Terremoto faz vÃtimas e destrói patrimônio ... - Comunità italiana
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A maior mídia da comunidade ítalo-brasileira<br />
www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />
Rio de Janeiro, abril de 2009 Ano XVI – Nº 130<br />
Itália<br />
desolada<br />
<strong>Terremoto</strong> <strong>faz</strong> vítimas<br />
e destrói patrimônio<br />
histórico em Abruzzo<br />
ISSN 1676-3220 R$ 10,90<br />
Designers cariocas invadem Milão
Ansa<br />
26<br />
CAPA<br />
<strong>Terremoto</strong>s na região central da Itália arrasam 26 cidades e deixam 20 mil pessoas entre<br />
mortos e desabrigados. Milhares de prédios de grande valor histórico e cultural viraram pó<br />
Editorial<br />
Desolação.....................................................................................06<br />
Cose Nostre<br />
Máquinas de <strong>faz</strong>er pizza em três minutos se tornaram a nova mania<br />
em algumas cidades da Itália. Desenvolvida pela Universidade de<br />
Bolonha, a engenhoca virou alvo de polêmica entre pizzaiolos........07<br />
Economia<br />
Itália será o primeiro país da Europa a ter uma filial do “banco dos<br />
pobres” idealizado pelo prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus .... 16<br />
Negócio<br />
Empresa <strong>italiana</strong> de peças íntimas, Yamamay celebra a boa relação<br />
com o Brasil e cria uma linha de cosméticos feita a partir de produtos<br />
extraídos da selva amazônica.........................................................17<br />
Política<br />
Para evitar fraude, Câmara <strong>italiana</strong> inaugura novo sistema de votação<br />
eletrônica que identifica o parlamentar pela impressão digital ........ 23<br />
Filosofia<br />
A passagem pelo Brasil de Giuseppe Vacca, um dos principais pensadores<br />
de esquerda da Itália, que veio ao país lançar um livro........................44<br />
Astronomia<br />
Ano Internacional da Astronomia celebra, com uma série de eventos,<br />
os 400 anos da primeira observação por telescópio feita pelo italiano<br />
Galileu Galilei................................................................................46<br />
Fotografia<br />
Coleção Pirelli/Masp apresenta o melhor da produção fotográfica<br />
brasileira contemporânea...............................................................52<br />
36<br />
50<br />
54 56<br />
Atualidade<br />
Raffaele Cantone<br />
Há dez anos sob proteção<br />
policial, procurador anti-máfia<br />
lança livro sobre os bastidores do<br />
crime organizado e também se<br />
torna best-seller, na Itália<br />
Literatura<br />
Feira de Bolonha<br />
A presença brasileira no evento<br />
que é um dos mais festejados do<br />
setor literário infanto-juvenil<br />
Artes<br />
Alessandro Ricci<br />
Artista florentino usa smog<br />
para pintar quadros em<br />
protesto contra a poluição<br />
da sua cidade <strong>italiana</strong><br />
Design<br />
Rio de Janeiro<br />
Pela primeira vez, designers<br />
fluminenses realizam exposição<br />
durante o Salão Internacional<br />
do Móvel, em Milão<br />
4<br />
C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009
COSE NOSTRE<br />
Julio Vanni<br />
FUNDADA EM MARÇO DE 1994<br />
Diretor-Presidente / Editor:<br />
Pietro Domenico Petraglia<br />
(RJ23820JP)<br />
Diretor: Julio Cezar Vanni<br />
Publicação Mensal e Produção:<br />
Editora Comunità Ltda.<br />
Tiragem: 40.000 exemplares<br />
Esta edição foi concluída em:<br />
08/04/2009 às 17:30h<br />
Distribuição: Brasil e Itália<br />
Redação e Administração:<br />
Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,<br />
Centro, RJ CEP: 24030-050<br />
Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555<br />
e-mail: redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />
SUBEDItora: Sônia Apolinário<br />
jornalismo@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />
Redação: Daniele Mengacci;<br />
Guilherme Aquino; Nayra Garofle;<br />
Sarah Castro; Sílvia Souza;<br />
Tatiana Buff; Valquíria Rey;<br />
Janaína Cesar; Lisomar Silva<br />
REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco<br />
Projeto Gráfico e Diagramação:<br />
Alberto Carvalho<br />
arte@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />
Capa: Ansa<br />
Colaboradores: Luana Dangelo; Giorgio<br />
della Seta; Pietro Polizzo; Venceslao Soligo;<br />
Marco Lucchesi; Domenico De Masi;<br />
Franco Urani; Fernanda Maranesi; Adroaldo<br />
Garani; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci;<br />
Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi;<br />
Fabio Porta; Fernanda Miranda<br />
CorrespondenteS:<br />
Guilherme Aquino (Milão);<br />
Janaína Cesar (Treviso);<br />
Lisomar Silva (Roma);<br />
Publicidade:<br />
Philippe Rosenthal<br />
Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-0181<br />
philippe@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />
RepresentanteS:<br />
Brasília - Cláudia Thereza<br />
C3 Comunicação & Marketing<br />
Tel: (61) 3347-5981 / (61) 8414-9346<br />
claudia.thereza@apis.com.br<br />
Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing<br />
Geraldo Cocolo Jr.<br />
Tel: (31) - 3317-7704 / (31) 9978-7636<br />
gcocolo@terra.com.br<br />
ComunitàItaliana está aberta às contribuições<br />
e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos<br />
e estrangeiros. Os artigos assinados são de<br />
inteira responsabilidade de seus autores, sendo<br />
assim, não refletem, necessariamente, as<br />
opiniões e conceitos da revista.<br />
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai<br />
contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti<br />
brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori<br />
e sprimono, nella massima libertà, personali<br />
opinioni che non riflettono necessariamente il<br />
pensiero della direzione.<br />
ISSN 1676-3220<br />
O<br />
mundo inteiro acompanha consternado o drama das vítimas do terremoto que<br />
devastou Abruzzo, região central da Itália. Comunità não poderia ficar indiferente<br />
à tragédia. A revista já estava nas máquinas quando chegaram as primeiras notícias.<br />
Mobilizamos nossa equipe e seguramos o fechamento da edição para levar aos nossos<br />
leitores o registro desse que é o pior terremoto dos últimos 30 anos em solo italiano.<br />
As imagens e os relatos editados na nossa reportagem de capa dão conta da triste<br />
missão. Um desses relatos é do presidente da Federação das Associações dos Abruzzesi<br />
no Brasil, Franco Marchetti, que estava na sua terra natal quando a terra tremeu. Primeiro,<br />
a reportagem o localizou por telefone. Depois, a repórter Silvia Souza estava on-line<br />
com Marchetti quando um segundo grande abalo interrompeu a conversa. O contato foi<br />
retomado mais tarde para checar se ele e a família estavam a salvo. Estavam.<br />
Agora a Itália e o mundo se mobilizam para prestar socorro às vítimas e reconstruir<br />
o patrimônio histórico de grande valor à humanidade. Em meio à tragédia, surgem<br />
polêmicas como a possibilidade de prever o terremoto, os gastos excessivos para a<br />
construção do hospital que ruiu, os saqueadores e aproveitadores de última hora, as<br />
declarações de Berlusconi. Nossa reportagem se ateve aos fatos e fotos que entrarão para<br />
a história como uma das maiores destruições provocadas pela força da natureza.<br />
No mais, a edição registra a movimentação vivida pelo legislativo italiano. Na<br />
Câmara dos Deputados, foi implantado um novo sistema<br />
de votação eletrônico que identifica o parlamentar pela sua<br />
impressão digital. A novidade vem para evitar uma má prática<br />
entre políticos: o voto pianista, ou o voto de um deputado se<br />
<strong>faz</strong>endo passar por outro colega.<br />
Já no Senado, a notícia é a aprovação do projeto de lei<br />
sobre testamento biológico, nosso assunto de capa da edição<br />
passada. O texto foi aprovado e, com isso, foi dado o primeiro<br />
passo para que se torne proibido, por lei, a prática da eutanásia,<br />
na Itália. A questão segue para a Câmara onde poderá (ou não)<br />
ser modificado.<br />
A revista mostra também que, apesar da crise, as rodadas<br />
de negócio entre Brasil e Itália não param. Muito pelo contrário.<br />
Acompanhamos as várias comitivas formadas por empresários<br />
e autoridades <strong>italiana</strong>s que vieram ao país em busca de novas<br />
oportunidades de negócios. Em destaque, o trabalho feito<br />
por representantes das regiões da Lombardia e da Toscana, além dos empresários da<br />
Yamamai. A rede <strong>italiana</strong> de peças íntimas e biquínis retomou uma antiga parceria com<br />
o Brasil e, agora, celebra as boas vendas com uma linha de cosméticos feita a partir de<br />
produtos extraídos da selva amazônica.<br />
Um dos destaques da edição é uma matéria especial com o procurador Raffaele<br />
Cantone. Há dez anos, ele vive sob proteção policial por conta de seu trabalho contra<br />
a máfia <strong>italiana</strong>. Sua história não apenas lembra a do escritor Roberto Saviano como se<br />
cruzam. Foi Cantone quem descobriu, no ano passado, o plano da máfia de assassinar<br />
Saviano. O procurador também lançou um livro sobre o crime organizado e é o mais<br />
recente best-seller italiano.<br />
Outras duas personalidades ilustres são temas de reportagens: o ítalo-brasileiro<br />
Dom Orani João Tempesta, que este mês assume a Arquidiocese do Rio de Janeiro; e<br />
Giuseppe Vacca, um dos principais pensadores de esquerda da Itália. Na reportagem,<br />
Vacca explica porque o papa Bento 16 é o único líder, atualmente, na Europa.<br />
Com a Comunità de abril, o leitor dará um giro pela Feira de Bolonha, um dos<br />
principais eventos literários da Europa, voltado para o público infanto-juvenil. Além<br />
disso, vai conhecer uma nova técnica de se pintar quadros utilizando a poluição. Mais<br />
especificamente, a poluição de Florença. Também visitará a Coleção Pirelli/Masp de<br />
fotografia, em São Paulo, e ficará por dentro de toda a programação voltada para as<br />
comemorações dos 400 anos da invenção do telescópio pelo italiano Galileu Galilei.<br />
Boa Leitura.<br />
Desolação<br />
Pietro Petraglia<br />
Editor<br />
editorial<br />
Entretenimento com cultura e informação<br />
Moradia<br />
O<br />
“Plano para a Moradia”, um programa destinado a impulsionar<br />
o setor imobiliário foi assinado pelo governo italiano<br />
e autoridades regionais. O acordo firmado prevê que as famílias<br />
possam aumentar em 20% a área de suas moradias ou em 35%<br />
em caso de demolição e posterior reconstrução, desde que isso se<br />
faça com técnicas de bioconstrução. Os centros históricos e todas<br />
as áreas protegidas não serão atingidas pelo plano, em respeito<br />
aos programas de urbanização. Segundo o ministro para os Assuntos<br />
Regionais, Raffaele Fitto, as regiões terão 90 dias para se<br />
adequar ao teor do decreto com as próprias leis regionais.<br />
30% na sala<br />
O<br />
governo da Itália quer introduzir<br />
um teto de 30% no<br />
número de alunos estrangeiros por<br />
sala de aula, na crença de que a<br />
medida ajudará as crianças imigrantes<br />
a integrar-se aos colegas<br />
italianos. Segundo a ministra da<br />
Educação, Mariastella Gelmini, as<br />
crianças imigrantes aprenderão<br />
melhor o idioma italiano ao se<br />
misturassem mais com estudantes<br />
locais do que com compatriotas.<br />
As quotas são a mais recente de<br />
uma série de iniciativas destinadas<br />
a regular a situação dos imigrantes<br />
no país. Agora, por exemplo,<br />
há uma lei que permite médicos<br />
denunciem imigrantes ilegais que<br />
procurem clínicas ou hospitais. As<br />
medidas impulsionaram a popularidade<br />
do primeiro-ministro Silvio<br />
Berlusconi, mas também lhe renderam<br />
acusações de racismo.<br />
Chocolate<br />
Com o objetivo de entrar para o Guinness<br />
(livro dos recordes), o mestre<br />
chocolateiro italiano Mirco Della Vecchia<br />
fez uma escultura de chocolate de mais<br />
de 3.500 quilos. A “obra” representa os<br />
três picos de Lavaredo, símbolo de Dolomitas,<br />
na província de Belluno. Na confecção<br />
da escultura, no dia 15 de março,<br />
Mirco Della Vecchia precisou da ajuda de<br />
um caminhão betoneira.<br />
Moda<br />
O<br />
rapper italiano Gue Pequeno, do grupo<br />
Club Dogo, lançou a primeira grife dedicada<br />
ao hip hop na Itália. A Recession traz<br />
em sua primeira coleção peças que aludem à<br />
crise econômica. A marca usará a internet para<br />
comercializar quatro modelos de camiseta.<br />
Um deles levará a estampa de uma cédula de<br />
500 euros.<br />
Dá-lhe Pequeri<br />
A<br />
Reza fraca<br />
O<br />
Invenção que causou polêmica entre tradicionais pizzaiolos, as<br />
máquinas de <strong>faz</strong>er pizza já estão sendo distribuídas pela Itália.<br />
Automático, o equipamento, batizado de Let’s Pizza, usa raios<br />
infravermelho e tecnologia desenvolvida na Universidade de Bolonha<br />
para misturar farinha e água na massa, espalhar molho de<br />
tomate, escolher a cobertura e cozinhar. O alimento fica pronto<br />
em três minutos, ao custo aproximado de 20 reais.<br />
pequena Pequeri, localizada na Zona<br />
da Mata mineira, é mais uma cidade<br />
que investe na italianidade para<br />
conseguir atrair turismo e investimentos<br />
para região. O projeto Pequeri, tutti buona<br />
gente! tem como objetivo valorizar a<br />
cultura, a economia e o turismo da região.<br />
Já neste ano, alunos da rede municipal<br />
de ensino estão sendo estimulados<br />
a pesquisar sobre personagens e marcos<br />
da cultura <strong>italiana</strong> na cidade. Além disso,<br />
alunos de 5º ao 9º ano têm como opção<br />
de estudo a língua <strong>italiana</strong>. Como parte<br />
do projeto, a radio comunitária destinará<br />
um horário para a programação musical<br />
e divulgação de curiosidades <strong>italiana</strong>s.<br />
Pequeri abrigou cerca de 630 famílias<br />
vindas da Itália. Elas se destacaram em<br />
atividades como agricultura, construção<br />
civil, comércio e indústria.<br />
tunisiano Chafik Gharby foi condenado a dez anos de prisão por<br />
um tribunal italiano sob a acusação de ter rezado. Gharby estava<br />
no comando de uma aeronave que caiu no mar na costa da Sicília,<br />
em agosto de 2005, matando 16 das 39 pessoas a bordo. Segundo os<br />
promotores, quando os motores do avião começaram a falhar, o piloto<br />
entrou em pânico e “começou a rezar ao invés de tomar as medidas<br />
de emergência”. Depois da reza, ele teria optado por <strong>faz</strong>er um pouso<br />
forçado no Mar Mediterrâneo ao invés de tentar alcançar o aeroporto<br />
mais próximo. O co-piloto e o presidente da companhia aérea também<br />
foram condenados. Todos poderão apelar das sentenças e permanecerão<br />
em liberdade até que o processo termine.<br />
Divulgação<br />
Mais caro<br />
Vencer um grande prêmio<br />
do campeonato<br />
mais caro do mundo, a Fórmula-1,<br />
custa em média 135<br />
milhões de euros. O número,<br />
calculado pela empresa<br />
<strong>italiana</strong> de pesquisa e consultoria<br />
StageUp, é quatro<br />
vezes maior do que o limite<br />
de orçamento, decidido pela<br />
Federação Internacional de<br />
Automobilismo (FIA), que se<br />
tornará obrigatório a partir<br />
de 2010. Ainda segundo a<br />
análise da empresa bolonhesa,<br />
a equipe mais eficiente<br />
em termos de custos em<br />
2008 foi a Ferrari, que gastou<br />
‘módicos’ 41 milhões de<br />
euros por cada uma das oito<br />
vitórias obtidas.<br />
Rapidinhas<br />
● Ítalo-brasileira, a esposa do atacante<br />
brasileiro Amauri, Cynthia Cosini Valadares,<br />
conseguiu a cidadania <strong>italiana</strong>.<br />
Quando ela receber o passaporte italiano,<br />
o jogador de futebol também poderá pedir<br />
dupla cidadania e representar a seleção<br />
da Itália. Amauri, que mora no país<br />
desde 2001, joga pelo Juventus.<br />
● Um jantar no Mercore Hotel, em Belo<br />
Horizonte marcou a inauguração da Associação<br />
Lucchesa e Toscana no Mundo,<br />
presidida por Iara Notini. Contou com a<br />
participação do presidente internacional<br />
dos Lucchesi, Alessandro Pesi. Para contato:<br />
lucchesi-toscani@hotmail.com<br />
● O ator James Caviezel, que interpretou<br />
Jesus no filme A Paixão de Cristo (2004),<br />
foi o protagonista de um concerto na Basílica<br />
de Santa Maria Maior de Roma, durante<br />
a celebração da Páscoa.<br />
6 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 7
opinião<br />
frases<br />
“ Queste anticipazioni costituiscono un<br />
ennesimo tentativo di influenzare la<br />
magistratura brasiliana, verso cui abbiamo<br />
sempre nutrito rispetto”,<br />
Ignazio La Russa, ministro della Difesa<br />
dell’Italia, sulle dichiarazioni del ministro della<br />
Justiça, Tarso Genro, riguardo il caso Battisti.<br />
enquete<br />
Até 200 mil <strong>italiana</strong>s sofrem de<br />
distúrbio alimentar. Você conhece<br />
alguém com bulimia ou anorexia?<br />
Sim – 70% Sim – 60%<br />
Não – 30% Não – 40%<br />
Enquete apresentada no site www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />
entre os dias 17 a 20 de março.<br />
“Si tratta di una campagna molto cara, ma<br />
sempre ambiziosa, il cui obiettivo principale<br />
è riposizionare questa bellissima regione, che<br />
certamente non può più vivere di reddito”,<br />
Claudio Martini, presidente regionale<br />
della Toscana, parlando della campagna<br />
milionaria per il turismo della regione.<br />
“Sarà interessante valutare a fondo le<br />
possibilità di realizzare il GP a Roma”,<br />
Luca Cordero di Montezemolo, presidente della Ferrari,<br />
nel mezzo delle voci su una possibile realizzazione di un<br />
Grande Premio nella capitale <strong>italiana</strong><br />
“Não tenho problemas em gravar<br />
cenas de sexo e também passei meses<br />
respondendo como foi o beijo com<br />
Scarlett Johansson em Vicky Cristina<br />
Barcelona. Mas por que falar só disso?”,<br />
Penélope Cruz, atriz espanhola, em entrevista<br />
à revista <strong>italiana</strong> chi, na qual afirmou querer<br />
trabalhar com os diretores italianos Sergio<br />
Castellitto e Gabriele Muccino.<br />
“Espero decisivamente a colaboração da Itália<br />
no esforço para o estreitamento das excelentes<br />
relações entre os nossos países”,<br />
Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, em<br />
carta a Giorgio Napolitano.<br />
Para evitar desemprego, a associação<br />
<strong>italiana</strong> defende menos outlets.<br />
Você corre atrás de promoção?<br />
Enquete apresentada no site www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />
entre os dias 20 a 24 de março.<br />
Itália quer limitar a 30% número de<br />
alunos imigrantes por sala de aula.<br />
Você concorda?<br />
Sim – 69,2%<br />
Não – 30,8%<br />
Enquete apresentada no site www.comunita<strong>italiana</strong>.com<br />
entre os dias 24 a 27 de março.<br />
agenda<br />
3ª Fispizza & Pa s ta (SP)<br />
A Feira Internacional da Indústria,<br />
Suprimentos, Tecnologias e<br />
Serviços para Pizzarias apresentará,<br />
de 4 a 7 de maio, novidades<br />
e tendências dos segmentos de<br />
pizza e pasta - tecnologia, equipamentos,<br />
produtos, ingredientes,<br />
entre outros. Os visitantes<br />
poderão participar de palestras<br />
e workshops, degustações, aulas<br />
e apresentações com os grandes<br />
nomes do setor de alimentos<br />
e bebidas no segmento da pizza<br />
e da pasta. Local: Palácio de<br />
Convenções do Anhembi, Avenida<br />
Olavo Fontoura, 1209. Das<br />
13h às 21h. Mais informações:<br />
www.fispizza.com.br e fispizza@<br />
am3feiras.com.br<br />
na estante<br />
Expovinis (SP)<br />
O Expovinis Brasil - 13º Salão<br />
Internacional do Vinho, organizado<br />
pela Exponor Brasil, consolida-se<br />
como o principal encontro<br />
do setor na América Latina.<br />
A cada edição o evento se firma<br />
como o elo entre produtores<br />
e seus canais de distribuição.<br />
Local: Transamérica Expo Center<br />
- São Paulo Transamérica Expo<br />
Center. Horários: 05/05 - das<br />
14h às 22h (dia exclusivo para<br />
visitação profissional); 06/05 e<br />
07/05 - das 14h às 19h (somente<br />
profissionais), das 19h às 22h<br />
(profissionais e consumidores).<br />
Informações: www.exponorbrasil.com.br/feiras<br />
14º En c o n t r o da s<br />
Tr a d i ç õ e s Ita l i a n a s (RS)<br />
Em sua 14ª edição, com o tema<br />
“Nosso povo, nossa riqueza”,<br />
o Entrai reunirá música, dança,<br />
gastronomia e artesanato típico<br />
italiano com a proposta de valorizar<br />
as manifestações culturais<br />
de Farroupilha. Organizado pelo<br />
Departamento de Cultura da Secretaria<br />
Municipal da Educação,<br />
Cultura e Desportos, o evento<br />
ocorre de 8 a 17 de maio, no município<br />
conhecido como o berço<br />
da imigração <strong>italiana</strong> no Rio<br />
Grande do Sul. No dia 3 de maio<br />
haverá desfile temático na rua<br />
Coronel Pena de Moraes, no centro<br />
de Farroupilha, e, no dia 10<br />
de maio, haverá desfile em Nova<br />
Milano. Local: Nova Milano – 4º<br />
distrito de Farroupilha. Informações:<br />
(54) 3261-6942 ou cultura@farroupilha.rs.gov.br<br />
A Itália de Jamie. Apaixonado pela Itália, pela culinária,<br />
pelo prazer de comer e de cozinhar dos italianos,<br />
o pop chef inglês Jamie Oliver traz receitas que<br />
pesquisou e descobriu durante sua viagem pelas regiões<br />
do país. Também apresenta suas impressões e<br />
experiências que vivenciou enquanto preparava pratos<br />
locais e apurava o paladar nas cidades e <strong>faz</strong>endas<br />
por onde passou. Antipasti, primi, secondi e dolci (antepasto,<br />
entrada, prato principal e sobremesa): nada<br />
escapa do autor, que dedica um capítulo para cada<br />
momento da refeição, com lista de ingredientes, modo<br />
de preparo e dicas valiosas que garantem o sucesso do<br />
prato. De quebra, um pouco da história dos lugares ou<br />
de personagens relacionados às receitas. Editora Globo,<br />
71 reais, 322 páginas.<br />
Arquivo pessoal<br />
serviço<br />
XVIII Mag n a r d i Po l e n ta (RS)<br />
A Festa é realizada no dia 17 de<br />
maio, em Mato Perso, distrito de<br />
Flores da Cunha, município distante<br />
150 km de Porto Alegre.<br />
Colonizado a partir de 1877 por<br />
imigrantes italianos vindos das<br />
regiões de Vêneto, Piemonte e<br />
Treviso, o local preserva a tradição<br />
culinária da Itália. O Magnar<br />
di Polenta é um evento gastronômico<br />
calcado nessas bases.<br />
Local: Salão da Comunidade do<br />
Distrito de Mato Perso. Informações:<br />
(54) 3026-6822 ou turismo1@floresdacunha.com.br<br />
click do leitor<br />
cartas<br />
aro editore, con il “caso Battisti”, ComunitàItaliana ha<br />
“Cdato un esempio di come debba essere la vera informazione:<br />
una rigorosa, documentatissima ricostruzione dei fatti,<br />
dell’ambiente e dei personaggi, i punti di vista dell’Italia e del Brasile,<br />
ogni possibile dichiarazione, e – chiarissimo – il tuo editoriale,<br />
con una netta presa di posizione.<br />
Excepcionalmente este mês não publicaremos a coluna Roma<br />
Io seguo sempre con enorme interesse, in Italia e in Brasile,<br />
pur fra moltissimi impegni, la tua rivista, e questa volta mi sembra<br />
doveroso scrivere: pochissimi giornali (perfino in Italia, dove<br />
la vicenda è seguintissima) sono stati cosi precisi e scrupolosi. Per<br />
tuoi tantissimi lettori un servizio prezioso: complimenti di cuore.<br />
Un abbraccio,<br />
Ugo Guadalaxara – Bologna – Italia – via posta<br />
Sexo & poder em Roma. Retrato vívido dos prazeres e vícios<br />
do Império Romano, o livro de Paul Veyne analisa as<br />
relações de poder e sexualidade entre os romanos. A obra<br />
traça um panorama da cidade que então dominava o mundo<br />
até o que dela sobrou. Além de abordar os deuses da época<br />
e o paganismo, o livro fala também da política e corrupção<br />
nas relações de poder, dos gladiadores e da morte como espetáculo.<br />
Com pedagogia e clareza sem iguais, o historiador<br />
nos revela as sutilezas morais, indispensável para entender<br />
as estruturas dessa República hoje. Editora Civilização Brasileira,<br />
384 páginas, 30 reais.<br />
m dezembro e janeiro passados<br />
“Eestive de férias em Ceretto Lomellina,<br />
em Pavia. Foi uma experiência<br />
incrível e muito emocionante. Ver a neve<br />
pela primeira vez foi surpreendente e<br />
uma emoção inexplicável.<br />
Marília Félix,<br />
RJ – por e-mail.<br />
Mande sua foto comentada para esta coluna<br />
pelo e-mail: redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />
8 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 9
Opinione<br />
Franco Urani<br />
Opinione<br />
Ezio Maranesi<br />
eziomaranesi@terra.com.br<br />
Ipotesi sul come<br />
uscire dalla crisi<br />
Non mancano speranze e concrete possibilità<br />
Nell’articolo del dicembre<br />
scorso, auspicavo che la<br />
grave crisi economica,<br />
finanziaria e sociale che<br />
sta imperversando dal settembre<br />
scorso avrebbe potuto trovare una<br />
graduale soluzione nella coscientizzazione<br />
da parte dell’umanità<br />
degli autentici valori esistenziali,<br />
quali: importanza di preservare<br />
l´ambiente, armoniosa convivenza<br />
in giustizia sociale, limitare<br />
i consumi ed eliminare gli sprechi,<br />
aumentare le conoscenze e la<br />
qualità etica della vita.<br />
La sensazione – dopo 6 mesi<br />
di crisi – è di una sua globalità<br />
e gravità che va al di là delle<br />
previsioni e, al tempo stesso, di<br />
una generale confortante assunzione<br />
di responsabilità e di ricerca<br />
di nuove soluzioni innovatrici<br />
da parte dei vari Paesi ed in modo<br />
particolare dal nuovo governo<br />
USA di Obama. In questa sede,<br />
posso solo limitarmi ad alcune<br />
considerazioni :<br />
Non verranno più tollerati<br />
paradisi fiscali, operazioni finanziarie<br />
spregiudicate da parte<br />
delle Banche e scoperte in<br />
generale, indebitamenti con<br />
insufficienti garanzie;<br />
Gli apparati governativi<br />
dovranno essere ridimensionati<br />
e razionalizzati,<br />
per ottenere rapidità decisionale,<br />
maggiore efficienza,<br />
riduzione delle spese<br />
pubbliche di gestione;<br />
Inasprimento della lotta<br />
contro l’evasione fiscale e le<br />
attività illegali, specie droga;<br />
Riduzione delle spese militari<br />
e belliche, mediante politiche<br />
di conciliazione che tendano<br />
a svuotare i fondamentalismi<br />
religiosi e le velleità nazionalistiche;<br />
Deciso intervento degli Stati<br />
per sostenere le aziende in difficoltà,<br />
sempre che queste diano<br />
garanzie di adeguare le loro<br />
gestioni e produzioni alle nuove<br />
esigenze (e cioé banche oculate<br />
nelle loro applicazioni; industrie<br />
automobilistiche decisamente<br />
impostate verso modelli ibridi,<br />
elettrici, ad idrogeno; generazione<br />
elettrica indirizzata verso<br />
soluzioni alternative al petrolio,<br />
specie solare e nucleare, ecc.);<br />
Rapido avvio da parte degli<br />
Stati di piani ad opere di infrastruttura<br />
ed ecologiche di comprovata<br />
necessità, dato l’inevitabile<br />
aumento della disoccupazione,<br />
quali ad esempio<br />
le opere del PAC in<br />
Brasile (ferrovie rapide e per trasporto<br />
merci, strade, idrovie, miglioramento<br />
dei porti, silos, preservazione<br />
dell’Amazonia, sistemazione<br />
delle favelas, case popolari,<br />
ecc.);<br />
Ampio ricorso degli Stati agli<br />
ammortizzatori sociali per sostenere<br />
i milioni di disoccupati e soprattutto<br />
i precari, anche al fine di<br />
evitare eccessive tensioni sociali;<br />
Aumento delle imposizioni fiscali<br />
sugli stipendi elevati e guadagni<br />
di capitale, nonché emissione<br />
di Buoni del Tesoro nella<br />
minima misura possibile per contenere<br />
l’aumento degli indebitamenti<br />
pubblici, anche considerando<br />
gli attuali tassi minimi (1%<br />
all’anno in Europa) e la grande accettazione<br />
di questi titoli per<br />
motivi di sicurezza,<br />
cercando comunque di contenere<br />
i successivi effetti inflazionari;<br />
Adozione, da parte delle<br />
aziende, di criteri di economia,<br />
razionalizzando prodotti e distribuzione.<br />
Pare probabile che, almeno<br />
inizialmente, i lavoratori<br />
dei Paesi sviluppati guadagneranno<br />
meno e che il precariato<br />
sarà sempre più diffuso, con<br />
necessità degli addetti di impegnarsi<br />
al massimo aggiornando<br />
continuamente la loro professionalità<br />
per non venire esclusi<br />
dal mercato. Fenomeni di inefficienza<br />
e di assenteismo verranno<br />
sempre meno tollerati;<br />
Contenimento delle immigrazioni<br />
incontrollate che avvengono<br />
specie in Europa e negli USA<br />
mediante efficaci programmi di<br />
pianificazione famigliare nei paesi<br />
d’origine e creando là le attività<br />
necessarie al loro sviluppo<br />
(la Cina sta agendo massicciamente<br />
in tal senso);<br />
Fermo restando il libero<br />
commercio, non dovrebbero più<br />
essere tollerate politiche commerciali<br />
falsate da cambi artificiali,<br />
da scorretezze industriali,<br />
dallo sfruttamento<br />
della mano d’opera e dal<br />
deterioramento dell’ambiente,<br />
politica questa<br />
che era stata applicata<br />
su vasta scala soprattutto<br />
dalla Cina.<br />
In conclusione,<br />
con buona volontà,<br />
molto lavoro e illuminato<br />
dirigismo politico, si<br />
può intravedere la nascita<br />
di un mondo più serio, giusto<br />
e razionale, che potrà negli anni<br />
progredire verso nuove importanti<br />
mete.<br />
ARISA,<br />
ci sei o<br />
ci fai?<br />
Sentiamo un gran bisogno di cose<br />
semplici, pulite, vere e sincere<br />
Ho visto il festival di Sanremo.<br />
Non tutto: non<br />
dobbiamo prenderci troppo<br />
sul serio ma anche la<br />
futilitá ha i suoi limiti. Ero comunque<br />
davanti al televisore<br />
quando Bonolis ha annunciato,<br />
tra le nuove proposte canore,<br />
Arisa con la canzone “Sincerità”.<br />
Dalle scale Arisa ha iniziato la<br />
discesa. Giovane donna, pantaloni<br />
larghi e neri a mezzo polpaccio,<br />
calze bianche da calciatore,<br />
tunica nera informe, frangia nera<br />
che copriva tutta la fronte, occhiali<br />
a grossa montatura nera,<br />
bocca troppo rossa, naso e mento<br />
befana-style accentuati dal<br />
look del viso. Ricordava un poco<br />
Calimero, il personaggio piccolo<br />
e nero del “Carosello” degli anni<br />
’60. Scendeva con difficoltà,<br />
quasi avesse problemi di locomozione.<br />
Mi si è stretto il cuore,<br />
e non mi è sembrato giusto<br />
che Sanremo esibisse una persona<br />
che, probabilmente, aveva dei<br />
problemi. Arisa ha cominciato a<br />
cantare: una canzoncina garbata,<br />
orecchiabile, accattivante. Mi ha<br />
ricordato le canzoni del quartetto<br />
Cetra. Rigida, Arisa non sapeva<br />
dove mettere le mani. Le ha<br />
nascoste, l’una stretta all’altra,<br />
dietro la schiena. Con grande coraggio<br />
le ha portate poi in grembo,<br />
sempre strette fra di loro.<br />
Ha cantato la sua storiella-messaggio<br />
con voce gradevole, intonata,<br />
azzardando alcuni timidi<br />
cambi di tonalità ben preparati.<br />
Ha terminato ed è fuggita; sembrava<br />
terrorizzata dalla possibilità<br />
di dover dire qualcosa. L’aria<br />
indifesa e la facile canzoncina<br />
hanno commosso e conquistato<br />
tutti. Arisa ha recitato con perizia<br />
il suo personaggio nei giorni<br />
successivi, con pochissime varianti.<br />
Ha facilmente trionfato.<br />
La vittoria le ha dato fama e<br />
visibilità, e mi sono incuriosito di<br />
sapere chi fosse, da dove venisse,<br />
che problemi avesse, come fosse<br />
arrivata a Sanremo. Ho cercato e<br />
ho letto biografia e informazioni<br />
e ne sono rimasto sorpreso. Arisa<br />
si chiama Rosalba, viene da Potenza,<br />
26 anni, bella e sana famiglia<br />
del sud, canta da vari anni.<br />
Ha vinto una gara canora di<br />
una certa importanza, è stata selezionata<br />
con successo da SanremoLab.<br />
Una sua foto, scattata ad<br />
un concorso canoro, mostra una<br />
bella ragazza, vestita in modo<br />
forse tradizionale ma al passo coi<br />
tempi, pudicamente scollata. Una<br />
giovane donna come tante. A Festival<br />
terminato, le varie interviste<br />
e dichiarazioni ci hanno dato<br />
il quadro di una ragazza spontanea,<br />
intelligente, sensibile e legata<br />
ai valori tradizionali. Ha dichiarato<br />
che preferiva somigliare<br />
a Calimero piuttosto che a Naomi.<br />
Ad una domanda indiscreta si<br />
è tradita con un “stasera faccio<br />
finta che non lo so...”. Alla simpatica<br />
emozione suscitata dal suo<br />
bizzarro e maldestro personaggio<br />
televisivo si sovrapponeva ora<br />
il ritratto di una sana e concreta<br />
ragazza di provincia. Ma i due<br />
personaggi non combinavano, e<br />
allora ho letto che l’Arisa sanremese,<br />
abiti, capelli, occhialoni,<br />
aria goffa, insomma l’Arisa Calimero<br />
è stata creata a tavolino. Si<br />
è voluto dare vita a un personaggio<br />
di forte impatto in linea con<br />
la melodia e le parole della sua<br />
ingenua canzoncina. Sono rimasto<br />
di sasso: ma come Arisa, tu<br />
ci canti “Sincerità” e ti travesti<br />
per ingannare i giurati? Siamo<br />
in pieno dramma pirandelliano:<br />
ci sei o ci fai? Che tradotto dal<br />
vernacolo romanesco vuol dire:<br />
sei veramente quella che abbiamo<br />
visto o ci stai prendendo per<br />
il fondo schiena?<br />
Non c’è indignazione; al contrario,<br />
la storia è divertente.<br />
Sappiamo tutti perfettamente<br />
che oggi il valore della apparenza<br />
supera assai quello della sostanza.<br />
Mi congratulo, anzi, con<br />
chi ha creato il personaggio. Sicuramente<br />
ha capito che la gente<br />
ha le tasche piene dei presuntuosi<br />
messaggi di varia natura<br />
che i canzonettari ci rifilano con<br />
la loro aria drammatica e i loro<br />
gesti scontati. Non ci emoziona<br />
la storia di Luca che era gay e<br />
ora felice etero e probabilmente<br />
bisex. Né la Zanicchi che brama<br />
copulare, anche senza amore.<br />
Né le grida o i sussurri a contenuto<br />
drammatico-etico-politicoesistenziale<br />
che i nostri sgarruppati<br />
canterini ci infliggono nei<br />
tre minuti della loro esibizione.<br />
Il creatore della bizzarra Arisa<br />
ha capito che oggi la gente, cosí<br />
amara nella sua intima protesta<br />
su come va il mondo, ha bisogno<br />
di sentir parlare di sentimenti<br />
semplici, tranquilli, puliti, genuini,<br />
sinceri. Per questo ci delude<br />
sapere che la “Sincerità” di Arisa<br />
è un grande bluff. Teniamoci<br />
stretta “Acqua azzurra, acqua<br />
chiara” del Battisti anni ‘70. Non<br />
sappiamo con certezza quanto<br />
chiara e quanto azzurra fosse<br />
quell’acqua, ma nessuno per<br />
ora l’ha inquinata raccondandoci<br />
una verità nascosta.<br />
10<br />
C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009
Opinione<br />
notizie<br />
Fabio Porta<br />
fabioporta@fabioporta.com<br />
Rifugiato politico o<br />
assassino comune?<br />
L’Italia degli “anni di piombo” non era un paese dittatoriale; e anche oggi, ci piaccia o no, in Italia<br />
vige la democrazia. Perché allora concedere lo status di “rifugiato politico” a Cesare Battisti?<br />
La grande ripercussione<br />
avuta dal “caso Battisti”<br />
sui mezzi di informazione<br />
italiani e brasiliani non<br />
ha contribuito a fare chiarezza<br />
sull’intera vicenda, incentivando<br />
semmai interpretazioni errate<br />
e spesso radicali (in un senso o<br />
in un altro) che hanno spostato<br />
nelle ultime settimane l’attenzione<br />
dell’opinione pubblica<br />
dall’oggetto della questione ad<br />
altri fattori.<br />
Nel corso della mia recente<br />
visita a Brasilia insieme al Vice<br />
Presidente della Camera dei<br />
Deputati <strong>italiana</strong> Maurizio Lupi,<br />
ho avuto modo di spiegare<br />
al Presidente del Congresso Michel<br />
Temer e ai colleghi deputati<br />
la posizione del Parlamento<br />
italiano, che all’unanimità lo<br />
scorso 26 febbraio ha approvato<br />
una mozione proprio su questo<br />
tema.<br />
In tutti i nostri incontri abbiamo<br />
ribadito il nostro pieno e<br />
grande rispetto per le istituzioni<br />
brasiliane, dissociandoci da<br />
quanti in Italia hanno utilizzato<br />
impropriamente e inopportunamente<br />
questa delicata vicenda<br />
per riproporre vecchi e offensivi<br />
