11.07.2015 Views

Os fatos que levaram Cesare Battisti a ser o pivô ... - Comunità italiana

Os fatos que levaram Cesare Battisti a ser o pivô ... - Comunità italiana

Os fatos que levaram Cesare Battisti a ser o pivô ... - Comunità italiana

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COSE NOSTREJulio VanniFUNDADA EM MARÇO DE 1994Diretor-Presidente / Editor:Pietro Domenico Petraglia(RJ23820JP)Diretor: Julio Cezar VanniPublicação Mensal e Produção:Editora Comunità Ltda.Tiragem: 40.000 exemplaresEsta edição foi concluída em:04/02/2009 às 12:30hDistribuição: Brasil e ItáliaRedação e Administração:Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,Centro, RJ CEP: 24030-050Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555e-mail: redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.brSUBEDItora: Sônia Apolináriojornalismo@comunita<strong>italiana</strong>.com.brRedação: Daniele Mengacci;Guilherme Aquino; Nayra Garofle;Sarah Castro; Sílvia Souza;Tatiana Buff; Valquíria Rey;Janaína Cesar; Lisomar SilvaREVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana CoccoProjeto Gráfico e Diagramação:Alberto Carvalhoarte@comunita<strong>italiana</strong>.com.brCAPA: Mehdi Fedouach / AFP PHOTO /AG O GLOBOColaboradores: Luana Dangelo; Giorgiodella Seta; Pietro Polizzo; Venceslao Soligo;Marco Lucchesi; Domenico De Masi;Franco Urani; Fernanda Maranesi; AdroaldoGarani; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci;Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi;Fabio Porta; Fernanda MirandaCorrespondenteS:Guilherme Aquino (Milão);Janaína Cesar (Treviso);Lisomar Silva (Roma);Publicidade:Philippe RosenthalRio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-0181philippe@comunita<strong>italiana</strong>.com.brRepresentanteS:Brasília - Cláudia TherezaC3 Comunicação & MarketingTel: (61) 3347-5981 / (61) 8414-9346claudia.thereza@apis.com.brMinas Gerais - GC Comunicação & MarketingGeraldo Cocolo Jr.Tel: (31) - 3317-7704 / (31) 9978-7636gcocolo@terra.com.brComunitàItaliana está aberta às contribuiçõese pesquisas de estudiosos brasileiros, italianose estrangeiros. <strong>Os</strong> artigos assinados são deinteira responsabilidade de seus autores, sendoassim, não refletem, necessariamente, asopiniões e conceitos da revista.La rivista ComunitàItaliana è aperta aicontributi e alle ricerche di studiosi ed espertibrasiliani, italiani e estranieri. I collaboratorie sprimono, nella massima libertà, personaliopinioni che non riflettono necessariamente ilpensiero della direzione.ISSN 1676-3220Amigos, amigos,<strong>Battisti</strong> à parteNa primeira reunião de pauta de janeiro estávamos decididos quanto à capa destaedição. Seria uma bela mulata mostrando <strong>que</strong> o rebolado brasileiro ultrapassafronteiras em busca do pão de cada dia. Mas o caso <strong>Battisti</strong> bateu a porta. E, o<strong>que</strong> deveria <strong>ser</strong> uma negociação tranquila para a extradição de um criminoso, tornou-seuma trágica novela <strong>que</strong> coloca em risco o bom humor entre italianos e brasileiros.Uma decisão equivocada do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, <strong>que</strong> concedeao terrorista <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> o status de refugiado e faz dele uma valiosa moeda política emtempos de real crise financeira, consegue mobilizar a opinião pública <strong>italiana</strong>. E justamentepor<strong>que</strong> a decisão, surpreendentemente, vem do país o qual tem maiores afinidades. Comodisse o chanceler italiano Franco Frattini, “o Brasil é país amigo da Itália desde sempre,daí a reação de espanto e repulsa”. Nesta edição mostramos a cronologia dos <strong>fatos</strong> e asrazões da revolta dos italianos. Ao privilegiar <strong>Battisti</strong>, Tarso abriu uma grande polêmica efez dele um mártir. Surgem vozes de todos os lados. Contra e a favor. Para o povo itálico,a postura brasileira ofende direitos fundamentais do homem, das famílias das vítimas e dopaís fundador da União Européia, <strong>que</strong> nasceu alicerçada no respeito à pessoa humana.Para situar o leitor, <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>, segundo notas, tem uma ficha nada convencional napolícia <strong>italiana</strong>. Aos 18 anos, em 13 de março de 1972, é preso pela primeira vez por furtoagravado. Dois anos depois, 19 de junho, preso novamente porlesões corporais. Preso ainda em 2 de agosto de 1974 por rapinae seqüestro. Foi denunciado em 25 de outubro do mesmo anopor desfrutar de incapaz para a prática de atos libidinosos. Presoem Udine, em 1977, por rapina. No cárcere udinese, <strong>Battisti</strong>passa a militar no Proletários Armados pelo Comunismo (PAC)e sua primeira ação é assassinar Antonio Santoro, carcereiro.Atingido nas costas por <strong>Battisti</strong>, Santoro deixa mulher e três filhos.Outros três assassinatos levam à condenação de <strong>Battisti</strong>, julgadoà revelia. Do joalheiro Pierluigi Torreggiani e do açougueiroLino Sabbadin (ambos em nome de “expropriação proletária”).Dois meses depois da morte do agente penitenciário AndreaCampagna pelo PAC, <strong>Battisti</strong> é preso em Milão, mas foge apósum ata<strong>que</strong> terrorista ao cárcere de Frosinone.Antes de chegar ao Brasil, ele fugiu para a França, viveuPietro PetragliaEditorno México e voltou à França, de onde fugiu ao saber <strong>que</strong> <strong>ser</strong>ia extraditado.Agora, está prestes a caminhar livremente pelo território brasileiro com status derefugiado político.Essa atitude do governo brasileiro vem sendo contestada não só pelos italianos, maspela opinião pública internacional. Intelectuais e sindicalistas da Europa, <strong>que</strong> chamavamcom admiração o presidente Lula de “presidente operário”, falam até em manobrapopulista ao “estilo Chávez”. O influente jornal britânico The Economist publicou matériaem <strong>que</strong> cita o Brasil como um lugar atrativo para criminosos e afirmou <strong>que</strong> as razões dopaís para defender <strong>Battisti</strong> são infundadas.Por outro lado, defensores do gesto de Tarso Genro evocam a soberania brasileiraao dizer <strong>que</strong> não pode a Itália cobrar ostensivamente por fazer justiça em seu território.Mas essa nos parece mais uma afirmação com um tanto de complexo de inferioridade, o<strong>que</strong> não faz jus à nossa pátria Brasil. Não podemos deixar <strong>que</strong> uma atitude ideológica nostorne coniventes com assassinos. A Corte Européia de Direitos Humanos (de Estrasburgo)validou de modo in<strong>que</strong>stionável a condenação de <strong>Battisti</strong> pelos seus crimes por decisãounânime. Não compete a um ministro contestar a sentença passada em julgado dotribunal de outro país democrático.De certo, sabemos <strong>que</strong> depois dessa catástrofe diplomática <strong>que</strong>m ganha é <strong>Battisti</strong>,<strong>que</strong> recebe imensa notoriedade e vende muitos livros.Agora é esperar <strong>que</strong> o bom senso prevaleça e não deixar <strong>que</strong> políticos italianos ebrasileiros estraguem a relação histórica desses dois povos, <strong>que</strong> vai além da camaradagem:Passa pelas veias de cidadãos como a própria Sra. Marisa Letícia Rocco Casa, maisconhecida como Dona Marisa Letícia Lula da Silva.editorialEntretenimento com cultura e informaçãoValentino paga multaOestilista italiano Valentino terá <strong>que</strong> pagar ao fisco daItália uma multa de 33 milhões de euros (43,8 milhõesde dólares), por evasão fiscal. O costureiro, assim como seusócio Giancarlo Giammetti, multado em 22 milhões de euros(29,2 milhões de dólares), são alguns dos nomes conhecidos<strong>que</strong> o fisco italiano inclui dentro de uma campanha deinvestigação a personagens populares da Itália. Segundo osinvestigadores fiscais, Valentino e o sócio evadiram o pagamentode impostos à Itália ao terem fixado uma residência“fictícia” em Londres.Cavallicria ClubOestilista italiano RobertoCavalli inaugurouo restaurante e bar CavalliClub construído dentro daantiga igreja de Santa Mariade Carmine, no centro históricode Florença. O lugaroferece culinária moderna ediversão, com pista de dança,espetáculos e música.Cavalli disse <strong>que</strong> “quis darum presente para Florença”,sua cidade natal. O arquitetodo empreendimento, ItaloRosa, é também o autor doprojeto do Just Cavalli, emMilão. Estão previstas inauguraçõesde outros estabelecimentosda grife em Milão,Dubai e Nova York.GP da discórdiaApossível realização de um Grande Prêmio de Fórmula-1 em um circuitourbano na cidade de Roma criou muita polêmica em toda a Itália.A ideia do ex-piloto de Superbike, Maurizio Flammini, foi “comprada” peloprefeito Giovanni Alemanno. A intenção é <strong>que</strong> a cidade entre no calendárioda F-1, a partir de 2011. Atualmente, a categoria tem três corridas emcircuitos de rua (Monte Carlo, Valência e Cingapura). Entretanto, o fato dea Itália já ter um grande prêmio pode <strong>ser</strong> um obstáculo nas pretensões deRoma. Luca Cordero di Montezemolo, presidente da Fiat e da Ferrari, afirmou<strong>que</strong> uma prova da F-1 em Roma é “absolutamente impensável”.Vôlei coloridoUma ideia na Itália pode mudar a forma com <strong>que</strong> o público,árbitros, técnicos e jogadores assistem aos jogos de vôlei. ALiga Italiana inspirou a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) aestudar a implantação de quadras para distinguir as zonas de defesae ata<strong>que</strong>. A medida foi aplicada no All-Star Game da Liga masculina<strong>italiana</strong> de vôlei, em novembro passado, utilizando as coresda bandeira nacional. Uma reunião entre FIVB com a Comissão deTelevisão e Novas Mídias da entidade aprovou a iniciativa.Proibidos!Acidade de Lucca, na Toscana (centro da Itália), vai proibir a aberturade restaurantes étnicos. O objetivo é resguardar a tradição culinária daregião. É o <strong>que</strong> diz um regulamento aprovado no mês passado, pelo governomunicipal para bares e restaurantes. O documento diz ainda <strong>que</strong>, ao menosum dos pratos do cardápio deverá <strong>ser</strong> típico de Lucca e preparado exclusivamentecom produtos da província. A normativa também enquadra a arquiteturae decoração dos locais, fazendo referência à vestimenta e conhecimento deidiomas do pessoal de <strong>ser</strong>viço. Também <strong>ser</strong>á de responsabilidade do titular dolocal <strong>que</strong> os clientes não se sentem nas escadarias dos monumentos, lugaresde culto ou de interesse histórico-artístico, ou em áreas públicas em geral.Mau gosto – Outro incidente contribuiu para acirrar os ânimosentre brasileiros e italianos neste início de ano. A grife <strong>italiana</strong>Relish divulgou campanha com fotos feitas em Ipanema para suacoleção primavera/verão. O material veiculado em outdoors na cidadede Nápoles, mostra modelos sendo revistadas por policiais, <strong>que</strong> usamfardas semelhantes às da Polícia Militar do Rio de Janeiro, de formaabusiva. A imagem circulou na internet e em um site de relacionamentosmulheres reclamaram da propaganda. Em nota, a empresa sedesculpou informando “<strong>que</strong> não teve intenção de transformar as fotosem um incidente diplomático e nem representar a mulher como objeto”.A Relish disse <strong>que</strong> se inspirou no filme Thelma e Louise.Rio bem na telaDivulgaçãoPronta parao carnavalVeneza transformará partede sua Praça São Marcosnum jardim renascentistapara o carnaval. Cerca dequatro mil plantas vão criarum jardim com acesso limitadoàs pessoas <strong>que</strong> tenhammáscaras e aonde se chegapor seus arbustos e caminhossinuosos. As festas decarnaval vão incluir desfiles,concertos, exposições de arte,exposições gastronômicase obras teatrais, incluindouma leitura de Dario Foe um concurso de beleza detransformistas. <strong>Os</strong> organizadoresesperam receber entre800 mil e um milhão de visitantespara o carnaval.Lançado no dia 19 de dezembro, o filme Natale a Rio arrecadou 23,7milhões de dólares, tornando-se a maior bilheteria da Itália em2008. O sucesso era esperado, conforme revelou à Comunità o produtorLuigi De Laurentiis, em reportagem publicada em novembro. A comédiasuperou as bilheterias de Madagascar 2 e Kung Fu Panda. É o oitavo filmede uma série produzida pela Filmauro, tendo no elenco Christian DeSica, filho do cineasta e ator Vittorio De Sica.Rapidinhas● Morreu Giorgio Mondadori.Editor, ele comandou entre osanos de 1968 e 1976 o grupoeditorial fundado pelo pai e foium dos criadores do jornal LaRepubblica. Aos 91 anos, na cidadede Figline Valdarno, próximoa Florença.● O magnata italiano FabrizioPoliti está noivo da cantora GeriHalliwell, ex-Spice Girl. O casalestá junto há dois meses ese conheceu em dezembro, emuma boate em Florença.● Sergio Cabral, governador doRio de Janeiro, esteve em Davos(Suiça) para o 39º Fórum EconômicoMundial. Disse <strong>que</strong> fariaum cho<strong>que</strong> de urbanismo no Riopara as Olímpiadas de 2016.8 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 9


OpinioneFranco UraniOpinioneEzio Maranesieziomaranesi@terra.com.brÈindubbio che il Brasile hafatto nell’ultimo decenniopassi tecnologici giganteschinei settori industriale,informatico, comunicazione, agricoltura,allevamenti e si accingead affrontare con impegno la costruzionedelle nuove opere di infrastrutturaindispensabili per gliulteriori sviluppi del Paese.Esistono tuttavia alcuni problemiancora insoluti, e cioè:● <strong>que</strong>llo immenso della costruzionepopolare con la sistemazionedegli attuali faveladose popolazione marginalizzata;● e <strong>que</strong>llo minore – ma particolarmentedoloroso e umanamenteinammissibile – deibraccianti agricoli, vergognosamentesfruttati con residuidi mentalità schiavista nei raccoltidella canna da zucchero e– secondariamente – in <strong>que</strong>llidel caffè, cotone, arance.Detti braccianti sono popolarmentedenominati BOIAS-FRIAS, in quanto portano con séi portavivande con l’alimentazionegiornaliera che viene consumatafredda, in un’interruzionedi non più di mezz’ora dellaloro faticosissima giornata dilavoro di, mediamente, 12 ore.I boias-frias sono lavoratoriagricoli che lavorano periodicamentenei raccolti (e talvoltapiantagioni, specie nel casodella canna da zucchero) perun periodo valutabile di 6 mesiall’anno e che non possiedonoterre loro, o – ben che vada– minimi appezzamenti perla sopravvivenza. Le organizzazionipadronali (o terziarie) lireclutano nelle loro mi<strong>ser</strong>e residenze,per lo più nell’internonordestino e li trasportano, inIl problema dei“boias-frias”condizioni precarie ed insicure,su vecchi e scassati autocarrifino alle varie destinazioni. Laretribuzione è scarsa e vincolataal risultato giornaliero dellavoro (ad esempio, nel casodella canna, ogni boia-fria dovrebbetagliare giornalmente un15 ton.), di norma non esistonoassicurazioni, assistenza sociale,sistemazioni decenti e spessoil costo dell’ alimentazione,abitazione, trasporto vienescontato dal datore di lavoro.Si può quindi valutare che, alnetto delle ritenute un efficientebracciante possa intascarel’equivalente di un salario minimo,e cioè un R$ 400,00 al meseper circa 6 mesi all’anno.L’operazione veramente infernaleè costituita dal tagliodella canna da zucchero. Essaè preceduta dall’incendio dellacoltivazione che agevola il tagliomanuale e diminuisce lepossibilità di ferirsi con le foglietaglienti. Peraltro, il bracciantelavora in un ambientemalsano saturo di carbonio,con il corpo protetto da stracciper evitare ferite e con una faticabestiale, con conseguenti<strong>ser</strong>i problemi di salute che colpisconogeneralmente polmoni,colonna vertebrale, piedi,mani, tendini, valutandosi unconseguente sensibile accorciamentomedio della vita di un10/15 anni.I lavori complementari delsemestre, e cioè la raccolta delcaffè, cotone ed eventualmentearance sono certamente piùagevoli, anche se si richiedonoelevati risultati per raggiungerela mi<strong>ser</strong>a retribuzione netta diun R$ 400,00 al mese.Si valuta che i boias-friasammontano attualmente ad unmilione o poco meno, in prevalenzaprovenienti dal nord-est eche i fazendeiros che più ne usufruisconosono localizzati negliStati di S. Paolo, Paranà, MinasGerais, Goias, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul ed Alagoas.Il problema è certamenteoggetto di attenzione da partedel Governo Lula (e recentementevi sono stati alcuni interventiin loco della Polizia Federale),anche perché tende ad aggravarsicon l’estensione dellecoltivazioni di canna da zuccheroper la produzione di etanolo.Inoltre, pesanti denunce – checerto non giovano all’immaginedel Brasile – vengono fatteall’estero,come ho potuto verificarerecentemente sul quotidianoLA STAMPA di Torino (articolodel 2.01.09 del corrispondentePaolo Manzo) ed alcuni mesi fain conferenze del noto Frei Bettoin varie parti d’Italia.Ci chiediamo come mai ilBrasile – che ha applicato conrapidità sorprendente le tecnologieagricole mondialmente piùavanzate – tolleri ancora <strong>que</strong>stisfruttamenti disumani. Gli amicidella FIAT (NEW HOLLAND), chepossiedono due moderne fabbrichedi mietitrebbie in Rio Grandedo Sul e San Paolo, ci dicono chein vari Paesi (specialmente Australiae perfino Cuba), il tagliodella canna è stato prevalentementemeccanizzato e quindi– se vi fosse la richiesta – nonavrebbero difficoltà a fabbricarein Brasile – maggiore produttoremondiale – macchine per il tagliodella canna, con razionalizzazionedei raccolti ed economiesensibili nel medio termine.La produzione specifica nonè ancora decollata in terminisensibili per motivi che forse sipossono così identificare:● I boias-frias sono costituitida manodopera di costo infimoche poco incentiva il passaggioalla meccanizzazione;non hanno alcuna preparazioneprofessionale oltre all’accanitolavoro manuale, sono spessoanalfabeti e se doves<strong>ser</strong>o es<strong>ser</strong>esostituiti dalle macchine, verrebberoprobabilmente emarginati– e si tratterebbe di circaun milione di capi famiglia;● Oltre alla meccanizzazionedella raccolta della canna dazucchero, dovrebbe prevedersi<strong>que</strong>lla della raccolta del caffèe cotone con moderne macchineaspiratrici già in largo usointernazionale, dato che oraè prevalentemente manuale inBrasile in quanto complementare,per i boias-frias, a <strong>que</strong>lladella canna.● Si tratterebbe nel complessodi ingenti finanziamentiche lo Stato e le Banche dovrebberoprevedere per gli agricoltori(o imprenditori nel casodi piccole/medie proprietà)per l’acquisto delle macchine daraccolta, e certo l’attuale periodonon è favorevole a <strong>que</strong>sto tipodi operazioni.Ritengo comun<strong>que</strong> che itempi maturino, sia pure gradualmente,per una soddisfacentesoluzione del problema,dovendo peraltro il Governo Federaleintervenire fin d’ora – condecisione e mezzi appropriati –per normalizzare il lavoro manualein termini contrattuali,umani e retributivi.E nonchiamiamolipapponiNon è colpa loro se lo Stato li manda a spasso gratisIl fatto è noto. Comunità ne hagià parlato. Arrivati da tutto ilmondo, 414 giovani, italianie oriundi, con viaggio, alloggioe “argent de poche” pagati dalcontribuente, hanno partecipato aRoma alla Conferenza dei GiovaniItaliani nel Mondo. Il quotidiano“Libero” li ha definiti “papponi diimportazione”. Il direttore Feltri èun giornalista dissacrante e provocatore.Non ha gradito che l’Italiaabbia speso un paio di milioni dieuro per un evento inutile. Lo Zingarellidefinisce pappone il mangiatorea sbafo o il protettore diprostitute. Conveniamo che l’epitetoè troppo forte e i nostri baldigiovani non se lo meritano.Ancheperché non hanno colpa alcuna: loStato offre loro una bella vacanzagratis a Roma e loro festeggianoe ringraziano. L’evento si è svoltopresso la FAO, l’ente che si occupadella fame nel mondo. È malafedeassociare la scelta della sede conla fame e la sete di conoscenza deinostri giovani turisti. Contro l’articolodi “Libero” abbiamo letto leproteste, ovviamente ‘vibranti’, dienti e persone che si occupano diemigrazione e di italiani emigrati.Alcuni l’hanno messa in chiave addiritturarazzista: gli italiani d’Italiasono ormai insofferenti quandosentono parlare di immigrazione,di romeni, di africani, e dei lorofratelli emigrati. E si chiedono:cosa vogliono costoro da noi? Parlaredi razzismo nel nostro caso éuna forzatura. Parlo spesso congli italiani d’Italia, e a me sembrache in Italia siano interessatissimia tante cose, <strong>ser</strong>ie e meno <strong>ser</strong>ie,alla disoccupazione, ai precari, aimusulmani, a Kaká, all’isola deifamosi, ma non certo agli italianiall’estero. Semplicemente noi nonesistiamo nel loro universo. Ed èbene che sia cosí, perché noi nondobbiamo es<strong>ser</strong>e attaccati ai pantalonidi nostro nonno: siamo venutiqui per costrurci la nostra vitae, chi più chi meno, ce l’abbiamofatta. Noi dobbiamo chiedereall’Italia, anzi pretendere, che isuoi uffici all’estero, i Consolati,funzionino bene e ci diano <strong>ser</strong>viziefficienti. Niente altro. Noi nondobbiamo nulla agli italiani d’Italiae loro non ci devono nulla. Loronon ci vedono come una ‘risorsa’,la famosa risorsa di cui tantosi sente parlare e che non portaalcun risultato concreto.Però, a ben vedere, siamoun’ottima risorsa per gli italianiche si occupano dell’industriadell’emigrato. Difficile dire quantisiano. Cominciamo con gli inutili18, i parlamentari d’oro chepensano di rappresentarci a Roma.Ho letto circa un mese faun articolo del senatore Guzzanti,giornalista di razza, che gridavala sua frustrazione perché sirendeva conto che la sua partecipazionealla vita parlamentareera assolutamente inutile. Le decisionipolitiche, sosteneva, nonsi prendono in Parlamento. Se ilveterano Guzzanti dice <strong>que</strong>ste cose,cosa possono contare i nostriinesperti rappresentanti? Vi sonopoi le associazioni regionali, allequali arriva danaro pubblico. Poco,in verità, e <strong>que</strong>l poco si fermain Italia presso le loro casemadri.L’associazionismo da noilangue perché l’amore per la nostraterra è cosa che ciascuno dinoi vive intimamente, senza burocraziané cerimonie, ma ancheperché non è sostenuto con soldi.Aggiungiamo i progetti di formazione,e tutti sanno quanto sianocari e inefficaci. Essi <strong>ser</strong>vono amantenere i soliti noti enti italianiche li organizzano. Che dire poidelle missioni? Regioni e comunine organizzano centinaia ogni anno;ne sono venute molte anchein Brasile e non ho mai avuto notiziadi risultati concreti. Nel discorsoiniziale, di solito l’assessore-capodelegazione proclama chela missione intende saldare vieppiùi vincoli tra la Sicilia (o Piemonte,Molise, ecc...) e i suoi figliemigrati. A forza di saldare, dopodecine di anni e di missioni, i vincolidovrebbero es<strong>ser</strong>e cementati.Al contrario, madre e figli sonosempre più lontani.L’emigrazione <strong>italiana</strong> di fine‘800 è stata una epopea drammatica,dolorosa e eroica. Quandose ne parla, cosí come quando siparla di emigrati e oriundi, demagogia,retorica e luoghi comunisono d’obbligo. I nostri giovaniitaliani invitati a Roma possonoavere tutta la nostra simpatia,ma hanno prodotto solo chiacchiere.Né potevano produrre dipiù. Quindi non stupiamoci troppose qualcuno, in Italia, desiderache i soldi dei contribuenti sianospesi meglio.12C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009


negóciosFotos: Claudio CammarotaPedrasno sapatoEm São Paulo, comitiva de empresários italianos participa da36ª Couromoda e inicia lobby pelo fim de barreiras tarifáriasbrasileiras <strong>que</strong> dificultam a venda de seus calçados no paísDe olho no mercado consumidorbrasileiro, a Associaçãoda Indústria deCalçados da Itália (ANCI)“bateu pé”. Em 2009, a meta dogrupo é zerar a alíquota de importaçãodo setor tanto no Brasilquanto no Mercosul. É o própriopresidente da ANCI, Vito Artioli,<strong>que</strong>m admite <strong>que</strong> o “caminho dasalvação” passa pela “superação”de barreiras burocráticas e tarifáriasjunto à Organização Mundialdo Comércio.Tat i a n a Bu f fCorrespondente • São PauloO presidente Lula ganhou um par de sapatos Artioli das mãos de seu criadorJeferson Bernardes/ Fábio Castro— O discurso político é necessárioe estratégico, porém,pouco explicitado em um cenáriode crise econômica no qual ospróprios economistas estão desorientados.Ainda não há diagnósticopara a doença, de modo<strong>que</strong> ainda não vemos remédiopara essa globalização com poucasregras <strong>que</strong> não são ob<strong>ser</strong>vadas.Isso não pode continuar —defende Artioli, durante sua passagempelo Brasil, mês passado,para participar 36ª Couromoda –Feira Internacional de Calçados,Artigos Esportivos e Arte<strong>fatos</strong> deCouro, realizada em São Paulo.Artioli defendeu suas propostasem encontro com o presidentebrasileiro Luiz Inácio Lulada Silva, <strong>que</strong> participou da aberturado evento. Na ocasião, Lularecebeu de presente, do próprioArtioli, um par de calçadosde sua grife, <strong>que</strong> costumam <strong>ser</strong>vistos nos pés de ricos e famososem todo o mundo. O italianosabe <strong>que</strong> ainda tem um longocaminho a trilhar até alcançar oobjetivo do grupo. Afinal, segundoele mesmo admite, “em umareunião de poucos minutos nãose pode resolver nada ou obtergrandes resultados”:— Estamos aguardando.Acredito na vontade e na perseverança,sinto <strong>que</strong> o presidenteouviu nossa idéia com simpatiae interesse — diz Artioli, <strong>que</strong>também é presidente da Micam,maior feira mundial do setor calçadista,realizada duas vezes porano, em Milão - de 4 a 7 de marçoe de 16 a 19 de setembro.De acordo com o titular daANCI, além da alíquota de 35%de importação da União Européia,<strong>que</strong> afasta novos compradoresbrasileiros, os fabricantesitalianos de calçados são oneradoscom os custos de seguroscontra furto e roubo, transportee logística no Brasil. Com as regrasatuais, os calçados italianosficam restritos ao mercado de altoluxo, na América do Sul. Semas barreiras alfandegárias, essesprodutos terão preços mais competitivose, portanto, alcançarãouma maior fatia do mercado.Artioli informa <strong>que</strong> para o Brasilvender à União Européia, a taxacobrada é de 8%.Segundo dados da ANCI, asexportações <strong>italiana</strong>s de calçadosao Brasil cresceram 15,4% em2007, chegando a um valor totalde 5 milhões de euros. Nosprimeiros oito meses de 2008 foramvendidos 4,3 milhões de eurosem sapatos italianos ao Brasil,um aumento de 35,4% sobreo mesmo período de 2007.— Não excluímos a possibilidadedas empresas <strong>italiana</strong>s escolheremo Brasil como sede deprodução se um acordo bilateralfor viabilizado, mesmo por<strong>que</strong>,muitas já se deslocaram para aChina. No Brasil, estamos maispróximos do mercado norte-americanoe dentro do sul-americano— afirma Artioli.Na verdade, ele é um ferrenhocrítico desse “made in Italy”feito na China. No ano passado,também durante sua participaçãona Couromoda, Artioli já sinalizara<strong>que</strong> o setor calçadistaBalançoGiovanni Sacchi, Gianfranco Di Natali, Vito Artioli,Alberto Scaccioni, Fabio Aromaticiitaliano estava preocupado comas falsificações “<strong>que</strong> confundemo consumidor”, mas não apenasisso. A grande <strong>que</strong>stão estavarelacionada com sapatos <strong>ser</strong>emde grifes <strong>italiana</strong>s, mas feitos,de fato, na China. O empresáriodefende <strong>que</strong> o “cliente temo direito de saber <strong>que</strong> o designé italiano e a fabricação asiática”.Por isso, desde a<strong>que</strong>la época,ele luta pela implantação doCertificado de Origem dos calçadosna UE, para descontentamentode vários empresáriositalianos do setor.— Não se <strong>que</strong>r restringir aoportunidade dos industriais deproduzirem onde qui<strong>ser</strong>em. Estaé uma decisão de caráter individual.No entanto, o consumidordeseja saber onde é fabricado osapato <strong>que</strong> está comprando, comtodas as implicações sociais, políticase ambientais decorrentesdisso — defende o italiano, <strong>que</strong>sempre elogia a boa qualidade docouro brasileiro.Segundo o presidente da Couromoda,Francisco Santos, o volume de negóciosse manteve próximo ao da edição passada.A visitação, porém, diminuiu em tornode 10% em relação a 2008, com 65 milprofissionais registrados. Na sua avaliação,<strong>que</strong>m decide as compras no mercadointerno e em toda a América Latina marcoupresença no evento. Isso, para ele, significouuma “visitação mais qualificada”.Cerca de 30 mil representantes comerciais eempresários percorreram a feira, ao longo dos seus quatro dias. Aotodo, participaram 1,2 mil expositores nos quatro dias <strong>que</strong> exibirammais de 3 mil marcas de calçados e acessórios. A expectativa dosorganizadores é <strong>que</strong> a feira resulte na movimentação de 6 bilhõesde reais para o setor ainda no primeiro semestre de 2009.Nas vitrinesAposta comum entre as tendências outono-inverno, o xadreztomou todas as fichas dos estilistas e fabricantes: colorido,metalizado, em verniz, com acessórios ou simplesmente destacado.As padronagens quadriculadasinglesas e estampas piedde-pouleforam “repaginadas” eestavam presentes de nove entredez vitrines dos expositores.As cores predominantes da 36ªedição da feira variaram em diversostons terrosos – do café,pinhão, tabaco e telha ao bege,sem dispensar o preto básico,além do lilás – <strong>que</strong> parece <strong>ser</strong>um “hit” das coleções -, cinza,azul e vermelho. Voltam o saltoalto finíssimo, as fivelas gigantes,as franjas do estilo folk ecowboy chic e scarpins de váriosestilos. Para alívio de algumas,mocassins elegantes e discretos,sem salto, também recebem licençade retorno em cores fortesou em couro batido, verniz,camurça e pêlos.Traje completoPela primeira vez, a Couromoda<strong>ser</strong>viu de vitrine não apenas parasapatos e bolsas, mas também pararoupas. Isso por<strong>que</strong> a edição desteano contou com a participaçãode uma missão empresarial <strong>italiana</strong>ligada ao setor têxtil. Sim, elestambém estão de olho no nossogrande mercado consumidor. Paraisso, vieram ao Brasil representantesdo Sistema Moda Itália (SMI),Federação Têxtil e Moda - com representaçõesem Milão e Shangai,na China - e o Ente Moda Itália -com sede em Florença.De acordo com o diretor geraldo SMI, Gianfranco Di Natale,a instituição congrega 2,5 milempresas. Ele informa <strong>que</strong> a Itáliamovimenta 54 bilhões de euros,anualmente, no setor. Issosignifica <strong>que</strong>, de cada 100 eurosproduzidos pela indústria têxtilda União Européia com seus 27países, 25 euros, vêm da Itália.Além disso, ob<strong>ser</strong>va Di Natale, opaís é o segundo maior exportadordo mundo, após a China.— Ainda exportamos muitopouco para o Brasil, embora aquijá se encontrem grifes de renomeinternacional. De um modo geral,ainda não somos conhecidos nomercado sul-americano e precisamosdesenvolver formas de distribuição— afirma Di Natale.Daigo Oliva/G1Um dos modelos mais caros dafeira era italiano: 2 mil euros(cerca de 6 mil reais), cravejadode pedras do fabricanteGianmarco Lorenzi. No <strong>que</strong>sitooriginalidade, ganhou o fabricantebrasileiro Francajel e seu modelocom abridor de garrafasPara o diretor executivo doEMI, Alberto Scaccioni, o Brasil“não é para principiantes”. Segundoele, os empresários italianostêm muito a aprender com “acapacidade brasileira de superarsituações adversas com criatividade,flexibilidade e ecletismo”:— Entre os emergentes dobloco BRIC (Brasil, Rússia, Índiae China), sentimos grande afinidadecom o Brasil. Com esta naçãopretendemos promover o intercâmbiocultural e de modelos.Ao todo, participaram da 36ªCouromoda 25 marcas <strong>italiana</strong>sde calçados e 12 de confecções.O grupo de calçadistas italianosabrange 70% do faturamento dapenínsula. Na feira brasileira,estiveram representadas as grifesAldo Brué, Artioli, Bruno Magli,Pepe, Fratelli Rossetti, MarinoFabiani, Pakerson, Ballin, Ego,Leopoldo Rimondi, Aquilano Rimondi,Attiva, Anna Sui, AlbertoGozzi, Gianmarco Lorenzi, LucianoPadovan, Iris, Brunate, ConsorzioVigevano Export (<strong>que</strong> reúne56 empresas), <strong>Cesare</strong> Martinoli,Speroni, Sultana e RenatoCenedella. Dentre as confecções,vieram Stone Island, PignatelliPap, Caporea, I Pinco Pallino1950, Mac’s, Bresciani, Marly’s,Imelde & Stefano Cavalleri e AlfredoPria 1824.16 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 17


