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Terremoto faz vítimas e destrói patrimônio ... - Comunità italiana

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A maior mídia da comunidade ítalo-brasileira<br />

www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />

Rio de Janeiro, abril de 2009 Ano XVI – Nº 130<br />

Itália<br />

desolada<br />

<strong>Terremoto</strong> <strong>faz</strong> vítimas<br />

e destrói patrimônio<br />

histórico em Abruzzo<br />

ISSN 1676-3220 R$ 10,90<br />

Designers cariocas invadem Milão


Ansa<br />

26<br />

CAPA<br />

<strong>Terremoto</strong>s na região central da Itália arrasam 26 cidades e deixam 20 mil pessoas entre<br />

mortos e desabrigados. Milhares de prédios de grande valor histórico e cultural viraram pó<br />

Editorial<br />

Desolação.....................................................................................06<br />

Cose Nostre<br />

Máquinas de <strong>faz</strong>er pizza em três minutos se tornaram a nova mania<br />

em algumas cidades da Itália. Desenvolvida pela Universidade de<br />

Bolonha, a engenhoca virou alvo de polêmica entre pizzaiolos........07<br />

Economia<br />

Itália será o primeiro país da Europa a ter uma filial do “banco dos<br />

pobres” idealizado pelo prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus .... 16<br />

Negócio<br />

Empresa <strong>italiana</strong> de peças íntimas, Yamamay celebra a boa relação<br />

com o Brasil e cria uma linha de cosméticos feita a partir de produtos<br />

extraídos da selva amazônica.........................................................17<br />

Política<br />

Para evitar fraude, Câmara <strong>italiana</strong> inaugura novo sistema de votação<br />

eletrônica que identifica o parlamentar pela impressão digital ........ 23<br />

Filosofia<br />

A passagem pelo Brasil de Giuseppe Vacca, um dos principais pensadores<br />

de esquerda da Itália, que veio ao país lançar um livro........................44<br />

Astronomia<br />

Ano Internacional da Astronomia celebra, com uma série de eventos,<br />

os 400 anos da primeira observação por telescópio feita pelo italiano<br />

Galileu Galilei................................................................................46<br />

Fotografia<br />

Coleção Pirelli/Masp apresenta o melhor da produção fotográfica<br />

brasileira contemporânea...............................................................52<br />

36<br />

50<br />

54 56<br />

Atualidade<br />

Raffaele Cantone<br />

Há dez anos sob proteção<br />

policial, procurador anti-máfia<br />

lança livro sobre os bastidores do<br />

crime organizado e também se<br />

torna best-seller, na Itália<br />

Literatura<br />

Feira de Bolonha<br />

A presença brasileira no evento<br />

que é um dos mais festejados do<br />

setor literário infanto-juvenil<br />

Artes<br />

Alessandro Ricci<br />

Artista florentino usa smog<br />

para pintar quadros em<br />

protesto contra a poluição<br />

da sua cidade <strong>italiana</strong><br />

Design<br />

Rio de Janeiro<br />

Pela primeira vez, designers<br />

fluminenses realizam exposição<br />

durante o Salão Internacional<br />

do Móvel, em Milão<br />

4<br />

C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009


COSE NOSTRE<br />

Julio Vanni<br />

FUNDADA EM MARÇO DE 1994<br />

Diretor-Presidente / Editor:<br />

Pietro Domenico Petraglia<br />

(RJ23820JP)<br />

Diretor: Julio Cezar Vanni<br />

Publicação Mensal e Produção:<br />

Editora Comunità Ltda.<br />

Tiragem: 40.000 exemplares<br />

Esta edição foi concluída em:<br />

08/04/2009 às 17:30h<br />

Distribuição: Brasil e Itália<br />

Redação e Administração:<br />

Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,<br />

Centro, RJ CEP: 24030-050<br />

Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555<br />

e-mail: redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />

SUBEDItora: Sônia Apolinário<br />

jornalismo@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />

Redação: Daniele Mengacci;<br />

Guilherme Aquino; Nayra Garofle;<br />

Sarah Castro; Sílvia Souza;<br />

Tatiana Buff; Valquíria Rey;<br />

Janaína Cesar; Lisomar Silva<br />

REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco<br />

Projeto Gráfico e Diagramação:<br />

Alberto Carvalho<br />

arte@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />

Capa: Ansa<br />

Colaboradores: Luana Dangelo; Giorgio<br />

della Seta; Pietro Polizzo; Venceslao Soligo;<br />

Marco Lucchesi; Domenico De Masi;<br />

Franco Urani; Fernanda Maranesi; Adroaldo<br />

Garani; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci;<br />

Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi;<br />

Fabio Porta; Fernanda Miranda<br />

CorrespondenteS:<br />

Guilherme Aquino (Milão);<br />

Janaína Cesar (Treviso);<br />

Lisomar Silva (Roma);<br />

Publicidade:<br />

Philippe Rosenthal<br />

Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-0181<br />

philippe@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />

RepresentanteS:<br />

Brasília - Cláudia Thereza<br />

C3 Comunicação & Marketing<br />

Tel: (61) 3347-5981 / (61) 8414-9346<br />

claudia.thereza@apis.com.br<br />

Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing<br />

Geraldo Cocolo Jr.<br />

Tel: (31) - 3317-7704 / (31) 9978-7636<br />

gcocolo@terra.com.br<br />

ComunitàItaliana está aberta às contribuições<br />

e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos<br />

e estrangeiros. Os artigos assinados são de<br />

inteira responsabilidade de seus autores, sendo<br />

assim, não refletem, necessariamente, as<br />

opiniões e conceitos da revista.<br />

La rivista ComunitàItaliana è aperta ai<br />

contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti<br />

brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori<br />

e sprimono, nella massima libertà, personali<br />

opinioni che non riflettono necessariamente il<br />

pensiero della direzione.<br />

ISSN 1676-3220<br />

O<br />

mundo inteiro acompanha consternado o drama das vítimas do terremoto que<br />

devastou Abruzzo, região central da Itália. Comunità não poderia ficar indiferente<br />

à tragédia. A revista já estava nas máquinas quando chegaram as primeiras notícias.<br />

Mobilizamos nossa equipe e seguramos o fechamento da edição para levar aos nossos<br />

leitores o registro desse que é o pior terremoto dos últimos 30 anos em solo italiano.<br />

As imagens e os relatos editados na nossa reportagem de capa dão conta da triste<br />

missão. Um desses relatos é do presidente da Federação das Associações dos Abruzzesi<br />

no Brasil, Franco Marchetti, que estava na sua terra natal quando a terra tremeu. Primeiro,<br />

a reportagem o localizou por telefone. Depois, a repórter Silvia Souza estava on-line<br />

com Marchetti quando um segundo grande abalo interrompeu a conversa. O contato foi<br />

retomado mais tarde para checar se ele e a família estavam a salvo. Estavam.<br />

Agora a Itália e o mundo se mobilizam para prestar socorro às vítimas e reconstruir<br />

o patrimônio histórico de grande valor à humanidade. Em meio à tragédia, surgem<br />

polêmicas como a possibilidade de prever o terremoto, os gastos excessivos para a<br />

construção do hospital que ruiu, os saqueadores e aproveitadores de última hora, as<br />

declarações de Berlusconi. Nossa reportagem se ateve aos fatos e fotos que entrarão para<br />

a história como uma das maiores destruições provocadas pela força da natureza.<br />

No mais, a edição registra a movimentação vivida pelo legislativo italiano. Na<br />

Câmara dos Deputados, foi implantado um novo sistema<br />

de votação eletrônico que identifica o parlamentar pela sua<br />

impressão digital. A novidade vem para evitar uma má prática<br />

entre políticos: o voto pianista, ou o voto de um deputado se<br />

<strong>faz</strong>endo passar por outro colega.<br />

Já no Senado, a notícia é a aprovação do projeto de lei<br />

sobre testamento biológico, nosso assunto de capa da edição<br />

passada. O texto foi aprovado e, com isso, foi dado o primeiro<br />

passo para que se torne proibido, por lei, a prática da eutanásia,<br />

na Itália. A questão segue para a Câmara onde poderá (ou não)<br />

ser modificado.<br />

A revista mostra também que, apesar da crise, as rodadas<br />

de negócio entre Brasil e Itália não param. Muito pelo contrário.<br />

Acompanhamos as várias comitivas formadas por empresários<br />

e autoridades <strong>italiana</strong>s que vieram ao país em busca de novas<br />

oportunidades de negócios. Em destaque, o trabalho feito<br />

por representantes das regiões da Lombardia e da Toscana, além dos empresários da<br />

Yamamai. A rede <strong>italiana</strong> de peças íntimas e biquínis retomou uma antiga parceria com<br />

o Brasil e, agora, celebra as boas vendas com uma linha de cosméticos feita a partir de<br />

produtos extraídos da selva amazônica.<br />

Um dos destaques da edição é uma matéria especial com o procurador Raffaele<br />

Cantone. Há dez anos, ele vive sob proteção policial por conta de seu trabalho contra<br />

a máfia <strong>italiana</strong>. Sua história não apenas lembra a do escritor Roberto Saviano como se<br />

cruzam. Foi Cantone quem descobriu, no ano passado, o plano da máfia de assassinar<br />

Saviano. O procurador também lançou um livro sobre o crime organizado e é o mais<br />

recente best-seller italiano.<br />

Outras duas personalidades ilustres são temas de reportagens: o ítalo-brasileiro<br />

Dom Orani João Tempesta, que este mês assume a Arquidiocese do Rio de Janeiro; e<br />

Giuseppe Vacca, um dos principais pensadores de esquerda da Itália. Na reportagem,<br />

Vacca explica porque o papa Bento 16 é o único líder, atualmente, na Europa.<br />

Com a Comunità de abril, o leitor dará um giro pela Feira de Bolonha, um dos<br />

principais eventos literários da Europa, voltado para o público infanto-juvenil. Além<br />

disso, vai conhecer uma nova técnica de se pintar quadros utilizando a poluição. Mais<br />

especificamente, a poluição de Florença. Também visitará a Coleção Pirelli/Masp de<br />

fotografia, em São Paulo, e ficará por dentro de toda a programação voltada para as<br />

comemorações dos 400 anos da invenção do telescópio pelo italiano Galileu Galilei.<br />

Boa Leitura.<br />

Desolação<br />

Pietro Petraglia<br />

Editor<br />

editorial<br />

Entretenimento com cultura e informação<br />

Moradia<br />

O<br />

“Plano para a Moradia”, um programa destinado a impulsionar<br />

o setor imobiliário foi assinado pelo governo italiano<br />

e autoridades regionais. O acordo firmado prevê que as famílias<br />

possam aumentar em 20% a área de suas moradias ou em 35%<br />

em caso de demolição e posterior reconstrução, desde que isso se<br />

faça com técnicas de bioconstrução. Os centros históricos e todas<br />

as áreas protegidas não serão atingidas pelo plano, em respeito<br />

aos programas de urbanização. Segundo o ministro para os Assuntos<br />

Regionais, Raffaele Fitto, as regiões terão 90 dias para se<br />

adequar ao teor do decreto com as próprias leis regionais.<br />

30% na sala<br />

O<br />

governo da Itália quer introduzir<br />

um teto de 30% no<br />

número de alunos estrangeiros por<br />

sala de aula, na crença de que a<br />

medida ajudará as crianças imigrantes<br />

a integrar-se aos colegas<br />

italianos. Segundo a ministra da<br />

Educação, Mariastella Gelmini, as<br />

crianças imigrantes aprenderão<br />

melhor o idioma italiano ao se<br />

misturassem mais com estudantes<br />

locais do que com compatriotas.<br />

As quotas são a mais recente de<br />

uma série de iniciativas destinadas<br />

a regular a situação dos imigrantes<br />

no país. Agora, por exemplo,<br />

há uma lei que permite médicos<br />

denunciem imigrantes ilegais que<br />

procurem clínicas ou hospitais. As<br />

medidas impulsionaram a popularidade<br />

do primeiro-ministro Silvio<br />

Berlusconi, mas também lhe renderam<br />

acusações de racismo.<br />

Chocolate<br />

Com o objetivo de entrar para o Guinness<br />

(livro dos recordes), o mestre<br />

chocolateiro italiano Mirco Della Vecchia<br />

fez uma escultura de chocolate de mais<br />

de 3.500 quilos. A “obra” representa os<br />

três picos de Lavaredo, símbolo de Dolomitas,<br />

na província de Belluno. Na confecção<br />

da escultura, no dia 15 de março,<br />

Mirco Della Vecchia precisou da ajuda de<br />

um caminhão betoneira.<br />

Moda<br />

O<br />

rapper italiano Gue Pequeno, do grupo<br />

Club Dogo, lançou a primeira grife dedicada<br />

ao hip hop na Itália. A Recession traz<br />

em sua primeira coleção peças que aludem à<br />

crise econômica. A marca usará a internet para<br />

comercializar quatro modelos de camiseta.<br />

Um deles levará a estampa de uma cédula de<br />

500 euros.<br />

Dá-lhe Pequeri<br />

A<br />

Reza fraca<br />

O<br />

Invenção que causou polêmica entre tradicionais pizzaiolos, as<br />

máquinas de <strong>faz</strong>er pizza já estão sendo distribuídas pela Itália.<br />

Automático, o equipamento, batizado de Let’s Pizza, usa raios<br />

infravermelho e tecnologia desenvolvida na Universidade de Bolonha<br />

para misturar farinha e água na massa, espalhar molho de<br />

tomate, escolher a cobertura e cozinhar. O alimento fica pronto<br />

em três minutos, ao custo aproximado de 20 reais.<br />

pequena Pequeri, localizada na Zona<br />

da Mata mineira, é mais uma cidade<br />

que investe na italianidade para<br />

conseguir atrair turismo e investimentos<br />

para região. O projeto Pequeri, tutti buona<br />

gente! tem como objetivo valorizar a<br />

cultura, a economia e o turismo da região.<br />

Já neste ano, alunos da rede municipal<br />

de ensino estão sendo estimulados<br />

a pesquisar sobre personagens e marcos<br />

da cultura <strong>italiana</strong> na cidade. Além disso,<br />

alunos de 5º ao 9º ano têm como opção<br />

de estudo a língua <strong>italiana</strong>. Como parte<br />

do projeto, a radio comunitária destinará<br />

um horário para a programação musical<br />

e divulgação de curiosidades <strong>italiana</strong>s.<br />

Pequeri abrigou cerca de 630 famílias<br />

vindas da Itália. Elas se destacaram em<br />

atividades como agricultura, construção<br />

civil, comércio e indústria.<br />

tunisiano Chafik Gharby foi condenado a dez anos de prisão por<br />

um tribunal italiano sob a acusação de ter rezado. Gharby estava<br />

no comando de uma aeronave que caiu no mar na costa da Sicília,<br />

em agosto de 2005, matando 16 das 39 pessoas a bordo. Segundo os<br />

promotores, quando os motores do avião começaram a falhar, o piloto<br />

entrou em pânico e “começou a rezar ao invés de tomar as medidas<br />

de emergência”. Depois da reza, ele teria optado por <strong>faz</strong>er um pouso<br />

forçado no Mar Mediterrâneo ao invés de tentar alcançar o aeroporto<br />

mais próximo. O co-piloto e o presidente da companhia aérea também<br />

foram condenados. Todos poderão apelar das sentenças e permanecerão<br />

em liberdade até que o processo termine.<br />

Divulgação<br />

Mais caro<br />

Vencer um grande prêmio<br />

do campeonato<br />

mais caro do mundo, a Fórmula-1,<br />

custa em média 135<br />

milhões de euros. O número,<br />

calculado pela empresa<br />

<strong>italiana</strong> de pesquisa e consultoria<br />

StageUp, é quatro<br />

vezes maior do que o limite<br />

de orçamento, decidido pela<br />

Federação Internacional de<br />

Automobilismo (FIA), que se<br />

tornará obrigatório a partir<br />

de 2010. Ainda segundo a<br />

análise da empresa bolonhesa,<br />

a equipe mais eficiente<br />

em termos de custos em<br />

2008 foi a Ferrari, que gastou<br />

‘módicos’ 41 milhões de<br />

euros por cada uma das oito<br />

vitórias obtidas.<br />

Rapidinhas<br />

● Ítalo-brasileira, a esposa do atacante<br />

brasileiro Amauri, Cynthia Cosini Valadares,<br />

conseguiu a cidadania <strong>italiana</strong>.<br />

Quando ela receber o passaporte italiano,<br />

o jogador de futebol também poderá pedir<br />

dupla cidadania e representar a seleção<br />

da Itália. Amauri, que mora no país<br />

desde 2001, joga pelo Juventus.<br />

● Um jantar no Mercore Hotel, em Belo<br />

Horizonte marcou a inauguração da Associação<br />

Lucchesa e Toscana no Mundo,<br />

presidida por Iara Notini. Contou com a<br />

participação do presidente internacional<br />

dos Lucchesi, Alessandro Pesi. Para contato:<br />

lucchesi-toscani@hotmail.com<br />

● O ator James Caviezel, que interpretou<br />

Jesus no filme A Paixão de Cristo (2004),<br />

foi o protagonista de um concerto na Basílica<br />

de Santa Maria Maior de Roma, durante<br />

a celebração da Páscoa.<br />

6 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 7


opinião<br />

frases<br />

“ Queste anticipazioni costituiscono un<br />

ennesimo tentativo di influenzare la<br />

magistratura brasiliana, verso cui abbiamo<br />

sempre nutrito rispetto”,<br />

Ignazio La Russa, ministro della Difesa<br />

dell’Italia, sulle dichiarazioni del ministro della<br />

Justiça, Tarso Genro, riguardo il caso Battisti.<br />

enquete<br />

Até 200 mil <strong>italiana</strong>s sofrem de<br />

distúrbio alimentar. Você conhece<br />

alguém com bulimia ou anorexia?<br />

Sim – 70% Sim – 60%<br />

Não – 30% Não – 40%<br />

Enquete apresentada no site www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />

entre os dias 17 a 20 de março.<br />

“Si tratta di una campagna molto cara, ma<br />

sempre ambiziosa, il cui obiettivo principale<br />

è riposizionare questa bellissima regione, che<br />

certamente non può più vivere di reddito”,<br />

Claudio Martini, presidente regionale<br />

della Toscana, parlando della campagna<br />

milionaria per il turismo della regione.<br />

“Sarà interessante valutare a fondo le<br />

possibilità di realizzare il GP a Roma”,<br />

Luca Cordero di Montezemolo, presidente della Ferrari,<br />

nel mezzo delle voci su una possibile realizzazione di un<br />

Grande Premio nella capitale <strong>italiana</strong><br />

“Não tenho problemas em gravar<br />

cenas de sexo e também passei meses<br />

respondendo como foi o beijo com<br />

Scarlett Johansson em Vicky Cristina<br />

Barcelona. Mas por que falar só disso?”,<br />

Penélope Cruz, atriz espanhola, em entrevista<br />

à revista <strong>italiana</strong> chi, na qual afirmou querer<br />

trabalhar com os diretores italianos Sergio<br />

Castellitto e Gabriele Muccino.<br />

“Espero decisivamente a colaboração da Itália<br />

no esforço para o estreitamento das excelentes<br />

relações entre os nossos países”,<br />

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, em<br />

carta a Giorgio Napolitano.<br />

Para evitar desemprego, a associação<br />

<strong>italiana</strong> defende menos outlets.<br />

Você corre atrás de promoção?<br />

Enquete apresentada no site www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />

entre os dias 20 a 24 de março.<br />

Itália quer limitar a 30% número de<br />

alunos imigrantes por sala de aula.<br />

Você concorda?<br />

Sim – 69,2%<br />

Não – 30,8%<br />

Enquete apresentada no site www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />

entre os dias 24 a 27 de março.<br />

agenda<br />

3ª Fispizza & Pa s ta (SP)<br />

A Feira Internacional da Indústria,<br />

Suprimentos, Tecnologias e<br />

Serviços para Pizzarias apresentará,<br />

de 4 a 7 de maio, novidades<br />

e tendências dos segmentos de<br />

pizza e pasta - tecnologia, equipamentos,<br />

produtos, ingredientes,<br />

entre outros. Os visitantes<br />

poderão participar de palestras<br />

e workshops, degustações, aulas<br />

e apresentações com os grandes<br />

nomes do setor de alimentos<br />

e bebidas no segmento da pizza<br />

e da pasta. Local: Palácio de<br />

Convenções do Anhembi, Avenida<br />

Olavo Fontoura, 1209. Das<br />

13h às 21h. Mais informações:<br />

www.fispizza.com.br e fispizza@<br />

am3feiras.com.br<br />

na estante<br />

Expovinis (SP)<br />

O Expovinis Brasil - 13º Salão<br />

Internacional do Vinho, organizado<br />

pela Exponor Brasil, consolida-se<br />

como o principal encontro<br />

do setor na América Latina.<br />

A cada edição o evento se firma<br />

como o elo entre produtores<br />

e seus canais de distribuição.<br />

Local: Transamérica Expo Center<br />

- São Paulo Transamérica Expo<br />

Center. Horários: 05/05 - das<br />

14h às 22h (dia exclusivo para<br />

visitação profissional); 06/05 e<br />

07/05 - das 14h às 19h (somente<br />

profissionais), das 19h às 22h<br />

(profissionais e consumidores).<br />

Informações: www.exponorbrasil.com.br/feiras<br />

14º En c o n t r o da s<br />

Tr a d i ç õ e s Ita l i a n a s (RS)<br />

Em sua 14ª edição, com o tema<br />

“Nosso povo, nossa riqueza”,<br />

o Entrai reunirá música, dança,<br />

gastronomia e artesanato típico<br />

italiano com a proposta de valorizar<br />

as manifestações culturais<br />

de Farroupilha. Organizado pelo<br />

Departamento de Cultura da Secretaria<br />

Municipal da Educação,<br />

Cultura e Desportos, o evento<br />

ocorre de 8 a 17 de maio, no município<br />

conhecido como o berço<br />

da imigração <strong>italiana</strong> no Rio<br />

Grande do Sul. No dia 3 de maio<br />

haverá desfile temático na rua<br />

Coronel Pena de Moraes, no centro<br />

de Farroupilha, e, no dia 10<br />

de maio, haverá desfile em Nova<br />

Milano. Local: Nova Milano – 4º<br />

distrito de Farroupilha. Informações:<br />

(54) 3261-6942 ou cultura@farroupilha.rs.gov.br<br />

A Itália de Jamie. Apaixonado pela Itália, pela culinária,<br />

pelo prazer de comer e de cozinhar dos italianos,<br />

o pop chef inglês Jamie Oliver traz receitas que<br />

pesquisou e descobriu durante sua viagem pelas regiões<br />

do país. Também apresenta suas impressões e<br />

experiências que vivenciou enquanto preparava pratos<br />

locais e apurava o paladar nas cidades e <strong>faz</strong>endas<br />

por onde passou. Antipasti, primi, secondi e dolci (antepasto,<br />

entrada, prato principal e sobremesa): nada<br />

escapa do autor, que dedica um capítulo para cada<br />

momento da refeição, com lista de ingredientes, modo<br />

de preparo e dicas valiosas que garantem o sucesso do<br />

prato. De quebra, um pouco da história dos lugares ou<br />

de personagens relacionados às receitas. Editora Globo,<br />

71 reais, 322 páginas.<br />

Arquivo pessoal<br />

serviço<br />

XVIII Mag n a r d i Po l e n ta (RS)<br />

A Festa é realizada no dia 17 de<br />

maio, em Mato Perso, distrito de<br />

Flores da Cunha, município distante<br />

150 km de Porto Alegre.<br />

Colonizado a partir de 1877 por<br />

imigrantes italianos vindos das<br />

regiões de Vêneto, Piemonte e<br />

Treviso, o local preserva a tradição<br />

culinária da Itália. O Magnar<br />

di Polenta é um evento gastronômico<br />

calcado nessas bases.<br />

Local: Salão da Comunidade do<br />

Distrito de Mato Perso. Informações:<br />

(54) 3026-6822 ou turismo1@floresdacunha.com.br<br />

click do leitor<br />

cartas<br />

aro editore, con il “caso Battisti”, ComunitàItaliana ha<br />

“Cdato un esempio di come debba essere la vera informazione:<br />

una rigorosa, documentatissima ricostruzione dei fatti,<br />

dell’ambiente e dei personaggi, i punti di vista dell’Italia e del Brasile,<br />

ogni possibile dichiarazione, e – chiarissimo – il tuo editoriale,<br />

con una netta presa di posizione.<br />

Excepcionalmente este mês não publicaremos a coluna Roma<br />

Io seguo sempre con enorme interesse, in Italia e in Brasile,<br />

pur fra moltissimi impegni, la tua rivista, e questa volta mi sembra<br />

doveroso scrivere: pochissimi giornali (perfino in Italia, dove<br />

la vicenda è seguintissima) sono stati cosi precisi e scrupolosi. Per<br />

tuoi tantissimi lettori un servizio prezioso: complimenti di cuore.<br />

Un abbraccio,<br />

Ugo Guadalaxara – Bologna – Italia – via posta<br />

Sexo & poder em Roma. Retrato vívido dos prazeres e vícios<br />

do Império Romano, o livro de Paul Veyne analisa as<br />

relações de poder e sexualidade entre os romanos. A obra<br />

traça um panorama da cidade que então dominava o mundo<br />

até o que dela sobrou. Além de abordar os deuses da época<br />

e o paganismo, o livro fala também da política e corrupção<br />

nas relações de poder, dos gladiadores e da morte como espetáculo.<br />

Com pedagogia e clareza sem iguais, o historiador<br />

nos revela as sutilezas morais, indispensável para entender<br />

as estruturas dessa República hoje. Editora Civilização Brasileira,<br />

384 páginas, 30 reais.<br />

m dezembro e janeiro passados<br />

“Eestive de férias em Ceretto Lomellina,<br />

em Pavia. Foi uma experiência<br />

incrível e muito emocionante. Ver a neve<br />

pela primeira vez foi surpreendente e<br />

uma emoção inexplicável.<br />

Marília Félix,<br />

RJ – por e-mail.<br />

Mande sua foto comentada para esta coluna<br />

pelo e-mail: redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />

8 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 9


Opinione<br />

Franco Urani<br />

Opinione<br />

Ezio Maranesi<br />

eziomaranesi@terra.com.br<br />

Ipotesi sul come<br />

uscire dalla crisi<br />

Non mancano speranze e concrete possibilità<br />

Nell’articolo del dicembre<br />

scorso, auspicavo che la<br />

grave crisi economica,<br />

finanziaria e sociale che<br />

sta imperversando dal settembre<br />

scorso avrebbe potuto trovare una<br />

graduale soluzione nella coscientizzazione<br />

da parte dell’umanità<br />

degli autentici valori esistenziali,<br />

quali: importanza di preservare<br />

l´ambiente, armoniosa convivenza<br />

in giustizia sociale, limitare<br />

i consumi ed eliminare gli sprechi,<br />

aumentare le conoscenze e la<br />

qualità etica della vita.<br />

La sensazione – dopo 6 mesi<br />

di crisi – è di una sua globalità<br />

e gravità che va al di là delle<br />

previsioni e, al tempo stesso, di<br />

una generale confortante assunzione<br />

di responsabilità e di ricerca<br />

di nuove soluzioni innovatrici<br />

da parte dei vari Paesi ed in modo<br />

particolare dal nuovo governo<br />

USA di Obama. In questa sede,<br />

posso solo limitarmi ad alcune<br />

considerazioni :<br />

Non verranno più tollerati<br />

paradisi fiscali, operazioni finanziarie<br />

spregiudicate da parte<br />

delle Banche e scoperte in<br />

generale, indebitamenti con<br />

insufficienti garanzie;<br />

Gli apparati governativi<br />

dovranno essere ridimensionati<br />

e razionalizzati,<br />

per ottenere rapidità decisionale,<br />

maggiore efficienza,<br />

riduzione delle spese<br />

pubbliche di gestione;<br />

Inasprimento della lotta<br />

contro l’evasione fiscale e le<br />

attività illegali, specie droga;<br />

Riduzione delle spese militari<br />

e belliche, mediante politiche<br />

di conciliazione che tendano<br />

a svuotare i fondamentalismi<br />

religiosi e le velleità nazionalistiche;<br />

Deciso intervento degli Stati<br />

per sostenere le aziende in difficoltà,<br />

sempre che queste diano<br />

garanzie di adeguare le loro<br />

gestioni e produzioni alle nuove<br />

esigenze (e cioé banche oculate<br />

nelle loro applicazioni; industrie<br />

automobilistiche decisamente<br />

impostate verso modelli ibridi,<br />

elettrici, ad idrogeno; generazione<br />

elettrica indirizzata verso<br />

soluzioni alternative al petrolio,<br />

specie solare e nucleare, ecc.);<br />

Rapido avvio da parte degli<br />

Stati di piani ad opere di infrastruttura<br />

ed ecologiche di comprovata<br />

necessità, dato l’inevitabile<br />

aumento della disoccupazione,<br />

quali ad esempio<br />

le opere del PAC in<br />

Brasile (ferrovie rapide e per trasporto<br />

merci, strade, idrovie, miglioramento<br />

dei porti, silos, preservazione<br />

dell’Amazonia, sistemazione<br />

delle favelas, case popolari,<br />

ecc.);<br />

Ampio ricorso degli Stati agli<br />

ammortizzatori sociali per sostenere<br />

i milioni di disoccupati e soprattutto<br />

i precari, anche al fine di<br />

evitare eccessive tensioni sociali;<br />

Aumento delle imposizioni fiscali<br />

sugli stipendi elevati e guadagni<br />

di capitale, nonché emissione<br />

di Buoni del Tesoro nella<br />

minima misura possibile per contenere<br />

l’aumento degli indebitamenti<br />

pubblici, anche considerando<br />

gli attuali tassi minimi (1%<br />

all’anno in Europa) e la grande accettazione<br />

di questi titoli per<br />

motivi di sicurezza,<br />

cercando comunque di contenere<br />

i successivi effetti inflazionari;<br />

Adozione, da parte delle<br />

aziende, di criteri di economia,<br />

razionalizzando prodotti e distribuzione.<br />

Pare probabile che, almeno<br />

inizialmente, i lavoratori<br />

dei Paesi sviluppati guadagneranno<br />

meno e che il precariato<br />

sarà sempre più diffuso, con<br />

necessità degli addetti di impegnarsi<br />

al massimo aggiornando<br />

continuamente la loro professionalità<br />

per non venire esclusi<br />

dal mercato. Fenomeni di inefficienza<br />

e di assenteismo verranno<br />

sempre meno tollerati;<br />

Contenimento delle immigrazioni<br />

incontrollate che avvengono<br />

specie in Europa e negli USA<br />

mediante efficaci programmi di<br />

pianificazione famigliare nei paesi<br />

d’origine e creando là le attività<br />

necessarie al loro sviluppo<br />

(la Cina sta agendo massicciamente<br />

in tal senso);<br />

Fermo restando il libero<br />

commercio, non dovrebbero più<br />

essere tollerate politiche commerciali<br />

falsate da cambi artificiali,<br />

da scorretezze industriali,<br />

dallo sfruttamento<br />

della mano d’opera e dal<br />

deterioramento dell’ambiente,<br />

politica questa<br />

che era stata applicata<br />

su vasta scala soprattutto<br />

dalla Cina.<br />

In conclusione,<br />

con buona volontà,<br />

molto lavoro e illuminato<br />

dirigismo politico, si<br />

può intravedere la nascita<br />

di un mondo più serio, giusto<br />

e razionale, che potrà negli anni<br />

progredire verso nuove importanti<br />

mete.<br />

ARISA,<br />

ci sei o<br />

ci fai?<br />

Sentiamo un gran bisogno di cose<br />

semplici, pulite, vere e sincere<br />

Ho visto il festival di Sanremo.<br />

Non tutto: non<br />

dobbiamo prenderci troppo<br />

sul serio ma anche la<br />

futilitá ha i suoi limiti. Ero comunque<br />

davanti al televisore<br />

quando Bonolis ha annunciato,<br />

tra le nuove proposte canore,<br />

Arisa con la canzone “Sincerità”.<br />

Dalle scale Arisa ha iniziato la<br />

discesa. Giovane donna, pantaloni<br />

larghi e neri a mezzo polpaccio,<br />

calze bianche da calciatore,<br />

tunica nera informe, frangia nera<br />

che copriva tutta la fronte, occhiali<br />

a grossa montatura nera,<br />

bocca troppo rossa, naso e mento<br />

befana-style accentuati dal<br />

look del viso. Ricordava un poco<br />

Calimero, il personaggio piccolo<br />

e nero del “Carosello” degli anni<br />

’60. Scendeva con difficoltà,<br />

quasi avesse problemi di locomozione.<br />

Mi si è stretto il cuore,<br />

e non mi è sembrato giusto<br />

che Sanremo esibisse una persona<br />

che, probabilmente, aveva dei<br />

problemi. Arisa ha cominciato a<br />

cantare: una canzoncina garbata,<br />

orecchiabile, accattivante. Mi ha<br />

ricordato le canzoni del quartetto<br />

Cetra. Rigida, Arisa non sapeva<br />

dove mettere le mani. Le ha<br />

nascoste, l’una stretta all’altra,<br />

dietro la schiena. Con grande coraggio<br />

le ha portate poi in grembo,<br />

sempre strette fra di loro.<br />

Ha cantato la sua storiella-messaggio<br />

con voce gradevole, intonata,<br />

azzardando alcuni timidi<br />

cambi di tonalità ben preparati.<br />

Ha terminato ed è fuggita; sembrava<br />

terrorizzata dalla possibilità<br />

di dover dire qualcosa. L’aria<br />

indifesa e la facile canzoncina<br />

hanno commosso e conquistato<br />

tutti. Arisa ha recitato con perizia<br />

il suo personaggio nei giorni<br />

successivi, con pochissime varianti.<br />

Ha facilmente trionfato.<br />

La vittoria le ha dato fama e<br />

visibilità, e mi sono incuriosito di<br />

sapere chi fosse, da dove venisse,<br />

che problemi avesse, come fosse<br />

arrivata a Sanremo. Ho cercato e<br />

ho letto biografia e informazioni<br />

e ne sono rimasto sorpreso. Arisa<br />

si chiama Rosalba, viene da Potenza,<br />

26 anni, bella e sana famiglia<br />

del sud, canta da vari anni.<br />

Ha vinto una gara canora di<br />

una certa importanza, è stata selezionata<br />

con successo da SanremoLab.<br />

Una sua foto, scattata ad<br />

un concorso canoro, mostra una<br />

bella ragazza, vestita in modo<br />

forse tradizionale ma al passo coi<br />

tempi, pudicamente scollata. Una<br />

giovane donna come tante. A Festival<br />

terminato, le varie interviste<br />

e dichiarazioni ci hanno dato<br />

il quadro di una ragazza spontanea,<br />

intelligente, sensibile e legata<br />

ai valori tradizionali. Ha dichiarato<br />

che preferiva somigliare<br />

a Calimero piuttosto che a Naomi.<br />

Ad una domanda indiscreta si<br />

è tradita con un “stasera faccio<br />

finta che non lo so...”. Alla simpatica<br />

emozione suscitata dal suo<br />

bizzarro e maldestro personaggio<br />

televisivo si sovrapponeva ora<br />

il ritratto di una sana e concreta<br />

ragazza di provincia. Ma i due<br />

personaggi non combinavano, e<br />

allora ho letto che l’Arisa sanremese,<br />

abiti, capelli, occhialoni,<br />

aria goffa, insomma l’Arisa Calimero<br />

è stata creata a tavolino. Si<br />

è voluto dare vita a un personaggio<br />

di forte impatto in linea con<br />

la melodia e le parole della sua<br />

ingenua canzoncina. Sono rimasto<br />

di sasso: ma come Arisa, tu<br />

ci canti “Sincerità” e ti travesti<br />

per ingannare i giurati? Siamo<br />

in pieno dramma pirandelliano:<br />

ci sei o ci fai? Che tradotto dal<br />

vernacolo romanesco vuol dire:<br />

sei veramente quella che abbiamo<br />

visto o ci stai prendendo per<br />

il fondo schiena?<br />

Non c’è indignazione; al contrario,<br />

la storia è divertente.<br />

Sappiamo tutti perfettamente<br />

che oggi il valore della apparenza<br />

supera assai quello della sostanza.<br />

Mi congratulo, anzi, con<br />

chi ha creato il personaggio. Sicuramente<br />

ha capito che la gente<br />

ha le tasche piene dei presuntuosi<br />

messaggi di varia natura<br />

che i canzonettari ci rifilano con<br />

la loro aria drammatica e i loro<br />

gesti scontati. Non ci emoziona<br />

la storia di Luca che era gay e<br />

ora felice etero e probabilmente<br />

bisex. Né la Zanicchi che brama<br />

copulare, anche senza amore.<br />

Né le grida o i sussurri a contenuto<br />

drammatico-etico-politicoesistenziale<br />

che i nostri sgarruppati<br />

canterini ci infliggono nei<br />

tre minuti della loro esibizione.<br />

Il creatore della bizzarra Arisa<br />

ha capito che oggi la gente, cosí<br />

amara nella sua intima protesta<br />

su come va il mondo, ha bisogno<br />

di sentir parlare di sentimenti<br />

semplici, tranquilli, puliti, genuini,<br />

sinceri. Per questo ci delude<br />

sapere che la “Sincerità” di Arisa<br />

è un grande bluff. Teniamoci<br />

stretta “Acqua azzurra, acqua<br />

chiara” del Battisti anni ‘70. Non<br />

sappiamo con certezza quanto<br />

chiara e quanto azzurra fosse<br />

quell’acqua, ma nessuno per<br />

ora l’ha inquinata raccondandoci<br />

una verità nascosta.<br />

10<br />

C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009


Opinione<br />

notizie<br />

Fabio Porta<br />

fabioporta@fabioporta.com<br />

Rifugiato politico o<br />

assassino comune?<br />

L’Italia degli “anni di piombo” non era un paese dittatoriale; e anche oggi, ci piaccia o no, in Italia<br />

vige la democrazia. Perché allora concedere lo status di “rifugiato politico” a Cesare Battisti?<br />

