de lipídiosGrupo Químico: CetoenóisComposição: 240g/L de SpiromesifenMosca-branca (Bemisia tabaci)1/05 CORREIO 7


HortaliçasControle de ácaros preserva aprodutividade das culturasA ocorrência de ácaros no cultivo de hortaliças pode ser<strong>um</strong> fator limitante da produção, exigindo por isso medidas efetivas de controle8 CORREIO 1/05


Os ácaros compreendem <strong>um</strong> grande númerode artrópodes da classe Arachnida, à qual pertencemescorpiões, aranhas e opiliões.Distinguem-se facilmente dos insetos, de <strong>um</strong>amaneira geral, por terem quatro pares de patasno estádio adulto, enquanto os insetos têm três.Os principais ácaros fitófagos que causam prejuízona agricultura pertencem a quatrofamílias: Tetranychidae (ácaros de teia, ácarorajado, ácaro vermelho), Tenuipalpidae (ácarosplanos, Brevipalpus), Tarsonemidae (ácarobranco) e Eriophyidae (ácaros com apenasdois pares de patas, alongados, vermiformes).Os danos resultantes da presença de populaçõesde ácaros na planta é às vezes óbvio, mas muitasvezes o exato grau de prejuízo é desconhecido.Para se alimentarem, os ácaros introduzemseus estiletes no tecido vegetal e removem oconteúdo celular. Com isso, provocam danoscomo retardamento de crescimento, injúriasnas folhas, defoliação e perdas de qualidadee produtividade. Durante o processo de alimentação,também podem injetar toxinas ealg<strong>um</strong>as espécies transmitem vírus.Neste artigo são brevemente descritas as principaisespécies que ocorrem nas culturas detomate, pimentão, berinjela, morango, cebolae alho. Nas demais culturas hortícolas a presençade ácaros não tem maior importância.Ácaro rajadoTetranychus urticae(Koch, 1836) (Tetranychidae)É <strong>um</strong>a das espécies de maior importânciaeconômica do mundo. Sobrevive em diferentesplantas hospedeiras, cultivadas ounão. As fêmeas são grandes, medindo cercade 0,5 mm de comprimento e freqüentementeapresentam dois pares de manchasescuras no dorso. Formam colônias na páginainferior das folhas que recobrem comteias. Têm preferência pela região medianada planta, a seguir pelo baixeiro e posteriormente,pelo ponteiro. Ataques intensos resultamno secamento das folhas. Condiçõesclimáticas favoráveis à sua ocorrência sãoaltas temperaturas e <strong>um</strong>idade relativa baixa.Ácaro brancoPolyphagotarsonemus latus(Banks, 1904) (Tarsonemidae)São ácaros de pequeno porte, variando de 0,1a 0,3 mm de comprimento. As formas adultasapresentam o teg<strong>um</strong>ento relativamente rígidoe brilhante. O dimorfismo sexual é acentuado,sendo as fêmeas bem maiores do que osmachos, com corpo ovóide e dorso convexo.Formam colônias na página inferior das folhas,preferindo as mais novas e as hastesmais tenras. Condições climáticas favoráveisà sua ocorrência são temperatura elevada,<strong>um</strong>idade relativa alta e baixa l<strong>um</strong>inosidade.Ácaros vermelhosTetranychus desertor<strong>um</strong>(Banks,1900)T. evansi(Baker e Pritchard,1960)(Tetranychidae)As ninfas e as fêmeas destes ácaros apresentamcoloração vermelha e desenvolvem-sede maneira semelhante à do ácaro rajado.Eriofídeo do alhoAceria tulipae(Keifer, 1938) (Eriophyidae)Apresentam-se forma alongada, vermiforme.Encontram-se nas dobras das folhas e sobreos bulbilhos. Os danos são verificados pornanismo nas plantas, folhas retorcidas eestrias cloróticas e em forma de chicote.Controle fitossanitárioNo que diz respeito ao uso de produtosfitossanitários, existem muitos casos de aplicaçõesregulares de acaricidas com resultadosnão satisfatórios. Isso se deve a <strong>um</strong>asérie de fatores que não são considerados nomomento da aplicação e que exigem atençãodos produtores, como:• a dinâmica populacional dos ácaros, que écaracterizada por <strong>um</strong> ciclo curto e conseqüentea<strong>um</strong>ento rápido da população;• as condições climáticas, das quais as espéciesde ácaros são altamente dependentes;• as condições de nutrição da planta;• a localização do ataque do ácaro na cultura,que geralmente ocorre em partes daplanta não expostas.Levando-se em consideração esses aspectos,o controle fitossanitário dos ácaros proporcionarábons resultados. Outro aspecto a considerarquanto aos resultados esperados é aresistência do ácaro aos acaricidas. Por isso, autilização em rotação de acaricidas de diferentesmecanismos de ação é muito importantena escolha do produto a ser aplicado.Recomendações finaisSão as seguintes as recomendações básicaspara se obter sucesso no controle dos ácaros:• iniciar o controle em condições de populaçõesbaixas;• verificar a fase de desenvolvimento doácaro em que o acaricida atua;• aplicar vol<strong>um</strong>e de calda de acordo com acultura;• respeitar o pH adequado ao produto;Fotos: Prof. Gilberto J. de MoraisÁcaro-vermelho e ácaro-rajadoÁcaro-rajado e ovosSintoma de ácaro-branco em pimentão• realizar as aplicações dirigidas para o alvoe utilizar acaricidas seletivos;• efetuar a rotação de acaricidas; e• obedecer o período de segurança entre aaplicação e a colheita.Para também contribuir no perfeito controlede ácaros, a Bayer CropScience está lançandoo Oberon, que contém o princípio ativoSpiromesifen. Novo acaricida de contato,com modo de ação diferenciado, para aplicaçãofoliar e que também atua sobre outrosinsetos como mosca-branca (Bemisia spp.).Caracteriza-se por <strong>um</strong> longo período de controlee atende aos princípios do manejo deresistência.Autor: Francisco Lozano Leonel Junior –Engº Agrº (CREA 15.170 D) -Pesquisa Bayer CropScience1/05 CORREIO 9


O QUE HÁ DE NOVO SOBRE A REQUEIMA?Estudos recentes, com foco nas condições brasileiras,lançam nova luz sobre as condições favoráveis à ocorrência da doençae as melhores estratégias para seu controle