capaDe <strong>que</strong>m è oproblema?Di chi è il problema?Seu passe é disputado com paixão e ódio <strong>que</strong> há mês abala as relações diplomáticas entre Brasil e ItáliaSuo cartellino, disputato con passione e odio, da un mese intacca le relazioni diplomatiche tra Brasile e ItaliaJa n a í n a César e Nay r a Garofle<strong>Cesare</strong><strong>Battisti</strong>Enquanto o governo italiano preparava a viagemdo primeiro-ministro Silvio Berlusconiao Brasil, uma bomba estourou nas relaçõesdiplomáticas entre os dois países. Essabomba chama-se <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>. A visita oficialestá prevista para o dia 4 de março, mas chegoua falar-se em suspensão, o <strong>que</strong> foi desmentidoem seguida. Essa data coincide com a data previstapelo presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), ministro Gilmar Mendes, para o fim do julgamentodo caso pela Corte.A explosão diplomática foi detonada pelo ministrobrasileiro da Justiça, Tarso Genro, <strong>que</strong> concedeurefúgio político ao ex-ativista italiano deextrema es<strong>que</strong>rda. <strong>Battisti</strong> foi condenado à prisãoperpétua em seu país, acusado de ter cometidoquatro homicídios, entre 1977 e 1979, época em<strong>que</strong> atuava como militante político. Preso no Brasildesde 2007, o governo italiano pede sua extradição.Com a decisão de Genro, o italiano tende a<strong>ser</strong> solto, pois a legislação brasileira não permite<strong>que</strong> um refugiado político seja extraditado.Da Itália, choveram protestos. Começou comuma carta do presidente da República, Giorgio Na-Ministro das Relações Internacionais, Franco FrattiniMinistro degli Affari Esteri, Franco FrattiniMentre il governo italiano preparava ilviaggio del premier Silvio Berlusconiin Brasile, è scoppiata una bombanelle relazioni diplomatiche tra i duepaesi. Questa bomba si chiama <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>. Lavisita ufficiale è prevista per il 4 marzo, ma si èaddirittura parlato di una sospensione, poi smentita.Questa data coincide con la data prevista dalpresidente del Supremo Tribunal Federal (STF), ministroGilmar Mendes, per il termine del processodel caso da parte della Corte.L’esplosione diplomatica è stata azionata dalministro brasiliano di Justiça, Tarso Genro, che haconcesso rifugio politico all’ex attivista italiano diestrema sinistra. <strong>Battisti</strong> è stato condannato all’ergastolonel suo paese, accusato di aver commessoquattro omicidi, tra il 1977 e il 1979, epoca in cuiera militante politico. Arrestato in Brasile dal 2007,il governo italiano chiede la sua estradizione. Con ladecisione di Genro, l’italiano potrebbe es<strong>ser</strong>e messoin libertà, visto che la legislazione brasiliana nonpermette che un rifugiato politico sia estradato.Dall’Italia sono piovute proteste. Sono cominciatecon una lettera del presidente della Re-Lula e Napolitano: troca de cartasLula e Napolitano: scambio di lettere18 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 19


capaLinha do tempo1954 – <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> nasceem Cisterna Latina, no Lazio.Sua família era de condiçõesmodestas. Em casa, havia duas“correntes”: comunista e católica.1968/década de 1970 – Anosde Chumbo - Tudo começou coma ocupação da UniversidadeCatólica de Milão pelosestudantes, contra o aumento dataxa universitária. Logo, todas asuniversidades e escolas do paíscopiaram o gesto. A situação seagravou em dezembro de 1969quando uma bomba explodiu noBanco Nacional da Agricultura,de Milão. A partir dessa data, osangue se espalhou pelas ruas dopaís. A extrema es<strong>que</strong>rda formougrupos como Brigate Rosse,Proletari Armati per il Comunisnoe Gruppi di azione Partigiana.Já a direita criou o Nuclei armatirivoluzionari. Vários crimesforam cometidos nessa épocacomo seqüestros e assaltos parafinanciar a guerrilha.13 de março de 1972 –<strong>Battisti</strong> é preso pela primeiravez por furto agravado.19 de junho de 1974 – Presonovamente por lesões pessoaisagravadas. Preso ainda em 2 deagosto por rapina agravada ese<strong>que</strong>stro. Em 25 de outubro domesmo ano, é denunciado pordesfrutamento de incapaz (pordebilidade mental ou menoridade)para a prática de atos libidinosos.1977 – <strong>Battisti</strong> é preso em Udine,por assalto. No cárcere, conheceArrigo Cavallina <strong>que</strong> o doutrinaO embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise, se reúne como presidente do STF, Gilmar MendesL’ambasciatore d’Italia in Brasile, Michele Valensise, si riuniscecon il presidente del STF, Gilmar MendesDecisão brasileira é assuntona mídia internacionalDecisione brasiliana è tema neimedia internazionalipubblica, Giorgio Napolitano,scritta al collegaLuiz Inácio Lula da Silva,e sono sfociate conla chiamata, alla fine digennaio, dell’ambasciatoreitaliano in Brasile,Michele Valensise, affinchétornasse nel suopaese “per fornire chiarimentisul caso”. Nelmondo diplomatico <strong>que</strong>stamisura è considera-Tarso Genrota una grave protesta.Anche l’ambasciatore brasiliano in Italia, AdhemarGabriel Bahadian, è stato convocato per dare spiegazionidal ministro degli Affari Esteri, Franco Frattini.Il governo italiano ha contrattato l’avvocatobrasiliano Nabor Bulhões per difendere i suoi interessiin Brasile.È probabile che il governo non avesse previstouna così ampia reazione contro la decisione di Genroin rapporto a <strong>Battisti</strong>. Anche perché prima di lui,tre italiani sono sfuggiti dall’estradizione da partedel governo brasiliano. Tutti vivono liberamente da<strong>que</strong>ste parti.Secondo il deputato italo-brasiliano Fabio Porta,la decisione di non concedere l’estradizione èstata “equivocata e precipitata”. Porta si è dichiaratodisponibile a impegnarsi per evitare che il casoGustavo Miranda / Agência O Globopolitano, para o seu colegaLuiz Inácio Lula da Silva.Culminou com a convocação,no final de janeiro,do embaixador da Itália noBrasil, Michele Valensise,para <strong>que</strong> voltasse ao seupaís “para prestar esclarecimentossobre o caso”.Nos meios diplomáticos,essa medida é consideradaum protesto grave. O embaixadorbrasileiro na Itália,Adhemar Gabriel Bahadian,também foi convocadoa dar explicações peloministro das Relações Internacionais,Franco Frattini.O governo italianocontratou o advogado brasileiro Nabor Bulhões paradefender seus interesses, no Brasil.É possível <strong>que</strong> o governo brasileiro não tivesseprevisto o tamanho da reação contra a decisãode Genro em relação a <strong>Battisti</strong>. Até por<strong>que</strong>, antesdele, três italianos se livraram de <strong>ser</strong> extraditadospelo governo brasileiro. Todos vivem livrementepor aqui.Na opinião do deputado ítalo-brasileiro FabioPorta, a decisão em não conceder a extradição foi“equivocada e precipitada”. Ele se declarou dispostoa se empenhar para evitar <strong>que</strong> o caso gere umacrise profunda nas relações entre Brasil e Itália“<strong>que</strong>, neste momento, não <strong>ser</strong>viria a qual<strong>que</strong>r umdos dois países”.Com sua decisão, Genro conseguiu unir todas astendências políticas <strong>italiana</strong>s e gerar uma forte mobilizaçãoda opinião pública internacional. WalterVeltroni, líder do maior partido de es<strong>que</strong>rda italiano(Pardido Democrático) de oposição ao governo SílvioBerlusconi, conseguiu aprovação de uma moçãoparlamentar contra o Brasil. Piero Fassino, tambémdo PD, afirmou <strong>que</strong> “existe uma idéia errada sobrecrimes políticos e quando se assassina um homem écorreto <strong>que</strong> se pague”.A Itália não aceita o “perdão” a <strong>Battisti</strong> por<strong>que</strong>,na época em <strong>que</strong> os crimes foram cometidos, o paísvivia numa democracia. <strong>Os</strong> direitos constitucionais eos direitos civis eram respeitados e não se consideracrime político assassinatos em democracias. Assim,revoltou ainda mais o país as consideraçõesde Genro, para justificar suadecisão, de <strong>que</strong> a Itália não é democráticae <strong>que</strong> se <strong>Battisti</strong> voltasse aopaís poderia <strong>ser</strong> morto.No mundo todo, a decisão tambémfoi criticada. Uma das críticasmais ferozes partiu do jornal inglêsThe Economist. Muitos dos críticosapontaram motivação partidária eideológica como justificativa parauma decisão <strong>que</strong> passou por cimada recomendação do Itamaratye do Comitê Nacional para osRefugiados (Conare). O caso rendeuum desgaste internacional deLula. Alguns intelectuais e sindicalistasda Europa, <strong>que</strong> com admiração chamavamLula de “presidente operário”, já falam numa manobrapopulista de Lula, “ao estilo Chavez”.Com a crise, o ministro das Relações Internacionais,Franco Frattini, anunciou <strong>que</strong> vai explorartodos os meios jurídicos contra esta “decisãoinaceitável”.— É impensável imaginar <strong>que</strong> a Itália seja umpaís onde os direitos são negados e os prisioneirostorturados. <strong>Battisti</strong> é um terrorista, não umprisioneiro político — defendeu.Filho de uma das vítimas de <strong>Battisti</strong>, AlbertoTorregiani cogita vir ao país para acompanhar o julgamentono STF. No assassinato do seu pai, em fevereirode 1979, ele foi baleado e desde entãovive em uma cadeira de rodas:— Nunca vi um sinalde arrependimentoda parte de <strong>Battisti</strong> nemdos outros integrantesdo PAC — diz.Comunità falou comTorregiani por telefone.Ele admitiu <strong>que</strong> “fazeruma viagem tão longa assim”não estava nos seusplanos. Mas <strong>que</strong> não terádúvidas em embarcar casopossa depor.Gustavo Miranda / Agência O GloboChegada de <strong>Battisti</strong> em BrasíliaArrivo di <strong>Battisti</strong> a BrasíliaDivulgaçãodia inizio ad una profonda crisi nelle relazioni traBrasile e Italia “che, in <strong>que</strong>sto momento, non <strong>ser</strong>virebbea nessuno dei due paesi”.Con la sua decisione, Genro è riuscito a riuniretutte le tendenze politiche italiane e a dare inizioad una forte mobilizzazione dell’opinione pubblicainternazionale. Walter Veltroni, leader del maggiorpartito di sinistra italiano (Partito Democratico),all’opposizione del governo Berlusconi, è riuscito adapprovare una mozione parlamentare contro il Brasile.Piero Fassino, anche lui del PD, ha detto che “c’èuna valutazione errata di reati legati al terrorismopolitico e credo che quando si uccide un uomo si deverispondere di <strong>que</strong>ll’omicidio”.L’Italia non accetta il “perdono” concesso a<strong>Battisti</strong> perché all’epoca in cui sono stati commessii reati il paese viveva in uno stato democratico. Idiritti costituzionali e <strong>que</strong>lli civili erano rispettatie non si considerano reati politici omicidi in democrazie.Così le considerazioni di Genro – che pergiustificare la sua decisione ha detto che l’Italianon è democratica e che se <strong>Battisti</strong> tornasse nel suopaese potrebbe es<strong>ser</strong>e ucciso – hanno risvegliatoancora di più le ire dell’Italia.Anche nel resto del mondo la decisione è statacriticata. Uno dei giudizi sfavorevoli più ferociè venuto dal giornale inglese The Economist. Tra icritici, molti hanno indicato motivazioni partitichee ideologiche per giustificare una decisione come<strong>que</strong>sta, che è passata sopra alle raccomandazionidell’Itamaraty e del Comitê Nacional para os Refugiados(Conare). Il caso ha causato logoramentointernazionale di Lula. Qualche intellettuale esindacalista europeo che, ammirandolo, chiamavaLula “presidente operaio”, parlano già di manovrapopulista di Lula, “allo stile Chavez”.Con la crisi, il ministro degli Affari Esteri, FrancoFrattini, ha annunciato che sfrutterà tutti i mezzigiuridici contro <strong>que</strong>sta “decisione inaccettabile”.— È impensabile immaginare che l’Italia sia unpaese dove i diritti vengono negati e i prigionieritorturati. <strong>Battisti</strong> è un terrorista, non un prigionieropolitico — ha detto.Figlio di una delle vittime di <strong>Battisti</strong>, AlbertoTorregiani pensa di venire in Brasile per seguire ilprocesso nel STF. Quando è stato ucciso suo padre,nel febbraio 1979, lui è stato ferito da una pallottolae da allora vive su una sedia a rotelle:— Non ho mai visto un segno di pentimento daparte di <strong>Battisti</strong> e neanche degli altri membri deiPAC — ha detto.Comunità ha parlato con Torregiani per telefono.E lui ha ammesso che “fare un viaggio così lungo”non rientra nei suoi piani. Ma che, se dovessevenire a deporre, non ci pen<strong>ser</strong>ebbe due volte.— Non ho molto da dire in <strong>que</strong>sto momento. Vivoincollato ai giornali per vedere cosa succede. Tuttisanno cosa penso di <strong>Battisti</strong> e che lui deve scontarela sua pena qui in Italia. Lui conosce i reati che hacommesso e sa che deve pagare per ciò che ha fatto.Se potessi verrei in Brasile oggi, ma sarebbe inutilevenire e non es<strong>ser</strong>e ascoltato. Ora dobbiamo aspetterela decisione del STF brasiliano. Però potete es<strong>ser</strong>esicuri che anche essendogli favorevole, noi ,o perlomenoio, non mi stancherò finché non riporterò indietro<strong>Battisti</strong> — dice Torregiani, che comun<strong>que</strong> haLinea temporale1954 – <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> nasce aCisterna, in provincia di Latina,nel Lazio. La sua famiglia vive inmodeste condizioni economiche.In casa ci sono due correnti: unacomunista e l’altra cattolica.1968/ anni ‘70 – Anni di Piombo –Tutto comincia con l’occupazionestudentesca dell’UniversitàCattolica di Milano, dovutaall’aumento della tassauniversitaria. Immediatamentetutte le università e scuoledel paese copiano il gesto.La situazione si aggrava neldicembre ’69, quando una bombaesplode nella Banca Nazionaledell’Agricoltura, a Milano. Da<strong>que</strong>sto momento, il sangue sisparge per le vie del paese.L’estrema sinistra forma gruppicome Brigate Rosse, ProletariArmati per il Comunismo (PAC)e Gruppi di Azione Partigiana.Invece l’estrema destra fonda iNuclei Armati Rivoluzionari. In<strong>que</strong>st’epoca vengono commessivari reati, come se<strong>que</strong>stri erapine per finanziarela guerriglia.13 marzo 1972 – <strong>Battisti</strong> èarrestato la prima voltaper furto aggravato.19 giugno 1974 – Arrestatonuovamente per lesioni personaliaggravate. Il 2 agosto vienearrestato inoltre per rapinaaggravata e se<strong>que</strong>stro. Il 25ottobre dello stesso anno vienedenunciato per sfruttamento diincapace (per debilità mentale ominorenne) per la pratica di attidi libidine.20 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 21


capaLinha do temposobre a luta revolucionária einicia sua militância no PAC.16 de março de 1978 – O exprimeiro-ministroAldo Moro, umdos líderes da Democracia Cristã,na Itália, é se<strong>que</strong>strado pelogrupo Brigadas Vermelhas. Foimorto após 55 dias de cativeiro.6 de junho de 1978 – Comomilitante do Proletários Armadospelo Comunismo, recebe a missãode assassinar Antonio Santoro,carcereiro na prisão de Udine<strong>que</strong> executa junto com anamorada Enrica Migliorati, de20 anos. Atingido nas costas por<strong>Battisti</strong>, Santoro deixamulher e três filhos.Fevereiro de 1979 - O joalheiroPierluigi Torreggiani e o açogueiroLino Sabbadin são mortosdurante assalto nas suas lojasem nome da“expropriaçãoproletária”.Ambos oscrimes sãocreditados a<strong>Battisti</strong>.Junho de 1979 – <strong>Battisti</strong> é presoem Milão, na Itália.Maio de 1981 – <strong>Battisti</strong> écondenado a 13 anos de reclusãoe 5 de detenção por quatrocrimes: uso de identidade falsae participação em atividadesubversiva. Outros integrantesdo PAC também são condenados,assim como um dos líderes, PietroMutti, condenado à revelia porquatro mortes. A Corte de Apelode Assise de Milão julga o recursode <strong>Battisti</strong>, mantém a condenação,mas reduz a pena para 12 anos e10 meses de reclusão e 5 mesesde detenção.4 de outubro de 1981 – Depois deum ata<strong>que</strong> terrorista ao cárcere deFrosinone, Battista foge da prisão<strong>italiana</strong> e segue para a França.O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh ao ladode <strong>Battisti</strong> durante o interrogatórioL’avvocato Luiz Eduardo Greenhalgh accanto a<strong>Battisti</strong> durante l’interrogatorio— Não tenho muito o <strong>que</strong> comentar neste momento.Vivo colado nos jornais para ver o <strong>que</strong> acontece.Todos sabem a minha opinião sobre o <strong>Battisti</strong>e ele tem <strong>que</strong> cumprir a pena dele aqui na Itália. Elesabe os crimes <strong>que</strong> cometeu e sabe <strong>que</strong> tem <strong>que</strong> pagarpelo <strong>que</strong> fez. Se pudesse iria ao Brasil hoje, masnão adiantaria ir e não <strong>ser</strong> ouvido. Agora, temos<strong>que</strong> esperar a decisão do STF brasileiro. Porém, podemestar certos <strong>que</strong> mesmo sendo favorável a ele,nós, ou pelo menos eu, não cansarei enquanto nãotrouxer <strong>Battisti</strong> de volta pra cá — afirma Torregiani<strong>que</strong> ainda teve bom humor para dizer <strong>que</strong>, se viesseao Rio de Janeiro, ficaria na cidade pelo menos porduas semanas “para aproveitar a praia e o sol”.Outro filho de vítima de <strong>Battisti</strong>, Adriano Sabbadin,diz <strong>que</strong> o objetivo “não é vingança, mas justiça”.Ele é filho de Lino Sabbadin, assassinado por<strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> durante um assalto no açougue ondetrabalhava, em Santa Maria di Sala, região de Veneza.Em uma carta enviada aos jornalistas brasileiros,Sabbadin se dizia “profundamente ferido com a decisãodo governo brasileiro”:— O fato de <strong>Battisti</strong> estar ou não na prisão nãome restitui meu pai, mas não terei paz enquantonão houver justiça.O primeiro-ministro Silvio Berlusconi afirmou<strong>que</strong> a Itália “fará tudo <strong>que</strong> for possível para conseguira extradição de <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>”. Ele, afirmou<strong>que</strong> o caso “não deve prejudicar as excelentes relaçõesbilaterais entre Itália e Brasil, em todos ossetores de recíproco interesse”.O acionamento da Corte Internacional de Justiçade Haia é outra carta lançada pela Itália. O temaa <strong>ser</strong> encaminhado para a Corte <strong>ser</strong>á a impunidadeavuto un momento di buon umore per dire che, se venissea Rio de Janeiro, rimarrebbe in città perlomenoper due settimane “per godersi la spiaggia e il mare”.Il figlio di un’altra vittima di <strong>Battisti</strong>, AdrianoSabbadin, dice che l’obiettivo “non è la vendetta,ma la giustizia”. Lui è figlio di Lino Sabbadin, assassinatoda <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> durante una rapina nellamacelleria dove lavorava, a Santa Maria di Sala,in Veneto. In una lettera spedita ai giornalisti brasiliani,Sabbadin si dice “profondamente ferito conla decisione del governo brasiliano”:— Se <strong>Battisti</strong> è, o no, in prigione, ciò non mirestituisce mio padre, ma non avrò pace finché nonsarà fatta giustizia.<strong>que</strong> o Brasil confere ao acusado, concluindo <strong>que</strong> apostura brasileira ofende direitos fundamentais e naturaisdo homem, das famílias das vítimas e do paísfundador da UE.— O Brasil poderá figurar assim no elenco da<strong>que</strong>les<strong>que</strong> asseguram impunidade a criminosos. Estão violandouma decisão soberana da Justiça de um estadodemocrático, com legitimidade para executar pena impostaa um nacional <strong>que</strong>, no seu território, é responsável,como co-autor e mandante, de quatro homicídios— define Walter Maierovitch, <strong>que</strong> é desembargador doTribunal de Justiça de São Paulo e presidente do InstitutoBrasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais.A decisãoO ministro Tarso Genro anunciou sua decisão deconceder status de refugiado político a <strong>Battisti</strong> nodia 13 de janeiro passado. Em 2007, logo após aprisão de <strong>Battisti</strong>, Genro recebeu um telefonema doseu então colega italiano, Clemente Mastella, <strong>que</strong>defendeu o pedido de extradição.Quem primeiro se pronunciou a respeito da decisãofoi o secretário de Assuntos Legislativos doministério da Justiça, Pedro Abromovay:— É tradição do Brasil conceder refúgio políticotoda vez <strong>que</strong> consideramos <strong>que</strong> há um fundado temorde perseguição política contra um cidadão.No seu relatório, o ministro alega <strong>que</strong> a únicaprova contra <strong>Battisti</strong> é o testemunho de um ex-militante<strong>que</strong> fez um acordo de delação premiada. Noseu entendimento, o abrigo de <strong>Battisti</strong> em territóriofrancês foi “descontinuado e anulado por razõeseminentemente políticas”.Reações láNa Itália, o primeiro a se manifestar contra a decisãodo governo brasileiro foi o presidente da RepúblicaGiorgio Napolitano <strong>que</strong> escreveu uma cartaao presidente Lula. Ele fez um apelo para <strong>que</strong> sejamexaminadas “todas as iniciativas <strong>que</strong> sejam possíveispara promover, no âmbito da cooperação judiciáriainternacional na luta contra o terrorismo,uma revisão da decisão judiciária adotada”.O conteúdo da carta foi divulgado na Itália antesde chegar ao Brasil, o <strong>que</strong> irritou o presidenteLula. A resposta saiu apenas seis dias depois. O presidenteafirmou <strong>que</strong> a concessão da condição de refugiadoa <strong>Battisti</strong> “representa um ato de soberaniado Estado brasileiro” e conclui:“Quero, nesta oportunidade, manifestar a VossaExcelência minha confiança de <strong>que</strong> os laços históricose culturais <strong>que</strong> unem o Brasil e a Itália continuarãoa inspirar nossos esforços com vistas a aprofundarainda mais nossas densas e sólidas relaçõesbilaterais nos mais diversos setores”.O presidente Lula fez uma visita oficial à Itáliaem novembro do ano passado. Na época, “vendeu”o país como porto seguro para investimentos dosempresários italianos sob a alegação de <strong>que</strong> a economiabrasileira estaria em melhores condições deenfrentar a crise econômica mundial do <strong>que</strong> a própriaItália. Essa estabilidade brasileira <strong>ser</strong>ia tambémo <strong>que</strong> poderia credenciar o país a ter uma maior participaçãonas reuniões do G8 (grupo dos países maisindustrializados do mundo) cuja presidência, esteano, é da Itália. Foi nessa ocasião <strong>que</strong> Lula convi-Il premier Silvio Berlusconi ha detto che l’Italia“farà tutto il possibile per ottenere l’estradizione di<strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>”. Ha detto anche che il caso “non deveintaccare le eccellenti relazioni bilaterali tra Italiae Brasile, in tutti i settori di interesse reciproco”.La messa in gioco della Corte Internazionaledi Giustizia dell’Haia è un altro asso nella manicaitaliano. Il tema inoltrato alla Corte sarà l’impunitàche il Brasile concede all’accusato, concludendoche l’atteggiamento brasiliano offende i diritti fontamentalie naturali dell’uomo, delle famiglie dellevittime e del paese fondatore della UE.— Così il Brasile potrà figurare nella lista di<strong>que</strong>lli che assicurano impunità a criminali. Stannoviolando una decisione sovrana della Justiça di unostato democratico, legittimato per eseguire una penaimposta ad un cittadino che, nel suo territorio, èresponsabile, come co-autore e mandante, di quattroomicidi — definisce Walter Maierovitch, che ègiudice del Tribunal de Justiça di São Paulo e presidentedell’Instituto Brasileiro Giovanni Falcone deCiências Criminais.La decisioneIl ministro Tarso Genro ha annunciato la sua decisionedi concedere lo status di rifugiato politico a <strong>Battisti</strong>il 13 gennaio scorso. Nel 2007, subito dopo l’arrestodi <strong>Battisti</strong>, Genro aveva ricevuto una telefonatadal suo allora collega italiano, Clemente Mastella,in cui <strong>que</strong>sti difendeva la richiesta di estradizione.Il primo a pronunciarsi sulla decisione è statoil segretario di Assuntos Legislativos del ministérioda Justiça, Pedro Abromovay:— È una tradizione in Brasile concedere rifugiopolitico tutte le volte che consideriamo che ci sianofondati temori di persecuzione politica controun cittadino.Nel suo rapporto, il ministro afferma che l’unicaprova contro <strong>Battisti</strong> è la testimonianza di un exmilitante che ha fatto un accordo di delazione premiata.Secondo lui, la copertura ricevuta da <strong>Battisti</strong>in Francia è stata “discontinua e annullata per motivipuramente politici”.Reazioni làIn Italia il primo a manifestarsi contro la decisionedel governo brasiliano è stato il presidente dellaRepubblica, Giorgio Napolitano, che ha scritto unalettera al presidente Lula. Gli ha fatto un appelloaffinché siano esaminate “tutte le iniziative possibiliper promuovere, nell’ambito della cooperazionegiudiziaria internazionale nella lotta controil terrorismo, una revisione della decisione giudiziariaadottata”.Il contenuto della lettera è stato reso noto inItalia prima che arrivasse in Brasile, il che ha irritatoil presidente Lula. La risposta è partita solosei giorni dopo. Il presidente ha detto che la concessionedi condizione di rifugiato a <strong>Battisti</strong> “rappresentaun atto di sovranità dello Stato brasiliano”e conclude:“Voglio, in <strong>que</strong>sta occasione, manifestare a SuaEccellenza la mia fiducia che i legami storici e culturaliche uniscono il Brasile e l’Italia continueranno adispirare i nostri sforzi tesi ad approfondire le nostresolide relazioni bilaterali nei più diversi settori’’.Linea temporale1977 – <strong>Battisti</strong> viene arrestatoa Udine per rapina. In carcere,conosce Arrigo Cavallina che loin<strong>ser</strong>isce nella dottrina sulla lottarivoluzionaria e <strong>Battisti</strong> inizia lasua militanza nei PAC.16 marzo 1978 – L’ex premierAldo Moro, uno dei leader dellaDemocrazia Cristiana in Italia,viene se<strong>que</strong>strato dalle BrigateRosse. Viene assassinato dopo 55giorni di se<strong>que</strong>stro.6 giugno 1978 – Come militantedei PAC riceve la missione diassassinare Antonio Santoro,carceriere nella prigione di Udine,reato commesso insieme allafidanzata Enrica Migliorati, 20 anni.Attinto alla schiena da <strong>Battisti</strong>,Santoro lascia moglie e tre figli.Febbraio 1979 – Il gioiellierePerluigi Torreggiani e ilmacellaio Lino Sabbadin sonouccisi durante due rapine neiloro negozi, chiamate all’epoca“espropri proletari”. I due reativengono attribuiti a <strong>Battisti</strong>.Giugno 1979 – <strong>Battisti</strong> vienearrestato a Milano, in Italia.Maggio 1981 – <strong>Battisti</strong> vienecondannato a 13 anni di reclusionee a 5 di detenzione per quattroreati: uso di falsa identità epartecipazione ad attivitàsovversive. Anche altri membridei PAC vengono condannati, cosìcome uno dei leader, Pietro Mutti,condannato in contumacia perquattro omicidi. La Corte d’Assise22 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 23