stereotipi sul Brasile.<br />
La nostra visita è anche servita<br />
a confermare l’importanza<br />
dello storico legame tra i due<br />
Paesi, che dovrebbe semmai essere<br />
rafforzato e valorizzato a<br />
tutti i livelli. Una riprova di tutto<br />
ciò sono due importanti decisioni<br />
appena prese dal Presidente<br />
della Camera Gianfranco Fini:<br />
l’istituzione anche in questa legislatura<br />
del gruppo interparlamentare<br />
Italia-Brasile e l’invito<br />
al Presidente della Camera del<br />
Brasile a partecipare al G14 dei<br />
parlamenti che si svolgerà a Roma<br />
il prossimo settembre.<br />
In questo contesto la richiesta<br />
di estradizione di Cesare<br />
Battisti, avanzata dal Governo<br />
Prodi all’indomani dell’arresto<br />
del terrorista italiano a Rio de<br />
Janeiro nel 2007, deve essere<br />
considerata per i fatti specifici<br />
ai quali si riferisce, ossia le<br />
quattro condanne all’ergastolo<br />
per le quali il terrorista è stato<br />
già condannato.<br />
Come ha recentemente detto<br />
nel corso di un’intervista a<br />
“Carta Capital” Giancarlo Caselli,<br />
uno dei più autorevoli magistrati<br />
italiani nonché indiscusso<br />
protagonista della lotta<br />
alla mafia e al terrorismo in<br />
Italia, numerose prove confermano<br />
le responsabilità personali<br />
di Battisti: testimonianze,<br />
perizie, documenti, armi e munizioni<br />
sequestrate, nonché la<br />
ricostruzione di tutta la storia<br />
del PAC (Proletari Armati per il<br />
Comunismo). Tutta la documentazione<br />
e i testi delle sentenze<br />
sono pubblici, e si trovano<br />
anche pubblicati sul sito www.<br />
vittimeterrorismo.it ; da questa<br />
lettura è facile comprendere come<br />
Battisti sia stato oggetto di<br />
un processo giusto nel pieno rispetto<br />
di tutte le regole dello<br />
Stato di diritto.<br />
Quello che forse non si trova<br />
in questa completa documentazione<br />
sono i precedenti di Battisti,<br />
già autore di diversi reati<br />
ben prima di fare parte di gruppi<br />
terroristici: abuso sessuale<br />
di incapace, rapine a mano armata,<br />
gambizzazioni. Allo stesso<br />
modo non è possibile “leggere”<br />
nelle sentenze il clima e<br />
la storia politica dell’Italia degli<br />
anni ’70; qualcuno ha anche<br />
provato a distorcere la realtà<br />
dei fatti, descrivendo il nostro<br />
come un Paese “non democratico”<br />
dominato da “leggi speciali”<br />
e in mano a poteri occulti<br />
come “Gladio” o la “Loggia P2”.<br />
Tutti fenomeni reali, ma che<br />
mai sono riusciti a compromettere<br />
la forza delle nostre istituzioni<br />
democratiche. L’Italia dei<br />
cosiddetti “anni di piombo” era<br />
invece uno Stato dove vigeva<br />
una democrazia piena e ricca,<br />
anche se in un contesto storico<br />
complesso e drammatico: era il<br />
Paese di Moro e Berlinguer e del<br />
compromesso storico, del primo<br />
Presidente della Repubblica<br />
“partigiano” e socialista Pertini,<br />
dello statuto dei lavoratori<br />
e delle principali riforme dello<br />
stato sociale volute dai partiti<br />
di centro-sinistra.<br />
A questa democrazia il terrorismo<br />
si opponeva seminando il<br />
terrore e ricorrendo a mezzi sempre<br />
più violenti; una strategia<br />
che ha allontanato definitivamente<br />
questi movimenti da una<br />
base popolare che in realtà non<br />
hanno mai avuto e che mai si è<br />
riconosciuta nei loro metodi antidemocratici<br />
e feroci.<br />
L’Italia ha saputo reagire con<br />
fermezza a questo attacco ai valori<br />
democratici, grazie all’unione<br />
di tutte le forze politiche del<br />
Paese e alla mobilitazione della<br />
società civile organizzata.<br />
Rispetto a questa lunga e<br />
difficile pagina della nostra storia,<br />
dove tra le centinaia di vittime<br />
innocenti tanti sono stati<br />
i sindacalisti, giudici, giornalisti<br />
e politici (soprattutto di sinistra),<br />
il Parlamento italiano ha<br />
ribadito fermamente quello che<br />
già nelle scorse settimane il Presidente<br />
della Repubblica Giorgio<br />
Napolitano aveva chiesto in una<br />
sua lettera al Presidente Lula,<br />
ossia il rispetto per una decisione<br />
della giustizia e quindi del<br />
popolo italiano.<br />
Questa mozione è stata firmata,<br />
tra gli altri e significativamente,<br />
da tre miei colleghi di<br />
partito che voglio qui ricordare:<br />
Sabina, figlia di Guido Rossa, un<br />
operaio comunista assassinato<br />
dalle Brigate Rosse; Giovanni,<br />
anch’egli figlio di una vittima<br />
del terrorismo “di sinistra”, il<br />
Presidente dell’Azione Cattolica<br />
Vittorio Bachelet; e Olga, moglie<br />
di un consulente del sindacato<br />
italiano, l’economista Massimo<br />
D’Antona.<br />
Abbiamo chiesto al Brasile<br />
l’estradizione di Battisti ma<br />
anche alla Francia l’immediata<br />
estradizione della brigatista rossa<br />
Marina Petrella, pure lei condannata<br />
in Italia per aver commesso<br />
crimini efferati negli anni<br />
del terrorismo.<br />
Un’ultima domanda: né la<br />
Francia per Marina Petrella, né<br />
nessun’altra nazione per terroristi<br />
e latitanti italiani di destra<br />
e di sinistra ha mai concesso lo<br />
status di “rifugiato politico” a<br />
questi individui.<br />
Perché lo ha fatto il Brasile<br />
per Cesare Battisti? Al STF (Supremo<br />
Tribunal Federal), e non ai<br />
posteri, l’ardua sentenza….<br />
Leadership<br />
Ricerca realizzata il mese scorso dall’Istituto Datafolha indica che<br />
il governatore di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, è a capo nei sondaggi<br />
di voto per il 2010. Con il nome dei candidati presentati agli<br />
elettori, Cabral (PMDB) è al primo posto con il 26%; il senatore Marcelo<br />
Crivella (PRB) sarebbe al secondo posto con il 16%, accanto al<br />
deputato Fernando Gabeira (PV), con il 15%. Al quarto posto è il deputato<br />
statale Wagner Montes (PDT), con l’11%, seguito dall’ex sindaco<br />
Cesar Maia (DEM), con il 10%. Visto che il sondaggio ha un margine<br />
di errore di quattro punti percentuali in più o in meno, di fatto<br />
c’è un pareggio tecnico tra i quattro candidati per il secondo posto.<br />
Agroalimentare<br />
Due missioni di imprenditori brasiliani del settore agroalimentare<br />
hanno visitato in marzo l’Umbria e la Calabria, in Italia.<br />
Accompagnati dall’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE),<br />
miravano ad aumentare e diversificare le esportazioni di alimenti e<br />
bevande con il Brasile. I brasiliani sono rimasti in Italia nove giorni.<br />
Secondo il direttore dell’ICE, Giovanni Sacchi, l’Italia cerca sempre<br />
più all’estero l’espansione delle sue piccole e medie imprese:<br />
— Mentre in altri paesi delle imprese investono in alta tecnologia<br />
per offrire quantità a prezzi bassi, gli italiani provano che<br />
i loro prodotti come formaggi, vini, salami, oli, prosciutti e conserve<br />
aggregano attributi della tradizione, esprimendo valori culturali<br />
specifici delle regioni di origine.<br />
Massa è propaganda<br />
Il pilota brasiliano Felipe Massa è stato confermato come testimonial<br />
della Iveco per il 2009.<br />
— Felipe Massa è giovane, competitivo, ha talento e la vittoria<br />
come meta. Queste sono qualità che lo identificano molto con<br />
la Iveco, che è la più giovane marca<br />
di camion del Brasile e cresce di<br />
più delle altre fabbriche nel mercato<br />
brasiliano — afferma Marco<br />
Mazzu, presidente della Iveco Latin<br />
America, annunciando il rinnovo<br />
del contratto iniziato nel 2008.<br />
L’anno scorso il pilota della Ferrari<br />
è stato la star di una campagna<br />
istituzionale della Iveco chiamata “Insieme nella stessa passione”,<br />
che univa le qualità del pilota ai valori della marca Iveco:<br />
performance, impegno, spirito di équipe e affidamento.<br />
È decollato<br />
Dopo quasi un mese di “guerra” con il governo federale, il governatore<br />
di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, è tornato sui suoi passi<br />
sul tema dell’apertura dell’aeroporto Santos Dumont per i voli regionali.<br />
Agli inizi contrario all’apertura promossa dalla Agência Nacional<br />
de Aviação Civil (Anac), il governo di Rio ci ha ripensato e ha perfino<br />
sospeso la multa di 1 milione di reais che voleva dare alla Infraero<br />
(Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária, vincolata al<br />
ministério da Defesa) perché non seguiva le norme di licenziamento<br />
ambientale dell’aeroporto. Cabral avrebbe detto in confidenza a collaboratori<br />
più vicini a lui che ha scelto di permettere i nuovi voli regionali<br />
nel Santos Dumont perché il suo rifiuto a permetterli gli starebbe<br />
causando un grande logorio politico. Cabral voleva lì solo voli<br />
del ponte aereo Rio-São Paulo per valorizzare il Galeão, che sta ricevendo<br />
i preparativi per i Mondiali di Calcio del 2014.<br />
Gas<br />
Nel mese scorso il presidente Luiz Inácio Lula da Silva è tornato<br />
a Rio de Janeiro. Stavolta per conoscere il terminal di<br />
rigassificazione di gas naturale liquefatto (GNL) che la Petrobras<br />
ha costruito nella Baía de Guanabara. Il governatore Sérgio Cabral<br />
e il vice governatore e segretario di Obras, Luiz Fernando Pezão,<br />
hanno accompagnato il presidente durante la visita. Lula ha detto<br />
che il terminal è “un altro passo verso l’indipendenza del paese<br />
per ciò che riguarda la Bolivia”.<br />
— Non dipenderemo dal buon umore di nessuno, ci arrangiamo<br />
— ha dichiarato Lula.<br />
Gas 1<br />
Il terminal fa parte del Programa de Aceleração do Crescimento<br />
(PAC). È il secondo terminal di rigassificazione di GNL del paese. Il<br />
primo, sempre della Petrobras, è nel Porto di Pecém, nel Ceará. I due<br />
terminal segnano l’entrata della Petrobras nel mercato internazionale<br />
di GNL, garantendo al Brasile nuove fonti di rifornimento di gas naturale<br />
e, di conseguenza, una maggiore sicurezza energetica. Iniziata<br />
nel dicembre 2007, la costruzione e l’allestimento del terminal nella<br />
Baía de Guanabara sono stati conclusi nel gennaio 2009. Ora i lavori<br />
sono in fase di preoperazione. Gli investimenti nell’opera sono stati<br />
di 819 milioni di reali, dando origine a circa 1.700 impieghi diretti.<br />
Il terminal ha la capacità di rigassificare 14 milioni di metri cubici al<br />
giorno di gas naturale, il che corrisponde a quasi il consumo medio<br />
del mercato termico in tutto il paese per il 2008 (14.489 milioni di<br />
metri cubici al giorno). Il gas rigassificato nel terminal sarà erogato,<br />
come priorità, per le centrali termoelettriche della Regione Sud-Est.<br />
Consorzio<br />
Dice il motto che “il bisogno crea le opportunità”. Con la crisi<br />
economica mondiale, amministratori di consorzi brasiliani hanno<br />
creato nuove nicchie di azione. Ora si può già entrare in un gruppo<br />
per fare chirurgie plastiche, corsi di specializzazione nella post laurea,<br />
feste di matrimonio o qualsiasi altro sogno di consumo che non costi<br />
più di 20mila reais. La Embracon è il primo amministratore a lanciare<br />
a São Paulo questo tipo di servizi. Altre due imprese già lo fanno a Minas<br />
Gerais e nel Paraná. Il programma offerto dall’impresa prevede offerte<br />
libere, sorteggi e proposte di fino al 25% del valore del credito.<br />
TIM<br />
L’<br />
imprenditore brasiliano Nelson Tanure sarà il nuovo azionista<br />
della TIM Brasil. Tanure è proprietario dell’operatore di<br />
lunga distanza Intelig, che dovrà essere incorporata all’azienda<br />
<strong>italiana</strong>. Secondo il giornale O Globo, 40 avvocati si adoperano<br />
per realizzare l’operazione, che coinvolgerà uno scambio di azioni.<br />
Le due aziende sono in trattative da quattro mesi.<br />
Carlos Magno<br />
12 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 13
Grupo Keystone<br />
economia<br />
Eles são<br />
bilionários<br />
Treze brasileiros e doze italianos integram o ranking da revista<br />
norte-americana Forbes que listou os homens mais ricos do mundo<br />
Chocolate e mineração.<br />
Esses são os setores em<br />
que atuam o italiano e o<br />
brasileiro mais ricos do<br />
mundo, respectivamente, Michele<br />
Ferrero e Eike Batista. No mês<br />
passado, a revista norte-americana<br />
Forbes divulgou seu tradicional<br />
ranking de bilionários. Ferrero<br />
ocupa o 40º lugar na lista enquanto<br />
Batista é o 61º. No “duelo”<br />
entre italianos e brasileiros, o<br />
primeiro-ministro da Itália ocupa<br />
Antonio Luiz<br />
Seabra $1,2<br />
66 anos. Vive<br />
no Reino Unido.<br />
Fundador da<br />
Natura Cosméticos.<br />
Julio Bozano $1,1<br />
73 anos. Ex-banqueiro, em<br />
2000 vendeu o Banco Bozano<br />
Simonsen para o espanhol Banco<br />
Santander Central Hispano. Seus<br />
11% de ações da Embraer valem<br />
825 milhões de dólares.<br />
Guilherme<br />
Peirao Leal $1,2<br />
58 anos. Presidente-<br />
Executivo e um dos<br />
fundadores da Natura<br />
Cosméticos.<br />
o 4º lugar. Antes dele, vem outro<br />
brasileiro: o banqueiro Joseph<br />
Safra, o 62º colocado na lista da<br />
Forbes. Na Itália, Ferrero assumiu<br />
o posto de homem mais rico do<br />
país no ano passado, rebaixando<br />
Berlusconi para o segundo lugar.<br />
No ranking da revista, o primeiroministro<br />
está na 70ª posição.<br />
Os três homens mais ricos do<br />
mundo são: o dono da Microsoft,<br />
Bill Gates; o investidor Warren Buffett<br />
e o empresário mexicano do<br />
Francesco Gaetano<br />
Caltagirone $1,4<br />
66 anos. Controla a holding<br />
Caltagirone que atua nos<br />
setores imobiliário e de<br />
construção, além de editoração.<br />
Ennio Doris e família $1,4<br />
68 anos. Fundador e executivo-chefe<br />
da Mediolanum, de gestão dos fundos<br />
e companhias de seguros.<br />
Sô n i a Apolinário<br />
setor de telecomunicações Carlos<br />
Slim, que no Brasil controla as<br />
empresas de telefonia Embratel<br />
e Claro. Suas respectivas fortunas<br />
são de 40 bilhões de dólares, 37<br />
bilhões de dólares e 35 bilhões de<br />
dólares. Isso porque eles perderam<br />
com a crise 18 bilhões de dólares<br />
(Gates) e 25 bilhões de dólares<br />
(Buffett e Slim) no último ano. A<br />
crise também varreu da lista 332<br />
bilionários. Este ano, “somente”<br />
793 pessoas foram incluídas.<br />
647º<br />
601º601º<br />
522º522º<br />
468º<br />
Ao todo, 12 italianos e 13<br />
brasileiros <strong>faz</strong>em parte da lista<br />
da Forbes. O empresário brasileiro<br />
Antonio Ermirio de Moraes e o<br />
estilista italiano Giorgio Armani<br />
empataram na 224ª colocação.<br />
Também empataram em 468º lugar<br />
o empresário brasileiro Abílio<br />
dos Santos Diniz, membros<br />
da família <strong>italiana</strong> Benetton e o<br />
empresário italiano Mario Moretti<br />
Polegato. Veja a lista ítalo-brasileira:<br />
Com uma fortuna pessoal de $1,5 bi,<br />
quatro integrantes da família Benetton<br />
dividem a mesma posição no ranking.<br />
Luciano, de 73 anos, é ex-senador e<br />
preside ao grupo desde a sua criação.<br />
Giuliana, 71, <strong>faz</strong> parte do conselho de<br />
administração da holding do grupo.<br />
Gilberto, 67, supervisiona todos os<br />
investimentos financeiros e imobiliários<br />
do grupo. Carlo, 65, está no comando<br />
da produção e da ligação entre a sede da<br />
Benetton e suas unidades internacionais.<br />
468º 468º<br />
Mario Moretti Polegato $1,5<br />
56 anos. Fundador da grife<br />
de calçados Geox.<br />
285º<br />
318º<br />
450º 318º<br />
Carlos Alberto Sicupira $2,1<br />
61 anos. Um dos integrantes do trio<br />
de bilionários magnatas da cerveja.<br />
Stefano Pessina $1,6<br />
67 anos. Vive em Mônaco. Presidente<br />
da Alliance Boots, empresa do ramo<br />
farmacêutico que atua em toda a Europa.<br />
Abílio dos Santos Diniz $1,5<br />
72 anos. Controla a Companhia Brasileira de<br />
Distribuição (Grupo Pão de Açucar), de alimentos.<br />
92º<br />
196º<br />
205º<br />
224º<br />
224º<br />
Giorgio Armani $2,8<br />
74 anos. Estilista.<br />
40º<br />
61º<br />
62º<br />
70º<br />
71º<br />
Dorothea Steinbruch<br />
e família $3,0<br />
NR. Dona da maior<br />
empresa de aço do Brasil,<br />
a Companhia Siderurgica<br />
Nacional (CSN).<br />
Marcel Herrmann Telles $2,4<br />
59 anos. Um dos integrantes do trio<br />
de bilionários magnatas da cerveja.<br />
Moise Safra $2,1<br />
74 anos. Em 2006, sua fortuna somada com<br />
a de seu irmão os levaram à primeira<br />
posição do ranking brasileiro. Vendeu<br />
para o irmão Joseph metade das ações<br />
que detinha do Grupo Safra.<br />
Michele Ferrero<br />
e família $9,2<br />
82 anos. Vive em<br />
Mônaco. Dono<br />
da fábrica de<br />
chocolate Ferrero.<br />
Eike Batista $7,5<br />
52 anos. Dono do Grupo<br />
EBX. No ano passado, era o<br />
terceiro mais rico do Brasil.<br />
Joseph Safra $7,0<br />
70 anos. Banqueiro,<br />
controlador do Grupo Safra.<br />
Em 2007, era o brasileiro<br />
mais rico da lista da Forbes.<br />
Silvio Berlusconi e família $6,5<br />
72 anos. Primeiro-ministro<br />
italiano, dono dos principais<br />
veículos de comunicação do<br />
país, além de bancos e do time<br />
de futebol Milan.<br />
Leonardo Del Vecchio $6,3<br />
73 anos. Fundador e<br />
presidente da Luxottica.<br />
Jorge Paulo Lemann $5,3<br />
69 anos. Banqueiro que com outros exbanqueiros<br />
e também bilionários, Marcel Telles<br />
e Carlos Alberto Sicupira, dividem o controle<br />
de uma das maiores cervejarias do mundo, a<br />
InBev, formada pela união da AmBev do Brasil<br />
e da Interbrew da Belgica. O trio também<br />
controla a varejista Lojas Americanas.<br />
Aloysio de Andrade Faria $3,1<br />
88 anos. Banqueiro. Fundou o<br />
Banco Alfa, o 17º maior banco<br />
do Brasil. Também é dono da<br />
Agropalma, uma das maiores<br />
empresas produtoras de óleo de<br />
palma da América Latina, que<br />
está se beneficiando da crescente<br />
demanda por biodiesel.<br />
Antonio Ermirio de<br />
Moraes e família $2,8<br />
80 anos. A família detém o Grupo<br />
Votorantim, um conglomerado que<br />
atua na indústria de metal,<br />
papel, produtos químicos<br />
e suco de laranja. No<br />
ano passado, era o<br />
brasileiro mais rico da<br />
lista da Forbes.<br />
14 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 15
economia<br />
negócios<br />
Banco dos pobres<br />
chega à Itália<br />
País será o primeiro da Europa a receber o projeto<br />
que rendeu um prêmio Nobel da Paz ao seu criador<br />
Sede do Grameen Bank<br />
O<br />
Grameen Bank, ou Banco<br />
do Vilarejo, criado pelo<br />
bengalês Muhammad Yunus,<br />
terá uma filial <strong>italiana</strong>.<br />
Foi o próprio Yunus, um economista<br />
de 68 anos, quem anunciou<br />
sua decisão de levar seu<br />
projeto para mais um membro do<br />
G8, depois dos Estados Unidos.<br />
Ele apresentou seus planos<br />
para a Itália no mês passado,<br />
em uma coletiva de imprensa realizada<br />
na Fundação Cariplo, em<br />
Milão. A instituição é um dos<br />
principais braços sociais da Igreja<br />
Católica e doou 1 milhão de<br />
euros para o fundo Tettamanzi de<br />
auxilio a famílias que perderam<br />
empregos recentemente.<br />
A filial <strong>italiana</strong> do chamado<br />
Banco dos Pobres está prevista<br />
para ser aberta na Bolonha, no<br />
segundo semestre. No seu país<br />
natal, Bangladesh, Yunus fundou<br />
o Grameen Bank em 1976. Tornou-se<br />
mundialmente conhecido<br />
por levar oportunidades sociais e<br />
econômicas para os cidadãos de<br />
baixa renda através de pequenos<br />
empréstimos, o que ajudou a tirar<br />
milhões da pobreza extrema.<br />
O “pioneiro do microcrédito”<br />
escolheu a Itália para instalar seu<br />
primeiro projeto na Europa por ser<br />
um país com um tecido econômico<br />
apoiado na pequena e média<br />
empresa. Porém, não só por isso.<br />
É um sinal da crise que está empobrecendo<br />
as nações mais ricas.<br />
O Produto Interno Bruto da Itália,<br />
em 2008, foi de -1,0%, o pior<br />
desde 1975. Para Yunus, o uso<br />
de dinheiro público para sanar a<br />
crise não é a solução.<br />
— Isso é a manutenção de um<br />
motor que não funciona mais. Este<br />
sistema faliu. Temos que reconstruir<br />
tijolo por tijolo, uma finança<br />
fundada em princípios que inclua<br />
a todos e que se ocupe dos problemas<br />
não apenas quando eles chovem<br />
nas costas dos ricos — diz.<br />
Na opinião de Yunus, a crise<br />
serviu para mostrar que os ricos,<br />
para um banco, “são menos confiáveis<br />
do que os pobres”. Ele prega<br />
o “business social” como<br />
um instrumento para<br />
domesticar o<br />
capitalismo<br />
selvagem.<br />
Muhammad Yunus<br />
Gu i l h e r m e Aq u i n o<br />
Correspondente • Milão<br />
A idéia passa pela criação de um<br />
modelo empresarial sem a distribuição<br />
de dividendos e sem perdas<br />
no negócio. Ele explica que<br />
os “investidores sociais” irão recuperar<br />
apenas o dinheiro que<br />
colocaram no projeto. O lucro será<br />
reinvestido na empresa.<br />
Já existem no mercado empresas<br />
com perfil não lucrativo. Entretanto,<br />
a diferença é que estas,<br />
em sua grande maioria, vivem de<br />
doações para manter as atividades.<br />
No caso do “business social”,<br />
a empresa é auto-sustentável:<br />
— A empresa social vai entrar<br />
em um novo tipo e dedicado<br />
mercado de capitais, para recolher<br />
recursos. Depois, deve ser<br />
capaz de caminhar com as próprias<br />
pernas e de se expandir —<br />
afirma Yunus.<br />
Ele acha que os países do<br />
terceiro mundo são um terreno<br />
fértil para plantar esta nova<br />
iniciativa. Isso porque são países<br />
cujos governos não têm capacidade<br />
de administrar de forma<br />
eficiente setores como saúde<br />
e educação. Como consequência,<br />
entregam estes serviços básicos<br />
para as empresas privadas.<br />
— Esse setor privado visa<br />
apenas o lucro e exclui os programas<br />
a favor dos pobres, das<br />
mulheres e do ambiente. Eu defendo<br />
um setor privado que se<br />
nutre da energia da consciência<br />
social a partir de um empresariado<br />
social — explica Yunus.<br />
O banqueiro de Bangladesh<br />
diz que a crise não ameaça o seu<br />
Grameen Bank. Desde a sua fundação,<br />
a instituição empresta,<br />
sem pedir garantias, dinheiro para<br />
a construção da casa própria,<br />
estudos e criação de micro-empresas<br />
de famílias pobres. Além<br />
disso, oferece produtos como<br />
poupança, seguros e fundos de<br />
pensão. Os clientes já somam 7,6<br />
milhões de pessoas, sendo que<br />
97% deste total são mulheres.<br />
— Descobrimos que dar um<br />
empréstimo a uma mulher significava<br />
levar maiores benefícios<br />
para uma família — conta ele.<br />
Exemplo italiano<br />
Na Itália, existem duas iniciativas<br />
próximas ao que Yunus prega,<br />
ambas criadas no ano passado. A<br />
primeira a surgir foi o Housing Social,<br />
da fundação Cariplo. No projeto,<br />
empreiteiros sociais levantam<br />
casas para famílias sem-teto<br />
sem buscar os lucros do mercado<br />
imobiliário. A fórmula inclui a participação<br />
do poder público para<br />
viabilizar o projeto. Por exemplo,<br />
a cessão de terrenos da prefeitura<br />
para a construção dos imóveis.<br />
No sul do país, a vinicultura<br />
Donnafugata e seus parceiros<br />
criaram um projeto de microcrédito.<br />
São empréstimos limitados<br />
entre 10 e 15 mil euros, com baixas<br />
taxas de juros e concedidos<br />
a pessoas que não conseguiriam<br />
manter aberta uma linha de financiamento<br />
num banco privado<br />
convencional. A empresa siciliana<br />
se apóia no voluntariado e em<br />
Organizações Não Governamentais<br />
para atuar.<br />
Cheiros da<br />
Amazônia<br />
Empresa <strong>italiana</strong> de peças íntimas e biquínis<br />
aposta em linha de cosméticos inspirada no Brasil<br />
Depois de investir na relação<br />
com o Brasil para o<br />
desenvolvimento de sua<br />
marca de biquínis e peças<br />
íntimas, a rede <strong>italiana</strong> Yamamay,<br />
com sede em Verese (Lombardia),<br />
celebra as boas vendas com uma<br />
linha de cosméticos feita a partir<br />
de produtos extraídos da selva<br />
amazônica. Além disso, tentam<br />
resgatar uma parceria iniciada em<br />
1983 e, quem sabe, ter pontos de<br />
venda aqui.<br />
— Conheço o estado de Santa<br />
Catarina, em especial a cidade de<br />
Blumenau. Em junho de 1983, fiz<br />
meu primeiro negócio com o Brasil.<br />
Na época, comprei 500 mil camisetas<br />
da Hering e 200 mil toalhas<br />
de mão da Karsten. Depois expandimos<br />
pedidos para Teka, Sulfabril<br />
e Marisol. Eu trabalhava com uma<br />
outra marca, que vendi há sete<br />
anos. E então começamos a história<br />
da Carpisa, de bolsas e acessórios,<br />
e da Yamamay, com suas lingeries<br />
e biquínis — explica o presidente<br />
das empresas Luciano Cimmino,<br />
que acompanhou 16 representantes<br />
das suas marcas ao Brasil<br />
e concedeu entrevista exclusiva à<br />
Comunità, no Rio de Janeiro.<br />
Da redação<br />
Por conta do trabalho que<br />
desenvolveu entre Itália e Brasil,<br />
Cimmino recebeu do então presidente<br />
José Sarney a comanda da<br />
Ordem Rio Branco. Agora, o regresso<br />
teve como meta a realização<br />
de um catálogo de bolsas<br />
e valises inspirado na arquitetura<br />
de Oscar Niemeyer em Brasília.<br />
Para tanto, a equipe passou pela<br />
capital brasileira com o fotógrafo<br />
Ruy Teixeira. O grupo também<br />
esteve em São Paulo, onde é produzida<br />
a linha de cosméticos.<br />
— Essa linha de beleza aconteceu<br />
de uma parceria boa com o<br />
governo do Amazonas feita no ano<br />
passado. Naqueles dias em Manaus<br />
nasceu a Fundação Amazonas Sustentável<br />
que, como o nome diz,<br />
protege e incentiva a preservação<br />
da biodiversidade local e, fora do<br />
contexto político, também promove<br />
a economia sustentável. Fomos<br />
os primeiros a contribuir, com um<br />
depósito de 50 mil euros. Depois,<br />
compramos 200 mil bolsas produzidas<br />
na região que distribuímos<br />
promocionalmente com nossos<br />
produtos — recorda Cimmino.<br />
Segundo o empresário, a<br />
aproximação entre Brasil e Itália<br />
no setor têxtil poderia ser<br />
maior caso o país não estivesse<br />
fechado às importações. Ele diz<br />
que tem oferta de “produtos interessantes”<br />
ao mercado brasileiro.<br />
Ele observa, porém, que como<br />
“grande potência econômica”, o<br />
Brasil “não pode pensar apenas<br />
em continuar exportando”. Para<br />
No alto, sede da Yamamay cujo<br />
presidente, Luciano Cimmino,<br />
mostra carinho pelo Brasil<br />
Cimmino, a crise não afetou os<br />
negócios da Yamamay, muito pelo<br />
contrário:<br />
— Como a classe média estava<br />
tendo acesso a artigos considerados<br />
de luxo e nossos produtos<br />
são para a classe média, recuperamos<br />
nosso público. Trabalhamos<br />
a relação preço-qualidade<br />
— enfatiza, apontando a Grécia<br />
e a China como mercados importantes<br />
para a marca no exterior.<br />
A Yamamay soma uma rede<br />
com números expressivos: entre<br />
lojas e pontos de venda somente<br />
na Europa e na Itália são cerca<br />
de 530. A parceria com o Brasil<br />
resulta, segundo Cimmino, por<br />
índices como a venda de 300 mil<br />
biquínis por ano e uma produção<br />
que representa 15% do total<br />
de produtos comercializados pela<br />
empresa.<br />
— Os preços brasileiros não<br />
são tão baixos e a falta de uma<br />
entidade que regule a pequena<br />
produção às vezes atrapalha o<br />
comércio. No Sul, as coisas são<br />
mais profissionais, mas também<br />
compro de Fortaleza e Salvador,<br />
onde não existe quem intermedie<br />
a exportação.<br />
Freqüentador do São Paulo<br />
Fashion Week, uma das semanas<br />
de moda mais influente do país,<br />
Cimmino confessa gostar do trabalho<br />
do estilista Alexandre Herchcovitch.<br />
Para ele, o potencial<br />
a ser explorado aqui é a produção<br />
para o verão, “sempre criativa<br />
e colorida” porque os brasileiros<br />
“têm feeling para tudo que<br />
é ligado à praia”. Entre as nossas<br />
modelos, a que considera de<br />
beleza e profissionalismo “admiráveis”,<br />
com quem trabalhou, é<br />
Ana Beatriz Barros.<br />
Interessado no desenvolvimento<br />
brasileiro desde suas primeiras<br />
vindas ao país, ele assinala<br />
que nos idos dos anos 1980,<br />
quando a Itália já tinha desenvolvido<br />
sua indústria têxtil, via<br />
para sua nação o crescimento dos<br />
setores aeronáutico, químico e<br />
de informática, nos quais hoje o<br />
Brasil é quem tem destaque:<br />
— Vejo com admiração os aviões<br />
brasileiros da Embraer, a quarta<br />
maior empresa do setor que já<br />
forneceu aeronaves para a Alitalia.<br />
E também a indústria automotiva,<br />
com carros melhores que os<br />
europeus. Somente a China conseguiu<br />
se desenvolver mais durante<br />
o mesmo período. É por isso, que<br />
continuo a apostar no Brasil.<br />
16 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 17
affari<br />
Divulgação FAB<br />
Invasione<br />
all’<strong>italiana</strong><br />
Autorità e imprenditori italiani si giovano delle fiere realizzate in Brasile<br />
per esporre prodotti e concludere affari. In aprile un evento rivolto al<br />
settore della Difesa porta a Rio il sottosegretario Guido Crosetto<br />
Il Brasile, così come l’Italia,<br />
investe sempre di più nella<br />
realizzazione di fiere. E gli<br />
imprenditori italiani conoscono<br />
molto bene l’importanza di<br />
farsi presenti in questi eventi. In<br />
marzo rappresentanti dei settori<br />
di ceramica e calzature sono venuti<br />
in Brasile. Invece quelli che<br />
si occupano dell’area della difesa<br />
verranno qui questo mese per<br />
partecipare, dal 14 al 19 aprile,<br />
alla Feira Latino-Americana Aeroespacial<br />
e de Defesa (LAAD), a<br />
Rio de Janeiro. Per questo evento<br />
è attesa la presenza del sottosegretario<br />
alla Difesa italiano,<br />
Guido Crosetto.<br />
Dodici imprese italiane partecipano<br />
alla LAAD grazie ad<br />
un’azione congiunta dell’Istituto<br />
Italiano per il Commercio Estero<br />
(ICE), della Federazione Aziende<br />
Italiane per l’Aerospazio, la Difesa<br />
e la Sicurezza e della Direzione<br />
Nazionale degli Armamenti (DNA)<br />
del Ministero della Difesa.<br />
Durante la LAAD, che ha luogo<br />
ogni due anni, saranno presentati<br />
18 prototipi di un veicolo<br />
blindato per il trasporto di truppe.<br />
Si tratta dell’Urutu 3, derivato<br />
dal Centauro. Ordinati dal Ministério<br />
da Defesa brasiliano, sono<br />
creazioni della Iveco, che appartiene<br />
al Gruppo Fiat. La Iveco<br />
Sílvia So u z a<br />
in Italia presenta una divisione<br />
di veicoli propri per la difesa. Il<br />
Centauro è già stato testato, nel<br />
2001, dal Centro de Avaliações<br />
do Exército Brasileiro (CAEx), a<br />
Rio de Janeiro. Ci si aspetta che<br />
con i prototipi si dia inizio ad un<br />
ordinazione in serie.<br />
Ricercatore dell’area militare<br />
da più di 30 anni, il professor<br />
Expedito Carlos Stephani Bastos,<br />
della Universidade Federal di Juiz<br />
de Fora, informa che il Brasile<br />
avrebbe bisogno di un’armata di<br />
più di mille veicoli per rinnovarsi.<br />
Ma si specula che la partnership<br />
con la Iveco dovrà dare origine<br />
ad un acquisto di 200 mezzi.<br />
Nel mercato internazionale un<br />
blindato come quello voluto dal<br />
Brasile non costa meno di due<br />
milioni di dollari.<br />
Invece la Selex Communications,<br />
società del gruppo Finmeccanica,<br />
torna in Brasile un mese<br />
dopo aver realizzato un incontro<br />
di affari legato ad una gara che la<br />
Polícia Militar dello Stato di Minas<br />
Gerais sta preparando. La richiesta<br />
si riferisce al rifornimento di<br />
un sistema di telecomunicazioni<br />
del costo di 80 milioni di dollari.<br />
A sua volta la Finmeccanica,<br />
in collaborazione con la Fincantieri,<br />
si interessa soprattutto al<br />
settore navale. Ci sono opportunità<br />
di affari con la Marinha Brasileira<br />
per la costruzione di fregate<br />
e navi pattuglia. Inoltre ci<br />
sono possibilità di partecipare ai<br />
programmi di produzione di nuove<br />
navi cisterna messo in pratica<br />
dalla Petrobras.<br />
Secondo l’ICE, per corrispondere<br />
alla domanda del mercato<br />
internazionale l’industria <strong>italiana</strong><br />
ha concentrato le sue attività<br />
in aree tecnologiche specifiche,<br />
dando opportunità alle piccole,<br />
medie e grandi imprese per migliorare<br />
le loro competenze, specialmente<br />
nei settori di sottosistemi<br />
e macchinari. In questo<br />
caso sono da mettere in risalto le<br />
aree legate agli elicotteri e alla<br />
produzione di sistemi elettronici<br />
di difesa e sicurezza (sistemi radar,<br />
controllo dello spazio aereo<br />
e comunicazioni). Questo settore<br />
industriale italiano nel 2008 ha<br />
raggiunto un fatturato di 12 miliardi<br />
di euro e ha dato impiego a<br />
64mila persone.<br />
— Le aziende italiane vogliono<br />
trasformare il paese in una<br />
base di esportazione verso l’America<br />
Latina, e il Brasile è un partner<br />
importante nell’area della cooperazione<br />
tecnica e scientifica<br />
— afferma il direttore dell’ICE,<br />
Giovanni Sacchi.<br />
Ceramica<br />
Tenendo d’occhio le migliori opportunità<br />
di rivestimenti di ambienti,<br />
dieci tra le più rappresentative<br />
imprese italiane nel settore<br />
hanno occupato un padiglione<br />
alla Feira Internacional de Revestimentos<br />
(Revestir 2009), che<br />
ha avuto luogo a São Paulo dal<br />
24 al 27 marzo. Hanno presentato<br />
le loro novità in un’area di<br />
395m², la più grande destinata<br />
ad un padiglione straniero, vincolati<br />
all’Associazione Costruttori<br />
italiani Macchine e Attrezzature<br />
per Ceramica (Acimac). E hanno<br />
anche potuto divulgare la loro<br />
ottima posizione nel mercato<br />
presentando il Fórum Internacional<br />
Tecnológico Tecnargilla Brasil,<br />
che ha questo nome in riferimento<br />
alla biennale di Rimini.<br />
— La partecipazione della<br />
Acimac nella Revestir 2009 vuole<br />
mostrare l’eccellenza <strong>italiana</strong> in<br />
macchine e attrezzature per l’industria<br />
ceramica e rafforzare i legami<br />
storici e di partnership tra i<br />
rifornitori italiani e gli imprenditori<br />
brasiliani — dichiara il presidente<br />
dell’Associazione, Pietro<br />
Cassani — Siamo i primi rifornitori<br />
del Brasile nel settore di<br />
macchinari per la fabbricazione<br />
di prodotti in ceramica, con circa<br />
il 24% delle importazioni che,<br />
nel 2008, hanno superato la cifra<br />
di 156 milioni di euro.<br />
L’Italia è orgogliosa di essere<br />
il maggior paese fabbricante<br />
di ceramiche nel mondo<br />
e il primo maggior<br />
produttore<br />
e esportatore di<br />
attrezzature per<br />
il segmento. Questa industria ha<br />
avuto un fatturato, nel 2008, di<br />
2 miliardi di euro, di cui il 71,5%<br />
in affari conclusi all’estero. L’Europa<br />
ne è il principale mercato<br />
acquirente con il 40%, seguita<br />
dall’Asia (31,8%) e dalle Americhe<br />
(17,2%).<br />
Il Fórum Tecnargilla ha dato<br />
agli italiani l’opportunità di presentare<br />
i quattro segmenti che<br />
hanno avuto più enfasi nell’ultima<br />
edizione del Tecnargilla di Rimini.<br />
Sono stati affrontati temi come<br />
quello dell’arredamento, della sostenibilità<br />
e del futuro dell’industria<br />
ceramica, oltre a lavori digitali<br />
e all’uso del porcellanato.<br />
— Vogliamo rafforzare la presenza<br />
delle imprese italiane nel<br />
mercato brasiliano con la meta<br />
di consolidare futuri accordi<br />
commerciali e joint-ventures —<br />
spiega Sacchi.<br />
Calzature e Cuoio<br />
Anche l’Associazione nazionale<br />
costruttori macchine ed accessori<br />
per calzature, pelletteria e<br />
conceria (Assomac) ha inviato,<br />
in marzo, una gruppo rappresentativo<br />
interessata ad espandersi<br />
in Brasile. Sette fabbricanti<br />
italiani (Nexus, S.C Meccaniche,<br />
Construzioni Meccaniche Persico,<br />
Equitan, Geokem, Sta/Poletto<br />
e Vallero) hanno partecipato<br />
alla Feira Internacional de Couros,<br />
Químicos, Componentes e<br />
Acessórios, Equipamentos<br />
e Máquinas para Calçados<br />
e Curtumes, a Novo<br />
Hamburgo, nel Rio Grande<br />