Epidemias de requeima são ameaças constantesàs culturas de batata e tomate e, portanto,motivo de preocupação para produtores e técnicos.Sob condições favoráveis, perdas totaisde produção podem ocorrer, em curto períodode tempo. Cuidados intensivos são despendidospara manter a requeima sob controle,porém nem sempre a tática empregada é satisfatória.Nos últimos dois anos, epidemias severasde requeima foram constatadas emvárias regiões do sul e do sudeste do Brasil.Que fatores determinam o sucesso do controleda requeima? Qual a melhor estratégia a seradotada? Estas perguntas são feitas freqüentemente,porém as respostas nem sempre estãoembasadas em conhecimento científico geradonas condições brasileiras. Recentemente,foi escrito <strong>um</strong> capítulo sobre vários aspectosda requeima que contém revisão bastanteextensa da literatura pertinente (Mizubuti,2001). No presente artigo, apresentaremosnovas informações sobre a epidemiologia darequeima no Brasil.Durante muito tempo, o manejo da requeimanas culturas da batata e do tomate foi baseadoem informações técnicas geradas em paísesde clima temperado, principalmente osda América do Norte e da Europa. Além dascondições climáticas, vários fatores relativosà doença nesses países diferem dos encontradosno Brasil. Porém, <strong>um</strong>a das principaislimitações relativas à "importação de conhecimento"é o fato de que muito do que sediscute atualmente está baseado em trabalhosconsiderados clássicos, que foram realizadoshá mais de 30 anos. As mudançasocorridas nos últimos 25 anos tiveramimpacto no desenvolvimento da requeimaem todo o mundo. As "populações novas" dePhytophthora infestans, o agente causal darequeima, apresentam características distintasdas populações antigas, para as quaismuitas informações foram geradas.Alterações das características das populaçõesde P. infestans também podem terocorrido no Brasil, porém, até bem poucotempo atrás, não havia evidências a favor oucontra essa possibilidade.Caracterização da populaçãobrasileira de P. infestansDoenças de plantas resultam da interação depopulação de plantas e população de patógeno,sob o efeito do ambiente. No caso darequeima, sabe-se que a população de plantasé suscetível, <strong>um</strong>a vez que não há variedadescom boas características agronômicas quesejam resistentes ao patógeno e que ascondições ambientais, principalmente nasregiões produtoras, são favoráveis a epidemias.No entanto, muito pouco se conheciasobre a população brasileira de P. infestans.Um dos primeiros estudos realizados foiconduzido com o objetivo de conhecer melhora biologia de P. infestans no Brasil,como por exemplo o modo de reprodução eas estruturas formadas. A espécie P. infestanspertence à classe Oomycetes, do reinoChromista. Portanto, P. infestans não é consideradocomo <strong>um</strong> fungo (fungos são organismosincluídos no reino Fungi). Filogeneticamente,P. infestans assemelha-se mais àsalgas do que aos fungos. O patógeno pode sereproduzir de forma sexuada e assexuada.O processo de reprodução sexuada envolvea participação de indivíduos geneticamentedistintos, à semelhança do que ocorre comos animais (que têm machos e fêmeas).Para P. infestans, os indivíduos são classificadosem dois grupos de compatibilidade:A1 ou A2. A reprodução sexuada somente épossível quando indivíduos do grupo decompatibilidade A1 e do grupo A2 sãoencontrados n<strong>um</strong>a mesma área, n<strong>um</strong>amesma planta, n<strong>um</strong>a mesma lesão, e ocorretroca de material genético. Como resultadoda reprodução sexuada, formam-seesporos de parede espessa, os oósporos,adaptados a resistir às condições adversasdo ambiente, na ausência de plantas hospedeiras.Além disso, o oósporo contribuipara a<strong>um</strong>entar a variabilidade genética dapopulação.A reprodução assexuada de P. infestans émais com<strong>um</strong> e é constatada em todos oslocais onde o patógeno está distribuído. Asestruturas assexuadas de propagação formadaspor P. infestans são os esporângios ezoósporos. Em geral, nos locais onde ocorremapenas isolados de <strong>um</strong> grupo de compatibilidade,a população é constituída por <strong>um</strong>ou poucos grupos de indivíduos geneticamentesimilares a <strong>um</strong> ancestral com<strong>um</strong> (linhagensclonais). Assim, diz-se que a populaçãoé clonal.Até meados da década de 80 do século XX,o único local onde indivíduos A1 e A2ocorriam naturalmente era no Vale doToluca, região central do México. Por essaparticularidade, apenas nessa região osoósporos podiam ser encontrados associadosa lesões de requeima em plantas debatata e tomate. Nos demais países, haviaapenas indivíduos do grupo A1. Portanto, aúnica forma de reprodução era a assexuada.A população tinha estrutura clonal e a linhagempredominante era a denominadaUS-1 (Goodwin et al., 1994).A população de P. infestans mudou na segundametade da década de 80. Isolados geneticamentedistintos daqueles da linhagemclonal US-1 foram introduzidos em várioslocais. Os primeiros isolados do grupo A2relatados fora do Vale do Toluca foram constatadosna Suíça, em 1986, e a partir dessadata, verificou-se a presença de indivíduosdo grupo A2 em vários países do mundo,inclusive no Brasil (Brommonschenkel,1 9 8 8 ) .A partir de então, isolados com característicasbiológicas distintas, tanto do grupoA1 quanto do A2 foram introduzidos e, ou,distribuídos para outras áreas e contribuírampara mudanças nas epidemias de requeima.Como principais alterações, citam-se: odesenvolvimento de populações do patógenocom maior variabilidade genética e asubstituição de isolados menos agressivosde P. infestans por indivíduos mais agressivos,capazes de causar mais doença, emmenos tempo. Em muitos países, com apresença de <strong>novo</strong>s genótipos do patógeno,as epidemias de requeima ressurgiramcomo problema sério, pois ocorrem commaior severidade e demandam maior quantidadede <strong>fungicida</strong>s para seu manejo (Fry& Goodwin, 1997).No BrasilE a população brasileira de P. infestans?Houve alg<strong>um</strong>a mudança importante? Quaissão suas características? Para responder aessas perguntas, realizou-se extenso levantamento,visando obter isolados de P. infestansde tecidos infectados de batateira etomateiro. Foram amostradas regiões produtorasem todos os Estados das regiões Sul eSudeste do Brasil (Reis et al., 2003). NoBrasil, há isolados de P. infestans dos gruposde compatibilidade A1 e A2. Contudo,curiosamente, isolados do grupo A1 estão,predominantemente, associados às epidemiasde requeima em tomateiro, enquantoisolados de A2 somente foram encontradosassociados à batateira. Apesar de se encontraremisolados de ambos os grupos de compatibilidade,não há evidências de ocorrênciade reprodução sexuada de P. infestans noBrasil. Porém, esta situação pode mudar aqualquer momento, o que tornaria o manejoda requeima mais dificultado. A populaçãode P. infestans no Brasil tem estrutura clonal,composta de duas linhagens: BR-1 e US-1. Alinhagem clonal BR-1 é composta por indivíduosdo grupo A2 e esta causa requeima embatateira, enquanto a US-1 é composta porindivíduos A1 e afeta tomateiro.Diferenças quantitativas entre componentesde agressividade contribuem para a especificidadepor hospedeiros. Para chegar a essaconclusão, isolados de P. infestans oriundosde batateira foram inoculados em folíolos debatateira (hospedeiro original) e de tomateiro.Da mesma forma, isolados oriundosde tomateiro foram inoculados em folíolosde tomateiro (hospedeiro original) e debatateira. Observou-se que: isolados debatateira infectam tomateiro e vice-versa,porém os isolados são mais agressivos1/05 CORREIO 11


quando inoculados em seus hospedeirosoriginais (Suassuna et al., 2004). Por exemplo,quando <strong>um</strong> isolado de tomateiro foiinoculado em folíolos de tomateiro ebatateira, o tamanho da lesão foi maior emtomateiro (Tabela 1).Característicasepidemiológicasde BR-1 e US-1Uma vez que há especificidade por hospedeiros,estudou-se cada linhagem clonal deP. infestans, separadamente, quanto aosefeitos de temperatura e <strong>um</strong>idade no desenvolvimentoda doença. O principal propósitofoi responder à pergunta: as linhagens clonaisUS-1 e BR-1 reagem de modo diferenteàs variações de temperatura e <strong>um</strong>idade? Paratal, foram quantificados componentes epidemiológicoscomo germinação de esporângios,período de incubação (tempo decorridoentre a inoculação e o aparecimento de sintomas),período latente, tamanho de lesão eesporulação.As linhagens clonais diferiram quanto aoefeito da temperatura sobre os componentesepidemiológicos avaliados. De modo geral,temperaturas mais baixas (10º C) não foramfavoráveis ao desenvolvimento de isolados dalinhagem clonal US-1 (que afeta tomateiro),enquanto temperaturas mais altas (27º C) nãoforam favoráveis a isolados da linhagem BR-1(Maziero, 2001). Aparentemente, isoladosbrasileiros de US-1 são mais adaptados a temperaturasmais elevadas. Para BR-1, ascondições ideais são mais parecidas com asrelatadas para países de clima temperado.Estes resultados ajudam a explicar, ao menosem parte, por que é possível haver epidemiasseveras de requeima em plantios de tomateirodurante o verão, quando as temperaturasmédias são mais elevadas.As populações brasileiras de P. infestans diferemdas de outros países, não somente geneticamente,como também respondem de formadiferenciada aos fatores climáticos. Tal fato éesperado, <strong>um</strong>a vez que as condições climáticasbrasileiras são bem diferentes das de países declima temperado, principalmente quanto àTabela 1. Componentes epidemiológicos de isolados de P. infestansdas linhagens clonais BR-1 e US-1quando inoculados em folíolos de batateira ou tomateiroIsolados de:BR-1 (Batata)US-1 (Tomate)Inoculados em:Componente Tomate Batata Tomate BatataPeríodo latente* (h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 . . . . . .110 . . . . . . . . . .115 . . . . .162Área lesionada (cm 2 ) . . . . . . . . . . . . . . . . . .0,9 . . . . . .7,0 . . . . . . . . . .3,0 . . . . . .1,6Taxa de expansão da lesão (cm 2 /hora) . . . .0,02 . . . . .0,12 . . . . . . . . .0,09 . . . . .0,05Esporulação** . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1182 . . . . .4445 . . . . . . . . .6001 . . . .659* Tempo decorrido entre a inoculação e o aparecimento de estruturas do patógeno – sinais.** A esporulação foi quantificada indiretamente por meio da área abaixo da curva de esporulação ao longodo tempo. Quanto maior o valor da área, maior a quantidade de esporângios.ausência de invernos rigorosos.Em países de clima temperado com invernosrigorosos, as baixas temperaturas reduzem aviabilidade das estruturas de P. infestans e,portanto, afetam a sobrevivência dopatógeno. Durante o período de baixa temperatura,praticamente não há cultivos deplantas hospedeiras (principalmentebatateira e tomateiro). Por essa razão, aquantidade de "esporos" de P. infestansdisponíveis para iniciar as epidemias derequeima é baixa. Já nas condiçõesbrasileiras, em muitas regiões, as temperaturasnão são tão baixas a ponto de reduzir aviabilidade de P. infestans e, talvez maisimportante, no Brasil, é possível mais de <strong>um</strong>cultivo de batata e de tomate ao longo doano. Tais fatos resultariam em maior quantidadede inóculo de P. infestans para as epidemiasde requeima.A sobrevivência de P. infestans associada arestos de culturas de batata e de tomate écurta. O patógeno sobreviveu por aproximadamente15 dias associado a restos debatateira (Nazareno et al., 2004) e detomateiro (Lima, 2005). Quanto à disponibilidadede inóculo no ar, provavelmente oriundode plantas doentes, observou-se haveresporângios de P. infestans durante todas asépocas do ano. Portanto, há evidências deque restos culturais não são fontes de inóculoimportantes e que, havendo condiçõesclimáticas favoráveis, é possível haver epidemiasem qualquer época e em qualquerestádio de desenvolvimento da cultura.Obviamente, as condições climáticas de<strong>um</strong>a época podem ser mais ou menosfavoráveis à doença.Além do tomateiro e da batateira, P. infestanspode infectar outras plantas, principalmenteespécies da família Solanaceae. São listadas89 espécies de plantas como hospedeiras deP. infestans (Erwin & Ribeiro, 1996), porém12 CORREIO 1/05