capaLinha do tempoJaneiro de 1982 – Pietro Muttié preso. Em fevereiro inicia oprocesso de delação premiada,prevista na Lei dos Arrependidos.Em abril, Mutti passa a <strong>ser</strong>um colaborador da Justiçae participa, por oito anos, dejulgamentos na Itália de váriospresos políticos.1984 – Vicenzo Vincinguerra,da organização da ultradireitaAvanguardia Nazionale, revela aexistência da Gládio, rede dirigidapela OTAN (A Organização doTratado do Atlântico Norte) demodo a justificar a manutençãoda estratégia da tensão.20 de dezembro de 1984 –Transita em julgado a decisãocondenatória a <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>.1985 – O presidente da França,François Mitterand cria“Doutrina Mitterand”, <strong>que</strong>concede asilopolítico e nãoextradição demilitantes daluta armada<strong>italiana</strong>.FrancescoCosiga é eleitopresidente,depois de ter sido eleito primeiroministroda Itália, em 1979.Maio de 1988 – Mitterand éreeleito presidente da França.Dezembro de 1988 – O Tribunalde Justiça de Milão condenou emprimeira instância <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>pelo homicídio de Antonio Santoro.Depois, a mesma corte condenouo extremista pelo assassinato dePierluigi Torregiani, Lino Sabbadine Andréa Campagna. A pena foi deprisão perpétua. <strong>Battisti</strong> estavaforagido desde 5 de outubro de 1981.1990 – O primeiro-ministro daItália, Giulio Andreotti, reconhecea existência da Gládio.1990 – O Tribunal de Recursosde Milão, a segunda instânciado poder judiciário italiano,confirmou as condenações de<strong>Battisti</strong> pelos quatro homicídios.dou Silvio Berlusconi a visitar o Brasil. O convite foiprontamente aceito pelo primeiro-ministro italiano.O ministro da Justiça, Angelino Alfano, disse <strong>que</strong>a Itália estava “frustrada e infeliz”. Gianfranco Fini,presidente da Câmara, enviou uma carta a Arlindo Chinaglia,presidente da Câmara dos Deputados no Brasilonde expressou <strong>que</strong> “o medo de perseguição declaradopor <strong>Battisti</strong> na voltapara a Itália é francamenteinaceitável para um país comoa Itália”. O senador SérgioDivina, vice-presidenteda Comissão das RelaçõesExteriores do Senado, recomendou<strong>que</strong>, em retaliação,o Brasil deveria <strong>ser</strong> evitadocomo destino turístico. Já oministro do Interno, RobertoMaroni, defendeu o boicoteao Brasil na próximareunião do G8, prevista para<strong>ser</strong> realizada em julho.Reações cá— O ministro Tarso Genronão podia afirmar <strong>que</strong> faltoudireito de defesa e <strong>que</strong>a Itália não deu garantias.Genro, como ministro daJustiça, deveria saber <strong>que</strong>o direito foi exportado aomundo por Roma. Comopode <strong>que</strong>rer julgar, somentesob sua ótica, <strong>que</strong> a Itálianão é democrática? —<strong>que</strong>stiona Claudio Pieroni,do Consiglio generale degliitaliani all’estero (CGIE) deSão Paulo.O presidente do Comitêdos italianos residentes noexterior (Comites) do Rio deJaneiro, Franco Perrotta, sediz decepcionado com a não extradição de <strong>Battisti</strong>.— Estou completamente desapontado com estadecisão. Este homem solto apresenta um riscopara a sociedade brasileira. Por <strong>que</strong> se negou asiloaos boxeadores cubanos, devolvendo-os para Cubae não se extradita um assassino? — diz.O caso a <strong>que</strong> se refere Perrotta ocorreu duranteos Jogos Panamericanos do Rio, em julho do anopassado. <strong>Os</strong> boxeadores Guilhermo Rigondeaux eErislandy Lara abandonaram a Vila Olímpica e foramconsiderados de<strong>ser</strong>tores pelas autoridades deseu país. Presos pela Polícia Federal, foram “devolvidos”ao governo de Cuba, sem qual<strong>que</strong>r processoformal pelo ministro Tarso Genro.Para o ex-senador e atual presidente da CâmaraÍtalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo,Edoardo Pollastri, “a decisão é muito grave, visto<strong>que</strong> o próprio ministério do Exterior brasileiro e aPolícia Federal já eram a favor da extradição”.Ele não acredita <strong>que</strong> a Itália venha a boicotar oBrasil “até por<strong>que</strong>, com a atual crise econômica, ospaíses devem trabalhar cada vez mais juntos por<strong>que</strong>isso favorece a todos”.Il presidente Lula ha fatto una visita ufficialeall’Italia nel novembre dell’anno scorso. Allora“ha venduto” il paese come porto sicuro per investimentidegli imprenditori italiani, allegando chel’economia brasiliana sarebbe in condizioni miglioridi affrontare la crisi economica mondiale dellastessa Italia. Questa stabilità brasiliana potrebbeMinistro da Justiça, Angelino Alfano e o presidente da Câmara Italiana, Gianfranco FiniIl ministro della Giustizia, Angelino Alfano, e il presidente della Camera Italiana, Gianfranco FiniBruno de LimaEx-senador Edoardo PollastriEx senatore Edoardo Pollastriaccreditare al Brasile una maggiorpartecipazione nelle riunioni del G8(gruppo dei paesi più industrializzatidel mondo), la cui presidenza,<strong>que</strong>st’anno, è <strong>italiana</strong>. È stato allorache Lula ha invitato Silvio Berlusconia visitare il Brasile. L’invitoè stato accettato immediatamentedal premier italiano.Il ministro della Giustizia, AngelinoAlfano, ha detto che l’Italiaera “frustrata e infelice”. GianfrancoFini, presidente della Camera, hainviato una lettera ad Arlindo Chinaglia,presidente della Camera deiDeputati in Brasile, in cui ha espressoche “la paura di persecuzione dichiaratada <strong>Battisti</strong> nel suo ritornoin Italia è francamente inaccetabileper un paese come l’Italia”. Il senatoreSergio Divina, vice presidente della Commissionedegli Affari Esteri al Senato, ha raccomandatoche, in rappresaglia, il Brasile dovrebbe es<strong>ser</strong>e evitatocome destino turistico. Invece il ministro degliInterni, Roberto Maroni, ha difeso il boicottaggioal Brasile nella prossima riunione dei G8, la cui realizzazioneè prevista per luglio.Conselheiro do CGIE e do Comites de São Paulo,Antonio Laspro, admite <strong>que</strong> as relações entre Brasile Itália se estremeceram. Ele, porém, está otimistaem relação ao futuro.— Estou certo de <strong>que</strong> esta tempestade terminaráda melhor forma, pelo bom senso <strong>que</strong> <strong>ser</strong>á usado por<strong>que</strong>m está no controle da embarcação deste grande país<strong>que</strong> elegemos como nossa segunda pátria — declara.Walter Petruzziello, do CGIE do Paraná, se empenhaem divulgar uma petição on line (http://www.ipetitions.com/petition/bat) <strong>que</strong> recolhe assinaturasda<strong>que</strong>les <strong>que</strong> são a favor da extradição de <strong>Battisti</strong>.Ele ressalta <strong>que</strong> ao contrário do <strong>que</strong> o ministroTarso Genro alegou, <strong>Battisti</strong> não foi acusado porum único arrependido — Quem conhece um poucoo processo sabe <strong>que</strong>, na verdade, várias pessoas dis<strong>ser</strong>am,em momentos diferentes, <strong>que</strong> ele participoue cometeu os crimes — completa.Segundo Petruzziello, com apenas uma semana decriada, a petição on line já havia mais de mil assinaturase <strong>ser</strong>á entregue ao Supremo Tribunal Federal.Não apenas líderes da comunidade <strong>italiana</strong> protestaram.Muitos leitores se manifestaram em cartasaos principais jornais do Brasil, contrários à decisãodo governo brasileiro.Para o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, orefúgio político concedido a <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> é injustoe não é um episódio isolado. Ele ressalta a mobilização,encabeçada pelo ex-deputado petista LuizEduardo Greenhalgh, um dos advogados de <strong>Battisti</strong>,para dar asilo político e cidadania ao representantedas Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia(Farc) no Brasil, Olivério Medina.— Bem como, mais absurdo ainda, para dar empregopúblico à esposa dele, mediante recomendaçãodireta da ministra-chefe da Casa Civil DilmaRoussef. Não por coincidência, o próprio Greenhalghé hoje o advogado de <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> — diz.Boxeadores cubanos extraditados no ano passado. Abaixo,protesto italiano em frente à embaixada brasileira, em RomaPugili cubani estradati l’anno scorso. Sotto, manifestazione<strong>italiana</strong> di fronte all’ambasciata brasiliana a RomaReazioni qua— Il ministro Tarso Genro non poteva dire che è mancatodiritto di difesa e che l’Italia non ha dato garanzie.Genro, come ministro della Giustizia, dovrebbesapere che il diritto è stato esportato nel mondo daRoma. Come può voler giudicare, solo dal suo puntodi vista, che l’Italia non è democratica? — mettein discussione Claudio Pieroni, del Consiglio Generaledegli Italiani all’Estero (CGIE) di São Paulo.Il presidente del Comitê dos italianos residentesno exterior (Comites) di Rio de Janeiro, FrancoPerrotta, si dichiara deluso dal diniego di estradizionea <strong>Battisti</strong>.— Sono rimasto completamente deluso da <strong>que</strong>stadecisione. Quest’uomo libero rappresenta un rischioper la società brasiliana. Perché è stato negatol’asilo ai pugili cubani, restituendoli a Cuba, enon viene estradato un assassino? — dice.Il caso a cui si riferisce Perrotta è accaduto durantei Giochi Panamericani a Rio, nel luglio dell’annoscorso. I pugili Guilhermo Rigondeaux e ErislandyLara hanno abbandonato la Vila Olímpica e sonostati considerati di<strong>ser</strong>tori dalle autorità del loro paese.Arrestati dalla Polícia Federal, sono stati “restituiti”al governo di Cuba, senza un qualsiasi processoformale, dal ministro Tarso Genro.Secondo l’ex senatore e attuale presidente dellaCâmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria diSão Paulo, Edoardo Pollastri, “la decisione è moltograve, visto che lo stesso ministério do Exteriorbrasiliano e la Polícia Federal erano a favoredell’estradizione”.Pollastri non crede che l’Italia boicotti il Brasile“anche perché, con l’attuale crisi economica, ipaesi devono lavorare sempre di più perché <strong>que</strong>stofavorisce tutti”.Consigliere del CGIE e del Comites di São Paulo,Antonio Laspro, ammette che i rapporti tra Brasilee Italia hanno subìto uno scossone. Ma è ottimistaper ciò che riguarda il futuro.— Sono sicuro che <strong>que</strong>sta tempesta finirà nelmigliore dei modi, dovuto al buonsenso usato dachi è al controllo della barca di <strong>que</strong>sto grande paese,che abbiamo eletto come nostra seconda patria— dichiara.Walter Petruzziello, del CGIE del Paraná, si impegnaa divulgare una petizione on line (http://www.ipetitions.com/petition/bat) che raccoglie firmea favore dell’estradizione di <strong>Battisti</strong>.Petruzziello mette in risalto che, al contrario diciò che ha detto il ministro Tarso Genro, <strong>Battisti</strong>non è stato accusato da un unico pentito. — Chiconosce un po’ il processo sa che, in realtà, l’hannodetto varie persone, in vari momenti, che lui hapartecipato e ha commesso i reati — completa.Secondo Petruzziello, a soli sette giorni dallasua creazione, la petizione on line ha già più dimille firme e sarà consegnata al STF.Ma non hanno protestato solo leader della comunità<strong>italiana</strong>. Molti lettori si sono manifestaticontrari alla decisione del governo brasiliano inlettere sui principali giornali brasiliani.Per il filosofo e scrittore Olavo de Carvalho, ilrifugio politico concesso a <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> è ingiustoe non è un episodio isolato. Lui mette inrisalto la mobilizzazione, capitanata dall’ex deputatopetista Luiz Eduardo Greenhalg, uno degliavvocati di <strong>Battisti</strong>, per dare asilo politico e cittadinanzaal rappresentante delle Fuerzas ArmadasRevolucionarias de Colombia (Farc) in Brasile,Olivério Medina.— Così come, ancora più assurdo, per dare unpubblico impiego a sua moglie grazie a una raccomandazionediretta della ministro capo della CasaCivil, Dilma Rousseff. Non è una coincidenza cheoggi l’avvocato di <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> sia lo stesso Greenhalg— dice.Carvalho ricorda anche che il presidente Lula èstato il creatore, fondatore e, per 12 anni, il dirigentemassimo del Foro de São Paulo, coordinamentostrategico del movimento comunista nel continente.Linea temporaled’Appello di Milano giudica il ricorsodi <strong>Battisti</strong>, mantiene la condanna,ma riduce la pena a 12 anni e 10mesi di reclusione e 5 di detenzione.4 ottobre 1981 – Dopo un ulterioreattacco terrorista al carceredi Frosinone, <strong>Battisti</strong> fugge dalcarcere italiano e va in Francia.Gennaio 1982 – Pietro Mutti èarrestato. Nel febbraio inizia ilprocesso di delazione premiata,prevista nella Legge dei Pentiti.In aprile Mutti comincia acollaborare con la Giustiziae partecipa, per otto anni, aprocessi in Italia contro variprigionieri politici.1984 – Vicenzo Vincinguerra,dell’organizzazione di estremadestra Avanguardia Nazionale,rivela l’esistenza della Gladio,rete diretta dalla NATO (NorthAtlantic Treaty Organization) pergiustificare il mantenimento dellastrategia della tensione.20 dicembre 1984 – Transita ingiudizio la decisione di condannacontro <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>.1985 – Il presidente dellaFrancia, François Mitterand,crea la “Dottrina Mitterand”, checoncede asilo politico e rifiutal’estradizione per i militanti dellalotta armata <strong>italiana</strong>. FrancescoCossiga viene eletto presidente,dopo es<strong>ser</strong>e stato primo ministroin Italia nel 1979.Maggio 1988 – Mitterand vienerieletto presidente della Francia.Dicembre 1988 – Il Tribunale diGiustizia di Milano condanna inprimo grado <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> perl’omicidio di Antonio Santoro.Dopo la stessa corte condannal’estremista per gli omicididi Pierluigi Torregiani, LinoSabbadin e Andrea Campagna. Lapena è l’ergastolo. <strong>Battisti</strong> eralatitante dal 5 ottobre 1981.1990 – Il primo ministro italiano,Giulio Andreotti, riconoscel’esistenza della Gladio.24 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 25


capaLinha do tempo1991 – A Corte de Cassação,a última instância da Justiça<strong>italiana</strong>, ratificou três dasquatro condenações de<strong>Battisti</strong>. A condenação pelamorte de Torregiani, anuladapor problemas formais, foireafirmada pelo Tribunal deRecursos em 1993.1993 – A Justiça <strong>italiana</strong> reabreo processo contra <strong>Battisti</strong>.À revelia, ele é condenado aquatro prisões perpétuas peloscrimes cometidos pelo PAC, cujaresponsabilidade é transferidapara ele por Mutti.Eles também ficaram— Tutta la svolta dell’America Latina verso sinistraè stata pianificata e diretta dal Foro de SãoPaulo, entità che riunisce, in intercomunicazionepermanente, più di un centinaio di partiti e altreentità comuniste e pro-comuniste, incluse organizzazionicriminali come le Farc e il MIR cileno.Queste due organizzazioni sono strettamente legatea bande criminali brasiliane, Comando Vermelhoe Primeiro Comando da Capital — afferma lui, cheè articolista di un giornale brasiliano, ma abita negliStati Uniti —. Il governo italiano farebbe benea stare attento a <strong>que</strong>sti fatti, consapevole di chenon ha a che fare con politici democratici normali,ma con strateghi rivoluzionari estremamente abili edissimulati — consiglia.Carvalho lembra também <strong>que</strong> o presidente Lulafoi o criador, fundador e por 12 anos o dirigentemáximo do Foro de São Paulo, coordenação estratégicado movimento comunista no continente.— Toda a guinada da América Latina para aes<strong>que</strong>rda foi planejada e dirigida pelo Foro de SãoPaulo, entidade <strong>que</strong> reúne, em permanente intercomunicação,mais de uma centena de partidos eoutras entidades comunistas e pró-comunistas, incluindoorganizações criminosas como as Farc eo MIR chileno. Estas duas organizações estão estreitamenteligadas às quadrilhas criminosas brasileiras,Comando Vermelho e Primeiro Comando daCapital — afirma ele <strong>que</strong> é colunista de um jornalbrasileiro, mas mora nos Estados Unidos — O governoitaliano faria bem em estar alerta para esses<strong>fatos</strong>, ciente de <strong>que</strong> não está lidando com políticosdemocratas normais, mas com estrategistasrevolucionários extremamente hábeis e dissimulados— aconselha.Um dos fundadores do Partido Verde e atual vereadordo Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, não acredita<strong>que</strong> o governo brasileiro tenha errado na decisão.Sirkis, <strong>que</strong> também participou de movimentosestudantis nos “anos de chumbo” e ficou exiladopor nove anos, defendeu Pietro Mancini, AchilleLollo e Luciano Pessina — ex-militantes italianos<strong>que</strong> tiveram o pedido de extradição negado peloSTF. O vereador afirma não ter “a menor simpatia”pelos atos e posições de <strong>Battisti</strong> “mas não a pontoAnche loro sono rimasti quiUno dei fondatori del Partido Verde e attualeconsigliere comunale di Rio de Janeiro, AlfredoSirkis, non crede che il governo brasiliano abbiasbagliato prendendo <strong>que</strong>sta decisione. Sirkis,anche lui partecipante di movimenti studenteschinegli “anni di piombo” ed è rimasto in esilio pernove anni, ha difeso Pietro Mancini, Achille Lolloe Luciano Pessina — ex militanti italiani, dia cuiè stata negata la richiesta di estradizione da partedel STF. Il consigliere dice di “non simpatizzare”con atti e posizioni di <strong>Battisti</strong>, “ma non al puntodi poter es<strong>ser</strong>e considerato un criminale comune,senza motivazioni politiche”.— <strong>Battisti</strong> dovrebbe es<strong>ser</strong>si consegnato alle autoritàbrasiliane e aver preso l’iniziativa di richiede-Linea temporale1990 – La Corte d’Appello diMilano, seconda istanza delpotere giudiziario italiano,conferma la condanna di <strong>Battisti</strong>per i quattro omicidi.1991 – La Corte di Cassazione,ultima istanza della Giustizia<strong>italiana</strong>, ratifica tre dellequattro condanne di <strong>Battisti</strong>.La condanna per la morte diTorregiani, annullata dovuto aproblemi formali, è riaffermatadalla Corte d’Appello nel 1993.1993 – Itália pede ao Brasil aextradição de Achille Lollo.STF nega o pedido pormotivação política.1995 – Jac<strong>que</strong>s Chirac é eleito naFrança e, com isso, a “DoutrinaMitterand” termina.Agosto de 1996 – LucianoPessina é preso no Rio deJaneiro. Governo italiano pedesua extradição e o STF nega pormotivos políticos.2004 – O Tribunal de Recursosde Paris, atendendo a pedido feitopelo governo italiano em 2003,decidiu extraditar <strong>Battisti</strong>, <strong>que</strong>vivia na França desdeo início dos anos 90 comoexilado político beneficiadopela doutrina Mitterrand. Essadecisão foi tomada duranteo mandato do presidenteJac<strong>que</strong>s Chirac.2004 – Em outubro, a Corte deCassação da França confirmoua decisão de extraditar <strong>Battisti</strong>para a Itália para cumprir apena de prisão perpétua porquatro homicídios.Pietro ManciniSociólogo, vive no Rio de Janeiro desde 1980. Foiacusado de ter participado da organização AutonomiaOperária. Mancini teria se envolvido comroubos, invasões de propriedades e quadrilhas armadas.Atuou como dirigente da Federação TrabalhadoresMetalúrgicos por seis anos. Em umadas manifestações realizadas em Milão, um policialfoi morto. Mancini foi responsabilizado pelohomicídio por ter sido um dos organizadores doprotesto. Em 1977, quando começou a repressãopolítica contra a autonomia do norte da Itália,deixou o país legalmente e foi para os EstadosUnidos. Chegou ao Brasil em 1980, onde se naturalizoue teve uma filha. Em 2005, a Itália pediua sua extradição, <strong>que</strong> foi negada pelo STF porconsiderar <strong>que</strong> os atos em <strong>que</strong>stão destinavam acontestar a ordem social e econômica no Estadoitaliano. Mora no Rio de Janeiro onde é proprietárioda produtora Studio Line, onde costumam<strong>ser</strong> feitos os programas eleitorais de televisão doPartido Verde (PV). Em entrevista à Comunità,Pietro qualificou a decisão do governo brasileirocomo “justa”:— A Itália não colocou a palavra fim nas histórias<strong>que</strong> aconteceram há mais de 30 anos dentrode um contexto político. <strong>Os</strong> extremistas dedireita cometeram muitos crimes e ninguém foicondenado. Depois <strong>que</strong> <strong>Battisti</strong> deixou a Itáliapara viver na França, passou a viver como umcidadão normal, atuando como escritor e não cometeunenhum crime durante esse tempo.Roberth TrindadeLuciano PessinaAcusado de participar da organização terrorista <strong>italiana</strong>Brigadas Vermelhas e do assalto ao Banco deNápoles, Pessina foi condenado à revelia, na Itália,a oito anos de reclusão. Para a Comunità, oitaliano disse <strong>que</strong> nunca foi membro das BrigatteRosse, mas sindicalista da Autonomia Operária. Eletambém afirmou desconhecer o episódio do assalto.Pessina chegou ao Brasil em 1980, morando inicialmenteem Salvador, onde conheceu e se casoucom uma brasileira com <strong>que</strong>m teve uma filha. Foipreso no país em 1996 quando a Itália pediu a suaextradição. O STF negou o pedido sob a alegação de<strong>que</strong> a solicitação teria fundo político. Hoje, vive noRio de Janeiro com o status de permanente e é sócioe diretor do restaurante <strong>Os</strong>teria dell’Angolo, emIpanema, bastante freqüentado por artistas.— <strong>Os</strong> protestos são de uma pe<strong>que</strong>na minoria,dirigidos pelos órgãos de imprensa <strong>que</strong>, todo mundosabe, estão, na maior parte, nas mãos de uma únicapessoa: o senhor Silvio Berlusconi. É bom lembrar<strong>que</strong> os maiores protestos são de políticos <strong>que</strong>, namesma época dos <strong>fatos</strong> de <strong>Battisti</strong>, eram importantesfiguras da extrema direita, diretamente coligadosaos grupos autores de atentados <strong>que</strong> deixaramcentenas de mortos e feridos — diz Pessina citandocomo exemplos o ministro da Defesa Ignazio LaRussa e o prefeito de Roma, Gianni Alemanno.Achille LolloMilitante do Partido Operário, foi acusado, na Itália,de um crime <strong>que</strong> ficou conhecido como Rogode Primavalle. Ele e mais dois companheiros teriamateado fogo na casa de Mario Mattei, ligado ao MovimentoSociale Italiano. Dois dos quatro filhos dodireitista morreram no episódio. Em 1987, AchilleLollo e os dois militantes foram julgados e condenadosa 18 anos de prisão. Lollo fugiu da Itália eapareceu no Brasil. Em 1993, o STF negou o pedidode extradição por considerá-lo de motivação política.Foi defendido pelo criminalista carioca TécioLins e Silva, assim como Pessina. Jornalista, Lollotem status de permanente, militou no PT de Lula eno PSOL de Heloisa Helena, sendo um dos ideólogosdo partido. Mora no Rio de Janeiro. Procuradopela Comunità, se recusou a conceder entrevista.Pietro ManciniSociologo, vive a Rio de Janeiro dal 1980. È statoaccusato di aver partecipato all’organizzazioneAutonomia Operaia. Mancini si sarebbe coinvoltoin furti, invasioni di proprietà e banda armata. Haagito come dirigente della Federazione LavoratoriMetallurgici per sei anni. In una delle manifestazionirealizzate a Milano morì un poliziotto. Mancinifu reso responsabile dell’omicidio perché erauno degli organizzatori della manifestazione. Nel1977, quando ebbe inizio la repressione politicacontro Autonomia Operaia nel nord Italia, lasciòil paese legalmente e andò negli Stati Uniti. Arrivatoin Brasile nel 1980, si è naturalizzato e haavuto una figlia. Nel 2005 l’Italia ne ha richiestol’estradizione, negata dal STF perché consideravache gli atti compiuti si destinavano a contestarel’ordine sociale e economico dello Stato italiano.Abita a Rio de Janeiro, dove è proprietariodella produzione Studio Line, dove si facevanoi programmi elettorali del Partido Verde (PV). Inintervista a Comunità Pietro ha qualificato la decisionedel governo come “giusta”:— L’Italia non ha scritto la parola fine nellestorie accadute più di 30 anni fa all’interno di uncontesto politico. Gli estremisti di destra hannocommesso molti reati e non ne è stato condannatonessuno. Dopo che <strong>Battisti</strong> ha lasciato l’Italiaper vivere in Francia ha cominciato a vivere comeun comune cittadino, lavorando come scrittore, enon ha commesso nessun reato in <strong>que</strong>l periodo.Luciano PessinaAccusato di partecipare all’organizzazione terrorista<strong>italiana</strong> Brigate Rosse e di una rapina allaBanca di Napoli, Pessina è stato condannato incontumacia ad otto anni di reclusione. A Comunitàl’italiano ha detto di non es<strong>ser</strong>e mai statomembro delle Brigate Rosse, ma sindacalista diAutonomia Operaia. Ha anche detto di non conoscerel’episodio della rapina. Pessina è arrivato inBrasile nel 1980, e ha prima abitato a Salvador,dove ha conosciuto e si è sposato con una brasiliana,con cui ha avuto una figlia. È stato arrestatoin Brasile nel 1996 quando l’Italia ne ha richiestol’estradizione. Il STF ha negato la richiestaallegando che era stata fatta per motivi politici.Oggi vive a Rio de Janeiro come permanente ed èsocio e direttore del ristorante <strong>Os</strong>teria dell’Angolo,a Ipanema, fre<strong>que</strong>ntatissimo da artisti.— Le proteste sono di una piccola minoria,dirette da organi della stampa che, tutti lo sanno,sono in maggioranza nelle mani di un’unica persona:il signor Silvio Berlusconi. Bisogna ricordareche le proteste maggiori sono di politici che,Roberth Trindadenella stessa epoca di <strong>Battisti</strong>, erano importantifigure dell’estrema destra, direttamente legati aigruppi autori di attentati che hanno lasciato centinaiadi morti e feriti — dice Pessina, citandocome esempi il ministro della Difesa Ignazio LaRussa e il sindaco di Roma, Gianni Alemanno.Achille LolloMilitante del movimento di estrema sinistra PotereOperaio, in Italia, è stato accusato di un reatoche rimase noto come il Rogo di Primavalle.Lui e altri due compagni avrebbero dato fuogoalla casa di Mario Mattei, legato al partito di destraMovimento Sociale Italiano. Due dei quattrofigli di Mattei morirono nell’episodio. Nel 1987,Achille Lollo e i due militanti furono processatie condannati a 18 anni di prigione. Lollo fuggìdall’Italia e arrivò in Brasile. Nel 1993 il STF negòla richiesta di estradizione perché avanzata permotivi politici. Giornalista, Lollo ha la permanenza,ha militato nel PT di Lula e nel PSOL di HeloisaHelena, di cui è uno degli ideologi. Abita a Riode Janeiro. Cercato da Comunità, si è rifiutato didare interviste.1993 – La Giustizia <strong>italiana</strong>riapre il processo contro <strong>Battisti</strong>.In contumacia, viene condannatoa quattro ergastoli per i reaticommessi dai PAC, che glivengono attribuiti da Mutti.1993 – L’Italia chiede al Brasilel’estradizione di Achille Lollo.Il Superior Tribunal Federal(STF) nega la richiestaper motivi politici.1995 – Jac<strong>que</strong>s Chirac vieneeletto in Francia e, con ciò, finiscela “Dottrina Mitterand”.Agosto 1996 – Luciano Pessinaviene arrestato a Rio de Janeiro.Il Governo italiano ne chiedel’estradizione e il STF la negaper motivi politici.2004 – La Corte d’Appello diParigi, dopo richiesta fattadal governo italiano nel 2003,decide di estradare <strong>Battisti</strong>, cheviveva in Francia dagli inizidegli anni ’90 come esiliatopolitico, beneficiato dalladottrina di Mitterand.Questa decisione vienepresa durante il mandato delpresidente Ja<strong>que</strong>s Chirac.26 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 27