do Sul.<br />
Imprese italiane concludono affari con la Força Aérea Brasileira. La Avio Propulsione<br />
ha firmato un contratto per la manutenzione di motori di aerei modello AMX<br />
Leader mondiale nel settore<br />
di macchinari per calzature, prodotti<br />
in cuoio e accessori, l’Italia<br />
fabbrica più del 50% del totale<br />
di macchinari del mondo e presenta<br />
circa 370 piccole e medie<br />
imprese. Principale rifornitore<br />
del Brasile, l’Italia ha esportato<br />
nel nostro territorio l’equivalente<br />
a 19,8 milioni di dollari nel<br />
2008. Ma i mercati principali per<br />
questa produzione includono anche<br />
Cina, Turchia, India, Romania,<br />
Spagna e Tunisia.<br />
La maggior parte delle aziende<br />
produttrici di macchinari per<br />
calzature e prodotti in cuoio si<br />
trova in Lombardia, specialmente<br />
a Vigevano, ma ci sono altri<br />
poli produttori in Toscana. Le<br />
Divulgação ICE<br />
Macchinari italiani per rivestimento:<br />
industria ha messo in movimento 2<br />
miliardi di euro nel 2008<br />
Divulgação FAB<br />
aziende produttrici di macchinari<br />
e attrezzature per calzature<br />
sportive si trovano nel Veneto,<br />
nella provincia di Padova, e a<br />
Varese, in Lombardia.<br />
L’Italia è leader anche nel<br />
settore di macchinari per conceria,<br />
con più di due terzi della<br />
produzione mondiale Made<br />
in Italy. Sono circa 80 aziende<br />
situate specialmente in Toscana,<br />
Veneto, Lombardia, Piemonte<br />
e Campania. Questo settore<br />
esporta la maggior parte della<br />
sua produzione verso questi paesi:<br />
Cina, Brasile, India, Turchia<br />
e Argentina.<br />
Sicura del fatto che questo<br />
potenziale non può essere sprecato,<br />
la Assomac già promuove<br />
in Brasile workshop, conferenze<br />
tecniche e training, offrendo<br />
supporto e collaborando allo<br />
sviluppo del settore nel paese.<br />
Inoltre organizza in Italia vari<br />
eventi per ricevere i partner da<br />
tutto il mondo.<br />
I prossimi sono già organizzati:<br />
saranno la Simac e la Tanning<br />
Tech, due fiere che hanno<br />
luogo in ottobre in simultanea<br />
con l’edizione autunnale della Lineapelle<br />
– mostra internazionale<br />
per produttori di pelle, accessori<br />
e componenti, materiali sintetici,<br />
tessuti industriali e modelli<br />
di calzature – che avrà luogo nel<br />
Bologna Fair-Ground.<br />
18 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 19
negócios<br />
affari<br />
Oportunidades<br />
em exposição<br />
Comitiva lombarda do setor de feiras visita o Brasil<br />
Feiras de exposições proporcionam<br />
a grandes, pequenas<br />
e médias empresas<br />
um contato direto com seu<br />
público alvo e a consolidação de<br />
vantajosos negócios. Neste segmento,<br />
a Itália é uma referência<br />
mundial. E, a região da Lombardia,<br />
localizada ao norte do país,<br />
é o berço desta atividade. Isso se<br />
deve, entre outros fatores, por<br />
ela ser a mais industrializada, dinâmica<br />
e competitiva. Já no Brasil,<br />
a realização de feiras quadruplicou<br />
nos últimos 16 anos.<br />
Este cenário incentivou o<br />
Governo da Regione Lombardia,<br />
através de parceria com a Promos<br />
Milão, a visitar importantes centros<br />
e colaboradores em potencial<br />
para promover o projeto Showcasing<br />
Lombardia. A comitiva chegou<br />
à cidade do Rio de Janeiro<br />
no último dia 23, onde se reuniu<br />
com empresários e visitou, entre<br />
outros locais, a Federação das<br />
Indústrias do Estado e a Câmara<br />
Ítalo-Brasileira de Comércio. À<br />
noite, eles se reuniram no hotel<br />
Copacabana Palace para divulgar<br />
a capacidade econômica da Lombardia,<br />
a partir da realização de<br />
feiras em diversos setores. O foco<br />
da missão é incentivar contatos<br />
entre profissionais de eventos<br />
e representantes institucionais<br />
lombardos, com brasileiros.<br />
Durante o encontro, o diretor<br />
geral do Conselho Regional para<br />
Comércio, Feiras e Mercados, Ferdinando<br />
Castaldo, explicou que a<br />
Lombardia possui um sistema vanguardista.<br />
Nele, o governo sustenta<br />
as feiras como forma de promover<br />
a competitividade e a inovação<br />
e de melhorar os serviços.<br />
— Nosso governo é consciente<br />
de que o sistema feirístico é a<br />
vitrine da produção. Os empresários<br />
sabem disso e dedicam em<br />
média 30% do orçamento para<br />
feiras. Eles as consideram tão<br />
fundamentais que nem a crise<br />
mundial diminuiu esse percentual<br />
– afirma Cataldo.<br />
À frente do grupo italiano, o<br />
secretário de Comércio, Feiras e<br />
Mercados da Região da Lombardia,<br />
Franco Finato, destacou que a<br />
visita traz grandes possibilidades<br />
para a realização de negócios para<br />
a EXPO Mundial de 2015. O evento<br />
acontecerá em Milão, cidade que<br />
possui um dos maiores e mais modernos<br />
centros de exposições, com<br />
uma área total de 500 mil metros<br />
He da Wenzel<br />
quadrados, e estará na agenda de<br />
empresários interessados nas atividades<br />
mais importantes para a<br />
economia, o desenvolvimento e o<br />
futuro do planeta.<br />
Mas o estreitamento entre<br />
as relações do Estado do Rio e a<br />
Lombardia não começou agora.<br />
Teve início em 2007, durante uma<br />
visita do governador Sérgio Cabral<br />
a Roma, Milão e cidades lombardas.<br />
De acordo com o diretor<br />
superintendente do Sebrae/RJ,<br />
Sergio Malta, a viagem criou uma<br />
via de mão dupla entre ambos e<br />
abriu o mercado de importação e<br />
exportação de forma cooperada.<br />
Para a subsecretária de Comércio<br />
e Serviços do Rio, Dulce<br />
Ângela Procópio de Carvalho, a<br />
visita da comitiva <strong>italiana</strong> é a<br />
consolidação de uma relação iniciada<br />
pelo governador.<br />
— Ele nos deu instruções<br />
para reforçar parcerias com a<br />
Promos, pela grande experiência<br />
deles com pequenas e médias empresas,<br />
o que tem sido feito com<br />
bons resultados — anima-se Ângela.<br />
Ela destaca a parceria entre<br />
o Rio e a Lombardia na participação,<br />
de forma concomitante, do<br />
Salão Internazionale del Móbile,<br />
que será realizado entre os dias<br />
22 e 27/04 em Milão, e da Rio<br />
+ Design, liderada também pela<br />
Promos Milão e pelo Sebrae/RJ.<br />
O secretário Franco Finato<br />
anunciou que durante a visita à<br />
capital carioca foram firmados<br />
alguns contratos e acredita que<br />
isso vai ocorrer em maior escala.<br />
— Rio e Lombardia são regiões<br />
complementares. Possuímos<br />
tradição na realização de feiras,<br />
estamos bem localizados geograficamente,<br />
somos famosos pelo<br />
design, pela produção de móveis,<br />
mármore e granito e considerados<br />
o coração da moda. Podemos<br />
ser a melhor opção para entrar<br />
no mercado europeu. Já no Rio,<br />
os empresários são jovens, dinâmicos<br />
e criativos e a relação da<br />
cidade com a moda nos aproxima<br />
muito — afirma Finato.<br />
Em relação à crise, Finato diz<br />
que ela surpreendeu pela importância<br />
que adquiriu, mas também<br />
demonstrou o perigo de construir<br />
uma economia com base nas finanças.<br />
Ele reforçou os aspectos<br />
positivos do momento vivido que<br />
quase nunca são explorados.<br />
— A crise nos obriga a colocar<br />
os pés no chão e a pensar<br />
no essencial. Também nos mostra<br />
que o mercado não é a solução<br />
de todo o problema e que<br />
precisa ser controlado. Ela nos<br />
incentiva a amar o próprio trabalho.<br />
Um trabalho que produz,<br />
traz resultados e não só financeiro.<br />
De um lado existe o medo<br />
e do outro, oportunidades de<br />
crescimento. Devemos agir. Acho<br />
que o Brasil e a Lombardia têm<br />
uma grande força para sair logo<br />
e melhor do que antes dessa crise<br />
— analisa antes de partir para<br />
São Paulo.<br />
Fotos: João Carnavos<br />
Chi semina raccoglie<br />
Toscana manda in Brasile missione imprenditoriale interessata alle opportunità di affari con Rio de Janeiro<br />
La Toscana e lo stato di Rio<br />
de Janeiro sono diventati<br />
praticamente amici d’infanzia.<br />
Dalla visita di una delegazione<br />
di quella regione <strong>italiana</strong><br />
alla Città Meravigliosa potrebbe<br />
venire fuori perfino un gemellaggio.<br />
Al centro di questo futuro<br />
trattato di fratellanza ci sono il<br />
porto toscano di Livorno e i porti<br />
di Rio localizzati ad Açu e Sepetiba.<br />
Tutto questo grazie a ortaggi<br />
e verdure prodotti nello stato<br />
fluminense, che sono importanti<br />
prodotti importati dalla Toscana.<br />
Secondo il vice presidente<br />
della Câmara Ítalo-Brasileira do<br />
Rio, Tarcisio Neviani, il gemellaggio<br />
sarebbe “un importante<br />
legame per la distribuzione di<br />
frutta e verdura, oltre ai minerali<br />
e all’acciaio fluminensi”.<br />
La missione toscana è arrivata<br />
a Rio basandosi sui numeri.<br />
L’Italia è passata dal 10º (posizione<br />
nel 2007) al 9° posto nella<br />
lista di quelli che esportano a<br />
Rio, dove sono stati venduti più<br />
di 331,7 milioni di dollari di merci.<br />
I dati sono dell’Istituto Italiano<br />
per il Commercio Estero (ICE),<br />
che ha organizzato la venuta di<br />
cinque aziende e rappresentanti<br />
del governo toscano per la missione<br />
di tre giorni nello stato di<br />
Rio. Gli incontri affaristici hanno<br />
anche contato sull’appoggio<br />
della Federação das Indústrias do<br />
Estado do Rio de Janeiro (Firjan)<br />
e della segreteria di stato di Desenvolvimento<br />
Econômico, Energia,<br />
Indústria e Serviços.<br />
— I campi di cooperazione<br />
tra Toscana e Rio sono molteplici:<br />
turismo, sistemi di gestione,<br />
agriturismi e manifatture.<br />
L’economia toscana è di trasformazione,<br />
ha bisogno di materia<br />
prima e Rio potrebbe essere un<br />
buon rifornitore. Abbiamo anche<br />
una forte tradizione di sistemi<br />
meccanici, di moda e accessori.<br />
Così questa collaborazione può<br />
includere altri settori e, da un<br />
altro punto di vista, la trasmissione<br />
di saperi nell’industria del<br />
marmo, nelle attività di estrazione.<br />
E poi vengono frutta e<br />
verdura, altrettanto importanti<br />
perché ne siamo grandi importatori,<br />
che arrivano al porto di Livorno<br />
— dice Ambrogio Brenna,<br />
assessore della presidenza della<br />
Regione Toscana.<br />
La sicurezza di far investire a<br />
Rio gli imprenditori italiani si è<br />
basata su statistiche commerciali,<br />
come la crescita annuale del<br />
5% del PIL brasiliano dal 2004 al<br />
2008 e la creazione di 15 milioni<br />
di posti di lavoro. Secondo il vice<br />
direttore dell’ICE, Gianni Loretti,<br />
il fatto che il Brasile sia passato<br />
da debitore a creditore gli attribuisce<br />
caratteristiche che attraggono<br />
gli sguardi internazionali:<br />
Ambrogio Brenna<br />
— Malgrado l’annuncio della<br />
crisi il governo federale ha aumentato<br />
il PAC (Programa de Aceleração<br />
do Crescimento), investendo<br />
nei denominati ceti bassi, che<br />
con il maggiore potere d’acquisto<br />
costituiscono nuovi mercati. Senza<br />
parlare del fatto che dobbiamo<br />
guardare al futuro e i Mondiali del<br />
2014, che saranno realizzati qui,<br />
sicuramente daranno impulso ad<br />
un nuovo sviluppo.<br />
Le imprese toscane venute a<br />
Rio rappresentano l’area dei cantieri<br />
navali sportivi; dell’industria<br />
di confezioni infantili femminili;<br />
di ingegneria e costruzione mirate<br />
a complessi ospedalieri e strumenti<br />
medici; dell’attività portuale<br />
e di floricultura. Quest’ultima,<br />
secondo il sottosegretario di<br />
Desenvolvimento do Estado, Dulce<br />
Ângela de Carvalho, è un ramo<br />
in costante espansione.<br />
Sílvia So u z a<br />
— Abbiamo preso i primi<br />
contatti con la Toscana durante<br />
la missione governativa del settembre<br />
2007 e dopo siamo già<br />
stati a Roma per presentare le<br />
nostre pietre ornamentali. Spero<br />
molto che da questo incontro<br />
qui a Rio nasca un accordo con i<br />
produttori di fiori e siamo sulla<br />
strada giusta, che è quella di riunire<br />
e scommettere sui piccoli e<br />
medi imprenditori. Credo che da<br />
questo gruppo nascerà una risposta<br />
alla crisi, visto che per loro<br />
importa di più lo sviluppo umano<br />
che il capitale finanziario —<br />
commenta il sottosegretario.<br />
Secondo Dulce Ângela de Carvalho<br />
altri prodotti che farebbero<br />
parte del pacchetto di intenzioni<br />
per accordi sono la rete ferroviaria,<br />
lo studio e l’applicazione di<br />
tecniche di sostenibilità e il turismo.<br />
Anche se non c’è una scadenza<br />
stipulata per la messa in<br />
pratica o la durata degli affari, la<br />
Toscana manderà a Rio, entro la<br />
fine dell’anno, piccoli e medi imprenditori<br />
per parlare con i colleghi<br />
dello stato brasiliano:<br />
— È risaputo che nei grandi<br />
centri questo tema è già stato<br />
risolto, ma quando parliamo<br />
dell’interno notiamo che sia noi<br />
che la regione <strong>italiana</strong> abbiamo<br />
le stesse difficoltà. Vogliamo fare<br />
un interscambio di esperienze e<br />
il Sebrae farà questo ponte.<br />
Fotos: João Carnavos<br />
20 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 21
política<br />
política<br />
O<br />
mês de março acabou e<br />
o “caso” Cesare Battisti<br />
ainda não chegou ao fim,<br />
ainda à espera de uma<br />
decisão do Supremo Tribunal Federal.<br />
A novidade, agora, é que<br />
outro italiano preso no Brasil e<br />
que a Itália também quer que seja<br />
extraditado, pode vir a receber<br />
o mesmo benefício que Battisti.<br />
Quem antecipou essa possível<br />
“sentença” foi outra vez o<br />
ministro da Justiça, Tarso Genro,<br />
que concedeu refúgio político a<br />
Battisti e abriu uma crise diplomática<br />
entre Brasil e Itália, no<br />
início do ano.<br />
— Se o caso de Pierluigi Bragaglia<br />
chegar ao ministério da<br />
Justiça e as condições forem semelhantes<br />
ao de Battisti, concederei<br />
o refúgio. É uma postura de<br />
Estado — afirmou Genro no início<br />
de março, durante uma audiência<br />
pública no Senado, sobre o<br />
caso Battisti.<br />
Assim, o ministro “jogou aos<br />
leões” o romano Bragaglia, de 49<br />
anos, condenado a 12 anos de<br />
prisão na Itália por subversão,<br />
assalto, roubo a bancos e associação<br />
ao grupo fascista Núcleos<br />
Armados Revolucionários (NAR).<br />
Ele foi preso pela Polícia Federal<br />
em julho do ano passado em<br />
Ilhabela (SP). Graças a uma identidade<br />
falsa, Bragaglia vivia tranquilamente<br />
no país, além de ser<br />
proprietário de uma pousada e<br />
uma distribuidora de bebidas na<br />
ilha onde morava.<br />
Preso em uma cela na sede da<br />
Polícia Federal de São Paulo, Bragaglia,<br />
agora, teme que o caso<br />
Battisti influencie o seu processo.<br />
Imediatamente após a declaração<br />
do ministro, ele tratou de<br />
informar, por intermédio de seus<br />
advogados, que não pretende<br />
pedir asilo ao Brasil. Isso porque<br />
sua estratégia de defesa é alegar<br />
que seus crimes já prescreveram.<br />
O governo italiano solicitou a<br />
extradição de Bragaglia com base<br />
nos mesmos argumentos usados<br />
para pedir a de Battisti: que<br />
se trata de um criminoso político,<br />
julgado e condenado em seu<br />
Mais um<br />
Além de Battisti, Itália quer a extradição<br />
de outro italiano preso no Brasil<br />
Pierluigi Bragaglia<br />
Nay r a Garofle<br />
país, que deve voltar para pagar<br />
sua pena. O NAR ao qual Bragaglia<br />
integrou é o mais radical grupo<br />
da extrema direita que atuou<br />
na Itália entre 1977 e 1981, tendo<br />
como inspiração o criador do<br />
fascismo, Benito Mussolini.<br />
— Do ponto de vista técnico,<br />
o refúgio não interessa. Se<br />
eu pedir o refúgio, abro uma<br />
grande batalha com a opinião<br />
pública sobre o caso. Quero apenas<br />
que o caso seja tratado tecnicamente<br />
pelo STF — explica o<br />
advogado do italiano, Antônio<br />
Roberto Barbosa.<br />
Coincidentemente, a defesa<br />
de Battisti passou a defender<br />
também a tese da prescrição dos<br />
seus crimes. Como no Brasil o<br />
prazo máximo para a prescrição<br />
de um crime é de 20 anos, Luiz<br />
Eduardo Greenhalgh, um dos advogados<br />
de Battisti, argumentou<br />
junto ao STF que os crimes<br />
de Battisti prescreveram em 13<br />
de dezembro de 2008, 20 anos<br />
após a primeira decisão judicial<br />
que condenou o italiano à prisão<br />
perpétua.<br />
Porém, o procurador-geral da<br />
República Antonio Fernando de<br />
Souza e o advogado que defende<br />
o governo italiano, Nabor Bulhões,<br />
rebateram essa tese. Para<br />
ambos, o prazo começa a contar<br />
a partir da data em que os processos<br />
foram julgados em última<br />
instância ou seja, 8 de abril de<br />
1991 e 10 de abril de 1993. Battisti<br />
continua preso no Complexo<br />
Penitenciário da Papuda, em Brasília,<br />
a espera do julgamento do<br />
STF. Para a agência <strong>italiana</strong> Ansa,<br />
o ministro das Relações Exteriores<br />
da Itália, Franco Frattini, afirmou<br />
que o STF tomará sua decisão<br />
“antes do fim de abril”.<br />
italiano de Roma nasceu rico. Muito jovem,<br />
O abraçou a militância política. Em seu interrogatório,<br />
o ex-militante neofascista confirmou a<br />
participação nos assaltos ao Banco di Roma e à Embaixada<br />
da Arábia Saudita. Entretanto, negou que<br />
estivesse presente à ação que matou dois carabinieri<br />
em Roma, em 1981, conforme acusação da Interpol.<br />
Em 1982, fugiu para a Venezuela depois que o<br />
governo de seu país começou a ‘caçar’ terroristas.<br />
Ao descobrir que estava sendo monitorado pelo serviço secreto italiano, fugiu para o Brasil. Desembarcou<br />
em São Paulo sob a identidade de Paolo Luigi Rossini Lugo, um venezuelano. Por conta disso,<br />
o italiano responde a processo no Brasil por falsidade ideológica e pode ser deportado. Porém,<br />
segundo o ministério da Justiça a deportação não é automática. Em fevereiro passado, o ministro<br />
do STF, Antonio Cezar Peluso, que também decidirá sobre o caso Battisti, pediu mais informações<br />
sobre Bragaglia ao governo da Itália.<br />
Pianista, não<br />
Câmara <strong>italiana</strong> inaugura novo sistema de<br />
votação para evitar fraudes entre deputados<br />
Em época de crise econômica<br />
o governo italiano investiu<br />
500 mil euros para tentar<br />
acabar com uma má prática<br />
entre parlamentares. Há tempos,<br />
políticos são flagrados votando no<br />
lugar de algum colega, o que gerou<br />
a expressão “voto pianista”. O atual<br />
presidente da Câmara dos Deputados,<br />
Gianfranco Fini, prometeu<br />
que acabaria com essa situação.<br />
Assim, no mês passado, entrou<br />
em funcionamento na Câmara<br />
um novo sistema de votação que,<br />
seria à prova de falsificações. Isso<br />
porque, para funcionar, exige a<br />
identificação do parlamentar pela<br />
sua impressão digital.<br />
Essas características pessoais<br />
e intransferíveis são inseridas no<br />
chip do cartão de identificação do<br />
parlamentar. Para votar, cada deputado<br />
deverá introduzir o cartão<br />
e <strong>faz</strong>er o reconhecimento da impressão<br />
digital. A inauguração do<br />
novo sistema aconteceu dia 18,<br />
quando os deputados apreciaram<br />
uma moção de Matteo Mecacci<br />
(Pd) a respeito dos direitos humanos<br />
no Tibete.<br />
Fini, quando apresentou o<br />
novo método de voto, disse que<br />
“seria melhor se não existisse”,<br />
mas que para conter “o mau costume<br />
de um comportamento que<br />
chegou ao extremo e gerou tanta<br />
polêmica”, era “justo” encontrar<br />
uma solução.<br />
Logo no primeiro momento, a<br />
maioria dos parlamentares tirou<br />
Ja n a í n a Cesar<br />
Correspondente • Treviso<br />
a impressão digital, em clara demonstração<br />
de adesão à novidade.<br />
Para Marco Milanese (Pdl), o<br />
novo sistema é uma oportunidade<br />
para os parlamentares “trabalharem<br />
melhor”. Seu colega Massimo<br />
Pompili (Pd) concorda. Segundo<br />
ele, “o voto pianista sempre<br />
foi um problema”:<br />
— O deputado deve ser o primeiro<br />
a dar o exemplo. Acho que<br />
esse é um sistema válido. Espero<br />
que seja adotado também pelo<br />
Senado.<br />
Para os que reclamam dos gastos<br />
com a implantação do novo método<br />
de voto, o deputado Roberto<br />
Rosso (Pdl) é econômico. Diz que<br />
esse tipo de crítica é uma “estupidez”<br />
porque, com o passar do tempo,<br />
o montante investido é “amortizado”<br />
e se torna um ganho.<br />
— Pense na velocidade de<br />
votação, no tempo que ganharemos<br />
e em quanto ganhará a sociedade<br />
— afirma Rosso.<br />
Há, porém, um grupo de 19<br />
deputados ainda contrários ao<br />
novo sistema como, por exemplo,<br />
Matteo Brigandi e Matteo Salvini,<br />
ambos da Lega Nord; o secretário<br />
Francesco Nucara, do Partido Republicano<br />
Italiano e Elio Belcastro,<br />
do Movimento pela Autonomia,<br />
para citar parlamentares que<br />
fizeram questão de deixar essa<br />
opinião bem clara. Eles poderão<br />
votar utilizando o velho sistema,<br />
Flagrantes de “pianistas” em ação<br />
mas terão seus nomes publicados<br />
nas atas. Michele Pisacane (Udc)<br />
até já tirou sua impressão digital<br />
para registrar no cartão, mas se<br />
posicionou contra o novo sistema<br />
de votação:<br />
— Para mim é uma humilhação<br />
ter que tirar impressão digital<br />
para votar. Quem tira impressão<br />
é porque vai preso. É uma<br />
vergonha nos obrigar a <strong>faz</strong>er o<br />
mesmo — protesta.<br />
O antigo sistema de voto eletrônico<br />
entrou em vigor em 1988.<br />
Foi a partir de 1990 que a mídia<br />
começou a publicar notícias e a<br />
transmitir imagens de deputados<br />
que votavam no lugar de outros.<br />
Há “pianistas” de todas as colorações<br />
políticas. Paolo Corsini (Dc)<br />
e Dino Sospiri (An) foram expulsos<br />
de uma sessão quando o presidente<br />
da câmera era Luciano Violante.<br />
Pier Ferdinando Casini, em<br />
seu turno na presidência, expulsou<br />
Denis Verdini, hoje coordenador de<br />
Força Itália. Na atual legislatura,<br />
antes da implementação do novo<br />
sistema, foram pegas em flagrante<br />
“tocando piano” as deputadas Carolina<br />
Lussana (Lega), Alessandra<br />
Mussolini (An) e Livia Turco (Pd).<br />
Já no terceiro dia de votação<br />
com o novo sistema, os deputados<br />
Guido Dussin (Lega) e Carmelo<br />
Lomonte (Mpa) foram descobertos<br />
votando no lugar de seus<br />
respectivos colegas de grupo,<br />
Matteo Salvini e Elio Belcastro.<br />
Para eles, Fini mandou o seguinte<br />
recado, via TV, ao participar de<br />
um dos programas líderes de audiência<br />
do país, o Porta a Porta:<br />
— Existem regras. Para os<br />
que se acham espertos, também<br />
existem punições.<br />
22 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 23
política<br />
politica<br />
L’ABC dell’immigrazione<br />
Parlamento italiano dibatte disegno di legge per rendere obbligatorio<br />
l’insegnamento che riguarda la presenza <strong>italiana</strong> nel mondo<br />
Primeiro round<br />
Senado aprova projeto de lei que proíbe eutanásia na Itália<br />
O<br />
Senado italiano aprovou,<br />
mês passado, o projeto<br />
de lei do senador Raffaele<br />
Calabrò (Pdl) que define<br />
regras sobre o testamento biológico.<br />
Foram 150 votos a favor,<br />
123 contra e 3 abstenções. Agora,<br />
o texto segue para discussão<br />
na Câmara dos Deputados.<br />
O projeto aprovado pelo Senado<br />
proíbe “qualquer forma de<br />
eutanásia, de assistência e ajuda<br />
ao suicídio”. Além disso, define a<br />
alimentação artificial como “forma<br />
de sustento vital”. Na prática,<br />
isso impede a um paciente em<br />
estado vegetativo irreversível de<br />
ter os aparelhos desligados, mesmo<br />
que ele tenha declarado em<br />
vida ser contrário a algum tipo<br />
de tratamento artificial.<br />
Um pouco antes da votação,<br />
o presidente do Senado, Renato<br />
Schifani, (Pdl), exaltou “a franqueza<br />
e a coragem dos senadores<br />
em tratar temas sobre os quais o<br />
único guia foi, como deve ser, a<br />
consciência individual”. Na conclusão<br />
dos votos, Maurizio Gasparri,<br />
líder do Pdl no Senado, disse que<br />
a casa “escolheu a vida, votando<br />
contra a morte e a eutanásia”.<br />
O projeto foi aprovado, mas a<br />
polêmica está longe de terminar.<br />
Ja n a í n a Cesar<br />
Correspondente • Treviso<br />
Raffaele Calabrò<br />
Em meio a protestos de vários senadores<br />
que se posicionaram contra<br />
o texto de Calabrò, causou surpresa<br />
a manifestação do presidente<br />
da Câmara dos Deputados, Gianfranco<br />
Fini. Ele “observou” que a<br />
lei aprovada pelo Senado <strong>faz</strong>ia parte<br />
de um “Estado ético e não laico”.<br />
Segundo Fini, “o Estado deveria<br />
garantir a separação da esfera<br />
institucional daquela religiosa”.<br />
Muitos políticos interpretaram<br />
as declarações de Fini como<br />
uma sinalização de que o texto<br />
de Calabrò pode vir a ser alterado<br />
na Câmara, apesar do governo ter<br />
maioria na casa. Esse projeto de<br />
lei foi criado por vontade do primeiro-ministro<br />
Silvio Berlusconi,<br />
depois da morte de Eluana Englaro<br />
que ficou 17 anos em estado vegetativo.<br />
Ela morreu no último dia<br />
9 de fevereiro, após três dias sem<br />
receber comida e hidratação. A família<br />
da moça ganhara na Justiça<br />
o direito de deixá-la morrer.<br />
Mais surpresa, ainda causou<br />
uma entrevista dada ao jornal<br />
L’Unità pelo senador Marcello<br />
Pera, amigo do Papa Bento 16.<br />
À publicação, disse que “após a<br />
votação, o Senado estava em estado<br />
de choque porque muitos tinham<br />
a consciência de ter votado<br />
uma lei que não é boa”.<br />
— Agora, temos que repensar<br />
com calma nas mudanças que<br />
poderão ser aprovadas. Acho que<br />
a Câmera fará uma profunda revisão<br />
no texto — afirmou Pera na<br />
entrevista.<br />
Para tentar barrar a lei aprovada<br />
pelo Senado, o partido Itália<br />
de Valor (Idv) de Antonio Di<br />
Pietro, começou uma mobilização<br />
para a realização de um referendo.<br />
A própria vice-presidente<br />
do Senado, Emma Bonino<br />
(PD), já fala em desobediência<br />
civil. Segundo uma pesquisa realizada<br />
pelo jornal La Repubblica,<br />
78% dos italianos são contrários<br />
ao projeto de Calabrò. A mesma<br />
pesquisa indica que os italianos<br />
defendem a votação de uma lei<br />
sobre testamento biológico, mas<br />
que permita a autodeterminação<br />
do individuo, isto é, que respeite<br />
a sua vontade mesmo encontrando-se<br />
em estado vegetativo.<br />
Para Beppino Englaro, pai de<br />
Eluana, a lei aprovada “é um ato<br />
discriminatório, paradoxal e sem<br />
nenhum sentido”.<br />
Em resposta às críticas, o senador<br />
Maurizio Gasparri, disse<br />
que durante as discussões na Câmara<br />
será possível mudar um parágrafo<br />
da lei, “mas sem alterar<br />
o seu princípio”. Ele acusa a esquerda<br />
de “querer abrir uma porta<br />
à eutanásia”.<br />
Studiare l’immigrazione <strong>italiana</strong><br />
potrà diventare obbligatorio<br />
nelle scuole italiane.<br />
È ciò che prevede il<br />
disegno di legge n. 2207 presentato<br />
al Parlamento dal deputato<br />
Fabio Porta (PD), rappresentante<br />
degli italiani residenti all’estero<br />
nella circoscrizione America Latina.<br />
Intitolato “Norme per il sostegno<br />
e la diffusione della memoria<br />
dell’emigrazione <strong>italiana</strong>”,<br />
il disegno mira a salvaguardare la<br />
storia dell’immigrazione <strong>italiana</strong>.<br />
— L’Italia di oggi corre il rischio<br />
di perdere la memoria di<br />
coloro che hanno rappresentato<br />
l’enorme flusso di italiani emigrati<br />
in tutti i continenti durante un<br />
secolo — afferma il deputato.<br />
Secondo Porta, durante il suo<br />
primo anno come parlamentare si<br />
è convinto di che parte dei problemi<br />
degli italiani deriva dalla scarsità<br />
di conoscenze del fenomeno<br />
emigratorio. Tanto è che l’obiettivo<br />
del disegno di legge è quello di<br />
recuperare la storia che gli italiani<br />
non conoscono e, così, “aiutare<br />
l’Italia a valorizzare questo enorme<br />
potenziale di relazioni sociali,<br />
culturali, istituzionali ed economiche<br />
ancora sottovalutate”.<br />
— Nel caso del Brasile questo<br />
è ancora più evidente. Gli italiani<br />
non hanno la minima idea<br />
della grande penetrazione della<br />
comunità <strong>italiana</strong> in Brasile, non<br />
solo nella storia, ma anche nei<br />
processi culturali ed economici.<br />
L’obiettivo del disegno di legge è<br />
maturare, per mezzo della scuola,<br />
questa sensibilità e anche aiutare<br />
l’Italia a recuperare una cultura<br />
di accoglienza di tanti immigranti<br />
stranieri partendo dal recupero<br />
della memoria storica della<br />
nostra emigrazione — spiega.<br />
Secondo il deputato il disegno<br />
di legge prevede un insegnamento<br />
di tipo multidisciplinare. Rimarrà a<br />
carico del ministero dell’Istruzione<br />
trasmettere alle istituzioni di insegnamento<br />
italiane le sue linee generali.<br />
È multidisciplinare, continua,<br />
perché l’emigrazione coinvolge<br />
questioni legate non solo alla<br />
storia, ma anche a geografia, musica,<br />
letteratura ed economia.<br />
Nel testo del disegno di legge<br />
viene messa in risalto la partecipazione<br />
delle famiglie di studenti<br />
nelle attività scolastiche legate al<br />
tema. Si mira a determinare il recupero<br />
della memoria degli eventi<br />
migratori e favorire la comprensione<br />
obiettiva dei fenomeni di immigrazione<br />
che negli ultimi anni<br />
si stanno sviluppando nel paese.<br />
Come incentivo alle scuole il<br />
disegno prevede inoltre la creazione<br />
di un premio nazionale<br />
chiamato “Migranti come noi”.<br />
Sarà destinato alle istituzioni<br />
che hanno raggiunto buoni risultati<br />
nelle attività e si sono messe<br />
in risalto per ciò che riguarda<br />
l’insegnamento e la ricerca<br />
sull’emigrazione <strong>italiana</strong>.<br />
— Il premio servirà anche per<br />
stimolare lo studio comparativo<br />
tra le dinamiche delle emigrazioni<br />
italiane nel mondo e gli attuali<br />
flussi immigratori in Italia. Insomma,<br />
potrà servire per realizzare<br />
possibili agganci tra le iniziative<br />
analoghe realizzate e istituti<br />
scolastici dei paesi di maggior<br />
presenza dell’emigrazione <strong>italiana</strong><br />
come il Brasile — dice Porta.<br />
Il deputato mette in risalto<br />
che il disegno di legge ha risvegliato<br />
rapidamente un grande<br />
interesse da parte di altri parlamentari<br />
di diversi partiti. Porta<br />
dice che in breve porterà la proposta<br />
“ai colleghi della Commissione<br />
Cultura e Istruzione” per<br />
sollecitare l’inserimento della<br />
legge nel calendario di disegni<br />
di legge che dovranno essere<br />
esaminati.<br />
— Se il Parlamento<br />
italiano dimostrerà un<br />
grande interesse e se<br />
gli italiani nel mondo<br />
mi appoggeranno<br />
in questa<br />
battaglia sarà<br />
Nay r a Garofle<br />
possibile approvare il disegno di<br />
legge ancora in questa legislatura<br />
— afferma.<br />
Il disegno di legge viene giustificato<br />
dal fatto che l’emigrazione,<br />
a partire dalla seconda metà<br />
del XIX secolo fino ad oggi, è stato<br />
la causa di profondi cambiamenti<br />
della società <strong>italiana</strong> e rappresenta<br />
“l’esperienza più intensa e diffusa<br />
internazionalmente che gli italiani<br />
hanno mai conosciuto”. Nel<br />
testo Porta dice che “la presenza<br />
di centinaia di giovani provenienti<br />
da diverse parti del mondo nella<br />
conferenza dei giovani italiani e di<br />
origine <strong>italiana</strong>, realizzate nel dicembre<br />
2008 a Roma, ha permesso<br />
di verificare direttamente l’intensità<br />
e i valori di questa<br />
disponibilità per il recupero<br />
delle lontane radici e per una<br />
rinnovata fase di interlocuzione”.<br />
24 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 25
capa<br />
Dor e<br />
medo<br />
Dolore e paura<br />
<strong>Terremoto</strong>s na região de Abruzzo arrasam 26 cidades <strong>italiana</strong>s. Em uma<br />
primeira contagem, 20 mil pessoas estão entre mortos e desabrigados.<br />
Milhares de prédios de grande valor histórico e cultural viraram pó<br />
Terremoti in Abruzzo distruggono 26 città italiane. Secondo i<br />
primi calcoli 20mila persone tra morti e senza tetto. Migliaia di<br />
edifici di grande valore storico e culturale ridotti in polvere<br />
de Marchetti, e capital da região<br />
de Abruzzo, centro da Itália – a<br />
111 quilômetros de Roma. Pelo<br />
Instituto de Pesquisa Geológica<br />
dos Estados Unidos, o terremoto<br />
atingiu 5,8 graus na escala Richter.<br />
Porém, como na Itália as<br />
medições são feitas pela escala<br />
Mercalli, o Instituto Nacional de<br />
Geofísica da Itália cravou em 9 a<br />
intensidade do tremor.<br />
Seria apenas o primeiro. Com<br />
uma duração de 30 segundos,<br />
deixou um saldo de 260 mortos,<br />
mil feridos e 17 mil desabrigados.<br />
Esses números dão conta<br />
apenas da primeira contagem,<br />
feita logo após o primeiro terremoto.<br />
Outros três abalos viriam a<br />
reduzir as esperanças dos moradores<br />
das áreas afetadas em ver<br />
suas vidas voltar ao normal rapidamente.<br />
Foram destruídas aproximadamente<br />
15 mil construções<br />
em 26 municípios ao redor<br />
de L’Aquila. Grande parte dessas<br />
construções tinha grande valor<br />
histórico e cultural. Segundo o<br />
ministério das Relações Exteriores<br />
do Brasil, nenhum brasileiro<br />
estava entre as vítimas, até o<br />
fechamento desta edição.<br />
storico e culturale. Secono il ministero<br />
delle Relações Exteriores<br />
del Brasile nessun brasiliano si<br />
troverebbe tra le vittime, fino alla<br />
chiusura di questa edizione.<br />
Marchetti era ospite nella<br />
casa dei suoi figli nella città di<br />
Avezzano, distante 40 chilometri<br />
da L’Aquila. Secondo lui dopo la<br />
prima scossa il clima era più che<br />
altro di insicurezza. Sono stati<br />
chiusi banche, scuole e uffici pubblici<br />
e autostrade. La mancanza di<br />
informazioni era generale.<br />
— Stanno portando le persone<br />
in ospedali campo e sistemate<br />
in tende da campeggio. Il<br />
fatto di non sapere quante<br />
sono le persone colpite e<br />
per quanti giorni dure-<br />
Da Redação<br />
cidade vai<br />
recuperar pouco<br />
ou nada do que<br />
“Minha<br />
sobrou. Não sabemos<br />
o que esperar. Esta manhã<br />
foram três abalos em intervalos<br />
de dez minutos. É um misto de<br />
pesar e medo.” O relato é do presidente<br />
da Federação das Associações<br />
dos Abruzzesi no Brasil,<br />
Franco Marchetti. Na Itália para<br />
passar a Páscoa com familiares,<br />
ele acabou testemunha do pior<br />
terremoto que assolou o país,<br />
nos últimos 30 anos. Ele falou à<br />
Comunità por telefone, 24 horas<br />
após a catástrofe que consternou<br />
o mundo.<br />
O relógio marcava 3h32<br />
da madrugada do último dia 6<br />
(22h32 de domingo, no horário<br />
de Brasília), quando milhares<br />
de pessoas foram acordadas pelos<br />
tremores de móveis e lustres<br />
em suas residências. O epicentro<br />
do abalo: L’Aquila, cidade natal<br />
“La mia città recupererà<br />
poco o niente di<br />
ciò che è rimasto. Non<br />
sappiamo cosa aspettarci.<br />
Stamattina ci sono state<br />
tre scosse in intervalli di dieci<br />
minuti. È un misto di dolore<br />
e paura.” La testimonianza è<br />
del presidente della Federazione<br />
delle Associazioni Abruzzesi in<br />
Brasile, Franco Marchetti. In Italia<br />
per passare la Pasqua con la<br />
famiglia, ha testimoniato il peggior<br />
terremoto che ha colpito il<br />
paese negli ultimi 30 anni. Ha<br />
parlato con Comunità per telefono<br />
24 ore dopo la catastrofe che<br />
ha angosciato il mondo.<br />
L’orologio segnava le 3 e 32<br />
di notte dello scorso giorno 6<br />
(le 22.32 di domenica, orario di<br />
Brasília), quando migliaia di persone<br />
sono state svegliate dai mobili<br />