Desenvolvimento deresistência a inseticidas,14 CORREIO 1/05


<strong>um</strong> desafio mundialO impacto econômico representado pelaaparição de resistências a inseticidas é freqüentementemenosprezado. No entanto,como mostra este artigo, esse fenômenopode ser perigoso.Segundo o Comitê de Ação contra aResistência aos Inseticidas (IRAC), esteproblema custa à agricultura dos EstadosUnidos cerca de 40 milhões de dólares porano em tratamentos adicionais e alternativasde controle. Relatos de outras regiõesdo mundo registram grandes perdas pelamesma razão. Por exemplo, no México, nadécada de 70, o desenvolvimento de lagartas-das-maçãs(Heliothis virescens) resistentesa inseticidas inviabilizou o cultivode algodão em alg<strong>um</strong>as regiões do país,eliminando a principal fonte de renda demuitos agricultores, com sérias conseqüênciaspara a economia local.O IRAC define a resistência como "<strong>um</strong>aredução da sensibilidade de <strong>um</strong>a populaçãopor causas genéticas, que é caracterizadapor repetidas falhas do produto paraobter o controle esperado ao ser usadosegundo as recomendações da bula para<strong>um</strong>a determinada espécie de praga e ondeproblemas de armazenamento, aplicação,condições climáticas ou ambientais nãointerferiram no desempenho do produto".Como se desenvolve aresistência?Todos os organismos de <strong>um</strong>a espécie possuemcertas características genéticas emcom<strong>um</strong>, porém cada indivíduo dessa espécieapresenta suas peculiaridades, ou seja,não existem indivíduos idênticos. Isso sedeve ao fato de as características particularesde <strong>um</strong>a espécie serem expressasdiferentemente, de acordo com sua variaçãogenética.Essa variabilidade dentro de <strong>um</strong>a populaçãoreflete o potencial para a mudança eé <strong>um</strong> fator importante no processo deevolução das espécies, definindo como<strong>um</strong>a população ou parte desta é capaz deadaptar-se e sobreviver quando ascondições ambientais mudam.Considerando esses aspectos no que se refereao uso de inseticidas, o que se deveobservar é que em todo grupo de indivíduossempre existem alguns que possuemcapacidade genética de resistência a <strong>um</strong>asubstância ativa – mesmo antes desta seraplicada. Os indivíduos que possuem taisgenes normalmente representam <strong>um</strong>a proporçãopequena da comunidade. Porém,quando <strong>um</strong> inseticida é aplicado commaior freqüência, a<strong>um</strong>enta a pressão deseleção em favor da resistência que estesindivíduos possuem. Desse modo, aresistência se espalhará rapidamente dentroda população, em especial se o organismose reproduzir rapidamente e possuirrápida adaptação entre as gerações.Exemplos de pragas com <strong>um</strong>a forte habilidadede desenvolvimento da resistência ainseticidas são os pulgões, as moscas-brancas,os ácaros e diversas espécies de lepidópteros,incluindo Spodoptera, Heliothise Plutella. Todas estas pragas possuem ascaracterísticas biológicas citadas: apresentam<strong>um</strong>a alta taxa de reprodução, produzindovárias gerações por ano e, comisso, em suas populações a seleção genéticae a adaptação a condições biológicasmodificadas ocorrem rapidamente. Umprocesso de seleção que age sobre diversasgerações de insetos pode levar <strong>um</strong> determinadoinseticida a apresentar atividadereduzida ou a perder completamente suaefetividade.Em geral, o desenvolvimento de resistênciaestá associado a <strong>um</strong>a redução de outraspropriedades biológicas. Por isso, não édifícil observar nas populações resistentes<strong>um</strong>a forte redução de seu valor biológico.Assim, a mistura de populações resistentescom populações sensíveis e a redução desua exposição ao produto faz com que aresistência diminua. Entretanto, ela poderessurgir se a pressão de seleção a<strong>um</strong>entarde <strong>novo</strong>, ou seja, se o inseticida voltar a serusado regularmente.Quais são os mecanismosde desenvolvimento deresistência nos insetos?As resistências podem se originar de váriasformas, das quais quatro são as maisimportantes:• Resistência metabólica - A praga resistenteé capaz de degradar o ingrediente ativo antesdeste expressar seu efeito tóxico.• Resistência-alvo - O ponto molecular dapraga onde o inseticida normalmente atuasofre <strong>um</strong>a mudança por adaptação genéticae o ingrediente ativo não faz efeito.• Resistência à penetração - A pragaresistente assimila a toxina com maislentidão e em menos quantidade do que oinseto sensível.• Resistência por comportamento - A pragaevita o contato com o ingrediente ativo.Isso leva a <strong>um</strong>a menor assimilação doinseticida, limitando sua ação.Na maioria das vezes, <strong>um</strong> só mecanismode ação não é responsável pelo desenvolvimentode resistência, mas sim a combinaçãode dois ou mais mecanismos.Que fatores favorecem odesenvolvimento e aexpressão de resistências?A capacidade de desenvolver a resistênciadepende fortemente da biologia de<strong>um</strong>a espécie em particular (freqüência degerações, índice de reprodução, variabilidadegenética). Porém, a biologia daspragas é somente <strong>um</strong> dos fatores queinfluencia o desenvolvimento deresistência. Outro fator muito importanteé o uso de <strong>um</strong> produto sem seguir asrecomendações do fabricante.Os ingredientes ativos incidem em <strong>um</strong>determinado ponto do organismo dapraga, denominado receptor. Os compostosde <strong>um</strong> mesmo grupo químico tendema atuar sobre <strong>um</strong> mesmo receptor. Sãosubstâncias, portanto, que se agrupamem <strong>um</strong>a mesma classe e têm o mesmomodo de ação. Os inibidores da síntesede quitina, por exemplo, interferem namuda de pele de determinados insetos,enquanto os piretróides e os neonicotinóidesinfluenciam a transmissão de estímulosentre as células nervosas via diferentesreceptores.Quando <strong>um</strong>a espécie de praga desenvolveresistência a <strong>um</strong> ingrediente ativo particular,em geral é também resistente aos outrosingredientes ativos com o mesmo mecanismode ação. Isso significa que as culturasnão podem ser protegidas por muito tempo1/05 CORREIO 15


Pulgões sobre <strong>um</strong>a folha de batata Ácaros (Tetranychus sp.) Mosca-branca (Bemisia tabaci)contra ataques de pragas, quando se utilizamprodutos baseados em <strong>um</strong> mesmomecanismo de ação.Outro fator importante é que as previsõesde risco de desenvolvimento de resistênciadevem considerar todo o espectro deculturas atacadas por <strong>um</strong>a determinadapraga. Isso porque muitas pragas não sãoexclusivas de <strong>um</strong>a cultura e <strong>um</strong> defensivoagrícola pode ser usado contra asmesmas pragas em diferentes culturas.Dentro de <strong>um</strong>a região, é preciso determinara freqüência e a intensidade com que<strong>um</strong>a espécie de inseto é exposta a <strong>um</strong>determinado ingrediente ativo.Populações isoladas de pragas (como porexemplo, em plantios intensivos em estufas)representam <strong>um</strong> grande risco para osurgimento de resistência. Também aspopulações geograficamente isoladas(por exemplo, o besouro do Colorado deLong Island, nos Estados Unidos), sãoexpostas a condições de pressão deseleção, já que não existe <strong>um</strong> intercâmbiogenético com populações nãoexpostas.Como é possível reduzir orisco de desenvolvimentode resistências?A Bayer CropScience está consciente dasua responsabilidade de garantir a proteçãocontínua e sustentável da agricultura.Para isso, tem trabalhado para olançamento de <strong>novo</strong>s produtos com característicasinovadoras e o contínuodesenvolvimento de produtos já existentes,que são instr<strong>um</strong>entos para <strong>um</strong>efetivo gerenciamento de resistências.Os elementos fundamentais desse conjuntode soluções são os princípiosativos Imidacloprid (Confidor, Provado),Deltametrina (Decis), Beta-ciflutrina(Buldock), suas misturas e os <strong>novo</strong>singredientes ativos Spirodiclofen(Envidor) e Spiromesifen (Oberon).Além disso, os pesquisadores da empresatrabalham no desenvolvimento de ingredientesativos de <strong>novo</strong>s grupos químicos,que representem alternativas eficazespara o futuro.Mas a segurança de efetividade sópoderá ser garantida quando:1. Os produtos são aplicados nas dosesrecomendadas, no momento certo e comequipamentos de aplicação apropriados.2. A quantidade máxima de aplicaçõesrecomendadas é respeitada.3. Os insetos benéficos são protegidos deacordo com o Manejo Integrado dePragas.4. As medidas de controle cultural (eliminaçãode restos de culturas; evitar amonocultura; e praticar a rotação de culturas),forem observadas como parte doManejo Integrado de Cultivo.Observações: Aplicações com dosesreduzidas põem em risco o êxito de controle,especialmente em casos de altapressão de infestação, pois elevam o riscode desenvolvimento de resistência.Mesmo quando os produtos são obtidosem mistura, as doses estabelecidas devemser respeitadas. Na verdade, a combinaçãoe a alternância de ingredientes ativos deCORREIO 1/05