capaLinha do tempo2004 – <strong>Battisti</strong> é preso naFrança. Ganha liberdadeassistida, mas foge para o Brasil.2005 – Pietro Mancini é preso noRio de Janeiro. Governo italianopede sua extradição e o STF nega.2005 – Diante de recursoapresentado pela defesa de <strong>Battisti</strong>,o Conselho de Estado da França,em instância superior às duasanteriores, manteve a extradição.12 de dezembro de 2006 – A CorteEuropéia de Direitos Humanos(de Estrasburgo), o tribunalsupranacional máximo, acionadapela defesa de <strong>Battisti</strong>, chancelaas decisões das cortes <strong>italiana</strong>se francesas: <strong>Battisti</strong> deveria <strong>ser</strong>mandado de volta para a Itáliapara pagar por seus crimes. Naocasião, ele já vivia no Brasil. Adecisão da Corte foi unânime econfirma ter sido respeitado odevido processo legal e a defesaregular de <strong>Battisti</strong> por advogados.Março de 2007 – <strong>Battisti</strong> é presono Brasil.Novembro de 2008 – Decisão doConare nega pedido de refúgio de<strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>.Dezembro de 2008 – Defesa de<strong>Battisti</strong> recorre ao ministro daJustiça, Tarso Genro.Janeiro de 2009 – Genroconcede status de refugiadopolítico a <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>. Novoparecer da Procuradoria Geralda República enviado ao STFrecomenda libertação de <strong>Battisti</strong>e arquivamento do processo.de poder <strong>ser</strong> considerado um criminoso comum, semmotivação política”.— <strong>Battisti</strong> deveria ter se entregado às autoridadesbrasileiras e tomado a iniciativa de solicitarasilo político logo após sua chegada ao Brasil e nãovivido aqui clandestinamente por dois anos. Entendoa emoção dos familiares de suas atribuídas vítimas,e das próprias autoridades <strong>italiana</strong>s, mas penso<strong>que</strong> a decisão do governo brasileiro foi coerentecom a nossa tradição histórica, ainda <strong>que</strong> num casolimítrofe — alega Sirkis.Para o jornalista e colunista da revista Veja, DiogoMainardi, “o caso é um escândalo, uma vez <strong>que</strong> orefúgio político só pode <strong>ser</strong> concedido a um refugiadode um regime ditatorial, <strong>que</strong> não pode se defender”.— Acho <strong>que</strong> o ministro Tarso Genro fez os cálculosdele e percebeu <strong>que</strong> os benefícios com o seu públicointerno eram superiores ao eventual bônus <strong>que</strong> ele teriainternacionalmente. Como é um ministro, segundose diz, demissionário, o <strong>que</strong> ele <strong>que</strong>ria era garantir apopularidade com a turma dele. E o presidente temrelações de amizade com essas mesmas pessoas, afinidadesideológicas, essa solidariedade é muito antigae daí você paga o preço uma hora — afirma.Para Mainardi, o STF pode tentar reverter a decisão,“embora seja muito difícil, uma vez <strong>que</strong> apalavra final do ministro já foi dada”.— Estão jogando tudo nas costas de Tarso Genro,<strong>que</strong> é uma maneira de minimizar o problema,mas a palavra final foi dada com o aval do presidente,<strong>que</strong> sabia o <strong>que</strong> estava fazendo — diz o jornalista<strong>que</strong> não acredita <strong>que</strong> as relações entre os doispaíses fi<strong>que</strong>m prejudicadas — <strong>Os</strong> políticos acabamse entendendo, vão prevalecer outros interesses.Mas acho <strong>que</strong> a Itália deveria tomar uma atitudemuito dura contra o Brasil — completa.Palavra de especialistaSegundo o professor de Direito Internacional daFundação Getúlio Vargas, Evandro Menezes de Carvalho,há ausência de informação sobre o processodecisório dentro do governo brasileiro a respeitodo caso <strong>Battisti</strong>. Mesmo assim acredita <strong>que</strong> esse éum tema <strong>que</strong> não deveria <strong>ser</strong> tratado no âmbito dorefugiado. Segundo ele, bastaria apenas <strong>ser</strong> “uma<strong>que</strong>stão de asilo e ponto final”.— O asilo é um exercício de um ato soberanodo estado cuja decisão é uma decisão política <strong>que</strong>não se sujeita a nenhum organismo internacionale geralmente é empregado em caso de perseguiçãopolítica individualizada. Já o refúgio tem um carátermais geral, é um temor de perseguição por um númeroelevado de pessoas. O processo todo foi dadodessa maneira, talvez o próprio <strong>Battisti</strong> tenha solicitadoa condição de refugiado — deduz o professor.Tanto o ministro Tarso Genro quanto o ministrochefeda Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci,chegaram a comparar, equivocadamente, o caso de<strong>Battisti</strong> ao de Salvatore Cacciola. Segundo Genro,a recusa brasileira tem base na legislação do paísassim como a negação da Itália em extraditar o exban<strong>que</strong>iroítalo-brasileiro.— O Cacciola tem dupla nacionalidade. Do mesmojeito <strong>que</strong> a constituição brasileira diz <strong>que</strong> o Brasilnão extradita brasileiro sob nenhuma hipótese, aItália também não — explica Menezes de Carvalho.re asilo politico subito dopo il suo arrivo in Brasile,e non aver vissuto qui nella clandestinità per dueanni. Capisco l’emozione dei familiari delle sue presuntevittime, e delle stesse autorità italiane, mapenso che la decisione del governo brasiliano siastata coerente con la nostra tradizione storica, anchese in un caso simile — allega Sirkis.Secondo il giornalista e articolista della rivistaVeja, Diogo Mainardi, “il caso è uno scandalo, vistoche il rifugio politico può es<strong>ser</strong>e concesso solo adun rifugiato di un regime dittatoriale, che non puòdifendersi”. — Credo che il ministro Tarso Genroabbia fatto i suoi calcoli e abbia capito che i beneficicon il suo pubblico interno erano superiori aglieventuali “bonus” che avrebbe ricevuto internazionalmente.Siccome è un ministro, da <strong>que</strong>llo che sidice, dimissionario, voleva garantire la popolaritàcon il suo gruppo. E il presidente ha rapporti diamicizia con <strong>que</strong>ste persone, affinità ideologiche.Questa solidarietà è di lunga data e così, ad un certomomento, si paga il prezzo — afferma.Per Mainardi, il STF potrebbe tentare di ribaltarela decisione, “anche se è molto difficile, visto che laparola finale del ministro è già stata data”.— Stanno mettendo tutto sulle spalle di TarsoGenro, che è un modo di minimizzare il problema,ma la parola finale è stata data con l’avallo del presidente,che sapeva cosa stava facendo — dice ilgiornalista che non crede che i rapporti tra i duepaesi ne risulteranno danneggiati. — I politici allafine si capiscono, prevalgono altri interessi. Mapenso che l’Italia dovrebbe prendere una posizionemolto dura contro il Brasile — conclude.Piazza <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>Non spaventatevi se, all’improvviso ,venitea sapere che a Reggio Emilia, nella regioneEmilia-Romagna, c’è una piazza chiamata <strong>Cesare</strong><strong>Battisti</strong>. Il nome del luogo rende omaggio ad unaltro italiano, nato a Trento nel 1875 e mortonel 1916. Piazza <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> si riferisce algeografo e politico che, dopo aver fre<strong>que</strong>ntatole scuole medie superiori a Trento, andò a Graz,in Austria, dove si unì ad un gruppo di marxistitedeschi, con cui fondò un giornale, rapidamentecensurato. A Firenze, <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> si laureòin Lettere e Geografia. Realizzò studi geograficipubblicando delle guide di Trento. Nel frattemposi occupò di problemi sociali e politici e, a capodi un movimento socialista trentino, lottò permigliorare le condizioni di vita degli operai, perl’Università Italiana di Trieste e per l’autonomiadel Trentino. <strong>Battisti</strong> fondò il giornale Il Popoloe il settimanale illustrato Vita Trentina, oltread es<strong>ser</strong>e stato eletto deputato del Reichsrat, ilParlamento di Vienna.Isso significa <strong>que</strong> a Itália, pela lei, não poderiaextraditar Cacciola, mesmo <strong>que</strong> quisesse ajudar ogoverno brasileiro.O <strong>que</strong> é de CesarMesmo como refugiado político, <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>continua preso no Complexo Penitenciário da Papuda,em Brasília. Em carta à imprensa, ele disse estar“apreensivo” com a sua situação. Reafirma não <strong>ser</strong>responsável pelas mortes pelas quais é acusado. Segundo<strong>Battisti</strong> afirma na carta, os “atiradores” sãoMemeo, Fatone, Masala e Grimaldi, “todos colaboradoresda Justiça, arrependidos”.O ex-presidente italiano Francesco Cossiga, atualsenador pelo partido Democracia Cristã, admitiu emcarta enviada a <strong>Battisti</strong> <strong>que</strong> houve perseguição políticado governo italiano, de setores da imprensa, de sindicatose do seu partido contra organizações radicaisde es<strong>que</strong>rda e de direita. Segundo a carta, datada defevereiro de 2008, Cossiga ressaltou <strong>que</strong> os delitos cometidospelos militantes não podem <strong>ser</strong> consideradostransgressões comuns. “<strong>Os</strong> crimes <strong>que</strong> a subversão dees<strong>que</strong>rda e a subversão de direita cumpriram, são certamentecrimes, mas não certamente ‘crimes comuns’,porém ‘crimes políticos’”, afirmou o ex-presidente. Aofinal, o senador autorizou <strong>Battisti</strong> a utilizar a carta comodesejasse, inclusive com valor jurídico.Uma das poucas pessoas a defendê-lo publicamenteé a escritora francesa Fred Vargas. Para elaa decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, “foicorajosa, honesta e humana”. Fred visitou <strong>Battisti</strong>na prisão no final do mês passado junto com o senadorEduardo Suplicy (PT-SP).Piazza <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>Não se assuste se, de repente, você ficar sabendo<strong>que</strong> em Reggio nell’Emilia, na regiãode Emilia-Romagna há uma praça chamada <strong>Cesare</strong><strong>Battisti</strong>. O nome <strong>que</strong> homenageia o local éde outro italiano, nascido em Trento, em 1875,e morto desde 1916. A Piazza <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> <strong>ser</strong>efere ao geógrafo e político <strong>que</strong> depois de terfreqüentado o ginásio em Trento, foi para Graz,na Áustria, onde se uniu ao grupo dos marxistasalemães, com<strong>que</strong>m fundou umjornal, censuradorapidamente. EmFlorença, <strong>Cesare</strong><strong>Battisti</strong> se formouem Letras e Geografia.Realizouestudos geográficospublicandoalguns guias deTrento. Ao mesmotempo, ocupou-se de problemas sociais epolíticos e, comandando o movimento socialistatrentino, lutou para melhorar as condições devida dos operários, pela Universidade Italiana deTrieste e pela autonomia do Trentino. <strong>Battisti</strong>fundou o jornal Il Popolo e o semanal ilustradoVita Trentina, além de ter sido eleito deputadodo Reichsrat, o Parlamento de Viena.Parola di expertSecondo il professore di Direito Internacional dellaFundação Getúlio Vargas, Evandro Menezes de Carvalho,nel governo brasiliano non ci sono informazionisul processo decisorio del caso <strong>Battisti</strong>. Malgradociò crede che sia un tema che non dovrebbees<strong>ser</strong>e trattato in termini di rifugio. Secondo lui,basterebbe appena che fosse “una <strong>que</strong>stione di asiloe basta”.— L’asilo è un e<strong>ser</strong>cizio di un atto sovrano dellostato, la cui decisione è politica, che non si sottomettea nessun organo internazionale e di solitoviene usato in caso di persecuzione politica individualizzata.Invece il rifugio ha un carattere più generale,è un timore di persecuzione [messa in atto]da un grande numero di persone. Tutto il processo èstato fatto in <strong>que</strong>sto modo, forse è stato lo stesso<strong>Battisti</strong> a richiedere la condizione di rifugiato —deduce il professore.Tanto il ministro Tarso Genro, quanto il ministrocapo della Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci,hanno paragonato, sbagliando, il caso di <strong>Battisti</strong>a <strong>que</strong>llo di Salvatore Cacciola. Secondo Genro,il rifiuto brasiliano ha per base la legislazione brasiliana,così come il diniego dell’Italia di estradarel’ex banchiere italo-brasiliano.— Cacciola ha doppia cittadinanza. Così comela costituzione brasiliana dice che il Brasile nonestrada brasiliani in nessun caso, anche l’Italia falo stesso — spiega Menezes de Carvalho.Ciò significa che l’Italia, per la legge, non potrebbeestradare Cacciola, nemmeno se volesse aiutareil governo brasiliano.A <strong>Cesare</strong> <strong>que</strong>l che è di <strong>Cesare</strong>Anche come rifugiato politico, <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong> continuaagli arresti nel Complexo Penitenciário daPapuda, a Brasília. In una lettera alla stampa, dicedi es<strong>ser</strong>e “preoccupato” della sua situazione.Riconferma di non es<strong>ser</strong>e responsabile delle mortidi cui è accusato. Da <strong>que</strong>llo che <strong>Battisti</strong> dice nellalettera, “chi ha sparato” sono stati Memeo, Fatone,Masala e Grimaldi, “tutti collaboratori dellaGiustizia, pentiti”.L’ex presidente italiano Francesco Cossiga, orasenatore a vita, in una lettera scritta a <strong>Battisti</strong>ha ammesso che c’è stata persecuzione politica delgoverno italiano, da parte di settori della stampa,di sindacati e del suo partito, contro organizzazioniradicali di sinistra e di destra. Secondo la lettera,datata febbraio 2008, Cossiga mette in risaltoche i delitti commessi dai militanti non posso es<strong>ser</strong>econsiderati reati comuni. “I reati che la sovversionedi sinistra e di destra hanno commessosono sicuramente reati, ma certamente non ‘reaticomuni’, ma ‘reati politici’”, ha affermato l’ex presidente.Alla fine, il senatore ha autorizzato <strong>Battisti</strong>a usare la lettera come volesse, anche per trarnevalore giuridico.Una delle poche persone a difenderlo pubblicamenteè la scrittrice francese Fred Vargas. Secondolei la decisione del ministro della Justiça,Tarso Genro, “è stata coraggiosa, onesta e umana”.Fred ha visitato <strong>Battisti</strong> in carcere alla finedel mese scorso insieme al senatore Eduardo Suplicy(PT-SP).Linea temporale2004 – In ottobre la Corte diCassazione francese confermala decisione di estradare<strong>Battisti</strong> perché sconti in carcerel’ergastolo per i quattro omicidi.2004 – <strong>Battisti</strong> viene arrestatoin Francia. Ottiene la libertàassistita, ma fugge in Brasile.2005 – Pietro Mancini vienearrestato a Rio de Janeiro. IlGoverno italiano chiede la suaestradizione e il STF gliela nega.2005 – Di fronte al ricorsopresentato dalla difesa di <strong>Battisti</strong>,il Consiglio di Stato francese,in istanza superiore alle dueanteriori, mantiene l’estradizione.12 dicembre 2006 – La CorteEuropea di Diritti Umani (diStrasburgo), il massimo tribunalesupranazionale, azionato dalladifesa di <strong>Battisti</strong>, sanziona ledecisioni prese dalle corti italianee francesi: <strong>Battisti</strong> dovrà es<strong>ser</strong>erimandato in Italia per pagarei suoi reati. Allora già viveva inBrasile. La decisione della Corte èunanime e conferma che è statorispettato il dovuto processolegale e la regolare difesa di<strong>Battisti</strong> da parte dei suoi avvocati.Marzo 2007 – <strong>Battisti</strong> è arrestatoin Brasile.Novembre 2008 – Decisione delConare nega richiesta di rifugiopolitico a <strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>.Dicembre 2008 – Difesa di<strong>Battisti</strong> ricorre al ministro dellaJustiça, Tarso Genro.Gennaio 2009 – Genro concedestatus di rifugiato politico a<strong>Cesare</strong> <strong>Battisti</strong>. Nuovo pareredella Procuradoria Geralda República inviato al STFraccomanda la liberazionedi <strong>Battisti</strong> e l’archiviazionedel processo.28 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 29


ROMAatualidadeLisomar SilvaArt Studio CafèÉum dos mais novos e originais espaçospara um café ou uma refeição leve entrecursos de cerâmica, artesanato e pintura.<strong>Os</strong> fre<strong>que</strong>ntadores mais assíduos também vãoencontrar no Art Studio Cafè um bom pretextopara fazer novos amigos durante os campeonatosde baralho e xadrez ou nos cursosde dança. Já os mais tímidos têm a oportunidadede entrar e encontrar muitos jornais àdisposição para afundar os olhos nas principaisnotícias do dia enquanto esperam a encomenda.<strong>Os</strong> mais es<strong>que</strong>cidos enfim, poderãoremediar uma lembrança simpática e originalpara levar de presente de última hora, namala de viagens. Endereço: Via dei Gracchi,187 A. De segunda à sábado.Fotos: DivulgaçãoCaffè Tazza D´OroOproprietário dessa famosa torrefazionecriada em 1946 tornou-seum especialista em tipologias de caféproduzidas em todo mundo. Chegou acriar uma combinação cuja receita permaneceaté hoje guardada sob sete chaves.Chama-se La Regina dei Caffè e foiaperfeiçoada ao longo do tempo. Muitosdos clientes, após tomarem seu café nobalcão, encomendam o produto moídoe preparado na hora para <strong>ser</strong> consumidoem casa. Quem conhece o perfume docafé <strong>que</strong> acaba de <strong>ser</strong> moído, fica inebriadocom os aromas dos recipientes doTazza d’Oro. Vale a pena provar! Ele seencontra praticamente ao lado do Pantheon.Endereço: Via degli Orfani, 84.Um cafezinhoCorto, lungo, ristretto, macchiato, alvetro, corretto al rhum o al cognac.Estas são somente algumas das milmaneiras <strong>que</strong> os italianos costumam pedirseu café nos bares de Roma e de toda aItália. O povo daqui está entre os mais tradicionaiscultores de um bom café. Muitasvezes, a forma como a bebida é <strong>ser</strong>vida é a“prova dos nove’’ para se determinar a qualidadede um bar. Na região Piemonte, principalmenteno rigoroso inverno europeu, émuito comum saborear o histórico bicerinCaffè Sant´EustacchioInaugurado há trinta anos como torrefação,transformou-se rapidamente em ponto deencontro de personagens famosos da vida públicae política de Roma. Hoje, o bar oferecetambém o cafezinho com uma generosa colheradade creme de chantilly, além de proporcionaruma ampla gama de tipologias decafé para os paladares mais exigentes. Lá vocêpoderá tomar seu café depois de ter vistoa Praça Navona ou de ter apreciado as obrasde Caravaggio na Igreja de São Luis dos Franceses,no centro histórico. Endereço: PiazzaSant´Eustacchio, 82.ad Cavour, a deliciosa tazza criada para recordaro famoso parlamentar italiano, feitacom uma densa camada de chocolate amargono fundo, delicadamente coberta comcafé. Vai-se bebendo aos poucos. Devagarinho,o sabor do café vai se misturandoao do chocolate. E nada mais atraente <strong>que</strong>uma bem merecida xícara de café após umlongo passeio pelas ruas e praças de Roma.Eis algumas dicas para você saborearo seu tipo preferido com muito prazer, aqual<strong>que</strong>r hora.Sciascia CaffèNo bairro de Prati, nas proximidades doVaticano, existe esse café tranquilo<strong>que</strong> está completando 90 anos de fundação.Quando se entra, logo se sente o perfumedo aroma do café <strong>que</strong> acaba de <strong>ser</strong> moído. Acaracterística principal do estabelecimento éa amabilidade com <strong>que</strong> o proprietário AdolfoSciascia acolhe a clientela de todas as idades.Outra característica é o bom gosto dasxícaras de fina porcelana usadas para mantero sabor e a temperatura do melhor café <strong>ser</strong>vidono bairro. Endereço: Via Fabio Massimo,80ª. De segunda à sábado.Transatlânticodo poderNavio da <strong>italiana</strong> MSC Cruzeiros recebe cúpula do G8 em julho.No Brasil, temporada em alto mar é marcada por incidentesEste ano, na presidência doG-8, a Itália vai inovar. Aoinvés de um hotel convencional,os representantesdos oito países mais desenvolvidosdo mundo ficarão hospedadosem um transatlântico, o italianoMSC Fantasia.A embarcação tem uma alturaequivalente a um prédio de 23andares (maior <strong>que</strong> a Torre de Pisa),e 333 metros de comprimento(mais <strong>que</strong> a Torre Eiffel deitada).São ao todo 450 mil metrosquadrados, <strong>que</strong> abrigam 18 bares,cinco restaurantes, piscinascobertas e descobertas, cassino,cinema 4D e simulador de Fórmula1, só para citar algumas particularidades.Escadas são feitas decristais Swarovski e é oferecido<strong>ser</strong>viço de mordomo 24 horas.A reunião está programadapara ocorrer entre os dias 8 e 10de julho, em La Maddalena, umailha com pouco mais de 10 milhabitantes, na Sardenha. Tidocomo o maior navio da Europa,a embarcação tem como madrinhaa diva Sophia Loren, íconedo cinema italiano e foi inauguradaem dezembro passado. Custou600 milhões de euros, pesa133.500 toneladas e está equipadopara receber cerca de 4 milpassageiros em aproximadamente1.637 cabines.Liderados pelo premier SilvioBerlusconi, chefes de estado comoo norte-americano Barack Obamae o francês Nicolas Sarkozy aindaterão ao seu dispor um centro debem estar <strong>que</strong> oferece tratamentoscomo terapia de lama, vaporesperfumados e massagens.— Este fantástico navio representaa italianidade — enfatizaPierfrancesco Vago, presidente-executivoda companhia.Enquanto isso, no Brasil...A temporada de cruzeiros pelacosta brasileira foi marcada porcinco mortes a bordo, além de váriosincidentes. A maioria dos casosocorreu em navios da MSC. Oprimeiro deles aconteceu no dia19 de dezembro passado, duranteum cruzeiro universitário. IsabelaBaracat Negrato, 20 anos, morreuapós aspirar o próprio vômito. EmIlha Bela (SP), seu corpo foi encontradoem uma cabine do MSCOpera. No dia 9 de janeiro, no MSCMusica, a gaúcha Clony Resende,74 anos, sofreu uma parada cardíacae morreu quando fazia checkout no porto de Santos (SP).Fotos: DivulgaçãoSílvia So u z aJá no MSC Sinfonia, no dia7 de janeiro, num cruzeiro entreRio de Janeiro e Maceió, 390 passageirosapresentaram sintomasde intoxicação. No final do mês,o Laboratório Central da Bahiainformou <strong>que</strong> o problema foi umsurto de virose. Três dias depois,um grupo de 96 pessoas <strong>que</strong> pagoucerca de 5 mil reais para passearno mesmo navio, ficou à derivano Rio de Janeiro. Eles iriampara a Argentina e compraram bilhetesclonados da agência PortoRio, credenciada da MSC.No mesmo MSC Sinfonia, <strong>que</strong>tem bandeira do Panamá, a cadeiranteAline Mion de Almeida,32 anos, morreu, no dia 5 de janeiro,enquanto o transatlânticopassava por águas pernambucanas.No dia 17 de janeiro,em Cruzeiro da CVC, o empresárioDiego Mendes de Oliveira, 26anos, morreu de meningite, naBahia. Nove dias depois, a professoraJane Lúcia Alves Botelho,58 anos, morreu de gastroenteriteaguda a bordo de um navioda Costa Cruzeiros <strong>que</strong> seguia deSantos para o Uruguai.30 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 31


atualidadeEnxergarsem verEm Milão, percurso feito totalmente no escuro permite, por uma hora,perceber um pouco das sensações experimentadas por deficientes visuaisUma mostra onde não se vêabsolutamente nada. Assimé Diálogo no Escuro,um “convite” <strong>que</strong> o Institutodos Cegos de Milão faz hátrês anos. Quem aceita embarcaem um percurso multi sensorialfeito completamente no escuro,para viver por alguns instantesuma realidade pouco vista por<strong>que</strong>m enxerga. Por uma hora, umgrupo de no máximo oito pessoasé guiado por um deficiente visual<strong>que</strong> os induz nessa viagem aomundo da redescoberta, ao mundodos outros sentidos, do tato,olfato, paladar e audição.Segundo Andreas Heinecke,criador do projeto, o escuro éuma metáfora <strong>que</strong> induz à marginalizaçãoe à discriminação asquais os deficientes visuais quasesempre são vítimas. Além disso,representa “o medo <strong>que</strong> carregamosdentro de nós”.— O escuro pode <strong>ser</strong> um extraordinárioinstrumento de comunicação.Um lugar de belezanão aparente, onde o preconceitoé impossível: onde contamsomente a voz, o intuito e vontadede ajudar. Só os <strong>que</strong> falamexistem. Quem fica em silêncio,desaparece na impenetrável escuridão.Por isso, toda a atençãodo Dialogo no Escuro é voltadaà conversação. Diálogos <strong>que</strong> aspessoas fazem com elas mesmase com as outras <strong>que</strong> as acompanhamdurante essa viagem. Bastaapagar a luz e os cegos nãosão mais cegos e nós, <strong>que</strong> vemos,somos cegos e indefesos —diz Heinecke.Como os organizadores gostamde ob<strong>ser</strong>var, essa não é umaJa n a í n a CesarCorrespondente • Trevisosimulação da cegueira, mas umamaneira humana e profunda paraentrar em contato com as pessoasatingidas por esta forma dedeficiência. Durante a semana, amostra recebe, principalmente,alunos de escolas do ensino médioà universidade. Como os da8° série da Escola Ottolini, deRescaldina, uma pe<strong>que</strong>na cidade<strong>que</strong> fica a 30 km de Milão. <strong>Os</strong>pe<strong>que</strong>nos adolescentes eram fervorosose cheios de expectativas.Porém antes de entrar alguns pe<strong>que</strong>nosprocedimentos como deixartudo nos armários disponíveis:chaves, relógios, celulares,ja<strong>que</strong>tas, mochilas, carteiras eóculos. A única coisa permitidasão as moedas.Ao entrar no espaço da mostra,em uma pe<strong>que</strong>na sala de quatrometros quadrados, cada pessoado grupo recebe uma breveinstrução e um bastão branco <strong>que</strong>o acompanhará durante todo oInstituto dos Cegos de Milãopercurso. Após essa pe<strong>que</strong>na introdução,o grupo segue em direçãoa um longo corredor comtapetes pretos onde a luz delicadamentevai enfra<strong>que</strong>cendo, atéchegar ao escuro total. Neste momento,surge uma voz gentil e aguia se apresenta - a do grupo deOttolini se chamava Cláudia. Empoucos minutos, ela pergunta onome dos participantes e dá pe<strong>que</strong>nasregras de comportamento:manter uma mão no bastão,a outra na parede, não falar aomesmo tempo e tocar tudo o se“vê” pela frente.A primeira sala é uma espéciede jardim com plantas e palmas eCláudia começa o <strong>que</strong>, para ela, éum jogo. “Vocês acham <strong>que</strong> essasplantas são verdadeiras ou falsas?”,pergunta. No início, aindatímidos, alguns poucos respondem<strong>que</strong> são verdadeiras. “To<strong>que</strong>m,sintam o perfume” continuaCláudia. O pavimento soft emacio do carpete dá lugar a umatrilha de pedrinhas e a guia <strong>que</strong>rsaber qual era o piso de antes equal é o de agora.Uma porta se fecha, se sentepelo rumor dos trilhos <strong>que</strong> a fazdeslizar de um lado ao outro, e outrase abre. Próximo passo, umaponte <strong>que</strong>, ao <strong>ser</strong> tocada, se descobre<strong>ser</strong> de madeira. A um certomomento, começa a balançar. Odesequilíbrio surge e todas as referências<strong>que</strong> surgiram nos primeirosminutos desaparecem. Uma dasalunas chama sempre a professora.Após passar por algumas salas,chega na<strong>que</strong>la definida porum dos alunos, como “a melhor”.Supera-se um pe<strong>que</strong>nodegrau <strong>que</strong>, pelo som da batidado bastão, parece <strong>ser</strong> de ferroou alumínio. Entra-se em umaespécie de barco. Cláudia convidatodos para sentar e, em meioa risadas todos conseguem encontrarum lugar. A professora éconvidada a dirigir o barco e osalunos, a fechar os olhos e imaginaruma praia, com gaivotas ebrisa do mar. Enquanto Cláudiafalava, o barco balançava lateralmentee é possível sentir osom das ondas <strong>que</strong> batiam nobarco, de gaivotas <strong>que</strong> voavame do vento quase frio <strong>que</strong> tocavaa pele. “Se fecho os olhosconsigo imaginar tudo”, diz umdos alunos.No final, um bar no escuro.“Agora entendi por<strong>que</strong> podíamosentrar só com moedas”, diz umAcima, um detalhe dopercurso. Ao lado, a guiaorienta um grupo deestudantes no início do passeiodos alunos. Um senhor – se percebepela voz <strong>que</strong> se trata de umapessoa idosa - muito educado,também deficiente visual, recebeo grupo e diz o menu do dia: batatinhaschips, água, refrigerantee suco. Todos apoiados ao balcãofazem seus pedidos e esperampaga pagar. Cláudia os convidapara sentar no sofá em forma deL, com almofadas em couro, e iniciaum bate papo. Um dos alunosdiz <strong>que</strong> era mais fácil imaginar assituações descritas com os olhosfechados e pergunta o porquê:— A mente tem uma memóriavisual e quando fechamos osolhos é mais fácil conseguir lembraro <strong>que</strong> já conhecemos — explicaa guia.Neste ponto, alguém perguntase não é difícil viver na escuridãoe ela diz <strong>que</strong> não “por<strong>que</strong>a escuridão <strong>que</strong> vemos não é amesma <strong>que</strong> eles vêm por<strong>que</strong> nãovemos tudo preto ou escuro, simplesmentenão vemos”.Para sair, é preciso abrir osolhos devagar. Após atravessaruma cortina de veludo preta, seentra em uma sala não tão iluminada.O bastão é restituído e,finalmente, se vê com os olhosa dona da voz <strong>que</strong> guiou o grupo,Cláudia, uma bela senhora decabelos brancos, corte chanel,vestida muito elegantemente. <strong>Os</strong>alunos agradecem e saem.Na entrada, ao lado dos armários,Alessandro Malacide, de13 anos, um dos alunos da escolaOttolini diz <strong>que</strong> foi uma dasmelhores experiências da sua vida.Seu colega Demétrio Mazza-ro, de 14 anos, concorda. Diz,inclusive <strong>que</strong> pretende voltarcom outros amigos.— Quero refazer com outrosamigos e mostrar a beleza desseprojeto. No início, foi um poucodifícil, mas passar uma hora comodeficiente visual te faz entenderpelo menos um pouco, as dificuldadese exigências <strong>que</strong> essas pessoasdevem ter — diz Mazzaro.Na peleDiálogo no Escuro é um projetoitinerante <strong>que</strong> nasceu na Alemanhahá mais de 20 anos. EmMilão, emprega mais de 80 pessoas,dos quais 70 com deficiênciavisual. Além de Diálogo noEscuro, o Instituo dos Cegos deMilão oferece o Jantar no Escuroe, Arte do Tato, uma mostra organizadaem colaboração com oMuseu do Louvre de Paris.Devo confessar <strong>que</strong> a primeira sensação <strong>que</strong> tive quando entramosna<strong>que</strong>le corredor escuro foi quase de sufocamento, claustrofobia,perda total de qual<strong>que</strong>r tipo de referência. Não se vê absolutamentenada. Sentir, escutar e cheirar - são estes os sentidos<strong>que</strong> indicam o caminho. Não consigo imaginar como as outras pessoasestavam na<strong>que</strong>les minutos iniciais. O mal estar foi passando equando entramos na sala-barco, sentada, me entreguei totalmenteà<strong>que</strong>la experiência. Relaxei e o medo do escuro – com todo o significadopsicológico <strong>que</strong> possa haver – foi passando. To<strong>que</strong>i tudo,as paredes forradas com o carpete, as plantas, os objetos dentrode casa sala. O tato é pura intimidade. Acho <strong>que</strong> por isso a culturaatual usa tão pouco esse sentido. Afinal, não tocar é uma coisa <strong>que</strong>vem imposta desde quando se é criança. Não to<strong>que</strong> aqui, não to<strong>que</strong>ali. Redescobrir essa sensação foi ainda mais emocionante por<strong>que</strong>,neste caso, não se toca simplesmente por tocar, mas para sentir,para ler com as mão o <strong>que</strong> os olhos não podem ver.32 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2008F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 33


atualidadeturismoCasoencerrado?Após dois anos de negociações, a Alitalia pode se considerar salva. Foi fechadoum acordo entre o governo, a Companhia Aérea Italiana e a Air FranceACAI é um consórcio formadopor empresáriositalianos <strong>que</strong> comprou49,9% da empresa. A AirFrance pagou 322 milhões de eurospor 25% das ações da companhia.Porém, os problemas ligadosà nova Alitalia realmenteterminaram? Ao <strong>que</strong> tudo indica,somente uma parte foi resolvida.A empresa foi privatizada, mastrabalhadores e passageiros aindaesperam por novidades.Com a nova Alitalia, veio apromessa do fim das filas no check-ine preços baixos. A realidade,porém, é outra. O <strong>que</strong> se vêhoje com a nova companhia nãoé diferente do <strong>que</strong> se via com avelha: atrasos e cancelamentosde voos e paralisação do pessoal.A frota foi diminuída, algumasrotas canceladas e as passagensestão mais caras do <strong>que</strong> antes.A única companhia concorrenteera a AirOne também dogrupo de empresários<strong>que</strong>comprou aAlitália. Daunião dessasduas, deveriamexistir 235 aviões,mas somente 139 decolarão.Além disso, asduas somavam cerca demil voos por dia. A novaAlitalia terá somente 550.Com apenas uma semana degestão, a empresa amargurouuma paralisação de quatro horas,organizada pelo Sindicato dosTrabalhadores, SDL. Era um protestocontra as más condições detrabalho, cortes na equipe, critériosde contratação e a rejeiçãode propostas <strong>que</strong> previam a reduçãoda jornada de trabalho paraampliar o número de empregos.Próximo round: a SDL anunciouJa n a í n a CesarCorrespondente • Trevisouma greve de 24 horas para o dia04 de março.Entretanto, a nova Alitaliatambém está encontrando protestosda parte dos passageiros<strong>que</strong> reclamam dos altos preços. <strong>Os</strong>enador da Liga Veneta RobertoCastelli, também sub-secretáriode Infra-Estrutura e Transporte,revelou “com estupor” <strong>que</strong> o preçode uma passagem aérea só deida, de Roma a Milão, custaria325,80 euros. Segundo ele, terconsentido a CAI de agir comoum monopólio entre Romae Milão, fora da lei anti-trust,“deveria <strong>ser</strong>vir para facilitar oinício da nova companhia aéreae não para aumentar as tarifas”.O jornal La Reppublica denunciou,dia 23 de janeiro, <strong>que</strong> ospreços das passagens vendidaspelos sites da Alitalia e da AirOnesão diferentes. O jornal mostrou<strong>que</strong> uma passagem compradano site de AirOne, de Bari aRoma, para o mesmo dia 23/01,custava 265,35 euros. A mesmapassagem no site da Alitalia saíapor 282,41 euros. A CAI justificoua diferença alegando <strong>que</strong> “osistema de venda usado pelas duascompanhias é diferente”.O acordoDurante sua campanha eleitoral,Silvio Berlusconi fez do caso Alitaliauma “<strong>que</strong>stão de honra” <strong>que</strong>ele prometeu resolver “o quantoantes”, caso fosse eleito. Tambémafirmou <strong>que</strong> a empresa deveriacontinuar <strong>italiana</strong>. Como primeiro-ministro,lançou um apelo aosempresários do país e foi ouvido.Um grupo de cerca 20 delesformou a CAI: Banca Intesa; Benetton;Roberto Colannino, chefeda fábrica Piaggio <strong>que</strong> produz aVespa; Angelo Riva, proprietárioda Usinas de Aço Riva; Carlo Toto,dono da AirOne; Marco TronchettiProvera, dono da Pirelli eEmma Marcegaglia, presidente daConfindustria. Única presença feminina,ela se retirou do grupono dia 22 de janeiro para “nãogerar crise de interesse”.Para atraí-los à negociação, ogoverno dividiu a Alitalia em duaspartes: ofereceu à CAI a parte boada companhia (aviões, lucros e ocapital de giro) e ficou com tudoo <strong>que</strong> era negativo (funcionáriosdemitidos e a <strong>ser</strong>em demitidos edívidas em torno 2,9 bilhões deeuros). No acordo conhecido comoFenice, a CAI deveria pagar 1bilhão de euros pelos 49,9% dasações. Pagará no ato da comprasomente 390 milhões. O resto foiparcelado em dois anos.A Air France já tinha entradoem negociação para a compra daAlitalia em 2008, época de RomanoProdi. Não fechou acordo por<strong>que</strong><strong>que</strong>ria garantia de apoio detodos os sindicatos, o <strong>que</strong> nãoocorreu. Pela primeira proposta, acompanhia francesa teria comprado49,9% das ações, ficado comas dívidas e se tornado sócia majoritária.Com a CAI, a empresa ficouem mãos <strong>italiana</strong>s, mas as dívidascontinuam a <strong>ser</strong> um problemado Estado italiano.Spiaggia pergente riccaVille, bar e locali notturni attirano gente ricca e famosa verso la spiaggiacatarinense Jurerê Internacional, dove i divertimenti sembrano non finire maiUn insieme di Saint Tropeze di Ibiza. Così possiamodefinire la spiaggia di Jurerê,a Florianópolis (SC).E’ là, nell’estate del litorale diSanta Catarina di cui si parla molto,che si ritrovano i ricchi e famosi.Con bar e locali notturni sullitorale, e ville da mozzare il fiato,il movimento non ha orario. Moltiitaliani hanno già scoperto l’incantodel luogo che è stato classificatorecentemente dal giornaleamericano The New York Timescome “la meta più vibrante per lefeste nell’America del Sud”.A Jurerê un qualun<strong>que</strong> terrenonon costa meno di 3.500 reaisil metro quadrato, ed il costodi una casa costa circa 4.000 reaisal giorno. La grande attrattiva delluogo sono sempre stati i 4 km.di sabbia bianca, ed il mare calmocon acqua verde, cristallina etiepida. Fino a pochi anni fa era illuogo di vacanza preferito dalle famiglie,che arrivavano con i bambiniche potevano giocare in unabella spiaggia tranquilla. Adesso ilposto è affollato da giovani di tuttele parti del mondo, che vannodietro alla grande agitazione.Il profilo di Jurerê è cominciatoa cambiare nel 1980, quandoè stata autorizzata l’installazionedi una agenzia immobiliareche ha fatto opere di urbanizzazionee ha progettato lotti diterreno di lusso nella parte suddella spiaggia. Il luogo è statosoprannominato Jurerê Internacional,per distinguerlo da JurerêTradicional, che esisteva già.Con la costruzione delle villeera necessario creare delleattrazioni affinché i ricchi abitantinon moris<strong>ser</strong>o di noia. Risultato:una profusione di bar elocali tale da lasciare a boccaaperta qualun<strong>que</strong> città europea.E’comune vedere barche di lussoattraccate, Ferrari parcheggiatedavanti alla spiaggia e “bagnanti”che arrivano con l’elicottero.Ristoranti come il P12 e El Divino (accanto) hannotrasformato la spiaggia in pista da ballo con i loro DJsMarco DutraSarah CastroCorrespondente • FlorianópolisLa top model Gisele Bündchen, ilcantante italiano Eros Ramazzotti,i piloti Felipe Massa e MichaelSchumacher sono alcune dellecelebrità che hanno già approfittatodell’agitazione di Jurerê.Con tanti ricchi in giro richiamal’attenzione la mancanzadi muri intorno alle case. Soltantobei giardini separano le bellecase dalla strada. Il luogo ha unodei più bassi indici di criminalitàdi Floripa. Non è per caso chevi funziona il primo Conselho Comunitáriode Segurança impiantatonello stato. Anche il pianourbano impressiona. Gli abitantidecidono tutto. Sono loro stessiche raccolgono e separano laspazzatura e stabiliscono i limiti,insieme alla prefettura, di <strong>que</strong>lloche si può fare, o no, in città.— Conosco il Brasile fin da piccoloe mi sono sempre identificatocon la popolazione del sud perchéè <strong>que</strong>lla più simile all’europea. Hofinito per sposare una brasiliana eMarco Dutraoggi noi abitiamo sei mesi qui, aJurerê, durante l’estate, e sei mesiin Italia — afferma l’architettoitaliano Fabrizio Liorni.Un suo conterraneo concorda.L’agente immobiliare italianoElio Calnavacciuolo raccontache tutte le quattro volte che èvenuto in Brasile è passato perFlorianópolis e “per <strong>que</strong>sta bellaspiaggia di Jurerê”:— Le persone che fre<strong>que</strong>ntano<strong>que</strong>sto posto, il divertimentoe l’attenzione che qui si riceve,formano un insieme perfetto — èla sua valutazione.Sul lato opposto della spiaggiasi può vedere l’opposto di <strong>que</strong>staostentazione nei bar e nei negozitipici azzorriani, semplici, ma nonmeno turistici di <strong>que</strong>lli dell’area“internazionale”. Là si trova lo IateClube de Santa Catarina, conuna rimessa che ha accesso dallaspiaggia, dove sono al riparo barchea vela e motoscafi, ed è untocco locale di charme in più.34 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 35