e lampadari che tremavano<br />
nelle loro case. L’epicentro del sisma:<br />
L’Aquila, città natale di Marchetti<br />
e capoluogo dell’Abruzzo,<br />
nell’Italia centrale – a 111 chilometri<br />
da Roma. Secondo<br />
l’Istituto di Ricerche Geologiche<br />
degli Stati Uniti, il<br />
terremoto ha raggiunto 6.3<br />
gradi della scala Richter.<br />
Ma, visto che in Italia i<br />
calcoli vengono anche fatti<br />
secondo la scala Mercalli, l’Istituto<br />
Nazionale di Geofisica d’Italia<br />
ha calcolato in 8-9 gradi l’intensità<br />
del sisma.<br />
Ma era solo il primo.<br />
Con una durata di 30 secondi,<br />
ha lasciato un saldo<br />
di 235 morti, mille feriti<br />
e 17mila sfollati. Questi<br />
numeri si riferiscono<br />
solo ai primi calcoli,<br />
fatti subito dopo il<br />
primo terremoto. Altre tre<br />
scosse hanno ridotto le speranze<br />
degli abitanti delle aree<br />
colpite di vedere le loro vite di<br />
ritorno ad una rapida normalità.<br />
Sono state distrutte circa 15mila<br />
costruzioni in 26 comuni intorno<br />
a L’Aquila. Gran parte di queste<br />
costruzioni aveva grande valore<br />
Fotos: Ansa<br />
26 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 27
capa<br />
Marchetti estava hospedado<br />
na casa de seus filhos na cidade<br />
de Avezzano, distante 40 quilômetros<br />
de L’Aquila. Segundo ele,<br />
após o primeiro tremor, o clima<br />
era mais de insegurança. Rodovias<br />
foram interditadas, bancos,<br />
escolas e instituições públicas<br />
fechados. A falta de informação<br />
era generalizada.<br />
— As pessoas estão sendo levadas<br />
a hospitais de campanha<br />
e alocadas em tendas de acampamento.<br />
O fato de não sabermos<br />
quantos são os prejudicados<br />
e por quantos dias isso perdurará<br />
é o que mais assusta. Tudo o<br />
que parece ruim pode piorar. Ontem<br />
(segunda-feira, dia 6) ainda<br />
consegui ir até meus parentes<br />
de L’Aquila. Deixei o carro em um<br />
ponto da estrada e cheguei a pé.<br />
Hoje cedo, uma prima de lá me<br />
disse por telefone que esse acesso<br />
está sendo negado — explica<br />
Marchetti, um empresário de 64<br />
anos que trabalha com importação<br />
de materiais para construção<br />
civil e vinhos da sua região.<br />
Ele mora em São Paulo e não<br />
sabia mais quando voltaria para<br />
casa. Com as informações desencontradas<br />
dos órgãos públicos<br />
italianos, sua primeira iniciativa<br />
foi sair à procura de brasileiros<br />
nos locais mais afetados. Na Casa<br />
dos Estudantes, foi informado<br />
que não tinha estrangeiros por lá<br />
no momento.<br />
Pouco mais de 24 horas após<br />
o primeiro terremoto, Marchetti<br />
perdeu o contato com seus familiares<br />
em L’Aquila. Ele ainda passava<br />
mais informações para a revista<br />
por e-mail quando teve que<br />
interromper a conversa:<br />
— Não dá mais para conversar<br />
porque está acontecendo outro<br />
tremor muito forte.<br />
Antes dessa mensagem, no<br />
entanto, o empresário recordava<br />
outro abalo que, em 1915, sacudiu<br />
a região de Abruzzo com epicentro<br />
em Avezzano. Na ocasião,<br />
até o hospital da cidade havia sido<br />
destruído e grande parte do<br />
dinheiro para sua reconstrução<br />
surgiu da solidariedade de italianos<br />
imigrantes em São Paulo:<br />
— Precisaremos de novo da<br />
ajuda de todos. O hospital de<br />
L’Aquila desmoronou. Uma sala<br />
de cirurgia é o que restou em<br />
funcionamento sabe-se lá até<br />
quando. Quem conseguiu escapar<br />
dos escombros está necessitado<br />
de agasalhos e alimento. Tudo ficou<br />
preso nas residências.<br />
Fundada por Frederico II, no<br />
ano de 1230, L’Aquila, já passou<br />
por oito terremotos. Esse último<br />
deixou preocupado o ex-cônsul<br />
da Itália no Rio de Janeiro,<br />
Massimo Bellelli, cuja mulher,<br />
Matilde, tem residência na localidade<br />
atingida.<br />
— Minha esposa tem uma casa<br />
de veraneio Ovindoli, a 40 minutos<br />
de L’Aquila, perto da montanha.<br />
A cidade está sem água e<br />
sem luz. A síndica nos informou<br />
que as pessoas estão com medo,<br />
passando frio e dormindo dentro<br />
dos carros porque, a todo momento,<br />
escutam barulhos como<br />
se fossem explosões. Nosso prédio<br />
está ameaçado — conta Bellelli,<br />
por telefone, de Roma, onde<br />
atualmente reside.<br />
Os principais danos em L’Aquila<br />
I principali danni a L’Aquila<br />
Duomo de<br />
L’Aquila<br />
Duomo di<br />
L’Aquila<br />
Cúpula da<br />
Igreja do<br />
Espírito Santo<br />
Cupola della<br />
chiesa dello<br />
Spirito Santo<br />
Patrimonio distrutto<br />
Dodici anni fa il mondo rimase<br />
angosciato dalla distruzione di<br />
parte della Basilica di San Franrà<br />
è ciò che ci spaventa di più.<br />
Tutto quello che sembra brutto<br />
può peggiorare. Ieri (lunedì 6)<br />
sono ancora riuscito ad andare<br />
fino ai miei parenti di L’Aquila.<br />
Ho lasciato la macchina in un<br />
punto della strada e sono arrivato<br />
a piedi. Stamattina presto una<br />
cugina del luogo mi ha detto per<br />
telefono che ora questa entrata<br />
viene proibita — spiega Marchetti,<br />
un imprenditore di 64 anni<br />
che lavora con l’importazione<br />
Pequena cúpula<br />
da Igreja de Santo<br />
Agostinho<br />
Cupolino della chiesa<br />
di Santo Agostino<br />
di materiali per l’edilizia e vini<br />
dalla sua regione.<br />
Marchetti abita a São Paulo e<br />
non sa più quando tornerà a casa.<br />
Con le confuse informazioni degli<br />
organi pubblici italiani, la sua prima<br />
iniziativa è stata di andare in<br />
cerca di brasiliani nei luoghi più<br />
colpiti. Nella Casa dello Studente<br />
gli è stato detto che non c’erano<br />
stranieri in quel momento.<br />
Poco più di 24 ore dopo la prima<br />
scossa Marchetti ha perso i contatti<br />
con i suoi familiari a L’Aquila.<br />
Stava ancora dandoci altre informazioni<br />
via e-mail quando ha dovuto<br />
interrompere la comunicazione:<br />
Casada com um italilano e<br />
com um filho de oito anos, a paranaense<br />
Evelina Di Colli, de 44<br />
anos, mora há 15 anos em Roseto<br />
degli Abruzzi, cidade a uma hora<br />
de L’Aquila. Ela estava dormindo<br />
quando a cidade tremeu.<br />
— Fui acordada pelo meu<br />
marido e só então reparei os lustres<br />
estavam tremendo. Quando<br />
dei por mim, já estava na escada,<br />
com meu marido e meu filho<br />
— conta ela.<br />
Já a família Marchetti, depois<br />
de um dia inteiro de apreensão,<br />
decidiu dormir em automóveis:<br />
— Somos um grupo de dez<br />
pessoas. Eu moro no térreo com<br />
minha esposa e minha filha. No<br />
Castelo Espanhol<br />
Fortezza Spagnola<br />
Campanário da<br />
Igreja de San<br />
Bernardino<br />
Campanile della chiesa<br />
di San Bernardino<br />
Basílica de S. Maria<br />
di Collemaggio<br />
Basilica de S. Maria<br />
di Collemaggio<br />
segundo andar, moram meu filho<br />
e minha nora com meus dois netos.<br />
Agora, os pais de minha nora<br />
vieram ficar conosco. Decidimos<br />
que, apesar do frio, o carro era<br />
o lugar mais seguro, num lugar<br />
perto da casa dos cachorros, porque<br />
não tem nada em volta —<br />
comenta — A sensação é de que<br />
o perigo não passou.<br />
Estado de emergência<br />
O primeiro-ministro da Itália,<br />
Silvio Berlusconi declarou estado<br />
de emergência nacional. De imediato,<br />
L’Aquila recebeu milhares<br />
de voluntários vindos de toda a<br />
Itália. Durante as primeiras horas<br />
de resgate, as equipes usavam as<br />
— Non posso più parlare perché<br />
è in atto un’altra scossa molto<br />
forte.<br />
Comunque prima di questo<br />
messaggio l’imprenditore ricordava<br />
un altro sisma che, nel 1915,<br />
ha scosso l’Abruzzo con epicentro<br />
ad Avezzano. All’epoca perfino<br />
l’ospedale della città era stato<br />
distrutto e gran parte dei soldi<br />
per la sua ricostruzione erano venuti<br />
dalla solidarietà di italiani<br />
immigranti a São Paulo:<br />
— Abbiamo bisogno un’altra<br />
volta dell’aiuto di tutti. L’ospedale<br />
di L’Aquila è crollato. Una<br />
sala chirurgica è ciò che è rimasto<br />
in funzione chissà fino a<br />
quando. Chi è riuscito a scappare<br />
dalle macerie ha bisogno di abiti<br />
pesanti e alimenti. È tutto rimasto<br />
dentro le case.<br />
Fondata da Federico II nel<br />
1230, L’Aquila è già stata colpita<br />
da otto terremoti. Quest’ultimo<br />
ha preoccupato l’ex console<br />
d’Italia a Rio de Janeiro, Massimo<br />
Bellelli, la cui moglie, Matilde, ha<br />
familiari nella località colpita.<br />
— Mia moglie ha una casa<br />
estiva a Ovindoli, a 40 minuti da<br />
L’Aquila, vicino alle montagne. La<br />
città è senza luce e acqua. L’amministratrice<br />
[del palazzo] ci ha<br />
detto che la gente ha paura, sente<br />
freddo e dorme in macchina<br />
perché sente tutti i momenti rumori<br />
come se fossero esplosioni.<br />
Il nostro palazzo minaccia di cadere<br />
— racconta Bellelli, per telefono<br />
da Roma dove ora risiede.<br />
Sposata con un italiano e con<br />
un figlio di otto anni la paranaense<br />
Evelina Di Colli, 44 anni,<br />
abita da 15 anni a Roseto degli<br />
Abruzzi, cittadina ad un’ora da<br />
L’Aquila. Stava dormendo quando<br />
la città ha tremato.<br />
— Mi ha svegliata mio marito<br />
e solo allora mi sono accorta<br />
che i lampadari stavano tremando.<br />
Quando mi sono resa conto<br />
ero già per le scale con mio marito<br />
e mio figlio — racconta.<br />
Invece la famiglia Marchetti,<br />
dopo un’intera giornata di ansia,<br />
ha deciso di dormire in varie<br />
macchine:<br />
— Siamo un gruppo di dieci<br />
persone. Io abito al pianterreno<br />
com mia moglie e mia figlia. Al<br />
secondo piano abitano mio figlio<br />
e mia nuora con i miei due nipoti.<br />
Ora i genitori di mia nuora<br />
sono venuti ad abitare con noi.<br />
Abbiamo deciso che, malgrado il<br />
freddo, la macchina era il posto<br />
più sicuro, in un luogo vicino alla<br />
cuccia dei cani, perché non c’è<br />
niente intorno — commenta —<br />
Abbiamo la sensazione che il pericolo<br />
non sia passato.<br />
Stato di emergenza<br />
Il primo ministro italiano, Silvio<br />
Berlusconi, ha dichiarato stato<br />
di emergenza nazionale. Subito<br />
L’Aquila ha ricevuto migliaia di<br />
volontari venuti da tutta l’Italia.<br />
Durante le prime ore delle operazioni<br />
di soccorso le équipe usavano<br />
le proprie mani per rimuovere<br />
le macerie dei palazzi distrutti. Le<br />
scosse di assestamento – che seguono<br />
quella principale – hanno<br />
fatto tremare un’area a circa 100<br />
chilometri ad est di Roma, nella<br />
regione montagnosa dell’Abruzzo.<br />
Capi di nazioni, tra cui il Brasile,<br />
hanno inviato messaggi di<br />
solidarietà e si sono messi a disposizione<br />
per aiutare l’Italia. Ma<br />
Berlusconi ha rifiutato.<br />
— Siamo in grado di rispondere<br />
da soli alle necessità, siamo<br />
un popolo orgoglioso e che ha gli<br />
strumenti — ha detto in una conferenza<br />
stampa in cui ha annunciato<br />
un pacchetto di 30 milioni<br />
di euro in aiuto alle vittime.<br />
Campagna<br />
Malgrado il rifiuto di Berlusconi<br />
di accettare aiuti dall’estero, la<br />
presidentessa del Comitato degli<br />
Italiani all’Estero, a São Paulo,<br />
Rita Blasioli, ha iniziato una<br />
campagna per ricevere aiuti.<br />
— Abbiamo aperto il conto<br />
della Federazione delle Associazioni<br />
Abruzzesi in Brasile per ricevere<br />
aiuti. Speriamo di poter<br />
contribuire alla ricostruzione<br />
delle città colpite, specialmente<br />
L’Aquila, i cui emigranti hanno<br />
messo radici in Brasile, a Pedrinha<br />
Paulista, nell’interno di São<br />
Paulo, e a Salvador, nella Bahia<br />
— informa Rita.<br />
Chi vuole collaborare alla causa<br />
può fare un bonifico sul Banco<br />
Bradesco, a nome della Federazione<br />
delle Associazioni Abruzzesi in<br />
Brasile, agenzia: 3334-0; conto<br />
corrente: 2400-7. Si può depositare<br />
qualsiasi somma. Per identificare<br />
il deposito dell’aiuto la Federazione<br />
chiede che il valore presenti<br />
un centesimo alla fine.<br />
28 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 29
capa<br />
próprias mãos para remover escombros<br />
de prédios destruídos.<br />
As réplicas - tremores que se seguem<br />
ao abalo principal - estremeceram<br />
uma área a cerca de 100<br />
quilômetros a leste de Roma, na<br />
região montanhosa de Abruzzo.<br />
Chefes de nações, Brasil inclusive,<br />
enviaram mensagens de solidariedade<br />
e se colocaram à disposição<br />
para ajudar a Itália. Berlusconi,<br />
porém, declinou da ajuda.<br />
— Temos condições de enfrentar<br />
sozinhos as necessidades,<br />
somos um povo orgulhoso e que<br />
tem os instrumentos — afirmou<br />
ele em uma entrevista coletiva<br />
em que anunciou um pacote de<br />
30 milhões de euros para socorrer<br />
as vítimas.<br />
Campanha<br />
Apesar da recusa de Berlusconi<br />
em aceitar ajuda vinda de fora, a<br />
presidente do Comitê dos Italianos<br />
no Exterior, em São Paulo, Rita<br />
Blasioli, iniciou uma campanha<br />
para recebimento dos donativos.<br />
— Abrimos a conta da Federação<br />
das Associações dos Abruzzesi<br />
no Brasil para recebimento<br />
de doações. Esperamos poder<br />
contribuir com a reconstrução<br />
das cidades atingidas, especialmente<br />
L’Aquila, cujos imigrantes<br />
estabelecerem-se no Brasil, em<br />
Pedrinhas Paulista, no interior<br />
de São Paulo, e em Salvador, na<br />
Bahia — informa Rita.<br />
Quem desejar colaborar com<br />
a causa pode efetuar um depósito<br />
no Banco Bradesco, em nome<br />
da Federazione delle Associazioni<br />
Abruzzesi in Brasile, agência:<br />
3334-0; conta corrente: 2400-7.<br />
Pode-se enviar qualquer quantia.<br />
Para identificar o propósito da<br />
doação, a Federação pede que o<br />
valor tenha final de um centavo.<br />
Patrimônio destruído<br />
Há 12 anos, o mundo ficou consternado<br />
com a destruição de parte<br />
da Basílica de São Francisco<br />
em consequência de um terremoto<br />
que abalou a cidade de Assis.<br />
Pois os danos ao patrimônio,<br />
agora, são infinitamente maiores.<br />
O terremoto castigou uma<br />
área repleta de construções dos<br />
períodos românico, gótico, renascentista<br />
e barroco.<br />
Construída como uma fortaleza,<br />
L’Aquila é uma cidade medieval.<br />
Muitos dos seus prédios, que<br />
resistiram a cercos e batalhas,<br />
agora, ruíram. O mais célebre deles<br />
é a Basílica de Santa Maria de<br />
Collemaggio, do século 13, que<br />
abriga o túmulo do papa Celestino<br />
V. O terremoto provocou o<br />
desabamento de grande parte da<br />
abóboda principal da igreja, justamente<br />
onde está o túmulo deste<br />
que foi o único a ter renunciado<br />
ao cargo em toda a história da<br />
igreja católica. A notória fachada<br />
branca e vermelha da Basílica<br />
só ficou em pé porque estava em<br />
restauração e foi protegida pela<br />
estrutura de suporte.<br />
Bastante destruída também ficou<br />
a basílica renascentista de San<br />
Bernardino, de 1527. Lá se encontra<br />
a tumba do santo que morreu<br />
em L’Aquila, em 1444. Já a cúpula<br />
da igreja de Sant’Agostino desmoronou.<br />
Considerada um dos principais<br />
edifícios do barroco da região,<br />
já havia sido destruída e reconstruída<br />
após um terremoto em<br />
1703. Também desabou a cúpula<br />
da igreja do Espírito Santo e foram<br />
danificadas a cúpula da Igreja das<br />
Almas Santas e a fachada da igreja<br />
de Santa Maria do Sufrágio.<br />
O Palácio da Prefeitura, uma<br />
construção barroca, ficou destruído.<br />
O arquivo histórico da cidade,<br />
que ficava no prédio, pode ter<br />
sido perdido. A Porta de Nápoles,<br />
um arco do triunfo construído em<br />
1548 para o imperador Carlos V,<br />
uma das construções mais antigas<br />
de L’Aquila virou pó.<br />
A fortaleza espanhola, construída<br />
em 1534, quando a região<br />
era dominada pela Espanha, ficou<br />
muito danificada. O local é a sede<br />
do Museu Nacional de Abruzzo<br />
e teve seu acesso bloqueado<br />
devido ao risco de desabamento.<br />
Sua coleção reúne relíquias desde<br />
a pré-história até o século 18,<br />
passando pelo Império Romano.<br />
Monumentos na Província de Pescara<br />
e nas cidades de Celano e<br />
Santo Stefano de Sessanio também<br />
foram destruídos. A torre medieval<br />
Medicea, o altar da igreja<br />
Santo Angelo e a torre da igreja<br />
de São Francisco caíram. Na cidade<br />
de Bussi, grande parte do centro<br />
histórico foi danificado. Em<br />
Chieti, há igrejas interditadas.<br />
O terremoto também causou<br />
estragos em Roma. Foram abaladas<br />
as estruturas das Termas de<br />
Caracalla, os suntuosos banhos<br />
construídos no ano de 212. Esse<br />
complexo romano, formado por<br />
banhos, piscinas, bibliotecas e jardins,<br />
era um dos monumentos imperiais<br />
mais conservados do país.<br />
cesco dovuta ad un terremoto che<br />
colpì Assisi. Ma stavolta i danni<br />
al patrimonio sono infinitamente<br />
maggiori. Il terremoto ha castigato<br />
un’area piena di costruzioni<br />
dei periodi romanico, gotico, rinascimentale<br />
e barocco.<br />
Costruita come una fortezza,<br />
L’Aquila è una città medievale.<br />
Molti dei suoi edifici che hanno<br />
resistito ad assedi e battaglie ora<br />
sono crollati. Il più famoso è la<br />
Basilica di Santa Maria di Collemaggio,<br />
del XIII secolo, dov’è tenuta<br />
la tomba di papa Celestino V.<br />
Il terremoto ha provocato il crollo<br />
dell’abside della chiesa, proprio<br />
dove c’è la tomba di questi che<br />
è stato l’unico ad aver rinunciato<br />
all’incarico in tutta la storia della<br />
chiesa cattolica. La nota facciata<br />
bianca e rossa della Basilica<br />
è rimasta in piedi solo perché era<br />
in fase di restauro ed era protetta<br />
dalla struttura di supporto.<br />
Anche la basilica rinascimentale<br />
di San Bernardino, del 1527,<br />
ha subìto gravi danni. Là si trova<br />
la tomba del santo che è morto al<br />
L’Aquila nel 1444. Invece il cupolino<br />
della chiesa di Sant’Agostino<br />
è crollata. Considerato uno dei<br />
principali edifici del barocco della<br />
regione, era già stata distrutta<br />
e ricostruita dopo un terremoto<br />
nel 1703. È anche crollata la cupola<br />
della chiesa di Santo Spirito<br />
e sono state danneggiate la<br />
cupola della chiesa delle Anime<br />
Sante e la facciata della chiesa di<br />
Santa Maria del Suffragio.<br />
Il Municipio, una costruzione<br />
barocca, è stato distrutto. L’archivio<br />
storico della città, tenuto<br />
nel palazzo, potrebbe essere<br />
andato perso. La Porta di Napoli,<br />
un arco di trionfo costruito nel<br />
1548 dall’imperatore Carlo V, una<br />
delle più antiche costruzioni di<br />
L’Aquila, si è ridotta in polvere.<br />
La fortezza spagnola, costruita<br />
nel 1534 quando la regione<br />
era dominata dalla Spagna, ha<br />
subìto gravi danni. Il luogo è sede<br />
del Museo Nazionale d’Abruzzo<br />
ed è proibita l’entrata dovuto al<br />
rischio di crollo. La sua collezione<br />
dispone di pezzi dalla preistoria<br />
fino al XVIII secolo, passando<br />
attraverso l’Impero Romano.<br />
Monumenti nella provincia di<br />
Pescara e anche le città Celano e<br />
Santo Stefano di Sessanio sono<br />
stati distrutti. La torre medievale<br />
Medicea, l’altare della chiesa Santo<br />
Angelo e la torre della chiesa<br />
di San Francesco sono crollati. A<br />
Bussi gran parte del centro storico<br />
è rimasto danneggiato. A Chieti le<br />
chiese sono state chiuse.<br />
Il terremoto ha causato danni<br />
anche a Roma. Sono state colpite<br />
le strutture delle Terme di Caracalla,<br />
i sontuosi bagni costruiti<br />
nel 212. Questo complesso romanico,<br />
formato da bagni, piscine,<br />
biblioteche e giardini, era uno<br />
dei monumenti imperiali di miglior<br />
conservazione del paese.<br />
Il segretario generale del Ministero<br />
della Cultura, Giuseppe Proietti,<br />
sa che il terremoto ha provocato<br />
“danni significativi” ai monumenti<br />
della regione, ma sarà in grado di<br />
valutare la reale dimensione della<br />
distruzione dopo che i pompieri<br />
termineranno i soccorsi. Anche<br />
perché gli uffici responsabili del lavoro<br />
del patrimonio storico-culturale<br />
della regione sono in Abruzzo.<br />
Più precisamente in palazzi del XVI<br />
secolo che sono stati chiusi.<br />
Ansa<br />
O secretário-geral do Ministério<br />
da Cultura, Giuseppe Proietti,<br />
sabe que o terremoto provocou<br />
“danos significativos” aos<br />
monumentos da região, mas só<br />
terá condições de avaliar a real<br />
dimensão da destruição depois<br />
que os bombeiros acabarem os<br />
resgates. Até porque, os escritórios<br />
responsáveis pelo trabalho<br />
do patrimônio histórico-cultural<br />
da região ficam em Abruzzo. Mais<br />
precisamente, em prédios do século<br />
16 que foram interditados.<br />
Cenário de cinema<br />
L’Aquila (“a águia” em italiano)<br />
é a capital de Abruzzo, região<br />
da Itália central com cerca de<br />
1,3 milhão de habitantes. É uma<br />
área montanhosa que abriga parques<br />
nacionais e cidadezinhas<br />
espalhadas pelos topos das montanhas.<br />
É circundada de vários<br />
montes, entre eles, o Gran Sasso,<br />
o pico mais alto do Apenino,<br />
com 2.913 metros de altura. Lá<br />
é um dos lugares mais famosos<br />
da Itália para a prática de esqui.<br />
Graças à sua natureza exuberante<br />
e sua arquitetura medieval, a<br />
cidade serviu de cenário para os<br />
filmes O Feitiço de Áquila e O Nome<br />
da Rosa, uma adaptação do<br />
best-seller de Umberto Eco.<br />
Construída a 714 metros acima<br />
do nível do mar, L’Aquila , ao longo<br />
dos séculos, foi dominada por<br />
franceses, espanhóis e o próprio<br />
Estado Papal. Pesquisadores sustentam<br />
que o objetivo de Frederico,<br />
ao criá-la, era fundar uma nova<br />
Jerusalém. A cidade chegou a<br />
ser a segunda do reino em potência<br />
e riqueza. Porém, começou a<br />
decair no século 16, quando o vice-rei<br />
espanhol Filiberto d’Orange,<br />
depois de devastá-la, introduziu<br />
um feudalismo espanhol, privando-a<br />
de sua autonomia.<br />
Ansa<br />
L’Aquila arrasada pelo terremoto e<br />
antes, em seu esplendor.<br />
Abaixo, Franco Marchetti<br />
L’Aquila distrutta dal terremoto e<br />
prima, nel suo splendore.<br />
Sotto, Franco Marchetti<br />
Polêmica<br />
Cerca de um mês antes da tragédia,<br />
um especialista em física<br />
que mora em L’Aquila, alertara as<br />
autoridades locais sobre a possibilidade<br />
de Abruzzo ser abalada<br />
por um “terremoto desastroso”.<br />
Giampaolo Giuliani, técnico do<br />
Laboratório Nacional de Física e<br />
Astrofísica Gran Sasso contou à<br />
imprensa <strong>italiana</strong> que o instituto<br />
havia registrado cerca de 200<br />
abalos sísmicos na cidade, nos últimos<br />
dois meses até que, no final<br />
de março, emitiu seu alerta às<br />
autoridades. Ele contou que não<br />
foi levado a sério. Ao contrário:<br />
— Fui acusado de brincar com<br />
assuntos sérios e denunciado à<br />
polícia pela prefeitura de L’Aquila<br />
por alarmar a população.<br />
Em resposta, o diretor do Departamento<br />
de Proteção Civil do<br />
governo italiano, Guido Bertolaso,<br />
declarou que embora a região<br />
seja sujeita a abalos sísmicos,<br />
não era possível prever a catástrofe.<br />
Ele chegou a chamar Giuliani<br />
de “um imbecil que se diverte<br />
difundindo notícias falsas”.<br />
Scenario da cinema<br />
L’Aquila è il capolugo dell’Abruzzo,<br />
regione dell’Italia centrale con<br />
circa 1,3 milione di abitanti. È<br />
un’area montagnosa che ospita un<br />
parco nazionale e cittadine sparpagliate<br />
sulle montagne. È circondata<br />
da vari massicci, tra cui quello<br />
del Gran Sasso, la vetta più alta<br />
degli Appennini, con 2.913 metri<br />
di altezza. È uno dei luoghi più famosi<br />
d’Italia per sciare. Grazie alla<br />
sua natura esuberante e alla sua<br />
architettura medievale, la città è<br />
stata lo scenario di film come “Ladyhawke”<br />
e “Il Nome della Rosa”,<br />
un adattamento dal best-seller di<br />
Umberto Eco.<br />
Costruita a 714 metri sopra al<br />
livello del mare, L’Aquila durante i<br />
secoli è stata dominata da francesi,<br />
spagnoli e dallo Stato Pontificio.<br />
Ricercatori sostengono che<br />
l’obiettivo di Federico II era di<br />
costruirla perché fosse una nuova<br />
Gerusalemme. La città è stata<br />
addirittura la seconda del regno in<br />
potenza e ricchezza. Ma cominciò<br />
a decadere nel XVI secolo, quando<br />
il viceré spagnolo Filiberto d’Orange,<br />
dopo averla devastata, vi introdusse<br />
il feudalesimo spagnolo,<br />
privandola della sua autonomia.<br />
Polemica<br />
Circa un mese prima della tragedia<br />
uno specialista in fisica che<br />
abita a L’Aquila aveva avvisato<br />
le autorità locali della possibilità<br />
che ci fosse in Abruzzo un<br />
“terremoto disastroso”. Giampaolo<br />
Giuliani, tecnico del Laboratorio<br />
Nazionale di Fisica e<br />
Astrofisica Gran Sasso ha raccontato<br />
alla stampa <strong>italiana</strong><br />
che l’istituto aveva registrato<br />
circa 200 scosse nella città negli<br />
ultimi mesi fino a quando,<br />
a marzo, aveva avvisato le autorità.<br />
Ha raccontato che non<br />
è stato preso sul serio. Al contrario:<br />
— Sono stato accusato di<br />
giocare con cose serie e denunciato<br />
alla polizia del comune di<br />
L’Aquila perché avevo allarmato<br />
la popolazione.<br />
Come risposta, il direttore<br />
del Dipartimento di Protezione<br />
Civile del governo italiano, Guido<br />
Bertolaso, ha dichiarato che<br />
anche se la regione è soggetta<br />
a sismi, non era possibile prevedere<br />
la catastrofe. E ha addirittura<br />
chiamato Giuliani “imbecille<br />
che si diverte a diffondere<br />
false notizie”.<br />
30 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 31
ambiente<br />
Lo sapete da dove vengono i vostri vestiti?<br />
O meglio: vi siete già fermati a<br />
pensare con quale materiale sono fatti<br />
i capi che usate? Bene, l’Organizzazione<br />
delle Nazioni Unite per l’Alimentazione e<br />
l’Agricoltura (FAO) se ne preoccupa e per stimolare<br />
l’uso di prodotti fatti di cotone, fibra<br />
di agave, seta o cachemire, tra gli altri, ha<br />
proclamato il 2009 come l’Anno Internazionale<br />
delle Fibre Naturali. La meta è dare maggior<br />
visibilità alla produzione e promuovere<br />
l’efficacia e la sostenibilità delle industrie di<br />
queste fibre. Questo si deve al fatto che, fin<br />
dagli anni ’60, le “naturali” perdono terreno<br />
per le “sintetiche”, malgrado non usino derivati<br />
del petrolio e siano biodegradabili.<br />
Secondo la FAO, nel mondo si producono<br />
annualmente circa 30 milioni di fibre naturali.<br />
Destinate ad abbigliamento, tappezzeria<br />
e altri tessili di consumo, combinate ad altri<br />
materiali, esse servono anche all’industria<br />
per involucri, fabbriche di carta e perfino nel<br />
settore automobilistico. Secondo l’istituzione<br />
lo stimolo e la visibilità che si vuole dare alle<br />
fibre, che possono essere vegetali o animali,<br />
si deve anche al fatto che in molti paesi<br />
in via di sviluppo il prodotto della vendita e<br />
dell’esportazione significa sicurezza alimentare<br />
di agricoltori e lavoratori poveri.<br />
La FAO lavora con 15 fibre. Il gruppo vegetale<br />
è composto da fibre di abacà, cocco,<br />
cotone, lino, canapa, iuta, ramia e agave. Nel<br />
gruppo animale ci sono alpaca, angora, cammello,<br />
cachemire, mohair, seta e lana.<br />
Secondo il presidente del Sindicato das<br />
Indústrias de Fibras Vegetais della Bahia<br />
(Sindifibras) Wilson Andrade, la scelta della<br />
FAO significa un “ombrello di protezione” per<br />
il gruppo che lavora con fibre dure (di cocco,<br />
iuta e agave, ad esempio). La Bahia, così come<br />
l’Italia, più precisamente Milano, ospiteranno<br />
eventi legati alla produzione di fibre.<br />
— Avremo un seminario internazionale in<br />
settembre. Il Brasile è il maggior produttore<br />
mondiale di fibra di agave. Sono circa 120<br />
tonnellate all’anno — informa Andrade.<br />
ONU festeggia anno delle fibre naturali e<br />
stimola uso di prodotti di fibre di cotone e<br />
agave. Nel frattempo in Brasile fibre alternative<br />
come i tessuti di PET diventano famose e sono<br />
un’opzione per chi si preoccupa dell’ambiente<br />
L’incentivo al consumo di fibre naturali<br />
nasce nel mezzo degli appoggi al consumo di<br />
fibre alternative, come quella ottenuta dalle<br />
bottiglie PET, significative per la preoccupazione<br />
con la conservazione dell’ambiente.<br />
E una cosa non impedisce la<br />
fattibilità dell’altra, secondo il presidente<br />
della Sindifibras:<br />
— È chiaro, si sa che i prodotti naturali<br />
fanno meglio all’organismo in generale,<br />
visto che nelle tappe della loro produzione<br />
danno origine a meno inquinanti se<br />
li paragoniamo ai sintetici. Siamo anche coinvolti<br />
con acquisizioni tecnologiche che hanno permesso<br />
all’agave, ad esempio, di essere usata per<br />
fare cisterne e tegole corrugate come sostituti<br />
dell’amianto, materiale estremamente dannoso.<br />
Sempre secondo Andrade, la fibra di agave,<br />
già usata nella produzione di sedie a sdraio,<br />
sostituisce con successo le fibre di vetro usate<br />
nella produzione di plastica. Ora, oltre a essere<br />
in studio un composto che unirebbe l’agave alle<br />
alghe marine, la fibra ottiene un posto di rilievo<br />
nel settore automobilistico. Installata a Bahia<br />
(che detiene l’80% della produzione nazionale<br />
di fibra di agave) la Ford, dopo quattro anni di<br />
ricerche, ha immesso nel mercato alla fine del<br />
2008 modelli che, internamente, usano l’agave.<br />
Gli adattamenti sono arrivati ai pannelli laterali<br />
e al rivestimento del tettuccio e compongono fino<br />
al 30% dei pezzi iniettati, il che rende possibile<br />
ridurre del 10% del peso degli autoveicoli.<br />
— Quanto più leggera la macchina, quanto<br />
più economica — mette in risalto Celso<br />
Duarte, supervisore di sviluppo di prodotti<br />
della fabbrica.<br />
PET<br />
Tessuto morbido e gradevole al contatto che<br />
si sta usando molto per fare magliette, cappellini<br />
con visiera e abiti in generale, il polie-<br />
In quattro<br />
tempi: fibre di<br />
agave e cocco<br />
trovano spazio<br />
nell’artigianato;<br />
bottiglie PET<br />
in fiocchi<br />
prima di essere<br />
trasformate<br />
in fibra. La<br />
biancheria<br />
intima della<br />
Un.I. è fatta di<br />
bambu<br />
Sílvia So u z a<br />
stere fatto con bottiglie in PET<br />
riciclate in qualità vale tanto<br />
quanto gli altri tessuti. Usufruendo<br />
della bandiera per<br />
la diminuzione dell’inquinamento<br />
come alleata, questo<br />
tessuto alternativo sta conquistando<br />
sempre più fan.<br />
Per fare un capo si usano<br />
in media due bottiglie.<br />
Di solito questo lavoro viene<br />
fatto da cooperative come<br />
la Agroindustrial de Maringá<br />
(Cocamar), del Paraná.<br />
Là vengono prodotte 71,5 tonnellate<br />
di filati al mese. E oggigiorno<br />
perfino i prezzi delle magliette<br />
fatte di PET sono competitivi.<br />
Costano dai 20 reais in su.<br />
— Dal 35 al 40% della resina riciclata<br />
vengono usati nella produzione<br />
di tessuto — calcola André Vilhena,<br />
direttore esecutivo del Compromisso Empresarial<br />
para Reciclagem (Cempre), un’associazione<br />
di São Paulo che promuove il riciclaggio<br />
in Brasile.<br />
Oltre a generare impiego e reddito, il riciclaggio<br />
del PET presenta altri benefici – tra<br />
cui la riduzione del volume di residui nelle<br />
discariche e un miglioramento nel processo<br />
di decomposizione delle materie organiche.<br />
Ciò si deve al fatto che la plastica è imper-<br />
meabilizzante e la sua presenza nelle discariche<br />
impedisce la circolazione di gas e liquidi. E inoltre<br />
ha il vantaggio di richiedere in media solo il<br />
30% dell’energia necessaria per la trasformazione<br />
della materia prima. Ora 1,5 litro di contenitori<br />
PET può essere fabbricato con soli 35 grammi di<br />
materiale vergine.<br />
Il riciclaggio di bottiglie PET e la loro trasformazione<br />
seguono processi come la separazione<br />
dei tappi e delle etichette, per passare<br />
poi per un processo di essiccazione.<br />
Dopo il PET viene tritato e decontaminato<br />
per essere trasformato in balle di fibre di<br />
poliestere. Viene anche fatta una fusione<br />
ad una temperatura di 300°C, un filtraggio<br />
e la rimozione finale delle impurità. Le fibre<br />
passano per altri quattro processi di torsione e<br />
allungamento per diventare fili (stiraggio). Dopo<br />
essere messi in bobine, i fili vengono vaporizzati<br />
per recuperare l’umidità naturale che hanno perso<br />
durante il processo.<br />
Vilhena dice che in Brasile il riciclaggio del<br />
PET ha presentato un grande aumento negli ultimi<br />
cinque anni. Il valore della tonnellata di resina<br />
per riciclaggio, ad esempio, è aumentato da<br />
400 a 1.200 reais dal 2001.<br />
— In Brasile il 21% della plastica è riciclata, il<br />
che equivale a circa 330mila tonnellate annue. Invece<br />
le entità europee hanno festeggiato nel 2007<br />
il tasso di 40% raggiunto nella regione del riciclaggio<br />
del PET prodotto. In 21 paesi, inclusa l’Italia,<br />
del totale dei 32 che compongono il gruppo, le<br />
cifre hanno superato il 22,5% previsto per il totale<br />
della plastica nel 2008 — informa.<br />
Bambù<br />
Sensualità, comodità e potere alle donne.<br />
È stato mescolando questi elementi che<br />
l’impresa paulista Universo Íntimo (Un.i)<br />
dell’italobrasiliano Gilberto Romanato ha<br />
lanciato l’anno scorso la collezione Bamboo.<br />
La linea ha puntato sulla sostenibilità<br />
e ha immesso nel mercato capi fatti<br />
di fibre di bambù che inoltre proteggono<br />
naturalmente anche dalle radiazioni<br />
(UVA/UVB) e hanno proprietà termodinamiche:<br />
i capi danno l’impressione di essere<br />
freschi in estate e più caldi in inverno.<br />
— La linea è stata creata dalla stilista<br />
Sandra Bento ed ha uno stile sportivo. È il<br />
nostro secondo segmento in termini di vendita,<br />
malgrado sia la più recente. Ora bisogna<br />
aspettare che la valuta si stabilizzi per cercare<br />
di esportare in Europa e Stati Uniti, dove abbiamo<br />
buoni contatti — indica Romanato, la cui<br />
famiglia è di Verona.<br />
Secondo l’imprenditore, che condivide la direzione<br />
della Un.i con Gabriel Margulies dal 1999,<br />
la marca mantiene contatti con l’Italia, dove ha<br />
già spedito merci alla Yamamay, impresa <strong>italiana</strong><br />
di biancheria intima, bikini e cosmetici:<br />
— Abbiamo il certificato della OekoTex Standard<br />
100, considerato la “etichetta verde europea”<br />
(norma sviluppata da un gruppo di istituti<br />
tessili europei che regola la presenza di sostanze<br />
chimiche considerate tossiche), il che facilita la<br />
nostra presentazione — conclude.<br />
32 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 33
depoimentos / 15 anos<br />
“Quero parabenizar a comunidade Ítalo-Brasileira<br />
pelos 15 anos da revista ComunitàItaliana, pois<br />
vem prestando um grande serviço a todos os italianos<br />
que vivem no Brasil e aos brasileiros, residentes<br />
na Itália. Para mim tem sido uma grande<br />
satisfação poder dividir com a comunidade ítalobrasileira<br />
todas as realizações de meu ministério<br />
episcopal, entre elas o trabalho de valorização<br />
da Universidade Católica de Petrópolis, como um<br />
centro de difusão da cultura, e o incentivo para<br />
que os fiéis promovam a Missão Popular, levando<br />
a mensagem de Cristo a todas as famílias”.<br />
Dom Filippo Santoro - Bispo de Petrópolis – RJ<br />
“Voglio fare gli auguri alla comunità italo-brasiliana<br />
per i 15 anni della rivista ComunitàItaliana,<br />
visto che rende un grande servizio a tutti<br />
gli italiani che vivono in Brasile e ai brasiliani<br />
residenti in Italia. Per me è sempre una grande<br />
soddis<strong>faz</strong>ione poter condividere con la comunità<br />
italo-brasiliana tutte le realizzazioni dei miei ministeri<br />
episcopali, tra cui il lavoro di valorizzazione<br />
dell’Universidade Católica di Petrópolis come<br />