Adulto de Spodoptera sp.Plutella maculipennisoutros grupos químicos podem contribuirpara a<strong>um</strong>entar o seu espetro de ação ereduzir o risco de aparecimento deresistência. As informações para aplicaçãoadequada de <strong>um</strong> produto acompanham suaembalagem.PerspectivasO desenvolvimento de resistência empragas é <strong>um</strong> processo complexo. Apesardisso, é necessário ter consciência de quea resistência pode aparecer rapidamenteem <strong>um</strong>a população. Por isso, todas asmedidas agronômicas disponíveis na boaprática agrícola devem ser postas emprática, e os produtos disponíveis devemser usados com responsabilidade, paraque se tenha <strong>um</strong>a agricultura sustentável.As sinapses colinérgicas são os alvos mais usuais dosistema nervoso dos insetos (representação esquemática)OrganofosforadosCarbamatosPiretróidesNeonicotinóidescélula pré-sinápticatransportador de ACAC▲AC▲VesículaCATcolina+ACacetil CoAAC = acetilcolinaACE = acetilcolinesteraseNa+transportadorde colinaACACEcolinaácido acéticoAutoria: Bayer CropScience– Desenvolvimento de Produtoscanal de sodioreceptores de ACcélula pós-sináptica1/05 CORREIO


TRIGORESGATANDO OS PRINCÍPIOS DECONTROLE DAS DOENÇAS FÚNGICASCom medidas preventivas e <strong>fungicida</strong>saplicados na hora certa, o produtor temcondições de reduzir os prejuízos causadospelas principais doenças da cultura


A cultura do trigo é afetada por doenças tradicionaise importantes que reduzem significativamenteo rendimento e a qualidade dos grãos.Nos últimos anos, especialmente no RioGrande do Sul, verificou-se <strong>um</strong> a<strong>um</strong>entoexpressivo na ocorrência de manchas foliares,sobretudo da mancha-amarela do trigo. Emalguns locais, o rendimento de grãos foireduzido em até 50%.Paralelamente à ocorrência de alguns períodosmais chuvosos e favoráveis às doenças, oa<strong>um</strong>ento das manchas foliares está associado ànão adoção integral e, às vezes, até ao abandonode práticas tradicionais de controle, paraprevenir ou reduzir a sua ocorrência. A nãoutilizaçãode medidas preventivas transferetoda a responsabilidade do controle à "sorte"(clima menos favorável às doenças) e ao<strong>fungicida</strong>, este às vezes utilizado incorretamente,em doses reduzidas e após a epidemiajá estar em franco desenvolvimento. Assim, omanejo da cultura, ao contrário de reduzir asdoenças, favorece a sua ocorrência. Portanto, éextremamente necessário o resgate de princípiosbásicos de controle, por vezes esquecidos.Danos por doenças fúngicasOs danos provocados pelas doenças ao rendimentode grãos do trigo variam em função defatores como clima, cultivares utilizados epráticas de manejo. Exceto o clima, todos osdemais estão relacionados a decisõestomadas pelo produtor.Percentualmente, as doenças foliares - oídio,ferrugem e manchas - causam mais danos,que chegam até a 80%, do que as demais(Tabela 1). Esses danos são maiores à medidaque as doenças se instalam mais cedo, comoocorreu em 2004, quando as manchas foliaresforam verificadas já no estádio de afilhamentodas plantas (Figura 1). Finalizado este estádio,não há mais emissão de folhas, de formaque o tecido afetado pelas doenças não éreposto pela planta.Quanto maior for o potencial produtivo dalavoura, maior será o dano causado pelasdoenças. Se o rendimento esperado for de3.000 kg/ha, por exemplo, dados de pesquisasdesenvolvidas na FAMV/UPF, pelo professorErlei Melo Reis, apontam danos aproximadosde 12, 17 ou 18 kg/ha para cada <strong>um</strong> por centode incidência por oídio, manchas foliares ouferrugem, respectivamente.Para reduzir o prejuízo por doenças, aprimeira estratégia é atrasar a sua ocorrênciae reduzir sua intensidade inicial por meio demedidas preventivas; a segunda é diminuir oritmo de seu desenvolvimento com a aplicaçãode <strong>fungicida</strong>s.Controle integradoControle integrado corresponde à adoçãoconjunta das estratégias disponíveis para<strong>um</strong>a dada doença ou conjunto de doenças.No caso de cultivares de trigo suscetíveis, ocontrole integrado (Tabela 2) das manchasfoliares envolve o uso da rotação de culturas,de sementes de boa qualidade, do tratamentode sementes e da aplicação foliar de <strong>fungicida</strong>s.Todas essas medidas são de caráter preventivo,tendo por finalidade atrasar o estabelecimentodas doenças no campo e reduzirsua quantidade inicial.Em cultivares suscetíveis a oídio, ferrugem ougiberela, a medida de controle mais eficaz é aaplicação de <strong>fungicida</strong>s em parte aérea. Alguns<strong>fungicida</strong>s sistêmicos, como o triadimenol(Baytan), podem ser usados em tratamento desementes para retardar a ocorrência do oídioaté o final do afilhamento das plantas.Desenvolvimento dasdoenças foliaresAs doenças foliares do trigo são denatureza policíclica, ou seja, apresentamvários ciclos ao longo do desenvolvimentoda cultura (Gráfico 1). A fase inicial daFigura 1: área de monocultura de trigo mostrandoocorrência precoce de manchas foliares nafase de afilhamento das plantas


epidemia, normalmente com poucos sintomas,é originada pelo inóculo oriundo desementes, restos culturais, hospedeirossecundários e plantas voluntárias ("guachas").É a fase em que se estabelece o ritmo de todaa epidemia. Na segunda fase, a epidemiadesenvolve-se de forma logarítmica, sendovisualmente identificada pelo a<strong>um</strong>entoexpressivo dos sintomas e das plantas atacadas;neste período, os danos são elevados.A terceira e última fase da epidemia correspondeà terminal, quando o progresso dadoença começa a se estabilizar e a maior partedo dano já ocorreu.Sobrepondo os ciclos das doenças foliares aosda cultura do trigo, em condições normais declima, a fase inicial da epidemia correspondeao final do afilhamento, a fase logarítmicaocorre durante o alongamento e o emborrachamentoe a fase terminal, a partir da floração.O clima é o principal fator a influenciar odesenvolvimento das doenças. Os fungos causadoresda ferrugem, das manchas foliares eda giberela requerem <strong>um</strong> período de água livre(período de molhamento, resultante da ocorrênciade chuvas, irrigação ou simplesmenteda formação do orvalho) sobre as folhas ouespigas para se estabelecerem na planta. Ooídio não requer molhamento e desenvolve-semelhor em períodos secos; em função dos seusrequerimentos em termos de molhamento e detemperatura, é geralmente a primeira doença ase estabelecer nas plantas (afilhamento),seguida da ferrugem e das manchas foliares(alongamento). A giberela ocorre a partir daextrusão das anteras (antese), na floração.Considerando que as doenças foliares do trigorequerem condições climáticas diferentes,todos os anos alg<strong>um</strong>a delas têm potencial deocorrer. Se o clima for seco, predominará ooídio; se for mais úmido a chuvoso, favoreceráa ferrugem e as manchas foliares.Como agem os <strong>fungicida</strong>sOs <strong>fungicida</strong>s sistêmicos atualmente disponíveisagem inibindo a formação da paredecelular dos fungos (<strong>fungicida</strong>s triazóis) ou arespiração mitocondrial (estrobilurinas). A utilizaçãode compostos com ambos os tipos de<strong>fungicida</strong>s (triazóis e estrobilurinas) permite<strong>um</strong> controle mais efetivo de várias moléstiasfúngicas que afetam a cultura do trigo.Embora a maioria dos <strong>fungicida</strong>s seja absorvidapela planta em até duas horas após sua aplicação,a ação sobre o fungo e a doença já estabelecidanão é imediata. É normal se esperaraté meio ciclo da doença após a aplicação paraobservar sua estabilização (ausência dea<strong>um</strong>ento significativo). Como exemplo, naferrugem da folha, cujo ciclo médio é de setedias, o controle efetivo da doença manifesta-setrês a quatro dias após o tratamento, tempo emque a doença ainda causa dano às plantas.20 CORREIO 1/05