carnavalNo passo dasmulatasAl passo delle mulatteIsabela Grillo, Ja n a í n a César e Silvia So u z aOficialmente, o carnaval acontece entreos meses de fevereiro e março. Paraalgumas pessoas, porém, a folia nuncatermina. Passistas de escolas de sambacariocas, crias de comunidades em <strong>que</strong>o ziriguidum faz parte das suas raízes,buscam, cada vez mais, manter o rebolado ao longo do ano. Paraisso, assumem a “profissão” de mulata, muito valorizada noexterior, principalmente na Itália. Atrás de um futuro melhor,essas mulheres, literalmente, sambam para viverUfficialmente il carnevaleha luogo tra febbraio emarzo. Però per qualcunola ‘folia’ non finisce mai. ‘Passistas’ delle scuole disamba carioca, cresciute nelle comunità in cui il‘ziriguidum’ fa parte delle loro radici, cercano sempredi più di mantenere il movimento di anche durantel’anno. Per fare ciò assumono la “professione” di mulatte, moltovalorizzata all’estero, specialmente in Italia. In cerca di unfuturo migliore, <strong>que</strong>ste donne, letteralmente, sambano per vivereFotos: Bruno de LimaComunità foi em busca dealgumas dessas dançarinas.Algumas foram entrevistadasna Itália, outras no Brasil.Quase todas acabaram se encontrandono Rio de Janeiro, ondefotografaram para a revista, no mêspassado. Afinal, é para a Cidade Maravilhosa<strong>que</strong> costumam voltar, nestaépoca do ano. Dificilmente, elasdeixam de desfilar na sua escola desamba do coração. Até por<strong>que</strong>, éjustamente nas quadras dessas escolas<strong>que</strong> muitos contratos parashows são fechados.— O Brasil para mim, agora, ésó para passar as férias, visitar osamigos e parentes. Vim para a Itáliaem 2000 com um grupo <strong>que</strong> sedesfez dois anos depois. <strong>Os</strong> colegasvoltaram, mas eu fi<strong>que</strong>i. Posso dizer<strong>que</strong> conquistei muitas coisas vindopara cá — comenta Elaine Caetano,de 32 anos, <strong>que</strong> mora em Macerata,na região do Marche e acumulaa profissão de dançarina com a deatendente em um hotel. — A culturabrasileira é muito bem vista. Foraa dificuldade com a língua, o <strong>que</strong>mais me espanta na Itália é o clima.O frio é muito intenso, mas, por sorte,nessa época de inverno, geralmentecorro para o BrasilPassista da Grande Rio, ela nasceuem Du<strong>que</strong> de Caxias, na BaixadaFluminense, e saiu de lá direto parao exterior. Há sete anos na Itáliamora confortavelmente em umacasa de 90 metros quadrados. Durantequatro anos juntou dinheiropara comprar uma casa para a mãeno bairro onde foi criada e o únicocarnaval da escola <strong>que</strong> perdeu, atéhoje, foi o de 2001.Comunità è andata in cercadi qualcuna di <strong>que</strong>steballerine. Alcune di lorosono state intervistate inItalia, altre in Brasile. Quasi tuttealla fine si sono incontrate a Riode Janeiro, dove sono state fotografatedalla rivista il mese scorso.In fondo, tornano sempre nellaCidade Maravilhosa in <strong>que</strong>st’epocadell’anno. E difficilmente rinuncianoa sfilare nella scuola disamba del cuore. Anche perché èproprio negli spazi di <strong>que</strong>ste scuoleche vengono firmati molti contrattiper show.— Ora il Brasile per me è soloper passarci le ferie, visitare amicie parenti. Sono venuta in Italia nel2000 con un gruppo che si è scioltodue anni dopo. I colleghi sono tornati,ma io sono rimasta. Posso diredi aver conquistato molte cose conla mia venuta — commenta ElaineCaetano, 32, che abita a Macerata,nelle Marche, e fa insieme la ballerinae la recepcionist in un albergo.— La cultura brasiliana è molto apprezzata.Oltre alla difficoltà dellalingua, <strong>que</strong>llo che mi spaventa inItalia è il clima. Il freddo è moltointenso ma, per fortuna, in invernodi solito corro in Brasile.‘Passista’ della Grande Rio, ènata a Du<strong>que</strong> de Caxias, nella BaixadaFluminense, e di là è andatadritta all’estero. In Italia da setteanni abita comodamente in unacasa di 90m². Per quattro anni hamesso insieme dei soldi per comprareuna casa alla madre nel quartieredov’è cresciuta, e l’unico carnevaledella scuola perso fino adoggi è stato nel 2001.36 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009 F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 37


carnavalBruno de Lima— Foi na quadra <strong>que</strong> recebi oconvite para a primeira viagem.Primeiro, estive na China e no Paraguai.Com o <strong>que</strong> consegui juntarna Itália, comprei um carro epaguei os estudos do meu irmãomais novo. Sou uma sobrevivente,mas não sei se vai dar paracontinuar aqui. Com a crise, tudoficou muito instável — explica abailarina <strong>que</strong>, da experiência naBota, ainda carrega um casamento,desfeito ano passado.Quem também está radicadana Itália é Fabiana Koamy, de 25anos. Mora lá há quatro anos e estácerta <strong>que</strong> esse é o país com maiorreceptividade ao show de mulatas.Desde os 13 anos ela vive da dançae adotou o nome artístico deFaby ao chegar na Europa. Na Bota,a primeira cidade onde moroufoi Lodi, na região da Lombardia,com duzentos mil habitantes.— Era uma cidade muito pe<strong>que</strong>nae, no norte, os italianosElaineCaetano,tricolor“<strong>italiana</strong>” naGrande RioElaineCaetano,la tricolore“<strong>italiana</strong>”nellaGrande RioNas folgas, Elaine Caetano aproveita para passear na Piazza di Spagna, em Roma e na Piazza San Marco, em VenezaNei giorni liberi, Elaine Caetano approfitta per andare in giro come a Piazza di Spagna, a Roma e a Piazza San Marco, a Veneziasão muito fechados, faz muito frioe tem uma culinária muito diferentedo <strong>que</strong> estava acostumada.Logo no começo, emagreci setequilos em três meses — recorda.Hoje, a ex-passista da Uniãoda Ilha do Governador, mora emMilão, cidade <strong>que</strong> diz adorar.Curiosamente, porém, lá é ondeseu cachê é o menor: 150 eurospor show. Segundo ela, no restoda Itália, a remuneração é de200 euros. Já no Leste Europeuo valor sobe para 300 euros. Fabytambém já se apresentou naSuíça, Rússia, Bósnia, Croácia eGrécia. Ela conta <strong>que</strong> optou porse estabelecer na Itália por<strong>que</strong>foi lá <strong>que</strong> fez algumas amizadese encontrou um namorado.A dançarina assume <strong>que</strong> costumaacordar por volta das duashoras da tarde, principalmentequando o dia anterior foi marcadopor shows ou ensaios. No entanto,por saber <strong>que</strong> a lida não vaidurar para sempre, Faby tambémocupa seu tempo fazendo cursoscomo o de inglês. A intenção damulata é aproveitar a estadia naItália para cursar Direito, carreira<strong>que</strong> sonha em exercer.— Um dia vou ter <strong>que</strong> pendurara plataforma. Se qui<strong>ser</strong> terfilhos, terei de parar — diz. —Enquanto isso, vou aproveitando,principalmente nessa épocado ano, quando muitas mulatasvoltam para o carnaval no Brasile aqui os pedidos de shows aumentam.Ganho mais e chego afazer cinco shows semanais.Segundo a mulata, casas deshows especializadas nesse tipode atração, na Itália, são poucas:uma em Roma, uma em Milão eoutra em Florença. Por isso, muitasapresentações são ao ar livre enos desfiles de carnaval mesmo.— È stato proprio negli spazidella scuola che ho ricevuto l’invitoper il primo viaggio. Prima sonostata in Cina e in Paraguay. Con<strong>que</strong>llo che sono riuscita a mettereda parte in Italia ho comprato unamacchina e ho pagato gli studi almio fratello più piccolo. Sono unasopravvivente, ma non so se riusciròa rimanere qui. Con la crisi tuttoè diventato più instabile — spiegala ballerina, che tra le esperienzefatte nello Stivale ha un matrimoniofinito l’anno scorso.Un’altra che ha messo radiciin Italia è Fabiana Koamy, 25 anni.Abita là da quattro anni ed èsicura che <strong>que</strong>sto sia il paese chedimostra la maggior ricettivitàagli show di mulatte. Da quandoaveva 13 anni vive di danza e haadottato il nome artistico Fabyquando è arrivata in Europa. InItalia la prima città dove ha abitatoè stata Lodi, in Lombardia,con duecentomila abitanti.— Era una città molto piccolae al nord gli italiani sono moltochiusi, fa molto freddo e hannouna culinaria molto diversada <strong>que</strong>lla a cui ero abituata. Agliinizi sono dimagrita sette chili intre mesi — ricorda.Oggi la ex ‘passista’ dellaUnião da Ilha do Governador abitaa Milano, città che lei adora.Ma, curiosamente, è proprio là cheil suo cachet è minore: 150 euroa show. Secondo lei nel restodell’Italia il prezzo è di 200 euro.Invece nell’est europeo il valoresale a 300 euro. Faby si è anchepresentata in Svizzera, Russia, Bosnia,Croazia e Grecia, e raccontache ha scelto di fissare dimora inItalia perché là ha fatto delle amiciziee ha trovato un ragazzo.La ballerina ammette che lepiace svegliarsi verso le due diFotos: Arquivo pessoalpomeriggio, specialmente quandoil giorno prima ha fatto deglishow o prove. Ma visto che sache la vita non dura per sempre,Faby occupa il suo tempo anchefacendo corsi, come <strong>que</strong>llo d’inglese.La mulatta vorrebbe sfruttareil soggiorno in Italia per fareun corso di Legge, carriera chesogna di portare avanti.— Un giorno dovrò abbandonarei tacchi alti. Se voglio averedei figli, dovrò smettere — dice.— Nel frattempo ne approfitto,specialmente in <strong>que</strong>st’epocadell’anno, in cui molte mulattetornano per il carnevale in Brasilee qui le richieste di show aumentano.Guadagno di più e faccioperfino cin<strong>que</strong> show a settimana.Secondo la mulatta, in Italiaci sono pochi locali specializzatiin <strong>que</strong>sto tipo di spettacolo: unoè a Roma, uno a Milano e un altroa Firenze. Per <strong>que</strong>sto moltepresentazioni sono all’aria apertae nelle sfilate di carnevale.— Di solito gli show sono divisiin quaranta minuti di samba,una presentazione di capoeira,un’altra di danza afro-brasilianae un cover di Carmen Miranda.Una volta, in una sfilata in unacittà del Trentino Alto-Adige, ingennaio, faceva dieci gradi sottozero. Per sopportare il freddopassavo olio estratto dal grassodi foca sul corpo — ricorda Fabyche ha già messo a punto unatattica per allontanare gli spettatorimeno “rispettosi”. — Anchese la maggior parte è rispettosa,ogni tanto dò un pizzico aqualcuno. Sembra incredibile, magli uomini del nord sono moltopiù sfacciati di <strong>que</strong>lli del sud. Esiccome il mio ragazzo è moltogeloso, non ha mai visto neancheuno show.— Geralmente, os shows sãodivididos em quarenta minutos desamba, uma apresentação de capoeira,outra de dança afro-brasileirae um cover de Carmem Miranda.Uma vez, em um desfile nacidade de Trentino Alto Adje, emjaneiro, a temperatura era de dezgraus negativos. Para suportar ofrio, passava óleo de gordura defoca no corpo — recorda ela, <strong>que</strong>já desenvolveu uma tática paraafastar os espectadores mais“atirados” — Ainda <strong>que</strong> a maioriaseja respeitosa, de vez em quando,dou uns beliscões em algunsdeles. Por incrível <strong>que</strong> pareça, nonorte, os homens são muito maisatrevidos do <strong>que</strong> no sul. E comomeu namorado é muito ciumento,ele nunca viu nenhum show.Um degrau a maisA enfermeira Queila Mara participadesde 1995 de shows no exterior.Seu currículo inclui passagem pelaRússia e Japão. Agora, deu um saltona vida mambembe. A dançarinade 34 anos provou o gostinhode produzir e dirigir seu primeiroespetáculo em solo italiano. Issofoi em 2007. Atualmente, tambémensina a outras meninas o “caminhodas pedras” para <strong>que</strong>m <strong>que</strong>r<strong>ser</strong> mulata no exterior.Em Ravena, Queila já esteveà frente de um grupo formadopor 30 pessoas. Já em Milão,viveu durante seis meses. Lá, ogrupo era composto por sete bailarinos.Nas suas apresentações,além de samba, tem axé, ritmosnordestinos e danças gaúchas.Para ela, o mais importante éescolher “com cautela” <strong>que</strong>m vailevar para o exterior.— Temos um contrato a cumprire a última coisa <strong>que</strong> <strong>que</strong>roé nos <strong>que</strong>imar com os empresários.Sempre digo para o grupo<strong>que</strong> uma das coisas <strong>que</strong> devemoster em mente é <strong>que</strong> o pagamentono Brasil vale para o dia-a-dia.O <strong>que</strong> vem lá de fora é para seguardar — diz ela.Com essa e outras “leis”, logona primeira viagem ao exteriorQueila voltou com o suficientepara comprar um automóvel.No Brasil, mora sua filhade 17 anos <strong>que</strong> fica aos cuidadosda avó quando viaja. Queila nasceuno Jacarezinho, comunidadejunto à linha férrea, no subúrbiocarioca. Atualmente, ela e a famíliavivem no bairro da Abolição,na zona norte da cidade. Adançarina fre<strong>que</strong>nta as quadrasdas escolas de samba Mangueirae Portela e, no carnaval, costumadesfilar em ambas. Ela diz<strong>que</strong> os dançarinos interessadosem ter uma carreira no exteriordevem sair do país já com algumobjetivo traçado:— No início nada é bom. Dávontade de sair correndo. As diferençasculturais, gastronômicas,a <strong>que</strong>stão da acomodaçãoFaby Koamy na Europa: turismoe shows com a presença do críticoVittorio Sgarbi, prefeito de SalemiFaby Koamy in Europa: turismo epresentazioni con la presenza delcritico Vittorio Sgarbi, sindaco di SalemiUn gradino in piùL’infermiera Queila Mara partecipadal 1995 a show all’estero. Nel suocurriculum constano soggiorni inRussia e in Giappone. Ora ha cambiatola sua vita peregrina. La ballerina34enne ha provato il gustodi produrre e dirigere il suo primospettacolo su suolo italiano. È statonel 2007. Attualmente insegnaanche ad altre ragazze i trucchi perchi vuol’es<strong>ser</strong>e mulatta all’estero.A Ravenna Queila ha già guidatoun gruppo formato da 30persone. Ha vissuto sei mesi a Milano.Là il gruppo era formato dasette ballerini. Nelle sue presentazionioltre al samba c’è l’axé, ritminordestini e danze gauche. Secondolei, la cosa più importante èscegliere “con cautela” chi portareall’estero.— Abbiamo un contratto darispettare e l’ultima cosa che voglioè bruciarci con gli impresari.Dico sempre al gruppo che unadelle cose che dobbiamo avere intesta è che il pagamento in Brasilevale per tutti i giorni. Quelloche viene da fuori bisogna metterseloda parte — dice.Con <strong>que</strong>sta ed altre “leggi”,subito nel primo viaggio all’esteroQueila è tornata con una sommasufficiente per comprarsi unamacchina. In Brasile abita consua figlia 17enne, che viene accuditadalla nonna quando lei èin viaggio. Queila è nata nel Jacarezinho,comunità vicina allaferrovia nella periferia carioca. In<strong>que</strong>sto momento lei e la famigliaabitano nel quartiere Abolição,zona nord della città. La ballerinafre<strong>que</strong>nta le scuole di sambaMangueira e Portela e, a carnevale,di solito sfila nelle due. Queiladice che i ballerini interessati adavere una carriera all’estero devonopartire dal Brasile già conqualche obiettivo prefisso:— Agli inizi non va beneniente. Viene voglia di andarsenedi corsa. Le differenze culturali,gastronomiche e la <strong>que</strong>stione deglialloggi sono le principali sfidedi quando si va all’estero. È per<strong>que</strong>sto che quando arrivo in unposto nuovo vado subito in cercadi una palestra. Lo stress e icambiamenti causano effetti rapidinel nostro corpo.‘Passista’ della Viradouro, LilianDuarte, 30 anni, riconosceche “non è tutto rose e fiori” nellavita delle ‘passistas’. Ammetteche la prostituzione è un fantasmache circonda la professionedelle ballerine.— C’è gente che vai propriocon <strong>que</strong>sto fine, dovuto alle facilità.In Russia, per esempio,il chiamato post-samba è moltocomune tra le ballerine. Ma sì,ci si può liberare dalle propostecattive — racconta.Secondo Lilian, che si è giàpresentata a Roma e Venezia e<strong>que</strong>st’anno non sfila a Rio dovutoad un lavoro a Milano, ogni ballerinafa il suo bikini, che costacirca 1500 reali in Brasile. Ci diceche, di solito, i contratti in localidi spettacolo sono per lavoraredal martedì alla domenica, con unora di prove prima di ogni show.Lo stipendio si aggira sui 900 reaisal mese. In Brasile, secondolei, una ballerina prende tra i 150e i 200 reais a presentazione.E se la ‘saudade’ di casa è unostacolo nella vita delle mulatte,Elaine Ribeiro, 26, può considerarsiuna donna fortunata. Ex‘rainha’ di batteria della Porto daPedra e abitante di São Gonçalo,è passata nei Caraibi e in Spagna.In Italia ci è stata per quattrostagioni, soggiornando semprea Torino e con un membrodella famiglia vicino a lei:ElaineRibeiro éa mulataexportaçãoda Porto daPedraElaineRibeiro è lamulatta tipoesportazionedella Portoda PedraBruno de Lima38 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 39


carnavalBruno de Limasão os principais desafios dequando se vai lá para fora. É porisso <strong>que</strong> quando chego em um lugarnovo, logo saio em busca deuma academia. O estresse e essasmudanças causam efeitos rápidosem nosso corpo.Passista da Viradouro, LilianDuarte, de 30 anos, reconhece<strong>que</strong> “nem tudo são flores” na vidadas passistas. Ela admite <strong>que</strong>a prostituição é um fantasma <strong>que</strong>ronda a profissão de dançarina.— Tem gente <strong>que</strong> até vai comesse propósito, por conta das facilidades.Na Rússia, por exemplo,o chamado pós-samba é muitocomum entre as dançarinas. Masdá para se desvencilhar das propostasmaldosas, sim — conta.Segundo Lilian, <strong>que</strong> já seapresentou em Roma e Veneza enão desfila no Rio esse ano porconta de um trabalho em Milão,cada dançarina faz seu biquíni,<strong>que</strong> custa em média 1,5 mil reais,no Brasil. Ela informa <strong>que</strong>, geralmente,os contratos em casa deLílian Duartevai passaro carnavaltrabalhandoem MilãoLílian Duartepas<strong>ser</strong>à ilcarnevalelavorando aMilanoespetáculo são para trabalhar deterça a domingo, com uma horade ensaio antes de cada show. <strong>Os</strong>alário fica em torno de 900 eurospor mês. No Brasil, segundo ela,uma dançarina recebe entre 150 e200 reais, por apresentação.E se a saudade de casa é umobstáculo na vida das mulatas,Elaine Ribeiro, de 26 anos, podese considerar uma garota de sorte.Ex-rainha de bateria da Portoda Pedra e moradora de SãoGonçalo, passou pelo Caribe eEspanha. Na Itália, já esteve porquatro temporadas, sempre sehospedando em Turim e com ummembro da família por perto:— Graças a Deus, todas asvezes em <strong>que</strong> fui para o exteriorpude estar com alguém paraamenizar as dificuldades. Primos,irmão e até minha mãe jáentraram na dança. Também tivea oportunidade de viajar paraa Sardenha, Veneza e Florença.E trabalhei em restaurantes<strong>que</strong> atraem jogadores de futebole outros brasileiros, o <strong>que</strong> acabatornando o convívio mais agradávele nos aproxima das nossasraízes — explica a dançarina,<strong>que</strong> desembarcou no Rio, no fimdo ano passado, com a tarefa deensinar a atual ocupante do seuantigo posto na Porto da Pedrajustamente a sambar.— Ringraziando il cielo tuttele volte che sono andata all’esterosono potuta stare con qualcunoper diminuire le difficoltà. Cugini,fratello e persino mia madresono già entrati nella danza.Ho anche avuto l’opportunità diandare in Sardegna, a Venezia ea Firenze. E ho lavorato in ristorantidove vanno calciatori e altribrasiliani, il che rende la convivenzapiù gradevole e ci avvicinaalle nostre radici — spiegala ballerina, che è tornata a Rioalla fine dell’anno scorso con ilcompito di insegnare a sambareall’attuale occupante del suo vecchioposto nella Porto da Pedra.Made in ItalyChi pensa che il carnevale italianoè <strong>que</strong>l tradizionale balloin maschera che si vede perle strade di Venezia, si sbaglia.L’influenza della cultura brasilianaha lasciato il suo segno nelpaese. Brasiliani nostalgici delsamba si sono uniti a italianicuriosi e appassionati del suonodei ‘tamborins’ e, insieme, hannofondato scuole di samba genuinamenteitaliane.Sono circa 20, sparse nel paese.Qualcuna ha persino l’ala dellebaiane. Tra <strong>que</strong>lle più famoseci sono la Unidos do Berimbau diTrieste, con circa 50 membri; la MitokaSamba di Milano, con 30; laBandão di Siena, sempre con 30;la Fala Brasil di Palermo, con 50 ela Roma-Rio di Roma, con 80.Conosciute con la sigla G.R.E.S.(Grêmio Recreativo Escola de Samba),sono associazioni culturaliche oltre alle prove per le sfilate,Em um passeio em Roma, elamostra a beleza da mulata brasileiraIn una passeggiata a Roma, mostrale bellezze della mulatta brasilianapromuovono corsi di percussione,di danza brasiliana, mostre, gite,incontri e dibattiti. Insieme hannofondato la Sambitalia, con direzionedi Pietro Sinigaglia, che èanche direttore della famosa Batebalengo,scuola di samba di LaSpezia. Secondo lui l’obiettivo dellaSambitalia è <strong>que</strong>llo di trovareun’identità comune per, nel 2010,sfilare nel Sambodromo carioca.— Credo sia possibile sfilarea Rio, con i carri allegorici e tuttoil resto. Ma noi canteremmo il‘samba enredo’ in italiano. Peròè chiaro che non andremo nella‘avenida’ con l’idea di gareggiarecon chi può insegnarci tanto —dice Sinigaglia.Secondo Francesco Petreni,della scuola Bandão, italianie brasiliani che vivono in Italiastanno realizzando nell’area culturaleciò che in campo politico ediplomatico spesso non si riesce amettere in pratica: la diffusione el’integrazione di culture diverse.— Vista la disponibilità e ilpotenziale che abbiamo, dobbiamofare un salto di qualità etrovare un motivo che non lascidubbi sul fatto che dobbiamo andareavanti. E andare a Rio l’annoArquivo pessoal Arquivo pessoalMade in ItalyQuem pensa <strong>que</strong> o carnaval italianoé a<strong>que</strong>le tradicional bailede máscaras <strong>que</strong> se vê pelas ruasde Veneza, está enganado. A influênciada cultura brasileira deixousuas marcas no país. Brasileirossaudosistas do samba se unirama italianos curiosos e apaixonadospelo som dos tamborins e,juntos, criaram escolas de sambalegitimamente <strong>italiana</strong>s.São cerca de 20 espalhadaspelo país. Algumas têmaté ala das baianas. Entre as<strong>que</strong> se destacam estão Unidos doBerimbau, de Trieste, com cerca50 componentes; Mitoka Samba,de Milão, com 30; Bandão, deSiena, também com 30; Fala Brasil,de Palermo, com 50 e Roma-Rio, de Roma, com 80.Conhecidas pela sigla G.R.E.S.(Grêmio Recreativo Escola deSamba), são associações culturais<strong>que</strong>, além de ensaios quandopreparam o desfile, promovemcursos de percussão, dança brasileira,mostras, passeios, encontrose debates. Juntas, fundarama Sambitalia, com direção de PietroSinigaglia. Ele também é diretorda conhecida Batebalengo,escola de samba de Spezia. Segundoele, o objetivo da Sambitaliaé encontrar uma identidadecomum para, em 2010, desfilarno Sambódromo carioca.— Acho <strong>que</strong> é possível desfilarno Rio, com carros alegóricose tudo o mais. Porém nós cantaríamoso samba enredo em italianoe, é claro, <strong>que</strong> não iremospara a avenida com a intenção decompetir com <strong>que</strong>m só nos têm aensinar — diz Sinigaglia.Segundo Francesco Petreni,da escola Bandão, italianose brasileiros <strong>que</strong> vivem na Itáliaestão realizando, na área cultural,o <strong>que</strong> no campo político ediplomático muitas vezes não seconsegue: a difusão e integraçãode diferentes culturas.— Visto a disponibilidade eo potencial <strong>que</strong> temos, devemosdar um salto de qualidade e encontrarum motivo <strong>que</strong> não deixedúvidas sobre o fato de <strong>que</strong> devemosprosseguir. E ir ao Rio ano<strong>que</strong> vem é mais do esperávamos— afirma Petreni.Enéas Ludgero da Silva Jr, daBerimbau Produções Artísticas,diz <strong>que</strong> o sonho de <strong>que</strong>m comandaas escolas de samba <strong>italiana</strong>sé vê-las com a mesma formaçãode uma escola clássica brasileira,ou seja, com comissão de frente,mestre-sala e porta-bandeira,fantasias, alegorias e adereços,bateria e ala das baianas. Eleconta <strong>que</strong> a Sambanda, de Firenze,conta com a ajuda de AntonioGentile e Mestre Sombra, ambossambistas da velha guarda daMocidade Alegre, de São Paulo.A maiorCom o maior número de componentesem toda a Itália, a Roma-Riofoi fundada em 1993 pelomúsico e compositor paulistaDimas Camargo. Do seu currículofaz parte colaborações com váriosartistas da música brasileira comoAlcione, Toquinho e Elza Soares.Mestre Dimas, como é conhecido,diz <strong>que</strong> tudo começou porbrincadeira. No início, ele davaaulas de percussão para italianose levava os seus alunos para darcanjas em várias casas de showsonde ele mesmo se apresentava.A empolgação do público o animoua criar a escola de samba.— Todo o dinheiro <strong>que</strong> ganhavadas lições de música <strong>ser</strong>viampara comprar instrumentosmusicais. Consegui reunir algunsalunos e ar<strong>que</strong>i com todas asdespesas. Com o passar do tempo,a escola foi ganhando famae crescendo — destaca ele, <strong>que</strong>está na Itália desde 1990.Segundo o maestro, os ritmistas(todos italianos) são muitoaplicados e têm paixão pelo Brasil.A escola já participou de váriasedições do carnaval italiano,como os famosos desfiles da cidadede Viareggio, na Toscana, e dacidade de Cento na região da EmiliaRomagna, além de programastelevisivos. Sempre com patrocíniodos próprios percussionistas:— A prefeitura de Roma nuncadeu nenhum apoio econômico.As fantasias são confeccionadasno Brasil por parentes e amigos— conta.A escola planeja neste anoabrir os ensaios ao público. Atualmente,apenas os ritmistastêm acesso aos treinamentos.A intenção, segundo Dimas, étransformar a escola de sambaem um espaço familiar, para <strong>que</strong>as crianças comecem a fre<strong>que</strong>ntare apreciar o som e a cultura<strong>que</strong> está por trás dessa manifestaçãoartística.Fotos: Arquivo pessoalNa cadência do samba, desfilesdas escolas <strong>italiana</strong>s Batebalengo eBandão arrastam moradores e turistasNel ritmo del samba, sfilate dellescuole italiane Batebalengo eBandão trascinano abitanti e turistiprossimo è più di <strong>que</strong>llo che ciaspettavamo — afferma Petreni.Enéas Ludgero da Silva Jr, dellaBerimbau Produções Artísticas,dice che il sogno di chi è a capodelle scuole di samba italiane èvederle con la stessa formazionedi una classica scuola brasiliana,ossia, con ‘comissão de frente’,‘mestre-sala e porta-bandeira’, costumi,allegorie e ‘adereços’, batteriae ‘ala das baianas’. Lui raccontache il Sambanda di Firenzeconta sull’aiuto di Antonio Gentilee Mestre Sombra, ambeduesambisti della ‘velha guarda’ dellaMocidade Alegre, di São Paulo.La più grandeCon il maggior numero di membriin tutta Italia, la Roma-Rio è statafondata nel 1993 dal musicista ecompositore paulista Dimas Camargo.Nel suo curriculum constanocollaborazioni con vari artisti dellamusica brasiliana, come Alcione,Toquinho e Elza Soares. Mestre Dimas,com’è conosciuto, dice che ècominciato tutto per scherzo. Agliinizi impartiva lezioni di percussionea italiani e portava i suoi alunnia suonare in vari locali dove luistesso si presentava. L’eccitazionedel pubblico gli ha dato animo perfondare la scuola di samba.— Tutti i soldi che guadagnavocon le lezioni di musica <strong>ser</strong>vivanoa comprare strumenti musicali.Sono riuscito a riunire qualchealunno e ho pagato tutte lespese. Con il passare del tempo lascuola ha raggiunto la fama ed ècresciuta — sottolinea lui, che èin Italia dal 1990.Secondo il maestro, i percussionisti(tutti italiani) sono moltoapplicati e sono appassionatidel Brasile. La scuola ha già partecipatoa varie edizioni del carnevaleitaliano, come le famosesfilate di Viareggio in Toscana, edella città di Cento in Emilia-Romagna,oltre a programmi televisivi.Sempre con lo sponsor deglistessi percussionisti:— Il comune di Roma non ciha mai sponsorizzato economicamente.I costumi sono fatti in Brasileda parenti e amici — racconta.Quest’anno la scuola pensa diaprire le prove al pubblico. Finoad ora, solo i percussionisti avevanoil permesso di parteciparealle prove. Invece l’idea è, secondoDimas, di trasformare la scuoladi samba in uno spazio familiare,affinché i bambini comincinoa fre<strong>que</strong>ntare e ad apprezzare ilsuono e la cultura che si trova allespalle di <strong>que</strong>sta manifestazioneartistica.QueilaMara:dançarina ediretora deshowsQueilaMara:ballerina edirettrice dishowsBruno de Lima40 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 41


eSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalutebellezzaDieta, eis a <strong>que</strong>stãoAté quando o assunto é perda de peso,os italianos polemizam. No mêspassado, a subsecretária <strong>italiana</strong> do ministérioda Saúde, Francesca Martini,abriu um debate ao afirmar <strong>que</strong> dietassão prejudiciais à saúde. “Nunca vi ninguémmanter o emagrecimento no longoprazo”, afirma. Já para o presidenteda Associação Italiana de Dietética eNutrição Clínica, Giuseppe Fatati, “nãohá nada de estranho uma pessoa seguirum mês de dieta para perder 2 ou 3 quilos”.De qual<strong>que</strong>r modo, as dicas para oemagrecimento saudável continuam asmesmas: dar preferência a produtos naturais,beber muita água e limitar o consumode gorduras.Contra o AlzheimerAs estatinas, usadas para diminuiro colesterol, também podem ajudara diminuir a incidência do Mal deAlzheimer. É o <strong>que</strong> mostram os resultadosdo estudo realizado pelo médicoM.M.B. Breteler do Erasmus Medical Center,em Roterdã. Foram analisados dadosde 6992 pacientes com 55 anos ou mais,livres de demência, entre 1990 e 1993.Em 2005, os pesquisadores retomaram aanálise da saúde dos pacientes. Destes,582 foram diagnosticados com Alzheimer.Depois de controlar diversos fatores,os médicos chegaram à conclusão de<strong>que</strong> os pacientes <strong>que</strong> tomaram estatinasao longo dos anos diminuíram em 43% orisco de ter a doença.Grupo KeystoneDivulgaçãoSem polêmicaEnquanto isso na Inglaterra, pesquisadoresnão têm dúvidas <strong>que</strong> a melhor formade evitar os quilinhos a mais é manter aboca fechada. Eles estão convencidos <strong>que</strong> osexercícios aeróbicos são o melhor meio para asupressão do apetite. Segundo pesquisadoresda Universidade de Loughborough, um treinovigoroso de 60 minutos na esteira libera doishormônios chaves: a grelina, <strong>que</strong> abre o apetite,e o peptídeo YY <strong>que</strong> suprime. Ou seja,se anulam. Já o levantamento de peso por90 minutos influencia apenas na liberaçãoda grelina. Para a realização da pesquisa, 11universitários se colocaram como voluntáriospara correr e levantar pesos.Atchim!Um homem comentou com seu médico<strong>que</strong> costumava ter ata<strong>que</strong>s incontroláveisde espirros quando pensava em sexo.Assim, o profissional e um colega, ambosbritânicos, decidiram investigar a relaçãoentre as duas coisas. Em salas de bate papo,descobriram outras 17 pessoas, de ambosos sexos, <strong>que</strong> tinham o mesmo problema.A explicação para o fenômeno podeestar numa falha na forma como o sistemanervoso funciona. O caso foi publicado noJournal of the Royal Society of Medicine.Para um dos autores do estudo, o otorrinoMahmood Bhutta, “às vezes, os sinaisno sistema nervoso autônomo se cruzam, eessa pode <strong>ser</strong> a razão de algumas pessoasespirrarem ao pensarem em sexo”.PânicoDe acordo com um estudo realizado porcientistas italianos do hospital San Raffaelede Milão, crianças <strong>que</strong> vivenciam experiênciasde perdas ou de separação dos pais têm maiorprobabilidades de sofrerem ata<strong>que</strong>s de pânico. Apesquisa, realizada junto ao Norwegian Instituteof Public Health, se baseou em experiências ob<strong>ser</strong>vadasem 700 gêmeos. Foi detectado <strong>que</strong> o divórcio,a morte ou a mudança por motivo de trabalhode seus pais estão entre as causas de traumas <strong>que</strong>podem desembocar em ata<strong>que</strong>s de pânico.Grupo KeystoneDepressãoCientistas de seis países europeus desenvolveramum teste <strong>que</strong> pode ajudaros médicos de família a diagnosticarema depressão de forma mais eficaz. Aferramenta, chamada de Predict, consisteem uma série de perguntas <strong>que</strong> o pacientepode responder no consultório ou pela internet.<strong>Os</strong> cientistas afirmam <strong>que</strong> existem11 fatores determinantes <strong>que</strong> podem preverse uma pessoa está passando por umacrise depressiva. “Esta doença é uma daspatologias humanas mais sérias por suafrequência e pela maneira como incapacitaseu portador”, afirma o professor da Universidadede Granada, Francisco Torres.Para viver maisUma pesquisa realizada pela Universidadeda Califórnia sugere <strong>que</strong> pessoas organizadastendem a viver até quatro anos mais do <strong>que</strong>as mais impulsivas. “Geralmente, <strong>que</strong>m é maisconsciencioso tem melhores hábitos de saúde,se arriscam menos e tendem a ter empregos ecasamentos mais estáveis”, diz o psicólogo HowardFriedman, um dos autores do estudo. Cercade 20 pesquisas <strong>que</strong> se concentravam em característicastípicas de pessoas conscienciosase <strong>que</strong> envolveram mais de 8,9 mil voluntáriosde países desenvolvidos foram analisadas. <strong>Os</strong>cientistas examinaram três características principais:autocontrole, organização e diligência.Descobriram <strong>que</strong> os dois últimos aspectos sãoos mais ligados à longevidade.Grupo KeystoneGrupo KeystoneFilibisognosidi cureDurante l’estate anche i capelli corrono il rischiodi soffrire di disidratazione. Ma ci sono diversitrattamenti che aiutano a risolvere il problemacapelli sono la cornice delviso”. Quante volte avetegià sentito <strong>que</strong>sta frase?“I Quando arriva la stagionepiù calda e disinibita dell’anno,la “cornice” appare sciupatae manda un segnale: è l’ora di fareun trattamento alle ciocche deicapelli. I “cattivi” della stagionesono il vento, il sale del mare ed ilcloro. Tutto può es<strong>ser</strong>e risolto conalcuni accorgimenti.Secondo la dermatologa CristinaGraneiro, d’estate tutti itipi di capelli soffrono. Ed ognitipo richiede un trattamento diverso.Per esempio i capelli lunghirichiedono più idratazione di<strong>que</strong>lli corti. Oltre a ciò soffronodi più i capelli sottoposti a trattamentichimici, come la lisciaturae le tinture.La dottoressa informa che in<strong>que</strong>sto periodo dell’anno è piùcomune che i capelli diventinosecchi. Secondo lei avviene perché,col calore della stagione, ilbulbo capillare perde acqua. Siccomenon possiamo far tornarel’acqua dentro il capello, dobbiamoevitare che l’acqua esca dalcapello oltre la norma. Come?— Con l’idratazione, bagnid’olio o di silicone, che creanouna pellicola che impedisceSílvia So u z aRodrigo De Masiall’acqua di uscire dal capello.Insieme a <strong>que</strong>sto è essenzialemantenere una dieta ricca incarne e latte, così come non faretrattamenti chimici molto forti,come la lisciatura o le tinture definitive,per esempio — affermala dottoressa, che fa notare cheè la dermatologia la specialitàdella medicina che tratta dellapelle, delle unghie e dei capelli.—Il problema è che molte personelasciano i capelli alle cure solodei saloni di bellezza — dice.Negli scaffaliChi non può “visitare” il parrucchiereo la dermatologa con lafre<strong>que</strong>nza che vorrebbe, può acquistarei prodotti che sono sulmercato. La marca Yellow, della<strong>italiana</strong> Alfaparf, ha lanciato lalinea Hydrate, creata per i capellidiventati secchi perché sottopostia processi chimici. La formulacontiene due sostanze cheagiscono insieme,il Fico e l’Aloe.Il Gel di Fico ha la funzione difissare le molecole dell’acquaall’interno della struttura capillare,ed il Gel di Aloe porta nuovemolecole d’acqua all’internodel capello.La casa brasiliana Natura hagià lanciato la linea Natura PlantVerão, con cin<strong>que</strong> prodotti. Lanovità è fare un trattamento preventivocon il fluido UV Iluminador,per chi vuole una testurapiù leggera e più lucentezza, ela crema protettrice UV, per chidesidera un’idratazione più profonda.La linea presenta un trattamentobasico (shampoo e condizionatore)ed uno più avanzato(maschera doposole).TendenzeIl boom della stiratura progressivaper lisciare i capelli delledonne sembra che abbia ancoraun certo fascino. Anche in Italiaè di moda. Avuta la licenzadall’Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa), la stiratura<strong>italiana</strong> del parrucchiere RodrigoDe Masi, di San Paolo, offreil vantaggio di poter lavare icapelli lo stesso giorno dell’applicazione– gli altri trattamentiimpedivano il lavaggio comeminimo per tre giorni. Inoltre iltempo dopo il quale si può riapplicareil prodotto è di tre mesi.L’hair stylist ha esordito nellaprofessione quando aveva 12anni, incentivato dal padre italianoRoberto, e ha dato il nomeal processo d’stiramento inomaggio al padre. Secondo lui letendenze che faranno cambiareletteralmente la testa alle donneviene dall’Europa. I tagli sarannosfilzati e ben decisi. Le frangesaranno modellate con la cera oil gel, e saranno ben disinibiti.— La lunghezza dei capelliarriva al massimo alle spalle, edil taglio non è mai dritto. I capellisfilzati sono più leggeri e lacliente a casa riesce a pettinarsimeglio e più facilmente — spiega— E nel caso di persone coni capelli mossi che vogliano fareuno stiramento progressivo, ilprocesso è più rapido e facile.Anche se l’estate invoglia adosare e la pelle abbronzata risaltamolto bene con i capelli dorati,De Masi informa che i coloriestivi del 2009 sono <strong>que</strong>lli fra ilmarrone ed il miele marrone mistoal cenere, includendo il doratocenere ed il beige. Per arrivarea <strong>que</strong>sti colori si può fare unfondo marrone e fare un riflessosulle punte. De Masi pensa chesi debba cercare di ottenere uneffetto “ben naturale”, potendousare fino a due toni differentinel riflesso. Per con<strong>ser</strong>vare il look,il suggerimento è utilizzareun gel protettore prima di prendereil sole o di fare un bagno almare o in piscina.Grupo Keystone42 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 43


cinemaNell’area della cultura, l’anno 2008, in Italia, è statosegnato dal cinema, che ha avuto buoni risultati dentroe fuori dal paese. Questa fase positiva, chiamata“rinascimento”, è rappresentata da alcuni personaggi.Uno di <strong>que</strong>sti è l’attore Silvio Orlando, 51 anni. Lo scorsoanno è stato premiato con la Coppa Volpi di MigliorAttore nel 65º Festival di Venezia, per la sua interpretazionenel film Il Papà di Giovanna di Pupi Avati.Verso la fine del 2008 è venuto in Brasile, invitatoper la Mostra Venezia Cinema Italiano IV, che hapresentato in cin<strong>que</strong> capitali brasiliane (São Paulo,Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Recife) alcunidei film esibiti al Festival che lo aveva premiatopochi mesi prima.Era la sua prima visita in Brasile. A São Paulo,dove si trovava, l’attore, abbastanza disinvolto, haparlato con sottigliezza del suo impegno non solocon l’arte, ma anche con la scena politica <strong>italiana</strong>.Durante l’intervista che ha concesso a Comunità eraaccompagnato dall’ambasciatore Michele Valensise eda altre autorità dell’Ambasciata e del Consolato Generaled’Italia di São Paulo.Spero di svolgere un ruolo in <strong>que</strong>sto rinascimentodel cinema italiano, ci sono perlomeno una dozzinadi autori giovani molto creativi che fannoun cinema originale. E, soprattutto, ci sonoproduttori, figure che in passatosono state forse unUn ruolodi rilievoPremiato come miglior attore nell’ultimo Festival di Venezia, l’italiano SilvioOrlando visita il Brasile e parla dell’attuale fase del cinema del suo paeseTat i a n a Bu f fCorrespondente • São PauloClaudio CammarotaIn casapo’ deboli, che riusciranno a farcrescere il nostro prodotto — diceil signor Orlando, che ha cominciatoa fare teatro negli anni‘70, quando nasceva o crescevala maggior parte dei registi chesono premiati oggi, e che stannoriportando il cinema italiano sullascena mondiale.Silvio Orlando cita, fra i nuovitalenti che ammira, Paolo Sorrentino(Il Divo), Emanuele Crialese(Nuovomondo) e Matteo Garrone(Gomorra). Fra i registi dellasua generazione mette in risaltoFerzan Özpetek, nato negli anni‘60, regista del bel film Un GiornoPerfetto. Secondo l’attore stanno“sulla vetta di <strong>que</strong>sto movimento”anche Vincenzo Marra e FrancescoPaterno, i cui film non sonoarrivati in Brasile.L’attore ha esordito nel cinemain Kamikazen (1987), di GabrieleSalvatores. Tuttavia considerasuo padrino nella settimaarte il polemico cineastaNanni Moretti, con il quale “haesordto” in Palombella Rossa, del1989. Moretti – chiamato il WoodyAllen italiano – ha direttoSilvio Orlando anche nel delicatoLa stanza del figlio (2001), e nelfilm Il caimano (2006). Quest’ultimoera una satira del premierSilvio Berlusconi, e nel film l’attoreinterpreta il protagonistaBruno Bonomo.— Mi sono sentito moltoorgoglioso di es<strong>ser</strong>e stato sceltocome protagonista di <strong>que</strong>stofilm. Era un periodo politicomolto polemico. Il film è statogirato tutto in <strong>que</strong>l momentoabbastanza turbolento. Ha riscossogrande successo da partedel pubblico ed è stato esibitoal Festival di Cannes. Era statofatto perchè fosse il “canto delcigno” di <strong>que</strong>lla fase politica.Purtroppo in realtà non è statocosì, perché poi sono accadutealcune cose di cui il film parlava.Con la vittoria di Berlusconi, aparte l’elemento politico, un po’di <strong>que</strong>sto accaduto è stato fissatonel gusto e nella mente dellepersone — dice esprimendo lasua opinione.Silvio Orlando, nella sua riuscitacollaborazione con NanniMoretti – il quale oltre a fare ilregista, scrive le sue sceneggiaturee produce i suoi film – avevalavorato nel 1991 nel film IlPortaborse, di Daniele Luchetti.Si trattava del primo film in cuilui era protagonista, e nel qualeMoretti era produttore ed attore.Per Orlando <strong>que</strong>sto lavoro è stato“la prima cosa importante” chefaceva nel cinema. Poco tempofa ha recitato con il cineasta sulset di Caos Calmo (2008), di AntonioLuigi Grimaldi.Parlando della cinematografiabrasiliana, Silvio Orlando ammettedi conoscere pochi film e pochiregisti. Ma ha elogiato Cidadede Deus (2002), di Fernando Meirelles,e O Ano em <strong>que</strong> Meus PaisSaíram de Férias (2006), di CaoHamburger, “bellissimo”, secondol’attore.— In media arriva in Italiasolo un film brasiliano all’anno.Mi sorprende il numero dei filmprodotti in Brasile, mi sembramolto poco, credo che siano circa30 all’anno. In Italia in alcuniperiodi, mi riferisco agli anni 60e 70, si facevano 400 film all’anno— dice facendo un paragone.Secondo l’attore l’attuale produzione<strong>italiana</strong> è di circa 90 filmall’anno, dei quali solo la metàentra nel circuito commerciale.Ci informa anche che, ultimamente,la produzione <strong>italiana</strong> èriuscita a raggiungere una quotadi mercato considerata alta, finoal 30% delle sale. Pensa che eraUno dei film italiani della “fase del rinascimento” che Silvio Orlandoammira, è disponibile in Brasile in DVD, con il titolo inportoghese Novo Mundo, di Emanuele Crialese. Questo film del 2006ha avuto il sostegno di Martin Scorsese nella sua presentazione. Èuna storia cruda su una delle migliaia di famiglie che emigrarono versola tanto idealizzata “America”, all’inizio del XX secolo. È parlato indialetto siciliano e in inglese. Durante il lungo viaggio in nave dellafamiglia Mancuso, comincia un’inusitata relazione fra l’uomo dellafamiglia ed una donna inglese, interpretata da Charlotte Gainsburg.Per lui la differenza di cultura e di costumi smette di es<strong>ser</strong>e un ostacolo,anzi, permette di facilitare lo sbarco negli Stati Uniti. Il film havinto il Leone d’Argento al Festival di Venezia nel 2006, ed il registaè stato premiato con l’European Film Awards, lo stesso anno.Un altro film italiano disponibilein DVD sul mercato brasiliano èViva Zapatero! Conosciuto comeil Fahrenheit 11/9 italiano, il film documentario dell’attrice SabinaGuzzanti è uscito nel 2005, e dovun<strong>que</strong> venga proiettato entusiasmai cinefili attenti ai problemi che hanno a che vedere con la politica<strong>italiana</strong>. Lo spunto per il film è stato dato da un atto di censura delpremier Silvio Berlusconi. Nel novembre del 2003 Sabina fu costrettaad “interrompere” il suo programma di TV Raiot dopo il primo numero,e fu denunciata dagli avvocati dell’impero Berlusconi. Come rispostal’umorista decise di dire la sua ai quattro venti. Nel film l’attrice sitrasforma nello stesso Berlusconi grazie ad una protesi. In tutto ciò,la sua imitazione migliore è <strong>que</strong>lla dell’allora presidente della RAI,Lucia Annunziata, con tutto lo strabismo e il dialetto. Il film è statoacclamato al Festival di Venezia del 2005.un traguardo considerato difficileda raggiungere, a causa dellagrande produzione straniera chefa concorrenza ai film nazionali.Quando è venuto in Brasile,Silvio Orlando era occupato conle riprese di Ex, una commediadi Fausto Brizzi che deve uscirenelle sale <strong>que</strong>st’anno. Adesso,all’inizio del 2009, il suo impegnosarà di tornare a fare teatro,e di cominciare a fare le prove diIl Dio della carneficina, di YasminaReza.— Rappresenteremo la commediain tutta l’Italia, partendoda Ascoli Piceno [regione Marche].Poi, proseguiremo per Romae Milano. La stagione dureràquattro mesi — dice.Silvio Orlando si consideraun “attore tragicomico”. Per lui ilpiù grande autore di teatro è AntonTchecov (1860-1904), “perchéha espresso proprio il piùalto grado di ciò, <strong>que</strong>sta sintesialtissima del comico con il tragico”.Insomma, l’attore ricorda,“la vita non è mai totalmente comicao totalmente tragica”.A proposito di autori italiani,Silvio Orlando ama recitare in teatrole commedie di Eduardo De Filippo(1900-1984), che, secondolui, “ha rappresentato molto beneil mondo napoletano”. Invece ilsiciliano Luigi Pirandello (1867-1936), secondo lui, “ha sperimentatoin teatro un linguaggioche adesso risulta un po’datato,perché troppo retorico”.— Penso che a teatro ci sidebba divertire. Come dicevaMalcolm McLaren, il responsabileper il marketing dei punk inglesiSex Pistols, ‘offendete il pubblico,così pen<strong>ser</strong>anno che dietroci possa es<strong>ser</strong>e un ideale nobile’.In teatro e al cinema è la stessacosa. È come se alle volte dicessimo:‘infastidite le persone: dopopen<strong>ser</strong>anno che lo fate per unmotivo molto importante’ – dicecon ironia e <strong>ser</strong>enità.Questo modo di pensare, secondolui, vale anche per l’immagineche l’Italia proietta nel mondo:— Siamo un paese molto polemico.Non riusciamo ad es<strong>ser</strong>ed’accordo su quasi nulla, neanchesul caffè. Ci sono quindicimodi di prendere il caffè in Italia.Per un paese che non riescead andare d’accordo neanche sullaprima cosa che fa al mattino,è un esaurimento la formazionedel governo — conclude.44 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ja n e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 45


modaInvernopretoGrifes deixam o “conceito” de lado e apostam em coleções comerciaisvoltadas para consumidores <strong>que</strong> não estão dispostos a errar no lookSob um calor <strong>que</strong> beiravaos quarenta graus, foi realizado,no mês passado,o Fashion Rio. O evento,<strong>que</strong> tradicionalmente abre a temporadainternacional de desfiles,exibiu propostas para o próximoinverno. Se do lado de forada Marina da Glória a temperaturaestava <strong>que</strong>nte, muito <strong>que</strong>nte,do lado de dentro, o clima estavamais para morno. O <strong>que</strong> se viunas passarelas foi o velho e bom“mais do mesmo”.Culpa da crise econômicamundial? Que crise? Para a maioriados envolvidos com o evento,o setor vai bem, obrigada. As coleçõesexibidas agora começarama <strong>ser</strong> criadas na mesma época em<strong>que</strong> o mundo financeiro iniciavaseu desmoronamento, há cercade seis meses. <strong>Os</strong> estilistas alegam<strong>que</strong>, na<strong>que</strong>la época, ninguémtinha noção da onda <strong>que</strong>se formava. Por isso, não poderiamter se deixado influenciarpor a<strong>que</strong>le quadro.Coincidentemente, a tendênciade consumo para 2009, detectadapelo site norte-americanoWorth Global Style Networks(WGSN), referência no assunto, éde <strong>que</strong> a compra por impulso <strong>ser</strong>ásubstituída pelo “consumo consciente”:ou seja, as pessoas vãopreferir o certo ao duvidoso, odurável ao sazonal. Sendo assim,coleções mais tradicionais estariampróximas do desejo do consumidor.Tudo isso foi dito pelosresponsáveis do site, em palestrarealizada no Fashion Business.Coincidentemente, a cor maisvista nas passarelas foi o preto esobre essa cor, se diz <strong>que</strong>, <strong>que</strong>musa, não erra.Também, não por acaso, umícone da elegância clássica foilhões de dólares na bolsa de negóciosparalela ao Fashion Rio.— São 2% a mais do <strong>que</strong> o comercializadono ano passado. Podematé dizer, mas só? Isso é coisaà beça. Eu disse antes de o eventocomeçar <strong>que</strong>, na pior das hipóteses,diante do atual cenário, faríamoso mesmo <strong>que</strong> 2008. Aí estáa resposta para <strong>que</strong>m apostava emcrise — disparou Eloysa Simão, amanda-chuva do evento.Para o realizador do FashionBusiness, o presidente da Federaçãodas Indústrias do Rio deJaneiro (Firjan) Eduardo EugênioGouveia Vieira, o resultado confirmaa pesquisa <strong>que</strong> apresentouo quarto melhor trimestre dos últimosanos para a cidade, no setorde moda, <strong>que</strong> cresceu 20%em relação a 2007:— <strong>Os</strong> Pólos de Moda do Estadotiveram um bom desempenho,com desta<strong>que</strong> para Petrópolis,<strong>que</strong> aumentou em 33% o valorvendido na edição outono-invernopassada.Para conquistar tantos empresários,o pólo tinha uma tarefa<strong>que</strong> parecia árdua: falar de raízese antepassados sem tornar-se anhomenageadodurante o eventode moda. O estilista italianoValentino foi a grande referênciapara o desfile da Tessuti. A grifecarioca não arriscou e escalou atop Isabeli Fontana para fecharcom toda a classe sua apresentação.Isabeli deu ar da graçaem várias passarelas. Porém, nãobarrou sua colega Daiane Conterato.No Rio, ela mostrou por<strong>que</strong>é uma das modelos mais requisitadas,no mundo, atualmente.Simplesmente, pôde <strong>ser</strong> vista emmetade dos desfiles realizados.Correndo por fora, uma novataroubou a cena, no final. PatríciaOliveira foi a grande sensaçãodo desfile da Complexo B, grife<strong>que</strong> encerrou a semana de modacarioca. Ela <strong>ser</strong>ia mais uma carinhano mundo fashion não fossepor um detalhe: é um travesti.Business, business...Saldo do evento: 376 milhões dereais em vendas para multimarcasnacionais, o <strong>que</strong> representa umcrescimento de 1,6% em relaçãoa janeiro de 2008. Já em relaçãoàs exportações, 93 compradores,de 22 países gastaram 15,8 mi-Sílvia So u z aPólo de Moda de Petrópolis volta às raízes e homenageia a ItáliaCholettiquado. O tema uniu as estilistasJoana D’Arc e Carla Freitas, consultorasdo Senai Moda, <strong>que</strong> trouxerampara as 12 grifes <strong>que</strong> integrama estampa da Região Serranado Rio, um ar de italianidadeàs coleções. Através de bordadosà mão, com inspiração no séculopassado, babados e tricô em tonsde verde, branco, preto, bege,vermelho e roxo, as cores da estação,a ideia era mostrar a carada cidade interligada ao mundo.Recordista de vendas da últimaedição outono/inverno doFashion Business – foram 12 milpeças em 2008 -, a cearense Choletampliou contatos levando aprodução até a África do Sul. ParaDenise Ro<strong>que</strong>, estilista e proprietáriada marca, o diferencialda grife está na representaçãodescentralizada.— Reorganizamos nossa distribuiçãoe nesta edição estreiteilaços com a Itália. Eu acreditomuito <strong>que</strong> esses momentos decrise <strong>ser</strong>vem para incentivar nossacriação. Uma boa empresa trabalhapara crescer e a Cholet foicriada em plena crise do governoCollor, <strong>que</strong>r melhor exemplo do<strong>que</strong> esse para correr atrás? — indagaDenise.ValentinoUm dos mais festejados estilistasitalianos “participou” do FashionRio, graças à homenagem prestadaa ele pela Tessuti. Na passarela,ele surgiu nas formas dosvestidos de festa bem femininos,nos tecidos delicados comoa renda e na cor vermelho, amadapelo italiano, e única além dopreto, vista em toda a coleção dagrife carioca.Isabeli Fontana para Tessuti— A homenagem surgiu quandodecidimos pelo tema “UniversoFeminino”. Elegemos algunsícones para representar este amplouniverso e Valentino despontapara nós como sendo o estilista<strong>que</strong> mais reverenciou a mulher —explica a dona da marca, RobertaVairolatti, uma <strong>italiana</strong> nascida“sem <strong>que</strong>rer” em Porto Alegre.Isso por<strong>que</strong> a família da empresáriaestava por aqui por contado trabalho do pai no BancoFrancês e Italiano para a Américado Sul. Roberta foi registradano consulado italiano e, logodepois, embarcava de volta para“casa”, na cidade Pinerolo, naprovíncia de Torino, no Piemonte.Anos depois, a família voltoude vez para o Brasil e se estabeleceuno Rio de Janeiro.Economista de formação, hácinco anos Roberta chegou à Tessuti,como sócia da estilista ClaraVasconcelos, criadora da grife,nos anos 90. Em julho do anopassado, ela se tornou a dona damarca com a saída de Clara. Desdea<strong>que</strong>la época, a estilista dagrife é Fafá Cosenza. Roberta diz<strong>que</strong> sendo <strong>italiana</strong>, seu “olho”para moda é apurado. Ela acompanhaos desfiles de Milão via internete acredita <strong>que</strong> as diferençasentre a moda <strong>italiana</strong> e brasileirasão “grandes na tradição,mas se aproximam cada vez maisno profissionalismo”.Com cinco lojas no Rio de Janeiro,uma em São Paulo e outraem Brasília, a Tessuti está presenteem cem multimarcas espalhadaspelo país. Para Roberta,a crise econômica mundial nãodeve afetar a indústria do luxoe seu impacto deverá <strong>ser</strong> sentidode forma “mais psicológica”, nosetor. Casada com um brasileiroe mãe de dois filhos ítalo-brasileiros,ela tem no guarda-roupa“algumas poucas peças e sapatos”by Valentino. Para ela, essaedição da Fashion Rio foi “<strong>que</strong>nteem todos os sentidos”.A Tessuti apostou nas malhasdupladas em busca de conforto eelegância. Levou para as passarelassaias tulipa de lã, ja<strong>que</strong>tas depences aparentes, robe-manteauxe camisas de musseline com laçosmarcando os punhos. Seu estilo éclássico e sua coleção para o próximoinverno é aposta certa para<strong>que</strong>m não <strong>que</strong>r correr riscos.Próxima, por favorEntre as principais tops brasileirasda atualidade, a gaúchaDaiane Conterato era figurinhafácil nos backstagesdas grifes <strong>que</strong> desembarcaramna Marinada Glória. Queridinha dagrife <strong>italiana</strong> Prada, ondefez sua estreia, em Milão,três anos atrás, a modeloapareceu em 15 desfiles ecomemorou o fato de regressarao Brasil.— O Brasil está produzindobem, tal qual as grandesmarcas do exterior. Issosem falar na estrutura dosdesfiles. Dá para brigar deigual para igual — comentaa moça <strong>que</strong> mora em NovaYork, mas “ama” a CidadeMaravilhosa e suas praias— Tudo bem <strong>que</strong> dessa vez amaratona está sendo tão intensa<strong>que</strong> nem curti mar algum— comenta ela, <strong>que</strong> nãolargava uma garrafa de águamineral, na tentativa de driblaro calor carioca enquantovestia roupas de lã e veludo.Daiane Conterato durantedesfile da Alessa e posando paraComunità antes de entrar em cenaFotos: Bruno de Lima46 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 47