centro diffusore di cultura e l’incentivo affinché i<br />
fedeli promuovano la Missione Popolare, portando<br />
il messaggio di Cristo a tutte le famiglie”.<br />
Dom Filippo Santoro – Vescovo di Petrópolis – RJ<br />
“A mídia direcionada à comunidade exerce um papel<br />
importante na preservação e divulgação da<br />
cultura <strong>italiana</strong>. Temas ligados à integração cultural<br />
e econômica entre Brasil e Itália intensificam a<br />
aproximação e a comunicação entre os povos dos<br />
dois países. Parabéns à Revista”.<br />
Giovanni Sacchi – diretor para o Brasil do<br />
Instituto Italiano para o Comércio Exterior – ICE<br />
“I media diretti alla comunità svolgono un ruolo<br />
importante per la conservazione e divulgazione<br />
della cultura <strong>italiana</strong>. Temi legati all’integrazione<br />
culturale ed economica tra Brasile e Italia intensificano<br />
la prossimità e la comunicazione tra i popoli<br />
dei due paesi. Auguri alla rivista”.<br />
Giovanni Sacchi – direttore in Brasile dell’Istituto<br />
Italiano per il Commercio Estero – ICE<br />
“É muito importante que um órgão de imprensa<br />
tenha a sensibilidade de trazer aos irmãos<br />
italianos que hoje vivem no Brasil as experiências<br />
trocadas pelos dois países. Enquanto<br />
ministro do Trabalho e Emprego brasileiro, e<br />
cidadão italiano que sou, vejo que a ComunitàItaliana<br />
cumpre perfeitamente este papel,<br />
desempenhando um jornalismo sério e profissional.<br />
O trabalho desenvolvido hoje pela revista<br />
em muito contribui para que os povos irmãos<br />
caminhem sempre juntos, na busca por<br />
uma sociedade mais justa e fraterna. Parabéns<br />
por mais um aniversário”.<br />
Carlos Lupi – ministro do Trabalho<br />
“È molto importante che un organo della stampa<br />
abbia la sensibilità di portare ai fratelli italiani<br />
che oggi vivono in Brasile le esperienze<br />
scambiate tra i due paesi. Come ministro do<br />
Trabalho e Emprego brasiliano e cittadino italiano<br />
che sono, vedo che la rivista ComunitàItaliana<br />
eserce perfettamente questo ruolo,<br />
mettendo in pratica un giornalismo serio e professionale.<br />
Il lavoro realizzato oggi dalla rivista<br />
contribuisce molto affinché i popoli fratelli<br />
camminino sempre insieme, alla ricerca di una<br />
società più giusta e fraterna. Auguri per questo<br />
ulteriore anniversario”.<br />
Carlos Lupi – ministro del Lavoro<br />
“Pois é galera da comunidade <strong>italiana</strong>, tive o prazer<br />
de ser entrevistado pela revista e é, claro que<br />
enviei exemplar a todos os meus familiares para<br />
que soubessem e curtissem a matéria. Passado<br />
esse momento de gloria e destaque na comunidade,<br />
agora volto ao meu sonho pelo reconhecimento<br />
da cidadania. Infelizmente por problemas<br />
de documentação enxergo cada vez mais distante<br />
a chance de ter a minha cidadania reconhecida<br />
e quem sabe um dia alimentar o sonho de viver<br />
na Itália”.<br />
Guto Goffi – Músico<br />
Roberth Trindade<br />
“Beh, ragazzi della comunità <strong>italiana</strong>, ho avuto<br />
il piacere di essere intervistato dalla rivista e, è<br />
chiaro, ne ho mandate delle copie a tutti i miei<br />
familiari perché conoscessero e potessero leggere<br />
il servizio. Passato questo momento di gloria<br />
e enfasi nella comunità, ora ritorno al mio sogno<br />
di ottenere il riconoscimento della cittadinanza.<br />
Purtroppo per problemi di documentazione vedo<br />
sempre più lontana la possibilità di ottenere il riconoscimento<br />
della cittadinanza e chissà nutrire<br />
il sogno di vivere in Italia”.<br />
Guto Goffi – Musicista<br />
Mais depoimentos em homenagem aos 15 anos da Comunità chegaram à Redação. Publicaremos todos ao longo do ano. Grazie a tutti!<br />
34<br />
C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009
atualidade<br />
No alvo<br />
damáfia<br />
Há dez anos sob proteção<br />
policial, procurador anti-máfia<br />
conta muito do que sabe em livro<br />
que se torna best-seller, na Itália<br />
Ja n a í n a César<br />
Correspondente • Treviso<br />
Recentemente, o mundo inteiro tomou conhecimento do “sufoco” que<br />
é a vida do escritor Roberto Saviano, o autor do best-seller Gomorra.<br />
Por conta do seu livro, ele foi jurado de morte pela máfia <strong>italiana</strong> e<br />
vive sob proteção policial. Ele, porém, não é a única pessoa, na Itália,<br />
nessa situação. De uma maneira mais discreta, o procurador Raffaele Cantone,<br />
um napolitano de 46 anos, vive, há dez anos, também sob proteção<br />
policial. E não somente ele, mas sua mulher e os dois filhos também.<br />
Catone se tornou o inimigo número 1 do clã dos Casalesi, um dos<br />
braços fortes da Camorra, em consequência de suas investigações<br />
sobre ações mafiosas no país. Além de<br />
parecidas, as vidas do procurador e do escritor se<br />
cruzaram, há pouco tempo. Foi o próprio Cantone<br />
quem descobriu, no ano passado,<br />
o plano dos mesmos Casalesi<br />
para assassinar Saviano. A<br />
partir daí, nasceu uma grande amizade<br />
entre os dois.<br />
Antes, porém, outra semelhança. Em outubro do<br />
ano passado, Cantone lançou o livro Solo per giustizia, editado<br />
pela Mondadori. Nele, o procurador relata o confronto, dia após dia,<br />
com a Camorra; fala sobre as pessoas honestas e desonestas que conheceu; os<br />
riscos e o poder da máfia. Cantone desenhou um quadro muito particular da<br />
Campânia, definido por ele como “anômalo do ponto de vista da criminalidade<br />
organizada”. Na sua avaliação, a região até então, destinada a ser um lugar<br />
de reciclagem e refúgio dos clãs,<br />
se tornou uma nova colônia da<br />
Camorra casertana e napolitana,<br />
“fato comprovado pelo aumento<br />
do número de extorsões”, como<br />
Cantone diz.<br />
Seguindo os passos de Gomorra,<br />
Solo per giustizia já está<br />
entre os livros mais vendidos no<br />
país. O sucesso editorial colocou<br />
Cantone sob os holofotes e “lembrou”<br />
a todos a forma como vive<br />
há tanto tempo.<br />
Com o objetivo de se tornar<br />
um advogado penalista, Cantone<br />
se formou em Direito aos 22 anos.<br />
Com a prática da profissão, percebeu<br />
que a investigação o atraía.<br />
Assim, aos 24 anos, após ter prestado<br />
concurso público, começou a<br />
trabalhar na procuradoria distrital<br />
de Nápoles. Em 1999, aos 36 anos,<br />
entrou como procurador público<br />
na Direção Distritual Antimáfia<br />
(Dda), posto que ocupou por quase<br />
dez anos - até 16 de outubro de<br />
2007 - e que mudou drasticamente<br />
sua vida. Foi justamente no seu<br />
último dia na Dda que nasceu a<br />
idéia de escrever um livro.<br />
Spartacus<br />
Na Dda, não demorou muito para<br />
que Cantone se tornasse o inimigo<br />
número 1 da máfia. Já durante<br />
as primeiras investigações,<br />
descobre que se transformou em<br />
um incômodo personagem para<br />
a Camorra e recebe as primeiras<br />
ameaças de morte. Sua família<br />
e ele entram imediatamente no<br />
programa de proteção policial.<br />
Suas investigações permitem dar<br />
continuidade a Spartacus, famoso<br />
processo contra os Casalesi.<br />
Trata-se do resultado de uma investigação<br />
conduzida entre 1993<br />
e 1998, ano que a Corte d’Assise<br />
do Tribunal de Santa Maria Capua<br />
Vetere ouviu a primeira audiência.<br />
Em 2005, o resultado:<br />
95 condenados, sendo 21 a prisão<br />
perpétua. Em 19 de junho de<br />
2008, a Corte de Apelo confirma<br />
a condenação à prisão perpétua<br />
de 16 chefões da máfia, entre<br />
eles, Francesco Schiavone, Francesco<br />
Bidognetti, Michele Zagaria<br />
e Antonio Iovine.<br />
Atualmente, Cantone trabalha<br />
no Massimario della Cassazione,<br />
última instância de recursos judiciais<br />
na Itália, e continua recebendo<br />
ameaças. Ano passado, durante<br />
uma das últimas audiências<br />
de Spartacus, um dos advogados<br />
dos Casalesi leu uma carta em<br />
que o clã acusava – com evidente<br />
intenção de intimidar – o escritor<br />
Roberto Saviano, a jornalista<br />
Rosaria Capacchione e o próprio<br />
Cantone de terem “exercido uma<br />
pressão negativa nos jurados”.<br />
Após quase dez anos de luta<br />
contra as famílias mais potentes<br />
da Camorra casertana, Cantone<br />
diz não se arrepender de nada.<br />
Com uma voz calma e tranquila,<br />
concedeu uma entrevista exclusiva<br />
à Comunità, por telefone.<br />
ComunitàItaliana - Como chegou<br />
a procuradoria da Direção<br />
Distritual Antimáfia?<br />
Roberto Cantone - Um pouco por<br />
acaso. Após ter passado no exame<br />
público, pensei que a minha<br />
colocação ideal fosse a de procurador<br />
ministerial. Essa é uma<br />
função particularmente ativa e<br />
estimulante que te <strong>faz</strong> entender<br />
o que realmente está por trás do<br />
que foi encontrado.<br />
CI - Dr. Cantone, quem o detesta?<br />
RC - Essa é uma pergunta a qual<br />
não sei responder. Espero que ninguém<br />
me deteste. Na minha vida e<br />
no meu trabalho só fiz o dever de<br />
<strong>faz</strong>er respeitar as leis e as regras.<br />
CI - Quantas ameaças recebeu<br />
ao longo da sua carreira?<br />
RC - Em várias ocasiões durante<br />
as investigações, alguns sujeitos<br />
da Camorra casertana tiveram a<br />
intenção de atentar contra a minha<br />
vida. Graças ao conhecimento<br />
do território da parte das forças<br />
da ordem, essas ameaças não<br />
se concretizaram.<br />
CI - O senhor tem medo?<br />
RC - Não muito, mas também procuro<br />
não pensar no assunto.<br />
CI - Se sente de fato seguro com<br />
a escolta policial?<br />
RC - Os policiais da minha escolta<br />
são muito profissionais e me<br />
deixam seguro. Eles procuram invadir<br />
o menos possível a minha<br />
privacidade.<br />
CI - Porque optou por escrever<br />
um livro?<br />
RC - Porque acredito que seja útil<br />
conhecer a experiência de um<br />
procurador e a dificuldade de levar<br />
uma vida normal. O livro também<br />
foi escrito para mim mesmo.<br />
Foi uma excelente ocasião de reflexão<br />
sobre um período muito<br />
intenso da minha vida.<br />
CI - Solo per giustizia está entre<br />
os livros mais vendidos na Itália,<br />
como o de Roberto Saviano. Por<br />
que este interesse da sociedade<br />
em conhecer o mundo da criminalidade<br />
organizada?<br />
RC - O meu livro está longe do<br />
sucesso excepcional de Gomorra.<br />
Foi justamente o livro de Saviano<br />
que abriu a estrada para este interesse.<br />
Agora, é bem mais claro<br />
a todos que a Camorra é um perigo<br />
não só para a região da Campânia,<br />
mas para toda a Itália.<br />
CI - O que significou para o senhor<br />
<strong>faz</strong>er parte de Spartacus?<br />
RC - Spartacus é um processo que<br />
teve início ainda nos anos 80 contra<br />
os Casalesi. Participei da Spartacus<br />
2, sua continuação. Ambos<br />
foram estruturados antes que começasse<br />
a me ocupar da Camorra.<br />
Em Spartacus 2 trabalhei junto<br />
com o procurador Raffaello Falcone<br />
(apesar do nome, não é parente<br />
do promotor Giovanni Falcone,<br />
morto há dez anos pela Máfia)<br />
CI - O clã dos Casalesi estava envolvido<br />
na emergência do lixo?<br />
RC - Acredito que não seja exagerado<br />
dizer que os Casalesi, antes<br />
de todos, perceberam o lucro que<br />
dá o negócio do lixo. Eles estão<br />
envolvidos com o sistema de lixo<br />
ilegal e tóxico, mas algumas<br />
investigações apontam que tam-<br />
36 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 37
atualidade<br />
atualidade<br />
Lixo na Campânia<br />
Livro de Raffaele Cantone<br />
já é best-seller<br />
bém estão envolvidos na coleta<br />
de lixo urbano.<br />
CI - Quais as principais diferenças<br />
entre os Casalesi e os padrinhos<br />
napolitanos?<br />
RC - A Camorra em Nápoles reúne<br />
grupos autônomos que, em gênero,<br />
se ocupam de negócios ilícitos<br />
em um determinado bairro.<br />
Já os Casalesi têm grande vocação<br />
empresarial, grande controle<br />
do território e utilização constante<br />
da violência com destino<br />
certo, ou seja, eles estabelecem<br />
um alvo, seja uma pessoa ou uma<br />
empresa, e agem.<br />
CI - No livro o senhor escreveu: “A<br />
Camorra continuará invencível<br />
até quando existirem homens<br />
corruptos”. Como vê a aproximação<br />
da Camorra com a política?<br />
RC - A Camorra, para sobreviver,<br />
precisa ter o consentimento dos<br />
lugares onde predomina. E o tem<br />
porque se ocupa das atividades<br />
econômicas e fornece às pessoas<br />
diferentes possibilidades de<br />
trabalho. Este consentimento se<br />
traduz também em votos e no<br />
controle de alguns políticos.<br />
CI - Para o senhor, os partidos<br />
são demagógicos quando falam<br />
de luta contra a Camorra?<br />
RC - É determinante que a política<br />
faça a sua parte na luta contra<br />
a Camorra. Somente a repressão<br />
não bastará. As coisas devem realmente<br />
mudar.<br />
CI - O senhor sabe quantificar o<br />
que o governo já seqüestrou da<br />
máfia até hoje?<br />
RC - Não sei dizer ao certo, mas, com<br />
certeza, vários milhões de euros.<br />
CI - Como viveu o final de Spartacus?<br />
RC - Spartacus foi uma etapa muito<br />
importante sob o aspecto midiático<br />
porque permitiu a todos<br />
saberem quem eram os Casalesi.<br />
CI - Os crimes cometidos pelos<br />
Casalesi reportados em Spartacus<br />
são de vinte anos atrás. Como<br />
estão hoje os Casalesi, existe<br />
uma nova hierarquia?<br />
RC – Há tempo o clã mudou, não é<br />
mais aquele retratado em Spartacus.<br />
Hoje existe uma nova leva, a<br />
segunda geração de familiares. Para<br />
evitar colaborações perigosas, o<br />
clã é muito mais atento e fechado.<br />
CI - Hoje o senhor ocupa um outro<br />
cargo e mesmo assim ainda<br />
sofre ameaças da Camorra?<br />
RC - Espero muito que daqui a<br />
pouco eles se esqueçam de mim<br />
para que eu possa iniciar uma vida<br />
normal.<br />
CI - Os jovens que trabalham para<br />
a Camorra são um pouco como os<br />
que trabalham para o tráfico de<br />
Também no mundo virtual<br />
alta a popularidade de<br />
É chefes mafiosos sicilianos<br />
no site de relacionamentos Facebook.<br />
O espaço mantém perfis<br />
de chefes mafiosos como<br />
Salvatore (Totó) Riina e Bernardo<br />
Provenzano, com milhares<br />
de relatos de pessoas que os<br />
consideram “mitos” e defendem<br />
até suas “beatificações”. Alguns<br />
acreditam que os perfis sejam<br />
uma estratégia de comunicação<br />
da máfia siciliana para promover<br />
o nome dos mafiosos entre<br />
os jovens.<br />
Bernardo Provenzano tem<br />
uma comunidade de fãs com<br />
mais de 200 inscritos, número<br />
semelhante dos que defendem<br />
a sua santificação. Outros três<br />
perfis aparecem em seu nome,<br />
um deles fundado por alguém<br />
que diz chamar-se Paolo Provenzano.<br />
As mensagens são de<br />
apoio, otimistas e positivas, que<br />
enaltecem os feitos do mafioso,<br />
tido como “um grande homem”<br />
ou “o melhor dos padrinhos”.<br />
drogas nas favelas do Brasil, ou<br />
seja, não têm perspectiva de um<br />
futuro melhor? Podemos dizer que<br />
o interesse deles pela criminalidade<br />
é de alguma forma culpa do Estado,<br />
ou melhor, da ausência dele?<br />
RC - Certamente quem escolhe o<br />
caminho da delinqüência o <strong>faz</strong><br />
porque é marginalizado, mas não<br />
sempre. A Camorra também funciona<br />
como um aparelho de resgate<br />
social e renda. Aparentemente,<br />
é mais simples obter dinheiro<br />
e poder com eles.<br />
O chefe fugitivo Matteo<br />
Messina Denaro também tem<br />
seu perfil no Facebook. Porém,<br />
quem mais aparece no site de<br />
relacionamentos é Salvatore Riina,<br />
de 78 anos. Ele tem uma<br />
dezena de perfis e mais de 2<br />
mil fãs inscritos. Entre eles, há<br />
o grupo “Totó Riina Livre”, que<br />
pede a liberação daquele que é<br />
considerado um dos mais cruéis<br />
líderes da Cosa Nostra.<br />
Muitas mensagens tentam<br />
colocar em discussão sentenças<br />
já passadas. A polícia<br />
já sabe que, há anos, os ‘padrinhos’<br />
tentam obter a revisão<br />
dos processos. Há uma suspeita<br />
que essa “popularidade”<br />
no Facebook faça parte de uma<br />
nova e moderna estratégia dos<br />
mafiosos para alcançar esse<br />
objetivo. Até porque, muitos<br />
comentários mostram que o<br />
autor está bem informado a respeito<br />
dos processos judiciais,<br />
principalmente, quando se trata<br />
de Riina.<br />
CI - Quais são as alternativas para<br />
esses jovens?<br />
RC - As alternativas são criadas<br />
oferecendo além de um trabalho,<br />
uma nova perspectiva cultural,<br />
explicando que a Camorra reserva<br />
para o futuro somente morte<br />
e prisão.<br />
CI - O senhor já se sentiu sozinho<br />
na luta contra a Camorra?<br />
RC - Às vezes sim. Porém, o procurador,<br />
quando toma uma decisão,<br />
está sempre sozinho.<br />
CI - O que <strong>faz</strong> quando não está no<br />
trabalho?<br />
RC - Procuro manter uma vida privada,<br />
muito limitada. Frequento<br />
os amigos de sempre, tenho pouquíssima<br />
vida pública e nada de<br />
festa e badalação.<br />
CI - Foi difícil conciliar a família<br />
com sua paixão pelo trabalho,<br />
pela Justiça?<br />
RC - Muito, mas com grande satisfação.<br />
Apesar de tudo, minha família<br />
sempre entendeu meu trabalho<br />
e sempre ficou ao meu lado.<br />
CI - Valeu a pena sacrificar a sua<br />
liberdade em nome da luta anti-<br />
Camorra?<br />
RC - A resposta é sem dúvida sim.<br />
Dessa forma, a luta contra a<br />
máfia <strong>italiana</strong> ganhou o terreno<br />
virtual. Mais de 100 mil pessoas<br />
participaram de um abaixoassinado,<br />
pedindo ao Facebook<br />
para apagar os perfis dos apoiadores<br />
dos chefes de Corleone,<br />
na Sicília. Outros 50 mil já assinalaram<br />
que “a máfia dá nojo”.<br />
Será que por lá, quem luta contra<br />
a máfia consegue se manter<br />
no anonimato e livre de ameaças<br />
de morte?<br />
Drogas<br />
ao mar<br />
Polícia intercepta carregamento recorde de<br />
cocaína no Oceano Atlântico. Operação coincide<br />
com a V Conferência Nacional sobre as Drogas,<br />
organizada pelo governo italiano, em Trieste<br />
Foram nove toneladas de cocaína<br />
pura apreendidas em<br />
águas internacionais, em<br />
pleno Oceano Atlântico,<br />
por policiais da Itália e da Espanha.<br />
A operação conjunta, chamada<br />
de Albatroz 2008, ocorreu<br />
em duas fases: uma no começo<br />
de janeiro, na costa da Galícia;<br />
outra no dia 26 de fevereiro, a<br />
mil e duzentas milhas das ilhas<br />
Canárias. Segundo o procurador<br />
anti-máfia da Itália, Piero Grasso,<br />
a quantidade é um recorde.<br />
Como resultado, 16 pessoas foram<br />
presas, sendo 11 espanholas<br />
e cinco colombianas.<br />
A droga vinha da Colômbia e<br />
era destinada ao mercado europeu.<br />
As autoridades avaliaram a carga<br />
em 720 milhões de euros. Ela renderia<br />
quatro vezes mais depois de<br />
ser transformada em 30 milhões<br />
de doses para a venda no varejo.<br />
A investigação começou um ano e<br />
meio atrás. A polícia <strong>italiana</strong> foi<br />
advertida pelos colegas espanhóis<br />
Gu i l h e r m e Aq u i n o<br />
Correspondente • Milão<br />
sobre a presença de suspeitos na<br />
cidade de Gênova. Durante todo<br />
este período, essas pessoas foram<br />
seguidas pela polícia região da Ligúria<br />
e da Toscana.<br />
As interceptações telefônicas<br />
confirmaram as atividades de traficantes<br />
da quadrilha de José Manuel<br />
Vila Sieiram, um dos maiores<br />
narcotraficantes do mundo e líder<br />
da organização na Galícia (Espanha).<br />
Os agentes do distrito genovês<br />
anti-máfia descobriram as coordenadas<br />
geográficas para a entrega<br />
da droga. O ponto de encontro<br />
era em águas internacionais,<br />
no meio do oceano Atlântico.<br />
Na primeira operação, no começo<br />
do ano, os policiais rastrearam<br />
uma frota de pequenos aviões<br />
que decolava da Venezuela,<br />
na América do Sul. Os pilotos lançavam<br />
a droga dentro de pacotes<br />
flutuantes, em alto mar. A carga<br />
era recuperada por um navio e depois<br />
descarregada em outras embarcações<br />
menores e mais velozes.<br />
Estima-se que a quantidade jogada<br />
pela frota aérea fosse de 20 toneladas.<br />
Porém, os policiais espanhóis,<br />
a bordo de um helicóptero,<br />
prenderam os dois tripulantes e<br />
recuperaram apenas 3,5 toneladas<br />
estocadas em uma lancha. O resto<br />
já tinha sido distribuído. Deste total,<br />
duas toneladas eram destinadas<br />
ao mercado italiano.<br />
Na segunda fase, o barco<br />
pesqueiro Dona Fortuna, com<br />
bandeira venezuelana, foi surpreendido<br />
pelos agentes com a<br />
droga no porão. A embarcação já<br />
tinha sido abastecida por um navio-mãe<br />
que zarpou de um porto<br />
na costa da Guiné, país africano<br />
usado na armazenagem da cocaína<br />
colombiana. Cinco membros<br />
da tripulação, todos da Colômbia,<br />
foram presos e outros nove<br />
espanhóis detidos em terra firme.<br />
Os traficantes traziam 5,5 toneladas<br />
de cocaína, sendo 700 quilos<br />
para o mercado italiano.<br />
A operação Albatroz se alinha<br />
com as diretrizes do presidente da<br />
República Italiana, Giorgio Napolitano.<br />
Recentemente, ele solicitou<br />
às instituições públicas o “reforço<br />
dos instrumentos de prevenção<br />
e de controle contra o fenômeno<br />
alarmante da difusão da droga,<br />
principalmente entre os jovens”.<br />
Para ele, não existem mais barreiras<br />
geográficas para o tráfico<br />
de drogas “que permeia todas as<br />
classes sociais do país e atinge os<br />
menores de idade cada vez mais<br />
cedo”. O pensamento do presidente<br />
foi expresso durante a V Conferencia<br />
Nacional sobre as Drogas,<br />
em Trieste. O congresso foi promovido<br />
pelo Departamento das Políticas<br />
Anti-drogas da Presidência<br />
do Conselho dos Ministros.<br />
No evento, constatou-se que<br />
uma ação enérgica do estado deve<br />
ser acompanhada do apoio das<br />
famílias e do terceiro setor, “para<br />
dar esperança de recuperação<br />
ao tóxico dependente através do<br />
suporte da educação”. Durante o<br />
evento, o governo declarou “guerra<br />
total e tolerância zero” ao tráfico<br />
de drogas e apoiou a criação<br />
e manutenção das casas de cura<br />
para recuperar os viciados.<br />
No ano passado, a Itália<br />
apreendeu 42,1 mil quilos<br />
de drogas, 32% a mais que em<br />
2007. Só de maconha foram 36,4<br />
mil quilos, 48,42% a mais que<br />
no ano anterior. Em compensação,<br />
foram apreendidas 30%<br />
menos de heroína e 85,43% menos<br />
drogas sintéticas.<br />
38 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 39
eligião<br />
O Dom da<br />
comunicação<br />
Sílvia So u z a<br />
O ítalo-brasileiro Dom Orani João Tempesta assume, no dia<br />
19 de abril, a Arquidiocese do Rio de Janeiro defendendo a “unidade<br />
na diversidade”. É dessa forma que acredita ser possível combater<br />
as divisões existentes na Igreja Católica diante do enfrentamento de<br />
problemas sociais como o recente abuso sexual seguido do aborto<br />
de uma menina de 9 anos, em Pernambuco.<br />
Aos 58 anos, ele chega à capital fluminense vindo da<br />
Arquidiocese de Belém, no Pará. O bispo nascido em<br />
São José do Rio Pardo, interior paulista, é presidente<br />
da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e<br />
Comunicação Social da Confederação Nacional dos<br />
Bispos do Brasi (CNBB). Para ele, a<br />
evangelização deve penetrar diferentes<br />
mídias, como o Youtube, canal em que o<br />
Vaticano se lançou no início deste ano.<br />
De Roma, onde participava de um seminário<br />
sobre Comunicação, Dom Orani concedeu uma<br />
entrevista exclusiva à Comunità, por e-mail:<br />
— É impossível trabalhar hoje na<br />
evangelização sem utilizar a mídia e, em especial,<br />
as assim chamadas novas mídias — afirma.<br />
ComunitàItaliana - Como<br />
o senhor recebeu a notícia<br />
da nomeação para<br />
a Arquidiocese do Rio<br />
de Janeiro?<br />
Dom Orani - Com surpresa e, ao<br />
mesmo tempo, muito respeito<br />
e responsabilidade pela missão<br />
que Deus, através das mediações<br />
da Igreja, me confia. Conheço<br />
o Rio de Janeiro como todas as<br />
pessoas do Brasil conhecem, porém<br />
pretendo conhecer agora em<br />
profundidade e, principalmente,<br />
a Igreja do Rio de Janeiro, sua<br />
missão e sua história.<br />
CI - Que problemas acredita que<br />
serão os mais desafiantes no Rio?<br />
DO – Só mesmo conhecendo profundamente.<br />
A imprensa destacou<br />
muito, em perguntas, a<br />
questão da violência, que não é<br />
exclusividade do Rio. Creio que<br />
encontrarei tudo o que existe no<br />
Brasil, pois acredito que o Rio<br />
seja um resumo do Brasil.<br />
CI - Problemas como a falta de<br />
segurança e garantia de direitos<br />
básicos dos cidadãos resultaram<br />
em diversas manifestações<br />
na gestão Dom Eusébio. O senhor<br />
acredita que a Igreja possa se<br />
aproximar da política sem que<br />
haja um conflito?<br />
DO - A Igreja tem suas próprias<br />
convicções e liberdade de pensamento<br />
e de direcionamento. Porém,<br />
no trabalho social, temos<br />
consciência de que são necessárias<br />
parcerias e um trabalho com<br />
todos, inclusive com os governantes,<br />
e também outras igrejas,<br />
religiões, associações, para um<br />
trabalho mais eficaz.<br />
CI - O que o fez seguir a vida religiosa?<br />
DO - A vocação é, e sempre será,<br />
um mistério. Porém, posso ver os<br />
sinais desde o início na família.<br />
Depois, na participação na paróquia<br />
de São Roque, em São José<br />
do Rio Pardo. Mais tarde, o dom<br />
que o Senhor colocou no profundo<br />
do coração para deixar tudo e<br />
segui-lo no serviço aos irmãos e<br />
irmãs. A decisão definitiva desse<br />
passo foi dada quando estava<br />
cursando o atual ensino médio,<br />
na época, curso colegial.<br />
CI - Recentemente a Igreja foi<br />
muito criticada pela atuação no<br />
caso da menina de 9 anos vítima<br />
de abuso pelo padrasto no<br />
Recife. O senhor acredita que a<br />
postura da Igreja diante dos problemas<br />
do século 21 deva sofrer<br />
mudanças?<br />
DO - A Igreja tem uma responsabilidade<br />
que não depende da votação<br />
da maioria e sim de princípios<br />
que marcam a sua vida. É por isso<br />
que ela é defensora da vida em<br />
todas as etapas e situações. Como<br />
tem a missão de evangelizar, sabe<br />
que o mundo futuro depende muito<br />
das posições que hoje tomamos.<br />
Acredito que neste caso a pergunta<br />
mais importante e que não foi<br />
feita é: porque esses fatos ocorrem<br />
e porque estão aumentando?<br />
CI - Depois do fenômeno Padre<br />
Marcelo Rossi, tornou-se pública<br />
a existência de outras correntes<br />
de evangelização na Igreja.<br />
Atualmente, o sucesso do Padre<br />
Fábio de Melo tem sido apontado<br />
como canal para aproximação<br />
com os jovens. Como o senhor<br />
avalia a influência e os avanços<br />
desses movimentos na constituição<br />
da assembléia hoje?<br />
DO - Cada pessoa tem seu carisma<br />
e é muito bom ver as pessoas<br />
convictas e coerentes serem<br />
canais de graça de Deus e conseguirem<br />
levar Jesus Cristo a todos,<br />
em especial à juventude. Todos<br />
esses irmãos necessitam de<br />
um acompanhamento próximo<br />
para que, na unidade da Igreja,<br />
sirvam com alegria e disponibilidade<br />
ao povo de Deus.<br />
CI - O senhor concorda que a<br />
Igreja passa por um momento<br />
de crise nas vocações?<br />
DO - Na minha experiência acho<br />
que sucede exatamente o contrário.<br />
Apesar de toda propaganda<br />
contra a Igreja Católica e apesar<br />
da divulgação de fatos isolados<br />
como se fossem comuns e uma<br />
regra, vejo muitos jovens pedirem<br />
o ingresso na vida consagrada<br />
e sacerdotal. O que é necessário<br />
é um acompanhamento personalizado,<br />
pois hoje o jovem ao<br />
entrar traz consigo muito mais<br />
questionamentos que no passado.<br />
Hoje, existem outros tipos de<br />
pessoas consagradas que estão<br />
assumindo um belo trabalho na<br />
Igreja enquanto que as antigas<br />
formas de consagração passam<br />
por um amadurecimento e redescoberta<br />
do carisma.<br />
CI - “Para que todos sejam um” é<br />
o lema de seu episcopado. O que<br />
o senhor acredita que seja necessário<br />
para que essa seja uma<br />
máxima entre os católicos?<br />
DO - É para todos os cristãos, pois<br />
é uma palavra exigente de Jesus<br />
no Evangelho. Para que o mundo<br />
creia. Ele nos pede a unidade,<br />
que não significa uniformidade,<br />
mas unidade na diversidade, no<br />
respeito às diferenças, mas acolhendo-nos<br />
e aceitando-nos uns<br />
aos outros.<br />
CI - O senhor preside a Comissão<br />
Episcopal para a Cultura, Educação<br />
e Comunicação Social. Que<br />
trabalhos foram realizados com<br />
êxito até aqui e quais os planos da<br />
comissão para os próximos anos?<br />
DO - Esta é uma resposta que exigiria<br />
muitas páginas, pois somos<br />
cinco bispos dessa comissão que<br />
realiza uma diversidade de trabalho<br />
tanto aqui no Brasil como nos<br />
seus relacionamentos com o CE-<br />
LAM (América Latina) e com os<br />
Pontifícios Conselhos. É uma comissão<br />
de fronteira e de diálogo<br />
com a sociedade, além do trabalho<br />
com os grupos e meios da igreja<br />
católica. Acredito que são muitos<br />
os êxitos e o plano bienal da CNBB<br />
aponta ainda mais trabalhos para<br />
os últimos dois anos que ainda<br />
nos restam para essa missão.<br />
CI - O senhor esteve em Roma para<br />
um seminário sobre Comunicação<br />
no mês passado e, no início<br />
do ano, a Igreja lançou seu<br />
canal no Youtube. Como a Igreja<br />
percebe as novas tecnologias e<br />
de que forma sua passagem pelo<br />
Rio de Janeiro pretende privilegiar<br />
essa área?<br />
DO - O encontro em Roma<br />
foi para os bispos<br />
responsáveis pelo<br />
setor comunicação<br />
das conferências<br />
episcopais<br />
e estivemos em quase 90 conferências<br />
representadas dos cinco<br />
continentes. A presença da Igreja<br />
não se resume nos meios de<br />
comunicação, mas é uma preocupação<br />
de trabalhar o processo de<br />
comunicação do ser humano que<br />
é muito mais amplo. A presença<br />
no Youtube demonstra a presença<br />
em todos os novos e modernos<br />
meios. É impossível trabalhar hoje<br />
na evangelização sem utilizar<br />
a mídia e, em especial, as assim<br />
chamadas novas mídias.<br />
CI - Além desse compromisso, a<br />
passagem por Roma teve algum<br />
envolvimento com sua posse?<br />
DO - Esse encontro do Pontifício<br />
Conselho de Comunicações já estava<br />
agendado desde o ano passado,<br />
por isso nada teve a ver<br />
com a minha nomeação. Porém,<br />
aproveitamos para conversar<br />
com alguns amigos em Roma sobre<br />
a minha missão.<br />
CI - O senhor tem ascendência<br />
<strong>italiana</strong>?<br />
DO - Meu pai veio da Itália com<br />
meus avós e seus irmãos, quando<br />
tinha 5 anos. Na Itália temos muitos<br />
familiares, porém distantes,<br />
pois meus avós vieram ao Brasil<br />
com toda a família. Eles são da<br />
Região de Abruzzo, entre L’Aquila<br />
e Rieti. Algumas vezes encontrei<br />
familiares na Itália e até celebrei<br />
em um encontro da família, num<br />
desses anos. Normalmente, quando<br />
vou à Itália, a visita é mais<br />
a Roma onde tenho as reuniões<br />
e os trabalhos. Porém, é um país<br />
que sempre nos reserva belos locais<br />
para visitar e nunca terminamos<br />
de admirar as suas belezas.<br />
CI – Como percebe a participação<br />
da comunidade <strong>italiana</strong> na<br />
igreja do Brasil?<br />
DO - A Igreja do Brasil deve muitas<br />
características aos imigrantes<br />
italianos que, vindo para cá,<br />
trouxeram a sua religiosidade e<br />
seu entusiasmo católico. No passado,<br />
os italianos foram presenças<br />
marcantes nesse trabalho.<br />
Hoje, muitos dos seus descendentes<br />
estão presentes na Igreja<br />
e trazem no coração o exemplo<br />
de seus antepassados. Muitas<br />
devoções e santos e muitas maneiras<br />
de celebrar se deve a comunidade<br />
<strong>italiana</strong>.<br />
40 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 41
aúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSa<br />
Melhor emagrecer<br />
Homens obesos que passam pela cirurgia<br />
de redução de estômago não apenas<br />
perdem peso como melhoram sua vida sexual,<br />
segundo estudo da Universidade de Utah, nos<br />
Estados Unidos. Para os autores, a obesidade<br />
está associada à insatisfação na vida sexual.<br />
Os pesquisadores avaliaram 22 homens que foram<br />
submetidos à cirurgia bariátrica e 42 obesos<br />
que não passaram pelo procedimento. A<br />
média de peso no início era de quase 150 kg .<br />
As análises mostraram que quanto mais pesado<br />
era o homem, menores níveis de testosterona<br />
ele tinha e pior era sua vida sexual. Dois anos<br />
depois, os homens que haviam passado pela<br />
cirurgia reduziram em 17 pontos seu índice de<br />
massa corporal, apresentaram menores níveis<br />
de estrogênio e maior quantidade de testosterona.<br />
Essas mudanças ajudaram a melhorar os<br />
fatores da qualidade de vida sexual, melhorando<br />
o desejo, o desempenho e a satisfação.<br />
Fotos: Grupo Keystone<br />
Antidepressivo natural<br />
Pesquisadores da Universidade de Iowa<br />
sugerem que o sal de cozinha pode ser<br />
um antidepressivo natural. Em estudo feito<br />
com ratos, eles concluíram que aqueles que<br />
tinham deficiência de sal paravam de realizar<br />
atividades prazerosas. Eles acreditam que o<br />
déficit de sal pode estar associado à perda de<br />
prazer e à depressão.<br />
Excesso<br />
No Brasil, o consumo diário de sódio<br />
está duas vezes e meia acima<br />
do limite estabelecido pela Organização<br />
Mundial da Saúde. A culpa não é dos alimentos<br />
industrializados, mas do tempero<br />
adicionado à comida. Isso inclui o sal e<br />
os condimentos feitos à base de sal, que<br />
correspondem a 76% de todo o sódio consumido.<br />
Os dados são de uma pesquisa da<br />
Faculdade de Saúde Pública da Universidade<br />
de São Paulo. A quantidade diária de<br />
sódio disponível para consumo é de 4,5 g<br />
por pessoa, sendo que a ingestão máxima<br />
recomendada pela OMS é de 2 g. O excesso<br />
pode aumentar pressão arterial e levar<br />
a doenças cardiovascular e renal.<br />
Dor de cabeça<br />
Mulheres que sofrem frequentes enxaquecas<br />
têm maior risco de sofrer<br />
derrames durante a gravidez, assim como<br />
doença cardíaca, pressão alta e formação<br />
de coágulos, segundo estudo da Universidade<br />
Wake Forest, nos Estados Unidos. A<br />
pesquisa avaliou um banco de dados nacional<br />
com mais de 18 milhões de registros<br />
hospitalares entre os anos de 2000<br />
e 2003, incluindo quase 34 mil casos de<br />
enxaqueca durante a gravidez. Segundo o<br />
estudo, mulheres que sofrem enxaquecas<br />
na gestação tinham 15 vezes mais risco<br />
de sofrer um derrames, três vezes maior<br />
risco de formação de coágulos e duas vezes<br />
mais chances de ter doença cardíaca.<br />
Comida caseira<br />
A<br />
revista Food & Wine afirma que cozinhar<br />
em casa é a tendência gastronômica do<br />
momento, pois assim a refeição é mais saudável<br />
que as elaboradas em restaurantes.<br />
Isso, porém, depende de quem “pilota o<br />
fogão”. Estudos mostram que a maior influência<br />
nos hábitos alimentares familiares é a<br />
pessoa responsável por comprar e preparar a<br />
comida. Esses “guardiões nutricionais,” como<br />
são chamados pelos pesquisadores, influenciam<br />
mais de 70% dos alimentos ingeridos por nós, segundo<br />
um relatório publicado, em 2006, no The Journal<br />
of the American Dietetic Association.<br />
Todos à mesa<br />
A<br />
melhor maneira de ensinar bons hábitos<br />
alimentares aos jovens é <strong>faz</strong>er as refeições<br />
com eles. Pelo menos é o que indicam os<br />
pesquisadores da Filadélfia, nos Estados Unidos.<br />
Por cinco anos, eles acompanharam um<br />
grupo de 600 crianças com 12 anos: as que<br />
<strong>faz</strong>iam cinco ou mais refeições com a família,<br />
por semana, não só adquiriam melhores hábitos<br />