IMPORTANTE: A aplicação do <strong>fungicida</strong>nunca recupera os danos já sofridos pela planta.Os <strong>fungicida</strong>s podem agir sobre a epidemia detrês formas: 1) atrasam o seu início; 2) reduzema sua quantidade inicial; e 3) diminuem o ritmocom que avança. Se o tratamento é realizadopreventivamente ou nos estágios bem iniciaisda doença (primeiros sintomas), as três açõesacontecem simultaneamente e proporcionamresultados muito superiores. Em aplicaçõescurativas, realizadas após o estabelecimento dadoença, apenas o último efeito é possível.Portanto, o posicionamento da aplicação determinacomo o <strong>fungicida</strong> vai interferir na doençae os resultados que serão obtidos.Posicionamento da aplicaçãoFungicidas são aplicados nas plantas como<strong>um</strong>a estratégia para complementar o controleproporcionado por medidas preventivas.Quanto menor a intensidade das doenças aserem controladas, melhor é o desempenhodos <strong>fungicida</strong>s. Em aplicação preventiva ouna fase inicial da doença, o número deinfecções é baixo e o controle proporcionadopelo <strong>fungicida</strong> é elevado, restando poucosfocos para promover a retomada da epidemia.Assim, o residual do tratamento é longo.Caso a aplicação seja efetuada durante a faselogarítmica, o número de infecções presentesé maior; logo a eficácia do controle diminuie sobrarão mais focos não controlados, quepromoverão a retomada mais rápida dadoença, resultando em menor residual dotratamento. Comparativamente, é mais fácile seguro frear <strong>um</strong> caminhão em terreno planodo que em descida.A aplicação realizada na fase terminal tem maisação sobre doenças da espiga, como a giberela,que causa menos danos que as foliares, é maisdependente do clima e de controle mais difícil.Um mesmo <strong>fungicida</strong>, se aplicado em diferentesmomentos, produz resultados completamentediferentes. O Gráfico 2 mostra oefeito de <strong>um</strong>a aplicação realizada <strong>um</strong>, quatro,sete ou onze dias após a detecção da ferrugemda folha. Nota-se que pequenos atrasosno tratamento resultam em intensidadesbem maiores de doença, que se aproximam,inclusive, da área não tratada.Tabela 1 - Dano potencial norendimento de grãos causado pordoenças fúngicas do trigoDoença Dano potencial (%)Doenças foliares- Ferrugem 80- Manchas foliares 38 – 80- Oídio 62Giberela 20Podridões de raízes 20A Tabela 3 apresenta o retorno econômicolíquido (R$/ha) decorrente de <strong>um</strong>a aplicaçãode <strong>fungicida</strong> (média de dois produtos,<strong>um</strong> triazol e outro triazol + estrobilurina)em diferentes estágios da cultura, em2002 e 2003, os quais se caracterizaram pormaior e menor ocorrências de doençasfoliares, respectivamente. Independentementedo ano, verifica-se que o menorretorno ocorre com o tratamento posicionadono florescimento, justamente porque amaior parte do dano por doenças foliaresocorre antes da floração.Intensidade da doençaIntensidade da doença1 4Inicial711LogarítmicaTempoTempoDo ponto de vista técnico e econômico, melhoresresultados são obtidos com duas aplicaçõesde <strong>fungicida</strong>: a primeira, no final do afilhamentoou no início do alongamento, paracontrolar as doenças foliares e reduzir o seudano; a segunda, no florescimento pleno, parafinalizar o controle das doenças foliares e prevenira giberela. Não se deve esquecer que otratamento com <strong>fungicida</strong>s é estratégia integrantedo controle integrado e que os resultadosserão sempre melhores quando for precedido daadoção de medidas preventivas.Autor: Carlos Alberto Forcelini, Engº Agrº(CREA nº 73.174-RS), Fitopatologista -Universidade de Passo FundoTabela 2 - Medidas de controle e sua eficácia para manchas foliares,oídio, ferrugem e giberela em cultivares de trigo suscetíveis a doençasMedidas de controleDoençasManchas Oídio Ferrugem GiberelaRotação de cultura *** *Sementes com boa sanidade ***Tratamento de semente *** **Aplicação de <strong>fungicida</strong> *** *** *** **Tabela 3 - Retorno econômico líquido (R$/ha)com <strong>um</strong>a aplicação de <strong>fungicida</strong> sistêmico em diferentes estágios decrescimento da cultura, safras 2002 e 2003, Passo Fundo-RSÉpoca da aplicação 2002 2003Alongamento 73,98 178,31Emborrachamento 159,52 252,70Florescimento -12,71 14,59TerminalGráfico 1: fases de <strong>um</strong>a epidemia policíclica, na qual cada círculo representa <strong>um</strong> ciclo da doença,válido para oídio, ferrugem ou manchas foliaresNão tratadaGráfico 2: representação do efeito do momento de <strong>um</strong>a aplicação de <strong>fungicida</strong>, <strong>um</strong>, quatro, sete e onze diasapós o aparecimento dos primeiros sintomas, sobre o desenvolvimento de <strong>um</strong>a epidemia da ferrugem da folha.117411/05 CORREIO 21


NATIVOUma nova dimensãono controle dasdoenças do trigoO trigo é de s<strong>um</strong>a importância no sistema deprodução agrícola na região Sul do Brasil,pois se destaca como <strong>um</strong>a das poucas culturaseconomicamente viáveis no período deinverno. Além disso, existe <strong>um</strong>a demandaanual interna de cerca de 10 milhões detoneladas para a fabricação de diversosderivados deste cereal. Uma das dificuldadesexistentes quanto à produção de trigo noBrasil deve-se à ocorrência e à severidade dedoenças causadas por fungos, as quais estãorelacionadas às condições climáticas adversas,aliadas à suscetibilidade dos cultivares.As perdas no rendimento são geralmente altas,justificando medidas apropriadas e econômicasde controle. Dentre as medidas gerais decontrole das doenças do trigo, o uso de cultivaresresistentes é, sem dúvida, a medida maiseconômica e eficaz. Outras medidas, como otratamento de sementes, a rotação de culturase a eliminação de hospedeiros secundários,auxiliam na redução do inóculo dos patógenos.Além dessas medidas, destaca-se o controlequímico com <strong>fungicida</strong>s nos órgãos aéreos.O oídio (Bl<strong>um</strong>eria graminis f.sp tritici) é <strong>um</strong>adas doenças em que é necessário o tratamentocom <strong>fungicida</strong>s. Nas partes verdes, a doençainicialmente se apresenta como pequenasmanchas brancas e que, com a evolução, coalescem,tornando-se de coloração acinzentadacom pontículos escuros. Sob ataques intensostoda a planta é atingida, com a infecção iniciando-sena sua base e podendo alcançar atéa espiga. O controle de oídio pode ser realizadocom <strong>fungicida</strong>s, por meio do tratamentodas sementes ou pelo controle na parte aéreada planta.A ferrugem-da-folha causada por Pucciniatriticina é considerada a doença mais freqüente22 CORREIO 1/05