La grande ripercussione<br />

avuta dal “caso Battisti”<br />

sui mezzi di informazione<br />

italiani e brasiliani non<br />

ha contribuito a fare chiarezza<br />

sull’intera vicenda, incentivando<br />

semmai interpretazioni errate<br />

e spesso radicali (in un senso o<br />

in un altro) che hanno spostato<br />

nelle ultime settimane l’attenzione<br />

dell’opinione pubblica<br />

dall’oggetto della questione ad<br />

altri fattori.<br />

Nel corso della mia recente<br />

visita a Brasilia insieme al Vice<br />

Presidente della Camera dei<br />

Deputati <strong>italiana</strong> Maurizio Lupi,<br />

ho avuto modo di spiegare<br />

al Presidente del Congresso Michel<br />

Temer e ai colleghi deputati<br />

la posizione del Parlamento<br />

italiano, che all’unanimità lo<br />

scorso 26 febbraio ha approvato<br />

una mozione proprio su questo<br />

tema.<br />

In tutti i nostri incontri abbiamo<br />

ribadito il nostro pieno e<br />

grande rispetto per le istituzioni<br />

brasiliane, dissociandoci da<br />

quanti in Italia hanno utilizzato<br />

impropriamente e inopportunamente<br />

questa delicata vicenda<br />

per riproporre vecchi e offensivi<br />

stereotipi sul Brasile.<br />

La nostra visita è anche servita<br />

a confermare l’importanza<br />

dello storico legame tra i due<br />

Paesi, che dovrebbe semmai essere<br />

rafforzato e valorizzato a<br />

tutti i livelli. Una riprova di tutto<br />

ciò sono due importanti decisioni<br />

appena prese dal Presidente<br />

della Camera Gianfranco Fini:<br />

l’istituzione anche in questa legislatura<br />

del gruppo interparlamentare<br />

Italia-Brasile e l’invito<br />

al Presidente della Camera del<br />

Brasile a partecipare al G14 dei<br />

parlamenti che si svolgerà a Roma<br />

il prossimo settembre.<br />

In questo contesto la richiesta<br />

di estradizione di Cesare<br />

Battisti, avanzata dal Governo<br />

Prodi all’indomani dell’arresto<br />

del terrorista italiano a Rio de<br />

Janeiro nel 2007, deve essere<br />

considerata per i fatti specifici<br />

ai quali si riferisce, ossia le<br />

quattro condanne all’ergastolo<br />

per le quali il terrorista è stato<br />

già condannato.<br />

Come ha recentemente detto<br />

nel corso di un’intervista a<br />

“Carta Capital” Giancarlo Caselli,<br />

uno dei più autorevoli magistrati<br />

italiani nonché indiscusso<br />

protagonista della lotta<br />

alla mafia e al terrorismo in<br />

Italia, numerose prove confermano<br />

le responsabilità personali<br />

di Battisti: testimonianze,<br />

perizie, documenti, armi e munizioni<br />

sequestrate, nonché la<br />

ricostruzione di tutta la storia<br />

del PAC (Proletari Armati per il<br />

Comunismo). Tutta la documentazione<br />

e i testi delle sentenze<br />

sono pubblici, e si trovano<br />

anche pubblicati sul sito www.<br />

vittimeterrorismo.it ; da questa<br />

lettura è facile comprendere come<br />

Battisti sia stato oggetto di<br />

un processo giusto nel pieno rispetto<br />

di tutte le regole dello<br />

Stato di diritto.<br />

Quello che forse non si trova<br />

in questa completa documentazione<br />

sono i precedenti di Battisti,<br />

già autore di diversi reati<br />

ben prima di fare parte di gruppi<br />

terroristici: abuso sessuale<br />

di incapace, rapine a mano armata,<br />

gambizzazioni. Allo stesso<br />

modo non è possibile “leggere”<br />

nelle sentenze il clima e<br />

la storia politica dell’Italia degli<br />

anni ’70; qualcuno ha anche<br />

provato a distorcere la realtà<br />

dei fatti, descrivendo il nostro<br />

come un Paese “non democratico”<br />

dominato da “leggi speciali”<br />

e in mano a poteri occulti<br />

come “Gladio” o la “Loggia P2”.<br />

Tutti fenomeni reali, ma che<br />

mai sono riusciti a compromettere<br />

la forza delle nostre istituzioni<br />

democratiche. L’Italia dei<br />

cosiddetti “anni di piombo” era<br />

invece uno Stato dove vigeva<br />

una democrazia piena e ricca,<br />

anche se in un contesto storico<br />

complesso e drammatico: era il<br />

Paese di Moro e Berlinguer e del<br />

compromesso storico, del primo<br />

Presidente della Repubblica<br />

“partigiano” e socialista Pertini,<br />

dello statuto dei lavoratori<br />

e delle principali riforme dello<br />

stato sociale volute dai partiti<br />

di centro-sinistra.<br />

A questa democrazia il terrorismo<br />

si opponeva seminando il<br />

terrore e ricorrendo a mezzi sempre<br />

più violenti; una strategia<br />

che ha allontanato definitivamente<br />

questi movimenti da una<br />

base popolare che in realtà non<br />

hanno mai avuto e che mai si è<br />

riconosciuta nei loro metodi antidemocratici<br />

e feroci.<br />

L’Italia ha saputo reagire con<br />

fermezza a questo attacco ai valori<br />

democratici, grazie all’unione<br />

di tutte le forze politiche del<br />

Paese e alla mobilitazione della<br />

società civile organizzata.<br />

Rispetto a questa lunga e<br />

difficile pagina della nostra storia,<br />

dove tra le centinaia di vittime<br />

innocenti tanti sono stati<br />

i sindacalisti, giudici, giornalisti<br />

e politici (soprattutto di sinistra),<br />

il Parlamento italiano ha<br />

ribadito fermamente quello che<br />

già nelle scorse settimane il Presidente<br />

della Repubblica Giorgio<br />

Napolitano aveva chiesto in una<br />

sua lettera al Presidente Lula,<br />

ossia il rispetto per una decisione<br />

della giustizia e quindi del<br />

popolo italiano.<br />

Questa mozione è stata firmata,<br />

tra gli altri e significativamente,<br />

da tre miei colleghi di<br />

partito che voglio qui ricordare:<br />

Sabina, figlia di Guido Rossa, un<br />

operaio comunista assassinato<br />

dalle Brigate Rosse; Giovanni,<br />

anch’egli figlio di una vittima<br />

del terrorismo “di sinistra”, il<br />

Presidente dell’Azione Cattolica<br />

Vittorio Bachelet; e Olga, moglie<br />

di un consulente del sindacato<br />

italiano, l’economista Massimo<br />

D’Antona.<br />

Abbiamo chiesto al Brasile<br />

l’estradizione di Battisti ma<br />

anche alla Francia l’immediata<br />

estradizione della brigatista rossa<br />

Marina Petrella, pure lei condannata<br />

in Italia per aver commesso<br />

crimini efferati negli anni<br />

del terrorismo.<br />

Un’ultima domanda: né la<br />

Francia per Marina Petrella, né<br />

nessun’altra nazione per terroristi<br />

e latitanti italiani di destra<br />

e di sinistra ha mai concesso lo<br />

status di “rifugiato politico” a<br />

questi individui.<br />

Perché lo ha fatto il Brasile<br />

per Cesare Battisti? Al STF (Supremo<br />

Tribunal Federal), e non ai<br />

posteri, l’ardua sentenza….<br />

Leadership<br />

Ricerca realizzata il mese scorso dall’Istituto Datafolha indica che<br />

il governatore di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, è a capo nei sondaggi<br />

di voto per il 2010. Con il nome dei candidati presentati agli<br />

elettori, Cabral (PMDB) è al primo posto con il 26%; il senatore Marcelo<br />

Crivella (PRB) sarebbe al secondo posto con il 16%, accanto al<br />

deputato Fernando Gabeira (PV), con il 15%. Al quarto posto è il deputato<br />

statale Wagner Montes (PDT), con l’11%, seguito dall’ex sindaco<br />

Cesar Maia (DEM), con il 10%. Visto che il sondaggio ha un margine<br />

di errore di quattro punti percentuali in più o in meno, di fatto<br />

c’è un pareggio tecnico tra i quattro candidati per il secondo posto.<br />

Agroalimentare<br />

Due missioni di imprenditori brasiliani del settore agroalimentare<br />

hanno visitato in marzo l’Umbria e la Calabria, in Italia.<br />

Accompagnati dall’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE),<br />

miravano ad aumentare e diversificare le esportazioni di alimenti e<br />

bevande con il Brasile. I brasiliani sono rimasti in Italia nove giorni.<br />

Secondo il direttore dell’ICE, Giovanni Sacchi, l’Italia cerca sempre<br />

più all’estero l’espansione delle sue piccole e medie imprese:<br />

— Mentre in altri paesi delle imprese investono in alta tecnologia<br />

per offrire quantità a prezzi bassi, gli italiani provano che<br />

i loro prodotti come formaggi, vini, salami, oli, prosciutti e conserve<br />

aggregano attributi della tradizione, esprimendo valori culturali<br />

specifici delle regioni di origine.<br />

Massa è propaganda<br />

Il pilota brasiliano Felipe Massa è stato confermato come testimonial<br />

della Iveco per il 2009.<br />

— Felipe Massa è giovane, competitivo, ha talento e la vittoria<br />

come meta. Queste sono qualità che lo identificano molto con<br />

la Iveco, che è la più giovane marca<br />

di camion del Brasile e cresce di<br />

più delle altre fabbriche nel mercato<br />

brasiliano — afferma Marco<br />

Mazzu, presidente della Iveco Latin<br />

America, annunciando il rinnovo<br />

del contratto iniziato nel 2008.<br />

L’anno scorso il pilota della Ferrari<br />

è stato la star di una campagna<br />

istituzionale della Iveco chiamata “Insieme nella stessa passione”,<br />

che univa le qualità del pilota ai valori della marca Iveco:<br />

performance, impegno, spirito di équipe e affidamento.<br />

È decollato<br />

Dopo quasi un mese di “guerra” con il governo federale, il governatore<br />

di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, è tornato sui suoi passi<br />

sul tema dell’apertura dell’aeroporto Santos Dumont per i voli regionali.<br />

Agli inizi contrario all’apertura promossa dalla Agência Nacional<br />

de Aviação Civil (Anac), il governo di Rio ci ha ripensato e ha perfino<br />

sospeso la multa di 1 milione di reais che voleva dare alla Infraero<br />

(Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária, vincolata al<br />

ministério da Defesa) perché non seguiva le norme di licenziamento<br />

ambientale dell’aeroporto. Cabral avrebbe detto in confidenza a collaboratori<br />

più vicini a lui che ha scelto di permettere i nuovi voli regionali<br />

nel Santos Dumont perché il suo rifiuto a permetterli gli starebbe<br />

causando un grande logorio politico. Cabral voleva lì solo voli<br />

del ponte aereo Rio-São Paulo per valorizzare il Galeão, che sta ricevendo<br />

i preparativi per i Mondiali di Calcio del 2014.<br />

Gas<br />

Nel mese scorso il presidente Luiz Inácio Lula da Silva è tornato<br />

a Rio de Janeiro. Stavolta per conoscere il terminal di<br />

rigassificazione di gas naturale liquefatto (GNL) che la Petrobras<br />

ha costruito nella Baía de Guanabara. Il governatore Sérgio Cabral<br />

e il vice governatore e segretario di Obras, Luiz Fernando Pezão,<br />

hanno accompagnato il presidente durante la visita. Lula ha detto<br />

che il terminal è “un altro passo verso l’indipendenza del paese<br />

per ciò che riguarda la Bolivia”.<br />

— Non dipenderemo dal buon umore di nessuno, ci arrangiamo<br />

— ha dichiarato Lula.<br />

Gas 1<br />

Il terminal fa parte del Programa de Aceleração do Crescimento<br />

(PAC). È il secondo terminal di rigassificazione di GNL del paese. Il<br />

primo, sempre della Petrobras, è nel Porto di Pecém, nel Ceará. I due<br />

terminal segnano l’entrata della Petrobras nel mercato internazionale<br />

di GNL, garantendo al Brasile nuove fonti di rifornimento di gas naturale<br />

e, di conseguenza, una maggiore sicurezza energetica. Iniziata<br />

nel dicembre 2007, la costruzione e l’allestimento del terminal nella<br />

Baía de Guanabara sono stati conclusi nel gennaio 2009. Ora i lavori<br />

sono in fase di preoperazione. Gli investimenti nell’opera sono stati<br />

di 819 milioni di reali, dando origine a circa 1.700 impieghi diretti.<br />

Il terminal ha la capacità di rigassificare 14 milioni di metri cubici al<br />

giorno di gas naturale, il che corrisponde a quasi il consumo medio<br />

del mercato termico in tutto il paese per il 2008 (14.489 milioni di<br />

metri cubici al giorno). Il gas rigassificato nel terminal sarà erogato,<br />

come priorità, per le centrali termoelettriche della Regione Sud-Est.<br />

Consorzio<br />

Dice il motto che “il bisogno crea le opportunità”. Con la crisi<br />

economica mondiale, amministratori di consorzi brasiliani hanno<br />

creato nuove nicchie di azione. Ora si può già entrare in un gruppo<br />

per fare chirurgie plastiche, corsi di specializzazione nella post laurea,<br />

feste di matrimonio o qualsiasi altro sogno di consumo che non costi<br />

più di 20mila reais. La Embracon è il primo amministratore a lanciare<br />

a São Paulo questo tipo di servizi. Altre due imprese già lo fanno a Minas<br />

Gerais e nel Paraná. Il programma offerto dall’impresa prevede offerte<br />

libere, sorteggi e proposte di fino al 25% del valore del credito.<br />

TIM<br />

L’<br />

imprenditore brasiliano Nelson Tanure sarà il nuovo azionista<br />

della TIM Brasil. Tanure è proprietario dell’operatore di<br />

lunga distanza Intelig, che dovrà essere incorporata all’azienda<br />

<strong>italiana</strong>. Secondo il giornale O Globo, 40 avvocati si adoperano<br />

per realizzare l’operazione, che coinvolgerà uno scambio di azioni.<br />

Le due aziende sono in trattative da quattro mesi.<br />

Carlos Magno<br />

12 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 13


Grupo Keystone<br />

economia<br />

Eles são<br />

bilionários<br />

Treze brasileiros e doze italianos integram o ranking da revista<br />

norte-americana Forbes que listou os homens mais ricos do mundo<br />

Chocolate e mineração.<br />

Esses são os setores em<br />

que atuam o italiano e o<br />

brasileiro mais ricos do<br />

mundo, respectivamente, Michele<br />

Ferrero e Eike Batista. No mês<br />

passado, a revista norte-americana<br />

Forbes divulgou seu tradicional<br />

ranking de bilionários. Ferrero<br />

ocupa o 40º lugar na lista enquanto<br />

Batista é o 61º. No “duelo”<br />

entre italianos e brasileiros, o<br />

primeiro-ministro da Itália ocupa<br />

Antonio Luiz<br />

Seabra $1,2<br />

66 anos. Vive<br />

no Reino Unido.<br />

Fundador da<br />

Natura Cosméticos.<br />

Julio Bozano $1,1<br />

73 anos. Ex-banqueiro, em<br />

2000 vendeu o Banco Bozano<br />

Simonsen para o espanhol Banco<br />

Santander Central Hispano. Seus<br />

11% de ações da Embraer valem<br />

825 milhões de dólares.<br />

Guilherme<br />

Peirao Leal $1,2<br />

58 anos. Presidente-<br />

Executivo e um dos<br />

fundadores da Natura<br />

Cosméticos.<br />

o 4º lugar. Antes dele, vem outro<br />

brasileiro: o banqueiro Joseph<br />

Safra, o 62º colocado na lista da<br />

Forbes. Na Itália, Ferrero assumiu<br />

o posto de homem mais rico do<br />

país no ano passado, rebaixando<br />

Berlusconi para o segundo lugar.<br />

No ranking da revista, o primeiroministro<br />

está na 70ª posição.<br />

Os três homens mais ricos do<br />

mundo são: o dono da Microsoft,<br />

Bill Gates; o investidor Warren Buffett<br />

e o empresário mexicano do<br />

Francesco Gaetano<br />

Caltagirone $1,4<br />

66 anos. Controla a holding<br />

Caltagirone que atua nos<br />

setores imobiliário e de<br />

construção, além de editoração.<br />

Ennio Doris e família $1,4<br />

68 anos. Fundador e executivo-chefe<br />

da Mediolanum, de gestão dos fundos<br />

e companhias de seguros.<br />

Sô n i a Apolinário<br />

setor de telecomunicações Carlos<br />

Slim, que no Brasil controla as<br />

empresas de telefonia Embratel<br />

e Claro. Suas respectivas fortunas<br />

são de 40 bilhões de dólares, 37<br />

bilhões de dólares e 35 bilhões de<br />

dólares. Isso porque eles perderam<br />

com a crise 18 bilhões de dólares<br />

(Gates) e 25 bilhões de dólares<br />

(Buffett e Slim) no último ano. A<br />

crise também varreu da lista 332<br />

bilionários. Este ano, “somente”<br />

793 pessoas foram incluídas.<br />

647º<br />

601º601º<br />

522º522º<br />

468º<br />

Ao todo, 12 italianos e 13<br />

brasileiros <strong>faz</strong>em parte da lista<br />

da Forbes. O empresário brasileiro<br />

Antonio Ermirio de Moraes e o<br />

estilista italiano Giorgio Armani<br />

empataram na 224ª colocação.<br />

Também empataram em 468º lugar<br />

o empresário brasileiro Abílio<br />

dos Santos Diniz, membros<br />

da família <strong>italiana</strong> Benetton e o<br />

empresário italiano Mario Moretti<br />

Polegato. Veja a lista ítalo-brasileira:<br />

Com uma fortuna pessoal de $1,5 bi,<br />

quatro integrantes da família Benetton<br />

dividem a mesma posição no ranking.<br />

Luciano, de 73 anos, é ex-senador e<br />

preside ao grupo desde a sua criação.<br />

Giuliana, 71, <strong>faz</strong> parte do conselho de<br />

administração da holding do grupo.<br />

Gilberto, 67, supervisiona todos os<br />

investimentos financeiros e imobiliários<br />

do grupo. Carlo, 65, está no comando<br />

da produção e da ligação entre a sede da<br />

Benetton e suas unidades internacionais.<br />

468º 468º<br />

Mario Moretti Polegato $1,5<br />

56 anos. Fundador da grife<br />

de calçados Geox.<br />

285º<br />

318º<br />

450º 318º<br />

Carlos Alberto Sicupira $2,1<br />

61 anos. Um dos integrantes do trio<br />

de bilionários magnatas da cerveja.<br />

Stefano Pessina $1,6<br />

67 anos. Vive em Mônaco. Presidente<br />

da Alliance Boots, empresa do ramo<br />

farmacêutico que atua em toda a Europa.<br />

Abílio dos Santos Diniz $1,5<br />

72 anos. Controla a Companhia Brasileira de<br />

Distribuição (Grupo Pão de Açucar), de alimentos.<br />

92º<br />

196º<br />

205º<br />

224º<br />

224º<br />

Giorgio Armani $2,8<br />

74 anos. Estilista.<br />

40º<br />

61º<br />

62º<br />

70º<br />

71º<br />

Dorothea Steinbruch<br />

e família $3,0<br />

NR. Dona da maior<br />

empresa de aço do Brasil,<br />

a Companhia Siderurgica<br />

Nacional (CSN).<br />

Marcel Herrmann Telles $2,4<br />

59 anos. Um dos integrantes do trio<br />

de bilionários magnatas da cerveja.<br />

Moise Safra $2,1<br />

74 anos. Em 2006, sua fortuna somada com<br />

a de seu irmão os levaram à primeira<br />

posição do ranking brasileiro. Vendeu<br />

para o irmão Joseph metade das ações<br />

que detinha do Grupo Safra.<br />

Michele Ferrero<br />

e família $9,2<br />

82 anos. Vive em<br />

Mônaco. Dono<br />

da fábrica de<br />

chocolate Ferrero.<br />

Eike Batista $7,5<br />

52 anos. Dono do Grupo<br />

EBX. No ano passado, era o<br />

terceiro mais rico do Brasil.<br />

Joseph Safra $7,0<br />

70 anos. Banqueiro,<br />

controlador do Grupo Safra.<br />

Em 2007, era o brasileiro<br />

mais rico da lista da Forbes.<br />

Silvio Berlusconi e família $6,5<br />

72 anos. Primeiro-ministro<br />

italiano, dono dos principais<br />

veículos de comunicação do<br />

país, além de bancos e do time<br />

de futebol Milan.<br />

Leonardo Del Vecchio $6,3<br />

73 anos. Fundador e<br />

presidente da Luxottica.<br />

Jorge Paulo Lemann $5,3<br />

69 anos. Banqueiro que com outros exbanqueiros<br />

e também bilionários, Marcel Telles<br />

e Carlos Alberto Sicupira, dividem o controle<br />

de uma das maiores cervejarias do mundo, a<br />

InBev, formada pela união da AmBev do Brasil<br />

e da Interbrew da Belgica. O trio também<br />

controla a varejista Lojas Americanas.<br />

Aloysio de Andrade Faria $3,1<br />

88 anos. Banqueiro. Fundou o<br />

Banco Alfa, o 17º maior banco<br />

do Brasil. Também é dono da<br />

Agropalma, uma das maiores<br />

empresas produtoras de óleo de<br />

palma da América Latina, que<br />

está se beneficiando da crescente<br />

demanda por biodiesel.<br />

Antonio Ermirio de<br />

Moraes e família $2,8<br />

80 anos. A família detém o Grupo<br />

Votorantim, um conglomerado que<br />

atua na indústria de metal,<br />

papel, produtos químicos<br />

e suco de laranja. No<br />

ano passado, era o<br />

brasileiro mais rico da<br />

lista da Forbes.<br />

14 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 15


economia<br />

negócios<br />

Banco dos pobres<br />

chega à Itália<br />

País será o primeiro da Europa a receber o projeto<br />

que rendeu um prêmio Nobel da Paz ao seu criador<br />

Sede do Grameen Bank<br />

O<br />

Grameen Bank, ou Banco<br />

do Vilarejo, criado pelo<br />

bengalês Muhammad Yunus,<br />

terá uma filial <strong>italiana</strong>.<br />

Foi o próprio Yunus, um economista<br />

de 68 anos, quem anunciou<br />

sua decisão de levar seu<br />

projeto para mais um membro do<br />

G8, depois dos Estados Unidos.<br />

Ele apresentou seus planos<br />

para a Itália no mês passado,<br />

em uma coletiva de imprensa realizada<br />

na Fundação Cariplo, em<br />

Milão. A instituição é um dos<br />

principais braços sociais da Igreja<br />

Católica e doou 1 milhão de<br />

euros para o fundo Tettamanzi de<br />

auxilio a famílias que perderam<br />

empregos recentemente.<br />

A filial <strong>italiana</strong> do chamado<br />

Banco dos Pobres está prevista<br />

para ser aberta na Bolonha, no<br />

segundo semestre. No seu país<br />

natal, Bangladesh, Yunus fundou<br />

o Grameen Bank em 1976. Tornou-se<br />

mundialmente conhecido<br />

por levar oportunidades sociais e<br />

econômicas para os cidadãos de<br />

baixa renda através de pequenos<br />

empréstimos, o que ajudou a tirar<br />

milhões da pobreza extrema.<br />

O “pioneiro do microcrédito”<br />

escolheu a Itália para instalar seu<br />

primeiro projeto na Europa por ser<br />

um país com um tecido econômico<br />

apoiado na pequena e média<br />

empresa. Porém, não só por isso.<br />

É um sinal da crise que está empobrecendo<br />

as nações mais ricas.<br />

O Produto Interno Bruto da Itália,<br />

em 2008, foi de -1,0%, o pior<br />

desde 1975. Para Yunus, o uso<br />

de dinheiro público para sanar a<br />

crise não é a solução.<br />

— Isso é a manutenção de um<br />

motor que não funciona mais. Este<br />

sistema faliu. Temos que reconstruir<br />

tijolo por tijolo, uma finança<br />

fundada em princípios que inclua<br />

a todos e que se ocupe dos problemas<br />

não apenas quando eles chovem<br />

nas costas dos ricos — diz.<br />

Na opinião de Yunus, a crise<br />

serviu para mostrar que os ricos,<br />

para um banco, “são menos confiáveis<br />

do que os pobres”. Ele prega<br />

o “business social” como<br />

um instrumento para<br />

domesticar o<br />

capitalismo<br />

selvagem.<br />

Muhammad Yunus<br />

Gu i l h e r m e Aq u i n o<br />

Correspondente • Milão<br />

A idéia passa pela criação de um<br />

modelo empresarial sem a distribuição<br />

de dividendos e sem perdas<br />

no negócio. Ele explica que<br />

os “investidores sociais” irão recuperar<br />

apenas o dinheiro que<br />

colocaram no projeto. O lucro será<br />

reinvestido na empresa.<br />

Já existem no mercado empresas<br />

com perfil não lucrativo. Entretanto,<br />

a diferença é que estas,<br />

em sua grande maioria, vivem de<br />

doações para manter as atividades.<br />

No caso do “business social”,<br />

a empresa é auto-sustentável:<br />

— A empresa social vai entrar<br />

em um novo tipo e dedicado<br />

mercado de capitais, para recolher<br />

recursos. Depois, deve ser<br />

capaz de caminhar com as próprias<br />

pernas e de se expandir —<br />

afirma Yunus.<br />

Ele acha que os países do<br />

terceiro mundo são um terreno<br />

fértil para plantar esta nova<br />

iniciativa. Isso porque são países<br />

cujos governos não têm capacidade<br />

de administrar de forma<br />

eficiente setores como saúde<br />

e educação. Como consequência,<br />

entregam estes serviços básicos<br />

para as empresas privadas.<br />

— Esse setor privado visa<br />

apenas o lucro e exclui os programas<br />

a favor dos pobres, das<br />

mulheres e do ambiente. Eu defendo<br />

um setor privado que se<br />

nutre da energia da consciência<br />

social a partir de um empresariado<br />

social — explica Yunus.<br />

O banqueiro de Bangladesh<br />

diz que a crise não ameaça o seu<br />

Grameen Bank. Desde a sua fundação,<br />

a instituição empresta,<br />

sem pedir garantias, dinheiro para<br />

a construção da casa própria,<br />

estudos e criação de micro-empresas<br />

de famílias pobres. Além<br />

disso, oferece produtos como<br />

poupança, seguros e fundos de<br />

pensão. Os clientes já somam 7,6<br />

milhões de pessoas, sendo que<br />

97% deste total são mulheres.<br />

— Descobrimos que dar um<br />

empréstimo a uma mulher significava<br />

levar maiores benefícios<br />

para uma família — conta ele.<br />

Exemplo italiano<br />

Na Itália, existem duas iniciativas<br />

próximas ao que Yunus prega,<br />

ambas criadas no ano passado. A<br />

primeira a surgir foi o Housing Social,<br />

da fundação Cariplo. No projeto,<br />

empreiteiros sociais levantam<br />

casas para famílias sem-teto<br />

sem buscar os lucros do mercado<br />

imobiliário. A fórmula inclui a participação<br />

do poder público para<br />

viabilizar o projeto. Por exemplo,<br />

a cessão de terrenos da prefeitura<br />

para a construção dos imóveis.<br />

No sul do país, a vinicultura<br />

Donnafugata e seus parceiros<br />

criaram um projeto de microcrédito.<br />

São empréstimos limitados<br />

entre 10 e 15 mil euros, com baixas<br />

taxas de juros e concedidos<br />

a pessoas que não conseguiriam<br />

manter aberta uma linha de financiamento<br />

num banco privado<br />

convencional. A empresa siciliana<br />

se apóia no voluntariado e em<br />

Organizações Não Governamentais<br />

para atuar.<br />

Cheiros da<br />

Amazônia<br />

Empresa <strong>italiana</strong> de peças íntimas e biquínis<br />

aposta em linha de cosméticos inspirada no Brasil<br />

Depois de investir na relação<br />

com o Brasil para o<br />

desenvolvimento de sua<br />

marca de biquínis e peças<br />

íntimas, a rede <strong>italiana</strong> Yamamay,<br />

com sede em Verese (Lombardia),<br />

celebra as boas vendas com uma<br />

linha de cosméticos feita a partir<br />

de produtos extraídos da selva<br />

amazônica. Além disso, tentam<br />

resgatar uma parceria iniciada em<br />

1983 e, quem sabe, ter pontos de<br />

venda aqui.<br />

— Conheço o estado de Santa<br />

Catarina, em especial a cidade de<br />

Blumenau. Em junho de 1983, fiz<br />

meu primeiro negócio com o Brasil.<br />

Na época, comprei 500 mil camisetas<br />

da Hering e 200 mil toalhas<br />

de mão da Karsten. Depois expandimos<br />

pedidos para Teka, Sulfabril<br />

e Marisol. Eu trabalhava com uma<br />

outra marca, que vendi há sete<br />

anos. E então começamos a história<br />

da Carpisa, de bolsas e acessórios,<br />

e da Yamamay, com suas lingeries<br />

e biquínis — explica o presidente<br />

das empresas Luciano Cimmino,<br />

que acompanhou 16 representantes<br />

das suas marcas ao Brasil<br />

e concedeu entrevista exclusiva à<br />

Comunità, no Rio de Janeiro.<br />

Da redação<br />

Por conta do trabalho que<br />

desenvolveu entre Itália e Brasil,<br />

Cimmino recebeu do então presidente<br />

José Sarney a comanda da<br />

Ordem Rio Branco. Agora, o regresso<br />

teve como meta a realização<br />

de um catálogo de bolsas<br />

e valises inspirado na arquitetura<br />

de Oscar Niemeyer em Brasília.<br />

Para tanto, a equipe passou pela<br />

capital brasileira com o fotógrafo<br />

Ruy Teixeira. O grupo também<br />

esteve em São Paulo, onde é produzida<br />

a linha de cosméticos.<br />

— Essa linha de beleza aconteceu<br />

de uma parceria boa com o<br />

governo do Amazonas feita no ano<br />

passado. Naqueles dias em Manaus<br />

nasceu a Fundação Amazonas Sustentável<br />

que, como o nome diz,<br />

protege e incentiva a preservação<br />

da biodiversidade local e, fora do<br />

contexto político, também promove<br />

a economia sustentável. Fomos<br />

os primeiros a contribuir, com um<br />

depósito de 50 mil euros. Depois,<br />

compramos 200 mil bolsas produzidas<br />

na região que distribuímos<br />

promocionalmente com nossos<br />

produtos — recorda Cimmino.<br />

Segundo o empresário, a<br />

aproximação entre Brasil e Itália<br />

no setor têxtil poderia ser<br />

maior caso o país não estivesse<br />

fechado às importações. Ele diz<br />

que tem oferta de “produtos interessantes”<br />

ao mercado brasileiro.<br />

Ele observa, porém, que como<br />

“grande potência econômica”, o<br />

Brasil “não pode pensar apenas<br />

em continuar exportando”. Para<br />

No alto, sede da Yamamay cujo<br />

presidente, Luciano Cimmino,<br />

mostra carinho pelo Brasil<br />

Cimmino, a crise não afetou os<br />

negócios da Yamamay, muito pelo<br />

contrário:<br />

— Como a classe média estava<br />

tendo acesso a artigos considerados<br />

de luxo e nossos produtos<br />

são para a classe média, recuperamos<br />

nosso público. Trabalhamos<br />

a relação preço-qualidade<br />

— enfatiza, apontando a Grécia<br />

e a China como mercados importantes<br />

para a marca no exterior.<br />

A Yamamay soma uma rede<br />

com números expressivos: entre<br />

lojas e pontos de venda somente<br />

na Europa e na Itália são cerca<br />

de 530. A parceria com o Brasil<br />

resulta, segundo Cimmino, por<br />

índices como a venda de 300 mil<br />

biquínis por ano e uma produção<br />

que representa 15% do total<br />

de produtos comercializados pela<br />

empresa.<br />

— Os preços brasileiros não<br />

são tão baixos e a falta de uma<br />

entidade que regule a pequena<br />

produção às vezes atrapalha o<br />

comércio. No Sul, as coisas são<br />

mais profissionais, mas também<br />

compro de Fortaleza e Salvador,<br />

onde não existe quem intermedie<br />

a exportação.<br />

Freqüentador do São Paulo<br />

Fashion Week, uma das semanas<br />

de moda mais influente do país,<br />

Cimmino confessa gostar do trabalho<br />

do estilista Alexandre Herchcovitch.<br />

Para ele, o potencial<br />

a ser explorado aqui é a produção<br />

para o verão, “sempre criativa<br />

e colorida” porque os brasileiros<br />

“têm feeling para tudo que<br />

é ligado à praia”. Entre as nossas<br />

modelos, a que considera de<br />

beleza e profissionalismo “admiráveis”,<br />

com quem trabalhou, é<br />

Ana Beatriz Barros.<br />

Interessado no desenvolvimento<br />

brasileiro desde suas primeiras<br />

vindas ao país, ele assinala<br />

que nos idos dos anos 1980,<br />

quando a Itália já tinha desenvolvido<br />

sua indústria têxtil, via<br />

para sua nação o crescimento dos<br />

setores aeronáutico, químico e<br />

de informática, nos quais hoje o<br />

Brasil é quem tem destaque:<br />

— Vejo com admiração os aviões<br />

brasileiros da Embraer, a quarta<br />

maior empresa do setor que já<br />

forneceu aeronaves para a Alitalia.<br />

E também a indústria automotiva,<br />

com carros melhores que os<br />

europeus. Somente a China conseguiu<br />

se desenvolver mais durante<br />

o mesmo período. É por isso, que<br />

continuo a apostar no Brasil.<br />

16 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 17


affari<br />

Divulgação FAB<br />

Invasione<br />

all’<strong>italiana</strong><br />

Autorità e imprenditori italiani si giovano delle fiere realizzate in Brasile<br />

per esporre prodotti e concludere affari. In aprile un evento rivolto al<br />

settore della Difesa porta a Rio il sottosegretario Guido Crosetto<br />

Il Brasile, così come l’Italia,<br />

investe sempre di più nella<br />

realizzazione di fiere. E gli<br />

imprenditori italiani conoscono<br />

molto bene l’importanza di<br />

farsi presenti in questi eventi. In<br />

marzo rappresentanti dei settori<br />

di ceramica e calzature sono venuti<br />

in Brasile. Invece quelli che<br />

si occupano dell’area della difesa<br />

verranno qui questo mese per<br />

partecipare, dal 14 al 19 aprile,<br />

alla Feira Latino-Americana Aeroespacial<br />

e de Defesa (LAAD), a<br />

Rio de Janeiro. Per questo evento<br />

è attesa la presenza del sottosegretario<br />

alla Difesa italiano,<br />

Guido Crosetto.<br />

Dodici imprese italiane partecipano<br />

alla LAAD grazie ad<br />

un’azione congiunta dell’Istituto<br />

Italiano per il Commercio Estero<br />

(ICE), della Federazione Aziende<br />

Italiane per l’Aerospazio, la Difesa<br />

e la Sicurezza e della Direzione<br />

Nazionale degli Armamenti (DNA)<br />

del Ministero della Difesa.<br />

Durante la LAAD, che ha luogo<br />

ogni due anni, saranno presentati<br />

18 prototipi di un veicolo<br />

blindato per il trasporto di truppe.<br />

Si tratta dell’Urutu 3, derivato<br />

dal Centauro. Ordinati dal Ministério<br />

da Defesa brasiliano, sono<br />

creazioni della Iveco, che appartiene<br />

al Gruppo Fiat. La Iveco<br />

Sílvia So u z a<br />

in Italia presenta una divisione<br />

di veicoli propri per la difesa. Il<br />

Centauro è già stato testato, nel<br />

2001, dal Centro de Avaliações<br />

do Exército Brasileiro (CAEx), a<br />

Rio de Janeiro. Ci si aspetta che<br />

con i prototipi si dia inizio ad un<br />

ordinazione in serie.<br />

Ricercatore dell’area militare<br />

da più di 30 anni, il professor<br />

Expedito Carlos Stephani Bastos,<br />

della Universidade Federal di Juiz<br />

de Fora, informa che il Brasile<br />

avrebbe bisogno di un’armata di<br />

più di mille veicoli per rinnovarsi.<br />

Ma si specula che la partnership<br />

con la Iveco dovrà dare origine<br />

ad un acquisto di 200 mezzi.<br />

Nel mercato internazionale un<br />

blindato come quello voluto dal<br />

Brasile non costa meno di due<br />

milioni di dollari.<br />

Invece la Selex Communications,<br />

società del gruppo Finmeccanica,<br />

torna in Brasile un mese<br />

dopo aver realizzato un incontro<br />

di affari legato ad una gara che la<br />

Polícia Militar dello Stato di Minas<br />

Gerais sta preparando. La richiesta<br />

si riferisce al rifornimento di<br />

un sistema di telecomunicazioni<br />

del costo di 80 milioni di dollari.<br />

A sua volta la Finmeccanica,<br />

in collaborazione con la Fincantieri,<br />

si interessa soprattutto al<br />

settore navale. Ci sono opportunità<br />

di affari con la Marinha Brasileira<br />

per la costruzione di fregate<br />

e navi pattuglia. Inoltre ci<br />

sono possibilità di partecipare ai<br />

programmi di produzione di nuove<br />

navi cisterna messo in pratica<br />

dalla Petrobras.<br />

Secondo l’ICE, per corrispondere<br />

alla domanda del mercato<br />

internazionale l’industria <strong>italiana</strong><br />

ha concentrato le sue attività<br />

in aree tecnologiche specifiche,<br />

dando opportunità alle piccole,<br />

medie e grandi imprese per migliorare<br />

le loro competenze, specialmente<br />

nei settori di sottosistemi<br />

e macchinari. In questo<br />

caso sono da mettere in risalto le<br />

aree legate agli elicotteri e alla<br />

produzione di sistemi elettronici<br />

di difesa e sicurezza (sistemi radar,<br />

controllo dello spazio aereo<br />

e comunicazioni). Questo settore<br />

industriale italiano nel 2008 ha<br />

raggiunto un fatturato di 12 miliardi<br />

di euro e ha dato impiego a<br />

64mila persone.<br />

— Le aziende italiane vogliono<br />

trasformare il paese in una<br />

base di esportazione verso l’America<br />

Latina, e il Brasile è un partner<br />

importante nell’area della cooperazione<br />

tecnica e scientifica<br />

— afferma il direttore dell’ICE,<br />

Giovanni Sacchi.<br />

Ceramica<br />

Tenendo d’occhio le migliori opportunità<br />

di rivestimenti di ambienti,<br />

dieci tra le più rappresentative<br />

imprese italiane nel settore<br />

hanno occupato un padiglione<br />

alla Feira Internacional de Revestimentos<br />

(Revestir 2009), che<br />

ha avuto luogo a São Paulo dal<br />

24 al 27 marzo. Hanno presentato<br />

le loro novità in un’area di<br />

395m², la più grande destinata<br />

ad un padiglione straniero, vincolati<br />

all’Associazione Costruttori<br />

italiani Macchine e Attrezzature<br />

per Ceramica (Acimac). E hanno<br />

anche potuto divulgare la loro<br />

ottima posizione nel mercato<br />

presentando il Fórum Internacional<br />

Tecnológico Tecnargilla Brasil,<br />

che ha questo nome in riferimento<br />

alla biennale di Rimini.<br />

— La partecipazione della<br />

Acimac nella Revestir 2009 vuole<br />

mostrare l’eccellenza <strong>italiana</strong> in<br />

macchine e attrezzature per l’industria<br />

ceramica e rafforzare i legami<br />

storici e di partnership tra i<br />

rifornitori italiani e gli imprenditori<br />

brasiliani — dichiara il presidente<br />

dell’Associazione, Pietro<br />

Cassani — Siamo i primi rifornitori<br />

del Brasile nel settore di<br />

macchinari per la fabbricazione<br />

di prodotti in ceramica, con circa<br />

il 24% delle importazioni che,<br />

nel 2008, hanno superato la cifra<br />

di 156 milioni di euro.<br />

L’Italia è orgogliosa di essere<br />

il maggior paese fabbricante<br />

di ceramiche nel mondo<br />

e il primo maggior<br />

produttore<br />

e esportatore di<br />

attrezzature per<br />

il segmento. Questa industria ha<br />

avuto un fatturato, nel 2008, di<br />

2 miliardi di euro, di cui il 71,5%<br />

in affari conclusi all’estero. L’Europa<br />

ne è il principale mercato<br />

acquirente con il 40%, seguita<br />

dall’Asia (31,8%) e dalle Americhe<br />

(17,2%).<br />

Il Fórum Tecnargilla ha dato<br />

agli italiani l’opportunità di presentare<br />

i quattro segmenti che<br />

hanno avuto più enfasi nell’ultima<br />

edizione del Tecnargilla di Rimini.<br />

Sono stati affrontati temi come<br />

quello dell’arredamento, della sostenibilità<br />

e del futuro dell’industria<br />

ceramica, oltre a lavori digitali<br />

e all’uso del porcellanato.<br />

— Vogliamo rafforzare la presenza<br />

delle imprese italiane nel<br />

mercato brasiliano con la meta<br />

di consolidare futuri accordi<br />

commerciali e joint-ventures —<br />

spiega Sacchi.<br />

Calzature e Cuoio<br />

Anche l’Associazione nazionale<br />

costruttori macchine ed accessori<br />

per calzature, pelletteria e<br />

conceria (Assomac) ha inviato,<br />

in marzo, una gruppo rappresentativo<br />

interessata ad espandersi<br />

in Brasile. Sette fabbricanti<br />

italiani (Nexus, S.C Meccaniche,<br />

Construzioni Meccaniche Persico,<br />

Equitan, Geokem, Sta/Poletto<br />

e Vallero) hanno partecipato<br />

alla Feira Internacional de Couros,<br />

Químicos, Componentes e<br />

Acessórios, Equipamentos<br />

e Máquinas para Calçados<br />

e Curtumes, a Novo<br />

Hamburgo, nel Rio Grande<br />

do Sul.<br />

Imprese italiane concludono affari con la Força Aérea Brasileira. La Avio Propulsione<br />