alimentares como os mantinham por mais<br />
tempo. Além das refeições mais frequentes,<br />
esses jovens se acostumaram a ter uma dieta<br />
mais rica. Consumiam mais frutas e vegetais,<br />
além de fibras, cálcio e sais minerais.<br />
42<br />
C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009
filosofia<br />
Antigos<br />
ideais<br />
Um dos principais pensadores políticos da Itália, Giuseppe Vacca lança<br />
livro no Brasil e afirma que a esquerda perdeu o trem da história<br />
momento, a<br />
Europa só tem um<br />
grande líder: o Papa<br />
“Nesse<br />
Bento 16”. A frase,<br />
dita sem exaltação, provocou um<br />
contido “zunzunzum” na platéia.<br />
Quem a proferiu foi o pensador<br />
italiano Giuseppe Vacca, “um velho<br />
comunista italiano” como ele<br />
mesmo se definira um pouco antes.<br />
Os ouvintes sabiam bem disso.<br />
Afinal, eles mesmos estavam<br />
ali para homenagear Vacca porque,<br />
de alguma forma, a ideologia<br />
comunista <strong>faz</strong>ia parte de suas<br />
vidas. Não foi, porém, contestado.<br />
O respeito calou a surpresa<br />
e a palestra prosseguiu, como<br />
se nada tivesse acontecido, na<br />
sala Itália do Instituto Italiano<br />
de Cultura do Rio de Janeiro, em<br />
uma chuvosa noite de março.<br />
O “velho comunista” veio ao<br />
Brasil para lançar seu livro Por<br />
um novo reformismo. Trata-se de<br />
uma publicação conjunta da Fundação<br />
Astrojildo Pereira e da Editora<br />
Contraponto. A apresentação<br />
é Armênio Guedes e Alfredo Reichlin,<br />
respectivamente, dirigentes<br />
históricos dos antigos Partido<br />
Comunista Brasileiro e Partido<br />
Comunista Italiano. O projeto<br />
contou com o apoio da Associação<br />
Anita e Giuseppe Garibaldi.<br />
Além do Rio, Vacca - que fundou<br />
em 1975 o Instituto Gramsci,<br />
em Roma, instituição que ainda<br />
preside - esteve em Campinas<br />
e em São Paulo, onde se encontrou<br />
com o ex-presidente Fernando<br />
Henrique Cardoso.<br />
Talvez o pensador italiano tivesse<br />
ficado ainda mais satisfeito<br />
se o atual presidente<br />
brasileiro, Luiz Inácio Lula<br />
por conta do seu recente processo<br />
político. Um panorama bem diferente<br />
do europeu e que, não por<br />
acaso, encontra-se sem líderes.<br />
Segundo Vacca, na Europa, a<br />
esquerda falhou, apesar de ter tida<br />
Silva, tivesse ido ao seu encontro.<br />
Em entrevista exclusiva à<br />
Comunità, ele não escondeu sua<br />
admiração por Lula. Uma admiração<br />
que data desde o primeiro<br />
momento em que se conheceram,<br />
em 1991, no Brasil e reforçada<br />
com um segundo encontro, na<br />
mesma época, na Itália.<br />
— É uma pena que Lula<br />
não possa se candidatar<br />
outras vezes à presidência<br />
porque a lei não permite.<br />
Eu o admiro muito. Ele<br />
tem grande capacidade<br />
de liderança e demonstrou<br />
isso na forma<br />
como vem guiando<br />
o Brasil, país que<br />
é um dos protagonistas<br />
na nova organização<br />
da economia<br />
mundial — diz Vacca.<br />
Aos 70 anos, ele<br />
percebe não apenas o<br />
Brasil, mas a América<br />
Latina como um todo,<br />
como um foco de novidades<br />
para ser analisada<br />
Sô n i a Apolinário<br />
do “a faca e o queijo na mão”<br />
de mostrar a que veio, durante o<br />
processo de unificação do continente.<br />
Vacca lembra que entre<br />
1990 e 1996, a social democracia<br />
tomou à frente desse processo. O<br />
auge se deu em 1998, quando 13<br />
dos 15 países europeus eram sociais<br />
democratas.<br />
— O grande problema aconteceu<br />
quando, ao formar o governo<br />
comunitário, decidiram que a<br />
política econômica seria nacional<br />
e foi perdida a chance de se <strong>faz</strong>er<br />
uma renacionalização. Explodiu o<br />
processo migratório e, com a crise<br />
da globalização, foi aberto o<br />
caminho para a direita de (George<br />
W. Bush) — explica Vacca, na<br />
sua entrevista. — Em oito anos,<br />
a direita americana fechou o processo<br />
europeu, dividiu a Europa<br />
e ainda criou a guerra do Iraque<br />
para bloquear o Mediterrâneo. A<br />
integração européia significava<br />
uma projeção em direção ao Mediterrâneo<br />
que tinha voltado a<br />
ser o centro comercial do mundo.<br />
Era o começo da “eurolândia”.<br />
Na sua avaliação, a Itália, junto<br />
com a Grécia, são os países<br />
mais frágeis da Europa. No caso<br />
italiano, isso vale tanto em termos<br />
econômicos quanto de estrutura<br />
política. Ele informa que seu país<br />
tem a “maior dívida do mundo”,<br />
que representa 112% do PIB. Para<br />
ele, é muito fácil entender o sucesso<br />
de Silvio Berlusconi, constantemente<br />
sendo eleito e reeleito para<br />
o cargo de primeiro-ministro:<br />
— Em 15 anos, a direita trabalhou<br />
para construir uma força<br />
política enraizada e unitária. A<br />
esquerda, não.<br />
Segundo Vacca, também é<br />
fácil entender porque os jovens,<br />
de uma maneira geral, e os europeus,<br />
em particular, estão apáticos<br />
e pouco participativos. Afinal,<br />
“o problema do jovem é das<br />
gerações antigas”, como diz. Segundo<br />
ele, a questão está justamente<br />
na falta de líderes.<br />
— Nenhuma geração é filha<br />
de si mesma. É preciso líderes em<br />
quem se espelhar. No momento, há<br />
falta de líderes intelectuais, morais<br />
e éticos — sentencia Vacca.<br />
O livro<br />
Por um novo reformismo é o primeiro<br />
título de uma série que pretende<br />
resgatar, no Brasil, idéias<br />
de pensadores políticos italianos.<br />
Quem informa é o ensaísta<br />
e tradutor Luiz Sérgio Henriques,<br />
organizador do livro de Vacca e<br />
da série. Editor do site Gramsci<br />
e o Brasil, ele também é um dos<br />
organizadores das obras de Antonio<br />
Gramsci em português, especialmente<br />
a nova edição das<br />
Cartas do Cárcere, sua obra mais<br />
ilustre. Gramsci foi o fundador<br />
do Partido Comunista da Itália e<br />
ainda é uma das maiores referências<br />
da esquerda mundial.<br />
— As idéias <strong>italiana</strong>s tiveram<br />
um grande impacto na cultura<br />
política brasileira. Entre as<br />
várias razões pelas quais não entrei<br />
para a luta armada estavam<br />
os escritos de Gramsci. Ele nos<br />
ajudou a apostar no reformismo.<br />
Com isso, nós, no Brasil, passamos<br />
a ser chamados de reformistas,<br />
mas com desdém, de forma<br />
pejorativa. Seja como for, Gramsci<br />
foi uma grande novidade para<br />
nós — afirma Henriques.<br />
O livro de Vacca é, na verdade,<br />
um “mix” de três livros do pensador<br />
italiano acrescido de dois<br />
Vacca debate suas idéias<br />
no Rio de Janeiro<br />
ensaios inéditos feitos para a publicação.<br />
Por um novo reformismo<br />
é formado por dez capítulos. Três<br />
deles (1, 6 e 7) foram extraídos<br />
de Riformismo vecchio e nuovo<br />
(Turim: Einaudi, 2001); Os de número<br />
2, 3, 4 e 5 vem de Vent’anni<br />
dopo. La sinistra fra mutamenti e<br />
revisioni (Turim: Einaudi, 1997); o<br />
capítulo 8 provém de Il riformismo<br />
italiano. Dalla fine della guerra<br />
fredda alle sfide future (Roma:<br />
Fazi, 2006); os capítulos 9 e 10<br />
são inéditos e foram redigidos em<br />
2008. Segundo Henriques, a seleção<br />
e a disposição dos textos foram<br />
aprovadas pelo autor.<br />
— A Fundação (Astrojildo Pereira)<br />
inventou um livro meu que<br />
eu não tinha pensado — brinca<br />
Vacca. — Se a escolha será útil,<br />
não sou eu quem deve dizer. É<br />
aqui no Brasil que o livro precisa<br />
ser útil. Pode ser um ponto de<br />
partida para repensar a historia e<br />
procurar inovações.<br />
Luiz Sérgio Henriques informa<br />
que as próximas publicações<br />
a serem lançadas no Brasil serão<br />
com textos de Massimo D’Alema e<br />
Enrico Berlinguer.<br />
— Queremos que as principais<br />
idéias do pensamento político<br />
italiano circulem no Brasil. São<br />
idéias que defendem que os socialistas<br />
jamais podem abandonar a<br />
democracia porque esse é o terreno<br />
mais adequado para a inclusão<br />
social — afirma Henriques.<br />
Nascido em Roma em 1949,<br />
Massimo D’Alema foi militante do<br />
PCI desde sua juventude e acompanhou<br />
esse partido em sua metamorfose<br />
social-democrata e<br />
neo-liberal. Foi primeiro-ministro<br />
da Itália de 1998 a 2000. Foi<br />
também ministro dos Negócios<br />
Estrangeiros do governo de Romano<br />
Prodi entre 2006 e 2008.<br />
Nascido na Sardenha, Enrico<br />
Berlinguer (1922 -1984) foi secretário-geral<br />
do PCI de 1972 a<br />
1984. Ele foi um dos principais<br />
líderes políticos da sua geração.<br />
Seu pai foi um senador socialista.<br />
Seu avô, também chamado<br />
Quem foi Gramsci<br />
Enrico Berlinguer, foi amigo pessoal<br />
de Giuseppe Garibaldi e Giuseppe<br />
Mazzini, notáveis figuras<br />
da unificação <strong>italiana</strong>. Também<br />
era primo de Francesco Cossiga<br />
e de Antonio Segni, ambos líderes<br />
da Democracia Cristã Italiana,<br />
que se tornaram presidentes da<br />
República do país.<br />
Nascido na Sardenha, Antonio Gramsci<br />
(1891-1937) trabalhava como jornalista<br />
quando fundou o Partido Comunista Italiano<br />
em 1921. Ele viria a ser um dos líderes do partido<br />
desde sua fundação. Em 1924, foi eleito<br />
deputado pelo Veneto. Nessa época, começa<br />
a organizar o lançamento do jornal oficial do<br />
PCI, denominado L’Unità. Em 8 de novembro<br />
de 1926, é preso pela polícia fascista, apesar<br />
de ter imunidade parlamentar. Foi condenado a vinte anos de prisão.<br />
Morreu aos 46 anos, pouco tempo depois de ter sido libertado. A influência<br />
póstuma de Gramsci encontra-se associada principalmente<br />
aos mais de trinta cadernos de análise histórica e filosófica que escreveu<br />
durante o período em que esteve na prisão. Estes trabalhos,<br />
conhecidos como Cadernos do Cárcere, contêm o pensamento maduro<br />
de Gramsci sobre a história da Itália e nacionalismo.<br />
Fotos: Bruno Lima<br />
44 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 45
astronomia<br />
Um olhar<br />
para o céu<br />
Ano Internacional da Astronomia celebra os 400 anos da primeira<br />
observação por telescópio feita pelo então renegado Galileo Galilei<br />
O<br />
ditado diz que ninguém<br />
é profeta na sua própria<br />
terra. E com ele não foi<br />
diferente: Galileo Galilei<br />
exerceu carreira como matemático,<br />
físico e filósofo,<br />
mas foi como astrônomo,<br />
revelando descobertas sobre<br />
o céu, diferentes das<br />
atestadas como verdadeiras<br />
no pensamento medieval,<br />
que despertou a ira dos<br />
pensadores geocentristas. Perseguido<br />
e considerado herege,<br />
400 anos após suas primeiras<br />
observações noturnas com<br />
o telescópio, o italiano<br />
é festejado com o Ano<br />
Internacional da Astronomia<br />
(AIA), iniciativa<br />
da Unesco celebrada<br />
em pelo menos<br />
130 países.<br />
Sílvia So u z a<br />
No Brasil, esse italiano nascido<br />
em Pisa, em 1564, deve ganhar,<br />
até o final do segundo semestre,<br />
uma estátua em frente<br />
ao Planetário da Gávea, no Rio<br />
de Janeiro. A primeira em terras<br />
tupiniquins, segundo a astrônoma<br />
Flavia Pedrosa.<br />
— Estamos em busca de escultores<br />
e patrocínio, mas esse<br />
ano já será de grandes feitos. No<br />
início do mês, eventos como o<br />
“100 horas de observação” reuniram<br />
um milhão de pessoas, ao<br />
redor do mundo, para observar o<br />
céu — explica a astrônoma do<br />
Planetário da Gávea.<br />
As tais 100 horas de observação,<br />
às quais Flavia se refere,<br />
<strong>faz</strong>em parte da programação festiva<br />
que credita a Galilei o título<br />
de fundador da ciência moderna.<br />
Durante quatro dias, pesquisadores,<br />
teóricos e pessoas comuns<br />
puderam, em diversos pontos do<br />
mundo, observar o céu e, em especial,<br />
as crateras da Lua e os<br />
anéis de Saturno. No Brasil, foi<br />
possível analisar esses e outros<br />
elementos em lugares como Belo<br />
Horizonte (MG), Brasília (DF),<br />
Brusque (SC), Juazeiro do Norte<br />
(CE), Maceió (AL), Nova Friburgo<br />
(RJ), Paulínia (SP), Ponta Grossa<br />
(PR), Porto Alegre (RS) e Salvador<br />
(BA).<br />
Além disso, em julho, Manaus<br />
sedia a 61ª Reunião Anual da Sociedade<br />
Brasileira para o Progresso<br />
da Ciência, onde a astronomia<br />
terá especial atenção. Já dos<br />
dias 3 a 14 de agosto, será<br />
a vez do Rio de Janeiro<br />
receber a Assembléia Geral<br />
da União Astronômica<br />
Internacional. Vale destacar<br />
que, em uma reunião<br />
semelhante na República<br />
Tcheca, em 2006,<br />
os astrônomos rebaixaram<br />
Plutão à categoria de planetaanão.<br />
Flávia observa que, em<br />
eventos desse tipo, são sempre<br />
levantadas questões polêmicas,<br />
“o que prova que a ciência não<br />
é estática”.<br />
— O Brasil, junto com a Itália<br />
e a França, esteve na liderança<br />
da ação que levou a Unesco<br />
a apoiar a União Astronômica<br />
Internacional pela proclamação<br />
deste Ano Internacional da Astronomia<br />
— informa o coordenador<br />
do Ano da Astronomia no Brasil<br />
e professor da Universidade de<br />
São Paulo, Augusto Damineli —<br />
Diversos astrônomos brasileiros<br />
desenvolvem estudos conjuntos<br />
com italianos. Na verdade, numerosos<br />
astrônomos de origem<br />
ou descendência <strong>italiana</strong> estão<br />
espalhados pelo mundo, mas é<br />
uma pena que a Itália, com tanta<br />
capacidade humana, não esteja<br />
investindo em pesquisa como<br />
deveria. Na esfera governamental,<br />
existem poucos projetos Brasil/Itália,<br />
se compararmos com a<br />
França, por exemplo.<br />
O astrônomo Augusto Damineli<br />
Programação Intensa<br />
Em Florença, os 400 anos do primeiro<br />
uso do telescópio por Galilei<br />
será celebrado pela exposição<br />
Galileu: Imagens do Universo, da<br />
Antiguidade até o telescópio, no<br />
Palácio Strozi, até 30 de agosto.<br />
— O único protagonista é o<br />
céu, visto não só como o firmamento<br />
repleto de estrelas, mas<br />
também como depositário das<br />
expectativas e inquietações humanas<br />
e religiosas — explica Paolo<br />
Galluzzi, diretor do Instituto<br />
e Museu das Ciências florentino,<br />
curador da mostra.<br />
São 250 objetos e obras que<br />
incluem desde aparelhos para<br />
medir e observar a abóbada celeste,<br />
até as cosmogonias e criaturas<br />
divinas que as habitavam -<br />
criadas por distintas mitologias e<br />
religiões, ao longo de 4.600 anos<br />
de história e de relação humana<br />
com o que se pode chamar de<br />
“teto do mundo”.<br />
Restos arqueológicos, afrescos<br />
pompeianos, atlas e esferas<br />
celestes, esculturas, pinturas,<br />
códigos iluminados, maquetes<br />
cosmológicas e binóculos se sucedem<br />
nas várias salas do edifício.<br />
Há também o Atlas Farnese<br />
do século 2 a.C., trazido de Nápoles<br />
e instrumentos utilizados<br />
por babilônios e egípcios para<br />
medir as horas do dia e a sucessão<br />
das estações.<br />
As comemorações fizeram<br />
com que, pela primeira vez, fosse<br />
celebrada em Roma uma missa<br />
em memória ao astrônomo. Foi<br />
em fevereiro na basílica romana<br />
de Santa Maria degli Angeli pelo<br />
monsenhor Gianfranco Ravasi,<br />
presidente do Pontifício Conselho<br />
para a Cultura. O curioso é<br />
que a Igreja perseguiu Galilei por<br />
conta de suas descobertas.<br />
— Galileu foi o primeiro homem<br />
que olhou com um telescópio<br />
para o céu. Abriu para a humanidade<br />
um mundo até então<br />
pouco conhecido, ampliando os<br />
confins de nosso conhecimento e<br />
obrigando a reler o livro da natureza<br />
com um novo olhar. A Igreja<br />
deseja honrar a figura de Galileu,<br />
genial inovador e filho da Igreja<br />
— salienta o arcebispo.<br />
De 26 a 30 de maio, ocorrerá<br />
também em Florença, o seminário<br />
internacional de estudos<br />
“O caso Galileu. Uma releitura<br />
histórica, filosófica, teológica”,<br />
organizado pelo Instituto Stensen<br />
dos Jesuítas. Em Roma, de<br />
21 a 26 de junho, haverá um<br />
curso de estudos organizado<br />
pela Specola Vaticana (Observatório<br />
Vaticano) e durante<br />
todo o mês de outubro estará<br />
aberta na Santa Sé a exposição<br />
Galileu 2009, Fascinação e Fadiga<br />
de um novo olhar sobre o<br />
mundo. A 400 anos da primeira<br />
observação com telescópio.<br />
Ainda em Roma, de 15 de<br />
outubro a 5 de janeiro de 2010<br />
será exibida nos Museus Vaticanos<br />
a exposição Astrum 2009: o<br />
patrimônio histórico da astronomia<br />
<strong>italiana</strong> de Galileu até hoje,<br />
que incluirá livros, arquivos<br />
e instrumentos procedentes da<br />
Specola Vaticana e dos Museus<br />
Vaticanos. A exposição incluirá<br />
ainda o manuscrito Sidereus<br />
Nuncius, de Galileu, conservado<br />
na Biblioteca Nacional Central<br />
de Florença.<br />
Quem foi Galilei<br />
Galileo Galilei nasceu em 15 de<br />
fevereiro de 1564, em Pisa, filho<br />
de Vincenzo Galilei, um músico<br />
alaudista conhecido por seus estudos<br />
sobre a teoria da música,<br />
e Giulia Ammannati de Pescia.<br />
Além de ter estudado medicina<br />
na Universidade de Pisa, foi professor<br />
de matemática na mesma<br />
universidade e ainda na Universidade<br />
de Pádua.<br />
É deste período que, entre<br />
seus inventos, destacam-se uma<br />
balança hidrostática para a determinação<br />
do peso específico<br />
dos corpos (1586), uma máquina<br />
para elevar água – espécie de<br />
bomba movimentada por cavalos<br />
(1593) e uma régua de cálculo<br />
(1597).<br />
Em maio de 1609, Galilei ouviu<br />
falar de um instrumento de<br />
olhar à distância, construído pelo<br />
holandês Hans Lipperhey. Mesmo<br />
sem nunca ter visto o aparelho,<br />
ele construiu sua primeira luneta<br />
em junho, com um aumento de<br />
3 vezes. Até dezembro do mesmo<br />
ano, ele construiu vários outros<br />
objetos (o mais potente capaz de<br />
aumentar 30 vezes), e <strong>faz</strong> uma<br />
série de observações sobre a Lua.<br />
Os satélites de Júpiter, ele<br />
descobriu entre os dias 7 e 15<br />
de janeiro de 1610. Desta fase<br />
astronômica, é famoso o Siderius<br />
Nuncius (Mensagem Celeste)<br />
publicando em latim, em 12 de<br />
março de 1610.<br />
Galilei trocou cartas com Johannes<br />
Kepler (astrônomo que<br />
formulou as leis da mecânica celeste),<br />
que com outros matemáticos<br />
do Colégio Romano eram reconhecidos<br />
como as autoridades<br />
científicas da época. O Colégio<br />
Romano foi fundado pelo Papa<br />
Gregório XIII, que estabeleceu o<br />
calendário gregoriano.<br />
Debruçando-se cada vez mais<br />
no sistema solar, Galilei verificou<br />
que Vênus apresenta fases<br />
como a Lua e reuniu evidências<br />
em favor da teoria heliocêntrica.<br />
Ele escrevia em italiano para difundir<br />
ao público a teoria de Copérnico.<br />
O fato chamava atenção<br />
da Inquisição que abriu processo<br />
contra o astrônomo.<br />
Depois de proibições e julgamentos<br />
que tentaram impedir<br />
a propagação de suas pesquisas<br />
e textos, Galilei morreu em 8 de<br />
janeiro de 1642 em Arcetri, perto<br />
de Florença. Está enterrado na<br />
Igreja da Santa Cruz, em Florença.<br />
Sobre a relação da astronomia<br />
com a Igreja, data de 1822<br />
a retirada das obras de Copérnico,<br />
Kepler e Galilei do Índice<br />
de livros proibidos. E em 1980,<br />
o Papa João Paulo II ordenou<br />
um re-exame do processo contra<br />
Galilei. No dia 31 de outubro de<br />
1992, aos 350 anos de sua morte,<br />
o mesmo Papa o reabilitou solenemente<br />
e criticou os erros dos<br />
teólogos da época que deram fé<br />
a tal condenação, sem desqualificar<br />
expressamente o tribunal que<br />
o sentenciou.<br />
46 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 47
Para cachorro<br />
Novo tamanho<br />
O<br />
Milão<br />
Guilherme Aquino<br />
Milão já tem a sua creche para cachorros.<br />
Isso mesmo. O serviço normalmente<br />
oferecido aos filhos de pais que trabalham<br />
fora e não têm com quem deixar as<br />
crianças ganha uma versão para quatro patas.<br />
A creche tem área de jogos, zona dormitório,<br />
setor de relaxamento com massagem<br />
e até mesmo “salão” para comemoração<br />
de aniversários. A Good Dog ocupa uma loja<br />
com 200 metros quadrados e recebe de 15<br />
a 20 cães por dia, no máximo. Seis “educadores”,<br />
no caso, adestradores, cuidam dos<br />
animais de segunda a sexta-feira, das 8 horas<br />
da manha às sete da noite, ao custo de<br />
8 euros por hora ou mensalidades entre 215<br />
e 275 euros.<br />
norte da Itália pode ficar maior ou<br />
menor, na altura da fronteira com a<br />
Suíça. Os limites devem ser revistos em<br />
decorrência do derretimento das geleiras.<br />
O ministro das Relações Exteriores,<br />
Franco Frattini, planeja criar uma equipe<br />
formada por pesquisadores, cartógrafos,<br />
geógrafos e militares para, junto com as<br />
autoridades helvéticas, rever a fronteira.<br />
As geleiras no platô Rosa do Monte<br />
Cervino, no Monte Rosa e no Pizzo Bernina,<br />
retrocederam muito nas últimas<br />
décadas. A última revisão foi nos anos<br />
60, durante a construção da auto-estrada<br />
Como-Lugano. Na ocasião, a modificação<br />
atingiu o vale de Brogeda.<br />
Salão Internacional<br />
do Móvel<br />
O<br />
maior encontro de designers e fabricantes de móveis do planeta será realizado entre<br />
22 e 27 de abril. Nessa época, Milão se transforma na capital mundial do desenho<br />
industrial, com centenas de eventos paralelos à exibição dos lançamentos, na<br />
feira de Rho. No ano passado, a mega exposição deu um destaque especial para a cozinha.<br />
Neste ano, o foco é na iluminação e, como sempre, é cada vez maior a preocupação com a<br />
economia do consumo de energia elétrica. São esperadas lâmpadas eficientes e “verdes”.<br />
Design histórico<br />
O<br />
Museu Internacional do Design abre as<br />
portas com uma nova coleção, depois<br />
de quinze meses da inauguração. Série fora<br />
de Série propõe colocar em evidência as relações<br />
cruzadas entre a cultura do projeto e<br />
a cultura empresarial que estão na base do<br />
tecido industrial italiano. A história dos objetos<br />
é passada a limpo na mostra realizada<br />
na Triennale de Milão. Alguns deles são uma<br />
lancha de Riva Sebino, serviço de chá e café<br />
de Alessi, o mini-carro Volpe ou a poltrona<br />
Sacco. A exposição permite uma viagem<br />
no tempo através de produtos que modificaram<br />
padrões estéticos e propuseram o futuro<br />
quando o presente ainda era o passado.<br />
Elas estão de volta<br />
É<br />
o primeiro indício que a primavera se<br />
aproxima. As andorinhas começam a retornar<br />
da África. Depois de dez mil quilômetros<br />
de vôo, as aves voltam a pousar nos prados<br />
e nas árvores do norte da Itália. Pavia, Cesano<br />
Maderno oferecem excelentes plataformas<br />
e programas de observação, o chamado birdwatching.<br />
“Springalive” é o projeto europeu<br />
que coleta dados sobre a presença dos pássaros<br />
na região e todos podem participar. Para<br />
isso, basta inserir no banco de informações a<br />
data, o lugar e a espécie observada durante o<br />
birdwatching. Assim, os ambientalistas podem<br />
monitorar e estudar o comportamento das aves<br />
diante das mudanças climáticas em curso.<br />
Nuove<br />
scritture<br />
Conferenza mette in risalto l’importanza della letteratura<br />
migrante nel rinnovamento delle lettere italiane<br />
Negli ultimi dieci anni la<br />
letteratura <strong>italiana</strong> ha<br />
subìto un “buon rinnovamento”<br />
e molto di ciò<br />
si deve alla letteratura migrante.<br />
Una vera e propria lezione sul tema<br />
è stata data, in Brasile, dalle<br />
professoresse Elisabetta Santoro<br />
(Universidade de São Paulo), Valentina<br />
Russi e Lucia Strappini,<br />
(Università per Stranieri di Siena),<br />
che hanno partecipato alla<br />
conferenza “La Narrativa Italiana<br />
dal 1900 al 2008”, presso gli<br />
Istituti Italiani di Cultura di São<br />
Paulo e di Rio de Janeiro.<br />
— La letteratura <strong>italiana</strong>, in<br />
particolare la narrativa, ha subìto<br />
negli ultimi nove, dieci anni un<br />
buon rinnovamento. Sono sorti<br />
vari scrittori e, soprattutto, nuove<br />
scrittrici – osserva il Professore<br />
Ordinario di Letteratura Italiana,<br />
delegato alle Relazioni Internazionali<br />
dell’Università per Stranieri<br />
di Siena, Lucia Strappini.<br />
Secondo lei anche nel decennio<br />
anteriore si è pubblicato molto<br />
Tat i a n a Bu f f<br />
Corrispondente • São Paulo<br />
ma, per lei, le proposte recenti sono<br />
“più interessanti”. Uno dei motivi<br />
concerne il fatto che è aumentata<br />
molto la presenza di scrittori<br />
nati all’estero e quindi parlanti di<br />
lingua straniera che “hanno scelto<br />
di creare romanzi e poesie direttamente<br />
in italiano, abbandonando<br />
la lingua materna”.<br />
Questi sono gli autori della<br />
“letteratura migrante”. Scrittori<br />
delle più svariate origini, hanno<br />
arricchito i temi intrapresi e hanno<br />
lanciato un nuovo punto di vista<br />
sull’Italia attuale. Secondo la<br />
professoressa Elisabetta Santoro,<br />
del corso di Lingua e Letteratura<br />
Italiana del Departamento de Letras<br />
Modernas della USP, i risultati<br />
linguistici di questo movimento<br />
sono molto peculiari “visto<br />
che si rompono le barriere tra<br />
le lingue e che, nella scrittura,<br />
la lingua materna e l’italiano si<br />
mescolano, dando vita a pagine<br />
di grande effetto”.<br />
Secondo Lucia Strappini le<br />
opere degli autori migranti che<br />
Lucia Strappini<br />
hanno dato respiro alle tematiche<br />
letterarie italiane sono spesso di<br />
tipo autobiografico. Due brasiliani<br />
si distinguono in questo gruppo,<br />
secondo Elisabetta Santoro. Sono<br />
Christiana de Caldas Brito, filosofa<br />
e psicologa nata a Rio de Janeiro,<br />
con opere premiate in Italia, tra cui<br />
il libro di racconti “Amanda, Olinda,<br />
Azzurra e le altre” e Julio Monteiro<br />
Martins, avvocato e professore<br />
universitario di Niterói, autore,<br />
tra altri libri, di “L’amore scritto”,<br />
pubblicato nello Stivale nel 2007 e<br />
tema di un servizio dell’ultima edizione<br />
di gennaio di Comunità.<br />
Elisabetta Santoro<br />
Durante la conferenza è stata<br />
presentata l’antologia “Il senso<br />
narrante”, coordinata da Lucia<br />
Strappini e organizzata da Francesca<br />
Romana Andreotti e Valentina<br />
Russi (Collana Linguaggi<br />
e Culture, Ed. Guerra, 2008). Il<br />
libro riunisce opere dell’iraniano<br />
Bijan Zarmandili, residente<br />
in Italia da quasi 50 anni; della<br />
polacca Helga Schneider, e di<br />
letteratura<br />
Cristina Ali Farah, figlia di madre<br />
<strong>italiana</strong> e padre somalo.<br />
— Un’antologia come questa<br />
ci dà una visione panoramica<br />
della letteratura <strong>italiana</strong> contemporanea<br />
e ci orienta sulle tante<br />
pubblicazioni che appaiono tutti<br />
i giorni sugli scaffali delle librerie<br />
— afferma Elisabetta Santoro.<br />
Saviano<br />
Gli sguardi del mondo si rivolgono<br />
con più attenzione – anche con<br />
l’aiuto dei media – alla produzione<br />
delle case editrici italiane fin<br />
dall’esplosione commerciale e critica<br />
di “Gomorra”, di Roberto Saviano,<br />
pubblicato nel 2006 in Italia.<br />
Il best seller, tradotto in 50<br />
paesi, ha venduto più di 1,8 milioni<br />
di copie nella penisola ed è stato<br />
trasformato da Matteo Garrone<br />
in un film di enorme successo.<br />
Con Saviano, l’onda della “rinascita”<br />
<strong>italiana</strong> ha invaso anche<br />
le librerie internazionali ma, secondo<br />
la professoressa Elisabetta<br />
Santoro, si tratta di una questione<br />
diversa rispetto a quella della<br />
letteratura migrante.<br />
— C’è un fenomeno di altro<br />
tipo nato a partire da Gomorra. Il<br />
romanzo non-fiction di Roberto<br />
Saviano e il film di Garrone hanno<br />
avuto un enorme successo,<br />
ma il valore dell’operazione non<br />
è tanto quello letterario o artistico,<br />
quanto quello della denuncia<br />
e del coraggio di parlare della Camorra,<br />
la mafia napoletana, che<br />
praticamente tutti pensavano di<br />
conoscere già, ma che invece nasconde<br />
aspetti meno noti e più<br />
vicini a noi di quanto credessimo<br />
— osserva.<br />
48 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 49
literatura<br />
Asas à<br />
imaginação<br />
Um dos eventos mais festejados do setor literário, a Feira de Bolonha<br />
é o principal balcão de negócios de títulos infanto-juvenil da Europa<br />
Tatiana Ribeiro<br />
Tat i a n a Ribeiro<br />
Especial de Bolonha<br />
lhoramentos é uma das expositoras<br />
mais antigas no evento.<br />
— Expomos aqui há 30 anos,<br />
um tempo que coincide com a<br />
história da feira. Nós somos uma<br />
das editoras brasileiras que mais<br />
<strong>faz</strong> negócios aqui. Dessa vez, fechamos<br />
mais um título do Ziraldo<br />
para o Japão. Para nós, a feira<br />
é um fórum muito importante<br />
— afirma o editor<br />
Breno Lerner.<br />
Por se tratar de<br />
um ramo onde as<br />
ilustrações são de<br />
extrema importância,<br />
o tema das artes<br />
gráficas recebe<br />
uma atenção especial<br />
dos organi-<br />
Espaço brasileiro na Feira de Bolonha<br />
Que ninguém se deixe enganar<br />
pelos títulos em<br />
exibição. A Feira do Livro<br />
Infanto-Juvenil, de Bolonha,<br />
não é só um espaço destinado<br />
às crianças, onde os pais<br />
possam levar os filhos para se divertirem<br />
no fim de semana. Trata-se<br />
de um verdadeiro mercado<br />
de direitos de títulos, negociados<br />
entre editores do mundo inteiro.<br />
A feira, realizada entre 23 e 26<br />
de março, conta sempre com um<br />
centro para os tradutores e outro<br />
destinado aos agentes literários,<br />
uma mostra dos trabalhos de ilustradores<br />
e um espaço que promove<br />
a interseção do livro com as<br />
produções televisivas e cinematográficas,<br />
o TV/Film & Licensing<br />
Rights Centre. Nesse centro, uma<br />
das principais atividades é a negociação<br />
entre criadores e editores<br />
de novos personagens para as<br />
histórias. A editora brasileira Mezadores<br />
da Feira do Livro Infanto-Juvenil<br />
de Bolonha. Para a escritora<br />
Ana Maria Machado, que<br />
participa do evento há 31 anos,<br />
o ponto forte da participação do<br />
Brasil não é o projeto gráfico ou as<br />
ilustrações, mas os textos.<br />
— Os prêmios que o Brasil já<br />
recebeu aqui em Bolonha foram<br />
sempre pelo texto e tiveram um reflexo<br />
internacional muito bom. Fica<br />
evidente que existe literatura de<br />
qualidade sendo produzida no Brasil.<br />
A feira é uma vitrine importante,<br />
um ótimo momento para trocar<br />
ideias, ver que tipo de catálogo cada<br />
editor tem, que afinidade existe<br />
entre o autor e o editor — explica<br />
Ana Maria Machado que recebeu,<br />
em 2000, o prêmio Hans Christian<br />
Andersen, considerado o prêmio<br />
Nobel da literatura infantil.<br />
O escritor Yves Hublet, brasileiro<br />
descendente de italianos, participou<br />
da feira pela primeira vez,<br />
concretizando um projeto pessoal<br />
de 25 anos. Ele propõe assuntos<br />
universais e instrutivos em suas<br />
narrativas em forma de fábulas.<br />
— Nos meus livros procuro<br />
abordar temas importantes, onde<br />
a criança vai lendo e aprendendo<br />
sem sentir – acrescenta<br />
Hublet, que mora<br />
na Bélgica há dois<br />
anos e meio.<br />
Em outro pavilhão,<br />
em um estande<br />
todo dedicado à<br />
Turma da Mônica,<br />
Mauricio de Souza<br />
e sua equipe<br />
todos os anos<br />
Il ragazzo è<br />
impegnato a crescere<br />
(Edizioni Topipittori)<br />
Autor: Roberto Denti - O que<br />
acontece quando seu pai é o<br />
diretor da escola e sua mãe<br />
uma professora? E quando<br />
sua avó não é uma simples e<br />
doce velhinha, mas um verdadeiro<br />
general com um temperamento<br />
nada fácil? E, como<br />
se não bastasse, seu irmão<br />
é o mais bonito e inteligente<br />
da turma? É óbvio: você<br />
sonha com a fuga. E talvez<br />
você não fique só no sonho,<br />
mas tente realmente embarcar<br />
numa nave de piratas, como<br />
acontece nos livros.<br />
fecham importantes negociações<br />
que vão desde a publicação das<br />
histórias em quadrinhos - traduzidas<br />
em mais de 22 idiomas - até<br />
o contrato com redes televisivas.<br />
Durante vários meses do ano os<br />
personagens de Mauricio de Souza<br />
podem ser vistos na Rai 2, importante<br />
canal italiano, semanalmente,<br />
às 7 horas da manhã.<br />
— Para nós não existe crise –<br />
afirma o criador da famosa turma<br />
de personagens de história em<br />
quadrinhos.<br />
O papagaio que não<br />
gostava de mentiras<br />
e outras fábulas africanas<br />
(Pallas Editora)<br />
Autor: Adilson Martins – A<br />
obra apresenta uma coleção<br />
de fábulas africanas. Uma<br />
ótima forma de educar as<br />
crianças e <strong>faz</strong>er com que os<br />
adultos reflitam mais sobre<br />
a sua conduta, numa inteligente<br />
crítica social.<br />
50 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009 A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 51
fotografia<br />
Visões<br />
de mundo<br />
Exposição em São Paulo apresenta o melhor da<br />
produção fotográfica brasileira contemporânea<br />
A<br />
ideia de ver o mundo através<br />
dos olhos de outrem<br />
pode soar como fantasia<br />
realizada ao visitante da<br />
17ª edição da Coleção Pirelli/<br />
MASP de Fotografia, em cartaz<br />
até 3 de maio no Museu de Arte<br />
de São Paulo Assis Chateaubriand.<br />
Uma pausa para conhecer<br />
a exposição, na eufórica Avenida<br />
Paulista, centro financeiro da capital,<br />
tende a significar uma viagem<br />
no tempo e no espaço.<br />
Este ano, a seleção de 80<br />
obras de 24 fotógrafos brasileiros<br />
e estrangeiros residentes no<br />
país traz registros históricos e,<br />
muitas vezes, distantes dos centros<br />
urbanos.<br />
— A coleção Pirelli é reconhecida<br />
no âmbito da fotografia.<br />
Tat i a n a Bu f f<br />
Correspondente • São Paulo<br />
Um registro de Milon Alram<br />
É um dos trabalhos mais duradouros<br />
deste tipo no Brasil, talvez o<br />
único, e isto a um certo ponto se<br />
transforma em uma grande força<br />
— diz a coordenadora do projeto<br />
desde 1991, Anna Carboncini,<br />
<strong>italiana</strong> radicada no país há cerca<br />
de 30 anos.<br />
Em relação às edições anteriores,<br />
além de a mostra atual acrescentar<br />
20 fotos em comemoração<br />
aos 80 anos da Pirelli no Brasil, a<br />
comissão organizadora convidou,<br />
no ano passado, quatro consultores<br />
para colaborar na seleção. Integraram<br />
as consultorias regionais<br />
a galerista Márcia Mello, do Rio de<br />
Janeiro e os fotógrafos Orlando<br />
Azevedo, de Curitiba; Pedro David,<br />
de Minas Gerais e Tiago Santana,<br />
de Fortaleza. O grupo sugeriu artistas<br />
das respectivas regiões, com<br />
o objetivo de “enriquecer a coleção<br />
e aprofundar a pesquisa”, como<br />
explica Anna Carboncini.<br />
Os artistas<br />
Três gerações de fotógrafos compõem<br />
o panorama imagético da<br />
17ª edição da Coleção Pirelli/<br />
MASP. São artistas nascidos entre<br />
1910 e 1920, nos anos 1940<br />
a 1950 e de 1960 a 1980. No fio<br />
cronológico, Voltaire Fraga (1911-<br />
2006), de Salvador, capta em preto<br />
e branco um modus vivendi inteiramente<br />
alheio aos bruscos modos<br />
sociais modernos. Como se fosse<br />
possível tocar certa fábula de delicadeza,<br />
consumada no banal cotidiano<br />
por ele retratado, sem prender-se<br />
aos limites não menos paradisíacos<br />
do cenário, a Bahia.<br />
Da mesma geração, os instantâneos<br />
de Helmuth Wagner<br />
(1924-1988) exploram geometrias<br />
estruturais e remetem ao<br />
efeito obtido pelo singular M.C.<br />
Escher (1898-1972), artista gráfico<br />
holandês. Em vertente diversa,<br />
o parisiense Milan Alram<br />
(1926), residente no Rio, trabalhou<br />
para as principais agências<br />
publicitárias das décadas de 1940<br />
a 1970, documentando os “anos<br />
dourados” e o charme da bossa<br />
nova na Cidade Maravilhosa.<br />