da cultura, ocorrendo em diferentes regiõestritícolas brasileiras. Os danos decorrentes dasua incidência dependem do estádio de desenvolvimentodas plantas, da suscetibilidade docultivar, da virulência da raça fisiológica e dascondições ambientais. O controle químico, pormeio da pulverização de <strong>fungicida</strong>s, érecomendado para reduzir os prejuízos provocadospela doença no rendimento e na qualidadede grãos. Os prejuízos das manchasfoliares são altamente dependentes dascondições climáticas, <strong>um</strong>a vez que provocamlesões necróticas, causando sérios danos naprodutividade e na qualidade dos cereais deinverno devido ao grande potencial deredução da área fotossintética.O complexo de manchas foliares é causado por<strong>um</strong> grupo de microorganismos no qual se destacampatógenos como Bipolaris sorokiniana(mancha-marrom) e Drechslera tritici-repentis(mancha-amarela). Esses microorganismospossuem em com<strong>um</strong> a alta habilidade saprofítica,formam lesões necróticas e têm a capacidadede sobreviver na semente. Normalmente,o controle químico das manchas foliares naparte aérea do trigo deve ser iniciado a partir dafase de elongamento do trigo.Na fase de floração, período em que os órgãosmasculinos da flor (anteras) estão abertos,sendo sinônimo de antese, o trigo estásuscetível ao ataque de giberela, que é dependentede clima úmido. A giberela do trigo,causada pelo fungo Fusari<strong>um</strong> graminear<strong>um</strong>,ocorre praticamente em todas as regiões ondeo cereal é cultivado, mas é especialmenteprevalente em regiões úmidas e quentes. Osdanos diretos à cultura do trigo ocorrem devidoao aborto de flores ou à formação degrãos chochos e enrugados, de baixo peso ereduzida densidade, perdidos em grandeparte na operação de trilha. Medidas decontrole para giberela contemplam o uso de<strong>fungicida</strong>s.As maiores perdas provocadas no rendimentoe qualidade de grãos pela brusone(Pyricularia grisea) em trigo ocorrem quandoa infecção tem início na fase de florescimento.Além de controle químico, por meiode pulverizações preventivas com <strong>fungicida</strong>sna parte aérea, é importante a utilização decultivares mais resistentes e a semadura emépoca mais adequada.Fungicidas triazóisA pesquisa química da Bayer CropSciencecriou os <strong>fungicida</strong>s triazóis, grupo químicoque se caracteriza por apresentar determinadosingredientes ativos com alta eficiência eamplo espectro de ação no controle dedoenças fúngicas. Resultados obtidos emmuitas safras de trigo com esses <strong>fungicida</strong>sdemonstram que perdas consideráveispodem ser evitadas, o que comprova aimportância econômica destas aplicações nacultura. Para desfrutar desses benefícios, oprodutor de trigo deve ter pleno conhecimentodas doenças quanto à identificação, opotencial de prejuízos e o tipo de <strong>fungicida</strong> aser usado, informações fundamentais para osucesso do controle. Em sua constantepesquisa, ao longo dos últimos trinta anos aBayer CropScience lançou no mercadobrasileiro vários <strong>fungicida</strong>s triazóis, como oBayleton, o Bayfidan e o Baytan para o controledas doenças dos cereais de inverno. Omais recente foi o Folicur 200 EC, que vemobtendo grande êxito e plena aceitação entreos triticultores, em razão de seu desempenhosuperior, resultando em lavouras com altosníveis de produtividade.Um <strong>novo</strong> <strong>fungicida</strong>Com o intuito de sempre buscar o aperfeiçoamentode seus produtos e colocar asinovações em disponibilidade no mercado, aBayer CropScience está lançando <strong>um</strong> <strong>novo</strong>produto – o Nativo, que contém dois componentes,sendo <strong>um</strong> deles o Tebuconazole,ingrediente ativo do Folicur 200 EC, e ooutro, pertencente ao grupo químico dasestrobilurinas. Nativo é <strong>um</strong> <strong>novo</strong> <strong>fungicida</strong>,em suspensão concentrada, com 200 g/L deTebuconazole e 100 g/L de Trifloxystrobin,apresentando importantes característicasque o distinguem favoravelmente de outrosprodutos e fazem dele o <strong>fungicida</strong> maisavançado da atualidade. Além da elevadaeficiência no controle das doenças fúngicas,Nativo possui dois ingredientes ativos comdiferentes mecanismos de ação sobre ometabolismo dos fungos. Isso permiteseguir as premissas básicas do manejo deresistência aos fungos e possibilita seuemprego n<strong>um</strong> grande número de doençasfúngicas em diversas culturas. Esse produtodestaca-se também devido às suas propriedadesmesostêmicas e sistêmicas originais,com superior resistência à lavagempela chuva, o que resulta n<strong>um</strong> período maislongo de proteção contra os fungos.Propriedades toxicológicasUma das exigências mais importantes a que<strong>um</strong> <strong>novo</strong> produto deve atender é que suaspropriedades toxicológicas reduzam os riscosde acidentes para os aplicadores e cons<strong>um</strong>idores.Nativo c<strong>um</strong>pre esta exigência, já quepertence à classe III (medianamente tóxico).Mecanismos de açãoDiferentemente da maioria dos <strong>fungicida</strong>s,Nativo associa dois mecanismos de ação distintos,atuando em vários pontos no metabolismocelular dos fungos. O componente triazolinterfere na síntese dos esteróis, osquais são constituintes das membranas celularese são essenciais ao crescimento e reproduçãoda maioria dos fungos (Figura 1). Já oTrifloxystrobin atua nas mitocôndrias, bloqueandoa transferência de elétrons na cadeiarespiratória. Esta ação reduz a produção deATP, que é a energia vital para o crescimentodos fungos (Figura 2). Com a combinaçãodesses mecanismos de ação, todos os processosbioquímicos importantes são interrompidose o desenvolvimento do fungo é paralisado,provocando a sua eliminação.1/05 CORREIO 23


HOHOHOFigura 1: Mecanismo de ação doTebuconazoleAcelateSqualeneLanosterolEburicolHOFungicidas triazóis (DMI)C 14 -demitilaseInibição de biossíntesede esterol por <strong>fungicida</strong>s triazóisHOObtusifoliolHOErgosterolTebuconazole14 methylfecosterolNATIVOSubstrato NADHComplexo INADH - coenzima QredutaseNomes técnicos: Trifloxystrobin + TebuconazoleNomes químicos: [methyl (E)-methoxyimino-{(E)-a-[1-(a,a,a-trifluoro-m-tolyl)ethylideneaminooxy]-otoly}acetate+ 1-(4-chloro-phenyl)-4,4-dimethyl-3-[1,2,4]-triazol-1-ylmethyl-pentan-3-olGrupos químicos: Estrobilurina + TriazolFormulação: Suspensão ConcentradaConcentração: 100 g/L de Trifloxystrobin + 200 g/L de TebuconazoleModos de Ação: Mesostêmico + SistêmicoMecanismos de Ação: Inibidor da respiração celular + inibidor da síntese de esterolClasse toxicológica: III (faixa azul)Espectro de ação na cultura do trigo:Oídio (Bl<strong>um</strong>eria graminis tritici)0,6 L/haFerrugem-da-folha (Puccinia triticina) 0,6 L/haMancha-amarela (D. tritici-repentis) 0,6 L/haMancha-marrom (Bipolaris sorokiniana) 0,6 L/haGiberela (Fusari<strong>um</strong> graminear<strong>um</strong>) 0,75 L/haBrusone (Pyricularia grisea)*0,75 L/ha* em desenvolvimentoATOATOATOFórmulas EstruturaisFigura 2: Mecanismo de ação doTrifloxystrobinUbiquinonaComplexo IIICoenzima Q - Citocromo CredutaseCitocromo CComplexo IVCitocromo C oxidaseH 2 OSubstrato NADHComplexo IISuccinate - Coenzima QredutaseInibição porTrifloxystrobinDiagrama esquemático de transporte de elétrons em membranasmitocondriais e local de inibição por TrifloxystrobinTrifloxystrobinEfeito protetor+efeito curativoCom relação a suas formas de ação, o <strong>novo</strong><strong>fungicida</strong> apresenta efeito protetor e efeitocurativo. O efeito protetor consiste em evitar ainfecção, atuando na fase de germinação dosesporos do fungo e impedindo a formação deórgãos vitais à sua sobrevivência. Trata-se,portanto, de <strong>um</strong>a ação preventiva. Já com oefeito curativo, que se verifica após a infecçãodo fungo, o produto age sobre hifas, micélio etambém impede a formação de esporos. Essasformas de ação conferem ao Nativo o controledas enfermidades n<strong>um</strong> maior intervalo detempo, propiciando ao triticultor maior flexibilidadena proteção de sua lavoura. Porém,todos os <strong>fungicida</strong>s sempre apresentam melhorperformance quando aplicados de forma preventiva,inclusive Nativo.Ação sistêmica +ação mesostêmicaOutra importante característica desse <strong>fungicida</strong>é ter duplo modo de ação, com proteção externae interna da planta. Diferentemente demuitos triazóis, que não se translocam perfeitamentepela planta tratada, concentrando-se emdeterminados pontos, Tebuconazole tem <strong>um</strong>efeito sistêmico completo, qual seja: penetraçãorápida no tecido vegetal e translocação uniformedentro da planta. Adicionalmente, oTrifloxystrobin tem forte ação mesostêmica, oque significa alta afinidade com a superfícievegetal e com as camadas de cera, fazendo comque se armazene de forma duradoura logoabaixo da superfície, criando <strong>um</strong> depósito desubstância ativa resistente à lavagem pelachuva. A partir daí, mediante mecanismos deredistribuição, o ingrediente ativo alcança inclusivepontos próximos dos órgãos vegetaisque não foram perfeitamente cobertos pela aplicação.Além disso, certa quantidade de Trifloxystrobinpassa à fase de vapor, redistribuindosenas folhas e outra parte penetra no tecidofoliar, devido à sua atividade translaminar.Desse modo, protegidos da influência de fatoresclimáticos, os dois ingredientes ativos controlamcom maior eficiência e por <strong>um</strong> prolongadoperíodo de proteção as doenças do trigo.Ferrugem-da-folha Manchas foliares Oídio24 CORREIO 1/05