ha firmato un contratto per la manutenzione di motori di aerei modello AMX<br />

Leader mondiale nel settore<br />

di macchinari per calzature, prodotti<br />

in cuoio e accessori, l’Italia<br />

fabbrica più del 50% del totale<br />

di macchinari del mondo e presenta<br />

circa 370 piccole e medie<br />

imprese. Principale rifornitore<br />

del Brasile, l’Italia ha esportato<br />

nel nostro territorio l’equivalente<br />

a 19,8 milioni di dollari nel<br />

2008. Ma i mercati principali per<br />

questa produzione includono anche<br />

Cina, Turchia, India, Romania,<br />

Spagna e Tunisia.<br />

La maggior parte delle aziende<br />

produttrici di macchinari per<br />

calzature e prodotti in cuoio si<br />

trova in Lombardia, specialmente<br />

a Vigevano, ma ci sono altri<br />

poli produttori in Toscana. Le<br />

Divulgação ICE<br />

Macchinari italiani per rivestimento:<br />

industria ha messo in movimento 2<br />

miliardi di euro nel 2008<br />

Divulgação FAB<br />

aziende produttrici di macchinari<br />

e attrezzature per calzature<br />

sportive si trovano nel Veneto,<br />

nella provincia di Padova, e a<br />

Varese, in Lombardia.<br />

L’Italia è leader anche nel<br />

settore di macchinari per conceria,<br />

con più di due terzi della<br />

produzione mondiale Made<br />

in Italy. Sono circa 80 aziende<br />

situate specialmente in Toscana,<br />

Veneto, Lombardia, Piemonte<br />

e Campania. Questo settore<br />

esporta la maggior parte della<br />

sua produzione verso questi paesi:<br />

Cina, Brasile, India, Turchia<br />

e Argentina.<br />

Sicura del fatto che questo<br />

potenziale non può essere sprecato,<br />

la Assomac già promuove<br />

in Brasile workshop, conferenze<br />

tecniche e training, offrendo<br />

supporto e collaborando allo<br />

sviluppo del settore nel paese.<br />

Inoltre organizza in Italia vari<br />

eventi per ricevere i partner da<br />

tutto il mondo.<br />

I prossimi sono già organizzati:<br />

saranno la Simac e la Tanning<br />

Tech, due fiere che hanno<br />

luogo in ottobre in simultanea<br />

con l’edizione autunnale della Lineapelle<br />

– mostra internazionale<br />

per produttori di pelle, accessori<br />

e componenti, materiali sintetici,<br />

tessuti industriali e modelli<br />

di calzature – che avrà luogo nel<br />

Bologna Fair-Ground.<br />

18 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 19


negócios<br />

affari<br />

Oportunidades<br />

em exposição<br />

Comitiva lombarda do setor de feiras visita o Brasil<br />

Feiras de exposições proporcionam<br />

a grandes, pequenas<br />

e médias empresas<br />

um contato direto com seu<br />

público alvo e a consolidação de<br />

vantajosos negócios. Neste segmento,<br />

a Itália é uma referência<br />

mundial. E, a região da Lombardia,<br />

localizada ao norte do país,<br />

é o berço desta atividade. Isso se<br />

deve, entre outros fatores, por<br />

ela ser a mais industrializada, dinâmica<br />

e competitiva. Já no Brasil,<br />

a realização de feiras quadruplicou<br />

nos últimos 16 anos.<br />

Este cenário incentivou o<br />

Governo da Regione Lombardia,<br />

através de parceria com a Promos<br />

Milão, a visitar importantes centros<br />

e colaboradores em potencial<br />

para promover o projeto Showcasing<br />

Lombardia. A comitiva chegou<br />

à cidade do Rio de Janeiro<br />

no último dia 23, onde se reuniu<br />

com empresários e visitou, entre<br />

outros locais, a Federação das<br />

Indústrias do Estado e a Câmara<br />

Ítalo-Brasileira de Comércio. À<br />

noite, eles se reuniram no hotel<br />

Copacabana Palace para divulgar<br />

a capacidade econômica da Lombardia,<br />

a partir da realização de<br />

feiras em diversos setores. O foco<br />

da missão é incentivar contatos<br />

entre profissionais de eventos<br />

e representantes institucionais<br />

lombardos, com brasileiros.<br />

Durante o encontro, o diretor<br />

geral do Conselho Regional para<br />

Comércio, Feiras e Mercados, Ferdinando<br />

Castaldo, explicou que a<br />

Lombardia possui um sistema vanguardista.<br />

Nele, o governo sustenta<br />

as feiras como forma de promover<br />

a competitividade e a inovação<br />

e de melhorar os serviços.<br />

— Nosso governo é consciente<br />

de que o sistema feirístico é a<br />

vitrine da produção. Os empresários<br />

sabem disso e dedicam em<br />

média 30% do orçamento para<br />

feiras. Eles as consideram tão<br />

fundamentais que nem a crise<br />

mundial diminuiu esse percentual<br />

– afirma Cataldo.<br />

À frente do grupo italiano, o<br />

secretário de Comércio, Feiras e<br />

Mercados da Região da Lombardia,<br />

Franco Finato, destacou que a<br />

visita traz grandes possibilidades<br />

para a realização de negócios para<br />

a EXPO Mundial de 2015. O evento<br />

acontecerá em Milão, cidade que<br />

possui um dos maiores e mais modernos<br />

centros de exposições, com<br />

uma área total de 500 mil metros<br />

He da Wenzel<br />

quadrados, e estará na agenda de<br />

empresários interessados nas atividades<br />

mais importantes para a<br />

economia, o desenvolvimento e o<br />

futuro do planeta.<br />

Mas o estreitamento entre<br />

as relações do Estado do Rio e a<br />

Lombardia não começou agora.<br />

Teve início em 2007, durante uma<br />

visita do governador Sérgio Cabral<br />

a Roma, Milão e cidades lombardas.<br />

De acordo com o diretor<br />

superintendente do Sebrae/RJ,<br />

Sergio Malta, a viagem criou uma<br />

via de mão dupla entre ambos e<br />

abriu o mercado de importação e<br />

exportação de forma cooperada.<br />

Para a subsecretária de Comércio<br />

e Serviços do Rio, Dulce<br />

Ângela Procópio de Carvalho, a<br />

visita da comitiva <strong>italiana</strong> é a<br />

consolidação de uma relação iniciada<br />

pelo governador.<br />

— Ele nos deu instruções<br />

para reforçar parcerias com a<br />

Promos, pela grande experiência<br />

deles com pequenas e médias empresas,<br />

o que tem sido feito com<br />

bons resultados — anima-se Ângela.<br />

Ela destaca a parceria entre<br />

o Rio e a Lombardia na participação,<br />

de forma concomitante, do<br />

Salão Internazionale del Móbile,<br />

que será realizado entre os dias<br />

22 e 27/04 em Milão, e da Rio<br />

+ Design, liderada também pela<br />

Promos Milão e pelo Sebrae/RJ.<br />

O secretário Franco Finato<br />

anunciou que durante a visita à<br />

capital carioca foram firmados<br />

alguns contratos e acredita que<br />

isso vai ocorrer em maior escala.<br />

— Rio e Lombardia são regiões<br />

complementares. Possuímos<br />

tradição na realização de feiras,<br />

estamos bem localizados geograficamente,<br />

somos famosos pelo<br />

design, pela produção de móveis,<br />

mármore e granito e considerados<br />

o coração da moda. Podemos<br />

ser a melhor opção para entrar<br />

no mercado europeu. Já no Rio,<br />

os empresários são jovens, dinâmicos<br />

e criativos e a relação da<br />

cidade com a moda nos aproxima<br />

muito — afirma Finato.<br />

Em relação à crise, Finato diz<br />

que ela surpreendeu pela importância<br />

que adquiriu, mas também<br />

demonstrou o perigo de construir<br />

uma economia com base nas finanças.<br />

Ele reforçou os aspectos<br />

positivos do momento vivido que<br />

quase nunca são explorados.<br />

— A crise nos obriga a colocar<br />

os pés no chão e a pensar<br />

no essencial. Também nos mostra<br />

que o mercado não é a solução<br />

de todo o problema e que<br />

precisa ser controlado. Ela nos<br />

incentiva a amar o próprio trabalho.<br />

Um trabalho que produz,<br />

traz resultados e não só financeiro.<br />

De um lado existe o medo<br />

e do outro, oportunidades de<br />

crescimento. Devemos agir. Acho<br />

que o Brasil e a Lombardia têm<br />

uma grande força para sair logo<br />

e melhor do que antes dessa crise<br />

— analisa antes de partir para<br />

São Paulo.<br />

Fotos: João Carnavos<br />

Chi semina raccoglie<br />

Toscana manda in Brasile missione imprenditoriale interessata alle opportunità di affari con Rio de Janeiro<br />

La Toscana e lo stato di Rio<br />

de Janeiro sono diventati<br />

praticamente amici d’infanzia.<br />

Dalla visita di una delegazione<br />

di quella regione <strong>italiana</strong><br />

alla Città Meravigliosa potrebbe<br />

venire fuori perfino un gemellaggio.<br />

Al centro di questo futuro<br />

trattato di fratellanza ci sono il<br />

porto toscano di Livorno e i porti<br />

di Rio localizzati ad Açu e Sepetiba.<br />

Tutto questo grazie a ortaggi<br />

e verdure prodotti nello stato<br />

fluminense, che sono importanti<br />

prodotti importati dalla Toscana.<br />

Secondo il vice presidente<br />

della Câmara Ítalo-Brasileira do<br />

Rio, Tarcisio Neviani, il gemellaggio<br />

sarebbe “un importante<br />

legame per la distribuzione di<br />

frutta e verdura, oltre ai minerali<br />

e all’acciaio fluminensi”.<br />

La missione toscana è arrivata<br />

a Rio basandosi sui numeri.<br />

L’Italia è passata dal 10º (posizione<br />

nel 2007) al 9° posto nella<br />

lista di quelli che esportano a<br />

Rio, dove sono stati venduti più<br />

di 331,7 milioni di dollari di merci.<br />

I dati sono dell’Istituto Italiano<br />

per il Commercio Estero (ICE),<br />

che ha organizzato la venuta di<br />

cinque aziende e rappresentanti<br />

del governo toscano per la missione<br />

di tre giorni nello stato di<br />

Rio. Gli incontri affaristici hanno<br />

anche contato sull’appoggio<br />

della Federação das Indústrias do<br />

Estado do Rio de Janeiro (Firjan)<br />

e della segreteria di stato di Desenvolvimento<br />

Econômico, Energia,<br />

Indústria e Serviços.<br />

— I campi di cooperazione<br />

tra Toscana e Rio sono molteplici:<br />

turismo, sistemi di gestione,<br />

agriturismi e manifatture.<br />

L’economia toscana è di trasformazione,<br />

ha bisogno di materia<br />

prima e Rio potrebbe essere un<br />

buon rifornitore. Abbiamo anche<br />

una forte tradizione di sistemi<br />

meccanici, di moda e accessori.<br />

Così questa collaborazione può<br />

includere altri settori e, da un<br />

altro punto di vista, la trasmissione<br />

di saperi nell’industria del<br />

marmo, nelle attività di estrazione.<br />

E poi vengono frutta e<br />

verdura, altrettanto importanti<br />

perché ne siamo grandi importatori,<br />

che arrivano al porto di Livorno<br />

— dice Ambrogio Brenna,<br />

assessore della presidenza della<br />

Regione Toscana.<br />

La sicurezza di far investire a<br />

Rio gli imprenditori italiani si è<br />

basata su statistiche commerciali,<br />

come la crescita annuale del<br />

5% del PIL brasiliano dal 2004 al<br />

2008 e la creazione di 15 milioni<br />

di posti di lavoro. Secondo il vice<br />

direttore dell’ICE, Gianni Loretti,<br />

il fatto che il Brasile sia passato<br />

da debitore a creditore gli attribuisce<br />

caratteristiche che attraggono<br />

gli sguardi internazionali:<br />

Ambrogio Brenna<br />

— Malgrado l’annuncio della<br />

crisi il governo federale ha aumentato<br />

il PAC (Programa de Aceleração<br />

do Crescimento), investendo<br />

nei denominati ceti bassi, che<br />

con il maggiore potere d’acquisto<br />

costituiscono nuovi mercati. Senza<br />

parlare del fatto che dobbiamo<br />

guardare al futuro e i Mondiali del<br />

2014, che saranno realizzati qui,<br />

sicuramente daranno impulso ad<br />

un nuovo sviluppo.<br />

Le imprese toscane venute a<br />

Rio rappresentano l’area dei cantieri<br />

navali sportivi; dell’industria<br />

di confezioni infantili femminili;<br />

di ingegneria e costruzione mirate<br />

a complessi ospedalieri e strumenti<br />

medici; dell’attività portuale<br />

e di floricultura. Quest’ultima,<br />

secondo il sottosegretario di<br />

Desenvolvimento do Estado, Dulce<br />

Ângela de Carvalho, è un ramo<br />

in costante espansione.<br />

Sílvia So u z a<br />

— Abbiamo preso i primi<br />

contatti con la Toscana durante<br />

la missione governativa del settembre<br />

2007 e dopo siamo già<br />

stati a Roma per presentare le<br />

nostre pietre ornamentali. Spero<br />

molto che da questo incontro<br />

qui a Rio nasca un accordo con i<br />

produttori di fiori e siamo sulla<br />

strada giusta, che è quella di riunire<br />

e scommettere sui piccoli e<br />

medi imprenditori. Credo che da<br />

questo gruppo nascerà una risposta<br />

alla crisi, visto che per loro<br />

importa di più lo sviluppo umano<br />

che il capitale finanziario —<br />

commenta il sottosegretario.<br />

Secondo Dulce Ângela de Carvalho<br />

altri prodotti che farebbero<br />

parte del pacchetto di intenzioni<br />

per accordi sono la rete ferroviaria,<br />

lo studio e l’applicazione di<br />

tecniche di sostenibilità e il turismo.<br />

Anche se non c’è una scadenza<br />

stipulata per la messa in<br />

pratica o la durata degli affari, la<br />

Toscana manderà a Rio, entro la<br />

fine dell’anno, piccoli e medi imprenditori<br />

per parlare con i colleghi<br />

dello stato brasiliano:<br />

— È risaputo che nei grandi<br />

centri questo tema è già stato<br />

risolto, ma quando parliamo<br />

dell’interno notiamo che sia noi<br />

che la regione <strong>italiana</strong> abbiamo<br />

le stesse difficoltà. Vogliamo fare<br />

un interscambio di esperienze e<br />

il Sebrae farà questo ponte.<br />

Fotos: João Carnavos<br />

20 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 21


política<br />

política<br />

O<br />

mês de março acabou e<br />

o “caso” Cesare Battisti<br />

ainda não chegou ao fim,<br />

ainda à espera de uma<br />

decisão do Supremo Tribunal Federal.<br />

A novidade, agora, é que<br />

outro italiano preso no Brasil e<br />

que a Itália também quer que seja<br />

extraditado, pode vir a receber<br />

o mesmo benefício que Battisti.<br />

Quem antecipou essa possível<br />

“sentença” foi outra vez o<br />

ministro da Justiça, Tarso Genro,<br />

que concedeu refúgio político a<br />

Battisti e abriu uma crise diplomática<br />

entre Brasil e Itália, no<br />

início do ano.<br />

— Se o caso de Pierluigi Bragaglia<br />

chegar ao ministério da<br />

Justiça e as condições forem semelhantes<br />

ao de Battisti, concederei<br />

o refúgio. É uma postura de<br />

Estado — afirmou Genro no início<br />

de março, durante uma audiência<br />

pública no Senado, sobre o<br />

caso Battisti.<br />

Assim, o ministro “jogou aos<br />

leões” o romano Bragaglia, de 49<br />

anos, condenado a 12 anos de<br />

prisão na Itália por subversão,<br />

assalto, roubo a bancos e associação<br />

ao grupo fascista Núcleos<br />

Armados Revolucionários (NAR).<br />

Ele foi preso pela Polícia Federal<br />

em julho do ano passado em<br />

Ilhabela (SP). Graças a uma identidade<br />

falsa, Bragaglia vivia tranquilamente<br />

no país, além de ser<br />

proprietário de uma pousada e<br />

uma distribuidora de bebidas na<br />

ilha onde morava.<br />

Preso em uma cela na sede da<br />

Polícia Federal de São Paulo, Bragaglia,<br />

agora, teme que o caso<br />

Battisti influencie o seu processo.<br />

Imediatamente após a declaração<br />

do ministro, ele tratou de<br />

informar, por intermédio de seus<br />

advogados, que não pretende<br />

pedir asilo ao Brasil. Isso porque<br />

sua estratégia de defesa é alegar<br />

que seus crimes já prescreveram.<br />

O governo italiano solicitou a<br />

extradição de Bragaglia com base<br />

nos mesmos argumentos usados<br />

para pedir a de Battisti: que<br />

se trata de um criminoso político,<br />

julgado e condenado em seu<br />

Mais um<br />

Além de Battisti, Itália quer a extradição<br />

de outro italiano preso no Brasil<br />

Pierluigi Bragaglia<br />

Nay r a Garofle<br />

país, que deve voltar para pagar<br />

sua pena. O NAR ao qual Bragaglia<br />

integrou é o mais radical grupo<br />

da extrema direita que atuou<br />

na Itália entre 1977 e 1981, tendo<br />

como inspiração o criador do<br />

fascismo, Benito Mussolini.<br />

— Do ponto de vista técnico,<br />

o refúgio não interessa. Se<br />

eu pedir o refúgio, abro uma<br />

grande batalha com a opinião<br />

pública sobre o caso. Quero apenas<br />

que o caso seja tratado tecnicamente<br />

pelo STF — explica o<br />

advogado do italiano, Antônio<br />

Roberto Barbosa.<br />

Coincidentemente, a defesa<br />

de Battisti passou a defender<br />

também a tese da prescrição dos<br />

seus crimes. Como no Brasil o<br />

prazo máximo para a prescrição<br />

de um crime é de 20 anos, Luiz<br />

Eduardo Greenhalgh, um dos advogados<br />

de Battisti, argumentou<br />

junto ao STF que os crimes<br />

de Battisti prescreveram em 13<br />

de dezembro de 2008, 20 anos<br />

após a primeira decisão judicial<br />

que condenou o italiano à prisão<br />

perpétua.<br />

Porém, o procurador-geral da<br />

República Antonio Fernando de<br />

Souza e o advogado que defende<br />

o governo italiano, Nabor Bulhões,<br />

rebateram essa tese. Para<br />

ambos, o prazo começa a contar<br />

a partir da data em que os processos<br />

foram julgados em última<br />

instância ou seja, 8 de abril de<br />

1991 e 10 de abril de 1993. Battisti<br />

continua preso no Complexo<br />

Penitenciário da Papuda, em Brasília,<br />

a espera do julgamento do<br />

STF. Para a agência <strong>italiana</strong> Ansa,<br />

o ministro das Relações Exteriores<br />

da Itália, Franco Frattini, afirmou<br />

que o STF tomará sua decisão<br />

“antes do fim de abril”.<br />

italiano de Roma nasceu rico. Muito jovem,<br />

O abraçou a militância política. Em seu interrogatório,<br />

o ex-militante neofascista confirmou a<br />

participação nos assaltos ao Banco di Roma e à Embaixada<br />

da Arábia Saudita. Entretanto, negou que<br />

estivesse presente à ação que matou dois carabinieri<br />

em Roma, em 1981, conforme acusação da Interpol.<br />

Em 1982, fugiu para a Venezuela depois que o<br />

governo de seu país começou a ‘caçar’ terroristas.<br />

Ao descobrir que estava sendo monitorado pelo serviço secreto italiano, fugiu para o Brasil. Desembarcou<br />

em São Paulo sob a identidade de Paolo Luigi Rossini Lugo, um venezuelano. Por conta disso,<br />

o italiano responde a processo no Brasil por falsidade ideológica e pode ser deportado. Porém,<br />

segundo o ministério da Justiça a deportação não é automática. Em fevereiro passado, o ministro<br />

do STF, Antonio Cezar Peluso, que também decidirá sobre o caso Battisti, pediu mais informações<br />

sobre Bragaglia ao governo da Itália.<br />

Pianista, não<br />

Câmara <strong>italiana</strong> inaugura novo sistema de<br />

votação para evitar fraudes entre deputados<br />

Em época de crise econômica<br />

o governo italiano investiu<br />

500 mil euros para tentar<br />

acabar com uma má prática<br />

entre parlamentares. Há tempos,<br />

políticos são flagrados votando no<br />

lugar de algum colega, o que gerou<br />

a expressão “voto pianista”. O atual<br />

presidente da Câmara dos Deputados,<br />

Gianfranco Fini, prometeu<br />

que acabaria com essa situação.<br />

Assim, no mês passado, entrou<br />

em funcionamento na Câmara<br />

um novo sistema de votação que,<br />

seria à prova de falsificações. Isso<br />

porque, para funcionar, exige a<br />

identificação do parlamentar pela<br />

sua impressão digital.<br />

Essas características pessoais<br />

e intransferíveis são inseridas no<br />

chip do cartão de identificação do<br />

parlamentar. Para votar, cada deputado<br />

deverá introduzir o cartão<br />

e <strong>faz</strong>er o reconhecimento da impressão<br />

digital. A inauguração do<br />

novo sistema aconteceu dia 18,<br />

quando os deputados apreciaram<br />

uma moção de Matteo Mecacci<br />

(Pd) a respeito dos direitos humanos<br />

no Tibete.<br />

Fini, quando apresentou o<br />

novo método de voto, disse que<br />

“seria melhor se não existisse”,<br />

mas que para conter “o mau costume<br />

de um comportamento que<br />

chegou ao extremo e gerou tanta<br />

polêmica”, era “justo” encontrar<br />

uma solução.<br />

Logo no primeiro momento, a<br />

maioria dos parlamentares tirou<br />

Ja n a í n a Cesar<br />

Correspondente • Treviso<br />

a impressão digital, em clara demonstração<br />

de adesão à novidade.<br />

Para Marco Milanese (Pdl), o<br />

novo sistema é uma oportunidade<br />

para os parlamentares “trabalharem<br />

melhor”. Seu colega Massimo<br />

Pompili (Pd) concorda. Segundo<br />

ele, “o voto pianista sempre<br />

foi um problema”:<br />

— O deputado deve ser o primeiro<br />

a dar o exemplo. Acho que<br />

esse é um sistema válido. Espero<br />

que seja adotado também pelo<br />

Senado.<br />

Para os que reclamam dos gastos<br />

com a implantação do novo método<br />

de voto, o deputado Roberto<br />

Rosso (Pdl) é econômico. Diz que<br />

esse tipo de crítica é uma “estupidez”<br />

porque, com o passar do tempo,<br />

o montante investido é “amortizado”<br />

e se torna um ganho.<br />

— Pense na velocidade de<br />

votação, no tempo que ganharemos<br />

e em quanto ganhará a sociedade<br />

— afirma Rosso.<br />

Há, porém, um grupo de 19<br />

deputados ainda contrários ao<br />

novo sistema como, por exemplo,<br />

Matteo Brigandi e Matteo Salvini,<br />

ambos da Lega Nord; o secretário<br />

Francesco Nucara, do Partido Republicano<br />

Italiano e Elio Belcastro,<br />

do Movimento pela Autonomia,<br />

para citar parlamentares que<br />

fizeram questão de deixar essa<br />

opinião bem clara. Eles poderão<br />

votar utilizando o velho sistema,<br />

Flagrantes de “pianistas” em ação<br />

mas terão seus nomes publicados<br />

nas atas. Michele Pisacane (Udc)<br />

até já tirou sua impressão digital<br />

para registrar no cartão, mas se<br />

posicionou contra o novo sistema<br />

de votação:<br />

— Para mim é uma humilhação<br />

ter que tirar impressão digital<br />

para votar. Quem tira impressão<br />

é porque vai preso. É uma<br />

vergonha nos obrigar a <strong>faz</strong>er o<br />

mesmo — protesta.<br />

O antigo sistema de voto eletrônico<br />

entrou em vigor em 1988.<br />

Foi a partir de 1990 que a mídia<br />

começou a publicar notícias e a<br />

transmitir imagens de deputados<br />

que votavam no lugar de outros.<br />

Há “pianistas” de todas as colorações<br />

políticas. Paolo Corsini (Dc)<br />

e Dino Sospiri (An) foram expulsos<br />

de uma sessão quando o presidente<br />

da câmera era Luciano Violante.<br />

Pier Ferdinando Casini, em<br />

seu turno na presidência, expulsou<br />

Denis Verdini, hoje coordenador de<br />

Força Itália. Na atual legislatura,<br />

antes da implementação do novo<br />

sistema, foram pegas em flagrante<br />

“tocando piano” as deputadas Carolina<br />

Lussana (Lega), Alessandra<br />

Mussolini (An) e Livia Turco (Pd).<br />

Já no terceiro dia de votação<br />

com o novo sistema, os deputados<br />

Guido Dussin (Lega) e Carmelo<br />

Lomonte (Mpa) foram descobertos<br />

votando no lugar de seus<br />

respectivos colegas de grupo,<br />

Matteo Salvini e Elio Belcastro.<br />

Para eles, Fini mandou o seguinte<br />

recado, via TV, ao participar de<br />

um dos programas líderes de audiência<br />

do país, o Porta a Porta:<br />

— Existem regras. Para os<br />

que se acham espertos, também<br />

existem punições.<br />

22 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 23


política<br />

politica<br />

L’ABC dell’immigrazione<br />

Parlamento italiano dibatte disegno di legge per rendere obbligatorio<br />

l’insegnamento che riguarda la presenza <strong>italiana</strong> nel mondo<br />

Primeiro round<br />

Senado aprova projeto de lei que proíbe eutanásia na Itália<br />

O<br />

Senado italiano aprovou,<br />

mês passado, o projeto<br />

de lei do senador Raffaele<br />

Calabrò (Pdl) que define<br />

regras sobre o testamento biológico.<br />

Foram 150 votos a favor,<br />

123 contra e 3 abstenções. Agora,<br />

o texto segue para discussão<br />

na Câmara dos Deputados.<br />

O projeto aprovado pelo Senado<br />

proíbe “qualquer forma de<br />

eutanásia, de assistência e ajuda<br />

ao suicídio”. Além disso, define a<br />

alimentação artificial como “forma<br />

de sustento vital”. Na prática,<br />

isso impede a um paciente em<br />

estado vegetativo irreversível de<br />

ter os aparelhos desligados, mesmo<br />

que ele tenha declarado em<br />

vida ser contrário a algum tipo<br />

de tratamento artificial.<br />

Um pouco antes da votação,<br />

o presidente do Senado, Renato<br />

Schifani, (Pdl), exaltou “a franqueza<br />

e a coragem dos senadores<br />

em tratar temas sobre os quais o<br />

único guia foi, como deve ser, a<br />

consciência individual”. Na conclusão<br />

dos votos, Maurizio Gasparri,<br />

líder do Pdl no Senado, disse que<br />

a casa “escolheu a vida, votando<br />

contra a morte e a eutanásia”.<br />

O projeto foi aprovado, mas a<br />

polêmica está longe de terminar.<br />

Ja n a í n a Cesar<br />

Correspondente • Treviso<br />

Raffaele Calabrò<br />

Em meio a protestos de vários senadores<br />

que se posicionaram contra<br />

o texto de Calabrò, causou surpresa<br />

a manifestação do presidente<br />

da Câmara dos Deputados, Gianfranco<br />

Fini. Ele “observou” que a<br />

lei aprovada pelo Senado <strong>faz</strong>ia parte<br />

de um “Estado ético e não laico”.<br />

Segundo Fini, “o Estado deveria<br />

garantir a separação da esfera<br />

institucional daquela religiosa”.<br />

Muitos políticos interpretaram<br />

as declarações de Fini como<br />

uma sinalização de que o texto<br />

de Calabrò pode vir a ser alterado<br />

na Câmara, apesar do governo ter<br />

maioria na casa. Esse projeto de<br />

lei foi criado por vontade do primeiro-ministro<br />

Silvio Berlusconi,<br />

depois da morte de Eluana Englaro<br />

que ficou 17 anos em estado vegetativo.<br />

Ela morreu no último dia<br />

9 de fevereiro, após três dias sem<br />

receber comida e hidratação. A família<br />

da moça ganhara na Justiça<br />

o direito de deixá-la morrer.<br />

Mais surpresa, ainda causou<br />

uma entrevista dada ao jornal<br />

L’Unità pelo senador Marcello<br />

Pera, amigo do Papa Bento 16.<br />

À publicação, disse que “após a<br />

votação, o Senado estava em estado<br />

de choque porque muitos tinham<br />

a consciência de ter votado<br />

uma lei que não é boa”.<br />

— Agora, temos que repensar<br />

com calma nas mudanças que<br />

poderão ser aprovadas. Acho que<br />

a Câmera fará uma profunda revisão<br />

no texto — afirmou Pera na<br />

entrevista.<br />

Para tentar barrar a lei aprovada<br />

pelo Senado, o partido Itália<br />

de Valor (Idv) de Antonio Di<br />

Pietro, começou uma mobilização<br />

para a realização de um referendo.<br />

A própria vice-presidente<br />

do Senado, Emma Bonino<br />

(PD), já fala em desobediência<br />

civil. Segundo uma pesquisa realizada<br />

pelo jornal La Repubblica,<br />

78% dos italianos são contrários<br />

ao projeto de Calabrò. A mesma<br />

pesquisa indica que os italianos<br />

defendem a votação de uma lei<br />

sobre testamento biológico, mas<br />

que permita a autodeterminação<br />

do individuo, isto é, que respeite<br />

a sua vontade mesmo encontrando-se<br />

em estado vegetativo.<br />

Para Beppino Englaro, pai de<br />

Eluana, a lei aprovada “é um ato<br />

discriminatório, paradoxal e sem<br />

nenhum sentido”.<br />

Em resposta às críticas, o senador<br />

Maurizio Gasparri, disse<br />

que durante as discussões na Câmara<br />

será possível mudar um parágrafo<br />

da lei, “mas sem alterar<br />

o seu princípio”. Ele acusa a esquerda<br />

de “querer abrir uma porta<br />

à eutanásia”.<br />

Studiare l’immigrazione <strong>italiana</strong><br />

potrà diventare obbligatorio<br />

nelle scuole italiane.<br />

È ciò che prevede il<br />

disegno di legge n. 2207 presentato<br />

al Parlamento dal deputato<br />

Fabio Porta (PD), rappresentante<br />

degli italiani residenti all’estero<br />

nella circoscrizione America Latina.<br />

Intitolato “Norme per il sostegno<br />

e la diffusione della memoria<br />

dell’emigrazione <strong>italiana</strong>”,<br />

il disegno mira a salvaguardare la<br />

storia dell’immigrazione <strong>italiana</strong>.<br />

— L’Italia di oggi corre il rischio<br />

di perdere la memoria di<br />

coloro che hanno rappresentato<br />

l’enorme flusso di italiani emigrati<br />

in tutti i continenti durante un<br />

secolo — afferma il deputato.<br />

Secondo Porta, durante il suo<br />

primo anno come parlamentare si<br />

è convinto di che parte dei problemi<br />

degli italiani deriva dalla scarsità<br />

di conoscenze del fenomeno<br />

emigratorio. Tanto è che l’obiettivo<br />

del disegno di legge è quello di<br />

recuperare la storia che gli italiani<br />

non conoscono e, così, “aiutare<br />

l’Italia a valorizzare questo enorme<br />

potenziale di relazioni sociali,<br />

culturali, istituzionali ed economiche<br />

ancora sottovalutate”.<br />

— Nel caso del Brasile questo<br />

è ancora più evidente. Gli italiani<br />

non hanno la minima idea<br />

della grande penetrazione della<br />

comunità <strong>italiana</strong> in Brasile, non<br />

solo nella storia, ma anche nei<br />

processi culturali ed economici.<br />

L’obiettivo del disegno di legge è<br />

maturare, per mezzo della scuola,<br />

questa sensibilità e anche aiutare<br />

l’Italia a recuperare una cultura<br />

di accoglienza di tanti immigranti<br />

stranieri partendo dal recupero<br />

della memoria storica della<br />

nostra emigrazione — spiega.<br />

Secondo il deputato il disegno<br />

di legge prevede un insegnamento<br />

di tipo multidisciplinare. Rimarrà a<br />

carico del ministero dell’Istruzione<br />

trasmettere alle istituzioni di insegnamento<br />

italiane le sue linee generali.<br />

È multidisciplinare, continua,<br />

perché l’emigrazione coinvolge<br />

questioni legate non solo alla<br />

storia, ma anche a geografia, musica,<br />

letteratura ed economia.<br />

Nel testo del disegno di legge<br />

viene messa in risalto la partecipazione<br />

delle famiglie di studenti<br />

nelle attività scolastiche legate al<br />

tema. Si mira a determinare il recupero<br />

della memoria degli eventi<br />

migratori e favorire la comprensione<br />

obiettiva dei fenomeni di immigrazione<br />

che negli ultimi anni<br />

si stanno sviluppando nel paese.<br />

Come incentivo alle scuole il<br />

disegno prevede inoltre la creazione<br />

di un premio nazionale<br />

chiamato “Migranti come noi”.<br />

Sarà destinato alle istituzioni<br />

che hanno raggiunto buoni risultati<br />

nelle attività e si sono messe<br />

in risalto per ciò che riguarda<br />

l’insegnamento e la ricerca<br />

sull’emigrazione <strong>italiana</strong>.<br />

— Il premio servirà anche per<br />

stimolare lo studio comparativo<br />

tra le dinamiche delle emigrazioni<br />

italiane nel mondo e gli attuali<br />

flussi immigratori in Italia. Insomma,<br />

potrà servire per realizzare<br />

possibili agganci tra le iniziative<br />

analoghe realizzate e istituti<br />

scolastici dei paesi di maggior<br />

presenza dell’emigrazione <strong>italiana</strong><br />

come il Brasile — dice Porta.<br />

Il deputato mette in risalto<br />

che il disegno di legge ha risvegliato<br />

rapidamente un grande<br />

interesse da parte di altri parlamentari<br />

di diversi partiti. Porta<br />

dice che in breve porterà la proposta<br />

“ai colleghi della Commissione<br />

Cultura e Istruzione” per<br />

sollecitare l’inserimento della<br />

legge nel calendario di disegni<br />

di legge che dovranno essere<br />

esaminati.<br />

— Se il Parlamento<br />

italiano dimostrerà un<br />

grande interesse e se<br />

gli italiani nel mondo<br />

mi appoggeranno<br />

in questa<br />

battaglia sarà<br />

Nay r a Garofle<br />

possibile approvare il disegno di<br />

legge ancora in questa legislatura<br />

— afferma.<br />

Il disegno di legge viene giustificato<br />

dal fatto che l’emigrazione,<br />

a partire dalla seconda metà<br />

del XIX secolo fino ad oggi, è stato<br />

la causa di profondi cambiamenti<br />

della società <strong>italiana</strong> e rappresenta<br />

“l’esperienza più intensa e diffusa<br />

internazionalmente che gli italiani<br />

hanno mai conosciuto”. Nel<br />

testo Porta dice che “la presenza<br />

di centinaia di giovani provenienti<br />

da diverse parti del mondo nella<br />

conferenza dei giovani italiani e di<br />

origine <strong>italiana</strong>, realizzate nel dicembre<br />

2008 a Roma, ha permesso<br />

di verificare direttamente l’intensità<br />

e i valori di questa<br />

disponibilità per il recupero<br />

delle lontane radici e per una<br />

rinnovata fase di interlocuzione”.<br />

24 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 25


capa<br />

Dor e<br />

medo<br />

Dolore e paura<br />

<strong>Terremoto</strong>s na região de Abruzzo arrasam 26 cidades <strong>italiana</strong>s. Em uma<br />