modamodaBruno de LimaMárcio Madeira/FirstViewQue tendência?Para a consultora de moda Glória Khalil, as coleções não focaramuma ou outra peça ou material <strong>que</strong> podem <strong>ser</strong> apontadoscom o boom da estação. Segundo ela, isso indica <strong>que</strong> a grandeaposta está no estilo próprio de cada pessoa:— Não deu para sentir efeito de crise alguma. O <strong>que</strong> se mostroufoi <strong>que</strong> um pouco de tudo é permitido. Cabe a <strong>que</strong>m faz o uso dosprodutos essa sabedoria de combinar calça justa ou larga, o modelocenoura, saias em diversos tamanhos e estamparias.Proveniente da mistura <strong>italiana</strong>e polonesa <strong>que</strong> colonizou o sul doBrasil, Daiane tem 1,78 metro dealtura e pesa 52 quilos. A modelodiz gostar do estilista norte-americanoMark Jacobs, <strong>que</strong> comanda acriação artística da francesa LouisVuitton. Dentre as marcas nacionais,ela se declara fã das marcasNéon e <strong>Os</strong>klen. Aos 18 anos, temcomo meta para 2009 obter a carteirade motorista e fazer cursosna área de moda. E a crise?— Para <strong>que</strong>m mora fora, osefeitos da crise já se revelam noclima das ruas. O fim de ano foitranquilo para fazer compras. Sóagora é <strong>que</strong> vamos poder avaliarMárcio Madeira/FirstViewNo Rio, desta<strong>que</strong>s para Mara Mace Maria Bonita Extra. A primeiraaposta na calça cenoura enquantoa segunda exibiu rufos, adereço depescoço dos reis europeus. Em SãoPaulo (acima), Lino Villaventurafez um dos melhores desfilesa situação, mesmo — diz ela, <strong>que</strong>também desfilou para várias grifesno São Paulo Fashion Week.FrissonAs medidas impressionam: 68 quilosbem distribuídos por 1,80 metrode altura, 106 centímetros dederrière, 70 centímetros de cinturae outros 78 de busto. Para um desavisado,Patrícia Oliveira passavacomo uma modelo perfeita paraencerrar qual<strong>que</strong>r desfile. Porém,em se tratando do irreverente BetoNeves, estilista da Complexo B,o fato de Patrícia ter nascido homemera um detalhe riquíssimo.— Não <strong>que</strong>ro <strong>que</strong> ela represente.Ela tem <strong>que</strong> <strong>ser</strong> ela. Temtudo a ver com esse ambiente Lapa<strong>que</strong> é o tema do Fashion Riodeste ano. Na passarela, ela é aprópria malandragem carioca —explica Neves.Foi a estréia de Patrícia naspassarelas. Aos 25 anos, ela já fezalguns trabalhos como atriz, carreira<strong>que</strong> deseja seguir. Há doisanos, ganhou o título de Miss UniversoTransex, disputado em Florença.Na<strong>que</strong>la época, aproveitoupara conhecer bem a Itália, principalmenteRoma e Milão, além deter namorado um italiano.Ela conta sua história semum pingo de constrangimento,apesar de evitar dizer seu nomede batismo. Patrícia lembra <strong>que</strong>foi aos 14 anos <strong>que</strong> descobriu<strong>que</strong> não <strong>que</strong>ria <strong>ser</strong> um homem.Atualmente no seu terceiro casamento,ela diz <strong>que</strong> nunca trabalhouna rua e só fez duas operaçõesaté hoje: a <strong>que</strong> modelou seunariz e a <strong>que</strong> implantou 300 mlde silicone em cada seio.— Sempre tive traços femininos.Na adolescência, na escola,sugeriram para a minha família<strong>que</strong> eu tomasse hormônios masculinos.Isso eu nunca quis fazer. Jápensei em trocar o sexo, mas caína real. Não me falta nada, então,deixei essa ideia de lado — diz Patrícia,casada com um inglês <strong>que</strong>ela afirma <strong>ser</strong> bastante ciumento.Segundo a modelo, ao contráriodo <strong>que</strong> se costuma pensar,o brasileiro é um povo preconceituoso.Ela conta <strong>que</strong> situaçõescomo a sua são comuns no exterior.Mesmo assim, diz <strong>que</strong> nuncateve problemas, por aqui, porconta da sua opção. Seu maiorproblema, conta, é a inveja <strong>que</strong>desperta nas mulheres.— Minha musa é a modelo RaicaOliveira, tanto <strong>que</strong> o sobrenome<strong>que</strong> uso é em sua homenagem.O preconceito não entra na minhacabeça. Aqui classificam como gayo homem <strong>que</strong> sai com um travesti.Para mim, isso não temnada a ver — alfineta ela, <strong>que</strong>foi a grande atração do própriobackstage da Complexo B, comtodos os modelos <strong>que</strong> desfilariampara a marca fazendo romariapara conhecê-la.Patrícia OliveiraMárcio Madeira/FirstViewGisele BündchenEnquanto isso,na SP Fashion WeekQuando todos acreditavam<strong>que</strong> a chapinha estavacom seus dias contados,eis <strong>que</strong> GiseleBündchen surge na “terrada garoa” totalmente alisada.Para muitos críticos, o cabelãoda top fez muita falta. Por lá,o preto também reinou absoluto aponto do estilista Lino Villaventuraapresentar somente looks nestacor. Apesar da monotonia cromática,foi um dos melhores desfilesapresentados em São Paulo. Eleapostou em vestidos simétricos eusou e abusou de plissados, bordadose nervuras. Por lá, teve atéuma noiva toda de preto, sugestãodo estilista Samuel Cirnansck.*colaborou Sônia ApolinárioBruno de LimaUmaapostaeleganteUma das principais feiras de moda masculina domundo, Pitti Uomo dá sinais <strong>que</strong> o setor acreditaem um renascimento econômico a curto prazoCrise? Que crise? Após o furacãoeconômico <strong>que</strong> levoumuitos países à beirada recessão, no ano passado,o mercado da moda se mostraforte e aposta suas fichas emum próximo renascimento econômico.Foi isso o <strong>que</strong> indicou a 75ªedição da Pitti Uomo, uma dasprincipais feiras de moda masculinado mundo. Foi realizada entreos dias 13 e 16 de janeiro, emFlorença, e teve mais de 35 milvisitantes. Por quatro dias consecutivos,919 marcas, sendo 270estrangeiras, disputaram espaçoe compradores nos 59 mil metrosquadrados da Fortezza da Basso.Diferente de Milão, onde acontecemos desfiles das melhoresmarcas <strong>que</strong> são verdadeiros shows,Pitti é o lugar do business. Quemfre<strong>que</strong>nta a feira já vem com ordemde compras, cartão de créditoliberado e che<strong>que</strong> assinado. Aúnica linguagem conhecida pelos22.672 compradores – dos quais7.066 provenientes do exteriorFotos: DivulgaçãoJa n a í n a CesarCorrespondente • Treviso(31% do total) - <strong>que</strong> passaram porlá era a das transações bancárias.Segundo Raffaello Napoleone, administradordelegado da Pitti Immagine,“todos sabem o quanto éimportante neste momento partircom o pé direito para apresentarao mundo os novos projetos e afeira está aqui para isso, para daruma mãozinha às empresas”.Este ano, a recuperação econômicaainda é uma incógnita, masas empresas de moda conseguiramcutucar o consumidor. Como?Unindo pesquisa, design e preocupaçãoambiental. Se na ediçãopassada o reino da moda masculinafoi ditado pelo sportswear, a deagora deu as boas-vindas à elegância.O outono-inverno 2009/2010<strong>ser</strong>á governado pelo homem prático<strong>que</strong> não deixa de lado a comodidadee <strong>que</strong> sabe <strong>ser</strong> eleganteusando um terno ou uma calçajeans. O estilo inglês dos anos 60ressurge modernizado.A atenção aos mínimos detalhese a exclusividade dos materiais,unidos ao corte de atelier etecidos tecnológicos se transformaramno ponto de partida para aescolha do guarda-roupa masculino.Essencial, versátil e ao mesmotempo luxuosa, as coleçõesapostam no homem moderno eprático. A marca Bugatti segue atendência e lança uma linha decalças justas em algodão e veludocom corte reto, em tons escuroscomo o cinza e o preto. Alémdessas, as cores <strong>que</strong> dominarãoa próxima estação <strong>ser</strong>ão roxo elilás e tons claros como amarelo,bege e branco. Já a marca Rodaaposta na releitura do clássicoterno xadrez, estilo inglês, com acalça extremamente justa.As conhecidas grifes Woolriche Herno continuam investindo empesquisa para criar tecidos altamentetecnológicos, <strong>que</strong> facilitema transpiração, principalmente noinverno. Woolrich aposta nos impermeáveis,feitos em nylon superleve, micro light nylon e hiteche Herno cria ja<strong>que</strong>tas comforro em nylon wind-stop.Porém, nem só de roupas vivea Pitti Uomo. Sapatos e acessóriosganham cada vez mais desta<strong>que</strong>na feira. Para <strong>que</strong>m desejaseguir a tendência do inglês clássico,os sapatos de Pirelli P Zerofeitos em pele macia são os indicados.Elegância e conforto seencontram nos sneakers da marcaRex, feitos em tecido e nos modernosmocassins e botas da marcaElast de couro vegetal e plástico,próprio para os dias chuvosos.Para os mais despojados, vale a dicados novíssimos sneakers W6YZ,produzidos pela Falc e assinadospor Walter Van Beirendonck. JáDaniele Marinelli apresentou umacoleção de cintos modernos, realizadasem couro e tecido com designtípico british anos 60.Pesquisa, materiais ecológicose um compromisso eco-sustentável,é esse o lema de AmazonLife.A marca <strong>italiana</strong> cria bolsas utilizandofibra de bambu, lona velhade caminhão, tecidos de camisasvelhas e o TreeTap, couro vegetalobtido da extração do látex naturalfeito pelos <strong>ser</strong>ingueiros da Bocado Acre, no Amazonas. A marcaSuper mostra sua nova coleçãode óculos de sol modernos, feitosem plástico e resina. Eles podemperfeitamente <strong>ser</strong>em usados coma linha de relógios ultra coloridos<strong>que</strong> a Timex 80 mostrou para opúblico da Pitti Uomo.48 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 49


MilãoAccordoIl governo dello stato di Rio de Janeiro ha siglato, il mese scorso,un accordo con il gruppo AfroReggae, a cui assegnerà risorseequivalenti a 1,5 milione di reais per il termine dei lavori delCentro Cultural Waly Salomão, a Vigário Geral, periferia di Rio. Illuogo, oltre a funzionare come sede del gruppo, realizzerà moltissimeattività artistiche, pedagogiche e sociali rivolte agli abitantidella comunità. La cerimonia della firma ha avuto luogo neglispazi del Centro. Con il governatore Sérgio Cabral c’erano il vicegovernatore e segretario di Obras, Luiz Fernando Pezão, la segretariadi Educação, Tereza Porto, e il coordinatore esecutivo delgruppo culturale, José Júnior. Prima di andare via, il governatoreha ballato e cantato con il gruppo Afroreggae successi di cantanticome Tim Maia e Jorge Benjor.— Questo Centro è un marco straordinario. Le risorse chestiamo usando per finire i lavori saranno usate bene. Questo quidiventerà un point di allegria e pace a Rio de Janeiro — mettein enfasi Cabral.RimandatoLa casa distributrice del film italiano Lezione d’amore ha rimandatola prima del lungo in Brasile, da gennaio a marzo.Copa dos ImigrantesL’Italia ha concluso il 2008 al quarto posto tra le migliorinazionali di calcio, secondo il ranking della Fifa. Invece idiscendenti di italiani residenti in Brasile si sono dovuti sforzaremolto per raggiungerela vetta della 12ª Copados Imigrantes, realizzataa Rio de Janeiro.Dopo aver affrontato,con buoni risultati, Angola,Israele, Spagna eCapo Verde, la squadraformata da più di20 calciatori dilettantiè finita al secondo posto del campionato. La partita definitiva èstata contro il Portogallo, nel campo della Portuguesa, all’Ilha doGovernador. La squadra <strong>italiana</strong> ha perso di tre a zero.ModaUna sfilata ha segnato l’inizio di un processo di avvicinamentotra due istituzioni universitarie che offrono corsi dimoda: l’Universidade do Sul de Santa Catarina e l’Università diFirenze. A invito degli italiani, cin<strong>que</strong> allievi del Curso Superiorde Tecnologia em Design de Moda della Unisul hanno presentatola collezione “Um pedacinho de terra perdido no mar”,nel Teatro Studio di Scandicci. Sono stati presentati dieci lookstutti portati sulla pas<strong>ser</strong>ella da modelli italiani. Ora un gruppodi là verrà in missione a Florianópolis per conoscere da vicinola struttura della Unisul. Secondo la professoressa Kenia MoeiraCabral, che ha seguito la sfilata, gli studenti italiani presenterannonell’università brasiliana qualcuna delle loro creazioni.Inoltre risulta la proposta di interscambio di capacitazione diprofessori e allievi brasiliani con la venuta di docenti italianiper una stagione a Florianópolis, dove realizzeranno lavori in ricercaapplicata al mercato.Ernane D. AssumpçãoRuínas históricas<strong>Os</strong> restos da igreja de San Giovanniin Conca quase passam desapercebidospelos turistas maisapressados. As ruínas vermelhas estão naAvenida Mazzini, cercadas de prédios dosanos 30 e 50. Mesmo assim, poucas pessoasparam para ob<strong>ser</strong>vá-las melhor. A antigaigreja foi construída no século 11 eTambém no DuomoAlém de limpar a neve da cidade, o Exércitoitaliano teve outra tarefa extra, emMilão: cuidar da segurança da igreja do Duomo.Depois da polêmica sobre a pregação dosmulçumanos na porta da catedral gótica dacidade, a atenção a um dos cenários mais impressionantesda Itália ganhou maior preocupação.A <strong>que</strong>stão estética da Piazza Duomotambém está sendo alvo de discussões. A presençade mil e uma manifestações culturais,políticas e gastronômicas na praça comprometea qualidade visual do local. As licençaspara a montagem de barraquinhas estão sendocada vez mais difíceis de <strong>ser</strong>em obtidas.demolida em 1879 para a abertura da via.Ali também está a estação do metrô Missori,linha amarela. Durante a construçãoda linha, as escavações revelaram achadosar<strong>que</strong>ológicos <strong>que</strong> fizeram a área voltar2.200 anos no túnel do tempo, épocados primeiros sinais da passagem do homempor a<strong>que</strong>le local.AnorexiaAguerra contra a anorexia não conhecetrégua em Milão. Desta vez, o comuneda cidade abre as portas das escolas para encontrosentre adolescentes e psicólogos. AONG Jonas inicia o projeto na escola Manzoni.Ali, estudantes entre 14 e 15 anos, duranteo horário escolar, poderão agendar umavisita com o psicólogo de plantão. A relaçãocom o próprio corpo e uma discussão sobre oconceito de beleza estão na base dos primeirosdiálogos entre os jovens e os psicólogos.Auto-estima e alimentação são alguns dos temasabordados em uma tentativa de se garantiruma maior prevenção contra a doença.Guilherme AquinoTroppa neve<strong>Os</strong> quase 40 centímetros de neve <strong>que</strong> caíramem poucos dias, no começo do ano,mostraram <strong>que</strong> Milão não está preparada parainvernos rigorosos. A cidade entrou em colapso,com bondes em atraso, linhas de treminterrompidas, aeroportos fechados. A turmaextra da limpeza, garis contratados em emergência,não deu conta do recado. Para retirarda cidade a neve, <strong>que</strong> já estava se transformandoem gelo aumentando o risco de acidentese dificultando o trânsito de veículos epedestres, foi necessário usar a força do Exército.Ao todo, 600 soldados, armados com picaretase pás, liberaram as ruas e as calçadasdo manto branco. O <strong>ser</strong>viço militar priorizouo centro de Milão e as áreas mais nobres, deixandoa periferia de lado, o <strong>que</strong> provocoumuitas críticas. De qual<strong>que</strong>r maneira, fora osefeitos colaterais provocados pele nevada, acidade conhecida pelo seu cinza eterno vestiu-sede branco imaculado. <strong>Os</strong> tetos das casase dos prédios e as praças públicas ficarammuito mais bonitos de se ver e os carros, difíceisde reconhecer. Milão ganhou um ar demontanha, em plena planície Padana.MagritteOPalácio Reale, no centro de Milão,dedica uma de suas prestigiosassalas de exposição ao mestre do realismomágico, o pintor Renée Magritte. Aobra desse artista belga pede para <strong>ser</strong>percebida mais com o instinto e a paixãodo <strong>que</strong> com a ob<strong>ser</strong>vação racional.Mais de cem quadros e aquarelas provenientesde coleções particulares e doMuseu Real das Belas-Artes de Bruxelasvão contar o percurso histórico destegenial pintor, <strong>que</strong> fez da natureza edo mistério seus temas mais constantes.Esse trabalho, na maior parte das vezesonírico e surreal, poderá <strong>ser</strong> admiradoaté o dia 29 de março.F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 51


automobilismoFirenzeGiordano IapalucciCorrendoatrás doprejuízoNova Ferrari altera até a cor do carro embusca de mais velocidade e vitóriasAFerrari apresentou, no mêspassado, na Itália, a máquinacom <strong>que</strong> pretende recuperaro título de campeãmundial de Fórmula-1, a F-60. Onúmero homenageia a quantidadede vezes <strong>que</strong> a escuderia participoude campeonatos na elite doautomobilismo <strong>que</strong> é a F-1. O desafiode adaptar o novo carro àscomplicadas regras estabelecidaspela Federação Internacional deAutomobilismo (Fia) para 2009,obrigou engenheiros e técnicos daFerrari a suar a camisa. O resultadofoi um carro mais barato, menospoluente e, claro, veloz.Para chegar no F-60, a equipeteve a ajuda de gente de fora.Para não haver dúvidas sobrea interpretação correta do novoregulamento, o time da Ferraritrabalhou ombro a ombrocom o chamado Owg (OvertakingWorking Group), criado pela Fia.<strong>Os</strong> projetos e as construções passarampelo crivo deste grupo detrabalho externo a Maranello.Em busca de um maior espetáculo,as novas regras pesaramGu i l h e r m e Aq u i n oCorrespondente • Milãomais sobre as linhas aerodinâmicasdos bólidos. O objetivo eracriar maiores chances de ultrapassagem,ao longo do campeonato eespantar a monotonia <strong>que</strong> tomouconta do campeonato. Assim, acarroceria ficou mais uniformesem a<strong>que</strong>la quantidade exageradade quilhas, barbatanas e asinhas<strong>que</strong> saiam dali e daqui conformeas necessidades de cada pista. Onovo aerofólio é grande nas lateraise bem mais largo do <strong>que</strong> osseus “antepassados”. Ele dá umaforte identidade ao carro. O recursoencontrado pelos engenheirosda Ferrari, porém, é muito semelhanteà solução encontrada pelosconcorrentes, justamente porcausa do novo regulamento.E mais do <strong>que</strong> uma evoluçãono design como vem ocorrendoano após ano, o <strong>que</strong> se nota umcorte abrupto nesta sequência.Daqui para frente, o <strong>que</strong> vai ditaras “modas” é a necessidade da F-1em adequar-se aos novos temposde crise financeira e à exigência dedar fim à monotonia das corridas.<strong>Os</strong> custos ganharam um capítuloà parte no <strong>que</strong> se refere aosmotores. A Fia e a Fota (Associaçãodas Equipes da Fórmula-1)pressionaram e conseguiram o<strong>que</strong> <strong>que</strong>riam: no caso da Ferrari,o motor continua sendo longitudinal,mas vão <strong>ser</strong> apenas 8 nototal a <strong>ser</strong>em usados ao longo de17 grandes prêmios. A uma rotaçãomáxima de 18 mil giros porminuto, a ideia é <strong>que</strong> cada motorrode ao redor de 2,5 mil km.A F-60 tem a asa traseiramais alta e estreita, o difusor umpouso mais atrás e os pneus slickmarcam algumas das mudanças.A tecnologia tenta compensar aperda de energia tirando-a de ondemenos se espera. O chamadoO piloto Felipe Massa nos testes da nova FerrariFotos: Divulgação FerrariKers, sistema de recuperação deenergia cinética, a<strong>que</strong>la desperdiçadadurante as frenagens, porexemplo, pode <strong>ser</strong> usado dentrode determinados limites. Essainclusão obrigou a uma série deadaptações complicadas no câmbiodas marchas com a transmissãosendo redesenhada para darmaior eficiência aerodinâmica.No novo carro, o motor foi paraa parte posterior da carenagem.A caixa das machas é construídaem carbônio e continua sendoinstalada no eixo longitudinal.De tudo, a transformação maisà vista é a pintura. A nova Ferraritem um vermelho mais desbotadodo <strong>que</strong> os bólidos de outras temporadas.A razão disso tambémestá relacionada à velocidade: foiusado um quilo e meio menos detinta. Isso deixou o carro mais levee quando a disputa é travadaem milésimos de segundo, a táticada economia na pintura pode tero seu efeito. Até por<strong>que</strong>, um títulomundial perdido a 800 metrosdo final do último grande prêmio,como aconteceu no ano passado,não se es<strong>que</strong>ce facilmente.A Ferrari parece ter aprendidoa lição da clamorosa derrota,ainda <strong>que</strong> tenha ganho o Mundialde Construtores. A estratégia daequipe para 2009 <strong>ser</strong>á partir fortejá no início da temporada e manterum alto grau de desempenho.Evitar os erros, claro, <strong>ser</strong>á fundamental.Isso inclui ter a máximaatenção na hora de se criar estratégiasde corrida em harmoniacom a pista e com a meteorologia.<strong>Os</strong> testes feitos pelo pilotoFelipe Massa apontam para umaF-60 competitiva, com sede e fomede vitórias e títulos.I Macchiaiolie la fotografiaTalenti emergentiL’evento che presenta la Fondazione PalazzoStrozzi di Firenze costituisce ilpunto finale del Premio “Emerging Talents”realizzato dal Centro di Cultura contemporaneaStrozzina. Obiettivo di <strong>que</strong>st’ultima è<strong>que</strong>lla di promuovere e spronare sia il grandepubblico, come la critica internazionale, neiconfronti della giovane arte <strong>italiana</strong>. L’edizione2009 presenta le opere di 25 artisti ed èarticolata in cin<strong>que</strong> sezioni in costante dialogotra loro, tra scultura, fotografia, pittura,video e grafica. Narrare la giovane arte<strong>italiana</strong> significa esporre l’enorme ricchezzache <strong>que</strong>sta offre in termini di tecnica e dilinguaggi realizzando non un punto di arrivo,ma di partenza in un contesto europeo ed internazionale.Fino al 29 marzo. Dal lunedì alvenerdì 9.00-13.00/14.00-18.00Mettere insieme la pittura e lafotografia è come voler tornareindietro alle origini nel rapportotra artista e attrezzo: il pennello e lamacchina fotografica, antico e nuovo strumentodi figurazione del mondo. Questo ilsucco dell’esposizione presentata al MuseoNazionale Alinari della Fotografia a Firenzefino al 15 febbraio prossimo. Un viaggioche ripercorre in maniera approfonditaun’epoca di frontiera qual’è stato il periodoa cavallo tra la fine del XVIII e l’iniziodel XIX secolo per ciò che riguarda l’artefigurativa e rappresentativa. La mostra offrepiù di 200 opere tra dipinti (Fattori,Signorini, Cabianca), fotografie e raffrontiiconografici. Aperto dalle 10.00 alle 17.00.Info: www.alinarifondazione.itQuel che resta è la pitturaUn mostra antologica che ripercorre la ricercaartistica di Umberto Busconi daisuoi esordi (anni Sessanta) fino ai nostrigiorni. L’artista, nato a Bonelle (Pistoia) il13 luglio 1931 sottopone oggetti di vita quotidianacome camicie, motociclette, bandierecome anche cravatte ad una scomposizioneper poterli ricomporre su tela in maniera arditae senza regole. Il suo viaggio pittoricoinizia dai colori pastello, che esprimono speranzae aspettativa degli anni Sessanta, perpassare nell’ultimo decennio del XX secolo, sucui scendono figure scure e notturne, per finirecon dipinti più recenti, in cui l’artistacaratterizza i dipinti da un rosa acceso neiquali rivive le storie dell’età dell’oro. Fino al14 febbraio presso Frittelli Arte Contemporanea- Firenze, Via Val Di Marina 15.Il GuercinoIl soprannome datogli non fu certo a caso.Giovan Francesco Barbieri veniva chiamatoil Guercino per un difetto di vista a seguitodi un incidente accadutogli quando eraancora bambino. L’esposizione, dedicata aduno dei maestri del Seicento italiano, proponeben 75 disegni realizzati tra il 1650 e il1675, tutti appartenenti alla collezione LeopoldoDe’ Medici. Visibili fino al 22 febbraiopresso il Gabinetto Disegni e Stampe degliUffizi. Da martedì a domenica: 8.30 – 18.30(chiuso il lunedì).Raffaello, laMadonna delCardellinoLa mostra, aperta fino al 1° marzopresso il Palazzo Medici Riccardi aFirenze, ha l’obiettivo di presentare ilprodotto finito di un’opera di ristrutturazionecomplessa e lunga per manodell’Opificio delle Pietre Dure di Firenzesul dipinto di Raffaello “La Madonna delCardellino”, considerato uno dei suoipiù celebri lavori. L’esposizione presentaanche altre opere coetanee dellostesso artista in modo da permettere algrande pubblico e agli esperti di potercomprendere a grandi linee come taleopera si colloca nella giovanile attivitàdella stagione artistica fiorentina. Ingresso7 euro. Apertura al pubblico dalle9.00 alle 19.00.52 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 53


atualidadeartes plásticasBelezasde vidroCrise afasta empresas <strong>italiana</strong>s detradicional feira de objetos de casa, emMilão. Público, porém, manteve-se fielAedição da Macef deste anoaconteceu sob o signo dacrise financeira <strong>que</strong> varreo mundo. O tradicional SalãoInternacional da Casa, abertoem 1964, recebeu cerca de 10%menos expositores do <strong>que</strong> no anopassado. A grande maioria dosausentes foi composta justamentepor empresas <strong>italiana</strong>s. De umtotal de 2.250 expositores, foimantida a média de 20% de estrangeiros,como vem acontecendonos últimos anos. A maioriaGu i l h e r m e Aq u i n oCorrespondente • Milãoproveniente, principalmente, dospaíses asiáticos, além de Espanha,Alemanha e França.A crise pode ter espantado algumasempresas, mas não o público.Milhares de visitantes detodo o mundo visitaram a Macefe os seus cinco setores: Mesae Cozinha, Decoração e Mobília,Clássico, Presentes e Ouro eAcessórios. O evento aconteceuentre os dias 16 e 19 de janeiro,em Milão e ocupou uma área de125 mil metros quadrados. Comoacontece a cada ano, a Macef homenageiaum país e o “convidadoespecial” da vez foi o Marrocos.Mas como sempre, é omade in Italy <strong>que</strong> atraia atenção dos principaiscompradores,de olho no designe na qualidadedas peças.A Macefteve menosexpositoresesse anoNesta edição, um dos grandesdesta<strong>que</strong>s foram os artesãos deMurano. Logo na entrada do pavilhãoda Mesa e Cozinha, estavamexpostas baixelas em vidrosoprado, na melhor tradição dafamosa ilha de Veneza, em formase nas cores da concha Nautilus.Em todos os tamanhos e comvários desenhos, além de coloridasem diferentes matizes e tonssobre tons, as peças garantemelegância ao ambiente onde <strong>ser</strong>ãoexibidas ou usadas.A Macef, pela sua importânciae tradição, é considerada umaante-sala de luxo para o Salão Internacionaldo Móvel, <strong>que</strong> aconteceem abril, também em Milão.E tanto neste como no outroevento, as exposições <strong>ser</strong>vem devitrines para idéias <strong>que</strong> acabaramde sair da prancheta dos designerse mal entraram nas linhasde produção. Ali, projetos criativose de amplo alcance social sãoapresentados aos compradores,<strong>que</strong> trazem no bolso as pesquisase as tendências <strong>que</strong> deverãoatrair o consumidor final.Para criançasA empresa Ballarini, <strong>que</strong> começoua fazer panelas 120 anos atrás,usou a feira para lançar uma linhade produtos para as crianças.A idéia é ensiná-las a comer bem.Utensílios domésticos coloridos esob medida ajudam a aproximara criança da boa mesa. Nada defazer refeições diante da televisão.Através de um kit infantil, ospe<strong>que</strong>nos ganham uma chance dese relacionar melhor com a cozinhae com o alimento.A Ballarini chegou ao Brasilhá um ano, em São Paulo. Parasua estréia em território brasileiro,trouxe um conjunto de panelas“inteligentes”. Elas indicam aquantidade de água correta parao tipo de cozimento e avisamcom um sinal luminoso quandoa temperatura está ideal para oinicio dos trabalhos. Assim, ocozinheiro economiza água, gáse eletricidade.A feira também exibiu peçaspara a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> sentem a necessidadede agradar a um capricho.Que pode <strong>ser</strong>, por exemplo, umconsumidor apaixonado por aventurasaéreas. Para ele foi pensadauma mesa original composta deuma verdadeira asa de um avião –no caso, um DC-3. O único problemaé o preço: 25 mil euros.Entretanto os <strong>que</strong> têm bemmenos recursos não precisaramsair de mãos abanando. A Macefexpõe objetos para todos os tiposde carteiras. As opções poderiam<strong>ser</strong> conjuntos de copos em vidrode Murano, cortinas desenhadas amão, arranjos florais belíssimos oumesmo móveis novos com jeito deantigo para combinar com pecasmodernas. No final das contas, o<strong>que</strong> vale é a criatividade do clienteunida ao bom gosto, elementosfundamentais para dar uma identidadeà casa de cada um.Arte polivalenteExposição em São Paulo destaca o trabalho do design italiano Roberto SambonetAobra de um dos ícones dodesign italiano do século20 <strong>que</strong> deve muito do seutrabalho ao Brasil é o temade uma exposição em cartaz noMuseu da Casa Brasileira, em SãoPaulo. Roberto Sambonet – Do Brasilao Design reúne 400 itens doartista <strong>que</strong> poderão <strong>ser</strong> apreciadosaté o dia 1º de março. O eventoé uma iniciativa da Secretaria daCultura do estado e do InstitutoItaliano de Cultura de São Paulo.— Esta mostra é uma homenagemao amor <strong>que</strong> Sambonetnutria pelo Brasil, lugar onde eleaprofundou suas pesquisas e suapaixão pela natureza, pela cultura,pela inteligência das coisassimples — explica Enrico Morteo,o curador italiano da exposição.Roberto Sambonet nasceu em1924, em Vercelli, na região doPiemonte. Cursou a faculdade deArquitetura de Milão, onde estudoupintura. Chegou ao Brasil em1948, quando já se dedicava aodesign. Na época, se tornou amigode Lina Bo Bardi, arquitetamodernista ítalo-brasileira responsávelpelo projeto da sede doMuseu de Arte de São Paulo e casadacom o crítico de arte PietroMaria Bardi. No Masp, Sambonetdeu aulas de artes gráficas e estampariano extinto Instituto deArte Contemporânea. Fez cartazespara a instituição e para o 1ºDesfile de Moda Brasileira.A passagem de Sambonet porterras brasileiras durou cinco anos.Nesse período, uma das pesquisas<strong>que</strong> realizou teve como base suasvisitas ao manicômio de Ju<strong>que</strong>ry,com 15 mil internos, a 50 quilômetrosde São Paulo. Com a permissãodo amigo e psiquiatra EduMachado Gomes, o italiano conviveu,por seis meses, com a realidadedos pacientes. Em Milão,essa vivência pessoal rendeu a publicação,entre as décadas de 60Nay r a Garoflee 70, do livro Ju<strong>que</strong>ri, EsperienzaPsichiatrica de un Artista e DellaPazzia, uma série desconcertantede desenhos <strong>que</strong> fez tendo comotema os pacientes do manicômio.— Sambonet usou a formacomo pretexto evocativo por<strong>que</strong>sabia <strong>que</strong> a função nunca vemdesprovida, mas coberta de intenções,usos, lembranças, possibilidades.Uma forma simples ésempre mais versátil por<strong>que</strong> deixaespaço para novas interpretações,assim como trabalhar em módulospermite inventar funções inesperadas— afirma o curador, lembrando<strong>que</strong> o artista retornou aoBrasil em 1982, quando fez umaviagem ao longo do rio Amazonas,<strong>que</strong> resultou num ciclo de aquarelasparticularmente vívidas.Morteo conta <strong>que</strong> a única preocupaçãoao realizar o projeto damostra “foi o medo de simplificarmuito a ri<strong>que</strong>za do trabalhode Sambonet”:— Uma mostra pede sempreuma escolha crítica e cada escolhaé uma renúncia. A exposiçãotenta devolver o espírito destedesenhista compulsivo, cosmopolitae curioso por vocação, capazde conjugar arte e gastronomia,cultura popular e refinadas referênciashistóricas — completa.O museólogo brasileiro FábioMagalhães é co-curador da mostra.Ele explica <strong>que</strong> Sambonet erafilho de industriais da área metalúrgica,<strong>que</strong> produzia panelase talheres. Segundo ele, vem daía inspiração do artista, responsávelpela reformulação das embalagense de toda a identidadevisual da pe<strong>que</strong>na empresa <strong>que</strong>prosperou com peças de qualidadee design original.— Ele é um dos grandes nomesdo design italiano do pósguerrae foi muito influenciado porsua temporada no Brasil. Aqui, eledescobriu a flora, a fauna e nossoartesanato junto com Lina Bo Bardi— relata Magalhães, citandoduas das mais famosas peças doartista: a panela Peixe, de 1957,<strong>que</strong> conquistou o Prêmio Compassod’Oro 1970 e o conjunto decopos de vidro para água, vinhobranco e vinho tinto <strong>que</strong> por foraeram de tamanhos iguais — Estescopos são uma referência no designmundial — completa.Também fez parte do currículode Sambonet, a experiência dese trabalhar como consultor paragrandes empresas, em ramos distintos:La Rinascente (loja de departamentos),Baccarat, Seguso,Murano e Tiffany (vidro e cristal)e Bing & Grondhal (porcelana). Eletambém atuou como consultor emdesign gráfico para empresas comoPirelli, Alfa Romeo e Renault.Serviço“Roberto Sambonet – Do Brasil ao Design”.De terça a domingo, das 10h às 18h.Local: Museu da Casa Brasileira - Av. FariaLima, 2705 - Jardim Paulistano São Paulo.Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00Grátis aos domingos.Acesso a portadores de deficiência física.Visitas orientadas – tel: (11) 3032-2564agendamentomcb@terra.com.br54 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 55