Amplo espectro de açãoA associação de dois ingredientes ativos dereconhecida eficiência, além de dificultar osurgimento de resistência dos fungos, confereao Nativo <strong>um</strong> amplo espectro de açãocom futura utilização em diversas culturas.Particularmente em trigo, cereal que é atacadona parte aérea por <strong>um</strong> expressivo númerode fungos causadores de grandes prejuízos, o<strong>novo</strong> produto é recomendado para o controlede ferrugem-da-folha, mancha-amarela,mancha-marrom, oídio e giberela. Além dasdoenças já citadas, vem apresentado muitoboa performance no controle da brusone emensaios oficiais conduzidos no norte doEstado do Paraná.Rendimento de grãosNativo apresentou resultados muito consistentesem experimentos conduzidos no controledas mais variadas doenças fúngicas dotrigo por entidades de pesquisa em diferentesregiões do País. Os benefícios de <strong>um</strong> <strong>novo</strong><strong>fungicida</strong> que traz resultados notáveis emcomparação com o desempenho de plantas nãotratadas podem ser observados nos gráficos aolado, nos quais destacam-se os rendimentossuperiores de grãos alcançados com oemprego de Nativo nas doses de 0,6 litro/hanas doenças foliares e 0,75 litro/ha nasdoenças da espiga. Esses dados, obtidos embases científicas, revelam que o acréscimo derendimento proporcionado por Nativo emrelação à testemunha foi de 607 a 1784 kg/ha,dependendo da intensidade do ataque, do tipode patógeno e do cultivar.Em virtude de suas características exclusivas,o lançamento do Nativo no mercadobrasileiro de defensivos agrícolas representa<strong>um</strong> significativo avanço no controle dasdoenças fúngicas do trigo e será <strong>um</strong> importantealiado dos triticultores para a obtençãode melhores produtividades.Autoria: Desenvolvimento de Produtos –Bayer CropScienceRendimento de grãos com Nativo em trigo (kg/ha) - ferrugem-da-folha2.2801.598Londrina20033.420IAPAR-533 aplicaçõesTest. (92,5%)Cascavel20032.517CD 1052 aplicaçõesTest. (84,0%)1.1409193.6332.190P.Grossa20044.258Alcover2 aplicaçõesTest. (23,5%)P. Grossa20043.262IAPAR-782 aplicaçõesTest. (92,2%)6251.0722.8472.613Carazinho20044.156BRS-491 aplicaçãoTest. (33,0%)Carazinho20043.266Onix1 aplicaçãoTest. (73,0%)1.309653TestemunhaNativo (0,6L/ha)/Lanzar (0,5%)Acréscimo norendimentoRendimento de grãos com Nativo em trigo (kg/ha) - manchas foliares2.3072.783Rendimento de grãos com Nativo em trigo (kg/ha) - oídioP. Grossa20033.594OR-12 aplicaçõesTest. (55,0%)1.2871.749São Luiz Gonzaga20042.680Avante2 aplicaçõesTest. (55,0%)9311.544P. Grossa20043.328OR-11 aplicaçãoTest. (30,5%)Rendimento de grãos com Nativo em trigo (kg/ha) - giberelaP. Grossa20033.579Alcover1 aplicaçãoTest. (18,3%)7962.478Carazinho20043.185Onix2 aplicaçõesTest. (63,7%)7074.996Vacaria20045.666Onix1 aplicaçãoTest. (13,3%)1.784670TestemunhaNativo (0,6L/ha)/Lanzar (0,5%)Acréscimo norendimentoTestemunhaNativo (0,6L/ha)/Lanzar (0,5%)Acréscimo norendimentoTestemunhaNativo (0,75L/ha)/Lanzar (0,5%)Acréscimo norendimentoRendimento de grãos com Nativo em trigo (kg/ha) - brusoneSertaneja2003Londrina2004Jataizinho20041.7233.0961.3731.6232.2391.1632.6051.442TestemunhaNativo (0,75L/ha)/Lanzar (0,5%)607Acréscimo norendimentoGiberelaBRS-1932 aplicaçõesTest. 60,3%)CD-1042 aplicaçõesTest. (50,0%)IAPAR-782 aplicaçõesTest. (91,38%)1/05 CORREIO 25


SUA SOJA EMBOAS MÃOSA ferrugem asiática da soja (Phakopsorapachyrhizi) está presente no Brasil há algunsanos, e desde que sua presença começou atrazer sérios prejuízos às lavouras e aos produtoresde soja de todo o país. A BayerCropScience tem se preocupado em antecipar-seàs necessidades do sojicultor e auxiliá-lono controle de mais esta importantedoença da agricultura brasileira.Na região de Chapadão do Sul, no MatoGrosso, a Bayer CropScience foi a primeiraempresa do setor a montar campos depesquisa, testar produtos e mostrar que erapossível efetuar o controle químico destadoença. Após alguns meses a Bayer já tinhadois produtos devidamente registrados parao controle da ferrugem da soja, e o Folicur200 EC é <strong>um</strong> deles.Certa de que o controle químico isolado não ésuficiente para manejo das doenças, ou seja,sem a correta identificação, o monitoramento daevolução e a aplicação do <strong>fungicida</strong> no momentocerto, não é possível se obter <strong>um</strong> ótimo controledas mesmas, principalmente da ferrugemda soja, a Bayer CropScience vem investindona capacitação da sua equipe e em métodos deidentificação das doenças da soja. Assim surgiuo SOS Soja, <strong>um</strong> ousado projeto que tem comoprincipal meta auxiliar os produtores na corretaidentificação das doenças e o momento ideal parase efetuar a aplicação de <strong>fungicida</strong>s.O SOS Soja é o maior programa privado doBrasil de monitoramento e identificação dedoenças da soja, incluindo a ferrugem asiática.O Primeiro SOS Soja – Centro de Diagnóstico,foi instalado em <strong>um</strong> espaço cedido pela EscolaAgrotécnica de Campo Novo do Parecis, nonorte matogrossense. A iniciativa foi resultadodas ações iniciadas em 2002 pela equipe técnicada Bayer. O Centro de Diagnóstico foi montadocom o respaldo técnico de dois respeitadosfitopatologistas, o Prof. Dr. Daniel CassetariNeto, da Universidade Federal do MatoGrosso, e a Profª MSc Andreia QuixabeiraMachado, da Universidade de Várzea Grande.Hoje, o SOS Soja – Centro de Diagnóstico é<strong>um</strong>a rede nacional, estrategicamente distribuída,cujo compromisso é efetuar as26 CORREIO 1/05


análises com a maior rapidez possível e,desse modo, permitir que os engenheirosagrônomos da Bayer CropScience ofereçamao produtor de soja, com igual velocidade,orientações precisas quanto às medidas decontrole a adotar, já que as aplicações preventivas,na maioria dos casos, são a chavedo sucesso para o controle das doenças, principalmentea ferrugem asiática.Após a identificação da ferrugem ou de outrasdoenças, o produtor e o técnico responsávelpela propriedade devem se preocuparcom o <strong>fungicida</strong> a ser utilizado. Na últimasafra, o SOS Soja identificou outras doençasde grande importância, além da ferrugem,nas lavouras brasileiras. Esta identificaçãopermite ao produtor a escolha adequada do<strong>fungicida</strong> a ser utilizado em sua lavoura.Para a proteção efetiva da cultura da soja, devesedar preferência a <strong>fungicida</strong>s que tenham <strong>um</strong>amplo espectro de controle, e que controlemtanto a ferrugem como outras doenças importantesda região em questão, sob o risco de secontrolar apenas a ferrugem e acabar tendo prejuízocom outras doenças, como o oídio, porexemplo. Esse descuido pode acarretargrandes perdas para o produtor.Os <strong>fungicida</strong>s podem ser classificados de acordocom o seu modo de ação em dois grupos:<strong>fungicida</strong>s exclusivamente protetores e <strong>fungicida</strong>scurativos iniciais. Nesta última classe, aBayer CropScience possui os <strong>fungicida</strong>sFolicur e Sphere. Para se obter o melhordesempenho dos <strong>fungicida</strong>s recomendadospara o controle da ferrugem asiática, deve-seatentar para o momento de controle mais adequadopara cada produto.O SOS Soja, com sua equipe técnica qualificadae seus Centros de Diagnóstico, gera <strong>um</strong>aparceria de confiança com o produtor, emtodos os momentos. Essa é a demonstração dapreocupação da Bayer CropScience para quemvive da agricultura.Amostragem e identificaçãoda ferrugem asiáticaPara a boa identificação da ferrugem da sojaé fundamental a correta coleta de materiaispara envio ao SOS Soja. Para isso a BayerCropScience preparou <strong>um</strong> material de apoioaos técnicos responsáveis e aos produtores.Procedimento paracoleta de amostras:- O responsável técnico ou produtor deveráfazer a coleta de folhas obedecendo <strong>um</strong>caminhamento pela área a ser amostrada,visando a obter <strong>um</strong>a amostra representativade folhas da área ou talhão.- A coleta deve focar principalmente folhasda parte baixeira das plantas (terço médioinferior).- Cada amostra poderá conter em média50 folhas por lote, coletando-se principalmenteas que apresentem alg<strong>um</strong> sintomade ataque de doenças.- Não há necessidade de se coletar plantasinteiras.- Sob condições climáticas favoráveis para aocorrência da ferrugem asiática, recomenda-seamostrar a área a cada 3 dias.Procedimento para o acondicionamentodas amostras:- Acondicionar as folhas no saquinho plástico,identificando-o corretamente (data da coleta/propriedade/talhão/variedade/estádiofenológico/nomedo produtor/endereço/fone/etc.).- Se não for enviada em seguida ao SOS Soja,a amostra, devidamente acondicionada, deverápermanecer em geladeira, até o momentodo envio, que não deve exceder a 24 horas.Procedimento para o enviodas amostras ao SOS Soja:- O produtor ou o técnico responsávelpoderá encaminhar ou levar pessoalmenteas amostras ao laboratório mais próximo.Divulgação dos resultados:- Os resultados são divulgados no sitewww.bayercropscience.com.br1/05 CORREIO 27