primeira contagem, 20 mil pessoas estão entre mortos e desabrigados.<br />

Milhares de prédios de grande valor histórico e cultural viraram pó<br />

Terremoti in Abruzzo distruggono 26 città italiane. Secondo i<br />

primi calcoli 20mila persone tra morti e senza tetto. Migliaia di<br />

edifici di grande valore storico e culturale ridotti in polvere<br />

de Marchetti, e capital da região<br />

de Abruzzo, centro da Itália – a<br />

111 quilômetros de Roma. Pelo<br />

Instituto de Pesquisa Geológica<br />

dos Estados Unidos, o terremoto<br />

atingiu 5,8 graus na escala Richter.<br />

Porém, como na Itália as<br />

medições são feitas pela escala<br />

Mercalli, o Instituto Nacional de<br />

Geofísica da Itália cravou em 9 a<br />

intensidade do tremor.<br />

Seria apenas o primeiro. Com<br />

uma duração de 30 segundos,<br />

deixou um saldo de 260 mortos,<br />

mil feridos e 17 mil desabrigados.<br />

Esses números dão conta<br />

apenas da primeira contagem,<br />

feita logo após o primeiro terremoto.<br />

Outros três abalos viriam a<br />

reduzir as esperanças dos moradores<br />

das áreas afetadas em ver<br />

suas vidas voltar ao normal rapidamente.<br />

Foram destruídas aproximadamente<br />

15 mil construções<br />

em 26 municípios ao redor<br />

de L’Aquila. Grande parte dessas<br />

construções tinha grande valor<br />

histórico e cultural. Segundo o<br />

ministério das Relações Exteriores<br />

do Brasil, nenhum brasileiro<br />

estava entre as vítimas, até o<br />

fechamento desta edição.<br />

storico e culturale. Secono il ministero<br />

delle Relações Exteriores<br />

del Brasile nessun brasiliano si<br />

troverebbe tra le vittime, fino alla<br />

chiusura di questa edizione.<br />

Marchetti era ospite nella<br />

casa dei suoi figli nella città di<br />

Avezzano, distante 40 chilometri<br />

da L’Aquila. Secondo lui dopo la<br />

prima scossa il clima era più che<br />

altro di insicurezza. Sono stati<br />

chiusi banche, scuole e uffici pubblici<br />

e autostrade. La mancanza di<br />

informazioni era generale.<br />

— Stanno portando le persone<br />

in ospedali campo e sistemate<br />

in tende da campeggio. Il<br />

fatto di non sapere quante<br />

sono le persone colpite e<br />

per quanti giorni dure-<br />

Da Redação<br />

cidade vai<br />

recuperar pouco<br />

ou nada do que<br />

“Minha<br />

sobrou. Não sabemos<br />

o que esperar. Esta manhã<br />

foram três abalos em intervalos<br />

de dez minutos. É um misto de<br />

pesar e medo.” O relato é do presidente<br />

da Federação das Associações<br />

dos Abruzzesi no Brasil,<br />

Franco Marchetti. Na Itália para<br />

passar a Páscoa com familiares,<br />

ele acabou testemunha do pior<br />

terremoto que assolou o país,<br />

nos últimos 30 anos. Ele falou à<br />

Comunità por telefone, 24 horas<br />

após a catástrofe que consternou<br />

o mundo.<br />

O relógio marcava 3h32<br />

da madrugada do último dia 6<br />

(22h32 de domingo, no horário<br />

de Brasília), quando milhares<br />

de pessoas foram acordadas pelos<br />

tremores de móveis e lustres<br />

em suas residências. O epicentro<br />

do abalo: L’Aquila, cidade natal<br />

“La mia città recupererà<br />

poco o niente di<br />

ciò che è rimasto. Non<br />

sappiamo cosa aspettarci.<br />

Stamattina ci sono state<br />

tre scosse in intervalli di dieci<br />

minuti. È un misto di dolore<br />

e paura.” La testimonianza è<br />

del presidente della Federazione<br />

delle Associazioni Abruzzesi in<br />

Brasile, Franco Marchetti. In Italia<br />

per passare la Pasqua con la<br />

famiglia, ha testimoniato il peggior<br />

terremoto che ha colpito il<br />

paese negli ultimi 30 anni. Ha<br />

parlato con Comunità per telefono<br />

24 ore dopo la catastrofe che<br />

ha angosciato il mondo.<br />

L’orologio segnava le 3 e 32<br />

di notte dello scorso giorno 6<br />

(le 22.32 di domenica, orario di<br />

Brasília), quando migliaia di persone<br />

sono state svegliate dai mobili<br />

e lampadari che tremavano<br />

nelle loro case. L’epicentro del sisma:<br />

L’Aquila, città natale di Marchetti<br />

e capoluogo dell’Abruzzo,<br />

nell’Italia centrale – a 111 chilometri<br />

da Roma. Secondo<br />

l’Istituto di Ricerche Geologiche<br />

degli Stati Uniti, il<br />

terremoto ha raggiunto 6.3<br />

gradi della scala Richter.<br />

Ma, visto che in Italia i<br />

calcoli vengono anche fatti<br />

secondo la scala Mercalli, l’Istituto<br />

Nazionale di Geofisica d’Italia<br />

ha calcolato in 8-9 gradi l’intensità<br />

del sisma.<br />

Ma era solo il primo.<br />

Con una durata di 30 secondi,<br />

ha lasciato un saldo<br />

di 235 morti, mille feriti<br />

e 17mila sfollati. Questi<br />

numeri si riferiscono<br />

solo ai primi calcoli,<br />

fatti subito dopo il<br />

primo terremoto. Altre tre<br />

scosse hanno ridotto le speranze<br />

degli abitanti delle aree<br />

colpite di vedere le loro vite di<br />

ritorno ad una rapida normalità.<br />

Sono state distrutte circa 15mila<br />

costruzioni in 26 comuni intorno<br />

a L’Aquila. Gran parte di queste<br />

costruzioni aveva grande valore<br />

Fotos: Ansa<br />

26 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 27


capa<br />

Marchetti estava hospedado<br />

na casa de seus filhos na cidade<br />

de Avezzano, distante 40 quilômetros<br />

de L’Aquila. Segundo ele,<br />

após o primeiro tremor, o clima<br />

era mais de insegurança. Rodovias<br />

foram interditadas, bancos,<br />

escolas e instituições públicas<br />

fechados. A falta de informação<br />

era generalizada.<br />

— As pessoas estão sendo levadas<br />

a hospitais de campanha<br />

e alocadas em tendas de acampamento.<br />

O fato de não sabermos<br />

quantos são os prejudicados<br />

e por quantos dias isso perdurará<br />

é o que mais assusta. Tudo o<br />

que parece ruim pode piorar. Ontem<br />

(segunda-feira, dia 6) ainda<br />

consegui ir até meus parentes<br />

de L’Aquila. Deixei o carro em um<br />

ponto da estrada e cheguei a pé.<br />

Hoje cedo, uma prima de lá me<br />

disse por telefone que esse acesso<br />

está sendo negado — explica<br />

Marchetti, um empresário de 64<br />

anos que trabalha com importação<br />

de materiais para construção<br />

civil e vinhos da sua região.<br />

Ele mora em São Paulo e não<br />

sabia mais quando voltaria para<br />

casa. Com as informações desencontradas<br />

dos órgãos públicos<br />

italianos, sua primeira iniciativa<br />

foi sair à procura de brasileiros<br />

nos locais mais afetados. Na Casa<br />

dos Estudantes, foi informado<br />

que não tinha estrangeiros por lá<br />

no momento.<br />

Pouco mais de 24 horas após<br />

o primeiro terremoto, Marchetti<br />

perdeu o contato com seus familiares<br />

em L’Aquila. Ele ainda passava<br />

mais informações para a revista<br />

por e-mail quando teve que<br />

interromper a conversa:<br />

— Não dá mais para conversar<br />

porque está acontecendo outro<br />

tremor muito forte.<br />

Antes dessa mensagem, no<br />

entanto, o empresário recordava<br />

outro abalo que, em 1915, sacudiu<br />

a região de Abruzzo com epicentro<br />

em Avezzano. Na ocasião,<br />

até o hospital da cidade havia sido<br />

destruído e grande parte do<br />

dinheiro para sua reconstrução<br />

surgiu da solidariedade de italianos<br />

imigrantes em São Paulo:<br />

— Precisaremos de novo da<br />

ajuda de todos. O hospital de<br />

L’Aquila desmoronou. Uma sala<br />

de cirurgia é o que restou em<br />

funcionamento sabe-se lá até<br />

quando. Quem conseguiu escapar<br />

dos escombros está necessitado<br />

de agasalhos e alimento. Tudo ficou<br />

preso nas residências.<br />

Fundada por Frederico II, no<br />

ano de 1230, L’Aquila, já passou<br />

por oito terremotos. Esse último<br />

deixou preocupado o ex-cônsul<br />

da Itália no Rio de Janeiro,<br />

Massimo Bellelli, cuja mulher,<br />

Matilde, tem residência na localidade<br />

atingida.<br />

— Minha esposa tem uma casa<br />

de veraneio Ovindoli, a 40 minutos<br />

de L’Aquila, perto da montanha.<br />

A cidade está sem água e<br />

sem luz. A síndica nos informou<br />

que as pessoas estão com medo,<br />

passando frio e dormindo dentro<br />

dos carros porque, a todo momento,<br />

escutam barulhos como<br />

se fossem explosões. Nosso prédio<br />

está ameaçado — conta Bellelli,<br />

por telefone, de Roma, onde<br />

atualmente reside.<br />

Os principais danos em L’Aquila<br />

I principali danni a L’Aquila<br />

Duomo de<br />

L’Aquila<br />

Duomo di<br />

L’Aquila<br />

Cúpula da<br />

Igreja do<br />

Espírito Santo<br />

Cupola della<br />

chiesa dello<br />

Spirito Santo<br />

Patrimonio distrutto<br />

Dodici anni fa il mondo rimase<br />

angosciato dalla distruzione di<br />

parte della Basilica di San Franrà<br />

è ciò che ci spaventa di più.<br />

Tutto quello che sembra brutto<br />

può peggiorare. Ieri (lunedì 6)<br />

sono ancora riuscito ad andare<br />

fino ai miei parenti di L’Aquila.<br />

Ho lasciato la macchina in un<br />

punto della strada e sono arrivato<br />

a piedi. Stamattina presto una<br />

cugina del luogo mi ha detto per<br />

telefono che ora questa entrata<br />

viene proibita — spiega Marchetti,<br />

un imprenditore di 64 anni<br />

che lavora con l’importazione<br />

Pequena cúpula<br />

da Igreja de Santo<br />

Agostinho<br />

Cupolino della chiesa<br />

di Santo Agostino<br />

di materiali per l’edilizia e vini<br />

dalla sua regione.<br />

Marchetti abita a São Paulo e<br />

non sa più quando tornerà a casa.<br />

Con le confuse informazioni degli<br />

organi pubblici italiani, la sua prima<br />

iniziativa è stata di andare in<br />

cerca di brasiliani nei luoghi più<br />

colpiti. Nella Casa dello Studente<br />

gli è stato detto che non c’erano<br />

stranieri in quel momento.<br />

Poco più di 24 ore dopo la prima<br />

scossa Marchetti ha perso i contatti<br />

con i suoi familiari a L’Aquila.<br />

Stava ancora dandoci altre informazioni<br />

via e-mail quando ha dovuto<br />

interrompere la comunicazione:<br />

Casada com um italilano e<br />

com um filho de oito anos, a paranaense<br />

Evelina Di Colli, de 44<br />

anos, mora há 15 anos em Roseto<br />

degli Abruzzi, cidade a uma hora<br />

de L’Aquila. Ela estava dormindo<br />

quando a cidade tremeu.<br />

— Fui acordada pelo meu<br />

marido e só então reparei os lustres<br />

estavam tremendo. Quando<br />

dei por mim, já estava na escada,<br />

com meu marido e meu filho<br />

— conta ela.<br />

Já a família Marchetti, depois<br />

de um dia inteiro de apreensão,<br />

decidiu dormir em automóveis:<br />

— Somos um grupo de dez<br />

pessoas. Eu moro no térreo com<br />

minha esposa e minha filha. No<br />

Castelo Espanhol<br />

Fortezza Spagnola<br />

Campanário da<br />

Igreja de San<br />

Bernardino<br />

Campanile della chiesa<br />

di San Bernardino<br />

Basílica de S. Maria<br />

di Collemaggio<br />

Basilica de S. Maria<br />

di Collemaggio<br />

segundo andar, moram meu filho<br />

e minha nora com meus dois netos.<br />

Agora, os pais de minha nora<br />

vieram ficar conosco. Decidimos<br />

que, apesar do frio, o carro era<br />

o lugar mais seguro, num lugar<br />

perto da casa dos cachorros, porque<br />

não tem nada em volta —<br />

comenta — A sensação é de que<br />

o perigo não passou.<br />

Estado de emergência<br />

O primeiro-ministro da Itália,<br />

Silvio Berlusconi declarou estado<br />

de emergência nacional. De imediato,<br />

L’Aquila recebeu milhares<br />

de voluntários vindos de toda a<br />

Itália. Durante as primeiras horas<br />

de resgate, as equipes usavam as<br />

— Non posso più parlare perché<br />

è in atto un’altra scossa molto<br />

forte.<br />

Comunque prima di questo<br />

messaggio l’imprenditore ricordava<br />

un altro sisma che, nel 1915,<br />

ha scosso l’Abruzzo con epicentro<br />

ad Avezzano. All’epoca perfino<br />

l’ospedale della città era stato<br />

distrutto e gran parte dei soldi<br />

per la sua ricostruzione erano venuti<br />

dalla solidarietà di italiani<br />

immigranti a São Paulo:<br />

— Abbiamo bisogno un’altra<br />

volta dell’aiuto di tutti. L’ospedale<br />

di L’Aquila è crollato. Una<br />

sala chirurgica è ciò che è rimasto<br />

in funzione chissà fino a<br />

quando. Chi è riuscito a scappare<br />

dalle macerie ha bisogno di abiti<br />

pesanti e alimenti. È tutto rimasto<br />

dentro le case.<br />

Fondata da Federico II nel<br />

1230, L’Aquila è già stata colpita<br />

da otto terremoti. Quest’ultimo<br />

ha preoccupato l’ex console<br />

d’Italia a Rio de Janeiro, Massimo<br />

Bellelli, la cui moglie, Matilde, ha<br />

familiari nella località colpita.<br />

— Mia moglie ha una casa<br />

estiva a Ovindoli, a 40 minuti da<br />

L’Aquila, vicino alle montagne. La<br />

città è senza luce e acqua. L’amministratrice<br />

[del palazzo] ci ha<br />

detto che la gente ha paura, sente<br />

freddo e dorme in macchina<br />

perché sente tutti i momenti rumori<br />

come se fossero esplosioni.<br />

Il nostro palazzo minaccia di cadere<br />

— racconta Bellelli, per telefono<br />

da Roma dove ora risiede.<br />

Sposata con un italiano e con<br />

un figlio di otto anni la paranaense<br />

Evelina Di Colli, 44 anni,<br />

abita da 15 anni a Roseto degli<br />

Abruzzi, cittadina ad un’ora da<br />

L’Aquila. Stava dormendo quando<br />

la città ha tremato.<br />

— Mi ha svegliata mio marito<br />

e solo allora mi sono accorta<br />

che i lampadari stavano tremando.<br />

Quando mi sono resa conto<br />

ero già per le scale con mio marito<br />

e mio figlio — racconta.<br />

Invece la famiglia Marchetti,<br />

dopo un’intera giornata di ansia,<br />

ha deciso di dormire in varie<br />

macchine:<br />

— Siamo un gruppo di dieci<br />

persone. Io abito al pianterreno<br />

com mia moglie e mia figlia. Al<br />

secondo piano abitano mio figlio<br />

e mia nuora con i miei due nipoti.<br />

Ora i genitori di mia nuora<br />

sono venuti ad abitare con noi.<br />

Abbiamo deciso che, malgrado il<br />

freddo, la macchina era il posto<br />

più sicuro, in un luogo vicino alla<br />

cuccia dei cani, perché non c’è<br />

niente intorno — commenta —<br />

Abbiamo la sensazione che il pericolo<br />

non sia passato.<br />

Stato di emergenza<br />

Il primo ministro italiano, Silvio<br />

Berlusconi, ha dichiarato stato<br />

di emergenza nazionale. Subito<br />

L’Aquila ha ricevuto migliaia di<br />

volontari venuti da tutta l’Italia.<br />

Durante le prime ore delle operazioni<br />

di soccorso le équipe usavano<br />

le proprie mani per rimuovere<br />

le macerie dei palazzi distrutti. Le<br />

scosse di assestamento – che seguono<br />

quella principale – hanno<br />

fatto tremare un’area a circa 100<br />

chilometri ad est di Roma, nella<br />

regione montagnosa dell’Abruzzo.<br />

Capi di nazioni, tra cui il Brasile,<br />

hanno inviato messaggi di<br />

solidarietà e si sono messi a disposizione<br />

per aiutare l’Italia. Ma<br />

Berlusconi ha rifiutato.<br />

— Siamo in grado di rispondere<br />

da soli alle necessità, siamo<br />

un popolo orgoglioso e che ha gli<br />

strumenti — ha detto in una conferenza<br />

stampa in cui ha annunciato<br />

un pacchetto di 30 milioni<br />

di euro in aiuto alle vittime.<br />

Campagna<br />

Malgrado il rifiuto di Berlusconi<br />

di accettare aiuti dall’estero, la<br />

presidentessa del Comitato degli<br />

Italiani all’Estero, a São Paulo,<br />

Rita Blasioli, ha iniziato una<br />

campagna per ricevere aiuti.<br />

— Abbiamo aperto il conto<br />

della Federazione delle Associazioni<br />

Abruzzesi in Brasile per ricevere<br />

aiuti. Speriamo di poter<br />

contribuire alla ricostruzione<br />

delle città colpite, specialmente<br />

L’Aquila, i cui emigranti hanno<br />

messo radici in Brasile, a Pedrinha<br />

Paulista, nell’interno di São<br />

Paulo, e a Salvador, nella Bahia<br />

— informa Rita.<br />

Chi vuole collaborare alla causa<br />

può fare un bonifico sul Banco<br />

Bradesco, a nome della Federazione<br />

delle Associazioni Abruzzesi in<br />

Brasile, agenzia: 3334-0; conto<br />

corrente: 2400-7. Si può depositare<br />

qualsiasi somma. Per identificare<br />

il deposito dell’aiuto la Federazione<br />

chiede che il valore presenti<br />

un centesimo alla fine.<br />

28 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 29


capa<br />

próprias mãos para remover escombros<br />

de prédios destruídos.<br />

As réplicas - tremores que se seguem<br />

ao abalo principal - estremeceram<br />

uma área a cerca de 100<br />

quilômetros a leste de Roma, na<br />

região montanhosa de Abruzzo.<br />

Chefes de nações, Brasil inclusive,<br />

enviaram mensagens de solidariedade<br />

e se colocaram à disposição<br />

para ajudar a Itália. Berlusconi,<br />

porém, declinou da ajuda.<br />

— Temos condições de enfrentar<br />

sozinhos as necessidades,<br />

somos um povo orgulhoso e que<br />

tem os instrumentos — afirmou<br />

ele em uma entrevista coletiva<br />

em que anunciou um pacote de<br />

30 milhões de euros para socorrer<br />

as vítimas.<br />

Campanha<br />

Apesar da recusa de Berlusconi<br />

em aceitar ajuda vinda de fora, a<br />

presidente do Comitê dos Italianos<br />

no Exterior, em São Paulo, Rita<br />

Blasioli, iniciou uma campanha<br />

para recebimento dos donativos.<br />

— Abrimos a conta da Federação<br />

das Associações dos Abruzzesi<br />

no Brasil para recebimento<br />

de doações. Esperamos poder<br />

contribuir com a reconstrução<br />

das cidades atingidas, especialmente<br />

L’Aquila, cujos imigrantes<br />

estabelecerem-se no Brasil, em<br />

Pedrinhas Paulista, no interior<br />

de São Paulo, e em Salvador, na<br />

Bahia — informa Rita.<br />

Quem desejar colaborar com<br />

a causa pode efetuar um depósito<br />

no Banco Bradesco, em nome<br />

da Federazione delle Associazioni<br />

Abruzzesi in Brasile, agência:<br />

3334-0; conta corrente: 2400-7.<br />

Pode-se enviar qualquer quantia.<br />

Para identificar o propósito da<br />

doação, a Federação pede que o<br />

valor tenha final de um centavo.<br />

Patrimônio destruído<br />

Há 12 anos, o mundo ficou consternado<br />

com a destruição de parte<br />

da Basílica de São Francisco<br />

em consequência de um terremoto<br />

que abalou a cidade de Assis.<br />

Pois os danos ao patrimônio,<br />

agora, são infinitamente maiores.<br />

O terremoto castigou uma<br />

área repleta de construções dos<br />

períodos românico, gótico, renascentista<br />

e barroco.<br />

Construída como uma fortaleza,<br />

L’Aquila é uma cidade medieval.<br />

Muitos dos seus prédios, que<br />

resistiram a cercos e batalhas,<br />

agora, ruíram. O mais célebre deles<br />

é a Basílica de Santa Maria de<br />

Collemaggio, do século 13, que<br />

abriga o túmulo do papa Celestino<br />

V. O terremoto provocou o<br />

desabamento de grande parte da<br />

abóboda principal da igreja, justamente<br />

onde está o túmulo deste<br />

que foi o único a ter renunciado<br />

ao cargo em toda a história da<br />

igreja católica. A notória fachada<br />

branca e vermelha da Basílica<br />

só ficou em pé porque estava em<br />

restauração e foi protegida pela<br />

estrutura de suporte.<br />

Bastante destruída também ficou<br />

a basílica renascentista de San<br />

Bernardino, de 1527. Lá se encontra<br />

a tumba do santo que morreu<br />

em L’Aquila, em 1444. Já a cúpula<br />

da igreja de Sant’Agostino desmoronou.<br />

Considerada um dos principais<br />

edifícios do barroco da região,<br />

já havia sido destruída e reconstruída<br />

após um terremoto em<br />

1703. Também desabou a cúpula<br />

da igreja do Espírito Santo e foram<br />

danificadas a cúpula da Igreja das<br />

Almas Santas e a fachada da igreja<br />

de Santa Maria do Sufrágio.<br />

O Palácio da Prefeitura, uma<br />

construção barroca, ficou destruído.<br />

O arquivo histórico da cidade,<br />

que ficava no prédio, pode ter<br />

sido perdido. A Porta de Nápoles,<br />

um arco do triunfo construído em<br />

1548 para o imperador Carlos V,<br />

uma das construções mais antigas<br />

de L’Aquila virou pó.<br />

A fortaleza espanhola, construída<br />

em 1534, quando a região<br />

era dominada pela Espanha, ficou<br />

muito danificada. O local é a sede<br />

do Museu Nacional de Abruzzo<br />

e teve seu acesso bloqueado<br />

devido ao risco de desabamento.<br />

Sua coleção reúne relíquias desde<br />

a pré-história até o século 18,<br />

passando pelo Império Romano.<br />

Monumentos na Província de Pescara<br />

e nas cidades de Celano e<br />

Santo Stefano de Sessanio também<br />

foram destruídos. A torre medieval<br />

Medicea, o altar da igreja<br />

Santo Angelo e a torre da igreja<br />

de São Francisco caíram. Na cidade<br />

de Bussi, grande parte do centro<br />

histórico foi danificado. Em<br />

Chieti, há igrejas interditadas.<br />

O terremoto também causou<br />

estragos em Roma. Foram abaladas<br />

as estruturas das Termas de<br />

Caracalla, os suntuosos banhos<br />

construídos no ano de 212. Esse<br />

complexo romano, formado por<br />

banhos, piscinas, bibliotecas e jardins,<br />

era um dos monumentos imperiais<br />

mais conservados do país.<br />

cesco dovuta ad un terremoto che<br />

colpì Assisi. Ma stavolta i danni<br />

al patrimonio sono infinitamente<br />

maggiori. Il terremoto ha castigato<br />

un’area piena di costruzioni<br />

dei periodi romanico, gotico, rinascimentale<br />

e barocco.<br />

Costruita come una fortezza,<br />

L’Aquila è una città medievale.<br />

Molti dei suoi edifici che hanno<br />

resistito ad assedi e battaglie ora<br />

sono crollati. Il più famoso è la<br />

Basilica di Santa Maria di Collemaggio,<br />

del XIII secolo, dov’è tenuta<br />

la tomba di papa Celestino V.<br />

Il terremoto ha provocato il crollo<br />

dell’abside della chiesa, proprio<br />

dove c’è la tomba di questi che<br />

è stato l’unico ad aver rinunciato<br />

all’incarico in tutta la storia della<br />

chiesa cattolica. La nota facciata<br />

bianca e rossa della Basilica<br />

è rimasta in piedi solo perché era<br />

in fase di restauro ed era protetta<br />

dalla struttura di supporto.<br />

Anche la basilica rinascimentale<br />

di San Bernardino, del 1527,<br />

ha subìto gravi danni. Là si trova<br />

la tomba del santo che è morto al<br />

L’Aquila nel 1444. Invece il cupolino<br />

della chiesa di Sant’Agostino<br />

è crollata. Considerato uno dei<br />

principali edifici del barocco della<br />

regione, era già stata distrutta<br />

e ricostruita dopo un terremoto<br />

nel 1703. È anche crollata la cupola<br />

della chiesa di Santo Spirito<br />

e sono state danneggiate la<br />

cupola della chiesa delle Anime<br />

Sante e la facciata della chiesa di<br />

Santa Maria del Suffragio.<br />

Il Municipio, una costruzione<br />

barocca, è stato distrutto. L’archivio<br />

storico della città, tenuto<br />

nel palazzo, potrebbe essere<br />

andato perso. La Porta di Napoli,<br />

un arco di trionfo costruito nel<br />

1548 dall’imperatore Carlo V, una<br />

delle più antiche costruzioni di<br />

L’Aquila, si è ridotta in polvere.<br />

La fortezza spagnola, costruita<br />

nel 1534 quando la regione<br />

era dominata dalla Spagna, ha<br />

subìto gravi danni. Il luogo è sede<br />

del Museo Nazionale d’Abruzzo<br />

ed è proibita l’entrata dovuto al<br />

rischio di crollo. La sua collezione<br />

dispone di pezzi dalla preistoria<br />

fino al XVIII secolo, passando<br />

attraverso l’Impero Romano.<br />

Monumenti nella provincia di<br />

Pescara e anche le città Celano e<br />

Santo Stefano di Sessanio sono<br />

stati distrutti. La torre medievale<br />

Medicea, l’altare della chiesa Santo<br />

Angelo e la torre della chiesa<br />

di San Francesco sono crollati. A<br />

Bussi gran parte del centro storico<br />

è rimasto danneggiato. A Chieti le<br />

chiese sono state chiuse.<br />

Il terremoto ha causato danni<br />

anche a Roma. Sono state colpite<br />

le strutture delle Terme di Caracalla,<br />

i sontuosi bagni costruiti<br />

nel 212. Questo complesso romanico,<br />

formato da bagni, piscine,<br />

biblioteche e giardini, era uno<br />

dei monumenti imperiali di miglior<br />

conservazione del paese.<br />

Il segretario generale del Ministero<br />

della Cultura, Giuseppe Proietti,<br />

sa che il terremoto ha provocato<br />

“danni significativi” ai monumenti<br />

della regione, ma sarà in grado di<br />

valutare la reale dimensione della<br />

distruzione dopo che i pompieri<br />

termineranno i soccorsi. Anche<br />

perché gli uffici responsabili del lavoro<br />

del patrimonio storico-culturale<br />

della regione sono in Abruzzo.<br />

Più precisamente in palazzi del XVI<br />

secolo che sono stati chiusi.<br />

Ansa<br />

O secretário-geral do Ministério<br />

da Cultura, Giuseppe Proietti,<br />

sabe que o terremoto provocou<br />

“danos significativos” aos<br />

monumentos da região, mas só<br />

terá condições de avaliar a real<br />

dimensão da destruição depois<br />

que os bombeiros acabarem os<br />

resgates. Até porque, os escritórios<br />

responsáveis pelo trabalho<br />

do patrimônio histórico-cultural<br />

da região ficam em Abruzzo. Mais<br />

precisamente, em prédios do século<br />

16 que foram interditados.<br />

Cenário de cinema<br />

L’Aquila (“a águia” em italiano)<br />

é a capital de Abruzzo, região<br />

da Itália central com cerca de<br />

1,3 milhão de habitantes. É uma<br />

área montanhosa que abriga parques<br />

nacionais e cidadezinhas<br />

espalhadas pelos topos das montanhas.<br />

É circundada de vários<br />

montes, entre eles, o Gran Sasso,<br />

o pico mais alto do Apenino,<br />

com 2.913 metros de altura. Lá<br />

é um dos lugares mais famosos<br />

da Itália para a prática de esqui.<br />

Graças à sua natureza exuberante<br />

e sua arquitetura medieval, a<br />

cidade serviu de cenário para os<br />

filmes O Feitiço de Áquila e O Nome<br />

da Rosa, uma adaptação do<br />

best-seller de Umberto Eco.<br />

Construída a 714 metros acima<br />

do nível do mar, L’Aquila , ao longo<br />

dos séculos, foi dominada por<br />

franceses, espanhóis e o próprio<br />

Estado Papal. Pesquisadores sustentam<br />

que o objetivo de Frederico,<br />

ao criá-la, era fundar uma nova<br />

Jerusalém. A cidade chegou a<br />

ser a segunda do reino em potência<br />

e riqueza. Porém, começou a<br />

decair no século 16, quando o vice-rei<br />

espanhol Filiberto d’Orange,<br />

depois de devastá-la, introduziu<br />

um feudalismo espanhol, privando-a<br />

de sua autonomia.<br />

Ansa<br />

L’Aquila arrasada pelo terremoto e<br />

antes, em seu esplendor.<br />

Abaixo, Franco Marchetti<br />

L’Aquila distrutta dal terremoto e<br />

prima, nel suo splendore.<br />

Sotto, Franco Marchetti<br />

Polêmica<br />

Cerca de um mês antes da tragédia,<br />

um especialista em física<br />

que mora em L’Aquila, alertara as<br />

autoridades locais sobre a possibilidade<br />

de Abruzzo ser abalada<br />

por um “terremoto desastroso”.<br />

Giampaolo Giuliani, técnico do<br />

Laboratório Nacional de Física e<br />

Astrofísica Gran Sasso contou à<br />

imprensa <strong>italiana</strong> que o instituto<br />

havia registrado cerca de 200<br />

abalos sísmicos na cidade, nos últimos<br />

dois meses até que, no final<br />

de março, emitiu seu alerta às<br />

autoridades. Ele contou que não<br />

foi levado a sério. Ao contrário:<br />

— Fui acusado de brincar com<br />

assuntos sérios e denunciado à<br />

polícia pela prefeitura de L’Aquila<br />

por alarmar a população.<br />

Em resposta, o diretor do Departamento<br />

de Proteção Civil do<br />

governo italiano, Guido Bertolaso,<br />

declarou que embora a região<br />

seja sujeita a abalos sísmicos,<br />

não era possível prever a catástrofe.<br />

Ele chegou a chamar Giuliani<br />

de “um imbecil que se diverte<br />

difundindo notícias falsas”.<br />

Scenario da cinema<br />

L’Aquila è il capolugo dell’Abruzzo,<br />

regione dell’Italia centrale con<br />

circa 1,3 milione di abitanti. È<br />

un’area montagnosa che ospita un<br />

parco nazionale e cittadine sparpagliate<br />

sulle montagne. È circondata<br />

da vari massicci, tra cui quello<br />

del Gran Sasso, la vetta più alta<br />

degli Appennini, con 2.913 metri<br />

di altezza. È uno dei luoghi più famosi<br />

d’Italia per sciare. Grazie alla<br />

sua natura esuberante e alla sua<br />

architettura medievale, la città è<br />

stata lo scenario di film come “Ladyhawke”<br />

e “Il Nome della Rosa”,<br />

un adattamento dal best-seller di<br />

Umberto Eco.<br />

Costruita a 714 metri sopra al<br />

livello del mare, L’Aquila durante i<br />

secoli è stata dominata da francesi,<br />

spagnoli e dallo Stato Pontificio.<br />

Ricercatori sostengono che<br />

l’obiettivo di Federico II era di<br />

costruirla perché fosse una nuova<br />

Gerusalemme. La città è stata<br />

addirittura la seconda del regno in<br />

potenza e ricchezza. Ma cominciò<br />

a decadere nel XVI secolo, quando<br />

il viceré spagnolo Filiberto d’Orange,<br />

dopo averla devastata, vi introdusse<br />

il feudalesimo spagnolo,<br />

privandola della sua autonomia.<br />

Polemica<br />

Circa un mese prima della tragedia<br />

uno specialista in fisica che<br />

abita a L’Aquila aveva avvisato<br />

le autorità locali della possibilità<br />

che ci fosse in Abruzzo un<br />

“terremoto disastroso”. Giampaolo<br />

Giuliani, tecnico del Laboratorio<br />

Nazionale di Fisica e<br />

Astrofisica Gran Sasso ha raccontato<br />

alla stampa <strong>italiana</strong><br />

che l’istituto aveva registrato<br />

circa 200 scosse nella città negli<br />

ultimi mesi fino a quando,<br />

a marzo, aveva avvisato le autorità.<br />

Ha raccontato che non<br />

è stato preso sul serio. Al contrario:<br />

— Sono stato accusato di<br />

giocare con cose serie e denunciato<br />

alla polizia del comune di<br />

L’Aquila perché avevo allarmato<br />

la popolazione.<br />

Come risposta, il direttore<br />

del Dipartimento di Protezione<br />

Civile del governo italiano, Guido<br />

Bertolaso, ha dichiarato che<br />

anche se la regione è soggetta<br />

a sismi, non era possibile prevedere<br />

la catastrofe. E ha addirittura<br />

chiamato Giuliani “imbecille<br />

che si diverte a diffondere<br />

false notizie”.<br />

30 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 31


ambiente<br />

Lo sapete da dove vengono i vostri vestiti?<br />

O meglio: vi siete già fermati a<br />

pensare con quale materiale sono fatti<br />

i capi che usate? Bene, l’Organizzazione<br />

delle Nazioni Unite per l’Alimentazione e<br />

l’Agricoltura (FAO) se ne preoccupa e per stimolare<br />

l’uso di prodotti fatti di cotone, fibra<br />

di agave, seta o cachemire, tra gli altri, ha<br />

proclamato il 2009 come l’Anno Internazionale<br />

delle Fibre Naturali. La meta è dare maggior<br />

visibilità alla produzione e promuovere<br />

l’efficacia e la sostenibilità delle industrie di<br />

queste fibre. Questo si deve al fatto che, fin<br />

dagli anni ’60, le “naturali” perdono terreno<br />

per le “sintetiche”, malgrado non usino derivati<br />

del petrolio e siano biodegradabili.<br />

Secondo la FAO, nel mondo si producono<br />

annualmente circa 30 milioni di fibre naturali.<br />

Destinate ad abbigliamento, tappezzeria<br />

e altri tessili di consumo, combinate ad altri<br />

materiali, esse servono anche all’industria<br />

per involucri, fabbriche di carta e perfino nel<br />

settore automobilistico. Secondo l’istituzione<br />

lo stimolo e la visibilità che si vuole dare alle<br />

fibre, che possono essere vegetali o animali,<br />

si deve anche al fatto che in molti paesi<br />

in via di sviluppo il prodotto della vendita e<br />

dell’esportazione significa sicurezza alimentare<br />

di agricoltori e lavoratori poveri.<br />

La FAO lavora con 15 fibre. Il gruppo vegetale<br />

è composto da fibre di abacà, cocco,<br />

cotone, lino, canapa, iuta, ramia e agave. Nel<br />

gruppo animale ci sono alpaca, angora, cammello,<br />

cachemire, mohair, seta e lana.<br />

Secondo il presidente del Sindicato das<br />

Indústrias de Fibras Vegetais della Bahia<br />

(Sindifibras) Wilson Andrade, la scelta della<br />

FAO significa un “ombrello di protezione” per<br />

il gruppo che lavora con fibre dure (di cocco,<br />

iuta e agave, ad esempio). La Bahia, così come<br />

l’Italia, più precisamente Milano, ospiteranno<br />

eventi legati alla produzione di fibre.<br />

— Avremo un seminario internazionale in<br />

settembre. Il Brasile è il maggior produttore<br />

mondiale di fibra di agave. Sono circa 120<br />

tonnellate all’anno — informa Andrade.<br />

ONU festeggia anno delle fibre naturali e<br />

stimola uso di prodotti di fibre di cotone e<br />

agave. Nel frattempo in Brasile fibre alternative<br />

come i tessuti di PET diventano famose e sono<br />

un’opzione per chi si preoccupa dell’ambiente<br />

L’incentivo al consumo di fibre naturali<br />

nasce nel mezzo degli appoggi al consumo di<br />

fibre alternative, come quella ottenuta dalle<br />

bottiglie PET, significative per la preoccupazione<br />

con la conservazione dell’ambiente.<br />

E una cosa non impedisce la<br />

fattibilità dell’altra, secondo il presidente<br />

della Sindifibras:<br />

— È chiaro, si sa che i prodotti naturali<br />

fanno meglio all’organismo in generale,<br />

visto che nelle tappe della loro produzione<br />

danno origine a meno inquinanti se<br />

li paragoniamo ai sintetici. Siamo anche coinvolti<br />

con acquisizioni tecnologiche che hanno permesso<br />

all’agave, ad esempio, di essere usata per<br />

fare cisterne e tegole corrugate come sostituti<br />

dell’amianto, materiale estremamente dannoso.<br />

Sempre secondo Andrade, la fibra di agave,<br />

già usata nella produzione di sedie a sdraio,<br />

sostituisce con successo le fibre di vetro usate<br />

nella produzione di plastica. Ora, oltre a essere<br />

in studio un composto che unirebbe l’agave alle<br />

alghe marine, la fibra ottiene un posto di rilievo<br />

nel settore automobilistico. Installata a Bahia<br />

(che detiene l’80% della produzione nazionale<br />

di fibra di agave) la Ford, dopo quattro anni di<br />

ricerche, ha immesso nel mercato alla fine del<br />

2008 modelli che, internamente, usano l’agave.<br />

Gli adattamenti sono arrivati ai pannelli laterali<br />

e al rivestimento del tettuccio e compongono fino<br />

al 30% dei pezzi iniettati, il che rende possibile<br />

ridurre del 10% del peso degli autoveicoli.<br />

— Quanto più leggera la macchina, quanto<br />

più economica — mette in risalto Celso<br />

Duarte, supervisore di sviluppo di prodotti<br />

della fabbrica.<br />

PET<br />

Tessuto morbido e gradevole al contatto che<br />

si sta usando molto per fare magliette, cappellini<br />

con visiera e abiti in generale, il polie-<br />

In quattro<br />

tempi: fibre di<br />

agave e cocco<br />

trovano spazio<br />

nell’artigianato;<br />

bottiglie PET<br />

in fiocchi<br />

prima di essere<br />

trasformate<br />

in fibra. La<br />

biancheria<br />

intima della<br />

Un.I. è fatta di<br />

bambu<br />

Sílvia So u z a<br />

stere fatto con bottiglie in PET<br />

riciclate in qualità vale tanto<br />

quanto gli altri tessuti. Usufruendo<br />

della bandiera per<br />

la diminuzione dell’inquinamento<br />

come alleata, questo<br />

tessuto alternativo sta conquistando<br />

sempre più fan.<br />

Per fare un capo si usano<br />

in media due bottiglie.<br />

Di solito questo lavoro viene<br />

fatto da cooperative come<br />

la Agroindustrial de Maringá<br />

(Cocamar), del Paraná.<br />

Là vengono prodotte 71,5 tonnellate<br />

di filati al mese. E oggigiorno<br />

perfino i prezzi delle magliette<br />

fatte di PET sono competitivi.<br />

Costano dai 20 reais in su.<br />

— Dal 35 al 40% della resina riciclata<br />

vengono usati nella produzione<br />

di tessuto — calcola André Vilhena,<br />

direttore esecutivo del Compromisso Empresarial<br />

para Reciclagem (Cempre), un’associazione<br />

di São Paulo che promuove il riciclaggio<br />

in Brasile.<br />

Oltre a generare impiego e reddito, il riciclaggio<br />

del PET presenta altri benefici – tra<br />

cui la riduzione del volume di residui nelle<br />

discariche e un miglioramento nel processo<br />

di decomposizione delle materie organiche.<br />

Ciò si deve al fatto che la plastica è imper-<br />

meabilizzante e la sua presenza nelle discariche<br />

impedisce la circolazione di gas e liquidi. E inoltre<br />

ha il vantaggio di richiedere in media solo il<br />

30% dell’energia necessaria per la trasformazione<br />

della materia prima. Ora 1,5 litro di contenitori<br />

PET può essere fabbricato con soli 35 grammi di<br />

materiale vergine.<br />

Il riciclaggio di bottiglie PET e la loro trasformazione<br />

seguono processi come la separazione<br />

dei tappi e delle etichette, per passare<br />

poi per un processo di essiccazione.<br />

Dopo il PET viene tritato e decontaminato<br />

per essere trasformato in balle di fibre di<br />

poliestere. Viene anche fatta una fusione<br />

ad una temperatura di 300°C, un filtraggio<br />

e la rimozione finale delle impurità. Le fibre<br />

passano per altri quattro processi di torsione e<br />

allungamento per diventare fili (stiraggio). Dopo<br />

essere messi in bobine, i fili vengono vaporizzati<br />

per recuperare l’umidità naturale che hanno perso<br />

durante il processo.<br />

Vilhena dice che in Brasile il riciclaggio del<br />

PET ha presentato un grande aumento negli ultimi<br />

cinque anni. Il valore della tonnellata di resina<br />

per riciclaggio, ad esempio, è aumentato da<br />

400 a 1.200 reais dal 2001.<br />

— In Brasile il 21% della plastica è riciclata, il<br />

che equivale a circa 330mila tonnellate annue. Invece<br />

le entità europee hanno festeggiato nel 2007<br />

il tasso di 40% raggiunto nella regione del riciclaggio<br />

del PET prodotto. In 21 paesi, inclusa l’Italia,<br />

del totale dei 32 che compongono il gruppo, le<br />

cifre hanno superato il 22,5% previsto per il totale<br />

della plastica nel 2008 — informa.<br />

Bambù<br />

Sensualità, comodità e potere alle donne.<br />

È stato mescolando questi elementi che<br />

l’impresa paulista Universo Íntimo (Un.i)<br />

dell’italobrasiliano Gilberto Romanato ha<br />

lanciato l’anno scorso la collezione Bamboo.<br />

La linea ha puntato sulla sostenibilità<br />

e ha immesso nel mercato capi fatti<br />

di fibre di bambù che inoltre proteggono<br />

naturalmente anche dalle radiazioni<br />

(UVA/UVB) e hanno proprietà termodinamiche:<br />

i capi danno l’impressione di essere<br />

freschi in estate e più caldi in inverno.<br />

— La linea è stata creata dalla stilista<br />

Sandra Bento ed ha uno stile sportivo. È il<br />

nostro secondo segmento in termini di vendita,<br />

malgrado sia la più recente. Ora bisogna<br />

aspettare che la valuta si stabilizzi per cercare<br />

di esportare in Europa e Stati Uniti, dove abbiamo<br />

buoni contatti — indica Romanato, la cui<br />

famiglia è di Verona.<br />

Secondo l’imprenditore, che condivide la direzione<br />

della Un.i con Gabriel Margulies dal 1999,<br />

la marca mantiene contatti con l’Italia, dove ha<br />

già spedito merci alla Yamamay, impresa <strong>italiana</strong><br />

di biancheria intima, bikini e cosmetici:<br />

— Abbiamo il certificato della OekoTex Standard<br />

100, considerato la “etichetta verde europea”<br />

(norma sviluppata da un gruppo di istituti<br />

tessili europei che regola la presenza di sostanze<br />

chimiche considerate tossiche), il che facilita la<br />

nostra presentazione — conclude.<br />

32 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 33


depoimentos / 15 anos<br />

“Quero parabenizar a comunidade Ítalo-Brasileira<br />

pelos 15 anos da revista ComunitàItaliana, pois<br />

vem prestando um grande serviço a todos os italianos<br />

que vivem no Brasil e aos brasileiros, residentes<br />

na Itália. Para mim tem sido uma grande<br />

satisfação poder dividir com a comunidade ítalobrasileira<br />

todas as realizações de meu ministério<br />

episcopal, entre elas o trabalho de valorização<br />

da Universidade Católica de Petrópolis, como um<br />

centro de difusão da cultura, e o incentivo para<br />

que os fiéis promovam a Missão Popular, levando<br />

a mensagem de Cristo a todas as famílias”.<br />

Dom Filippo Santoro - Bispo de Petrópolis – RJ<br />

“Voglio fare gli auguri alla comunità italo-brasiliana<br />

per i 15 anni della rivista ComunitàItaliana,<br />

visto che rende un grande servizio a tutti<br />

gli italiani che vivono in Brasile e ai brasiliani<br />

residenti in Italia. Per me è sempre una grande<br />

soddis<strong>faz</strong>ione poter condividere con la comunità<br />

italo-brasiliana tutte le realizzazioni dei miei ministeri<br />

episcopali, tra cui il lavoro di valorizzazione<br />

dell’Universidade Católica di Petrópolis come<br />

centro diffusore di cultura e l’incentivo affinché i<br />

fedeli promuovano la Missione Popolare, portando<br />

il messaggio di Cristo a tutte le famiglie”.<br />

Dom Filippo Santoro – Vescovo di Petrópolis – RJ<br />

“A mídia direcionada à comunidade exerce um papel<br />

importante na preservação e divulgação da<br />

cultura <strong>italiana</strong>. Temas ligados à integração cultural<br />

e econômica entre Brasil e Itália intensificam a<br />

aproximação e a comunicação entre os povos dos<br />

dois países. Parabéns à Revista”.<br />

Giovanni Sacchi – diretor para o Brasil do<br />

Instituto Italiano para o Comércio Exterior – ICE<br />

“I media diretti alla comunità svolgono un ruolo<br />

importante per la conservazione e divulgazione<br />

della cultura <strong>italiana</strong>. Temi legati all’integrazione<br />

culturale ed economica tra Brasile e Italia intensificano<br />

la prossimità e la comunicazione tra i popoli<br />

dei due paesi. Auguri alla rivista”.<br />

Giovanni Sacchi – direttore in Brasile dell’Istituto<br />

Italiano per il Commercio Estero – ICE<br />

“É muito importante que um órgão de imprensa<br />

tenha a sensibilidade de trazer aos irmãos<br />

italianos que hoje vivem no Brasil as experiências<br />

trocadas pelos dois países. Enquanto<br />

ministro do Trabalho e Emprego brasileiro, e<br />

cidadão italiano que sou, vejo que a ComunitàItaliana<br />

cumpre perfeitamente este papel,<br />

desempenhando um jornalismo sério e profissional.<br />

O trabalho desenvolvido hoje pela revista<br />

em muito contribui para que os povos irmãos<br />

caminhem sempre juntos, na busca por<br />

uma sociedade mais justa e fraterna. Parabéns<br />

por mais um aniversário”.<br />

Carlos Lupi – ministro do Trabalho<br />

“È molto importante che un organo della stampa<br />

abbia la sensibilità di portare ai fratelli italiani<br />

che oggi vivono in Brasile le esperienze<br />

scambiate tra i due paesi. Come ministro do<br />

Trabalho e Emprego brasiliano e cittadino italiano<br />

che sono, vedo che la rivista ComunitàItaliana<br />

eserce perfettamente questo ruolo,<br />

mettendo in pratica un giornalismo serio e professionale.<br />

Il lavoro realizzato oggi dalla rivista<br />

contribuisce molto affinché i popoli fratelli<br />

camminino sempre insieme, alla ricerca di una<br />

società più giusta e fraterna. Auguri per questo<br />

ulteriore anniversario”.<br />

Carlos Lupi – ministro del Lavoro<br />

“Pois é galera da comunidade <strong>italiana</strong>, tive o prazer<br />

de ser entrevistado pela revista e é, claro que<br />

enviei exemplar a todos os meus familiares para<br />

que soubessem e curtissem a matéria. Passado<br />

esse momento de gloria e destaque na comunidade,<br />

agora volto ao meu sonho pelo reconhecimento<br />

da cidadania. Infelizmente por problemas<br />

de documentação enxergo cada vez mais distante<br />

a chance de ter a minha cidadania reconhecida<br />

e quem sabe um dia alimentar o sonho de viver<br />

na Itália”.<br />

Guto Goffi – Músico<br />

Roberth Trindade<br />

“Beh, ragazzi della comunità <strong>italiana</strong>, ho avuto<br />

il piacere di essere intervistato dalla rivista e, è<br />

chiaro, ne ho mandate delle copie a tutti i miei<br />

familiari perché conoscessero e potessero leggere<br />

il servizio. Passato questo momento di gloria<br />

e enfasi nella comunità, ora ritorno al mio sogno<br />

di ottenere il riconoscimento della cittadinanza.<br />

Purtroppo per problemi di documentazione vedo<br />

sempre più lontana la possibilità di ottenere il riconoscimento<br />

della cittadinanza e chissà nutrire<br />

il sogno di vivere in Italia”.<br />

Guto Goffi – Musicista<br />

Mais depoimentos em homenagem aos 15 anos da Comunità chegaram à Redação. Publicaremos todos ao longo do ano. Grazie a tutti!<br />