literaturail lettore raccontaEcos de umcanto sedutorMusicóloga brasileira recupera o legado de cantora veneziana do século 17Para alguns críticos, a venezianaBarbara Strozzi(1619-1677) inventou a“cantata”. Para outros, foipoeta, cantora lírica e compositorabarroca à altura de seus paresmasculinos contemporâneos.Além disso, foi mulher e mãe emum tempo em <strong>que</strong> não havia opçõesno universo feminino. Apenaspor esses “detalhes”, ela jámereceria uma lupa sobre suabiografia. Porém há mais: suascanções de atmosfera sensual eintrospectiva são um precioso registrode uma época.A vida e a obra da autodenominada“Safo Novella” (a novaSafo, em referência à poeta gregada Antiguidade) fascinaram amusicóloga Silvana Ruffier Scarinci.Ela transformou sua tese dedoutorado no CD-Livro Safo Novella– Uma Poética do Abandononos Lamentos de Barbara Strozzi,Veneza , 1619-1677 (Algol Editora).O projeto nasceu durantetemporada de estudos em Bloomington,centro mundial de estudosde música antiga, em Indiana,nos Estados Unidos. O CDcontém sete faixas, interpretadaspela soprano brasileira MaríliaVargas, acompanhada dos músicosLuís Otávio Santos, AndréCavazotti, Sérgio Álvares e a própriaSilvana Scarinci na teorba,um tipo de alaúde.— Na Universidade, em 2000,formei um grupo e pesquisamossobre a produção musical feminina.Foi quando nos deparamoscom a música de Bárbara Strozzi.Eu me perguntava <strong>que</strong>m teria sidoa<strong>que</strong>la mulher com tanta força poética,advinda de um período em<strong>que</strong> as mulheres não faziam história— recorda a pesquisadora.Doutora pela Unicamp (UniversidadeEstadual de Campinas)e professora de Música Barrocana UFMG (Universidade Federalde Minas Gerais), Silvana realizoua pesquisa com o apoio da Fapesp(Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo), por meioMarília VargasTat i a n a Bu f fCorrespondente • São Paulodo qual cumpriu estágio na Escolade Filologia Musical em Cremona,da Universidade de Pavia, regiãoda Lombardia, em 2004.Há pouca documentação sobrea cantante. Seu pai, GiulioStrozzi, foi libretista de ClaudioMonteverdi e Francesco Cavalli,dois dos compositores mais importantesdo século 17. Barbararestringiu-se a cantar no “espaçosemidoméstico” criado para suasapresentações pelo pai, a Accademiadegli Unisoni.— O pai foi fundamental emsua vida artística: levou-a paraestudar com o respeitado FrancescoCavalli, o <strong>que</strong> lhe permitiuuma educação musical invejável.Todavia o próprio fato de umamulher <strong>ser</strong> instruída em músicalevantava suspeitas de <strong>que</strong> estariavoltada para as artes da cortesania— revela a autora. — Na<strong>que</strong>laépoca, Veneza era famosapelas cortesãs altamente refinadas.Elas recebiam uma educaçãohumanista completa, inacessívelpara uma mulher casta, destinadaao casamento ou ao convento.Segundo Silvana, a músicade Barbara, afim às próprias circunstânciassociais e pessoais,tem tons “fortemente dramáticose uma linguagem com todosos elementos da ópera barroca”.Por não ter tido acesso ao teatro,sua música se restringiu ao gêneroda cantata, um estilo musicalde câmara sem as grandes expansõesda ópera. Na opinião damusicóloga, a sofisticação técnicade Bárbara, seu gosto refinadoe, principalmente, o domínio daescrita para voz resultou em umtrabalho “muito sedutor”.Barbara Strozzi teve quatro filhos.Sobre eles, sabe-se apenas<strong>que</strong> duas meninas foram enviadasao convento. O pai de três dos seusfilhos pertencia a uma rica famíliaveneziana, os irmãos Vidman.Curiosamente, a viúva de Vidmanpagou pela permanência de umadas filhas de Barbara no convento.Nicolò Fontei, compositor <strong>que</strong>circulava entre a elite intelectualveneziana, dedicou à compositorao livro de canções Bizzarie Poetiche,no qual descreve BarbaraStrozzi como virtuosissima cantatrice.<strong>Os</strong> sete livros de música vocal<strong>que</strong> ela publicou em vida – feitoraro à época – são dedicados aalgum aristocrata, hábito comumentre os artistas na tentativa dereceber o apoio financeiro dos homenageados.Sua última publicaçãofoi em 1664. Ela morreu emPádua, aos 58 anos, assistida porum médico famoso.SafoPoetisa grega <strong>que</strong> viveuem Mitilene, ativo centrocultural no século 7 a.C.Foi muito respeitada durantea Antiguidade, sendo considerada“a décima musa”.Devido ao conteúdo eróticode sua poesia, sofreu censurana Idade Média por partedos monges copistas. Assim,o <strong>que</strong> restou de sua obra foramescassos fragmentos.Da vontade de <strong>ser</strong> cantoraao porto seguro de formar aprópria família passando pelatentativa de regressar à Itália.No baú da salernitana TeresaRu ba no h á m u i ta s históriascolecionadas desde a s ua chegadaao Brasil, na década de 1950.Algumas delas a filha Pat r i s i ano s c o n ta em depoimento àrepórter Silvia Souza.Valle Dell´Angelo, 1958, provínciade Salerno. A jovemTeresa Rubano com seus 18 anosdeixa o sul da Itália e parteem direção ao Rio de Janeiro. Nabagagem, o sonho de se tornar cantoraem terras tupiniquins. No caminhopara o Brasil, do navio podiasesentir os novos ventos de uma vidainusitada. Todo instante era inéditona<strong>que</strong>la <strong>que</strong> não <strong>ser</strong>ia apenas umaaventura, mas um destino certeiro.Veio com três amigas. Mas cadauma seguiu um destino. Em terrafirme, tudo era diferente, até mesmouma simples agulha. O idioma, asgentes, o calor, o pulsar da cidadegrande. Mas nada fazia desaceleraro sonho de mostrar sua voz na“terra prometida”. Teresa seguiu parao Brasil atendendo a um convite dairmã mais velha, Angelina, <strong>que</strong> jámorava no Rio de Janeiro. Na casadela, ajudava a cuidar dos sobrinhos,enquanto ouvia as grandes rainhas dorádio cantarolando seus versos e suascanções. Nada apagava a<strong>que</strong>le sonho,nem mesmo o tempo, a saudade ou adistância. O maior desejo veio depois:cantar no programa do Chacrinha.Nem <strong>que</strong> fosse para levar um TroféuAbacaxi, ela já estaria contente.— Titia trabalhava em uma fábricade sardinha e seu marido erasapateiro. Eles tinham uma vidamuito difícil. Minha mãe veio paracá por<strong>que</strong>, além do sonho de <strong>ser</strong> cantora,não <strong>que</strong>ria trabalhar na lavoura.Ela não gostava do trabalho com aterra. Quando era pe<strong>que</strong>na, ajudava acuidar dos animais do lugarejo ondemorava. Ela costumava guiar e alimentarcabras e porcos. Na época daguerra, ela lembra <strong>que</strong> se escondiasob um monte de palha por<strong>que</strong> tinhamedo dos soldados — conta Patrisia.Quando chegou aqui, o repertorioda mãe incluia músicas como Tu scendidalle stelle, Cammina e Ó MioSignore. Ela nunca se apresentouem um programa. Tornou-se dona decasa, mãe de três filhos com VincenzoRosario Ciancio. Ele era um corajosoitaliano de Mezzana, provínciade Potenza, <strong>que</strong> conheceu no Brasile com <strong>que</strong>m se casou aos 24 anos. Oencontro aconteceu num Carnaval eReencontro. No baú de Teresa, fotosda viagem à Itália em 2005, depoisde 30 anos sem ver a família.a<strong>que</strong>le teria sido o primeiro e o últimoamor dos dois. Com muita luta,conseguiram construir uma história.O retorno para Itália na década de70 trouxe a esperança de voltar definitivamenteà terra de origem,quando já tinham dois filhos.— A experiência na Itália nãodeu certo e por força do destino elesretornaram ao Brasil. Foi depois des<strong>ser</strong>egresso <strong>que</strong> eu nasci — relata.Cerca de 30 anos depois, Teresaconsegue rever a família <strong>que</strong> aindamora na Itália, já viúva. Desembarcaem sua cidade natal, por ondecaminha e relembra as músicas desua infância. Estavam todos à portada<strong>que</strong>le vilarejo antigo esperandosua passagem para saudar a<strong>que</strong>lamenina <strong>que</strong> sempre foi lembradapor seu jeito alegre, <strong>que</strong> repetiu aquinta série primária de propósitopara poder continuar na escola, e<strong>que</strong> apenas <strong>que</strong>ria <strong>ser</strong> cantora.Mas sonho <strong>que</strong> é sonho não termina.Eles podem não se realizar,mas com os anos transmutam. Hoje,a grande vontade de Teresa é ensinaruma receita da berinjela emcon<strong>ser</strong>va, do tipo compota de couvert,no programa de televisão comandadopor Ana Maria Braga.— Mamãe aprendeu a ler emportuguês sem estudar e isso é um dosmaiores orgulhos dela. E sempre secomunica com os familiares <strong>que</strong> ficarampela Itália através de carta outelefone. Agora com o Skype o contatoainda é maior por<strong>que</strong> a comunicaçãocusta mais barato — diz Patrisia.Patrisia Ciancio, 31 anos,Rio de Janeiro, RJMande sua história com material fotográfico para:redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br56 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 57


italian stylevinhoNo braçoEste bracelete cravejado de diamantes encanta as mulheres<strong>que</strong> não dispensam um mimo.Jóias Pederzani. Preço sob consulta. € xxxwww.gioilleriapederzani.itSalve ovinho!Fotos: DivulgaçãoRossettiPara homens <strong>que</strong> desejam ter oestilo italiano nos pés, mocassimbranco Fratelli Rossetti por€ 300 www.rossetti.itPradaSapatos de salto, além delindos e elegantes, precisam<strong>ser</strong> confortáveis e não hádúvidas na hora de escolherum Prada. € 450www.prada.itSensualSensualidade e romantismocom um to<strong>que</strong> italiano.Camisolas da grife La Perlapor € 209 www.laperla.itElegânciaBolsa nunca é demais para asmulheres. Pelo contrário, quanto mais,melhor. Se for Ferragamo então...€ 1000 www.ferragamo.it<strong>Os</strong> produtos mencionados estão disponíveis no mercado italiano.Depois do encalhe da safra passada, Festa Nacional doVinho, no Rio Grande do Sul, e estratégias de mercadomarcam início de ano dos produtores nacionais da bebidaOano de 2009 começa comum desafio para os produtoresde vinho no Brasil.O mercado, <strong>que</strong> reteveem esto<strong>que</strong> cerca de 100 milhõeslitros da bebida e em meadosde 2008 assistiu a protestoscontra a crise no setor, não temperspectivas para reverter a crise,segundo o diretor da Federaçãodas Cooperativas Vinícolasdo Rio Grande do Sul, HelioMarchioro. Do total armazenado,cerca de 25 milhões de litrosforam liberados em leilões,enquanto o restante aguarda definiçãodo governo federal paraseguir o mesmo destino.— Não temos perspectivasde mudanças. A alta do dólar,<strong>que</strong> pode encarecer o valor doproduto estrangeiro é um itempositivo para nós, mas o mercadonão indica qual<strong>que</strong>r reação —salienta Marchioro.Sem poder ficar de braçoscruzados, no entanto, a indústriado vinho já se mobilizou para fazercrescer a venda das garrafas.Segundo uma pesquisa do InstitutoBrasileiro do Vinho (Ibra-vin), a artilharia para o upgradedeve <strong>ser</strong> composta por iniciativasde marketing <strong>que</strong> difundamos diferenciais da bebida nacionale os seus benefícios à saúdedas pessoas, aliados à democratizaçãodo consumo.A pesquisa, embasada em trêscidades produtoras de uvas – PortoAlegre, São Paulo e Recife –ouviu 1.037 pessoas com idadesentre 18 e 69 anos. A capital gaúchapossui o índice de consumoper capta mais alto do Brasil –com 3,8 litros por pessoa ao ano.As medidas ajudariam aos produtoresde vinho, <strong>que</strong> ainda convivemcom a lenda de <strong>que</strong> “umbom vinho custa caro”. A máximaconfere aos vinhos de mesaa vantagem de escapar da rigidezassociada aos vinhos finos.— Claro <strong>que</strong> isso tudo é amédio e longo prazo. Nesse meiotempo, firmamos um convêniocom a Apec (Cooperação EconômicaÁsia-Pacifico) para tentarampliar nossas exportações, maspor enquanto nos resta usar asfestas para divulgar nosso produto— enfatiza.O presidente Tarcísio Michelon entre as soberanas da FenavinhoNestor ForestiSílvia So u z aInovações nas embalagens(não apenas nos rótulos) e aumentona oferta do produto novarejo são outros dois fatores <strong>que</strong>reforçariam a força dos vinhos brasileirosperante os consumidores.Atenta a essa informação, a DalPizzol Vinhos Finos saiu na frente.Em abril, lança as garrafas dovinho Do lugar e do espumanteCharmat com 375 mililitros. Inicialmente<strong>ser</strong>ão 25 mil unidadesde cada produto. A empresa buscacontato nos Estados Unidos eestima <strong>que</strong> 15% de sua produçãototal – cerca de 200 mil litros porano – vá para o exterior.InternacionalizaçãoAs modificações no modo de apresentaro vinho pretendem atingirprodutores de todos os tamanhose a contar pelos expositores <strong>que</strong>participam da Festa Nacional doVinho, em Bento Gonçalves, RioGrande do Sul, são os de pe<strong>que</strong>noe médio porte <strong>que</strong> mais investemna visibilidade de seus produtos.Das 93 vinícolas <strong>que</strong> marcam pontono Par<strong>que</strong> de Eventos da cidade,57% têm produção inferiora 300 mil litros/ano. O evento,iniciado no final do mês passado,vai até o dia 24 de fevereiro.Segundo os organizadores daFenavinho, a maior produção entreesses expositores é de vinhosfinos secos, seguida de suco deuva, espumante brut e de espumantemoscatel. Seguindo umatendência mundial, 19% das vinícolasjá oferecem vinhos em embalagembag-in-box. Mesmo assim,a preferência do mercado ainda épelas garrafas de 750 ml, utilizadapor 34% dos expositores. Dototal de vinícolas, 21% delas exportamregularmente quanto 10%já teve algumaexperiênciana área.Para ampliar apresença do vinhobrasileiro no mercadointernacional,jornalistas especializadosno setor e provenientesde sete paísesforam convidados a participarda 14ª edição da Fenavinho.Da Itália, o representanteé Roberto Rabachino,também sommelier.Ele veio para ministrar apalestra “O vinho Brasileiro:tendências do gosto no consumointerno, modas e possíveisnovos horizontes internacionais”.Diretor da revista<strong>italiana</strong> Il Sommelier e diretordos cursos internacionais daFederazione Italiana Sommelier(Fisar), Rabachino também conduziuuma degustação de vinhosbrasileiros, feita às cegas.A expectativa dos organizadoresé <strong>que</strong> a edição deste anoda Fenavinho atraia um públicode 150 mil pessoas. O evento,<strong>que</strong> ocupa uma área de cercade 60 mil metros quadrados, estáorçado em três milhões de reais.Mais de três mil rótulos estarãoà venda.58 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 59


gastronomiaSapori d’ItaliaSílvia So u z aAmarguinhobomRestaurante italiano em Paraty combinachocolate e massa em uma receita únicaDeliziosadimostrazioneChefs della Lombardia e della Liguria promuovono,a Rio, la gastronomia delle loro regioniPoco più di 300 km. separanole città di Crema, inprovincia di Cremona (Lombardia)e Bordighera, inprovincia di Imperia (Liguria). Maquando l’obiettivo è avvalorare lacultura e i prodotti locali, la distanzadiventa un semplice dettaglioe perfino il Brasile passa a distarepoco. Così, sei chef italianidelle due regioni si sono riuniti aRio de Janeiro il mese scorso perpromuovere il Sinfonie di Sapori.L’evento ha per fine <strong>que</strong>llo di presentarequalcosa delle particolaritàdella culinaria delle due città.Promosso dalle associazioniLe Tavole Cremasche e DescuRundu di Bordighera, il festivalgastronomico è stato ospitato nelristorante di Gilberto Brambini, ilGibo Brambini, a Ipanema. Natoa Crema, Brambini ha intravistonel lavoro dei colleghi un’opportunitàper rendere note le specialitàe i prodotti della sua terra.— Loro hanno già fatto <strong>que</strong>stointerscambio con varie regioniitaliane. Il piano per <strong>que</strong>st’annoera di allargare l’area di competenzae ho pensato che Rio sarebbestato l’ideale per la “prima”all’estero — commenta Brambiniche, la <strong>ser</strong>a dell’apertura del Festival,ha ricevuto nella sua casacirca 20 invitati, tra cui il consoleUmberto Malnati.Nel menu, Lonza di Maiale,Cappon Magro, Ravioli, Cerniaalle olive, tra i vari piatti creatida Carlo Alberto Vailati, del ristoranteRidottino; Sergio Brambini,della Hostaria San Carlo eEdgardo Volpi della Trattoria Volpi,tutti a Crema. Oltre agli chefMauro Benso del Magiarge; WalterPessina del Carletto e SimoneMorandi del Du Pub, tutti liguri.Sílvia So u z a— Presentiamo piatti tradizionali.Il Cappon Magro alla Genovese,per esempio, è antico.Si fa molto nelle feste di Natale,durante la Quaresima e a Pasqua.Invece la Cernia alle Olive e ProfumiLiguri è più conosciuto, come<strong>que</strong>lla che fate voi qui, con lepatate — dice Mauro Benso.Il presidente dell’Associazionedi Commercio, Turismo e Servizidi Crema e città vicine, AntonioZaninelli, gli ha fatto dacicerone. Lui è una specie di mecenatedei giorni d’oggi, e si èFotos: Bruno de Limaportato nei bagagli perfino un cdcon i canti di Natale dell’orchestradella sua città.— Nove ristoranti formanol’Associazione di Crema e altri cin<strong>que</strong>sono membri dell’associazioneligure. Questo viaggio a Rio hal’impronta della sperimentazione.Il Gibo, un artista come Picasso,riesce a spaziare in tutti i generie a dare un pizzico di novità atutto ciò che tocca — commentaZaninelli ringraziando l’amico chegli ha presentato un po’ di Brasilepiù di 20 anni fa. — Questo scambiodi informazioni lui l’ha semprefatto, tanto nell’area gastronomica,quanto in <strong>que</strong>lla artistica.L’unico dettaglio è che percucinare “<strong>italiana</strong>mente” in Brasilebisogna apportare delle modifiche.In fondo, non si trovanotutti gli ingredienti. Gilbertospiega che dei salami sono moltoparticolari. Invece i piatti a basedi maiale sono più facili perché “ibrasiliani hanno molto a che farecon le ‘costelinhas’ di maiale”. Incomune hanno la polenta e l’usodel muscolo.— I piatti chiamati invernalisono simili. La feijoada, peresempio, la facciamo quasi uguale,solo che con la verza al postodei fagioli — spiega Gilberto.Dopo il Brasile il gruppo pensadi “presentarsi” in Argentinae in Cile. Secondo il presidentedell’associazione Le Tavole Cremasche,Carlo Alberto Vailati,l’idea è <strong>que</strong>lla di fare un percorsoenogastronomico.— Vogliamo approfittare delfatto che i nostri piatti non sonouniformi e anche sfruttare ciò cheè tipico di mare e terra — spiegalo chef, che ha fatto i complimentialla qualità e varietà di frutta everdura brasiliane.Paraty – Italianos <strong>que</strong> visitam uma cidade turística como Paraty,no estado do Rio de Janeiro, não têm do <strong>que</strong> se <strong>que</strong>ixar.Além das belezas naturais, como cachoeiras e praias e, da própriacultura local, o <strong>que</strong> não faltam são boas opções gastronômicas.Um exemplo disso é o restaurante Pinóquio.Com um cardápio <strong>que</strong> privilegia massas, antepastos e peixes, os pratosdo Pinóquio são preparados com produtos selecionados como o azeiteextravirgem de oliva, a massa importada e temperos especiais. Nãopor acaso, o local é parada certa no roteiro gastronômico da cidade.— O povo italiano é muito aberto a experimentações e são seduzidosmuito facilmente pelos sabores brasileiros. Porém, passados algunsdias, todos <strong>que</strong>rem se aproximar mais das suas origens e buscam,mesmo, um bom restaurante italiano. Da parte dos brasileiros, <strong>que</strong>amam a culinária <strong>italiana</strong>, chegam sempre atraídos pela curiosidade— comenta a proprietária do restaurante, Leslye Fabbri.Foi em busca de algo diferente para o cardápio <strong>que</strong> ela criou algoinusitado: macarrão de chocolate, o tal prato mais pedido no Pinóquio.Engana-se <strong>que</strong>m pensa <strong>que</strong> o alimento perde a consistência domacarrão italiano ou <strong>que</strong> poderia <strong>ser</strong> confundido com uma sobremesa.De sabor amarguinho e leve, o espaguete ganha mais corpo com oazeite e o <strong>que</strong>ijo ralado <strong>que</strong> são a ele adicionados.— Engraçado <strong>que</strong> muita gente não acredita no resultado final. Vocêsente o amarguinho do cacau — explica Leslye, mulher de Guerrino,um italiano de Rimini.Também chef do Pinóquio, Leslye já atuava no ramo da culináriaquando se casou com Guerrino. Atualmente, visita a Itália ao menosuma vez por ano “para não se afastar muito das novidades”, como eladiz. Foi lá <strong>que</strong> a ex-administradora cursou gastronomia. Mais precisamenteem Assis, onde ficou por três anos.O nome escolhido para o negócio é o mesmo de um restauranteonde Leslye trabalhava quando conheceu o marido, em Aparecida doNorte, São Paulo.— Nos conhecemos trabalhando. Antes de nos decidirmos por Paraty,onde também temos a sorveteria Miracolo, faz 13 anos, pensamosem morar em Maceió. Entretanto essa atração da cidade pelos italianosfoi mais forte. Estamos sempre recebendoe fazendo amigos e assimtoda a divulgação do restaurantefoi feita no boca a boca — conta.Risotos com arroz importado,bruschettas feitas com pão caseiro,mussarela de búfala e salamee carnes grelhadas também fazemparte do cardápio. No Pinóquiosão produzidos, mensalmente,cerca de 50 quilos de massa paraLeslye e o marido Guerrino“Bruno” Fabbriconsumo próprio. Com capacidadepara atender até 50 pessoas, a ca-Macarrão de chocolateIngredientes para a massa: 1 kg de farinha de trigo de Grano Duro,9 ovos, 10 colheres de sopa de chocolate (com 22% ou 24% de cacau).Modo de Fazer: Em uma bacia grande, colo<strong>que</strong> o trigo e depoiso cacau derretido. Misture bem até <strong>que</strong> a farinha esteja escurapor completo. Logo após, adicione os ovos já passados em umapeneira. Sove a massa até <strong>que</strong> se desta<strong>que</strong> das mãos e fi<strong>que</strong> comuma consistência homogênea. Divida a massa em cinco partese esti<strong>que</strong>-as com auxílio de um rolo ou máquina de macarrão atése tornar bem fininha. Corte na espessura 0,5 centímetros e deixesecar por aproximadamente 6 horas. Cozinhe o macarrão por 10minutos em água salgada e com um fio de azeite.Ingredientes para o molho: 1 colher de sopa de manteiga,5 gramas de sálvia desidratada, 1 galho de sálvia fresca, 1 cálicede vinho branco e seco, <strong>que</strong>ijo parmesão grana padano a gosto.Em uma frigideira antiaderente e aberta, colo<strong>que</strong> a manteigae a sálvia desidratada. Em seguida, colo<strong>que</strong> o macarrão. Faça saltara mistura e adicione a sálvia fresca. Para finalizar colo<strong>que</strong> umcálice de vinho branco e seco. Abafe por 3 segundos. Sirva com<strong>que</strong>ijo parmesão. O vinho ressalta o sabor amarguinho do cacau.sa oferece uma carta de vinhos nacionais e importados, espumantes elicores como grappa e sambuca, e claro, cachaças da região, uma dasmelhores do país.Serviço: Restaurante Pinóquio - Rua da La pa 11/12Pa r at y – Rio de Janeiro. Tel: (24) 3371-1009Fotos: Roberth Trindade60 C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009F e v e r e i r o 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 61


La gente,il postoClaudia Monteiro de CastroMuseu Peggy GuggenheimUma das coleções mais interessantesde Veneza é a do Museu Peggy Guggenheim.É o museu mais importanteda Itália no <strong>que</strong> se refere à arte européiae americana da primeira metade do século20, passando por expressionismo, cubismoe surrealismo. O museu fica na casa ondemorava a grande mecenas e colecionadoraPeggy Guggenheim, bem de frente ao CanalGrande, no antigo Palazzo Venier dei Leoni.Inclui obras de Picasso, Bra<strong>que</strong>, Duchamp,Léger, Brancusi, de Chirico, Kandisky, Miró,Mondrian, Klee, Ernst, Magritte, Dali, Pollock,entre outros. Realmente uma proeza, realizadapor esta mulher <strong>que</strong> dedicou a vidaa proteger a arte de seu tempo. Do lado defora do museu tem um agradável jardim comesculturas. Num cantinho do jardim, estãoas cinzas de Peggy Guggenheim, <strong>que</strong> morreuem 1979, aos 81 anos. Ao seu lado, estãoas cinzas de seus grandes companheiros dequatro patas: 14 cachorrinhos, entre eles,Cappuccino, Gypsy, Peacock e Toro.Museu Peggy Guggenheim704 DorsoduroHorário: 10h-18h (fecha terça-feira)Ingresso: 10 euros Tel: (39) 041 2405411Carnaval ItalianoCada país tem seus estereótipos. Italiano fica bravo quando osestrangeiros pensam <strong>que</strong> na Itália é tudo spaghetti, pizza emandolino. Por outro lado, muitas vezes durante a minha estadiana Itália, tive <strong>que</strong> ouvir de alguns italianos certos comentáriossobre o Brasil: “Ué, você, brasileira? Mas não tem cor de mulata?!”E tem gente <strong>que</strong> pensa <strong>que</strong> todo brasileiro é um exímio bailarino desamba e <strong>que</strong> no carnaval o pessoal fica pulando quadro dias sem parar,sem dormir nem nada.Por falar em carnaval, um dos sonhos de minha vida era passar ocarnaval em Veneza. No meu primeiro ano na Itália, tive a oportunidadede passar essa data com um amigo na casa de seu tio, em Viareggio,outro lugar famoso pelo seu carnaval alegre e colorido. Lembraum pouco o brasileiro. <strong>Os</strong> temas das “escolas” são sátiras políticas eseus carros alegóricos trazem personagens divertidos em papel machê.Porém, apesar de curtir ocarnaval de Viareggio, eu tinhamesmo era vontade deconhecer o carnaval veneziano.Consegui, então, convencermeu amigo a fazer umbate e volta - “pular” carnavalem Veneza durante o diae, durante a noite, em plenoestilo brasileiro, voltar paraViareggio pegando o primeirotrem da manhã, às seis.E lá fomos nós. Saímosda estação de trem, diretopara as ruas da cidade, empolgados.Durante o dia, Venezaestava lotada. Mais lotada <strong>que</strong>a Marquês de Sapucaí, a avenidapor onde desfilam as escolas de samba do Rio de Janeiro. Porém, aoinvés de trajes mínimos, o inverno veneziano exige fantasias mais cobertas,além das famosas máscaras. Cada fantasia linda, glamurosa!Várias barraquinhas ao longo dos canais vendem máscaras e por duashoras fi<strong>que</strong>i escolhendo com cuidado a minha favorita. Finalmente,comprei uma <strong>que</strong> fazia o meu estilo, colo<strong>que</strong>i a máscara no rosto eentrei no clima. Na Piazza São Marco tinha um grupo de mascaradosvestidos de roxo com máscaras prateadas. Fi<strong>que</strong>i encantada. Tudo nomeio da neblina. Um carnaval misterioso, frio, surreal. Caminhamoshoras a fio, subindo ponte, descendo ponte, <strong>que</strong>rendo curtir até o solraiar. Porém, lá pela meia noite, não tinha quase mais ninguém narua. Só a neblina. Mais tarde descobri <strong>que</strong>, de noite, muitas pessoaspreferem ir aos bailes nos salões, bailes caros onde os convidados sevestem à moda antiga.Já eram duas da manhã emVeneza, fazia dois graus e nãohavia mais ninguém nas ruas...Ainda faltavam quatro horaspara pegar o trem e resolvemoses<strong>que</strong>ntar os ânimos entrandonuma discoteca, único lugar abertoà<strong>que</strong>la hora. O sono era tanto,<strong>que</strong> tirei a máscara e colo<strong>que</strong>i sobrea mesa. Dormimos lá mesmo, apoiadoscom a cabeça na mesa.Acordei uma hora antes de pegaro trem e qual foi a minha tristeza aoperceber <strong>que</strong> minha máscara, escolhidacom tanto zelo, tinha desaparecido. Alguémhavia surrupiado. Como diz nossoChico Buar<strong>que</strong>, “carnaval, desengano”.Até em Veneza.62C o m u n i t à I t a l i a n a / Fe v e r e i r o 2009

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!