PERSPECTIVAS PARA OMERCADO DE GRÃOS28 CORREIO 1/05


Depois da euforia,a volta à lição de sempre: reduzir custosEsta primeira década do século XXI tem sidomarcada pelo crescimento da economiamundial, com destaque para o desempenhode alguns países. A marcha deste crescimentofoi a seguinte: em 1999, 3,7%; no anoseguinte, a expansão da economia mundialsaltou para 4,6%, recuando para 2,5% em2001, voltou a 3% em 2002; em 2003, ficouna casa dos 4% e no último ano, alcançou5,1% (Fonte: FMI/IFS). Boa parte destecrescimento ocorreu em países de rendamédia e baixa, como China (8% ao ano) eÍndia (entre 4 e 9% ao ano).Os produtos agropecuários apresentam elasticidade-rendaelevada nas classes de baixopoder aquisitivo e menor nas camadas maisaltas. Em outras palavras, quando a renda depaíses mais pobres a<strong>um</strong>enta, tende a haver <strong>um</strong>crescimento mais significativo na demandapor alimentos do que quando a elevação se dáem países mais ricos.No caso dos mercados de grãos, o cons<strong>um</strong>o desoja (em grão) cresceu 30% em cinco anos(1999 a 2004); o de milho, 11,4%; e o de trigo,4,1%. A demanda por soja e milho, especificamente,a<strong>um</strong>entou via crescimento do cons<strong>um</strong>ode carnes e leite. No caso da carne defrango, por exemplo, a expansão foi de 12,1%entre 1999 e 2004 e, para a carne suína, de14%. Em alguns países, as variações foramimpressionantes! Na Índia, o cons<strong>um</strong>o decarne de frango cresceu 67% no período; naChina, 13,5% e, na Rússia, 32,8%.1/05 CORREIO 29


São esses a<strong>um</strong>entos que elevaram o cons<strong>um</strong>odos componentes das rações. O farelo de soja éa principal fonte de proteína na formulação derações, respondendo por 68,3% da disponibilidadetotal de proteína no mundo em 2004. Já omilho é a fonte de energia mais usada nas raçõesanimais. Cerca de 70% da oferta mundial destegrão são utilizados na alimentação animal.A produção agropecuária responde a preços.O crescimento da demanda cons<strong>um</strong>iu grandeparte dos estoques existentes no final dosanos 90, notadamente de milho e trigo, e ospreços começaram a subir. A resposta nosanos seguintes foi o a<strong>um</strong>ento da área plantadae, em geral, da produção. A oferta mundialde soja cresceu 36,4% de 1999 a 2004; ade milho, 19,6%; e a de trigo, 7,3%.Esses percentuais, porém, não chegaram acorresponder às expectativas de crescimentoem função das quebras de safras, especialmentede soja nos Estados Unidos e tambémna América do Sul em alguns anos. A ofertamenor do que o previsto impulsionou ospreços para níveis muito acima da médiahistórica, principalmente em 2004.A soja tem sido o carro-chefe da agropecuáriabrasileira nos últimos anos, especialmentea partir de 1999 com a desvalorizaçãodo real frente ao dólar, que alcançouvalores recordes em 2002 e em parte de2003. No primeiro trimestre de 2005, ospreços internacionais voltaram para níveispróximos da média histórica, ao mesmotempo em que o real se apreciou frente aodólar (Gráfico 1).A valorização da moeda brasileira temimpacto direto nos setores que exportam,especialmente aqueles em que as vendasexternas são preponderantes. É o caso docomplexo soja brasileiro, que vende a outrospaíses cerca de três quartos da produção, sejana forma de grão ou de farelo ou óleo. Otrigo também sofre essa forte influência docâmbio, mas, nesse caso, porque o Brasilimportava mais de 60% do seu cons<strong>um</strong>o.O Gráfico 2 mostra os índices de variaçãodas taxas de câmbio médias anuais de 1999até início de 2005 do euro, do iene (japonês),do won (coreano) e do real em relação aodólar, tendo por base 100 a cotação do ano de1999. Observe-se que, enquanto o dólar sedesvalorizava frente ao euro, ao iene e aowon (inclusive a partir de 2002), o real sedesvalorizou acentuadamente, especialmentedo final de 2002 até 2004 – por efeito dasincertezas da "era Lula", entre outros fatoresmacroeconômicos.Essa desvalorização do real esteve na contramãodo resto do mundo, que vivia o fortalecimentode suas moedas frente ao dólar. Avalorização do real em 2005 é <strong>um</strong>a correçãoda moeda brasileira para níveis mais condizentescom a situação atual do país. Ems<strong>um</strong>a, não é a taxa de câmbio atual que estábaixa, foram as taxas dos anos anteriores queestiveram atipicamente elevadas.Com a moeda mais valorizada, a receitados exportadores (e, neste caso, também ados produtores) cai e, em geral, reduz-setambém a rentabilidade da atividade. Comos preços internos deste ano, é de se esperarque a agricultura brasileira tenha dificuldadeem continuar se expandindo àstaxas observadas dos últimos anos - puxadaspela soja.30 CORREIO 1/05


O que esperar paraos próximos dois outrês anos-safra?Estimativas internacionais indicam a continuidadedo crescimento econômico daChina (7,2% ao ano), da Índia (6,1% ao ano)e da Rússia (4,8% ao ano), por exemplo. Issosignifica que a tendência de médio prazo é decontinuidade do crescimento da demandapor grãos, mas a taxas decrescentes.Dentre os grãos, o trigo é o que tem apresentadomenor variabilidade de cons<strong>um</strong>o, comtendência de crescimento vegetativo nestadécada. As variações ficam por conta da produção,que tende a oscilar pela suscetibilidadeda cultura às condições climáticas.Soja e milho apresentam tanto variabilidadena produção quanto demanda com potencialde crescimento. No caso do milho, há expectativade demanda crescente nos EstadosUnidos, que têm ampliado intensamente aprodução de etanol à base deste grão, mesmoque isso implique subsídios, pois o álcool demilho não tem competitividade frente aoálcool de cana. Essa decisão é focada tantono mercado interno quanto no mundial,tendo em vista o potencial de grande crescimentode demanda deste combustível dianteda tendência de redução de gases poluentes,reforçada pela assinatura do protocolo deKioto por alguns países.Essa demanda crescente não significa preçosem alta para os produtos agropecuários, poisa oferta também tende a crescer. A busca porredução de custos é <strong>um</strong> processo contínuopara o setor agropecuário e deve ser a tônicanos próximos anos, considerando que passamosrecentemente por <strong>um</strong> ciclo de preçoselevados que permitiu muitos investimentose crescimento do setor.Dos países produtores, o Brasil tem o maiorpotencial de a<strong>um</strong>ento da produção tanto pelaárea agricultável quanto pelos ganhos de produtividadeque ainda pode auferir. Alémdisso, o Brasil está entrando na era da biotecnologia,que deve levar a custos menores e amaior produção, evitando pressão de alta dospreços, mas dando espaço para ganhos derentabilidade.Autores: Vania Di Addario Guimarães e JoséRoberto Canziani – pesquisadores da equipe doCEPEA – Centro de Estudos Avançados emEconomia Aplicada da ESALQ/USP e professoresda Universidade Federal do Paraná -graoscepea@esalq.usp.brGráfico 1 – Evolução dos preços médios FOB Paranaguá da soja em grão para embarqueem maio de cada ano, em reais e em dólares por saca (1995 ao primeiro trimestre de 2005).US$ e R$/saca60504030DólarReais20100Anos1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005Fonte: CepeaGráfico2 - Índice das taxas de câmbio médias anuais do Euro, Iene, Won e Real frente ao DólarÍndice (1999 = 100)180160140120100Euro/DólarIene/DólarWon/DólarReal/Dólar8060Anos1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005Fonte: Banco Central (elaboração Cepea)1/05 CORREIO 31


As populações de mosca branca são extremamenteagressivas, apresentam altas taxas dereprodução e migração, alimentam-se de maisde 500 espécies de plantas hospedeiras e,ainda, têm capacidade de desenvolverresistência ao uso inadequado de inseticidas.www.bayercropscience.com.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!