34<br />

C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009


atualidade<br />

No alvo<br />

damáfia<br />

Há dez anos sob proteção<br />

policial, procurador anti-máfia<br />

conta muito do que sabe em livro<br />

que se torna best-seller, na Itália<br />

Ja n a í n a César<br />

Correspondente • Treviso<br />

Recentemente, o mundo inteiro tomou conhecimento do “sufoco” que<br />

é a vida do escritor Roberto Saviano, o autor do best-seller Gomorra.<br />

Por conta do seu livro, ele foi jurado de morte pela máfia <strong>italiana</strong> e<br />

vive sob proteção policial. Ele, porém, não é a única pessoa, na Itália,<br />

nessa situação. De uma maneira mais discreta, o procurador Raffaele Cantone,<br />

um napolitano de 46 anos, vive, há dez anos, também sob proteção<br />

policial. E não somente ele, mas sua mulher e os dois filhos também.<br />

Catone se tornou o inimigo número 1 do clã dos Casalesi, um dos<br />

braços fortes da Camorra, em consequência de suas investigações<br />

sobre ações mafiosas no país. Além de<br />

parecidas, as vidas do procurador e do escritor se<br />

cruzaram, há pouco tempo. Foi o próprio Cantone<br />

quem descobriu, no ano passado,<br />

o plano dos mesmos Casalesi<br />

para assassinar Saviano. A<br />

partir daí, nasceu uma grande amizade<br />

entre os dois.<br />

Antes, porém, outra semelhança. Em outubro do<br />

ano passado, Cantone lançou o livro Solo per giustizia, editado<br />

pela Mondadori. Nele, o procurador relata o confronto, dia após dia,<br />

com a Camorra; fala sobre as pessoas honestas e desonestas que conheceu; os<br />

riscos e o poder da máfia. Cantone desenhou um quadro muito particular da<br />

Campânia, definido por ele como “anômalo do ponto de vista da criminalidade<br />

organizada”. Na sua avaliação, a região até então, destinada a ser um lugar<br />