A moda e o fotojornalismo<br />
assinalam sua relevância histórica<br />
e artística com registros personalíssimos,<br />
de técnica apurada.<br />
São nomes reconhecidos internacionalmente<br />
como Gui Paganini,<br />
Jacques Dequeker, Nani Gois,<br />
Barbara Wagner – com a fogosa<br />
série Brasília Teimosa, realizada<br />
no bairro de mesmo nome em Recife<br />
-, Ricardo Labastier, Anderson<br />
Schneider e o mestre mineiro<br />
Rui Cezar dos Santos.<br />
Ao longo da exposição, obras<br />
de fotógrafos de apelo mais intimista<br />
operam como veículo<br />
de expressão de interiores<br />
ora luminosos, ora divertidos,<br />
bucólicos ou dramáticos.<br />
O mineiro José Faria,<br />
autodidata que opta pelo experimentalismo,<br />
<strong>faz</strong> fusões e<br />
sobreposições e cria imagens<br />
poéticas e oníricas.<br />
Rogério Ghomes e Felipe Hellmeister,<br />
ambos de gerações mais<br />
A partir da esquerda, imagens de Rui Cesar Santos, André François e<br />
Milon Alram. Abaixo, uma obra de José Faria<br />
recentes, se apresentam com<br />
composições instigantes. Diante<br />
delas, é preciso parar e olhar com<br />
atenção para perceber o sublime<br />
do exato instante congelado.<br />
Ghomes teve seu triplo quadro intitulado<br />
Olhaí, justamente traduzido<br />
para o inglês como Consider.<br />
A série de fotos de Hellmeister,<br />
chamada É doce Morrer no Mar,<br />
parece reverenciar os pintores<br />
Francis Bacon (1909-1992) e Lucien<br />
Freud (1922), tal a energia<br />
expressiva da deformação.<br />
Contemporâneos, Zé Frota e<br />
Rodrigo Zeferino incluem a distorção<br />
como ferramenta em seus trabalhos,<br />
com resultados diversos.<br />
Neles, o foco é a realidade jornalística<br />
das periferias. De efeito cinematográfico,<br />
utilizando lentes<br />
especiais, os registros de Fausto<br />
Chermont, de São Paulo, passeiam<br />
por paisagens gráficas exuberantes,<br />
a fixar o olhar do observador<br />
em alegorias imagéticas.<br />
A exploração fotográfica da<br />
abstração geométrica, inédita na<br />
Coleção Pirelli/MASP, cabe a Ana<br />
Vitória Mussi, cuja obra representa<br />
“a mais significativa ruptura<br />
estética desta edição”, segundo<br />
os organizadores. A fotógrafa, catarinense<br />
de Laguna, estudou serigrafia<br />
nos fim dos anos 1980 na<br />
Escola de Artes Visuais do Parque<br />
Lage, no Rio de Janeiro. Costuma<br />
expor no Brasil e no exterior.<br />
Outro marco deste ano é a<br />
“exposição dentro da exposição”<br />
de André François, paulistano de<br />
44 anos, que realiza documentários<br />
na área da saúde desde 2005.<br />
Os 20 registros estão em uma<br />
área especial, criada pelo Conselho<br />
Curador. O fotógrafo aborda<br />
a questão da humanização da<br />
medicina e a busca dos cidadãos<br />
de regiões ainda remotas, como a<br />
Amazônia, por tratamento médico.<br />
Entre o choque e o afeto, os<br />
instantâneos pronunciam o que<br />
há por <strong>faz</strong>er nessa área.<br />
François, autor dos livros Cuidar,<br />
Um Documentário sobre a<br />
Medicina Humanizada no Brasil<br />
e A Curva e o Caminho, Acesso à<br />
Saúde no Brasil, recebeu o apoio<br />
da Organização das Nações Unidas<br />
(ONU) para levar seu projeto<br />
a outros países.<br />
Mundo à parte<br />
Zig Koch, arquiteto curitibano que<br />
mergulhou na fotografia desde a<br />
adolescência, extrai da natureza<br />
imagens literalmente mágicas,<br />
empregando recursos aparentemente<br />
simples, mas raros, como a<br />
paciência. Na foto de um macaco,<br />
por exemplo, a impressão primeira<br />
é a de um desenho magnífico<br />
que quase leva à suspeita de que<br />
o primata “quis” posar.<br />
Koch trabalha para grandes<br />
publicações nacionais e internacionais<br />
especializadas e atua nas<br />
organizações não-governamentais<br />
WWF e SOS Mata Atlântica,<br />
entre outras.<br />
Em linha semelhante, o engenheiro<br />
e fotojornalista Zé Paiva,<br />
de Porto Alegre, ganhou espaço<br />
na mostra com retratos da serra<br />
gaúcha, a um só tempo documentais,<br />
encantadores e, por que<br />
não, vocativos de certo bucolismo.<br />
No mesmo espírito se enleva<br />
a fotografia autoral de André Paoliello,<br />
cujas obras selecionadas<br />
parecem deslizar ora sobre a névoa,<br />
ora sob o céu e a vegetação<br />
sedutores dos litorais.<br />
Ainda sob a égide da fantasia<br />
– agora humana, demasiado humana<br />
– a presença da renomada<br />
Vânia Toledo evoca o universo das<br />
celebridades, do erotismo e puro<br />
hedonismo. Um dos instantâneos<br />
traz uma das “tigresas” dos anos<br />
1970/80, a cantora Gal Costa, no<br />
ápice da glória e graça.<br />
Tão consolidado quanto Vânia,<br />
Bob Wolfenson aparece na<br />
seção final da mostra com o inusitado<br />
ensaio “A Caminho do<br />
Mar”, com registros metalizados<br />
e obscuros capturados desde a<br />
rodovia que passa por Cubatão,<br />
cidade uma vez considerada ecologicamente<br />
morta.<br />
SERVIÇO:<br />
Coleção Pirelli/MASP de Fotografia –<br />
17ª Edição. MASP - Museu de Arte<br />
de São Pau l o Assis Chateaubriand -<br />
Av. Pau l is ta, 1.578 - Cerqueira César<br />
- São Pau l o – SP. Ho r á r i o: terçafeira<br />
a domingo e feriados, da s 11h às<br />
18h; q u i n ta at é 20h. A bilheteria fec<br />
h a u m a ho r a antes. Ingresso: R$ 15<br />
(inteira) e R$ 7 (estudante), g r at u i to<br />
às terças-feiras e diariamente pa r a m e-<br />
no r e s de 10 anos e maiores de 60 anos.<br />
In f o r m a ç õ e s: (11) 3251-5644.<br />
52 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 53
artes<br />
Fenômeno que ocorre principalmente<br />
nas grandes<br />
cidades, o smog é uma<br />
mistura de gases, fumaça<br />
e vapores de água que formam<br />
uma grande massa de ar carregada<br />
de poluição. Costuma irritar<br />
os olhos e adoecer os pulmões.<br />
Graças, porém, ao artista<br />
italiano Alessandro Ricci, o maléfico<br />
smog está virando sinônimo<br />
de arte.<br />
É com essa sujeira do ar, respirada<br />
por ele e os habitantes de<br />
Florença, onde mora, que Ricci<br />
cria seus quadros. Neles, retrata<br />
paisagens e cenas urbanas que<br />
podem ser vistas na mostra em<br />
exposição no museu florentino<br />
Ginger Zona di Scandicci. O escapamento<br />
de um carro em movimento,<br />
a chaminé das indústrias<br />
e das fábricas e a chuva ácida<br />
que mancham de negro os mármores<br />
brancos dos monumentos<br />
espalhados pela cidade produzem<br />
os elementos fundamentais<br />
da pintura de Ricci.<br />
O smog que provoca mal estar<br />
nas pessoas chega “plasmado”<br />
na telas do artista. Formado<br />
em ciências naturais, Ricci decidiu<br />
aplicar nas telas as partículas<br />
em suspensão depositadas em<br />
monumentos, persianas e fachadas<br />
dos prédios. Resumo da obra:<br />
ele pinta com o que se respira,<br />
expressa o que vê.<br />
Para recolher a matéria-prima<br />
básica dos seus quadros,<br />
o artista sai de casa com uma<br />
escada e sobe nas estátuas de<br />
mármore branco enegrecidas pela<br />
sujeira urbana.<br />
— Eu passo um pano úmido<br />
nas superfícies que encontro pelo<br />
caminho e capturo o material<br />
que será usado como a base para<br />
a minha tinta — explica Ricci.<br />
Quando<br />
poluição<br />
vira arte<br />
Artista italiano usa smog para pintar<br />
quadros em protesto contra a poluição<br />
Quadro intitulado “Luna di Periferia”<br />
Gu i l h e r m e Aq u i n o<br />
Correspondente • Milão<br />
Ao longo da operação de coleta,<br />
ele já sabe onde encontrar<br />
as diferentes tonalidades<br />
do smog. Nas vias mais estreitas,<br />
engarrafadas, as partículas<br />
em suspensão são mais escuras.<br />
Já nas ruas com menos tráfico,<br />
a sujeira do ar é mais clara. Do<br />
preto escuro ao cinza claro é<br />
possível se obter, segundo ele,<br />
apenas na diferença de alguns<br />
quarteirões.<br />
O artista começou a pintar<br />
com smog, por acaso, dois anos<br />
atrás. Ele realizava, para o laboratório<br />
da Universidade de Florença,<br />
uma analise química de<br />
amostras de aerosol pelas ruas<br />
da cidade. Durante o trabalho,<br />
Ricci sujou o braço de preto ao<br />
se esfregar numa fachada. Pintor<br />
amador, ele decidiu unir a técnica<br />
e a ciência ao protesto contra<br />
a poluição do ar.<br />
No começo, o artista conseguia<br />
as partículas junto ao Centro<br />
Nacional de Pesquisa, em Sesto<br />
Fiorentino, órgão responsável<br />
pelo monitoramento das condições<br />
atmosféricas da cidade. Depois,<br />
o pintor começou a ir ele<br />
mesmo buscá-las nas ruas.<br />
O atelier de Ricci é num cômodo<br />
da casa onde vive. Nas<br />
horas vagas, ele separa as partículas<br />
escuras absorvidas pelos<br />
panos e cotonetes que deixa na<br />
mesa de jantar. O artista não usa<br />
pinceis e nem tintas coloridas.<br />
No lugar deles está um palito enrolado<br />
com algodão e o smog. O<br />
artista “suja” a tela branca com<br />
a poeira e depois a limpa com<br />
algodão úmido criando os desenhos,<br />
delineando as formas e as<br />
imagens que irão compor o quadro.<br />
No final, Ricci usa um fixador<br />
especial para colar as partículas<br />
no quadro.<br />
As tonalidades vão do branco<br />
ao preto, passando por diferentes<br />
tons de cinza. A realidade,<br />
em preto e branco, surge nas formas<br />
de prédios, carros, condomínios<br />
de periferia, além de famosos<br />
cartões postais de Florença,<br />
como a catedral de Santa Maria<br />
del Fiore, pontos de atrações turísticas,<br />
manchados pelo ar poluído.<br />
Algumas imagens abstratas<br />
também são pintadas por Ricci.<br />
Por enquanto, ele só não ousou<br />
pintar os pulmões de quem respira<br />
o smog.<br />
— Falta ainda retratar as<br />
conseqüências dessa poluição no<br />
nosso corpo — diz ele.<br />
E se depender do andar da<br />
carruagem, o artista vai ter sempre<br />
à disposição as suas “tintas”<br />
gratuitas. Mesmo sendo considerada<br />
uma cidade de arte, Florença<br />
sofre, e muito, os efeitos<br />
da poluição. Segundo a Legambiente,<br />
importante ONG <strong>italiana</strong>,<br />
em 2008, os habitantes viveram<br />
101 dias com o smog acima do<br />
limite máximo permitido pela<br />
lei: o valor PM10 por 35 dias ao<br />
ano. A mesma ONG alertou que,<br />
nos últimos três meses, a população<br />
florentina respirou, durante<br />
27 dias, um ar que coloca em<br />
risco a saúde pública.<br />
54<br />
C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009
design<br />
televisione<br />
Made<br />
in Rio<br />
Pela primeira vez, designers fluminenses<br />
realizam exposição durante o Salão<br />
Internacional do Móvel em Milão<br />
A<br />
capital mundial<br />
do Design e<br />
das inovações será palco<br />
da exposição Rio + Design<br />
durante o maior evento do setor,<br />
o Salão Internacional do Móvel<br />
2009, que ocorre entre os dias 21<br />
e 27 de abril, em Milão. Graças<br />
a uma parceria entre a secretaria<br />
estadual de Desenvolvimento<br />
Econômico, Energia, Indústria e<br />
Serviços do Rio de Janeiro (Sedeis),<br />
Sebrae/RJ, Câmara Ítalo-<br />
Brasileira de Comércio e Indústria<br />
e Agência de Promoção de<br />
Milão (Promos Milano), 18 designers<br />
cariocas “invadirão” a capital<br />
da Lombardia para mostrar<br />
seus produtos.<br />
Sílvia So u z a<br />
Cadeiras, luminárias,<br />
bolsas, jóias e mesas<br />
de escritório são algumas<br />
das peças que serão expostas na<br />
feira <strong>italiana</strong>. Muitas delas aludem<br />
diretamente à cidade do Rio<br />
de Janeiro.<br />
Faz parte do grupo, por exemplo<br />
o arquiteto Guto Índio da Costa,<br />
responsável pelos quiosques<br />
que adornam a orla de Copacabana.<br />
TT Leal é uma das fundadoras<br />
da Cooperativa de Trabalho Artesanal<br />
e de Costura da Rocinha, a<br />
Coopa-Roca. O trabalho das costureiras<br />
da Rocinha freqüenta<br />
muitas lojas elegantes de Ipanema.<br />
O designer Gilson Martins é o<br />
autor das bolsas que reproduzem<br />
o Corcovado e o Pão de Açúcar,<br />
dois dos principais cartões-postais<br />
do Rio de Janeiro.<br />
Além deles, dividirão o espaço<br />
de mais de 100 metros reservados<br />
ao Rio de Janeiro, em Milão,<br />
artistas como Sérgio Rodrigues,<br />
Mendes Hirth, Fred Gelly,<br />
Jaakko Tamela, Claudia Moreira<br />
Salles, Taciana de Abreu e Silva,<br />
Marcela Albuquerque, Carlos Simas,<br />
Marcos Oliva, Thiago Maia,<br />
Carlos Alcantarino, Fernando Jaeger,<br />
Angela Carvalho e Maria<br />
Helena Torres.<br />
De acordo com a Sedeis, a seleção<br />
dos designers e das peças<br />
que seguiriam para a Itália foi feita<br />
por membros do Conselho Consultivo<br />
de Design, que integra o<br />
programa Rio é Design, da secretaria.<br />
As peças ficarão expostas<br />
no espaço Porticato, no Palazzo<br />
Affari ai Giureconsulti, ao lado do<br />
Duomo, na Piazza Mercanti.<br />
Considerado um dos eventos<br />
mais importantes do setor moveleiro<br />
mundial, o Salão do Móvel<br />
de Milão chega a sua 48ª edição<br />
e reúne artistas de todas as partes<br />
do mundo. O objetivo é apresentar<br />
tecnologia, cultura, inovação<br />
e tendências do setor. Neste<br />
ano, uma mostra especial contará<br />
Objetos de Carlos Cantarino e<br />
equipamentos de Índio da Costa<br />
a história do design italiano através<br />
da evolução dos móveis da<br />
antiguidade até os dias atuais.<br />
Além da projeção no exterior,<br />
a intenção com a participação<br />
brasileira é promover a competitividade<br />
de empresas nacionais que<br />
miram o mercado externo.<br />
Di ritorno<br />
alle origini<br />
Telenovela della Record, che parla di mafia, riporta in Italia l’attore Nicola Siri<br />
Completamente adattato<br />
in Brasile dove vive da<br />
sei anni, l’attore Nicola<br />
Siri, autentico genovese,<br />
ha avuto un’opportunità unica<br />
l’anno scorso. Scelto per interpretare<br />
l’avvocato Paulo nella<br />
nuova telenovela delle 22.00<br />
della rete televisiva Record, Siri<br />
è tornato in Italia. Era la prima<br />
volta che tornava nel suo paese<br />
per lavorare.<br />
La produzione brasiliana l’ha<br />
portato in Sicilia, dove sono state<br />
girate le scene iniziali di Poder<br />
Paralelo, storia di Lauro César<br />
Muniz creata dal libro Honra<br />
ou Vendetta, di Silvio Lancelotti,<br />
che presenta la mafia come punto<br />
di partenza della trama.<br />
— Ero già stato in Italia per<br />
girare un corto. Ma tornare al lavoro<br />
in una telenovela è speciale<br />
perché il Brasile è primo al mondo<br />
nel genere. Per tre settimane,<br />
a Palermo, le giornate sono state<br />
intense. Sono stato molto felice<br />
di poter aiutare la troupe con la<br />
lingua e nei problemi più semplici<br />
— commenta Siri, 40 anni,<br />
che così come il suo personaggio,<br />
ossia il braccio destro del<br />
protagonista Tony Castellamare<br />
(Gabriel Braga Nunes), ha seguito<br />
i passi del regista Ignácio Coqueiro<br />
da vicino.<br />
Prevista per andare in onda la<br />
terza settimana di aprile, Poder<br />
Paralelo comincia con un attentato.<br />
La vittima è Tony, brasiliano<br />
di origini italiane che vive a<br />
Palermo, sospetto di essere legato<br />
alla mafia. L’ordine di ucciderlo<br />
viene intercettato da un “delegado”<br />
della Polícia Federal brasiliana,<br />
Téo Meira (Tuca Andrada),<br />
capo dell’operazione che indaga<br />
una potente rete del narcotraffico.<br />
Il “delegado” evita che Tony<br />
muoia, ma non riesce a salvare<br />
sua moglie, Marina (Daniela Galli)<br />
e le due figlie gemelle. Tony<br />
scopre che il piano è partito dal<br />
Brasile e ritorna alla sua terra<br />
natale disposto a vendicarsi.<br />
— Non si sente il limite tra<br />
la storia di Silvio e la mia. Siamo<br />
stati molto attenti a fare questa<br />
fusione. Le azioni del crimine organizzato<br />
guidano la suspense sul<br />
coinvolgimento o no di Tony in<br />
questo schema — spiega Muniz.<br />
Se subito agli inizi della telenovela<br />
si vuole lasciare confusi i<br />
Sílvia So u z a<br />
Nicola Siri (a destra) in<br />
scena come Paulo<br />
telespettatori per ciò che riguarda<br />
la personalità di Tony, il personaggio<br />
di Siri riveste un ruolo<br />
importante in questo gioco:<br />
— Il mio personaggio è un<br />
italiano sposato con una brasiliana.<br />
Funziona come facilitatore<br />
e consigliere di Tony e, come lui,<br />
sarà sotto tensione quando ci sarà<br />
il dubbio sul suo coinvolgimento<br />
con la mafia. È Paulo ad occuparsi<br />
degli affari di Tony e quando questi<br />
decide di tornare in Brasile,<br />
Paulo va con lui — spiega Siri. —<br />
Sono entusiasta perché la storia<br />
è un romanzo che parlerà del mio<br />
paese. Ma spero che non percorra<br />
gli stereotipi costruiti negli anni<br />
’60. Questa è una chance di sfuggire<br />
dall’Italia che molti conoscono<br />
in Brasile, che è quella di Peppino<br />
di Capri. Il regista ha voluto<br />
che tutto rispecchiasse la realtà<br />
che gli italiani vivono oggi.<br />
Il lavoro che ha avuto dietro<br />
alle cineprese come una specie<br />
di aiuto regista ha risvegliato<br />
nell’attore la voglia di provare altri<br />
lavori di questo tipo. Come regista,<br />
si capisce. Per Siri, la Sicilia<br />
e la Sardegna sono le regioni<br />
“più belle d’Italia”. Ma il gruppo<br />
non ha avuto molto tempo per<br />
andare in giro:<br />
— Credo che tanto in Sicilia<br />
come in Sardegna la semplicità<br />
della vita e la valorizzazione delle<br />
piccole cose di tutti i giorni<br />
siano più preservate che in altri<br />
luoghi in Italia, per questo<br />
ne sono rimasto affascinato. Ma<br />
l’unico posto dove ho potuto portare<br />
dei colleghi è stata la Valle<br />
dei Templi, ad Agrigento. Oltre a<br />
questo, solo a ristoranti.<br />
Già in Brasile la produzione<br />
ha scelto la città di Serra Negra,<br />
nell’interno di São Paulo, come<br />
set che simula la continuazione<br />
dei fatti iniziati in Italia. Secondo<br />
il regista, degli angoli del luogo<br />
sono propizi a dare immagini<br />
di montagne uguali a quelle viste<br />
nello Stivale. A Rio de Janeiro,<br />
dove sono gli studi della tv,<br />
è stata messa in piedi una città<br />
scenografica per il resto della<br />
trama. Nella telenovela il principale<br />
legame tra il Brasile e l’Italia<br />
sarà intrecciato grazie alla<br />
relazione tra la giornalista Lídia<br />
(Mirian Freeland) e Tony.<br />
Edu Moraes/ Record<br />
56 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 57
Firenze<br />
italian style<br />
Vademecum<br />
per il turista<br />
Giordano Iapalucci<br />
La città di Firenze sta cercando di metter<br />
mano alla sensibilizzazione e all’educazione<br />
verso quegli equilibri che intercorrono<br />
tra i propri cittadini e i flussi turistici<br />
che nella città del rinascimento superano i<br />
9 milioni l’anno. È stato così varato il decalogo<br />
dell’eco-turista ed ho pensato di proporvelo<br />
per sapere cosa ne pensate (comunita<strong>italiana</strong>.giornalismo@gmail.com):<br />
1 - Informatevi sulle regole per un turismo<br />
migliore che salvaguardi la qualità<br />
ambientale;<br />
2 - Non sporcate la città e non danneggiatela:<br />
niente scritte e chewing gum sui muri,<br />
cartacce per terra, arrampicate su opere<br />
d’arte, bottigliette e carte lasciate a giro;<br />
3 - Scegliete prodotti con confezioni riciclabili<br />
e con poco imballaggio;<br />
4 - Non sprecate risorse come l’acqua, soprattutto<br />
in estate, sia durante il soggiorno<br />
in albergo sia durante la visita alla città;<br />
5 - Utilizzate trasporti ecocompatibili,<br />
privilegiando soprattutto i mezzi pubblici;<br />
ideali sono anche la bicicletta e i<br />
mezzi elettrici che possono essere noleggiati<br />
in diversi luoghi della città;<br />
6 - Rispettate la cultura, la città, i suoi abitanti;<br />
ad esempio, assumete comportamenti<br />
consoni nelle chiese, che sono soprattutto<br />
luoghi di culto e non fate confusione a<br />
giro per la città, specialmente di notte;<br />
7 - Preferite prodotti e ristoratori che<br />
propongono alimenti tipici o comunque<br />
coltivati con metodi biologici, a basso<br />
impatto ambientale; così avrete modo di<br />
comprendere meglio tutti gli aspetti della<br />
cultura toscana.<br />
8 - Informatevi sulle strutture pubbliche a<br />
vostra disposizione, come le piste ciclabili<br />
e le fontane dell’acqua potabile. In accordo<br />
con gli albergatori aderenti a questo<br />
progetto, il CIAL (Consorzio Imballaggi Alluminio)<br />
vi offre un’utile borraccia in alluminio<br />
riciclato che potete riempire nelle<br />
fontane e riutilizzare ogni volta che volete.<br />
9 - Provate percorsi alternativi, in modo<br />
da alleggerire quelli più sfruttati e ricordate<br />
che Firenze è ricchissima di altri<br />
straordinari musei oltre agli Uffizi e all’Accademia.<br />
Se possibile, viaggiate fuori stagione<br />
per non contribuire alle congestioni<br />
e agli affollamenti: la scelta di un periodo<br />
diverso permette anche di apprezzare meglio<br />
la città e le sue bellezze.<br />
10 - Scegliete strutture ricettive impegnate<br />
nella salvaguardia dell’ambiente e<br />
garantite dalla certificazione dei Marchi<br />
di Qualità ecologica.<br />
I Medici e le Scienze<br />
Il 15 maggio prossimo sarà inaugurata<br />
la mostra sugli strumenti e macchine<br />
scientifiche delle collezioni della famiglia<br />
dei Medici presso il Museo degli Argenti<br />
(Palazzo Pitti). In particolare Cosimo<br />
I e Ferdinando II svolsero un ruolo molto<br />
importante nelle discipline fisico-matematiche.<br />
Non si limitarono alla sola attività<br />
Il volto di Michelangelo<br />
Casa Buonarroti, il 7 maggio prossimo,<br />
inaugurerà una mostra dal titolo “Il<br />
volto di Michelangelo” sui ritratti e le raffigurazioni<br />
fatti allo stesso genio che proprio<br />
perché non amava ritrarsi né farsi ritrarre<br />
risulta essere molto originale. Durante<br />
l’esposizione, il visitatore, ne potrà vedere<br />
in forma originale addirittura quattro tra cui<br />
quelli di Giuliano Bugiardini e di Jacopino<br />
del Conte. Interessante anche la parte conclusiva<br />
della mostra che mette in evidenza<br />
un ritratto interiore dell’artista attraverso<br />
descrizioni sotto forma di scritti e di rime.<br />
L’esposizione rimarrà aperta fino al 30 luglio.<br />
L’ingresso è di 6,50 euro con orario che<br />
va dalle 9.30 alle 16.00.<br />
politica del Granducato di Toscana ma si<br />
resero conto dell’importanza che la conoscenza<br />
scientifica rivolgeva nell’attività di<br />
controllo tecnologico e nella stessa solidità<br />
che questa poteva portare nel prestigio<br />
del potere politico. Ingresso euro 12. Orario<br />
di apertura dal martedì alla domenica<br />
dalle 8.15 - 18.50.<br />
I profumi di Boboli<br />
Arrivata alla sua terza edizione, la rassegna<br />
dal nome “I profumi di Boboli”,<br />
propone prodotti di grande ricercatezza e<br />
risultati di antiche ricette messi in pratica<br />
da erboristi e da profumieri artigianali della<br />
regione. Si potranno così incontrare<br />
cosmetici preparati<br />
con ingredienti naturali<br />
come frutta,<br />
fiori e olio<br />
di oliva. Di grande<br />
rilevanza anche<br />
la parte dedicata<br />
alle tisane, infusi,<br />
saponi e oli essenziali.<br />
Per i più giovani sono<br />
presenti percorsi olfattivi organizzati dalla<br />
libreria Cappello di Merlino che si occupa<br />
proprio di ragazzi. Per chi, invece, ritiene di<br />
avere il pollice verde non deve perdere la dimostrazione<br />
di decorazione floreale dove sarà<br />
possibile interagire e cimentarsi personalmente<br />
con gli ornamenti. Dal 7 al 10 maggio.<br />
Ingresso gratuito.<br />
Os produtos mencionados estão disponíveis no mercado italiano.<br />
Rotisserie<br />
Esta máquina com espeto<br />
giratório assa até os produtos<br />
congelados. Cozinhar se<br />
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com a inicial da marca estampada.<br />
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I-Gucci. Preço sob consulta no site<br />
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58 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 59
il lettore racconta<br />
Do desejo de aproximar-se de<br />
s ua s raízes ao ofício de lutar por<br />
representação dos italianos que<br />
vivem fora da Itália. O jovem<br />
Rafael Petrocco é um dos que<br />
teve a responsabilidade de falar<br />
em no m e dos novos italianos<br />
em conferência realizada em<br />
dezembro passado. Em depoimento<br />
à repórter Silvia Souza<br />
atualidade<br />
Sucesso<br />
globalizado<br />
Muzzarella de búfala é a base dos pratos de uma<br />
rede de restaurantes italianos que chega ao Brasil<br />
Sapori d’Italia<br />
Nay r a Garofle<br />
Meu nome é Rafael<br />
Petrocco, tenho<br />
27 anos e moro em<br />
Campinas, interior<br />
de São Paulo. Meus avós vieram de<br />
Carpineto della Nora, Abruzzo, em<br />
1952, trazendo seus 8 filhos. Desembarcaram<br />
em Santos e foram para<br />
São José do Rio Pardo para trabalhar<br />
na plantação de café. Depois,<br />
se mudaram definitivamente para<br />
Campinas. Aqui no Brasil nasceu o 9º<br />
filho - meu pai.<br />
Apesar da proximidade da família,<br />
nós (filhos e netos) nunca tivemos<br />
muito contato com a cultura<br />
e com a língua <strong>italiana</strong>, já que foi<br />
necessário se adaptar ao Brasil para<br />
continuar a vida. Um tio, porém,<br />
reatou o contato com os irmãos de<br />
meu avô e, assim, aos poucos, fomos nos<br />
reaproximando. Alguns dos meus tios<br />
voltaram para rever os parentes e<br />
reviver a história, e alguns primos<br />
da Itália vieram nos visitar. Primeiro,<br />
a aproximação se deu entre<br />
os mais velhos, com encontros realizados<br />
na casa da nonna. Em 2006<br />
vieram também os filhos dos primos,<br />
jovens com 17 e 16 anos. Foi nesse<br />
momento que percebemos que alguma<br />
coisa poderia acontecer.<br />
Era a primeira vez que tínhamos<br />
contato com a nova geração, e<br />
esse contato nutriu a vontade de<br />
um dia ir para a Itália. Eu e mais<br />
dois primos iniciamos um curso de<br />
italiano, e um ano depois realizamos<br />
nosso sonho: conhecer a cidade<br />
onde meu avô nasceu. Durante<br />
o curso, e antes da viagem, meu<br />
tio mais velho, que é presidente<br />
de uma associação, me convidou para<br />
participar de conferência de jovens<br />
no Chile, já que sou formado em<br />
Design Gráfico e sempre trabalhei<br />
com comunicação.<br />
Felizmente, a minha participação<br />
foi bem vista e eu gostei do<br />
ambiente, da amizade, do contato<br />
com outras culturas, e logo em seguida<br />
surgiu um projeto que se encaixaria<br />
no meu objetivo profissional<br />
daquele momento.<br />
Infelizmente, no Brasil, a<br />
região de Abruzzo não tinha nenhuma<br />
atividade voltada para o jovem,<br />
e a experiência do encontro<br />
nos motivou a iniciar uma atividade.<br />
Junto com outros cinco colegas,<br />
organizei um grupo de jovens chamado<br />
Giovani Abruzzesi in Brasile,<br />
o GAB (www.abruzzo.org.br/gab). Para<br />
essa tarefa, tivemos ajuda da Federazione<br />
delle Associazioni Abruzzesi<br />
in Brasile (Feabra). E além<br />
da conferência em 2006, realizada<br />
no Chile, a associação levou jovens<br />
para outras duas conferências: em<br />
2007, na Argentina e, em 2008,<br />
no Canadá.<br />
Participar dessas atividades me<br />
abriu as portas para a comunidade<br />
<strong>italiana</strong> em geral. E uma das portas<br />
abertas me levou aos projetos<br />
e eventos realizados<br />
pelo Comitato degli Italiani<br />
all’estero (Comites). Fiz<br />
parte da comissão organizadora<br />
da conferência em<br />
São Paulo, junto com outros<br />
jovens, sendo convidado a<br />
participar da delegação<br />
brasileira que representaria<br />
o país em Roma.<br />
A Conferência dos Jovens Italianos<br />
no Mundo foi o maior e mais<br />
importante prova de que podemos<br />
participar dessas mudanças, realizada<br />
com o objetivo de ouvir os jovens.<br />
Essa conferência teve uma dimensão<br />
muito maior do que outros encontros<br />
que participei, a começar pela preparação<br />
feita antes da viagem. Os<br />
temas debatidos, o nível dos participantes<br />
e a política que envolve um<br />
evento como este, teriam me causado<br />
a mesma sensação do que se nunca<br />
tivesse participado de nenhum outro<br />
encontro. Foi um elo com meu passado<br />
definitivamente recuperado.<br />
Foi sensacional ver a experiência<br />
da delegação brasileira em compartilhar,<br />
aprender quais são as realidades<br />
nas diversas regiões do país.<br />
Mesmo a delegação se encontrando<br />
pela primeira vez no aeroporto de<br />
São Paulo, pronta para o embarque<br />
rumo à terra de nossos antepassados,<br />
a sinergia foi instantânea.<br />
Agora, com muito orgulho, presido<br />
o Comitê da Associação dos Jovens<br />
Italianos no Mundo (AGIM).<br />
Em todo o globo são mais de 2300<br />
inscritos e tenho a certeza de que<br />
no Brasil, através de transparentes<br />
atos que promovam a cultura,<br />
cada vez mais jovens descendentes<br />
vão se interessar por aprofundar<br />
suas relações com a Itália. Na minha<br />
família, por enquanto, fora eu<br />
e meu tio, nenhum outro parente<br />
mergulhou nesse universo, mas sinto<br />
que todos se sentem orgulhosos de<br />
ver que ainda lembramos de nossa<br />
origem e que trabalhamos para que<br />
não seja perdida.<br />
Rafael Petrocco,<br />
Campinas - SP - 27 anos<br />
Mande sua história com material fotográfico para:<br />
redacao@comunita<strong>italiana</strong>.com.br<br />
Rio de Janeiro - Depois de 80 unidades espalhadas pelo mundo,<br />
o Fratelli la Bufala chega ao Rio de Janeiro, mais precisamente<br />
ao Leblon, um dos bairros mais charmosos da cidade.<br />
A rede foi criada por três irmãos originários de Salerno,<br />
província <strong>italiana</strong> da região da Campania. A história do Fratelli la Bufala<br />
começa quando Giuseppe, Antonio e Gennaro dissolveram o negócio<br />
de família - produção de mozzarella de búfala - para tentar a sorte em<br />
outros ramos. Giuseppe partiu para Nova Iorque, onde trabalhou como<br />
pizzaiolo até abrir sua própria casa <strong>italiana</strong>. Atestado o grande sucesso,<br />
os outros dois irmãos seguiram o caminho e se juntaram a ele na<br />
empreitada. E a matéria-prima do antigo negócio da família voltou a<br />
estar presente na vida dos irmãos La Bufala, como são conhecidos. Na<br />
Itália não há uma cidade que não abrigue um Fratelli. O primeiro foi<br />
aberto em Nápoles, há três anos. Atravessando as fronteiras <strong>italiana</strong>s é<br />
possível encontrar o restaurante na Inglaterra, Espanha, Áustria, Suíça,<br />
Alemanha e há projetos em andamento em Dubai, Tóquio e Moscou.<br />
Seguindo o conceito da rede, a ideia inicial da franquia carioca era servir<br />
apenas carne de búfalo e queijo de búfala. Porém, houve mudanças.<br />
— Adaptamos nosso cardápio de acordo com o gosto do brasileiro<br />
e o carioca, em geral, come muita carne bovina — explica um dos<br />
sócios do negócio do Rio, Paolo Mantovano, natural de Napoli, de onde<br />
já conhecia os irmãos La Bufala e que teve a iniciativa de trazer a<br />
cadeia de restaurantes para cá. — Temos fornecedores que importam<br />
os produtos que precisamos para garantir o autêntico sabor italiano.<br />
Quem comer aqui terá a mesma qualidade encontrada em todas as unidades<br />
do Fratelli pelo mundo.<br />
Na cozinha, o chef italiano Enzo Rigo prepara delícias como Prosciutto<br />
Pata Negra ou San Daniele (com focaccia), mil folhas de peixe espada<br />
flambado com bresaola de búfala, rúcula, molho panna levemente<br />
picante e salsinha. São tantas opções que o próprio Mantovano fica na<br />
O restaurante fica no Leblon, coração da zona sul carioca<br />
Gnocchi la Búfala<br />
Ingredientes: 1 kg batatas cozidas e amassadas; 300 g farinha<br />
de trigo; 1 ovo.<br />
Ingredientes para o molho: 2 dentes de alho; 4 colheres (sopa)<br />
azeite extra-virgem de oliva; 1 caixa de molho de tomate fresco;<br />
3 folhas de manjericão alfavaca (de folha grande); 150 g de mussarela<br />
de búfala fresca; 60 g de queijo parmesão ralado.<br />
Modo de preparo: Refogar os dentes de alho com o azeite até ficarem<br />
dourados, retirá-los e colocar o molho de tomate. Cozinhar<br />
por dois minutos, salgar e agregar a mussarela cortada em cubos,<br />
o queijo parmesão e as folhas de manjericão. Reservar. Cozinhar os<br />
gnocchi em água fervente previamente salgada até eles boiarem.<br />
Neste momento, os retiraremos da água com a ajuda de uma espumadeira<br />
para junta-los ao molho reservado. Colocar em recipientes<br />
refratários e decorar com tomatinhos frescos e manjericão.<br />
dúvida para escolher seu prato preferido que acaba sendo o gnocchi de<br />
ricota de bufala com tomatinhos frescos, manjericão e mozzarella.<br />
O restaurante carioca tem 90 metros quadrados e uma arquitetura que<br />
mistura aço, vidro, muita madeira de demolição e mármore. O projeto de<br />
Roberto Tuorto segue o padrão internacional com pequenas adaptações<br />
para adequá-lo ao nosso clima tropical. Com um cardápio de dar água na<br />
boca e uma carta de vinhos selecionada, os 80 lugares oferecidos pelo<br />
restaurante estão sempre ocupados. O sucesso do Fratelli la Bufala carioca<br />
empolga os donos a abrir mais restaurantes pelo Brasil. Há planos para<br />
levar a rede a São Paulo, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte.<br />
Serviço: Fratelli la Bu fa l a – Rua General San Martin, 1196<br />
Leblon – Rio de Janeiro – RJ Tel: (21) 2512-7455<br />
60 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 61
La gente,<br />
il posto<br />
Claudia Monteiro de Castro<br />
Golfo dos poetas<br />
A<br />
costa da Ligúria é uma das mais bonitas<br />
da Itália, com águas cristalinas,<br />
cidadezinhas pitorescas e colinas.<br />
Um dos trechos da costa lígure é conhecido<br />
como Golfo dei Poeti, que vai da cidadezinha<br />
de Lerici até Portovenere. Foi batizado assim<br />
pois era amada por escritores e poetas como<br />
Shelley, Lord Byron, Petrarca e Montale.<br />
Lord Byron, que além de poeta era exímio<br />
nadador, em 1822 realizou o feito de<br />
atravessar toda a baía a nado para encontrar<br />
dois amigos escritores que moravam<br />
do outro lado, na Villa Magni: Percy e Mary<br />
Shelley, ele poeta e ela, autora do famoso<br />
livro Frankenstein.<br />
Lerici, uma das cidades do golfo, é uma<br />
graça, com seu castelo genovês e seus prédios<br />
coloridos com fachadas pintadas com a<br />
técnica de trompe l’oeil, causando ilusão de<br />
ótica. No centro do Golfo fica a cidade de La<br />
Spezia, um porto comercial. Portovenere, do<br />
outro lado, é belíssima com sua esplêndida<br />
igreja de San Pietro. Ainda <strong>faz</strong>em parte do<br />
Golfo dei Poeti os simpáticos vilarejos de<br />
Tellaro e San Terenzo e três ilhazinhas: Palmaria,<br />
Tino e Tinetto.<br />
A<br />
Itália é um pequeno mundo. Cada região tem a sua culinária,<br />
a sua paisagem, o seu dialeto e seus habitantes com<br />
características peculiares. Estereótipos, é claro, mas às vezes<br />
acabam sendo confirmados. Os romanos são famosos por serem<br />
extrovertidos e às vezes vulgares. Os napolitanos, malandros. Os sicilianos,<br />
ciumentos.<br />
Os genoveses, por sua vez, são famosos pela mão fechada<br />
- não a abrem nem para cumprimentar as pessoas. Em italiano<br />
coloquial, avarento é tirchio. Dizem isso não só dos<br />
genoveses, mas dos lígures em geral, os habitantes da<br />
região de Ligúria. A fama é esta, mas é difícil saber se<br />
é verdade ou não.<br />
O lígure se defende dizendo que não é pão duro,<br />
que é oculato, ou seja, econômico, parcimonioso,<br />
que não gosta de desperdício. A explicação para isso<br />
é histórica, o fato da tradição de Gênova ser uma cidade<br />
de mar. Os comerciantes eram habituados a avaliar<br />
com cuidado o valor da moeda.<br />
Outra característica que dizem ter os genoveses<br />
é que eles nem sempre são acolhedores, que são<br />
muito fechados. Coincidência ou não, pude ver isso<br />
num restaurante em Rapallo. Estava com uma amiga<br />
brasileira. Ela entrou no restaurante e perguntou<br />