de reciclagem e refúgio dos clãs,<br />

se tornou uma nova colônia da<br />

Camorra casertana e napolitana,<br />

“fato comprovado pelo aumento<br />

do número de extorsões”, como<br />

Cantone diz.<br />

Seguindo os passos de Gomorra,<br />

Solo per giustizia já está<br />

entre os livros mais vendidos no<br />

país. O sucesso editorial colocou<br />

Cantone sob os holofotes e “lembrou”<br />

a todos a forma como vive<br />

há tanto tempo.<br />

Com o objetivo de se tornar<br />

um advogado penalista, Cantone<br />

se formou em Direito aos 22 anos.<br />

Com a prática da profissão, percebeu<br />

que a investigação o atraía.<br />

Assim, aos 24 anos, após ter prestado<br />

concurso público, começou a<br />

trabalhar na procuradoria distrital<br />

de Nápoles. Em 1999, aos 36 anos,<br />

entrou como procurador público<br />

na Direção Distritual Antimáfia<br />

(Dda), posto que ocupou por quase<br />

dez anos - até 16 de outubro de<br />

2007 - e que mudou drasticamente<br />

sua vida. Foi justamente no seu<br />

último dia na Dda que nasceu a<br />

idéia de escrever um livro.<br />

Spartacus<br />

Na Dda, não demorou muito para<br />

que Cantone se tornasse o inimigo<br />

número 1 da máfia. Já durante<br />

as primeiras investigações,<br />

descobre que se transformou em<br />

um incômodo personagem para<br />

a Camorra e recebe as primeiras<br />

ameaças de morte. Sua família<br />

e ele entram imediatamente no<br />

programa de proteção policial.<br />

Suas investigações permitem dar<br />

continuidade a Spartacus, famoso<br />

processo contra os Casalesi.<br />

Trata-se do resultado de uma investigação<br />

conduzida entre 1993<br />

e 1998, ano que a Corte d’Assise<br />

do Tribunal de Santa Maria Capua<br />

Vetere ouviu a primeira audiência.<br />

Em 2005, o resultado:<br />

95 condenados, sendo 21 a prisão<br />

perpétua. Em 19 de junho de<br />

2008, a Corte de Apelo confirma<br />

a condenação à prisão perpétua<br />

de 16 chefões da máfia, entre<br />

eles, Francesco Schiavone, Francesco<br />

Bidognetti, Michele Zagaria<br />

e Antonio Iovine.<br />

Atualmente, Cantone trabalha<br />

no Massimario della Cassazione,<br />

última instância de recursos judiciais<br />

na Itália, e continua recebendo<br />

ameaças. Ano passado, durante<br />

uma das últimas audiências<br />

de Spartacus, um dos advogados<br />

dos Casalesi leu uma carta em<br />

que o clã acusava – com evidente<br />

intenção de intimidar – o escritor<br />

Roberto Saviano, a jornalista<br />

Rosaria Capacchione e o próprio<br />

Cantone de terem “exercido uma<br />

pressão negativa nos jurados”.<br />

Após quase dez anos de luta<br />

contra as famílias mais potentes<br />

da Camorra casertana, Cantone<br />

diz não se arrepender de nada.<br />

Com uma voz calma e tranquila,<br />

concedeu uma entrevista exclusiva<br />

à Comunità, por telefone.<br />

ComunitàItaliana - Como chegou<br />

a procuradoria da Direção<br />

Distritual Antimáfia?<br />

Roberto Cantone - Um pouco por<br />

acaso. Após ter passado no exame<br />

público, pensei que a minha<br />

colocação ideal fosse a de procurador<br />

ministerial. Essa é uma<br />

função particularmente ativa e<br />

estimulante que te <strong>faz</strong> entender<br />

o que realmente está por trás do<br />

que foi encontrado.<br />

CI - Dr. Cantone, quem o detesta?<br />

RC - Essa é uma pergunta a qual<br />

não sei responder. Espero que ninguém<br />

me deteste. Na minha vida e<br />

no meu trabalho só fiz o dever de<br />

<strong>faz</strong>er respeitar as leis e as regras.<br />

CI - Quantas ameaças recebeu<br />

ao longo da sua carreira?<br />

RC - Em várias ocasiões durante<br />

as investigações, alguns sujeitos<br />

da Camorra casertana tiveram a<br />

intenção de atentar contra a minha<br />

vida. Graças ao conhecimento<br />

do território da parte das forças<br />

da ordem, essas ameaças não<br />

se concretizaram.<br />

CI - O senhor tem medo?<br />

RC - Não muito, mas também procuro<br />

não pensar no assunto.<br />

CI - Se sente de fato seguro com<br />

a escolta policial?<br />

RC - Os policiais da minha escolta<br />

são muito profissionais e me<br />

deixam seguro. Eles procuram invadir<br />

o menos possível a minha<br />

privacidade.<br />

CI - Porque optou por escrever<br />

um livro?<br />

RC - Porque acredito que seja útil<br />

conhecer a experiência de um<br />

procurador e a dificuldade de levar<br />

uma vida normal. O livro também<br />

foi escrito para mim mesmo.<br />

Foi uma excelente ocasião de reflexão<br />

sobre um período muito<br />

intenso da minha vida.<br />

CI - Solo per giustizia está entre<br />

os livros mais vendidos na Itália,<br />

como o de Roberto Saviano. Por<br />

que este interesse da sociedade<br />

em conhecer o mundo da criminalidade<br />

organizada?<br />

RC - O meu livro está longe do<br />

sucesso excepcional de Gomorra.<br />

Foi justamente o livro de Saviano<br />

que abriu a estrada para este interesse.<br />

Agora, é bem mais claro<br />

a todos que a Camorra é um perigo<br />

não só para a região da Campânia,<br />

mas para toda a Itália.<br />

CI - O que significou para o senhor<br />

<strong>faz</strong>er parte de Spartacus?<br />

RC - Spartacus é um processo que<br />

teve início ainda nos anos 80 contra<br />

os Casalesi. Participei da Spartacus<br />

2, sua continuação. Ambos<br />

foram estruturados antes que começasse<br />

a me ocupar da Camorra.<br />

Em Spartacus 2 trabalhei junto<br />

com o procurador Raffaello Falcone<br />

(apesar do nome, não é parente<br />

do promotor Giovanni Falcone,<br />

morto há dez anos pela Máfia)<br />

CI - O clã dos Casalesi estava envolvido<br />

na emergência do lixo?<br />

RC - Acredito que não seja exagerado<br />

dizer que os Casalesi, antes<br />

de todos, perceberam o lucro que<br />

dá o negócio do lixo. Eles estão<br />

envolvidos com o sistema de lixo<br />

ilegal e tóxico, mas algumas<br />

investigações apontam que tam-<br />

36 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 37


atualidade<br />

atualidade<br />

Lixo na Campânia<br />

Livro de Raffaele Cantone<br />

já é best-seller<br />

bém estão envolvidos na coleta<br />

de lixo urbano.<br />

CI - Quais as principais diferenças<br />

entre os Casalesi e os padrinhos<br />

napolitanos?<br />

RC - A Camorra em Nápoles reúne<br />

grupos autônomos que, em gênero,<br />

se ocupam de negócios ilícitos<br />

em um determinado bairro.<br />

Já os Casalesi têm grande vocação<br />

empresarial, grande controle<br />

do território e utilização constante<br />

da violência com destino<br />

certo, ou seja, eles estabelecem<br />

um alvo, seja uma pessoa ou uma<br />

empresa, e agem.<br />

CI - No livro o senhor escreveu: “A<br />

Camorra continuará invencível<br />

até quando existirem homens<br />

corruptos”. Como vê a aproximação<br />

da Camorra com a política?<br />

RC - A Camorra, para sobreviver,<br />

precisa ter o consentimento dos<br />

lugares onde predomina. E o tem<br />

porque se ocupa das atividades<br />

econômicas e fornece às pessoas<br />

diferentes possibilidades de<br />

trabalho. Este consentimento se<br />

traduz também em votos e no<br />

controle de alguns políticos.<br />

CI - Para o senhor, os partidos<br />

são demagógicos quando falam<br />

de luta contra a Camorra?<br />

RC - É determinante que a política<br />

faça a sua parte na luta contra<br />

a Camorra. Somente a repressão<br />

não bastará. As coisas devem realmente<br />

mudar.<br />

CI - O senhor sabe quantificar o<br />

que o governo já seqüestrou da<br />

máfia até hoje?<br />

RC - Não sei dizer ao certo, mas, com<br />

certeza, vários milhões de euros.<br />

CI - Como viveu o final de Spartacus?<br />

RC - Spartacus foi uma etapa muito<br />

importante sob o aspecto midiático<br />

porque permitiu a todos<br />

saberem quem eram os Casalesi.<br />

CI - Os crimes cometidos pelos<br />

Casalesi reportados em Spartacus<br />

são de vinte anos atrás. Como<br />

estão hoje os Casalesi, existe<br />

uma nova hierarquia?<br />

RC – Há tempo o clã mudou, não é<br />

mais aquele retratado em Spartacus.<br />

Hoje existe uma nova leva, a<br />

segunda geração de familiares. Para<br />

evitar colaborações perigosas, o<br />

clã é muito mais atento e fechado.<br />

CI - Hoje o senhor ocupa um outro<br />

cargo e mesmo assim ainda<br />

sofre ameaças da Camorra?<br />

RC - Espero muito que daqui a<br />

pouco eles se esqueçam de mim<br />

para que eu possa iniciar uma vida<br />

normal.<br />

CI - Os jovens que trabalham para<br />

a Camorra são um pouco como os<br />

que trabalham para o tráfico de<br />

Também no mundo virtual<br />

alta a popularidade de<br />

É chefes mafiosos sicilianos<br />

no site de relacionamentos Facebook.<br />

O espaço mantém perfis<br />

de chefes mafiosos como<br />

Salvatore (Totó) Riina e Bernardo<br />

Provenzano, com milhares<br />

de relatos de pessoas que os<br />

consideram “mitos” e defendem<br />

até suas “beatificações”. Alguns<br />

acreditam que os perfis sejam<br />

uma estratégia de comunicação<br />

da máfia siciliana para promover<br />

o nome dos mafiosos entre<br />

os jovens.<br />

Bernardo Provenzano tem<br />

uma comunidade de fãs com<br />

mais de 200 inscritos, número<br />

semelhante dos que defendem<br />

a sua santificação. Outros três<br />

perfis aparecem em seu nome,<br />

um deles fundado por alguém<br />

que diz chamar-se Paolo Provenzano.<br />

As mensagens são de<br />

apoio, otimistas e positivas, que<br />

enaltecem os feitos do mafioso,<br />

tido como “um grande homem”<br />

ou “o melhor dos padrinhos”.<br />

drogas nas favelas do Brasil, ou<br />

seja, não têm perspectiva de um<br />

futuro melhor? Podemos dizer que<br />

o interesse deles pela criminalidade<br />

é de alguma forma culpa do Estado,<br />

ou melhor, da ausência dele?<br />

RC - Certamente quem escolhe o<br />

caminho da delinqüência o <strong>faz</strong><br />

porque é marginalizado, mas não<br />

sempre. A Camorra também funciona<br />

como um aparelho de resgate<br />

social e renda. Aparentemente,<br />

é mais simples obter dinheiro<br />

e poder com eles.<br />

O chefe fugitivo Matteo<br />

Messina Denaro também tem<br />

seu perfil no Facebook. Porém,<br />

quem mais aparece no site de<br />

relacionamentos é Salvatore Riina,<br />

de 78 anos. Ele tem uma<br />

dezena de perfis e mais de 2<br />

mil fãs inscritos. Entre eles, há<br />

o grupo “Totó Riina Livre”, que<br />

pede a liberação daquele que é<br />

considerado um dos mais cruéis<br />

líderes da Cosa Nostra.<br />

Muitas mensagens tentam<br />

colocar em discussão sentenças<br />

já passadas. A polícia<br />

já sabe que, há anos, os ‘padrinhos’<br />

tentam obter a revisão<br />

dos processos. Há uma suspeita<br />

que essa “popularidade”<br />

no Facebook faça parte de uma<br />

nova e moderna estratégia dos<br />

mafiosos para alcançar esse<br />

objetivo. Até porque, muitos<br />

comentários mostram que o<br />

autor está bem informado a respeito<br />

dos processos judiciais,<br />

principalmente, quando se trata<br />

de Riina.<br />

CI - Quais são as alternativas para<br />

esses jovens?<br />

RC - As alternativas são criadas<br />

oferecendo além de um trabalho,<br />

uma nova perspectiva cultural,<br />

explicando que a Camorra reserva<br />

para o futuro somente morte<br />

e prisão.<br />

CI - O senhor já se sentiu sozinho<br />

na luta contra a Camorra?<br />

RC - Às vezes sim. Porém, o procurador,<br />

quando toma uma decisão,<br />

está sempre sozinho.<br />

CI - O que <strong>faz</strong> quando não está no<br />

trabalho?<br />

RC - Procuro manter uma vida privada,<br />

muito limitada. Frequento<br />

os amigos de sempre, tenho pouquíssima<br />

vida pública e nada de<br />

festa e badalação.<br />

CI - Foi difícil conciliar a família<br />

com sua paixão pelo trabalho,<br />

pela Justiça?<br />

RC - Muito, mas com grande satisfação.<br />

Apesar de tudo, minha família<br />

sempre entendeu meu trabalho<br />

e sempre ficou ao meu lado.<br />

CI - Valeu a pena sacrificar a sua<br />

liberdade em nome da luta anti-<br />

Camorra?<br />

RC - A resposta é sem dúvida sim.<br />

Dessa forma, a luta contra a<br />

máfia <strong>italiana</strong> ganhou o terreno<br />

virtual. Mais de 100 mil pessoas<br />

participaram de um abaixoassinado,<br />

pedindo ao Facebook<br />

para apagar os perfis dos apoiadores<br />

dos chefes de Corleone,<br />

na Sicília. Outros 50 mil já assinalaram<br />

que “a máfia dá nojo”.<br />

Será que por lá, quem luta contra<br />

a máfia consegue se manter<br />

no anonimato e livre de ameaças<br />

de morte?<br />

Drogas<br />

ao mar<br />

Polícia intercepta carregamento recorde de<br />

cocaína no Oceano Atlântico. Operação coincide<br />

com a V Conferência Nacional sobre as Drogas,<br />

organizada pelo governo italiano, em Trieste<br />

Foram nove toneladas de cocaína<br />

pura apreendidas em<br />

águas internacionais, em<br />

pleno Oceano Atlântico,<br />

por policiais da Itália e da Espanha.<br />

A operação conjunta, chamada<br />

de Albatroz 2008, ocorreu<br />

em duas fases: uma no começo<br />

de janeiro, na costa da Galícia;<br />

outra no dia 26 de fevereiro, a<br />

mil e duzentas milhas das ilhas<br />

Canárias. Segundo o procurador<br />

anti-máfia da Itália, Piero Grasso,<br />

a quantidade é um recorde.<br />

Como resultado, 16 pessoas foram<br />

presas, sendo 11 espanholas<br />

e cinco colombianas.<br />

A droga vinha da Colômbia e<br />

era destinada ao mercado europeu.<br />

As autoridades avaliaram a carga<br />

em 720 milhões de euros. Ela renderia<br />

quatro vezes mais depois de<br />

ser transformada em 30 milhões<br />

de doses para a venda no varejo.<br />

A investigação começou um ano e<br />

meio atrás. A polícia <strong>italiana</strong> foi<br />

advertida pelos colegas espanhóis<br />

Gu i l h e r m e Aq u i n o<br />

Correspondente • Milão<br />

sobre a presença de suspeitos na<br />

cidade de Gênova. Durante todo<br />

este período, essas pessoas foram<br />

seguidas pela polícia região da Ligúria<br />

e da Toscana.<br />

As interceptações telefônicas<br />

confirmaram as atividades de traficantes<br />

da quadrilha de José Manuel<br />

Vila Sieiram, um dos maiores<br />

narcotraficantes do mundo e líder<br />

da organização na Galícia (Espanha).<br />

Os agentes do distrito genovês<br />

anti-máfia descobriram as coordenadas<br />

geográficas para a entrega<br />

da droga. O ponto de encontro<br />

era em águas internacionais,<br />

no meio do oceano Atlântico.<br />

Na primeira operação, no começo<br />

do ano, os policiais rastrearam<br />

uma frota de pequenos aviões<br />

que decolava da Venezuela,<br />

na América do Sul. Os pilotos lançavam<br />

a droga dentro de pacotes<br />

flutuantes, em alto mar. A carga<br />

era recuperada por um navio e depois<br />

descarregada em outras embarcações<br />

menores e mais velozes.<br />

Estima-se que a quantidade jogada<br />

pela frota aérea fosse de 20 toneladas.<br />

Porém, os policiais espanhóis,<br />

a bordo de um helicóptero,<br />

prenderam os dois tripulantes e<br />

recuperaram apenas 3,5 toneladas<br />

estocadas em uma lancha. O resto<br />

já tinha sido distribuído. Deste total,<br />

duas toneladas eram destinadas<br />

ao mercado italiano.<br />

Na segunda fase, o barco<br />

pesqueiro Dona Fortuna, com<br />

bandeira venezuelana, foi surpreendido<br />

pelos agentes com a<br />

droga no porão. A embarcação já<br />

tinha sido abastecida por um navio-mãe<br />

que zarpou de um porto<br />

na costa da Guiné, país africano<br />

usado na armazenagem da cocaína<br />

colombiana. Cinco membros<br />

da tripulação, todos da Colômbia,<br />

foram presos e outros nove<br />

espanhóis detidos em terra firme.<br />

Os traficantes traziam 5,5 toneladas<br />

de cocaína, sendo 700 quilos<br />

para o mercado italiano.<br />

A operação Albatroz se alinha<br />

com as diretrizes do presidente da<br />

República Italiana, Giorgio Napolitano.<br />

Recentemente, ele solicitou<br />

às instituições públicas o “reforço<br />

dos instrumentos de prevenção<br />

e de controle contra o fenômeno<br />

alarmante da difusão da droga,<br />

principalmente entre os jovens”.<br />

Para ele, não existem mais barreiras<br />

geográficas para o tráfico<br />

de drogas “que permeia todas as<br />

classes sociais do país e atinge os<br />

menores de idade cada vez mais<br />

cedo”. O pensamento do presidente<br />

foi expresso durante a V Conferencia<br />

Nacional sobre as Drogas,<br />

em Trieste. O congresso foi promovido<br />

pelo Departamento das Políticas<br />

Anti-drogas da Presidência<br />

do Conselho dos Ministros.<br />

No evento, constatou-se que<br />

uma ação enérgica do estado deve<br />

ser acompanhada do apoio das<br />

famílias e do terceiro setor, “para<br />

dar esperança de recuperação<br />

ao tóxico dependente através do<br />

suporte da educação”. Durante o<br />

evento, o governo declarou “guerra<br />

total e tolerância zero” ao tráfico<br />

de drogas e apoiou a criação<br />

e manutenção das casas de cura<br />

para recuperar os viciados.<br />

No ano passado, a Itália<br />

apreendeu 42,1 mil quilos<br />

de drogas, 32% a mais que em<br />

2007. Só de maconha foram 36,4<br />

mil quilos, 48,42% a mais que<br />

no ano anterior. Em compensação,<br />

foram apreendidas 30%<br />

menos de heroína e 85,43% menos<br />

drogas sintéticas.<br />

38 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 39


eligião<br />

O Dom da<br />

comunicação<br />

Sílvia So u z a<br />

O ítalo-brasileiro Dom Orani João Tempesta assume, no dia<br />

19 de abril, a Arquidiocese do Rio de Janeiro defendendo a “unidade<br />

na diversidade”. É dessa forma que acredita ser possível combater<br />

as divisões existentes na Igreja Católica diante do enfrentamento de<br />

problemas sociais como o recente abuso sexual seguido do aborto<br />

de uma menina de 9 anos, em Pernambuco.<br />

Aos 58 anos, ele chega à capital fluminense vindo da<br />

Arquidiocese de Belém, no Pará. O bispo nascido em<br />

São José do Rio Pardo, interior paulista, é presidente<br />

da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e<br />

Comunicação Social da Confederação Nacional dos<br />

Bispos do Brasi (CNBB). Para ele, a<br />

evangelização deve penetrar diferentes<br />

mídias, como o Youtube, canal em que o<br />

Vaticano se lançou no início deste ano.<br />

De Roma, onde participava de um seminário<br />

sobre Comunicação, Dom Orani concedeu uma<br />

entrevista exclusiva à Comunità, por e-mail:<br />

— É impossível trabalhar hoje na<br />

evangelização sem utilizar a mídia e, em especial,<br />

as assim chamadas novas mídias — afirma.<br />

ComunitàItaliana - Como<br />

o senhor recebeu a notícia<br />

da nomeação para<br />

a Arquidiocese do Rio<br />

de Janeiro?<br />

Dom Orani - Com surpresa e, ao<br />

mesmo tempo, muito respeito<br />

e responsabilidade pela missão<br />

que Deus, através das mediações<br />

da Igreja, me confia. Conheço<br />

o Rio de Janeiro como todas as<br />

pessoas do Brasil conhecem, porém<br />

pretendo conhecer agora em<br />

profundidade e, principalmente,<br />

a Igreja do Rio de Janeiro, sua<br />

missão e sua história.<br />

CI - Que problemas acredita que<br />

serão os mais desafiantes no Rio?<br />

DO – Só mesmo conhecendo profundamente.<br />

A imprensa destacou<br />

muito, em perguntas, a<br />

questão da violência, que não é<br />

exclusividade do Rio. Creio que<br />

encontrarei tudo o que existe no<br />

Brasil, pois acredito que o Rio<br />

seja um resumo do Brasil.<br />

CI - Problemas como a falta de<br />

segurança e garantia de direitos<br />

básicos dos cidadãos resultaram<br />

em diversas manifestações<br />

na gestão Dom Eusébio. O senhor<br />

acredita que a Igreja possa se<br />

aproximar da política sem que<br />

haja um conflito?<br />

DO - A Igreja tem suas próprias<br />

convicções e liberdade de pensamento<br />

e de direcionamento. Porém,<br />

no trabalho social, temos<br />

consciência de que são necessárias<br />

parcerias e um trabalho com<br />

todos, inclusive com os governantes,<br />

e também outras igrejas,<br />

religiões, associações, para um<br />

trabalho mais eficaz.<br />

CI - O que o fez seguir a vida religiosa?<br />

DO - A vocação é, e sempre será,<br />

um mistério. Porém, posso ver os<br />

sinais desde o início na família.<br />

Depois, na participação na paróquia<br />

de São Roque, em São José<br />

do Rio Pardo. Mais tarde, o dom<br />

que o Senhor colocou no profundo<br />

do coração para deixar tudo e<br />

segui-lo no serviço aos irmãos e<br />

irmãs. A decisão definitiva desse<br />

passo foi dada quando estava<br />

cursando o atual ensino médio,<br />

na época, curso colegial.<br />

CI - Recentemente a Igreja foi<br />

muito criticada pela atuação no<br />

caso da menina de 9 anos vítima<br />

de abuso pelo padrasto no<br />

Recife. O senhor acredita que a<br />

postura da Igreja diante dos problemas<br />

do século 21 deva sofrer<br />

mudanças?<br />

DO - A Igreja tem uma responsabilidade<br />

que não depende da votação<br />

da maioria e sim de princípios<br />

que marcam a sua vida. É por isso<br />

que ela é defensora da vida em<br />

todas as etapas e situações. Como<br />

tem a missão de evangelizar, sabe<br />

que o mundo futuro depende muito<br />

das posições que hoje tomamos.<br />

Acredito que neste caso a pergunta<br />

mais importante e que não foi<br />

feita é: porque esses fatos ocorrem<br />

e porque estão aumentando?<br />

CI - Depois do fenômeno Padre<br />

Marcelo Rossi, tornou-se pública<br />

a existência de outras correntes<br />

de evangelização na Igreja.<br />

Atualmente, o sucesso do Padre<br />

Fábio de Melo tem sido apontado<br />

como canal para aproximação<br />

com os jovens. Como o senhor<br />

avalia a influência e os avanços<br />

desses movimentos na constituição<br />

da assembléia hoje?<br />

DO - Cada pessoa tem seu carisma<br />

e é muito bom ver as pessoas<br />

convictas e coerentes serem<br />

canais de graça de Deus e conseguirem<br />

levar Jesus Cristo a todos,<br />

em especial à juventude. Todos<br />

esses irmãos necessitam de<br />

um acompanhamento próximo<br />

para que, na unidade da Igreja,<br />

sirvam com alegria e disponibilidade<br />

ao povo de Deus.<br />

CI - O senhor concorda que a<br />

Igreja passa por um momento<br />

de crise nas vocações?<br />

DO - Na minha experiência acho<br />

que sucede exatamente o contrário.<br />

Apesar de toda propaganda<br />

contra a Igreja Católica e apesar<br />

da divulgação de fatos isolados<br />

como se fossem comuns e uma<br />

regra, vejo muitos jovens pedirem<br />

o ingresso na vida consagrada<br />

e sacerdotal. O que é necessário<br />

é um acompanhamento personalizado,<br />

pois hoje o jovem ao<br />

entrar traz consigo muito mais<br />

questionamentos que no passado.<br />

Hoje, existem outros tipos de<br />

pessoas consagradas que estão<br />

assumindo um belo trabalho na<br />

Igreja enquanto que as antigas<br />

formas de consagração passam<br />

por um amadurecimento e redescoberta<br />

do carisma.<br />

CI - “Para que todos sejam um” é<br />

o lema de seu episcopado. O que<br />

o senhor acredita que seja necessário<br />

para que essa seja uma<br />

máxima entre os católicos?<br />

DO - É para todos os cristãos, pois<br />

é uma palavra exigente de Jesus<br />

no Evangelho. Para que o mundo<br />

creia. Ele nos pede a unidade,<br />

que não significa uniformidade,<br />

mas unidade na diversidade, no<br />

respeito às diferenças, mas acolhendo-nos<br />

e aceitando-nos uns<br />

aos outros.<br />

CI - O senhor preside a Comissão<br />

Episcopal para a Cultura, Educação<br />

e Comunicação Social. Que<br />

trabalhos foram realizados com<br />

êxito até aqui e quais os planos da<br />

comissão para os próximos anos?<br />

DO - Esta é uma resposta que exigiria<br />

muitas páginas, pois somos<br />

cinco bispos dessa comissão que<br />

realiza uma diversidade de trabalho<br />

tanto aqui no Brasil como nos<br />

seus relacionamentos com o CE-<br />

LAM (América Latina) e com os<br />

Pontifícios Conselhos. É uma comissão<br />

de fronteira e de diálogo<br />

com a sociedade, além do trabalho<br />

com os grupos e meios da igreja<br />

católica. Acredito que são muitos<br />

os êxitos e o plano bienal da CNBB<br />

aponta ainda mais trabalhos para<br />

os últimos dois anos que ainda<br />

nos restam para essa missão.<br />

CI - O senhor esteve em Roma para<br />

um seminário sobre Comunicação<br />

no mês passado e, no início<br />

do ano, a Igreja lançou seu<br />

canal no Youtube. Como a Igreja<br />

percebe as novas tecnologias e<br />

de que forma sua passagem pelo<br />

Rio de Janeiro pretende privilegiar<br />

essa área?<br />

DO - O encontro em Roma<br />

foi para os bispos<br />

responsáveis pelo<br />

setor comunicação<br />

das conferências<br />

episcopais<br />

e estivemos em quase 90 conferências<br />

representadas dos cinco<br />

continentes. A presença da Igreja<br />

não se resume nos meios de<br />

comunicação, mas é uma preocupação<br />

de trabalhar o processo de<br />

comunicação do ser humano que<br />

é muito mais amplo. A presença<br />

no Youtube demonstra a presença<br />

em todos os novos e modernos<br />

meios. É impossível trabalhar hoje<br />

na evangelização sem utilizar<br />

a mídia e, em especial, as assim<br />

chamadas novas mídias.<br />

CI - Além desse compromisso, a<br />

passagem por Roma teve algum<br />

envolvimento com sua posse?<br />

DO - Esse encontro do Pontifício<br />

Conselho de Comunicações já estava<br />

agendado desde o ano passado,<br />

por isso nada teve a ver<br />

com a minha nomeação. Porém,<br />

aproveitamos para conversar<br />

com alguns amigos em Roma sobre<br />

a minha missão.<br />

CI - O senhor tem ascendência<br />

<strong>italiana</strong>?<br />

DO - Meu pai veio da Itália com<br />

meus avós e seus irmãos, quando<br />

tinha 5 anos. Na Itália temos muitos<br />

familiares, porém distantes,<br />

pois meus avós vieram ao Brasil<br />

com toda a família. Eles são da<br />

Região de Abruzzo, entre L’Aquila<br />

e Rieti. Algumas vezes encontrei<br />

familiares na Itália e até celebrei<br />

em um encontro da família, num<br />

desses anos. Normalmente, quando<br />

vou à Itália, a visita é mais<br />

a Roma onde tenho as reuniões<br />

e os trabalhos. Porém, é um país<br />

que sempre nos reserva belos locais<br />

para visitar e nunca terminamos<br />

de admirar as suas belezas.<br />

CI – Como percebe a participação<br />

da comunidade <strong>italiana</strong> na<br />

igreja do Brasil?<br />

DO - A Igreja do Brasil deve muitas<br />

características aos imigrantes<br />

italianos que, vindo para cá,<br />

trouxeram a sua religiosidade e<br />

seu entusiasmo católico. No passado,<br />

os italianos foram presenças<br />

marcantes nesse trabalho.<br />

Hoje, muitos dos seus descendentes<br />

estão presentes na Igreja<br />

e trazem no coração o exemplo<br />

de seus antepassados. Muitas<br />

devoções e santos e muitas maneiras<br />

de celebrar se deve a comunidade<br />

<strong>italiana</strong>.<br />

40 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 41


aúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSa<br />

Melhor emagrecer<br />

Homens obesos que passam pela cirurgia<br />

de redução de estômago não apenas<br />

perdem peso como melhoram sua vida sexual,<br />

segundo estudo da Universidade de Utah, nos<br />

Estados Unidos. Para os autores, a obesidade<br />

está associada à insatisfação na vida sexual.<br />

Os pesquisadores avaliaram 22 homens que foram<br />

submetidos à cirurgia bariátrica e 42 obesos<br />

que não passaram pelo procedimento. A<br />

média de peso no início era de quase 150 kg .<br />

As análises mostraram que quanto mais pesado<br />

era o homem, menores níveis de testosterona<br />

ele tinha e pior era sua vida sexual. Dois anos<br />

depois, os homens que haviam passado pela<br />

cirurgia reduziram em 17 pontos seu índice de<br />

massa corporal, apresentaram menores níveis<br />

de estrogênio e maior quantidade de testosterona.<br />

Essas mudanças ajudaram a melhorar os<br />

fatores da qualidade de vida sexual, melhorando<br />

o desejo, o desempenho e a satisfação.<br />

Fotos: Grupo Keystone<br />

Antidepressivo natural<br />

Pesquisadores da Universidade de Iowa<br />

sugerem que o sal de cozinha pode ser<br />

um antidepressivo natural. Em estudo feito<br />

com ratos, eles concluíram que aqueles que<br />

tinham deficiência de sal paravam de realizar<br />

atividades prazerosas. Eles acreditam que o<br />

déficit de sal pode estar associado à perda de<br />

prazer e à depressão.<br />

Excesso<br />

No Brasil, o consumo diário de sódio<br />

está duas vezes e meia acima<br />

do limite estabelecido pela Organização<br />

Mundial da Saúde. A culpa não é dos alimentos<br />

industrializados, mas do tempero<br />

adicionado à comida. Isso inclui o sal e<br />

os condimentos feitos à base de sal, que<br />

correspondem a 76% de todo o sódio consumido.<br />

Os dados são de uma pesquisa da<br />

Faculdade de Saúde Pública da Universidade<br />

de São Paulo. A quantidade diária de<br />

sódio disponível para consumo é de 4,5 g<br />

por pessoa, sendo que a ingestão máxima<br />

recomendada pela OMS é de 2 g. O excesso<br />

pode aumentar pressão arterial e levar<br />

a doenças cardiovascular e renal.<br />

Dor de cabeça<br />

Mulheres que sofrem frequentes enxaquecas<br />

têm maior risco de sofrer<br />

derrames durante a gravidez, assim como<br />

doença cardíaca, pressão alta e formação<br />

de coágulos, segundo estudo da Universidade<br />

Wake Forest, nos Estados Unidos. A<br />

pesquisa avaliou um banco de dados nacional<br />

com mais de 18 milhões de registros<br />

hospitalares entre os anos de 2000<br />

e 2003, incluindo quase 34 mil casos de<br />

enxaqueca durante a gravidez. Segundo o<br />

estudo, mulheres que sofrem enxaquecas<br />

na gestação tinham 15 vezes mais risco<br />

de sofrer um derrames, três vezes maior<br />

risco de formação de coágulos e duas vezes<br />

mais chances de ter doença cardíaca.<br />

Comida caseira<br />

A<br />

revista Food & Wine afirma que cozinhar<br />

em casa é a tendência gastronômica do<br />

momento, pois assim a refeição é mais saudável<br />

que as elaboradas em restaurantes.<br />

Isso, porém, depende de quem “pilota o<br />

fogão”. Estudos mostram que a maior influência<br />

nos hábitos alimentares familiares é a<br />

pessoa responsável por comprar e preparar a<br />

comida. Esses “guardiões nutricionais,” como<br />

são chamados pelos pesquisadores, influenciam<br />

mais de 70% dos alimentos ingeridos por nós, segundo<br />

um relatório publicado, em 2006, no The Journal<br />

of the American Dietetic Association.<br />

Todos à mesa<br />

A<br />

melhor maneira de ensinar bons hábitos<br />

alimentares aos jovens é <strong>faz</strong>er as refeições<br />

com eles. Pelo menos é o que indicam os<br />

pesquisadores da Filadélfia, nos Estados Unidos.<br />

Por cinco anos, eles acompanharam um<br />

grupo de 600 crianças com 12 anos: as que<br />

<strong>faz</strong>iam cinco ou mais refeições com a família,<br />

por semana, não só adquiriam melhores hábitos<br />

alimentares como os mantinham por mais<br />

tempo. Além das refeições mais frequentes,<br />

esses jovens se acostumaram a ter uma dieta<br />

mais rica. Consumiam mais frutas e vegetais,<br />

além de fibras, cálcio e sais minerais.<br />

42<br />

C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009


filosofia<br />

Antigos<br />

ideais<br />

Um dos principais pensadores políticos da Itália, Giuseppe Vacca lança<br />

livro no Brasil e afirma que a esquerda perdeu o trem da história<br />

momento, a<br />

Europa só tem um<br />

grande líder: o Papa<br />

“Nesse<br />

Bento 16”. A frase,<br />

dita sem exaltação, provocou um<br />

contido “zunzunzum” na platéia.<br />

Quem a proferiu foi o pensador<br />

italiano Giuseppe Vacca, “um velho<br />

comunista italiano” como ele<br />

mesmo se definira um pouco antes.<br />

Os ouvintes sabiam bem disso.<br />

Afinal, eles mesmos estavam<br />

ali para homenagear Vacca porque,<br />

de alguma forma, a ideologia<br />

comunista <strong>faz</strong>ia parte de suas<br />

vidas. Não foi, porém, contestado.<br />

O respeito calou a surpresa<br />

e a palestra prosseguiu, como<br />

se nada tivesse acontecido, na<br />

sala Itália do Instituto Italiano<br />

de Cultura do Rio de Janeiro, em<br />

uma chuvosa noite de março.<br />

O “velho comunista” veio ao<br />

Brasil para lançar seu livro Por<br />

um novo reformismo. Trata-se de<br />

uma publicação conjunta da Fundação<br />

Astrojildo Pereira e da Editora<br />

Contraponto. A apresentação<br />

é Armênio Guedes e Alfredo Reichlin,<br />

respectivamente, dirigentes<br />

históricos dos antigos Partido<br />

Comunista Brasileiro e Partido<br />

Comunista Italiano. O projeto<br />

contou com o apoio da Associação<br />

Anita e Giuseppe Garibaldi.<br />

Além do Rio, Vacca - que fundou<br />

em 1975 o Instituto Gramsci,<br />

em Roma, instituição que ainda<br />

preside - esteve em Campinas<br />

e em São Paulo, onde se encontrou<br />

com o ex-presidente Fernando<br />

Henrique Cardoso.<br />

Talvez o pensador italiano tivesse<br />

ficado ainda mais satisfeito<br />

se o atual presidente<br />

brasileiro, Luiz Inácio Lula<br />

por conta do seu recente processo<br />

político. Um panorama bem diferente<br />

do europeu e que, não por<br />

acaso, encontra-se sem líderes.<br />

Segundo Vacca, na Europa, a<br />

esquerda falhou, apesar de ter tida<br />

Silva, tivesse ido ao seu encontro.<br />

Em entrevista exclusiva à<br />

Comunità, ele não escondeu sua<br />

admiração por Lula. Uma admiração<br />

que data desde o primeiro<br />

momento em que se conheceram,<br />

em 1991, no Brasil e reforçada<br />

com um segundo encontro, na<br />

mesma época, na Itália.<br />

— É uma pena que Lula<br />

não possa se candidatar<br />

outras vezes à presidência<br />

porque a lei não permite.<br />

Eu o admiro muito. Ele<br />

tem grande capacidade<br />

de liderança e demonstrou<br />

isso na forma<br />

como vem guiando<br />

o Brasil, país que<br />

é um dos protagonistas<br />

na nova organização<br />

da economia<br />

mundial — diz Vacca.<br />

Aos 70 anos, ele<br />

percebe não apenas o<br />

Brasil, mas a América<br />

Latina como um todo,<br />

como um foco de novidades<br />

para ser analisada<br />

Sô n i a Apolinário<br />

do “a faca e o queijo na mão”<br />

de mostrar a que veio, durante o<br />

processo de unificação do continente.<br />

Vacca lembra que entre<br />

1990 e 1996, a social democracia<br />

tomou à frente desse processo. O<br />

auge se deu em 1998, quando 13<br />

dos 15 países europeus eram sociais<br />

democratas.<br />

— O grande problema aconteceu<br />

quando, ao formar o governo<br />

comunitário, decidiram que a<br />

política econômica seria nacional<br />

e foi perdida a chance de se <strong>faz</strong>er<br />

uma renacionalização. Explodiu o<br />

processo migratório e, com a crise<br />

da globalização, foi aberto o<br />

caminho para a direita de (George<br />

W. Bush) — explica Vacca, na<br />

sua entrevista. — Em oito anos,<br />

a direita americana fechou o processo<br />

europeu, dividiu a Europa<br />

e ainda criou a guerra do Iraque<br />

para bloquear o Mediterrâneo. A<br />

integração européia significava<br />

uma projeção em direção ao Mediterrâneo<br />

que tinha voltado a<br />

ser o centro comercial do mundo.<br />

Era o começo da “eurolândia”.<br />

Na sua avaliação, a Itália, junto<br />

com a Grécia, são os países<br />

mais frágeis da Europa. No caso<br />

italiano, isso vale tanto em termos<br />

econômicos quanto de estrutura<br />

política. Ele informa que seu país<br />

tem a “maior dívida do mundo”,<br />

que representa 112% do PIB. Para<br />

ele, é muito fácil entender o sucesso<br />

de Silvio Berlusconi, constantemente<br />

sendo eleito e reeleito para<br />

o cargo de primeiro-ministro:<br />

— Em 15 anos, a direita trabalhou<br />

para construir uma força<br />

política enraizada e unitária. A<br />

esquerda, não.<br />

Segundo Vacca, também é<br />

fácil entender porque os jovens,<br />

de uma maneira geral, e os europeus,<br />

em particular, estão apáticos<br />

e pouco participativos. Afinal,<br />

“o problema do jovem é das<br />

gerações antigas”, como diz. Segundo<br />

ele, a questão está justamente<br />

na falta de líderes.<br />

— Nenhuma geração é filha<br />

de si mesma. É preciso líderes em<br />

quem se espelhar. No momento, há<br />

falta de líderes intelectuais, morais<br />

e éticos — sentencia Vacca.<br />

O livro<br />

Por um novo reformismo é o primeiro<br />

título de uma série que pretende<br />

resgatar, no Brasil, idéias<br />

de pensadores políticos italianos.<br />

Quem informa é o ensaísta<br />

e tradutor Luiz Sérgio Henriques,<br />

organizador do livro de Vacca e<br />

da série. Editor do site Gramsci<br />

e o Brasil, ele também é um dos<br />

organizadores das obras de Antonio<br />

Gramsci em português, especialmente<br />

a nova edição das<br />

Cartas do Cárcere, sua obra mais<br />

ilustre. Gramsci foi o fundador<br />

do Partido Comunista da Itália e<br />

ainda é uma das maiores referências<br />

da esquerda mundial.<br />

— As idéias <strong>italiana</strong>s tiveram<br />

um grande impacto na cultura<br />

política brasileira. Entre as<br />

várias razões pelas quais não entrei<br />

para a luta armada estavam<br />

os escritos de Gramsci. Ele nos<br />

ajudou a apostar no reformismo.<br />

Com isso, nós, no Brasil, passamos<br />

a ser chamados de reformistas,<br />

mas com desdém, de forma<br />

pejorativa. Seja como for, Gramsci<br />

foi uma grande novidade para<br />

nós — afirma Henriques.<br />

O livro de Vacca é, na verdade,<br />

um “mix” de três livros do pensador<br />

italiano acrescido de dois<br />

Vacca debate suas idéias<br />

no Rio de Janeiro<br />

ensaios inéditos feitos para a publicação.<br />

Por um novo reformismo<br />

é formado por dez capítulos. Três<br />

deles (1, 6 e 7) foram extraídos<br />

de Riformismo vecchio e nuovo<br />

(Turim: Einaudi, 2001); Os de número<br />

2, 3, 4 e 5 vem de Vent’anni<br />

dopo. La sinistra fra mutamenti e<br />

revisioni (Turim: Einaudi, 1997); o<br />

capítulo 8 provém de Il riformismo<br />

italiano. Dalla fine della guerra<br />

fredda alle sfide future (Roma:<br />

Fazi, 2006); os capítulos 9 e 10<br />

são inéditos e foram redigidos em<br />

2008. Segundo Henriques, a seleção<br />

e a disposição dos textos foram<br />

aprovadas pelo autor.<br />

— A Fundação (Astrojildo Pereira)<br />

inventou um livro meu que<br />

eu não tinha pensado — brinca<br />

Vacca. — Se a escolha será útil,<br />

não sou eu quem deve dizer. É<br />

aqui no Brasil que o livro precisa<br />

ser útil. Pode ser um ponto de<br />

partida para repensar a historia e<br />

procurar inovações.<br />

Luiz Sérgio Henriques informa<br />

que as próximas publicações<br />

a serem lançadas no Brasil serão<br />

com textos de Massimo D’Alema e<br />

Enrico Berlinguer.<br />

— Queremos que as principais<br />

idéias do pensamento político<br />

italiano circulem no Brasil. São<br />

idéias que defendem que os socialistas<br />

jamais podem abandonar a<br />

democracia porque esse é o terreno<br />

mais adequado para a inclusão<br />

social — afirma Henriques.<br />

Nascido em Roma em 1949,<br />

Massimo D’Alema foi militante do<br />

PCI desde sua juventude e acompanhou<br />

esse partido em sua metamorfose<br />

social-democrata e<br />

neo-liberal. Foi primeiro-ministro<br />

da Itália de 1998 a 2000. Foi<br />

também ministro dos Negócios<br />

Estrangeiros do governo de Romano<br />

Prodi entre 2006 e 2008.<br />

Nascido na Sardenha, Enrico<br />

Berlinguer (1922 -1984) foi secretário-geral<br />

do PCI de 1972 a<br />

1984. Ele foi um dos principais<br />

líderes políticos da sua geração.<br />

Seu pai foi um senador socialista.<br />

Seu avô, também chamado<br />

Quem foi Gramsci<br />

Enrico Berlinguer, foi amigo pessoal<br />

de Giuseppe Garibaldi e Giuseppe<br />

Mazzini, notáveis figuras<br />

da unificação <strong>italiana</strong>. Também<br />

era primo de Francesco Cossiga<br />

e de Antonio Segni, ambos líderes<br />

da Democracia Cristã Italiana,<br />

que se tornaram presidentes da<br />

República do país.<br />

Nascido na Sardenha, Antonio Gramsci<br />

(1891-1937) trabalhava como jornalista<br />

quando fundou o Partido Comunista Italiano<br />

em 1921. Ele viria a ser um dos líderes do partido<br />

desde sua fundação. Em 1924, foi eleito<br />

deputado pelo Veneto. Nessa época, começa<br />

a organizar o lançamento do jornal oficial do<br />

PCI, denominado L’Unità. Em 8 de novembro<br />

de 1926, é preso pela polícia fascista, apesar<br />

de ter imunidade parlamentar. Foi condenado a vinte anos de prisão.<br />

Morreu aos 46 anos, pouco tempo depois de ter sido libertado. A influência<br />

póstuma de Gramsci encontra-se associada principalmente<br />

aos mais de trinta cadernos de análise histórica e filosófica que escreveu<br />

durante o período em que esteve na prisão. Estes trabalhos,<br />

conhecidos como Cadernos do Cárcere, contêm o pensamento maduro<br />

de Gramsci sobre a história da Itália e nacionalismo.<br />

Fotos: Bruno Lima<br />

44 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 45


astronomia<br />

Um olhar<br />

para o céu<br />

Ano Internacional da Astronomia celebra os 400 anos da primeira<br />

observação por telescópio feita pelo então renegado Galileo Galilei<br />

O<br />

ditado diz que ninguém<br />

é profeta na sua própria<br />

terra. E com ele não foi<br />

diferente: Galileo Galilei<br />

exerceu carreira como matemático,<br />

físico e filósofo,<br />

mas foi como astrônomo,<br />

revelando descobertas sobre<br />

o céu, diferentes das<br />

atestadas como verdadeiras<br />

no pensamento medieval,<br />

que despertou a ira dos<br />

pensadores geocentristas. Perseguido<br />

e considerado herege,<br />

400 anos após suas primeiras<br />

observações noturnas com<br />

o telescópio, o italiano<br />

é festejado com o Ano<br />

Internacional da Astronomia<br />

(AIA), iniciativa<br />

da Unesco celebrada<br />

em pelo menos<br />

130 países.<br />

Sílvia So u z a<br />

No Brasil, esse italiano nascido<br />

em Pisa, em 1564, deve ganhar,<br />

até o final do segundo semestre,<br />

uma estátua em frente<br />

ao Planetário da Gávea, no Rio<br />

de Janeiro. A primeira em terras<br />

tupiniquins, segundo a astrônoma<br />

Flavia Pedrosa.<br />

— Estamos em busca de escultores<br />

e patrocínio, mas esse<br />

ano já será de grandes feitos. No<br />

início do mês, eventos como o<br />

“100 horas de observação” reuniram<br />

um milhão de pessoas, ao<br />

redor do mundo, para observar o<br />

céu — explica a astrônoma do<br />

Planetário da Gávea.<br />

As tais 100 horas de observação,<br />

às quais Flavia se refere,<br />

<strong>faz</strong>em parte da programação festiva<br />

que credita a Galilei o título<br />

de fundador da ciência moderna.<br />

Durante quatro dias, pesquisadores,<br />

teóricos e pessoas comuns<br />

puderam, em diversos pontos do<br />

mundo, observar o céu e, em especial,<br />

as crateras da Lua e os<br />

anéis de Saturno. No Brasil, foi<br />

possível analisar esses e outros<br />

elementos em lugares como Belo<br />

Horizonte (MG), Brasília (DF),<br />

Brusque (SC), Juazeiro do Norte<br />

(CE), Maceió (AL), Nova Friburgo<br />

(RJ), Paulínia (SP), Ponta Grossa<br />

(PR), Porto Alegre (RS) e Salvador<br />

(BA).<br />

Além disso, em julho, Manaus<br />

sedia a 61ª Reunião Anual da Sociedade<br />

Brasileira para o Progresso<br />

da Ciência, onde a astronomia<br />

terá especial atenção. Já dos<br />

dias 3 a 14 de agosto, será<br />

a vez do Rio de Janeiro<br />

receber a Assembléia Geral<br />

da União Astronômica<br />

Internacional. Vale destacar<br />

que, em uma reunião<br />

semelhante na República<br />

Tcheca, em 2006,<br />

os astrônomos rebaixaram<br />

Plutão à categoria de planetaanão.<br />

Flávia observa que, em<br />

eventos desse tipo, são sempre<br />

levantadas questões polêmicas,<br />

“o que prova que a ciência não<br />

é estática”.<br />

— O Brasil, junto com a Itália<br />

e a França, esteve na liderança<br />

da ação que levou a Unesco<br />

a apoiar a União Astronômica<br />

Internacional pela proclamação<br />

deste Ano Internacional da Astronomia<br />

— informa o coordenador<br />

do Ano da Astronomia no Brasil<br />

e professor da Universidade de<br />

São Paulo, Augusto Damineli —<br />

Diversos astrônomos brasileiros<br />

desenvolvem estudos conjuntos<br />

com italianos. Na verdade, numerosos<br />

astrônomos de origem<br />

ou descendência <strong>italiana</strong> estão<br />

espalhados pelo mundo, mas é<br />

uma pena que a Itália, com tanta<br />

capacidade humana, não esteja<br />

investindo em pesquisa como<br />

deveria. Na esfera governamental,<br />

existem poucos projetos Brasil/Itália,<br />

se compararmos com a<br />

França, por exemplo.<br />

O astrônomo Augusto Damineli<br />

Programação Intensa<br />

Em Florença, os 400 anos do primeiro<br />

uso do telescópio por Galilei<br />

será celebrado pela exposição<br />

Galileu: Imagens do Universo, da<br />

Antiguidade até o telescópio, no<br />

Palácio Strozi, até 30 de agosto.<br />

— O único protagonista é o<br />

céu, visto não só como o firmamento<br />

repleto de estrelas, mas<br />

também como depositário das<br />

expectativas e inquietações humanas<br />

e religiosas — explica Paolo<br />

Galluzzi, diretor do Instituto<br />

e Museu das Ciências florentino,<br />

curador da mostra.<br />

São 250 objetos e obras que<br />

incluem desde aparelhos para<br />

medir e observar a abóbada celeste,<br />

até as cosmogonias e criaturas<br />

divinas que as habitavam -<br />

criadas por distintas mitologias e<br />

religiões, ao longo de 4.600 anos<br />

de história e de relação humana<br />

com o que se pode chamar de<br />

“teto do mundo”.<br />

Restos arqueológicos, afrescos<br />

pompeianos, atlas e esferas<br />

celestes, esculturas, pinturas,<br />

códigos iluminados, maquetes<br />

cosmológicas e binóculos se sucedem<br />

nas várias salas do edifício.<br />

Há também o Atlas Farnese<br />

do século 2 a.C., trazido de Nápoles<br />

e instrumentos utilizados<br />

por babilônios e egípcios para<br />

medir as horas do dia e a sucessão<br />

das estações.<br />

As comemorações fizeram<br />

com que, pela primeira vez, fosse<br />

celebrada em Roma uma missa<br />

em memória ao astrônomo. Foi<br />

em fevereiro na basílica romana<br />

de Santa Maria degli Angeli pelo<br />

monsenhor Gianfranco Ravasi,<br />

presidente do Pontifício Conselho<br />

para a Cultura. O curioso é<br />

que a Igreja perseguiu Galilei por<br />

conta de suas descobertas.<br />

— Galileu foi o primeiro homem<br />

que olhou com um telescópio<br />

para o céu. Abriu para a humanidade<br />

um mundo até então<br />

pouco conhecido, ampliando os<br />

confins de nosso conhecimento e<br />

obrigando a reler o livro da natureza<br />

com um novo olhar. A Igreja<br />

deseja honrar a figura de Galileu,<br />

genial inovador e filho da Igreja<br />

— salienta o arcebispo.<br />

De 26 a 30 de maio, ocorrerá<br />

também em Florença, o seminário<br />

internacional de estudos<br />

“O caso Galileu. Uma releitura<br />

histórica, filosófica, teológica”,<br />

organizado pelo Instituto Stensen<br />

dos Jesuítas. Em Roma, de<br />

21 a 26 de junho, haverá um<br />

curso de estudos organizado<br />

pela Specola Vaticana (Observatório<br />

Vaticano) e durante<br />

todo o mês de outubro estará<br />

aberta na Santa Sé a exposição<br />

Galileu 2009, Fascinação e Fadiga<br />

de um novo olhar sobre o<br />

mundo. A 400 anos da primeira<br />

observação com telescópio.<br />

Ainda em Roma, de 15 de<br />

outubro a 5 de janeiro de 2010<br />

será exibida nos Museus Vaticanos<br />

a exposição Astrum 2009: o<br />

patrimônio histórico da astronomia<br />

<strong>italiana</strong> de Galileu até hoje,<br />

que incluirá livros, arquivos<br />

e instrumentos procedentes da<br />

Specola Vaticana e dos Museus<br />

Vaticanos. A exposição incluirá<br />

ainda o manuscrito Sidereus<br />

Nuncius, de Galileu, conservado<br />

na Biblioteca Nacional Central<br />

de Florença.<br />

Quem foi Galilei<br />

Galileo Galilei nasceu em 15 de<br />

fevereiro de 1564, em Pisa, filho<br />

de Vincenzo Galilei, um músico<br />

alaudista conhecido por seus estudos<br />

sobre a teoria da música,<br />

e Giulia Ammannati de Pescia.<br />

Além de ter estudado medicina<br />

na Universidade de Pisa, foi professor<br />

de matemática na mesma<br />

universidade e ainda na Universidade<br />

de Pádua.<br />

É deste período que, entre<br />

seus inventos, destacam-se uma<br />

balança hidrostática para a determinação<br />

do peso específico<br />

dos corpos (1586), uma máquina<br />

para elevar água – espécie de<br />

bomba movimentada por cavalos<br />

(1593) e uma régua de cálculo<br />

(1597).<br />

Em maio de 1609, Galilei ouviu<br />

falar de um instrumento de<br />

olhar à distância, construído pelo<br />

holandês Hans Lipperhey. Mesmo<br />

sem nunca ter visto o aparelho,<br />

ele construiu sua primeira luneta<br />

em junho, com um aumento de<br />

3 vezes. Até dezembro do mesmo<br />

ano, ele construiu vários outros<br />

objetos (o mais potente capaz de<br />

aumentar 30 vezes), e <strong>faz</strong> uma<br />

série de observações sobre a Lua.<br />

Os satélites de Júpiter, ele<br />

descobriu entre os dias 7 e 15<br />

de janeiro de 1610. Desta fase<br />

astronômica, é famoso o Siderius<br />

Nuncius (Mensagem Celeste)<br />

publicando em latim, em 12 de<br />

março de 1610.<br />

Galilei trocou cartas com Johannes<br />

Kepler (astrônomo que<br />

formulou as leis da mecânica celeste),<br />

que com outros matemáticos<br />

do Colégio Romano eram reconhecidos<br />

como as autoridades<br />

científicas da época. O Colégio<br />

Romano foi fundado pelo Papa<br />

Gregório XIII, que estabeleceu o<br />

calendário gregoriano.<br />

Debruçando-se cada vez mais<br />

no sistema solar, Galilei verificou<br />

que Vênus apresenta fases<br />

como a Lua e reuniu evidências<br />

em favor da teoria heliocêntrica.<br />

Ele escrevia em italiano para difundir<br />

ao público a teoria de Copérnico.<br />

O fato chamava atenção<br />

da Inquisição que abriu processo<br />

contra o astrônomo.<br />

Depois de proibições e julgamentos<br />

que tentaram impedir<br />

a propagação de suas pesquisas<br />

e textos, Galilei morreu em 8 de<br />

janeiro de 1642 em Arcetri, perto<br />

de Florença. Está enterrado na<br />

Igreja da Santa Cruz, em Florença.<br />

Sobre a relação da astronomia<br />

com a Igreja, data de 1822<br />

a retirada das obras de Copérnico,<br />

Kepler e Galilei do Índice<br />

de livros proibidos. E em 1980,<br />

o Papa João Paulo II ordenou<br />

um re-exame do processo contra<br />

Galilei. No dia 31 de outubro de<br />

1992, aos 350 anos de sua morte,<br />

o mesmo Papa o reabilitou solenemente<br />

e criticou os erros dos<br />

teólogos da época que deram fé<br />

a tal condenação, sem desqualificar<br />

expressamente o tribunal que<br />

o sentenciou.<br />

46 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 47


Para cachorro<br />

Novo tamanho<br />

O<br />

Milão<br />

Guilherme Aquino<br />

Milão já tem a sua creche para cachorros.<br />

Isso mesmo. O serviço normalmente<br />

oferecido aos filhos de pais que trabalham<br />

fora e não têm com quem deixar as<br />

crianças ganha uma versão para quatro patas.<br />

A creche tem área de jogos, zona dormitório,<br />

setor de relaxamento com massagem<br />

e até mesmo “salão” para comemoração<br />

de aniversários. A Good Dog ocupa uma loja<br />

com 200 metros quadrados e recebe de 15<br />

a 20 cães por dia, no máximo. Seis “educadores”,<br />

no caso, adestradores, cuidam dos<br />

animais de segunda a sexta-feira, das 8 horas<br />

da manha às sete da noite, ao custo de<br />

8 euros por hora ou mensalidades entre 215<br />

e 275 euros.<br />

norte da Itália pode ficar maior ou<br />

menor, na altura da fronteira com a<br />

Suíça. Os limites devem ser revistos em<br />

decorrência do derretimento das geleiras.<br />

O ministro das Relações Exteriores,<br />

Franco Frattini, planeja criar uma equipe<br />

formada por pesquisadores, cartógrafos,<br />

geógrafos e militares para, junto com as<br />

autoridades helvéticas, rever a fronteira.<br />

As geleiras no platô Rosa do Monte<br />

Cervino, no Monte Rosa e no Pizzo Bernina,<br />

retrocederam muito nas últimas<br />

décadas. A última revisão foi nos anos<br />

60, durante a construção da auto-estrada<br />

Como-Lugano. Na ocasião, a modificação<br />

atingiu o vale de Brogeda.<br />

Salão Internacional<br />

do Móvel<br />

O<br />

maior encontro de designers e fabricantes de móveis do planeta será realizado entre<br />

22 e 27 de abril. Nessa época, Milão se transforma na capital mundial do desenho<br />

industrial, com centenas de eventos paralelos à exibição dos lançamentos, na<br />

feira de Rho. No ano passado, a mega exposição deu um destaque especial para a cozinha.<br />

Neste ano, o foco é na iluminação e, como sempre, é cada vez maior a preocupação com a<br />

economia do consumo de energia elétrica. São esperadas lâmpadas eficientes e “verdes”.<br />

Design histórico<br />

O<br />

Museu Internacional do Design abre as<br />

portas com uma nova coleção, depois<br />

de quinze meses da inauguração. Série fora<br />

de Série propõe colocar em evidência as relações<br />

cruzadas entre a cultura do projeto e<br />

a cultura empresarial que estão na base do<br />

tecido industrial italiano. A história dos objetos<br />

é passada a limpo na mostra realizada<br />

na Triennale de Milão. Alguns deles são uma<br />

lancha de Riva Sebino, serviço de chá e café<br />

de Alessi, o mini-carro Volpe ou a poltrona<br />

Sacco. A exposição permite uma viagem<br />

no tempo através de produtos que modificaram<br />

padrões estéticos e propuseram o futuro<br />

quando o presente ainda era o passado.<br />

Elas estão de volta<br />

É<br />

o primeiro indício que a primavera se<br />

aproxima. As andorinhas começam a retornar<br />

da África. Depois de dez mil quilômetros<br />

de vôo, as aves voltam a pousar nos prados<br />

e nas árvores do norte da Itália. Pavia, Cesano<br />

Maderno oferecem excelentes plataformas<br />

e programas de observação, o chamado birdwatching.<br />

“Springalive” é o projeto europeu<br />

que coleta dados sobre a presença dos pássaros<br />

na região e todos podem participar. Para<br />

isso, basta inserir no banco de informações a<br />

data, o lugar e a espécie observada durante o<br />

birdwatching. Assim, os ambientalistas podem<br />

monitorar e estudar o comportamento das aves<br />

diante das mudanças climáticas em curso.<br />

Nuove<br />

scritture<br />

Conferenza mette in risalto l’importanza della letteratura<br />

migrante nel rinnovamento delle lettere italiane<br />

Negli ultimi dieci anni la<br />

letteratura <strong>italiana</strong> ha<br />

subìto un “buon rinnovamento”<br />

e molto di ciò<br />

si deve alla letteratura migrante.<br />

Una vera e propria lezione sul tema<br />

è stata data, in Brasile, dalle<br />

professoresse Elisabetta Santoro<br />

(Universidade de São Paulo), Valentina<br />

Russi e Lucia Strappini,<br />

(Università per Stranieri di Siena),<br />

che hanno partecipato alla<br />

conferenza “La Narrativa Italiana<br />

dal 1900 al 2008”, presso gli<br />

Istituti Italiani di Cultura di São<br />

Paulo e di Rio de Janeiro.<br />

— La letteratura <strong>italiana</strong>, in<br />

particolare la narrativa, ha subìto<br />

negli ultimi nove, dieci anni un<br />

buon rinnovamento. Sono sorti<br />

vari scrittori e, soprattutto, nuove<br />

scrittrici – osserva il Professore<br />

Ordinario di Letteratura Italiana,<br />

delegato alle Relazioni Internazionali<br />

dell’Università per Stranieri<br />

di Siena, Lucia Strappini.<br />

Secondo lei anche nel decennio<br />

anteriore si è pubblicato molto<br />

Tat i a n a Bu f f<br />

Corrispondente • São Paulo<br />

ma, per lei, le proposte recenti sono<br />

“più interessanti”. Uno dei motivi<br />

concerne il fatto che è aumentata<br />

molto la presenza di scrittori<br />

nati all’estero e quindi parlanti di<br />

lingua straniera che “hanno scelto<br />

di creare romanzi e poesie direttamente<br />

in italiano, abbandonando<br />

la lingua materna”.<br />

Questi sono gli autori della<br />

“letteratura migrante”. Scrittori<br />

delle più svariate origini, hanno<br />

arricchito i temi intrapresi e hanno<br />

lanciato un nuovo punto di vista<br />

sull’Italia attuale. Secondo la<br />

professoressa Elisabetta Santoro,<br />

del corso di Lingua e Letteratura<br />

Italiana del Departamento de Letras<br />

Modernas della USP, i risultati<br />

linguistici di questo movimento<br />

sono molto peculiari “visto<br />

che si rompono le barriere tra<br />

le lingue e che, nella scrittura,<br />

la lingua materna e l’italiano si<br />

mescolano, dando vita a pagine<br />

di grande effetto”.<br />

Secondo Lucia Strappini le<br />

opere degli autori migranti che<br />

Lucia Strappini<br />

hanno dato respiro alle tematiche<br />

letterarie italiane sono spesso di<br />

tipo autobiografico. Due brasiliani<br />

si distinguono in questo gruppo,<br />

secondo Elisabetta Santoro. Sono<br />

Christiana de Caldas Brito, filosofa<br />

e psicologa nata a Rio de Janeiro,<br />

con opere premiate in Italia, tra cui<br />

il libro di racconti “Amanda, Olinda,<br />

Azzurra e le altre” e Julio Monteiro<br />

Martins, avvocato e professore<br />

universitario di Niterói, autore,<br />

tra altri libri, di “L’amore scritto”,<br />

pubblicato nello Stivale nel 2007 e<br />

tema di un servizio dell’ultima edizione<br />

di gennaio di Comunità.<br />

Elisabetta Santoro<br />

Durante la conferenza è stata<br />

presentata l’antologia “Il senso<br />

narrante”, coordinata da Lucia<br />

Strappini e organizzata da Francesca<br />

Romana Andreotti e Valentina<br />

Russi (Collana Linguaggi<br />

e Culture, Ed. Guerra, 2008). Il<br />

libro riunisce opere dell’iraniano<br />

Bijan Zarmandili, residente<br />

in Italia da quasi 50 anni; della<br />

polacca Helga Schneider, e di<br />

letteratura<br />

Cristina Ali Farah, figlia di madre<br />

<strong>italiana</strong> e padre somalo.<br />

— Un’antologia come questa<br />

ci dà una visione panoramica<br />

della letteratura <strong>italiana</strong> contemporanea<br />

e ci orienta sulle tante<br />

pubblicazioni che appaiono tutti<br />

i giorni sugli scaffali delle librerie<br />

— afferma Elisabetta Santoro.<br />

Saviano<br />

Gli sguardi del mondo si rivolgono<br />

con più attenzione – anche con<br />

l’aiuto dei media – alla produzione<br />

delle case editrici italiane fin<br />

dall’esplosione commerciale e critica<br />

di “Gomorra”, di Roberto Saviano,<br />

pubblicato nel 2006 in Italia.<br />

Il best seller, tradotto in 50<br />

paesi, ha venduto più di 1,8 milioni<br />

di copie nella penisola ed è stato<br />

trasformato da Matteo Garrone<br />

in un film di enorme successo.<br />

Con Saviano, l’onda della “rinascita”<br />

<strong>italiana</strong> ha invaso anche<br />

le librerie internazionali ma, secondo<br />

la professoressa Elisabetta<br />

Santoro, si tratta di una questione<br />

diversa rispetto a quella della<br />

letteratura migrante.<br />

— C’è un fenomeno di altro<br />

tipo nato a partire da Gomorra. Il<br />

romanzo non-fiction di Roberto<br />

Saviano e il film di Garrone hanno<br />

avuto un enorme successo,<br />

ma il valore dell’operazione non<br />

è tanto quello letterario o artistico,<br />

quanto quello della denuncia<br />

e del coraggio di parlare della Camorra,<br />

la mafia napoletana, che<br />

praticamente tutti pensavano di<br />

conoscere già, ma che invece nasconde<br />

aspetti meno noti e più<br />

vicini a noi di quanto credessimo<br />

— osserva.<br />

48 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 49


literatura<br />

Asas à<br />

imaginação<br />

Um dos eventos mais festejados do setor literário, a Feira de Bolonha<br />

é o principal balcão de negócios de títulos infanto-juvenil da Europa<br />

Tatiana Ribeiro<br />

Tat i a n a Ribeiro<br />

Especial de Bolonha<br />

lhoramentos é uma das expositoras<br />

mais antigas no evento.<br />

— Expomos aqui há 30 anos,<br />

um tempo que coincide com a<br />

história da feira. Nós somos uma<br />

das editoras brasileiras que mais<br />

<strong>faz</strong> negócios aqui. Dessa vez, fechamos<br />

mais um título do Ziraldo<br />

para o Japão. Para nós, a feira<br />

é um fórum muito importante<br />

— afirma o editor<br />

Breno Lerner.<br />

Por se tratar de<br />

um ramo onde as<br />

ilustrações são de<br />

extrema importância,<br />

o tema das artes<br />

gráficas recebe<br />

uma atenção especial<br />

dos organi-<br />

Espaço brasileiro na Feira de Bolonha<br />

Que ninguém se deixe enganar<br />

pelos títulos em<br />

exibição. A Feira do Livro<br />

Infanto-Juvenil, de Bolonha,<br />

não é só um espaço destinado<br />

às crianças, onde os pais<br />

possam levar os filhos para se divertirem<br />

no fim de semana. Trata-se<br />

de um verdadeiro mercado<br />

de direitos de títulos, negociados<br />

entre editores do mundo inteiro.<br />

A feira, realizada entre 23 e 26<br />

de março, conta sempre com um<br />

centro para os tradutores e outro<br />

destinado aos agentes literários,<br />

uma mostra dos trabalhos de ilustradores<br />

e um espaço que promove<br />

a interseção do livro com as<br />

produções televisivas e cinematográficas,<br />

o TV/Film & Licensing<br />

Rights Centre. Nesse centro, uma<br />

das principais atividades é a negociação<br />

entre criadores e editores<br />

de novos personagens para as<br />

histórias. A editora brasileira Mezadores<br />

da Feira do Livro Infanto-Juvenil<br />

de Bolonha. Para a escritora<br />

Ana Maria Machado, que<br />

participa do evento há 31 anos,<br />

o ponto forte da participação do<br />

Brasil não é o projeto gráfico ou as<br />

ilustrações, mas os textos.<br />

— Os prêmios que o Brasil já<br />

recebeu aqui em Bolonha foram<br />

sempre pelo texto e tiveram um reflexo<br />

internacional muito bom. Fica<br />

evidente que existe literatura de<br />

qualidade sendo produzida no Brasil.<br />

A feira é uma vitrine importante,<br />

um ótimo momento para trocar<br />

ideias, ver que tipo de catálogo cada<br />

editor tem, que afinidade existe<br />

entre o autor e o editor — explica<br />

Ana Maria Machado que recebeu,<br />

em 2000, o prêmio Hans Christian<br />

Andersen, considerado o prêmio<br />

Nobel da literatura infantil.<br />

O escritor Yves Hublet, brasileiro<br />

descendente de italianos, participou<br />

da feira pela primeira vez,<br />

concretizando um projeto pessoal<br />

de 25 anos. Ele propõe assuntos<br />

universais e instrutivos em suas<br />

narrativas em forma de fábulas.<br />

— Nos meus livros procuro<br />

abordar temas importantes, onde<br />

a criança vai lendo e aprendendo<br />

sem sentir – acrescenta<br />

Hublet, que mora<br />

na Bélgica há dois<br />

anos e meio.<br />

Em outro pavilhão,<br />

em um estande<br />

todo dedicado à<br />

Turma da Mônica,<br />

Mauricio de Souza<br />

e sua equipe<br />

todos os anos<br />

Il ragazzo è<br />

impegnato a crescere<br />

(Edizioni Topipittori)<br />

Autor: Roberto Denti - O que<br />

acontece quando seu pai é o<br />

diretor da escola e sua mãe<br />

uma professora? E quando<br />

sua avó não é uma simples e<br />

doce velhinha, mas um verdadeiro<br />

general com um temperamento<br />

nada fácil? E, como<br />

se não bastasse, seu irmão<br />

é o mais bonito e inteligente<br />

da turma? É óbvio: você<br />

sonha com a fuga. E talvez<br />

você não fique só no sonho,<br />

mas tente realmente embarcar<br />

numa nave de piratas, como<br />

acontece nos livros.<br />

fecham importantes negociações<br />

que vão desde a publicação das<br />

histórias em quadrinhos - traduzidas<br />

em mais de 22 idiomas - até<br />

o contrato com redes televisivas.<br />

Durante vários meses do ano os<br />

personagens de Mauricio de Souza<br />

podem ser vistos na Rai 2, importante<br />

canal italiano, semanalmente,<br />

às 7 horas da manhã.<br />

— Para nós não existe crise –<br />

afirma o criador da famosa turma<br />

de personagens de história em<br />

quadrinhos.<br />

O papagaio que não<br />

gostava de mentiras<br />

e outras fábulas africanas<br />

(Pallas Editora)<br />

Autor: Adilson Martins – A<br />

obra apresenta uma coleção<br />

de fábulas africanas. Uma<br />

ótima forma de educar as<br />

crianças e <strong>faz</strong>er com que os<br />

adultos reflitam mais sobre<br />

a sua conduta, numa inteligente<br />

crítica social.<br />

50 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009 A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 51


fotografia<br />

Visões<br />

de mundo<br />

Exposição em São Paulo apresenta o melhor da<br />

produção fotográfica brasileira contemporânea<br />

A<br />

ideia de ver o mundo através<br />

dos olhos de outrem<br />

pode soar como fantasia<br />

realizada ao visitante da<br />

17ª edição da Coleção Pirelli/<br />

MASP de Fotografia, em cartaz<br />

até 3 de maio no Museu de Arte<br />

de São Paulo Assis Chateaubriand.<br />

Uma pausa para conhecer<br />

a exposição, na eufórica Avenida<br />

Paulista, centro financeiro da capital,<br />

tende a significar uma viagem<br />

no tempo e no espaço.<br />

Este ano, a seleção de 80<br />

obras de 24 fotógrafos brasileiros<br />

e estrangeiros residentes no<br />

país traz registros históricos e,<br />

muitas vezes, distantes dos centros<br />

urbanos.<br />

— A coleção Pirelli é reconhecida<br />

no âmbito da fotografia.<br />

Tat i a n a Bu f f<br />

Correspondente • São Paulo<br />

Um registro de Milon Alram<br />

É um dos trabalhos mais duradouros<br />

deste tipo no Brasil, talvez o<br />

único, e isto a um certo ponto se<br />

transforma em uma grande força<br />

— diz a coordenadora do projeto<br />

desde 1991, Anna Carboncini,<br />

<strong>italiana</strong> radicada no país há cerca<br />

de 30 anos.<br />

Em relação às edições anteriores,<br />

além de a mostra atual acrescentar<br />

20 fotos em comemoração<br />

aos 80 anos da Pirelli no Brasil, a<br />

comissão organizadora convidou,<br />

no ano passado, quatro consultores<br />

para colaborar na seleção. Integraram<br />

as consultorias regionais<br />

a galerista Márcia Mello, do Rio de<br />

Janeiro e os fotógrafos Orlando<br />

Azevedo, de Curitiba; Pedro David,<br />

de Minas Gerais e Tiago Santana,<br />

de Fortaleza. O grupo sugeriu artistas<br />

das respectivas regiões, com<br />

o objetivo de “enriquecer a coleção<br />

e aprofundar a pesquisa”, como<br />

explica Anna Carboncini.<br />

Os artistas<br />

Três gerações de fotógrafos compõem<br />

o panorama imagético da<br />

17ª edição da Coleção Pirelli/<br />

MASP. São artistas nascidos entre<br />

1910 e 1920, nos anos 1940<br />

a 1950 e de 1960 a 1980. No fio<br />

cronológico, Voltaire Fraga (1911-<br />

2006), de Salvador, capta em preto<br />

e branco um modus vivendi inteiramente<br />

alheio aos bruscos modos<br />

sociais modernos. Como se fosse<br />

possível tocar certa fábula de delicadeza,<br />

consumada no banal cotidiano<br />

por ele retratado, sem prender-se<br />

aos limites não menos paradisíacos<br />

do cenário, a Bahia.<br />

Da mesma geração, os instantâneos<br />

de Helmuth Wagner<br />

(1924-1988) exploram geometrias<br />

estruturais e remetem ao<br />

efeito obtido pelo singular M.C.<br />

Escher (1898-1972), artista gráfico<br />

holandês. Em vertente diversa,<br />

o parisiense Milan Alram<br />

(1926), residente no Rio, trabalhou<br />

para as principais agências<br />

publicitárias das décadas de 1940<br />

a 1970, documentando os “anos<br />

dourados” e o charme da bossa<br />

nova na Cidade Maravilhosa.<br />

A moda e o fotojornalismo<br />

assinalam sua relevância histórica<br />

e artística com registros personalíssimos,<br />

de técnica apurada.<br />

São nomes reconhecidos internacionalmente<br />

como Gui Paganini,<br />

Jacques Dequeker, Nani Gois,<br />

Barbara Wagner – com a fogosa<br />

série Brasília Teimosa, realizada<br />

no bairro de mesmo nome em Recife<br />

-, Ricardo Labastier, Anderson<br />

Schneider e o mestre mineiro<br />

Rui Cezar dos Santos.<br />

Ao longo da exposição, obras<br />

de fotógrafos de apelo mais intimista<br />

operam como veículo<br />

de expressão de interiores<br />

ora luminosos, ora divertidos,<br />

bucólicos ou dramáticos.<br />

O mineiro José Faria,<br />

autodidata que opta pelo experimentalismo,<br />

<strong>faz</strong> fusões e<br />

sobreposições e cria imagens<br />

poéticas e oníricas.<br />

Rogério Ghomes e Felipe Hellmeister,<br />

ambos de gerações mais<br />

A partir da esquerda, imagens de Rui Cesar Santos, André François e<br />

Milon Alram. Abaixo, uma obra de José Faria<br />

recentes, se apresentam com<br />

composições instigantes. Diante<br />

delas, é preciso parar e olhar com<br />

atenção para perceber o sublime<br />

do exato instante congelado.<br />

Ghomes teve seu triplo quadro intitulado<br />

Olhaí, justamente traduzido<br />

para o inglês como Consider.<br />

A série de fotos de Hellmeister,<br />

chamada É doce Morrer no Mar,<br />

parece reverenciar os pintores<br />

Francis Bacon (1909-1992) e Lucien<br />

Freud (1922), tal a energia<br />

expressiva da deformação.<br />

Contemporâneos, Zé Frota e<br />

Rodrigo Zeferino incluem a distorção<br />

como ferramenta em seus trabalhos,<br />

com resultados diversos.<br />

Neles, o foco é a realidade jornalística<br />

das periferias. De efeito cinematográfico,<br />

utilizando lentes<br />

especiais, os registros de Fausto<br />

Chermont, de São Paulo, passeiam<br />

por paisagens gráficas exuberantes,<br />

a fixar o olhar do observador<br />

em alegorias imagéticas.<br />

A exploração fotográfica da<br />

abstração geométrica, inédita na<br />

Coleção Pirelli/MASP, cabe a Ana<br />

Vitória Mussi, cuja obra representa<br />

“a mais significativa ruptura<br />

estética desta edição”, segundo<br />

os organizadores. A fotógrafa, catarinense<br />

de Laguna, estudou serigrafia<br />

nos fim dos anos 1980 na<br />

Escola de Artes Visuais do Parque<br />

Lage, no Rio de Janeiro. Costuma<br />

expor no Brasil e no exterior.<br />

Outro marco deste ano é a<br />

“exposição dentro da exposição”<br />

de André François, paulistano de<br />

44 anos, que realiza documentários<br />

na área da saúde desde 2005.<br />

Os 20 registros estão em uma<br />

área especial, criada pelo Conselho<br />

Curador. O fotógrafo aborda<br />

a questão da humanização da<br />

medicina e a busca dos cidadãos<br />

de regiões ainda remotas, como a<br />

Amazônia, por tratamento médico.<br />

Entre o choque e o afeto, os<br />

instantâneos pronunciam o que<br />

há por <strong>faz</strong>er nessa área.<br />

François, autor dos livros Cuidar,<br />

Um Documentário sobre a<br />

Medicina Humanizada no Brasil<br />

e A Curva e o Caminho, Acesso à<br />

Saúde no Brasil, recebeu o apoio<br />

da Organização das Nações Unidas<br />

(ONU) para levar seu projeto<br />

a outros países.<br />

Mundo à parte<br />

Zig Koch, arquiteto curitibano que<br />

mergulhou na fotografia desde a<br />

adolescência, extrai da natureza<br />

imagens literalmente mágicas,<br />

empregando recursos aparentemente<br />

simples, mas raros, como a<br />

paciência. Na foto de um macaco,<br />

por exemplo, a impressão primeira<br />

é a de um desenho magnífico<br />

que quase leva à suspeita de que<br />

o primata “quis” posar.<br />

Koch trabalha para grandes<br />

publicações nacionais e internacionais<br />

especializadas e atua nas<br />

organizações não-governamentais<br />

WWF e SOS Mata Atlântica,<br />

entre outras.<br />

Em linha semelhante, o engenheiro<br />

e fotojornalista Zé Paiva,<br />

de Porto Alegre, ganhou espaço<br />

na mostra com retratos da serra<br />

gaúcha, a um só tempo documentais,<br />

encantadores e, por que<br />

não, vocativos de certo bucolismo.<br />

No mesmo espírito se enleva<br />

a fotografia autoral de André Paoliello,<br />

cujas obras selecionadas<br />

parecem deslizar ora sobre a névoa,<br />

ora sob o céu e a vegetação<br />

sedutores dos litorais.<br />

Ainda sob a égide da fantasia<br />

– agora humana, demasiado humana<br />

– a presença da renomada<br />

Vânia Toledo evoca o universo das<br />

celebridades, do erotismo e puro<br />

hedonismo. Um dos instantâneos<br />

traz uma das “tigresas” dos anos<br />

1970/80, a cantora Gal Costa, no<br />

ápice da glória e graça.<br />

Tão consolidado quanto Vânia,<br />

Bob Wolfenson aparece na<br />

seção final da mostra com o inusitado<br />

ensaio “A Caminho do<br />

Mar”, com registros metalizados<br />

e obscuros capturados desde a<br />

rodovia que passa por Cubatão,<br />

cidade uma vez considerada ecologicamente<br />

morta.<br />

SERVIÇO:<br />

Coleção Pirelli/MASP de Fotografia –<br />

17ª Edição. MASP - Museu de Arte<br />

de São Pau l o Assis Chateaubriand -<br />

Av. Pau l is ta, 1.578 - Cerqueira César<br />

- São Pau l o – SP. Ho r á r i o: terçafeira<br />

a domingo e feriados, da s 11h às<br />

18h; q u i n ta at é 20h. A bilheteria fec<br />

h a u m a ho r a antes. Ingresso: R$ 15<br />

(inteira) e R$ 7 (estudante), g r at u i to<br />

às terças-feiras e diariamente pa r a m e-<br />

no r e s de 10 anos e maiores de 60 anos.<br />

In f o r m a ç õ e s: (11) 3251-5644.<br />

52 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 53


artes<br />

Fenômeno que ocorre principalmente<br />

nas grandes<br />

cidades, o smog é uma<br />

mistura de gases, fumaça<br />

e vapores de água que formam<br />

uma grande massa de ar carregada<br />

de poluição. Costuma irritar<br />

os olhos e adoecer os pulmões.<br />

Graças, porém, ao artista<br />

italiano Alessandro Ricci, o maléfico<br />

smog está virando sinônimo<br />

de arte.<br />

É com essa sujeira do ar, respirada<br />

por ele e os habitantes de<br />

Florença, onde mora, que Ricci<br />

cria seus quadros. Neles, retrata<br />

paisagens e cenas urbanas que<br />

podem ser vistas na mostra em<br />

exposição no museu florentino<br />

Ginger Zona di Scandicci. O escapamento<br />

de um carro em movimento,<br />

a chaminé das indústrias<br />

e das fábricas e a chuva ácida<br />

que mancham de negro os mármores<br />

brancos dos monumentos<br />

espalhados pela cidade produzem<br />

os elementos fundamentais<br />

da pintura de Ricci.<br />

O smog que provoca mal estar<br />

nas pessoas chega “plasmado”<br />

na telas do artista. Formado<br />

em ciências naturais, Ricci decidiu<br />

aplicar nas telas as partículas<br />

em suspensão depositadas em<br />

monumentos, persianas e fachadas<br />

dos prédios. Resumo da obra:<br />

ele pinta com o que se respira,<br />

expressa o que vê.<br />

Para recolher a matéria-prima<br />

básica dos seus quadros,<br />

o artista sai de casa com uma<br />

escada e sobe nas estátuas de<br />

mármore branco enegrecidas pela<br />

sujeira urbana.<br />

— Eu passo um pano úmido<br />

nas superfícies que encontro pelo<br />

caminho e capturo o material<br />

que será usado como a base para<br />

a minha tinta — explica Ricci.<br />

Quando<br />

poluição<br />

vira arte<br />

Artista italiano usa smog para pintar<br />

quadros em protesto contra a poluição<br />

Quadro intitulado “Luna di Periferia”<br />

Gu i l h e r m e Aq u i n o<br />

Correspondente • Milão<br />

Ao longo da operação de coleta,<br />

ele já sabe onde encontrar<br />

as diferentes tonalidades<br />

do smog. Nas vias mais estreitas,<br />

engarrafadas, as partículas<br />

em suspensão são mais escuras.<br />

Já nas ruas com menos tráfico,<br />

a sujeira do ar é mais clara. Do<br />

preto escuro ao cinza claro é<br />

possível se obter, segundo ele,<br />

apenas na diferença de alguns<br />

quarteirões.<br />

O artista começou a pintar<br />

com smog, por acaso, dois anos<br />

atrás. Ele realizava, para o laboratório<br />

da Universidade de Florença,<br />

uma analise química de<br />

amostras de aerosol pelas ruas<br />

da cidade. Durante o trabalho,<br />

Ricci sujou o braço de preto ao<br />

se esfregar numa fachada. Pintor<br />

amador, ele decidiu unir a técnica<br />

e a ciência ao protesto contra<br />

a poluição do ar.<br />

No começo, o artista conseguia<br />

as partículas junto ao Centro<br />

Nacional de Pesquisa, em Sesto<br />

Fiorentino, órgão responsável<br />

pelo monitoramento das condições<br />

atmosféricas da cidade. Depois,<br />

o pintor começou a ir ele<br />

mesmo buscá-las nas ruas.<br />

O atelier de Ricci é num cômodo<br />

da casa onde vive. Nas<br />

horas vagas, ele separa as partículas<br />

escuras absorvidas pelos<br />

panos e cotonetes que deixa na<br />

mesa de jantar. O artista não usa<br />

pinceis e nem tintas coloridas.<br />

No lugar deles está um palito enrolado<br />

com algodão e o smog. O<br />

artista “suja” a tela branca com<br />

a poeira e depois a limpa com<br />

algodão úmido criando os desenhos,<br />

delineando as formas e as<br />

imagens que irão compor o quadro.<br />

No final, Ricci usa um fixador<br />

especial para colar as partículas<br />

no quadro.<br />

As tonalidades vão do branco<br />

ao preto, passando por diferentes<br />

tons de cinza. A realidade,<br />

em preto e branco, surge nas formas<br />

de prédios, carros, condomínios<br />

de periferia, além de famosos<br />

cartões postais de Florença,<br />

como a catedral de Santa Maria<br />

del Fiore, pontos de atrações turísticas,<br />

manchados pelo ar poluído.<br />

Algumas imagens abstratas<br />

também são pintadas por Ricci.<br />

Por enquanto, ele só não ousou<br />

pintar os pulmões de quem respira<br />

o smog.<br />

— Falta ainda retratar as<br />

conseqüências dessa poluição no<br />

nosso corpo — diz ele.<br />

E se depender do andar da<br />

carruagem, o artista vai ter sempre<br />

à disposição as suas “tintas”<br />

gratuitas. Mesmo sendo considerada<br />

uma cidade de arte, Florença<br />

sofre, e muito, os efeitos<br />

da poluição. Segundo a Legambiente,<br />

importante ONG <strong>italiana</strong>,<br />

em 2008, os habitantes viveram<br />

101 dias com o smog acima do<br />

limite máximo permitido pela<br />

lei: o valor PM10 por 35 dias ao<br />

ano. A mesma ONG alertou que,<br />

nos últimos três meses, a população<br />

florentina respirou, durante<br />

27 dias, um ar que coloca em<br />

risco a saúde pública.<br />

54<br />

C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009


design<br />

televisione<br />

Made<br />

in Rio<br />

Pela primeira vez, designers fluminenses<br />

realizam exposição durante o Salão<br />

Internacional do Móvel em Milão<br />

A<br />

capital mundial<br />

do Design e<br />

das inovações será palco<br />

da exposição Rio + Design<br />

durante o maior evento do setor,<br />

o Salão Internacional do Móvel<br />

2009, que ocorre entre os dias 21<br />

e 27 de abril, em Milão. Graças<br />

a uma parceria entre a secretaria<br />

estadual de Desenvolvimento<br />

Econômico, Energia, Indústria e<br />

Serviços do Rio de Janeiro (Sedeis),<br />

Sebrae/RJ, Câmara Ítalo-<br />

Brasileira de Comércio e Indústria<br />

e Agência de Promoção de<br />

Milão (Promos Milano), 18 designers<br />

cariocas “invadirão” a capital<br />

da Lombardia para mostrar<br />

seus produtos.<br />

Sílvia So u z a<br />

Cadeiras, luminárias,<br />

bolsas, jóias e mesas<br />

de escritório são algumas<br />

das peças que serão expostas na<br />

feira <strong>italiana</strong>. Muitas delas aludem<br />

diretamente à cidade do Rio<br />

de Janeiro.<br />

Faz parte do grupo, por exemplo<br />

o arquiteto Guto Índio da Costa,<br />

responsável pelos quiosques<br />

que adornam a orla de Copacabana.<br />

TT Leal é uma das fundadoras<br />

da Cooperativa de Trabalho Artesanal<br />

e de Costura da Rocinha, a<br />

Coopa-Roca. O trabalho das costureiras<br />

da Rocinha freqüenta<br />

muitas lojas elegantes de Ipanema.<br />

O designer Gilson Martins é o<br />

autor das bolsas que reproduzem<br />

o Corcovado e o Pão de Açúcar,<br />

dois dos principais cartões-postais<br />

do Rio de Janeiro.<br />

Além deles, dividirão o espaço<br />

de mais de 100 metros reservados<br />

ao Rio de Janeiro, em Milão,<br />

artistas como Sérgio Rodrigues,<br />

Mendes Hirth, Fred Gelly,<br />

Jaakko Tamela, Claudia Moreira<br />

Salles, Taciana de Abreu e Silva,<br />

Marcela Albuquerque, Carlos Simas,<br />

Marcos Oliva, Thiago Maia,<br />

Carlos Alcantarino, Fernando Jaeger,<br />

Angela Carvalho e Maria<br />

Helena Torres.<br />

De acordo com a Sedeis, a seleção<br />

dos designers e das peças<br />

que seguiriam para a Itália foi feita<br />

por membros do Conselho Consultivo<br />

de Design, que integra o<br />

programa Rio é Design, da secretaria.<br />

As peças ficarão expostas<br />

no espaço Porticato, no Palazzo<br />

Affari ai Giureconsulti, ao lado do<br />

Duomo, na Piazza Mercanti.<br />

Considerado um dos eventos<br />

mais importantes do setor moveleiro<br />

mundial, o Salão do Móvel<br />

de Milão chega a sua 48ª edição<br />

e reúne artistas de todas as partes<br />

do mundo. O objetivo é apresentar<br />

tecnologia, cultura, inovação<br />

e tendências do setor. Neste<br />

ano, uma mostra especial contará<br />

Objetos de Carlos Cantarino e<br />

equipamentos de Índio da Costa<br />

a história do design italiano através<br />

da evolução dos móveis da<br />

antiguidade até os dias atuais.<br />

Além da projeção no exterior,<br />

a intenção com a participação<br />

brasileira é promover a competitividade<br />

de empresas nacionais que<br />

miram o mercado externo.<br />

Di ritorno<br />

alle origini<br />

Telenovela della Record, che parla di mafia, riporta in Italia l’attore Nicola Siri<br />

Completamente adattato<br />

in Brasile dove vive da<br />

sei anni, l’attore Nicola<br />

Siri, autentico genovese,<br />

ha avuto un’opportunità unica<br />

l’anno scorso. Scelto per interpretare<br />

l’avvocato Paulo nella<br />

nuova telenovela delle 22.00<br />

della rete televisiva Record, Siri<br />

è tornato in Italia. Era la prima<br />

volta che tornava nel suo paese<br />

per lavorare.<br />

La produzione brasiliana l’ha<br />

portato in Sicilia, dove sono state<br />

girate le scene iniziali di Poder<br />

Paralelo, storia di Lauro César<br />

Muniz creata dal libro Honra<br />

ou Vendetta, di Silvio Lancelotti,<br />

che presenta la mafia come punto<br />

di partenza della trama.<br />

— Ero già stato in Italia per<br />

girare un corto. Ma tornare al lavoro<br />

in una telenovela è speciale<br />

perché il Brasile è primo al mondo<br />

nel genere. Per tre settimane,<br />

a Palermo, le giornate sono state<br />

intense. Sono stato molto felice<br />

di poter aiutare la troupe con la<br />

lingua e nei problemi più semplici<br />

— commenta Siri, 40 anni,<br />

che così come il suo personaggio,<br />

ossia il braccio destro del<br />

protagonista Tony Castellamare<br />

(Gabriel Braga Nunes), ha seguito<br />

i passi del regista Ignácio Coqueiro<br />

da vicino.<br />

Prevista per andare in onda la<br />

terza settimana di aprile, Poder<br />

Paralelo comincia con un attentato.<br />

La vittima è Tony, brasiliano<br />

di origini italiane che vive a<br />

Palermo, sospetto di essere legato<br />

alla mafia. L’ordine di ucciderlo<br />

viene intercettato da un “delegado”<br />

della Polícia Federal brasiliana,<br />

Téo Meira (Tuca Andrada),<br />

capo dell’operazione che indaga<br />

una potente rete del narcotraffico.<br />

Il “delegado” evita che Tony<br />

muoia, ma non riesce a salvare<br />

sua moglie, Marina (Daniela Galli)<br />

e le due figlie gemelle. Tony<br />

scopre che il piano è partito dal<br />

Brasile e ritorna alla sua terra<br />

natale disposto a vendicarsi.<br />

— Non si sente il limite tra<br />

la storia di Silvio e la mia. Siamo<br />

stati molto attenti a fare questa<br />

fusione. Le azioni del crimine organizzato<br />

guidano la suspense sul<br />

coinvolgimento o no di Tony in<br />

questo schema — spiega Muniz.<br />

Se subito agli inizi della telenovela<br />

si vuole lasciare confusi i<br />

Sílvia So u z a<br />

Nicola Siri (a destra) in<br />

scena come Paulo<br />

telespettatori per ciò che riguarda<br />

la personalità di Tony, il personaggio<br />

di Siri riveste un ruolo<br />

importante in questo gioco:<br />

— Il mio personaggio è un<br />

italiano sposato con una brasiliana.<br />

Funziona come facilitatore<br />

e consigliere di Tony e, come lui,<br />

sarà sotto tensione quando ci sarà<br />

il dubbio sul suo coinvolgimento<br />

con la mafia. È Paulo ad occuparsi<br />

degli affari di Tony e quando questi<br />

decide di tornare in Brasile,<br />

Paulo va con lui — spiega Siri. —<br />

Sono entusiasta perché la storia<br />

è un romanzo che parlerà del mio<br />

paese. Ma spero che non percorra<br />

gli stereotipi costruiti negli anni<br />

’60. Questa è una chance di sfuggire<br />

dall’Italia che molti conoscono<br />

in Brasile, che è quella di Peppino<br />

di Capri. Il regista ha voluto<br />

che tutto rispecchiasse la realtà<br />

che gli italiani vivono oggi.<br />

Il lavoro che ha avuto dietro<br />

alle cineprese come una specie<br />

di aiuto regista ha risvegliato<br />

nell’attore la voglia di provare altri<br />

lavori di questo tipo. Come regista,<br />

si capisce. Per Siri, la Sicilia<br />

e la Sardegna sono le regioni<br />

“più belle d’Italia”. Ma il gruppo<br />

non ha avuto molto tempo per<br />

andare in giro:<br />

— Credo che tanto in Sicilia<br />

come in Sardegna la semplicità<br />

della vita e la valorizzazione delle<br />

piccole cose di tutti i giorni<br />

siano più preservate che in altri<br />

luoghi in Italia, per questo<br />

ne sono rimasto affascinato. Ma<br />

l’unico posto dove ho potuto portare<br />

dei colleghi è stata la Valle<br />

dei Templi, ad Agrigento. Oltre a<br />

questo, solo a ristoranti.<br />

Già in Brasile la produzione<br />

ha scelto la città di Serra Negra,<br />

nell’interno di São Paulo, come<br />

set che simula la continuazione<br />

dei fatti iniziati in Italia. Secondo<br />

il regista, degli angoli del luogo<br />

sono propizi a dare immagini<br />

di montagne uguali a quelle viste<br />

nello Stivale. A Rio de Janeiro,<br />

dove sono gli studi della tv,<br />

è stata messa in piedi una città<br />

scenografica per il resto della<br />

trama. Nella telenovela il principale<br />

legame tra il Brasile e l’Italia<br />

sarà intrecciato grazie alla<br />

relazione tra la giornalista Lídia<br />

(Mirian Freeland) e Tony.<br />

Edu Moraes/ Record<br />

56 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 57


Firenze<br />

italian style<br />

Vademecum<br />

per il turista<br />

Giordano Iapalucci<br />

La città di Firenze sta cercando di metter<br />

mano alla sensibilizzazione e all’educazione<br />

verso quegli equilibri che intercorrono<br />

tra i propri cittadini e i flussi turistici<br />

che nella città del rinascimento superano i<br />

9 milioni l’anno. È stato così varato il decalogo<br />

dell’eco-turista ed ho pensato di proporvelo<br />

per sapere cosa ne pensate (comunita<strong>italiana</strong>.giornalismo@gmail.com):<br />

1 - Informatevi sulle regole per un turismo<br />

migliore che salvaguardi la qualità<br />

ambientale;<br />

2 - Non sporcate la città e non danneggiatela:<br />

niente scritte e chewing gum sui muri,<br />

cartacce per terra, arrampicate su opere<br />

d’arte, bottigliette e carte lasciate a giro;<br />

3 - Scegliete prodotti con confezioni riciclabili<br />

e con poco imballaggio;<br />

4 - Non sprecate risorse come l’acqua, soprattutto<br />

in estate, sia durante il soggiorno<br />

in albergo sia durante la visita alla città;<br />

5 - Utilizzate trasporti ecocompatibili,<br />

privilegiando soprattutto i mezzi pubblici;<br />

ideali sono anche la bicicletta e i<br />

mezzi elettrici che possono essere noleggiati<br />

in diversi luoghi della città;<br />

6 - Rispettate la cultura, la città, i suoi abitanti;<br />

ad esempio, assumete comportamenti<br />

consoni nelle chiese, che sono soprattutto<br />

luoghi di culto e non fate confusione a<br />

giro per la città, specialmente di notte;<br />

7 - Preferite prodotti e ristoratori che<br />

propongono alimenti tipici o comunque<br />

coltivati con metodi biologici, a basso<br />

impatto ambientale; così avrete modo di<br />

comprendere meglio tutti gli aspetti della<br />

cultura toscana.<br />

8 - Informatevi sulle strutture pubbliche a<br />

vostra disposizione, come le piste ciclabili<br />

e le fontane dell’acqua potabile. In accordo<br />

con gli albergatori aderenti a questo<br />

progetto, il CIAL (Consorzio Imballaggi Alluminio)<br />

vi offre un’utile borraccia in alluminio<br />

riciclato che potete riempire nelle<br />

fontane e riutilizzare ogni volta che volete.<br />

9 - Provate percorsi alternativi, in modo<br />

da alleggerire quelli più sfruttati e ricordate<br />

che Firenze è ricchissima di altri<br />

straordinari musei oltre agli Uffizi e all’Accademia.<br />

Se possibile, viaggiate fuori stagione<br />

per non contribuire alle congestioni<br />

e agli affollamenti: la scelta di un periodo<br />

diverso permette anche di apprezzare meglio<br />

la città e le sue bellezze.<br />

10 - Scegliete strutture ricettive impegnate<br />

nella salvaguardia dell’ambiente e<br />

garantite dalla certificazione dei Marchi<br />

di Qualità ecologica.<br />

I Medici e le Scienze<br />

Il 15 maggio prossimo sarà inaugurata<br />

la mostra sugli strumenti e macchine<br />

scientifiche delle collezioni della famiglia<br />

dei Medici presso il Museo degli Argenti<br />

(Palazzo Pitti). In particolare Cosimo<br />

I e Ferdinando II svolsero un ruolo molto<br />

importante nelle discipline fisico-matematiche.<br />

Non si limitarono alla sola attività<br />

Il volto di Michelangelo<br />

Casa Buonarroti, il 7 maggio prossimo,<br />

inaugurerà una mostra dal titolo “Il<br />

volto di Michelangelo” sui ritratti e le raffigurazioni<br />

fatti allo stesso genio che proprio<br />

perché non amava ritrarsi né farsi ritrarre<br />

risulta essere molto originale. Durante<br />

l’esposizione, il visitatore, ne potrà vedere<br />

in forma originale addirittura quattro tra cui<br />

quelli di Giuliano Bugiardini e di Jacopino<br />

del Conte. Interessante anche la parte conclusiva<br />

della mostra che mette in evidenza<br />

un ritratto interiore dell’artista attraverso<br />

descrizioni sotto forma di scritti e di rime.<br />

L’esposizione rimarrà aperta fino al 30 luglio.<br />

L’ingresso è di 6,50 euro con orario che<br />

va dalle 9.30 alle 16.00.<br />

politica del Granducato di Toscana ma si<br />

resero conto dell’importanza che la conoscenza<br />

scientifica rivolgeva nell’attività di<br />

controllo tecnologico e nella stessa solidità<br />

che questa poteva portare nel prestigio<br />

del potere politico. Ingresso euro 12. Orario<br />

di apertura dal martedì alla domenica<br />

dalle 8.15 - 18.50.<br />

I profumi di Boboli<br />

Arrivata alla sua terza edizione, la rassegna<br />

dal nome “I profumi di Boboli”,<br />

propone prodotti di grande ricercatezza e<br />

risultati di antiche ricette messi in pratica<br />

da erboristi e da profumieri artigianali della<br />

regione. Si potranno così incontrare<br />

cosmetici preparati<br />

con ingredienti naturali<br />

come frutta,<br />

fiori e olio<br />

di oliva. Di grande<br />

rilevanza anche<br />

la parte dedicata<br />

alle tisane, infusi,<br />

saponi e oli essenziali.<br />

Per i più giovani sono<br />

presenti percorsi olfattivi organizzati dalla<br />

libreria Cappello di Merlino che si occupa<br />

proprio di ragazzi. Per chi, invece, ritiene di<br />

avere il pollice verde non deve perdere la dimostrazione<br />

di decorazione floreale dove sarà<br />

possibile interagire e cimentarsi personalmente<br />

con gli ornamenti. Dal 7 al 10 maggio.<br />

Ingresso gratuito.<br />

Os produtos mencionados estão disponíveis no mercado italiano.<br />

Rotisserie<br />

Esta máquina com espeto<br />

giratório assa até os produtos<br />

congelados. Cozinhar se<br />

torna uma diversão com o<br />

My Rotisserie Elite, o novo<br />

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portátil, prática e fácil de<br />

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branco e sola de borracha,<br />

a Prada oferece este sapato<br />

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Hora certa<br />

Relógio da coleção Twirl Heart com caixa em<br />

ouro amarelo e diamantes. A pulseira é em aço<br />

com a inicial da marca estampada.<br />

O modelo digital em ouro rosa é da Collezione<br />

I-Gucci. Preço sob consulta no site<br />

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Proteja a qualidade dos seus vinhos em condições<br />

ideais. Esta adega oferece a temperatura adequada<br />

para a conservação da bebida. Bonita, elegante e<br />

silenciosa pode ser o presente ideal para aquele<br />

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geométricos da marca<br />

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Fotos: Divulgação<br />

58 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 59


il lettore racconta<br />

Do desejo de aproximar-se de<br />

s ua s raízes ao ofício de lutar por<br />

representação dos italianos que<br />

vivem fora da Itália. O jovem<br />

Rafael Petrocco é um dos que<br />

teve a responsabilidade de falar<br />

em no m e dos novos italianos<br />

em conferência realizada em<br />

dezembro passado. Em depoimento<br />

à repórter Silvia Souza<br />

atualidade<br />

Sucesso<br />

globalizado<br />

Muzzarella de búfala é a base dos pratos de uma<br />

rede de restaurantes italianos que chega ao Brasil<br />

Sapori d’Italia<br />

Nay r a Garofle<br />

Meu nome é Rafael<br />

Petrocco, tenho<br />

27 anos e moro em<br />

Campinas, interior<br />

de São Paulo. Meus avós vieram de<br />

Carpineto della Nora, Abruzzo, em<br />

1952, trazendo seus 8 filhos. Desembarcaram<br />

em Santos e foram para<br />

São José do Rio Pardo para trabalhar<br />

na plantação de café. Depois,<br />

se mudaram definitivamente para<br />

Campinas. Aqui no Brasil nasceu o 9º<br />

filho - meu pai.<br />

Apesar da proximidade da família,<br />

nós (filhos e netos) nunca tivemos<br />

muito contato com a cultura<br />

e com a língua <strong>italiana</strong>, já que foi<br />

necessário se adaptar ao Brasil para<br />

continuar a vida. Um tio, porém,<br />

reatou o contato com os irmãos de<br />

meu avô e, assim, aos poucos, fomos nos<br />

reaproximando. Alguns dos meus tios<br />

voltaram para rever os parentes e<br />

reviver a história, e alguns primos<br />

da Itália vieram nos visitar. Primeiro,<br />

a aproximação se deu entre<br />

os mais velhos, com encontros realizados<br />

na casa da nonna. Em 2006<br />

vieram também os filhos dos primos,<br />

jovens com 17 e 16 anos. Foi nesse<br />

momento que percebemos que alguma<br />

coisa poderia acontecer.<br />

Era a primeira vez que tínhamos<br />

contato com a nova geração, e<br />

esse contato nutriu a vontade de<br />

um dia ir para a Itália. Eu e mais<br />

dois primos iniciamos um curso de<br />

italiano, e um ano depois realizamos<br />

nosso sonho: conhecer a cidade<br />

onde meu avô nasceu. Durante<br />

o curso, e antes da viagem, meu<br />

tio mais velho, que é presidente<br />

de uma associação, me convidou para<br />

participar de conferência de jovens<br />

no Chile, já que sou formado em<br />

Design Gráfico e sempre trabalhei<br />

com comunicação.<br />

Felizmente, a minha participação<br />

foi bem vista e eu gostei do<br />

ambiente, da amizade, do contato<br />

com outras culturas, e logo em seguida<br />

surgiu um projeto que se encaixaria<br />

no meu objetivo profissional<br />

daquele momento.<br />

Infelizmente, no Brasil, a<br />

região de Abruzzo não tinha nenhuma<br />

atividade voltada para o jovem,<br />

e a experiência do encontro<br />

nos motivou a iniciar uma atividade.<br />

Junto com outros cinco colegas,<br />

organizei um grupo de jovens chamado<br />

Giovani Abruzzesi in Brasile,<br />

o GAB (www.abruzzo.org.br/gab). Para<br />

essa tarefa, tivemos ajuda da Federazione<br />

delle Associazioni Abruzzesi<br />

in Brasile (Feabra). E além<br />

da conferência em 2006, realizada<br />

no Chile, a associação levou jovens<br />

para outras duas conferências: em<br />

2007, na Argentina e, em 2008,<br />

no Canadá.<br />

Participar dessas atividades me<br />

abriu as portas para a comunidade<br />

<strong>italiana</strong> em geral. E uma das portas<br />

abertas me levou aos projetos<br />

e eventos realizados<br />

pelo Comitato degli Italiani<br />

all’estero (Comites). Fiz<br />

parte da comissão organizadora<br />

da conferência em<br />

São Paulo, junto com outros<br />

jovens, sendo convidado a<br />

participar da delegação<br />

brasileira que representaria<br />

o país em Roma.<br />

A Conferência dos Jovens Italianos<br />

no Mundo foi o maior e mais<br />

importante prova de que podemos<br />

participar dessas mudanças, realizada<br />

com o objetivo de ouvir os jovens.<br />

Essa conferência teve uma dimensão<br />

muito maior do que outros encontros<br />

que participei, a começar pela preparação<br />

feita antes da viagem. Os<br />

temas debatidos, o nível dos participantes<br />

e a política que envolve um<br />

evento como este, teriam me causado<br />

a mesma sensação do que se nunca<br />

tivesse participado de nenhum outro<br />

encontro. Foi um elo com meu passado<br />

definitivamente recuperado.<br />

Foi sensacional ver a experiência<br />

da delegação brasileira em compartilhar,<br />

aprender quais são as realidades<br />

nas diversas regiões do país.<br />

Mesmo a delegação se encontrando<br />

pela primeira vez no aeroporto de<br />

São Paulo, pronta para o embarque<br />

rumo à terra de nossos antepassados,<br />

a sinergia foi instantânea.<br />

Agora, com muito orgulho, presido<br />

o Comitê da Associação dos Jovens<br />

Italianos no Mundo (AGIM).<br />

Em todo o globo são mais de 2300<br />

inscritos e tenho a certeza de que<br />

no Brasil, através de transparentes<br />

atos que promovam a cultura,<br />

cada vez mais jovens descendentes<br />

vão se interessar por aprofundar<br />

suas relações com a Itália. Na minha<br />

família, por enquanto, fora eu<br />

e meu tio, nenhum outro parente<br />

mergulhou nesse universo, mas sinto<br />

que todos se sentem orgulhosos de<br />

ver que ainda lembramos de nossa<br />

origem e que trabalhamos para que<br />

não seja perdida.<br />

Rafael Petrocco,<br />

Campinas - SP - 27 anos<br />

Mande sua história com material fotográfico para:<br />

redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />

Rio de Janeiro - Depois de 80 unidades espalhadas pelo mundo,<br />

o Fratelli la Bufala chega ao Rio de Janeiro, mais precisamente<br />

ao Leblon, um dos bairros mais charmosos da cidade.<br />

A rede foi criada por três irmãos originários de Salerno,<br />

província <strong>italiana</strong> da região da Campania. A história do Fratelli la Bufala<br />

começa quando Giuseppe, Antonio e Gennaro dissolveram o negócio<br />

de família - produção de mozzarella de búfala - para tentar a sorte em<br />

outros ramos. Giuseppe partiu para Nova Iorque, onde trabalhou como<br />

pizzaiolo até abrir sua própria casa <strong>italiana</strong>. Atestado o grande sucesso,<br />

os outros dois irmãos seguiram o caminho e se juntaram a ele na<br />

empreitada. E a matéria-prima do antigo negócio da família voltou a<br />

estar presente na vida dos irmãos La Bufala, como são conhecidos. Na<br />

Itália não há uma cidade que não abrigue um Fratelli. O primeiro foi<br />

aberto em Nápoles, há três anos. Atravessando as fronteiras <strong>italiana</strong>s é<br />

possível encontrar o restaurante na Inglaterra, Espanha, Áustria, Suíça,<br />

Alemanha e há projetos em andamento em Dubai, Tóquio e Moscou.<br />

Seguindo o conceito da rede, a ideia inicial da franquia carioca era servir<br />

apenas carne de búfalo e queijo de búfala. Porém, houve mudanças.<br />

— Adaptamos nosso cardápio de acordo com o gosto do brasileiro<br />

e o carioca, em geral, come muita carne bovina — explica um dos<br />

sócios do negócio do Rio, Paolo Mantovano, natural de Napoli, de onde<br />

já conhecia os irmãos La Bufala e que teve a iniciativa de trazer a<br />

cadeia de restaurantes para cá. — Temos fornecedores que importam<br />

os produtos que precisamos para garantir o autêntico sabor italiano.<br />

Quem comer aqui terá a mesma qualidade encontrada em todas as unidades<br />

do Fratelli pelo mundo.<br />

Na cozinha, o chef italiano Enzo Rigo prepara delícias como Prosciutto<br />

Pata Negra ou San Daniele (com focaccia), mil folhas de peixe espada<br />

flambado com bresaola de búfala, rúcula, molho panna levemente<br />

picante e salsinha. São tantas opções que o próprio Mantovano fica na<br />

O restaurante fica no Leblon, coração da zona sul carioca<br />

Gnocchi la Búfala<br />

Ingredientes: 1 kg batatas cozidas e amassadas; 300 g farinha<br />

de trigo; 1 ovo.<br />

Ingredientes para o molho: 2 dentes de alho; 4 colheres (sopa)<br />

azeite extra-virgem de oliva; 1 caixa de molho de tomate fresco;<br />

3 folhas de manjericão alfavaca (de folha grande); 150 g de mussarela<br />

de búfala fresca; 60 g de queijo parmesão ralado.<br />

Modo de preparo: Refogar os dentes de alho com o azeite até ficarem<br />

dourados, retirá-los e colocar o molho de tomate. Cozinhar<br />

por dois minutos, salgar e agregar a mussarela cortada em cubos,<br />

o queijo parmesão e as folhas de manjericão. Reservar. Cozinhar os<br />

gnocchi em água fervente previamente salgada até eles boiarem.<br />

Neste momento, os retiraremos da água com a ajuda de uma espumadeira<br />

para junta-los ao molho reservado. Colocar em recipientes<br />

refratários e decorar com tomatinhos frescos e manjericão.<br />

dúvida para escolher seu prato preferido que acaba sendo o gnocchi de<br />

ricota de bufala com tomatinhos frescos, manjericão e mozzarella.<br />

O restaurante carioca tem 90 metros quadrados e uma arquitetura que<br />

mistura aço, vidro, muita madeira de demolição e mármore. O projeto de<br />

Roberto Tuorto segue o padrão internacional com pequenas adaptações<br />

para adequá-lo ao nosso clima tropical. Com um cardápio de dar água na<br />

boca e uma carta de vinhos selecionada, os 80 lugares oferecidos pelo<br />

restaurante estão sempre ocupados. O sucesso do Fratelli la Bufala carioca<br />

empolga os donos a abrir mais restaurantes pelo Brasil. Há planos para<br />

levar a rede a São Paulo, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte.<br />

Serviço: Fratelli la Bu fa l a – Rua General San Martin, 1196<br />

Leblon – Rio de Janeiro – RJ Tel: (21) 2512-7455<br />

60 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 61


La gente,<br />

il posto<br />

Claudia Monteiro de Castro<br />

Golfo dos poetas<br />

A<br />

costa da Ligúria é uma das mais bonitas<br />

da Itália, com águas cristalinas,<br />

cidadezinhas pitorescas e colinas.<br />

Um dos trechos da costa lígure é conhecido<br />

como Golfo dei Poeti, que vai da cidadezinha<br />

de Lerici até Portovenere. Foi batizado assim<br />

pois era amada por escritores e poetas como<br />

Shelley, Lord Byron, Petrarca e Montale.<br />

Lord Byron, que além de poeta era exímio<br />

nadador, em 1822 realizou o feito de<br />

atravessar toda a baía a nado para encontrar<br />

dois amigos escritores que moravam<br />

do outro lado, na Villa Magni: Percy e Mary<br />

Shelley, ele poeta e ela, autora do famoso<br />

livro Frankenstein.<br />

Lerici, uma das cidades do golfo, é uma<br />

graça, com seu castelo genovês e seus prédios<br />

coloridos com fachadas pintadas com a<br />

técnica de trompe l’oeil, causando ilusão de<br />

ótica. No centro do Golfo fica a cidade de La<br />

Spezia, um porto comercial. Portovenere, do<br />

outro lado, é belíssima com sua esplêndida<br />

igreja de San Pietro. Ainda <strong>faz</strong>em parte do<br />

Golfo dei Poeti os simpáticos vilarejos de<br />

Tellaro e San Terenzo e três ilhazinhas: Palmaria,<br />

Tino e Tinetto.<br />

A<br />

Itália é um pequeno mundo. Cada região tem a sua culinária,<br />

a sua paisagem, o seu dialeto e seus habitantes com<br />

características peculiares. Estereótipos, é claro, mas às vezes<br />

acabam sendo confirmados. Os romanos são famosos por serem<br />

extrovertidos e às vezes vulgares. Os napolitanos, malandros. Os sicilianos,<br />

ciumentos.<br />

Os genoveses, por sua vez, são famosos pela mão fechada<br />

- não a abrem nem para cumprimentar as pessoas. Em italiano<br />

coloquial, avarento é tirchio. Dizem isso não só dos<br />

genoveses, mas dos lígures em geral, os habitantes da<br />

região de Ligúria. A fama é esta, mas é difícil saber se<br />

é verdade ou não.<br />

O lígure se defende dizendo que não é pão duro,<br />

que é oculato, ou seja, econômico, parcimonioso,<br />

que não gosta de desperdício. A explicação para isso<br />

é histórica, o fato da tradição de Gênova ser uma cidade<br />

de mar. Os comerciantes eram habituados a avaliar<br />

com cuidado o valor da moeda.<br />

Outra característica que dizem ter os genoveses<br />

é que eles nem sempre são acolhedores, que são<br />

muito fechados. Coincidência ou não, pude ver isso<br />

num restaurante em Rapallo. Estava com uma amiga<br />

brasileira. Ela entrou no restaurante e perguntou<br />

em inglês se tinha lugar. Resposta negativa. Dois<br />

minutos depois, improvisei meu melhor sotaque<br />

genovês (o brasileiro falando italiano é ligeiramente<br />

parecido) e eles conseguiram uma<br />

mesa pra mim. Minha amiga ficou furiosa.<br />

Não se conformava que não tinham<br />

dado a mesa para ela, e para mim, falsa<br />

genovesa, sim.<br />

Os genoveses<br />

Pedimos uma deliciosa massa ao pesto. Que em Gênova é o melhor<br />

do mundo. E depois de saciadas, com overdose de pesto e vários copos<br />

de vinho branco, minha amiga relaxou. Pão duro ou não, pouco acolhedor<br />

ou não - estereótipos à parte, a verdade é que a Ligúria é uma<br />

maravilha. E ainda para entrar no clima dos genoveses, pedimos até<br />

um desconto na hora da conta.<br />

62<br />

C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009


esporte<br />

atualidade<br />

Cannoniere?<br />

Futura promessa del Vasco, Philipe<br />

Coutinho è già stato venduto all’Inter di<br />

Milano e parte per l’Italia l’anno prossimo?<br />

Bruno de Lima<br />

Un ragazzo di 16 anni,<br />

carioca, a cui piace<br />

il mare, è del<br />

Vasco e ama giocare<br />

a calcio. Qualcosa<br />

fuori dal normale? No, se<br />

questo ragazzo non avesse<br />

come destino un futuro<br />

brillante sui campi italiani dal<br />

secondo semestre dell’anno prossimo,<br />

quando diventerà maggiorenne.<br />

Philipe Coutinho, che si<br />

allena nel Clube de Regatas Vasco<br />

da Gama, è già stato venduto<br />

all’Internazionale di Milano a<br />

circa 10 milioni di reais. Nel frattempo<br />

sogna di giocare una partita<br />

al Maracanã con la squadra<br />

principale del suo club. In fondo<br />

il suo tesserino è stato venduto<br />

senza che prima avesse giocato<br />

nessuna partita con la squadra<br />

professionista di São Januário.<br />

A casa è chiamato Philipinho.<br />

Sui campi, dove è praticamente<br />

una mascotte, Coutinho.<br />

Oggi il giovane calciatore è una<br />

delle maggiori promesse del Vasco.<br />

Infatti partecipa agli allenamenti<br />

della squadra principale e<br />

il tecnico in persona, Dorival Júnior,<br />

dice che giocherà presto.<br />

— Dobbiamo stare attenti<br />

con un atleta come lui, cercare di<br />

metterlo in campo nel miglior momento<br />

possibile affinché la squadra<br />

possa dargli tutto l’appoggio<br />

necessario — afferma Dorival Júnior<br />

parlando dell’attesa “prima”<br />

dell’adolescente tra i “grandi”.<br />

Timido, senza sapere cosa dire,<br />

Coutinho sembra non avere ancora<br />

coscienza del futuro promettente<br />

che circonda i suoi scarpini.<br />

Per ora trasmette una grande<br />

tranquillità, tipica di chi sta sempre<br />

con la famiglia accanto.<br />

— Dovunque io vada, mio padre<br />

viene con me. La mia famiglia<br />

si sta preparando per abitare con<br />

me in Italia e accompagnare da vicino<br />

l’Inter. Non la vedo come una<br />

cosa negativa, al contrario, voglio<br />

proprio che rimangano vicini a me<br />

— rivela l’adolescente che si è già<br />

allenato con il suo nuovo club in<br />

Italia tre volte per ambientarsi.<br />

E non sono solo i genitori a<br />

partecipare attivamente alla routine<br />

del calciatore. Coutinho è il più<br />

piccolo di tre fratelli, e ci sono 19<br />

anni di differenza tra lui e il più<br />

grande, Cristiano. Quando può, Cristiano<br />

si prende sempre la responsabilità<br />

di accompagnare il fratello<br />

più piccolo agli allenamenti. I due,<br />

i genitori e il fratello di mezzo, Leandro,<br />

31, studiano italiano insieme<br />

due volte alla settimana.<br />

Tra gli idoli di Coutinho, Kaká<br />

è il primo della lista. Ma il sogno<br />

di giocare accanto a lui dovrà essere<br />

rimandato visto che l’Inter è<br />

una delle maggiori squadre rivali<br />

del Milan.<br />

— Non c’è problema. Il mio<br />

sogno, quello vero, è giocare con<br />

lui nella nazionale brasiliana. Non<br />

dovrei fare grandi cose. Io gli passerei<br />

solo il pallone e lui farebbe il<br />

resto — dice con un tono da fan,<br />

senza rendersi conto che lui stesso<br />

potrà diventare un idolo internazionale<br />

in pochissimo tempo.<br />

A sei anni Coutinho già giocava<br />

nel campetto del condominio<br />

dove abitava, nel Rocha, zona<br />

nord di Rio. È stato il nonno di un<br />

amico ad avvisare i genitori che<br />

quel ragazzino sembrava un cannoniere.<br />

Così Coutinho è andato<br />

ad una scuola di calcio nel Clube<br />

dos Sargentos e poi è entrato nella<br />

squadra della Mangueira.<br />

— A sette anni mi hanno dato<br />

il tesserino per giocare nella Liga<br />

de Futsal dello Stato — racconta<br />

il giovane che, essendo stato cannoniere<br />

della stagione, è stato invitato<br />

a giocare nel Vasco.<br />

Nella categoria Fraldinha<br />

[Pannolino], nel 2000, Coutinho<br />

ha conquistato il bicampionato<br />

della Liga de Futsal [Calcetto]<br />

con il Vasco. Ha cominciato<br />

a giocare sui campi d’erba e ha<br />

Nay r a Garofle<br />

conquistato un titolo dietro l’altro.<br />

È stato campione carioca nel<br />

2004 nella categoria under 12,<br />

nel 2005 per quella under 13 e<br />

nel 2006 con la under 14. Senza<br />

contare la conquista della 1ª Copa<br />

do Brasil nella categoria under<br />

17, realizzata nel 2008.<br />

Dovuto ad una decisione della<br />

commissione tecnica, nel 2006 ha<br />

cominciato a giocare come centrocampista.<br />

Da quel momento ha<br />

cominciato a diventare più intimo<br />

della maglietta 10 e sono iniziate<br />

a piovere le prime convocazioni<br />

per difendere la Nazionale Brasiliana<br />

e così sono arrivati altri titoli:<br />

nel Torneo Internazionale in<br />

Spagna per la categoria under 14;<br />

nel Sudamericano under 15 e, nel<br />

2008, già come giovanile, nel Torneo<br />

Internazionale della Spagna.<br />

L’invito per allenarsi accanto ai<br />

professionisti è arrivato nel settembre<br />

dell’anno scorso.<br />

— Per ora voglio solo pensare<br />

a quello che posso fare per il Vasco.<br />

Non vedo l’ora di poter giocare tra i<br />

professionisti — dice Coutinho.<br />

Volor se consequipit la conulpute dit wisit, vullan hendignisi.<br />

Como<br />

nonno<br />

<strong>faz</strong>ia<br />

Nova geração de ítalo-brasileiros<br />

garantem, no Rio e em São Paulo, o<br />

sabor e a tradição do autêntico gelato<br />

Como os ítalo-brasileiros<br />

podem dar prosseguimento<br />

à cultura <strong>italiana</strong><br />

da família de forma<br />

empreendedora? Foi pensando<br />

nisso que o paulista Alexandre<br />

Scabin e os primos cariocas<br />

Gianpietro Bosco e Francesco<br />

Masello tiveram a mesma ideia:<br />

abrir um negócio autenticamente<br />

italiano.<br />

As cidades são diferentes e<br />

do ponto de vista comercial isso<br />

favorece, já que os jovens empresários<br />

decidiram trazer para o<br />

Brasil o sabor do autêntico gelato.<br />

Em São Paulo, Scabin abriu a<br />

Stuzzi Gelato e Caffè utilizando<br />

as receitas de seu avô Vitorio.<br />

Bruno de Lima<br />

Nay r a Garofle<br />

Os primos Francesco Masello e Gianpietro Bosco na carioca Amarena. Ao lado, a paulista Stuzzi da família Scabin<br />

— Tínhamos muitas receitas<br />

guardadas e lembranças dos gelatos<br />

do meu avô. Stuzzi era o<br />

nome da gelateria que meu avô<br />

tinha no Vêneto, antes de vir<br />

para o Brasil — conta Scabin.<br />

O jovem administrador, de<br />

34 anos, revela que a sorveteria,<br />

ou melhor, gelateria como<br />

prefere chamar, é uma forma de<br />

manter viva a tradição <strong>italiana</strong><br />

na família. Mais do que isso. Ele<br />

quer que as pessoas se sintam<br />

como se estivessem em um pedacinho<br />

da Itália, só que no coração<br />

da Vila Madalena.<br />

É com este mesmo conceito<br />

que os primos Bosco e Masello,<br />

de 32 e 28 anos, criaram a Amarena,<br />

em Copacabana. Eles são a<br />

primeira geração ítalo-brasileira<br />

da família. Na década de 60, o<br />

local era o endereço da mercearia<br />

de seus pais.<br />

— Com os supermercados<br />

a mercearia foi perdendo valor.<br />

Pensamos numa maneira de<br />

mudar de negócio. Fomos para<br />

a Itália aprender com a nossa<br />

família que já trabalhava com<br />

sorvetes em Fuscaldo, na Calábria<br />

— explica Bosco que é administrador<br />

de empresas e morou<br />

seis meses em Roma quando<br />

estudou na Universidade Italiana<br />

La Sapienza.<br />

A empolgação estampada no<br />

seu rosto ao falar sobre a sorveteria<br />

revela o orgulho de ter<br />

correndo nas veias o sangue italiano.<br />

Tanto que os conterrâneos<br />

chegam na Amarena e são atendidos<br />

no idioma de Dante para<br />

que se sintam em casa.<br />

Ambas as casas oferecem sabores<br />

exóticos e adaptados ao<br />

gosto brasileiro. A Stuzzi, por<br />

exemplo, oferece o sorvete de<br />

maçã assada com canela, finalizado<br />

com um toque de mel e morango.<br />

São 16 sabores ao todo do<br />

quais <strong>faz</strong>em parte pêra com água<br />

de coco, amora e mirtilo, são opções<br />

sem lactose e com 0% de<br />

gordura. Na Amarena, além dos<br />

apetitosos sabores como tiramisu,<br />

prosecco e caipirinha, não<br />

poderia deixar de ter o gelato<br />

de amarena, um tipo de cereja<br />

existente na Itália, que aliás é<br />

o preferido do carioca. Um dos<br />

mais curiosos é o viagro, inspirado<br />

na famosa pílula azul com<br />

adição de ginseng. A “carta” é<br />

composta por 32 sabores.<br />

Diferente da cultura <strong>italiana</strong>,<br />

os brasileiros não costumam<br />

encarar os sorvetes no inverno.<br />

Porém, os empresários garantem<br />

que esse conceito já está mudando,<br />

mas desenvolvem soluções<br />

para atrair os clientes mesmo no<br />

frio. Na Stuzzi, por exemplo, Scabin<br />

desenvolveu um setor de cafeteria,<br />

além de investir em sobremesas<br />

“menos geladas”. Na<br />

Amarena, os primos asseguram<br />

que apesar do movimento cair<br />

até 40%, após o verão, as pessoas<br />

que frequentam a casa durante<br />

o calor costumam voltar no<br />

inverno por terem a certeza que<br />

o sorvete não é tão gelado.<br />

— O gelato italiano é cremoso,<br />

consistente e, por conta dos<br />

ingredientes, não é supergelado.<br />

As pessoas percebem que podem<br />

tomar e não sentirão frio — conta<br />

Bosco que pretende futuramente,<br />

“espalhar” pelas cidades<br />

outras filiais.<br />

66 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009 A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 67


capa<br />

De volta<br />

pra casa<br />

Tornando a casa<br />

Projeto de lei de autoria conjunta de vários<br />

parlamentares, tenta trazer “talentos” de<br />

volta para a Itália em busca de um novo<br />

florescimento econômico e cultural<br />

Disegno di legge firmato da<br />

vari parlamentari cerca di<br />

riportare “talenti” in Italia in<br />

cerca di una nuova rinascita<br />

economica e culturale<br />

Ja n a í n a Cesar<br />

Correspondente • Treviso<br />

Nos últimos dez anos,<br />

a Itália perdeu muitos<br />

dos seus jovens. Não<br />

se trata de guerra ou<br />

epidemia. Essa “tropa” deixou<br />

o país em busca de melhores<br />

oportunidades profissionais.<br />

Segundo dados da Aire (Anagrafe<br />

italiani all’estero, órgão<br />

do ministério do Exterior), hoje<br />

vivem cerca de 3,7 milhões<br />

de italianos fora da Itália. Desse<br />

total, 54% têm menos de<br />

35 anos. Com eles, foram-se<br />

talentos, profissionais de excelência<br />

nas respectivas áreas<br />

de atuação que poderiam estar<br />

contribuindo para o desenvolvimento<br />

cultural e econômico<br />

da Itália.<br />

Para tentar reverter esse<br />

êxodo moderno, parlamentares<br />

fizeram algo inédito: se<br />

uniram para criar um projeto<br />

de lei conjunto. No caso, essa<br />

união foi entre os dois maiores<br />

partidos de governo e oposição,<br />

respectivamente, Povo da<br />

Liberdade e Partido Democrático,<br />

notórios rivais.<br />

O resultado chama-se Controesodo,<br />

apresentado mês<br />

passado no plenário da Câmara<br />

dos Deputados.<br />

Na prática, o que o projeto<br />

de lei propõe é a criação<br />

de um sistema de descontos<br />

fiscais para atrair de volta ao<br />

país pesquisadores e professores<br />

ligados ao mundo acadêmico,<br />

profissionais autônomos<br />

e artesãos. Eles podem optar<br />

tanto por trabalhar sob contrato,<br />

quanto por iniciar um<br />

projeto empresarial nos mais<br />

diversos setores.<br />

Os pré-requisitos estabelecidos<br />

pelo projeto de lei são<br />

simples: ter menos de 40 anos<br />

e ter morado e trabalhado no<br />

exterior pelo menos por dois<br />

anos. O texto prevê uma isenção<br />

fiscal trienal de 25 mil euros<br />

para quem optar por retornar<br />

para o norte ou para o centro<br />

do país. Quem preferir tomar<br />

o caminho do sul, terá direito<br />

a isenções de até 50 mil<br />

euros em impostos a pagar.<br />

— Controesodo parte do<br />

princípio de que quem deixa<br />

a própria terra leva consigo<br />

o desejo de contribuir, como<br />

protagonista, do crescimento<br />

e desenvolvimento do próprio<br />

país — explica o deputado Guglielmo<br />

Vaccaro (Pd), um dos<br />

15 signatários do projeto.<br />

N<br />

egli ultimi dieci anni<br />

l’Italia ha perso molti<br />

dei suoi giovani. Non<br />

si tratta di una guerra<br />

o di un’epidemia. Questa<br />

“truppa” ha lasciato il paese<br />

alla ricerca di migliori opportunità<br />

professionali. Secondo<br />

dati dell’AIRE (Anagrafe Italiani<br />

all’Estero, organo del ministero<br />

degli Esteri) oggigiorno<br />

circa 3,7 milioni di italiani<br />

vivono fuori dall’Italia. Di<br />

questi, il 54% ha meno di 35<br />

anni. Con loro, se ne sono andati<br />

talenti, professionisti di<br />

eccellenza nelle rispettive aree<br />

d’azione che potevano invece<br />

contribuire allo sviluppo culturale<br />

ed economico dell’Italia.<br />

Per cercare di ribaltare questo<br />

esodo moderno, parlamentari<br />

hanno fatto qualcosa di<br />

inedito: si sono uniti per creare<br />

un disegno di legge bipartisan<br />

tra i due maggiori partiti<br />

di governo e di opposizione, il<br />

Popolo della Libertà e il Partito<br />

Democratico, noti rivali.<br />

Il risultato si chiama Controesodo,<br />

presentato il mese<br />

scorso nell’aula del Parlamento.<br />

In pratica, ciò che viene<br />

proposto nel disegno di legge<br />

è la creazione di un sistema di<br />

sgravi fiscali per riportare in<br />

Italia ricercatori e professori<br />

legati al mondo accademico,<br />

professionisti autonomi e artigiani.<br />

Questi possono scegliere<br />

tanto di lavorare a contratto,<br />

quando cominciare un progetto<br />

imprenditoriale nei più svariati<br />

settori.<br />

I prerequisiti stabiliti dal<br />

disegno di legge sono sem-<br />

68 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009 A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 69


capa<br />

Claudio Cammarota<br />

No alto, Gugliemo Vaccaro e Laura Garavini, dois co-autores de Controesodo.<br />

O deputado Antonio Borghesi (abaixo) vê “discrepâncias” no projeto<br />

In alto, Guglielmo Vaccaro e Laura Garavini, due coautori di Controesodo. Il<br />

deputato Antonio Borghesi (sotto) vede “discrepanze” nel disegno di legge<br />

Controesodo é dividido em<br />

quatro sub-projetos: “Proteção<br />

fiscal para a reentrada de talentos”,<br />

único até agora apresentado<br />

à Câmera dos Deputados;<br />

“Learn and Back”, um crédito de<br />

imposto para quem investe em<br />

formação qualificada no exterior<br />

e depois volta para trabalhar<br />

(uma versão nacional do já existente<br />

desconto fiscal para facilitar<br />

a volta dos jovens do sul<br />

que emigraram ao norte da Itália);<br />

e um pacote de incentivos<br />

fiscais para os italianos que desenvolverem<br />

ou financiarem uma<br />

nova atividade no país. A ideia<br />

central de Controesodo é transformar<br />

o vínculo social da emigração<br />

em uma oportunidade de<br />

desenvolvimento.<br />

— O projeto é fruto de uma<br />

avaliação concreta, após perceber<br />

que muitas pessoas decidem<br />

partir em busca de melhores<br />

oportunidades de trabalho ou para<br />

escapar de uma situação de degrado<br />

social. Os números não enganam:<br />

nos últimos cinco anos,<br />

cerca 800 mil pessoas deixaram<br />

o país. A maior parte delas é do<br />

sul da Itália. Por isso pensamos<br />

em dar um maior incentivo para<br />

os que retornam para uma dessas<br />

regiões — explica Vaccaro.<br />

Segundo a Fundação Migrantes,<br />

ONG ligada à igreja católica,<br />

em uma pesquisa realizada<br />

em 2008, para cada 5 italianos<br />

com menos de 35 anos que vivem<br />

no exterior, 2 têm entre 18 e 24<br />

anos – o que representa 860 mil<br />

– e cerca de 547 mil têm de 24<br />

a 34 anos.<br />

Uma outra pesquisa, realizada<br />

pela Manpower, empresa norte-americana<br />

líder mundial em<br />

recrutamento, detectou que a<br />

Itália é o primeiro país da Europa<br />

em porcentagem onde quem<br />

oferece emprego se mostra preocupado<br />

com o empobrecimento<br />

do capital humano. O estudo<br />

indicou que o problema é uma<br />

consequência da fuga em direção<br />

ao exterior de tantos italianos. A<br />

pesquisa detectou ainda que esse<br />

“fenômeno” é causado principalmente<br />

pela emigração de jovens<br />

universitários dispostos a<br />

viajar quilômetros de distância<br />

em busca de melhores oportunidades<br />

profissionais.<br />

Foi com base nesses dados<br />

que o projeto estabeleceu o limite<br />

de idade de 40 anos para quem<br />

quiser aderir ao “chamado de retorno”.<br />

Na opinião do deputado<br />

Stefano Saglia (Pdl), um dos coautores<br />

do projeto de lei, as estatísticas<br />

mostraram que quem<br />

emigra exerce as mais diferentes<br />

profissões. Por isso, explica, a<br />

proposta apresentada “é aberta a<br />

todos os talentos”, ou seja, “foi<br />

pensada para quem trabalha com<br />

restauro, comércio, saúde, para<br />

os pequenos e médios artesãos,<br />

empresários e autônomos”.<br />

Claudio Cammarota<br />

plici: avere meno di 40 anni e<br />

aver abitato e lavorato all’estero<br />

perlomeno per due anni. Il testo<br />

prevede sconti fiscali triennali di<br />

25 mila euro per chi sceglie di<br />

ritornare al nord o al centro del<br />

paese. Chi preferisce prendere la<br />

strada del sud, avrà diritto a vantaggi<br />

fiscali di perfino 50 mila<br />

euro sulle imposte da pagare.<br />

— Controesodo parte dal<br />

principio secondo il quale chi<br />

lascia la propria terra porta con<br />

sé il desiderio di contribuire,<br />

come protagonista, alla crescita<br />

e allo sviluppo del proprio paese<br />

— spiega il deputato Guglielmo<br />

Vaccaro (PD), uno dei 15 firmatari<br />

del disegno di legge.<br />

Controesodo è diviso in quattro<br />

progetti di legge: “Scudo<br />

fiscale per il rientro di talenti”,<br />

unico finora ad essere presentato<br />

alla Camera dei Deputati; “Learn<br />

and Back”, un credito di imposta<br />

per chi investe in formazione<br />

qualificata all’estero e dopo ritorna<br />

per lavorare (una versione<br />

nazionale del già esistente sgravo<br />

fiscale per facilitare il rientro<br />

dei giovani meridionali emigrati<br />

verso il nord d’Italia); e un pacchetto<br />

di benefici fiscali per gli<br />

italiani che realizzeranno o finanzieranno<br />

una nuova attività<br />

nel paese. L’idea centrale di Controesodo<br />

è quella di trasformare<br />

il vincolo sociale dell’emigrazione<br />

in un’opportunità di sviluppo.<br />

— Il progetto è frutto di<br />

una valutazione concreta, dopo<br />

aver capito che molti decidono<br />

di partire in cerca di migliori opportunità<br />

di lavoro o per fuggire<br />

da una situazione di degrado<br />

sociale. I numeri non ingannano:<br />

negli ultimi cinque anni circa<br />

800mila persone hanno lasciato<br />

l’Italia. La maggior parte è del<br />

sud. Per questo abbiamo pensato<br />

di dare maggiori benefici a coloro<br />

che ritornano in una di queste<br />

regioni — spiega Vaccaro.<br />

Secondo la Fondazione Migranti,<br />

ONG legata alla chiesa cattolica,<br />

in un sondaggio realizzato nel<br />

2008 su 5 italiani con meno di 35<br />

anni che vivono all’estero 2 hanno<br />

tra 18 e 24 anni – il che rappresenta<br />

860mila persone – e circa<br />

547mila hanno tra 24 e 34 anni.<br />

Un’altra ricerca realizzata<br />

dalla Manpower, impresa nordamericana<br />

leader mondiale di risorse<br />

umane, ha individuato che<br />

l’Italia è, in percentuale, il primo<br />

paese in Europa tra quelli che<br />

quando offrono impiego lo fanno<br />

preoccupati con l’impoverimento<br />

del capitale umano. Lo studio ha<br />

indicato che il problema è una<br />

conseguenza della fuga verso<br />

l’estero di tanti italiani. La ricerca<br />

ha inoltre scoperto che questo<br />

“fenomeno” è causato specialmente<br />

dall’emigrazione di giovani<br />

universitari disposti a viaggiare<br />

chilometri in cerca di migliori<br />

opportunità professionali.<br />

Proprio sulla base di questi<br />

dati il progetto ha stabilito il<br />

limite di età di 40 anni per chi<br />

vuole aderire alla “chiamata di<br />

ritorno”. Secondo il deputato Stefano<br />

Saglia (Pdl), uno dei coautori<br />

del disegno di legge, le statistiche<br />

hanno dimostrato che gli<br />

emigranti rappresentano una vasta<br />

gamma di professioni. Perciò,<br />

spiega, la proposta presentata “è<br />

aperta a tutti i talenti”, ossia “è<br />

stata pensata per chi lavora con<br />

restauro, commercio, sanità, per<br />

i piccoli e medi artigiani, imprenditori<br />

e liberi professionisti”.<br />

Crisi economica<br />

Dati dell’ultimo sondaggio realizzato<br />

dalla Confederazione Generale<br />

Italiana del Lavoro (CGIL) e<br />

dall’Istituto di Ricerca Economica<br />

e Sociale (Ires) stimano un aumento<br />

della disoccupazione nel<br />

2009 del 9,3%. Nel 2010 l’indice<br />

arriverà al 10%. Questo significa<br />

un milione di disoccupati in più<br />

in confronto ai giorni d’oggi.<br />

Però secondo la deputata<br />

Laura Garavini (PD), coautrice<br />

del progetto, la crisi dev’essere<br />

Crise econômica<br />

Dados da última pesquisa realizada<br />

pela Confederação Geral Italiana<br />

do Trabalho (CGIL) e pelo<br />

Instituto de Pesquisa Econômica<br />

e Social (Ires) estimam um aumento<br />

da desocupação em 2009<br />

em 9,3%. Para 2010, o índice<br />

chegará a 10%. Isso significa um<br />

milhão de desocupados a mais<br />

em relação ao dias de hoje.<br />

Porém, segundo a deputada<br />

Laura Garavini (Pd), co-autora<br />

do projeto, a crise deve ser vista<br />

com uma “oportunidade de descoberta”.<br />

Vaccaro concorda com<br />

a colega. Na sua opinião, o retorno<br />

de italianos ajudará a movimentar<br />

a economia.<br />

— Nos três primeiros anos,<br />

quem voltar terá isenção fiscal.<br />

Porém, essas pessoas comprarão<br />

e produzirão, sendo que, após<br />

três anos, começarão a pagar os<br />

impostos normalmente. Podemos<br />

dizer que se trata de um investimento<br />

da parte do governo —<br />

afirma Vaccaro.<br />

Na opinião do sociológo Domenico<br />

De Masi, o projeto de<br />

lei é “interessante” porque procura<br />

dar um incentivo não só<br />

aos docentes ou pesquisadores,<br />

“mas ao mundo do trabalho como<br />

um todo”:<br />

— Qualquer trabalhador que<br />

retorne é sempre uma riqueza<br />

para o país. Uma das causas<br />

da crise que estamos vivendo hoje<br />

é a fuga em massa de jovens<br />

que vão atrás de oportunidades<br />

que aqui na Itália não encontram.<br />

O possível retorno desses<br />

italianos com certeza ajudará a<br />

evitar outras crises futuras.<br />

Turista do welfare<br />

Apesar de ser um projeto de lei<br />

que uniu os dois principais partidos<br />

da Itália, há quem seja contrário<br />

à iniciativa. Para Antonio<br />

Borghesi, vice-líder dos deputados<br />

do partido Itália de Valor<br />

(Idv), e não signatário de Controesodo,<br />

existem “algumas discrepâncias”<br />

no projeto de lei.<br />

— O texto fala do retorno de<br />

talentos. Uma coisa é incentivar<br />

o retorno de cientistas e pesquisadores<br />

que, estes sim, podem<br />

dar uma contribuição para<br />

o país. Outra coisa é incentivar<br />

o retorno de operários, padeiros<br />

e artesãos. Para o Idv parece ser<br />

uma coisa absurda, ainda mais<br />

em uma época de recessão e crise<br />

pela qual estamos passando.<br />

Precisamos entender, primeiro,<br />

se o país tem realmente necessidade<br />

de trazer gente de fora.<br />

Já enfrentamos uma enorme dificuldade<br />

com a questão dos extra-comunitários.<br />

É claro que se<br />

me perguntarem se prefiro que na<br />

Itália entrem outros extra-comunitários<br />

ou retornem italianos,<br />

vou escolher a segunda opção.<br />

Porém, também duvido muito<br />

que os italianos que moram no<br />

exterior retornem para ocupar<br />

postos de trabalho que hoje são<br />

ocupados pelos extra-comunitários,<br />

trabalho braçal, na maioria<br />

— afirma Borghesi.<br />

Na opinião do sociólogo Khalid<br />

Rhazzali, da Universidade de<br />

Pádua, essa idéia de retorno dos<br />

italianos no exterior “não é uma<br />

coisa nova”. Ele lembra que algumas<br />

tentativas já foram feitas,<br />

voltadas para quem trabalha no<br />

mundo acadêmico. Para o sociólogo,<br />

o projeto é “superficial”:<br />

vista come una “opportunità di<br />

scoperta”. Vaccaro è d’accordo<br />

con la collega. Secondo lui il<br />

ritorno degli italiani aiuterà la<br />

ripresa dell’economia.<br />

— Nei primi tre anni chi tornerà<br />

riceverà sgravi fiscali. Ma<br />

queste persone compreranno e<br />

produrranno, e dopo tre anni cominceranno<br />

a pagare normalmente<br />

le imposte. Possiamo dire che si<br />

tratta di un investimento da parte<br />

del governo — afferma Vaccaro.<br />

Un discorso simile lo fa anche<br />

il deputato Aldo Di Biagio<br />

(Pdl), anche lui coautore. Secondo<br />

lui il rientro dei talenti in<br />

Italia non dev’essere considerato<br />

come un onore per lo Stato, ma<br />

come un valore acquisito. E lui<br />

è sicuro che aiutare il rientro di<br />

un italiano che oggi lavora, per<br />

esempio, negli Stati Uniti nei<br />

settori di ricerca o biotecnologia<br />

rappresenterà una “evoluzione<br />

sociale e culturale” per il paese.<br />

Questo rientro, osserva, entrerà<br />

in futuro “nella crescita del PIL<br />

e incrementa il capitale sociale”.<br />

Turista del welfare<br />

Malgrado sia un disegno di legge<br />

bipartisan, c’è chi è contrario<br />

all’iniziativa. Secondo Antonio<br />

Borghesi, vice leader dei deputati<br />

del partito Italia dei Valori<br />

(Idv), e non firmatario di Controesodo,<br />

ci sono “delle discrepanze”<br />

nel disegno di legge.<br />

— Il testo parla del rientro di<br />

talenti. Una cosa è incentivare il ritorno<br />

di scienziati e ricercatori che,<br />

questi sì, possono dare un contributo<br />

al paese. Diverso è incentivare<br />

il ritorno di operai, panettieri e<br />

artigiani. A noi dell’Idv sembra sia<br />

un assurdo, ancor più in un’epoca<br />

di recessione e crisi per la quale<br />

stiamo passando. Dobbiamo prima<br />

capire se il paese è veramente in<br />

condizioni di far rientrare gente da<br />

fuori. Affrontiamo già enormi difficoltà<br />

con la questione degli extracomunitari.<br />

È chiaro che se mi<br />

domandassero se preferisco che in<br />

Italia entrino altri extracomunitari<br />

o ritornino italiani, sceglierei la<br />

seconda alternativa. Ma nutro seri<br />

dubbi che gli italiani che abitano<br />

all’estero ritornino per occupare<br />

posti di lavoro che oggi sono occupati<br />

dagli extracomunitari, nella<br />

maggior parte braccianti — afferma<br />

Borghesi.<br />

Secondo il sociologo Khalid<br />

Rhazzali, dell’Università di<br />

Padova, questa idea del rientro<br />

degli italiani dall’estero “non è<br />

una novità”. E ricorda che qualche<br />

tentativo è già stato fatto,<br />

rivolto a chi lavora nel mondo<br />

accademico. Per il sociologo il<br />

disegno è “superficiale”:<br />

— Credo che questa legge<br />

sarà usata specialmente dagli<br />

italiani che si trovano in un paese<br />

della comunità europea. Ma si<br />

può aprire una breccia per la creazione<br />

di una nuova categoria: il<br />

turista del welfare. Questo perché<br />

un italiano può ritornare, rimanere<br />

i tre anni, usufruire dei bene-<br />

70 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 71


capa<br />

— Acho que essa lei será<br />

usada, principalmente, por<br />

italianos que encontram-se em<br />

um país da comunidade européia.<br />

Porém, pode-se abrir uma<br />

brecha para a criação de uma<br />

nova categoria: o turista do<br />

welfare. Isso porque um italiano<br />

pode voltar para cá, permanecer<br />

os três anos, usufruir dos<br />

benefícios da lei e depois deixar<br />

o país novamente. Esse projeto<br />

de lei é superficial porque<br />

não dá uma resposta efetiva<br />

ao problema da emigração. Ao invés<br />

de trabalhar para trazer quem está<br />

fora, seria melhor criar políticas<br />

para prevenir novas partidas —<br />

diz Rhazzali.<br />

A ideia de que é preciso, primeiro<br />

arrumar a casa, para depois<br />

convidar “parentes” para se<br />

instalar no lugar está presente<br />

na crítica que vários parlamentares<br />

<strong>faz</strong>em ao projeto de lei. Para<br />

o deputado Fabio Porta (PD),<br />

representante dos italianos residentes<br />

no exterior, na circunscrição<br />

América Latina, “a intenção”<br />

da iniciativa é “boa”. Ele observa,<br />

porém, que “o projeto não é<br />

tão simples quanto parece ser”:<br />

— Pego como exemplo os<br />

grandes estudiosos que se encontram,<br />

hoje, fora da Itália.<br />

Antes de convidá-los para retornar,<br />

é preciso poder oferecer<br />

toda uma estrutura nas universidades.<br />

A Itália precisa melhorar<br />

muito seus centros de estudos<br />

e suas universidades para<br />

que essas pessoas possam voltar<br />

e encontrar a mesma estrutura<br />

de que dispõem fora do país —<br />

afirma Porta.<br />

Nessa “arrumação da casa”,<br />

o trabalho iria mais além do que<br />

uma simples tirada de pó dos cômodos<br />

ou uma pinturinha. Há<br />

quem perceba a necessidade de<br />

obras na própria fundação do<br />

“prédio”. Signatário do projeto<br />

de lei, o deputado Stefano Saglia<br />

(Pdl) chama a atenção para o fato<br />

de que “a questão do mérito<br />

realmente é um problema”:<br />

— Todos sabemos que o mundo<br />

acadêmico, da pesquisa, funciona<br />

na base do ‘quem indica’. O<br />

mesmo vale para o mundo político<br />

e praticamente todos os setores.<br />

Os jovens sabem que para conseguir<br />

um emprego ou uma bolsa de<br />

estudos por mérito devem recorrer<br />

às estruturas privadas porque ali<br />

o que vale é a lei do capitalismo,<br />

ou seja, entra quem é bom. Muitos<br />

deixaram o país porque eram<br />

conscientes desse câncer que entrou<br />

nas estruturas públicas e que<br />

é muito difícil destruir.<br />

Uma das co-autoras do projeto<br />

de lei, a deputada Alessia<br />

Mosca (Pd) concorda com o colega<br />

Saglia de que muitos dos<br />

problemas enfrentados pela Itália<br />

decorrem da dificuldade de se<br />

conseguir “qualquer coisa no país<br />

sem ter um parente importante”.<br />

Na sua opinião, o Controesodo<br />

é também uma tentativa de se<br />

resolver esse problema.<br />

— Quem retornar poderá começar<br />

uma atividade e as chances<br />

de dar um posto de trabalho<br />

para quem realmente merece<br />

fici della legge e dopo lasciare di<br />

nuovo il paese. Questo disegno di<br />

legge è superficiale perché non<br />

dà una risposta effettiva ai problemi<br />

dell’emigrazione. Invece di<br />

lavorare per riportare qui chi è<br />

fuori, sarebbe meglio creare politiche<br />

per prevenire nuove partenze<br />

— dice Rhazzali.<br />

L’idea che sia necessario prima<br />

mettere a posto la propria<br />

casa per poi invitare “parenti”<br />

perché vi si installino è presente<br />

nella critica che vari parlamentari<br />

fanno al disegno di legge. Secondo<br />

il deputato Fabio Porta (PD),<br />

rappresentante degli italiani residenti<br />

all’estero per la circoscrizione<br />

America Latina, “l’intenzione”<br />

dell’iniziativa è “buona”. Ma<br />

osserva che “il disegno non è così<br />

semplice quanto sembri”:<br />

— Ad esempio prendiamo i<br />

grandi studiosi che oggi si trovano<br />

fuori dall’Italia. Prima di invitarli<br />

a rientrare, bisogna offrigli<br />

tutta una struttura nelle università.<br />

L’Italia deve migliorare<br />

molto i suoi centri studi e le sue<br />

università affinché queste persone<br />

possano ritornare e trovare la<br />

stessa struttura di cui dispongono<br />

all’estero — afferma Porta.<br />

In questo “mettere a posto<br />

la casa” il lavoro andrebbe ben<br />

oltre ad una semplice spolverata<br />

delle stanze o una rinfrescata<br />

alle pareti. C’è chi percepisce il<br />

bisogno di lavori nelle proprie<br />

fondamenta del “palazzo”. Firmatario<br />

del disegno di legge, il<br />

deputato Stefano Saglia (Pdl) richiama<br />

l’attenzione al fatto che<br />

“la questione del merito è veramente<br />

un problema”:<br />

— Sappiamo tutti che il<br />

mondo accademico, della ricerca,<br />

funziona sulla base del “chi<br />

raccomanda”. Lo stesso vale per<br />

il mondo politico e praticamente<br />

per tutti i settori. I giovani sanno<br />

che per ottenere un impiego<br />

o una borsa di studi per merito<br />

devono ricorrere alle strutture<br />

private perché lì ciò che vale è la<br />

legge del capitalismo, ossia, entra<br />

chi è bravo. Molti hanno lasciato<br />

il paese perché erano consapevoli<br />

di questo cancro che è entrato<br />

nelle strutture pubbliche e che è<br />

molto difficile da distruggere.<br />

Una delle coautrici del disegno<br />

di legge, la deputata Alessia<br />

Mosca (PD) è d’accordo con il<br />

collega Saglia sul fatto che molti<br />

dei problemi affrontati dall’Italia<br />

vengono dalla difficoltà di ottenere<br />

“qualsiasi cosa in Italia<br />

senza avere un parente importante”.<br />

Secondo lei il Controesodo è<br />

anche un tentativo di risolvere<br />

questo problema.<br />

— Chi torna potrà cominciare<br />

un’attività e le possibilità<br />

di dare un posto di lavoro a chi<br />

veramente lo merita sono grandi.<br />

Chi vive all’estero ritorna con un<br />

bagaglio culturale enorme, conoscendo<br />

altre lingue e altri sistemi<br />

di lavoro.<br />

é grande. Quem vive fora volta<br />

com uma bagagem cultural enorme,<br />

conhecendo outras línguas e<br />

outros sistemas de trabalho.<br />

Comunicação<br />

Para chegar ao público jovem, os<br />

deputados se preocuparam em<br />

acertar o alvo da comunicação.<br />

Quase tudo é feito pela internet<br />

através do site www.controesodo.it.<br />

Eles também lançaram mão<br />

de ferramentas como Facebook e<br />

os blogs dos próprios parlamentares,<br />

além de transmissões de<br />

encontros em web tvs, como a<br />

do jornal Corriere della Sera, que<br />

transmitiu ao vivo uma apresentação<br />

pública do projeto, feita<br />

em Milão, dia 23 de março.<br />

— Escolhemos o uso da rede<br />

porque acreditamos seja muito<br />

eficaz. Usando da maneira correta,<br />

conseguimos atingir um público<br />

grande. Por exemplo, no dia da<br />

transmissão pela web tv do corriere,<br />

recebemos mais de 600 e-mails.<br />

Muitos nos parabenizam pela ação,<br />

mas muitos também foram duros<br />

na crítica — conta Saglia.<br />

Um exemplo dessa crítica<br />

foi enviada para o site de Alessia<br />

Mosca por uma pessoa que se<br />

identificou apenas como Antonio.<br />

Ele diz que esta é “só mais<br />

uma lei demagógica”. Antonio<br />

diz <strong>faz</strong>er parte de uma empresa<br />

que está trocando a Itália pelo<br />

Brasil e que “daqui a alguns anos<br />

provavelmente” poderá ser beneficiado<br />

pela lei. Na sua opinião,<br />

os parlamentares deveriam “prevenir<br />

a fuga” das pessoas do país<br />

e “procurar sanar o mal” que deixa<br />

a Itália, atualmente, “em estado<br />

terminal.”<br />

O internauta Filippo Addari<br />

é outro que não segurou a língua,<br />

ou melhor, o dedo porque<br />

também participou de um fórum<br />

sobre o assunto (www.cervelliinfuga.com).<br />

Ele diz que o projeto<br />

de lei é um “típico erro italiano”.<br />

Segundo Addari, “acredita-se que<br />

se possa resolver um problema<br />

social com uma lei ou incentivo,<br />

quando o que tem que ser mudada<br />

é a cultura do país”. Ele aproveita<br />

para anunciar que não tem<br />

“a menor intenção” de voltar para<br />

a Itália, mas não informa onde<br />

vive atualmente.<br />

Próxima etapa<br />

Agora que lançaram o projeto de<br />

lei, os parlamentares preparam a<br />

realização de um tour. Eles pretendem<br />

viajar pela Itália e também<br />

pelas principais capitais européias<br />

para divulgar a iniciativa<br />

e debatê-la com profissionais,<br />

associações de categoria e estudantes.<br />

O Brasil, por enquanto,<br />

não está incluído no roteiro. Sorrindo,<br />

o deputado Stefano Saglia<br />

diz que acha “difícil” que um italiano<br />

que more no Brasil, retorne.<br />

Segundo ele “não dá para concorrer<br />

com um lugar onde tem sol<br />

e mar o ano inteiro”.<br />

Stefano Saglia, Alessia Mosca e Aldo di Biagio (abaixo):<br />

projeto de lei como antídoto para o “pistolão”<br />

Stefano Saglia, Alessia Mosca e Aldo di Biagio (sotto):<br />

disegno di legge come antidoto alle “raccomandazioni”<br />

Colaborou Nayra Garofle<br />

Fotos: Claudio Cammarota<br />

Comunicazione<br />

Per attingere il pubblico giovane,<br />

i deputati si sono preoccupati di<br />

raggiungere la meta della comunicazione.<br />

Quasi tutto viene fatto<br />

attraverso il sito internet www.<br />

controesodo.it. E stanno anche<br />

usando strumenti come Facebook<br />

e i blog degli stessi parlamentari,<br />

oltre alle trasmissioni di incontri<br />

tra TV web, come quella del quotidiano<br />

Corriere della Sera, che<br />

ha trasmesso dal vivo una presentazione<br />

pubblica del progetto,<br />

fatta a Milano il 23 marzo.<br />

— Abbiamo scelto l’uso della<br />

rete perché crediamo sia molto<br />

efficace. Usandola nel modo giusto<br />

siamo riusciti a raggiungere<br />

un grande pubblico. Per esempio,<br />

il giorno della trasmissione<br />

via TV web del Corriere, abbiamo<br />

ricevuto più di 600 e-mail. Molti<br />

ci fanno i complimenti per l’azione<br />

ma molti ci hanno mosso dure<br />

critiche — racconta Saglia.<br />

Un esempio di queste critiche<br />

è stato inviato al sito di Alessia<br />

Mosca da una persona che si è<br />

identificata solo come Antonio.<br />

Lui ha detto che questa è “solo<br />

un’altra legge demagogica”. Antonio<br />

dice che lavora in un’impresa<br />

che si sta spostando dall’Italia<br />

in Brasile e che “probabilmente<br />

fra qualche anno” potrà ricevere i<br />

benefici della legge. Secondo lui<br />

i parlamentari dovrebbero “prevenire<br />

la fuga” delle persone dal<br />

paese e “cercare di curare il male”<br />

che lascia l’Italia, in questo momento,<br />

“in stato terminale”.<br />

L’internauta Filippo Addari è<br />

un altro che non ha frenato la lingua,<br />

o meglio, il dito perché ha<br />

anche partecipato ad un forum sul<br />

tema (www.cervelliinfuga.com). E<br />

dice che il disegno di legge è un<br />

“tipico errore italiano”. Secondo<br />

Addari “si crede che si possa rivolvere<br />

un problema sociale con una<br />

legge o beneficio, quando quello<br />

che si deve cambiare è la cultura<br />

del paese”. E approfitta per annunciare<br />

che non ha “la minima intenzione”<br />

di tornare in Italia, ma non<br />

dice dove vive attualmente.<br />

Prossima tappa<br />

Adesso che hanno inoltrato il disegno<br />

di legge i parlamentari preparano<br />

la realizzazione di un tour.<br />

Vogliono viaggiare per l’Italia e<br />

anche per le principali capitali<br />

europee per divulgare l’iniziativa<br />

e dibatterla con professionisti,<br />

associazioni di categoria e studenti.<br />

Il Brasile, per ora, non è incluso<br />

nell’itinerario. Sorridendo, il<br />

deputato Stefano Saglia dice che<br />

crede sia “difficile” che un italiano<br />

che abita in Brasile ritorni. Secondo<br />

lui “non si può fare concorrenza<br />

ad un posto dove ci sono<br />

sole e mare tutto l’anno”.<br />

Ha collaborato Nayra Garofle<br />

Autores do projeto de lei<br />

Assinada inicialmente pelos deputados Enrico Letta (Pd) e<br />

Stefano Saglia (Pdl), presidente da Comissão de Trabalho da<br />

Câmera, o projeto de lei logo ganhou as adesões e respectivas assinaturas<br />

dos parlamentares Maurizio Lupi (Pdl), vice-presidente<br />

da Câmera, Laura Garavini (Pd), Aldo Di Biagio (Pdl), Maurizio Del<br />

Tenno (Pdl), Francesco Saverio Garofani (Pd), Beatrice Lorenzin<br />

(Pdl), Federica Mogherini (Pd), Barbara Mannucci (Pdl), Alessia<br />

Mosca (Pd), Barbara Saltamartini (Pdl), Alessandra Siragusa (Pd),<br />

Salvatore Vassallo (Pd) e Guglielmo Vaccaro (Pd).<br />

Autori del disegno di legge<br />

irmata agli inizi dai deputati Enrico Letta (PD) e Stefano Saglia<br />

(Pdl), presidente della Commissione del Lavoro della Ca-<br />

F<br />

mera, il disegno di legge ha subito ricevuto le adesioni e rispettive<br />

firme dei parlamentari Maurizio Lupi (Pdl), vice-presidente da<br />

Câmera, Laura Garavini (PD), Aldo Di Biagio (Pdl), Maurizio Del<br />

Tenno (Pdl), Francesco Saverio Garofani (PD), Beatrice Lorenzin<br />

(Pdl), Federica Mogherini (PD), Barbara Mannucci (Pdl), Alessia<br />

Mosca (PD), Barbara Saltamartini (Pdl), Alessandra Siragusa (PD),<br />

Salvatore Vassallo (PD) e Guglielmo Vaccaro (PD).<br />

72 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />

A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 73

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