em inglês se tinha lugar. Resposta negativa. Dois<br />
minutos depois, improvisei meu melhor sotaque<br />
genovês (o brasileiro falando italiano é ligeiramente<br />
parecido) e eles conseguiram uma<br />
mesa pra mim. Minha amiga ficou furiosa.<br />
Não se conformava que não tinham<br />
dado a mesa para ela, e para mim, falsa<br />
genovesa, sim.<br />
Os genoveses<br />
Pedimos uma deliciosa massa ao pesto. Que em Gênova é o melhor<br />
do mundo. E depois de saciadas, com overdose de pesto e vários copos<br />
de vinho branco, minha amiga relaxou. Pão duro ou não, pouco acolhedor<br />
ou não - estereótipos à parte, a verdade é que a Ligúria é uma<br />
maravilha. E ainda para entrar no clima dos genoveses, pedimos até<br />
um desconto na hora da conta.<br />
62<br />
C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009
esporte<br />
atualidade<br />
Cannoniere?<br />
Futura promessa del Vasco, Philipe<br />
Coutinho è già stato venduto all’Inter di<br />
Milano e parte per l’Italia l’anno prossimo?<br />
Bruno de Lima<br />
Un ragazzo di 16 anni,<br />
carioca, a cui piace<br />
il mare, è del<br />
Vasco e ama giocare<br />
a calcio. Qualcosa<br />
fuori dal normale? No, se<br />
questo ragazzo non avesse<br />
come destino un futuro<br />
brillante sui campi italiani dal<br />
secondo semestre dell’anno prossimo,<br />
quando diventerà maggiorenne.<br />
Philipe Coutinho, che si<br />
allena nel Clube de Regatas Vasco<br />
da Gama, è già stato venduto<br />
all’Internazionale di Milano a<br />
circa 10 milioni di reais. Nel frattempo<br />
sogna di giocare una partita<br />
al Maracanã con la squadra<br />
principale del suo club. In fondo<br />
il suo tesserino è stato venduto<br />
senza che prima avesse giocato<br />
nessuna partita con la squadra<br />
professionista di São Januário.<br />
A casa è chiamato Philipinho.<br />
Sui campi, dove è praticamente<br />
una mascotte, Coutinho.<br />
Oggi il giovane calciatore è una<br />
delle maggiori promesse del Vasco.<br />
Infatti partecipa agli allenamenti<br />
della squadra principale e<br />
il tecnico in persona, Dorival Júnior,<br />
dice che giocherà presto.<br />
— Dobbiamo stare attenti<br />
con un atleta come lui, cercare di<br />
metterlo in campo nel miglior momento<br />
possibile affinché la squadra<br />
possa dargli tutto l’appoggio<br />
necessario — afferma Dorival Júnior<br />
parlando dell’attesa “prima”<br />
dell’adolescente tra i “grandi”.<br />
Timido, senza sapere cosa dire,<br />
Coutinho sembra non avere ancora<br />
coscienza del futuro promettente<br />
che circonda i suoi scarpini.<br />
Per ora trasmette una grande<br />
tranquillità, tipica di chi sta sempre<br />
con la famiglia accanto.<br />
— Dovunque io vada, mio padre<br />
viene con me. La mia famiglia<br />
si sta preparando per abitare con<br />
me in Italia e accompagnare da vicino<br />
l’Inter. Non la vedo come una<br />
cosa negativa, al contrario, voglio<br />
proprio che rimangano vicini a me<br />
— rivela l’adolescente che si è già<br />
allenato con il suo nuovo club in<br />
Italia tre volte per ambientarsi.<br />
E non sono solo i genitori a<br />
partecipare attivamente alla routine<br />
del calciatore. Coutinho è il più<br />
piccolo di tre fratelli, e ci sono 19<br />
anni di differenza tra lui e il più<br />
grande, Cristiano. Quando può, Cristiano<br />
si prende sempre la responsabilità<br />
di accompagnare il fratello<br />
più piccolo agli allenamenti. I due,<br />
i genitori e il fratello di mezzo, Leandro,<br />
31, studiano italiano insieme<br />
due volte alla settimana.<br />
Tra gli idoli di Coutinho, Kaká<br />
è il primo della lista. Ma il sogno<br />
di giocare accanto a lui dovrà essere<br />
rimandato visto che l’Inter è<br />
una delle maggiori squadre rivali<br />
del Milan.<br />
— Non c’è problema. Il mio<br />
sogno, quello vero, è giocare con<br />
lui nella nazionale brasiliana. Non<br />
dovrei fare grandi cose. Io gli passerei<br />
solo il pallone e lui farebbe il<br />
resto — dice con un tono da fan,<br />
senza rendersi conto che lui stesso<br />
potrà diventare un idolo internazionale<br />
in pochissimo tempo.<br />
A sei anni Coutinho già giocava<br />
nel campetto del condominio<br />
dove abitava, nel Rocha, zona<br />
nord di Rio. È stato il nonno di un<br />
amico ad avvisare i genitori che<br />
quel ragazzino sembrava un cannoniere.<br />
Così Coutinho è andato<br />
ad una scuola di calcio nel Clube<br />
dos Sargentos e poi è entrato nella<br />
squadra della Mangueira.<br />
— A sette anni mi hanno dato<br />
il tesserino per giocare nella Liga<br />
de Futsal dello Stato — racconta<br />
il giovane che, essendo stato cannoniere<br />
della stagione, è stato invitato<br />
a giocare nel Vasco.<br />
Nella categoria Fraldinha<br />
[Pannolino], nel 2000, Coutinho<br />
ha conquistato il bicampionato<br />
della Liga de Futsal [Calcetto]<br />
con il Vasco. Ha cominciato<br />
a giocare sui campi d’erba e ha<br />
Nay r a Garofle<br />
conquistato un titolo dietro l’altro.<br />
È stato campione carioca nel<br />
2004 nella categoria under 12,<br />
nel 2005 per quella under 13 e<br />
nel 2006 con la under 14. Senza<br />
contare la conquista della 1ª Copa<br />
do Brasil nella categoria under<br />
17, realizzata nel 2008.<br />
Dovuto ad una decisione della<br />
commissione tecnica, nel 2006 ha<br />
cominciato a giocare come centrocampista.<br />
Da quel momento ha<br />
cominciato a diventare più intimo<br />
della maglietta 10 e sono iniziate<br />
a piovere le prime convocazioni<br />
per difendere la Nazionale Brasiliana<br />
e così sono arrivati altri titoli:<br />
nel Torneo Internazionale in<br />
Spagna per la categoria under 14;<br />
nel Sudamericano under 15 e, nel<br />
2008, già come giovanile, nel Torneo<br />
Internazionale della Spagna.<br />
L’invito per allenarsi accanto ai<br />
professionisti è arrivato nel settembre<br />
dell’anno scorso.<br />
— Per ora voglio solo pensare<br />
a quello che posso fare per il Vasco.<br />
Non vedo l’ora di poter giocare tra i<br />
professionisti — dice Coutinho.<br />
Volor se consequipit la conulpute dit wisit, vullan hendignisi.<br />
Como<br />
nonno<br />
<strong>faz</strong>ia<br />
Nova geração de ítalo-brasileiros<br />
garantem, no Rio e em São Paulo, o<br />
sabor e a tradição do autêntico gelato<br />
Como os ítalo-brasileiros<br />
podem dar prosseguimento<br />
à cultura <strong>italiana</strong><br />
da família de forma<br />
empreendedora? Foi pensando<br />
nisso que o paulista Alexandre<br />
Scabin e os primos cariocas<br />
Gianpietro Bosco e Francesco<br />
Masello tiveram a mesma ideia:<br />
abrir um negócio autenticamente<br />
italiano.<br />
As cidades são diferentes e<br />
do ponto de vista comercial isso<br />
favorece, já que os jovens empresários<br />
decidiram trazer para o<br />
Brasil o sabor do autêntico gelato.<br />
Em São Paulo, Scabin abriu a<br />
Stuzzi Gelato e Caffè utilizando<br />
as receitas de seu avô Vitorio.<br />
Bruno de Lima<br />
Nay r a Garofle<br />
Os primos Francesco Masello e Gianpietro Bosco na carioca Amarena. Ao lado, a paulista Stuzzi da família Scabin<br />
— Tínhamos muitas receitas<br />
guardadas e lembranças dos gelatos<br />
do meu avô. Stuzzi era o<br />
nome da gelateria que meu avô<br />
tinha no Vêneto, antes de vir<br />
para o Brasil — conta Scabin.<br />
O jovem administrador, de<br />
34 anos, revela que a sorveteria,<br />
ou melhor, gelateria como<br />
prefere chamar, é uma forma de<br />
manter viva a tradição <strong>italiana</strong><br />
na família. Mais do que isso. Ele<br />
quer que as pessoas se sintam<br />
como se estivessem em um pedacinho<br />
da Itália, só que no coração<br />
da Vila Madalena.<br />
É com este mesmo conceito<br />
que os primos Bosco e Masello,<br />
de 32 e 28 anos, criaram a Amarena,<br />
em Copacabana. Eles são a<br />
primeira geração ítalo-brasileira<br />
da família. Na década de 60, o<br />
local era o endereço da mercearia<br />
de seus pais.<br />
— Com os supermercados<br />
a mercearia foi perdendo valor.<br />
Pensamos numa maneira de<br />
mudar de negócio. Fomos para<br />
a Itália aprender com a nossa<br />
família que já trabalhava com<br />
sorvetes em Fuscaldo, na Calábria<br />
— explica Bosco que é administrador<br />
de empresas e morou<br />
seis meses em Roma quando<br />
estudou na Universidade Italiana<br />
La Sapienza.<br />
A empolgação estampada no<br />
seu rosto ao falar sobre a sorveteria<br />
revela o orgulho de ter<br />
correndo nas veias o sangue italiano.<br />
Tanto que os conterrâneos<br />
chegam na Amarena e são atendidos<br />
no idioma de Dante para<br />
que se sintam em casa.<br />
Ambas as casas oferecem sabores<br />
exóticos e adaptados ao<br />
gosto brasileiro. A Stuzzi, por<br />
exemplo, oferece o sorvete de<br />
maçã assada com canela, finalizado<br />
com um toque de mel e morango.<br />
São 16 sabores ao todo do<br />
quais <strong>faz</strong>em parte pêra com água<br />
de coco, amora e mirtilo, são opções<br />
sem lactose e com 0% de<br />
gordura. Na Amarena, além dos<br />
apetitosos sabores como tiramisu,<br />
prosecco e caipirinha, não<br />
poderia deixar de ter o gelato<br />
de amarena, um tipo de cereja<br />
existente na Itália, que aliás é<br />
o preferido do carioca. Um dos<br />
mais curiosos é o viagro, inspirado<br />
na famosa pílula azul com<br />
adição de ginseng. A “carta” é<br />
composta por 32 sabores.<br />
Diferente da cultura <strong>italiana</strong>,<br />
os brasileiros não costumam<br />
encarar os sorvetes no inverno.<br />
Porém, os empresários garantem<br />
que esse conceito já está mudando,<br />
mas desenvolvem soluções<br />
para atrair os clientes mesmo no<br />
frio. Na Stuzzi, por exemplo, Scabin<br />
desenvolveu um setor de cafeteria,<br />
além de investir em sobremesas<br />
“menos geladas”. Na<br />
Amarena, os primos asseguram<br />
que apesar do movimento cair<br />
até 40%, após o verão, as pessoas<br />
que frequentam a casa durante<br />
o calor costumam voltar no<br />
inverno por terem a certeza que<br />
o sorvete não é tão gelado.<br />
— O gelato italiano é cremoso,<br />
consistente e, por conta dos<br />
ingredientes, não é supergelado.<br />
As pessoas percebem que podem<br />
tomar e não sentirão frio — conta<br />
Bosco que pretende futuramente,<br />
“espalhar” pelas cidades<br />
outras filiais.<br />
66 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009 A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 67
capa<br />
De volta<br />
pra casa<br />
Tornando a casa<br />
Projeto de lei de autoria conjunta de vários<br />
parlamentares, tenta trazer “talentos” de<br />
volta para a Itália em busca de um novo<br />
florescimento econômico e cultural<br />
Disegno di legge firmato da<br />
vari parlamentari cerca di<br />
riportare “talenti” in Italia in<br />
cerca di una nuova rinascita<br />
economica e culturale<br />
Ja n a í n a Cesar<br />
Correspondente • Treviso<br />
Nos últimos dez anos,<br />
a Itália perdeu muitos<br />
dos seus jovens. Não<br />
se trata de guerra ou<br />
epidemia. Essa “tropa” deixou<br />
o país em busca de melhores<br />
oportunidades profissionais.<br />
Segundo dados da Aire (Anagrafe<br />
italiani all’estero, órgão<br />
do ministério do Exterior), hoje<br />
vivem cerca de 3,7 milhões<br />
de italianos fora da Itália. Desse<br />
total, 54% têm menos de<br />
35 anos. Com eles, foram-se<br />
talentos, profissionais de excelência<br />
nas respectivas áreas<br />
de atuação que poderiam estar<br />
contribuindo para o desenvolvimento<br />
cultural e econômico<br />
da Itália.<br />
Para tentar reverter esse<br />
êxodo moderno, parlamentares<br />
fizeram algo inédito: se<br />
uniram para criar um projeto<br />
de lei conjunto. No caso, essa<br />
união foi entre os dois maiores<br />
partidos de governo e oposição,<br />
respectivamente, Povo da<br />
Liberdade e Partido Democrático,<br />
notórios rivais.<br />
O resultado chama-se Controesodo,<br />
apresentado mês<br />
passado no plenário da Câmara<br />
dos Deputados.<br />
Na prática, o que o projeto<br />
de lei propõe é a criação<br />
de um sistema de descontos<br />
fiscais para atrair de volta ao<br />
país pesquisadores e professores<br />
ligados ao mundo acadêmico,<br />
profissionais autônomos<br />
e artesãos. Eles podem optar<br />
tanto por trabalhar sob contrato,<br />
quanto por iniciar um<br />
projeto empresarial nos mais<br />
diversos setores.<br />
Os pré-requisitos estabelecidos<br />
pelo projeto de lei são<br />
simples: ter menos de 40 anos<br />
e ter morado e trabalhado no<br />
exterior pelo menos por dois<br />
anos. O texto prevê uma isenção<br />
fiscal trienal de 25 mil euros<br />
para quem optar por retornar<br />
para o norte ou para o centro<br />
do país. Quem preferir tomar<br />
o caminho do sul, terá direito<br />
a isenções de até 50 mil<br />
euros em impostos a pagar.<br />
— Controesodo parte do<br />
princípio de que quem deixa<br />
a própria terra leva consigo<br />
o desejo de contribuir, como<br />
protagonista, do crescimento<br />
e desenvolvimento do próprio<br />
país — explica o deputado Guglielmo<br />
Vaccaro (Pd), um dos<br />
15 signatários do projeto.<br />
N<br />
egli ultimi dieci anni<br />
l’Italia ha perso molti<br />
dei suoi giovani. Non<br />
si tratta di una guerra<br />
o di un’epidemia. Questa<br />
“truppa” ha lasciato il paese<br />
alla ricerca di migliori opportunità<br />
professionali. Secondo<br />
dati dell’AIRE (Anagrafe Italiani<br />
all’Estero, organo del ministero<br />
degli Esteri) oggigiorno<br />
circa 3,7 milioni di italiani<br />
vivono fuori dall’Italia. Di<br />
questi, il 54% ha meno di 35<br />
anni. Con loro, se ne sono andati<br />
talenti, professionisti di<br />
eccellenza nelle rispettive aree<br />
d’azione che potevano invece<br />
contribuire allo sviluppo culturale<br />
ed economico dell’Italia.<br />
Per cercare di ribaltare questo<br />
esodo moderno, parlamentari<br />
hanno fatto qualcosa di<br />
inedito: si sono uniti per creare<br />
un disegno di legge bipartisan<br />
tra i due maggiori partiti<br />
di governo e di opposizione, il<br />
Popolo della Libertà e il Partito<br />
Democratico, noti rivali.<br />
Il risultato si chiama Controesodo,<br />
presentato il mese<br />
scorso nell’aula del Parlamento.<br />
In pratica, ciò che viene<br />
proposto nel disegno di legge<br />
è la creazione di un sistema di<br />
sgravi fiscali per riportare in<br />
Italia ricercatori e professori<br />
legati al mondo accademico,<br />
professionisti autonomi e artigiani.<br />
Questi possono scegliere<br />
tanto di lavorare a contratto,<br />
quando cominciare un progetto<br />
imprenditoriale nei più svariati<br />
settori.<br />
I prerequisiti stabiliti dal<br />
disegno di legge sono sem-<br />
68 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009 A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 69
capa<br />
Claudio Cammarota<br />
No alto, Gugliemo Vaccaro e Laura Garavini, dois co-autores de Controesodo.<br />
O deputado Antonio Borghesi (abaixo) vê “discrepâncias” no projeto<br />
In alto, Guglielmo Vaccaro e Laura Garavini, due coautori di Controesodo. Il<br />
deputato Antonio Borghesi (sotto) vede “discrepanze” nel disegno di legge<br />
Controesodo é dividido em<br />
quatro sub-projetos: “Proteção<br />
fiscal para a reentrada de talentos”,<br />
único até agora apresentado<br />
à Câmera dos Deputados;<br />
“Learn and Back”, um crédito de<br />
imposto para quem investe em<br />
formação qualificada no exterior<br />
e depois volta para trabalhar<br />
(uma versão nacional do já existente<br />
desconto fiscal para facilitar<br />
a volta dos jovens do sul<br />
que emigraram ao norte da Itália);<br />
e um pacote de incentivos<br />
fiscais para os italianos que desenvolverem<br />
ou financiarem uma<br />
nova atividade no país. A ideia<br />
central de Controesodo é transformar<br />
o vínculo social da emigração<br />
em uma oportunidade de<br />
desenvolvimento.<br />
— O projeto é fruto de uma<br />
avaliação concreta, após perceber<br />
que muitas pessoas decidem<br />
partir em busca de melhores<br />
oportunidades de trabalho ou para<br />
escapar de uma situação de degrado<br />
social. Os números não enganam:<br />
nos últimos cinco anos,<br />
cerca 800 mil pessoas deixaram<br />
o país. A maior parte delas é do<br />
sul da Itália. Por isso pensamos<br />
em dar um maior incentivo para<br />
os que retornam para uma dessas<br />
regiões — explica Vaccaro.<br />
Segundo a Fundação Migrantes,<br />
ONG ligada à igreja católica,<br />
em uma pesquisa realizada<br />
em 2008, para cada 5 italianos<br />
com menos de 35 anos que vivem<br />
no exterior, 2 têm entre 18 e 24<br />
anos – o que representa 860 mil<br />
– e cerca de 547 mil têm de 24<br />
a 34 anos.<br />
Uma outra pesquisa, realizada<br />
pela Manpower, empresa norte-americana<br />
líder mundial em<br />
recrutamento, detectou que a<br />
Itália é o primeiro país da Europa<br />
em porcentagem onde quem<br />
oferece emprego se mostra preocupado<br />
com o empobrecimento<br />
do capital humano. O estudo<br />
indicou que o problema é uma<br />
consequência da fuga em direção<br />
ao exterior de tantos italianos. A<br />
pesquisa detectou ainda que esse<br />
“fenômeno” é causado principalmente<br />
pela emigração de jovens<br />
universitários dispostos a<br />
viajar quilômetros de distância<br />
em busca de melhores oportunidades<br />
profissionais.<br />
Foi com base nesses dados<br />
que o projeto estabeleceu o limite<br />
de idade de 40 anos para quem<br />
quiser aderir ao “chamado de retorno”.<br />
Na opinião do deputado<br />
Stefano Saglia (Pdl), um dos coautores<br />
do projeto de lei, as estatísticas<br />
mostraram que quem<br />
emigra exerce as mais diferentes<br />
profissões. Por isso, explica, a<br />
proposta apresentada “é aberta a<br />
todos os talentos”, ou seja, “foi<br />
pensada para quem trabalha com<br />
restauro, comércio, saúde, para<br />
os pequenos e médios artesãos,<br />
empresários e autônomos”.<br />
Claudio Cammarota<br />
plici: avere meno di 40 anni e<br />
aver abitato e lavorato all’estero<br />
perlomeno per due anni. Il testo<br />
prevede sconti fiscali triennali di<br />
25 mila euro per chi sceglie di<br />
ritornare al nord o al centro del<br />
paese. Chi preferisce prendere la<br />
strada del sud, avrà diritto a vantaggi<br />
fiscali di perfino 50 mila<br />
euro sulle imposte da pagare.<br />
— Controesodo parte dal<br />
principio secondo il quale chi<br />
lascia la propria terra porta con<br />
sé il desiderio di contribuire,<br />
come protagonista, alla crescita<br />
e allo sviluppo del proprio paese<br />
— spiega il deputato Guglielmo<br />
Vaccaro (PD), uno dei 15 firmatari<br />
del disegno di legge.<br />
Controesodo è diviso in quattro<br />
progetti di legge: “Scudo<br />
fiscale per il rientro di talenti”,<br />
unico finora ad essere presentato<br />
alla Camera dei Deputati; “Learn<br />
and Back”, un credito di imposta<br />
per chi investe in formazione<br />
qualificata all’estero e dopo ritorna<br />
per lavorare (una versione<br />
nazionale del già esistente sgravo<br />
fiscale per facilitare il rientro<br />
dei giovani meridionali emigrati<br />
verso il nord d’Italia); e un pacchetto<br />
di benefici fiscali per gli<br />
italiani che realizzeranno o finanzieranno<br />
una nuova attività<br />
nel paese. L’idea centrale di Controesodo<br />
è quella di trasformare<br />
il vincolo sociale dell’emigrazione<br />
in un’opportunità di sviluppo.<br />
— Il progetto è frutto di<br />
una valutazione concreta, dopo<br />
aver capito che molti decidono<br />
di partire in cerca di migliori opportunità<br />
di lavoro o per fuggire<br />
da una situazione di degrado<br />
sociale. I numeri non ingannano:<br />
negli ultimi cinque anni circa<br />
800mila persone hanno lasciato<br />
l’Italia. La maggior parte è del<br />
sud. Per questo abbiamo pensato<br />
di dare maggiori benefici a coloro<br />
che ritornano in una di queste<br />
regioni — spiega Vaccaro.<br />
Secondo la Fondazione Migranti,<br />
ONG legata alla chiesa cattolica,<br />
in un sondaggio realizzato nel<br />
2008 su 5 italiani con meno di 35<br />
anni che vivono all’estero 2 hanno<br />
tra 18 e 24 anni – il che rappresenta<br />
860mila persone – e circa<br />
547mila hanno tra 24 e 34 anni.<br />
Un’altra ricerca realizzata<br />
dalla Manpower, impresa nordamericana<br />
leader mondiale di risorse<br />
umane, ha individuato che<br />
l’Italia è, in percentuale, il primo<br />
paese in Europa tra quelli che<br />
quando offrono impiego lo fanno<br />
preoccupati con l’impoverimento<br />
del capitale umano. Lo studio ha<br />
indicato che il problema è una<br />
conseguenza della fuga verso<br />
l’estero di tanti italiani. La ricerca<br />
ha inoltre scoperto che questo<br />
“fenomeno” è causato specialmente<br />
dall’emigrazione di giovani<br />
universitari disposti a viaggiare<br />
chilometri in cerca di migliori<br />
opportunità professionali.<br />
Proprio sulla base di questi<br />
dati il progetto ha stabilito il<br />
limite di età di 40 anni per chi<br />
vuole aderire alla “chiamata di<br />
ritorno”. Secondo il deputato Stefano<br />
Saglia (Pdl), uno dei coautori<br />
del disegno di legge, le statistiche<br />
hanno dimostrato che gli<br />
emigranti rappresentano una vasta<br />
gamma di professioni. Perciò,<br />
spiega, la proposta presentata “è<br />
aperta a tutti i talenti”, ossia “è<br />
stata pensata per chi lavora con<br />
restauro, commercio, sanità, per<br />
i piccoli e medi artigiani, imprenditori<br />
e liberi professionisti”.<br />
Crisi economica<br />
Dati dell’ultimo sondaggio realizzato<br />
dalla Confederazione Generale<br />
Italiana del Lavoro (CGIL) e<br />
dall’Istituto di Ricerca Economica<br />
e Sociale (Ires) stimano un aumento<br />
della disoccupazione nel<br />
2009 del 9,3%. Nel 2010 l’indice<br />
arriverà al 10%. Questo significa<br />
un milione di disoccupati in più<br />
in confronto ai giorni d’oggi.<br />
Però secondo la deputata<br />
Laura Garavini (PD), coautrice<br />
del progetto, la crisi dev’essere<br />
Crise econômica<br />
Dados da última pesquisa realizada<br />
pela Confederação Geral Italiana<br />
do Trabalho (CGIL) e pelo<br />
Instituto de Pesquisa Econômica<br />
e Social (Ires) estimam um aumento<br />
da desocupação em 2009<br />
em 9,3%. Para 2010, o índice<br />
chegará a 10%. Isso significa um<br />
milhão de desocupados a mais<br />
em relação ao dias de hoje.<br />
Porém, segundo a deputada<br />
Laura Garavini (Pd), co-autora<br />
do projeto, a crise deve ser vista<br />
com uma “oportunidade de descoberta”.<br />
Vaccaro concorda com<br />
a colega. Na sua opinião, o retorno<br />
de italianos ajudará a movimentar<br />
a economia.<br />
— Nos três primeiros anos,<br />
quem voltar terá isenção fiscal.<br />
Porém, essas pessoas comprarão<br />
e produzirão, sendo que, após<br />
três anos, começarão a pagar os<br />
impostos normalmente. Podemos<br />
dizer que se trata de um investimento<br />
da parte do governo —<br />
afirma Vaccaro.<br />
Na opinião do sociológo Domenico<br />
De Masi, o projeto de<br />
lei é “interessante” porque procura<br />
dar um incentivo não só<br />
aos docentes ou pesquisadores,<br />
“mas ao mundo do trabalho como<br />
um todo”:<br />
— Qualquer trabalhador que<br />
retorne é sempre uma riqueza<br />
para o país. Uma das causas<br />
da crise que estamos vivendo hoje<br />
é a fuga em massa de jovens<br />
que vão atrás de oportunidades<br />
que aqui na Itália não encontram.<br />
O possível retorno desses<br />
italianos com certeza ajudará a<br />
evitar outras crises futuras.<br />
Turista do welfare<br />
Apesar de ser um projeto de lei<br />
que uniu os dois principais partidos<br />
da Itália, há quem seja contrário<br />
à iniciativa. Para Antonio<br />
Borghesi, vice-líder dos deputados<br />
do partido Itália de Valor<br />
(Idv), e não signatário de Controesodo,<br />
existem “algumas discrepâncias”<br />
no projeto de lei.<br />
— O texto fala do retorno de<br />
talentos. Uma coisa é incentivar<br />
o retorno de cientistas e pesquisadores<br />
que, estes sim, podem<br />
dar uma contribuição para<br />
o país. Outra coisa é incentivar<br />
o retorno de operários, padeiros<br />
e artesãos. Para o Idv parece ser<br />
uma coisa absurda, ainda mais<br />
em uma época de recessão e crise<br />
pela qual estamos passando.<br />
Precisamos entender, primeiro,<br />
se o país tem realmente necessidade<br />
de trazer gente de fora.<br />
Já enfrentamos uma enorme dificuldade<br />
com a questão dos extra-comunitários.<br />
É claro que se<br />
me perguntarem se prefiro que na<br />
Itália entrem outros extra-comunitários<br />
ou retornem italianos,<br />
vou escolher a segunda opção.<br />
Porém, também duvido muito<br />
que os italianos que moram no<br />
exterior retornem para ocupar<br />
postos de trabalho que hoje são<br />
ocupados pelos extra-comunitários,<br />
trabalho braçal, na maioria<br />
— afirma Borghesi.<br />
Na opinião do sociólogo Khalid<br />
Rhazzali, da Universidade de<br />
Pádua, essa idéia de retorno dos<br />
italianos no exterior “não é uma<br />
coisa nova”. Ele lembra que algumas<br />
tentativas já foram feitas,<br />
voltadas para quem trabalha no<br />
mundo acadêmico. Para o sociólogo,<br />
o projeto é “superficial”:<br />
vista come una “opportunità di<br />
scoperta”. Vaccaro è d’accordo<br />
con la collega. Secondo lui il<br />
ritorno degli italiani aiuterà la<br />
ripresa dell’economia.<br />
— Nei primi tre anni chi tornerà<br />
riceverà sgravi fiscali. Ma<br />
queste persone compreranno e<br />
produrranno, e dopo tre anni cominceranno<br />
a pagare normalmente<br />
le imposte. Possiamo dire che si<br />
tratta di un investimento da parte<br />
del governo — afferma Vaccaro.<br />
Un discorso simile lo fa anche<br />
il deputato Aldo Di Biagio<br />
(Pdl), anche lui coautore. Secondo<br />
lui il rientro dei talenti in<br />
Italia non dev’essere considerato<br />
come un onore per lo Stato, ma<br />
come un valore acquisito. E lui<br />
è sicuro che aiutare il rientro di<br />
un italiano che oggi lavora, per<br />
esempio, negli Stati Uniti nei<br />
settori di ricerca o biotecnologia<br />
rappresenterà una “evoluzione<br />
sociale e culturale” per il paese.<br />
Questo rientro, osserva, entrerà<br />
in futuro “nella crescita del PIL<br />
e incrementa il capitale sociale”.<br />
Turista del welfare<br />
Malgrado sia un disegno di legge<br />
bipartisan, c’è chi è contrario<br />
all’iniziativa. Secondo Antonio<br />
Borghesi, vice leader dei deputati<br />
del partito Italia dei Valori<br />
(Idv), e non firmatario di Controesodo,<br />
ci sono “delle discrepanze”<br />
nel disegno di legge.<br />
— Il testo parla del rientro di<br />
talenti. Una cosa è incentivare il ritorno<br />
di scienziati e ricercatori che,<br />
questi sì, possono dare un contributo<br />
al paese. Diverso è incentivare<br />
il ritorno di operai, panettieri e<br />
artigiani. A noi dell’Idv sembra sia<br />
un assurdo, ancor più in un’epoca<br />
di recessione e crisi per la quale<br />
stiamo passando. Dobbiamo prima<br />
capire se il paese è veramente in<br />
condizioni di far rientrare gente da<br />
fuori. Affrontiamo già enormi difficoltà<br />
con la questione degli extracomunitari.<br />
È chiaro che se mi<br />
domandassero se preferisco che in<br />
Italia entrino altri extracomunitari<br />
o ritornino italiani, sceglierei la<br />
seconda alternativa. Ma nutro seri<br />
dubbi che gli italiani che abitano<br />
all’estero ritornino per occupare<br />
posti di lavoro che oggi sono occupati<br />
dagli extracomunitari, nella<br />
maggior parte braccianti — afferma<br />
Borghesi.<br />
Secondo il sociologo Khalid<br />
Rhazzali, dell’Università di<br />
Padova, questa idea del rientro<br />
degli italiani dall’estero “non è<br />
una novità”. E ricorda che qualche<br />
tentativo è già stato fatto,<br />
rivolto a chi lavora nel mondo<br />
accademico. Per il sociologo il<br />
disegno è “superficiale”:<br />
— Credo che questa legge<br />
sarà usata specialmente dagli<br />
italiani che si trovano in un paese<br />
della comunità europea. Ma si<br />
può aprire una breccia per la creazione<br />
di una nuova categoria: il<br />
turista del welfare. Questo perché<br />
un italiano può ritornare, rimanere<br />
i tre anni, usufruire dei bene-<br />
70 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ab r i l 2009<br />
A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 71
capa<br />
— Acho que essa lei será<br />
usada, principalmente, por<br />
italianos que encontram-se em<br />
um país da comunidade européia.<br />
Porém, pode-se abrir uma<br />
brecha para a criação de uma<br />
nova categoria: o turista do<br />
welfare. Isso porque um italiano<br />
pode voltar para cá, permanecer<br />
os três anos, usufruir dos<br />
benefícios da lei e depois deixar<br />
o país novamente. Esse projeto<br />
de lei é superficial porque<br />
não dá uma resposta efetiva<br />
ao problema da emigração. Ao invés<br />
de trabalhar para trazer quem está<br />
fora, seria melhor criar políticas<br />
para prevenir novas partidas —<br />
diz Rhazzali.<br />
A ideia de que é preciso, primeiro<br />
arrumar a casa, para depois<br />
convidar “parentes” para se<br />
instalar no lugar está presente<br />
na crítica que vários parlamentares<br />
<strong>faz</strong>em ao projeto de lei. Para<br />
o deputado Fabio Porta (PD),<br />
representante dos italianos residentes<br />
no exterior, na circunscrição<br />
América Latina, “a intenção”<br />
da iniciativa é “boa”. Ele observa,<br />
porém, que “o projeto não é<br />
tão simples quanto parece ser”:<br />
— Pego como exemplo os<br />
grandes estudiosos que se encontram,<br />
hoje, fora da Itália.<br />
Antes de convidá-los para retornar,<br />
é preciso poder oferecer<br />
toda uma estrutura nas universidades.<br />
A Itália precisa melhorar<br />
muito seus centros de estudos<br />
e suas universidades para<br />
que essas pessoas possam voltar<br />
e encontrar a mesma estrutura<br />
de que dispõem fora do país —<br />
afirma Porta.<br />
Nessa “arrumação da casa”,<br />
o trabalho iria mais além do que<br />
uma simples tirada de pó dos cômodos<br />
ou uma pinturinha. Há<br />
quem perceba a necessidade de<br />
obras na própria fundação do<br />
“prédio”. Signatário do projeto<br />
de lei, o deputado Stefano Saglia<br />
(Pdl) chama a atenção para o fato<br />
de que “a questão do mérito<br />
realmente é um problema”:<br />
— Todos sabemos que o mundo<br />
acadêmico, da pesquisa, funciona<br />
na base do ‘quem indica’. O<br />
mesmo vale para o mundo político<br />
e praticamente todos os setores.<br />
Os jovens sabem que para conseguir<br />
um emprego ou uma bolsa de<br />
estudos por mérito devem recorrer<br />
às estruturas privadas porque ali<br />
o que vale é a lei do capitalismo,<br />
ou seja, entra quem é bom. Muitos<br />
deixaram o país porque eram<br />
conscientes desse câncer que entrou<br />
nas estruturas públicas e que<br />
é muito difícil destruir.<br />
Uma das co-autoras do projeto<br />
de lei, a deputada Alessia<br />
Mosca (Pd) concorda com o colega<br />
Saglia de que muitos dos<br />
problemas enfrentados pela Itália<br />
decorrem da dificuldade de se<br />
conseguir “qualquer coisa no país<br />
sem ter um parente importante”.<br />
Na sua opinião, o Controesodo<br />
é também uma tentativa de se<br />
resolver esse problema.<br />
— Quem retornar poderá começar<br />
uma atividade e as chances<br />
de dar um posto de trabalho<br />
para quem realmente merece<br />
fici della legge e dopo lasciare di<br />
nuovo il paese. Questo disegno di<br />
legge è superficiale perché non<br />
dà una risposta effettiva ai problemi<br />
dell’emigrazione. Invece di<br />
lavorare per riportare qui chi è<br />
fuori, sarebbe meglio creare politiche<br />
per prevenire nuove partenze<br />
— dice Rhazzali.<br />
L’idea che sia necessario prima<br />
mettere a posto la propria<br />
casa per poi invitare “parenti”<br />
perché vi si installino è presente<br />
nella critica che vari parlamentari<br />
fanno al disegno di legge. Secondo<br />
il deputato Fabio Porta (PD),<br />
rappresentante degli italiani residenti<br />
all’estero per la circoscrizione<br />
America Latina, “l’intenzione”<br />
dell’iniziativa è “buona”. Ma<br />
osserva che “il disegno non è così<br />
semplice quanto sembri”:<br />
— Ad esempio prendiamo i<br />
grandi studiosi che oggi si trovano<br />
fuori dall’Italia. Prima di invitarli<br />
a rientrare, bisogna offrigli<br />
tutta una struttura nelle università.<br />
L’Italia deve migliorare<br />
molto i suoi centri studi e le sue<br />
università affinché queste persone<br />
possano ritornare e trovare la<br />
stessa struttura di cui dispongono<br />
all’estero — afferma Porta.<br />
In questo “mettere a posto<br />
la casa” il lavoro andrebbe ben<br />
oltre ad una semplice spolverata<br />
delle stanze o una rinfrescata<br />
alle pareti. C’è chi percepisce il<br />
bisogno di lavori nelle proprie<br />
fondamenta del “palazzo”. Firmatario<br />
del disegno di legge, il<br />
deputato Stefano Saglia (Pdl) richiama<br />
l’attenzione al fatto che<br />
“la questione del merito è veramente<br />
un problema”:<br />
— Sappiamo tutti che il<br />
mondo accademico, della ricerca,<br />
funziona sulla base del “chi<br />
raccomanda”. Lo stesso vale per<br />
il mondo politico e praticamente<br />
per tutti i settori. I giovani sanno<br />
che per ottenere un impiego<br />
o una borsa di studi per merito<br />
devono ricorrere alle strutture<br />
private perché lì ciò che vale è la<br />
legge del capitalismo, ossia, entra<br />
chi è bravo. Molti hanno lasciato<br />
il paese perché erano consapevoli<br />
di questo cancro che è entrato<br />
nelle strutture pubbliche e che è<br />
molto difficile da distruggere.<br />
Una delle coautrici del disegno<br />
di legge, la deputata Alessia<br />
Mosca (PD) è d’accordo con il<br />
collega Saglia sul fatto che molti<br />
dei problemi affrontati dall’Italia<br />
vengono dalla difficoltà di ottenere<br />
“qualsiasi cosa in Italia<br />
senza avere un parente importante”.<br />
Secondo lei il Controesodo è<br />
anche un tentativo di risolvere<br />
questo problema.<br />
— Chi torna potrà cominciare<br />
un’attività e le possibilità<br />
di dare un posto di lavoro a chi<br />
veramente lo merita sono grandi.<br />
Chi vive all’estero ritorna con un<br />
bagaglio culturale enorme, conoscendo<br />
altre lingue e altri sistemi<br />
di lavoro.<br />
é grande. Quem vive fora volta<br />
com uma bagagem cultural enorme,<br />
conhecendo outras línguas e<br />
outros sistemas de trabalho.<br />
Comunicação<br />
Para chegar ao público jovem, os<br />
deputados se preocuparam em<br />
acertar o alvo da comunicação.<br />
Quase tudo é feito pela internet<br />
através do site www.controesodo.it.<br />
Eles também lançaram mão<br />
de ferramentas como Facebook e<br />
os blogs dos próprios parlamentares,<br />
além de transmissões de<br />
encontros em web tvs, como a<br />
do jornal Corriere della Sera, que<br />
transmitiu ao vivo uma apresentação<br />
pública do projeto, feita<br />
em Milão, dia 23 de março.<br />
— Escolhemos o uso da rede<br />
porque acreditamos seja muito<br />
eficaz. Usando da maneira correta,<br />
conseguimos atingir um público<br />
grande. Por exemplo, no dia da<br />
transmissão pela web tv do corriere,<br />
recebemos mais de 600 e-mails.<br />
Muitos nos parabenizam pela ação,<br />
mas muitos também foram duros<br />
na crítica — conta Saglia.<br />
Um exemplo dessa crítica<br />
foi enviada para o site de Alessia<br />
Mosca por uma pessoa que se<br />
identificou apenas como Antonio.<br />
Ele diz que esta é “só mais<br />
uma lei demagógica”. Antonio<br />
diz <strong>faz</strong>er parte de uma empresa<br />
que está trocando a Itália pelo<br />
Brasil e que “daqui a alguns anos<br />
provavelmente” poderá ser beneficiado<br />
pela lei. Na sua opinião,<br />
os parlamentares deveriam “prevenir<br />
a fuga” das pessoas do país<br />
e “procurar sanar o mal” que deixa<br />
a Itália, atualmente, “em estado<br />
terminal.”<br />
O internauta Filippo Addari<br />
é outro que não segurou a língua,<br />
ou melhor, o dedo porque<br />
também participou de um fórum<br />
sobre o assunto (www.cervelliinfuga.com).<br />
Ele diz que o projeto<br />
de lei é um “típico erro italiano”.<br />
Segundo Addari, “acredita-se que<br />
se possa resolver um problema<br />
social com uma lei ou incentivo,<br />
quando o que tem que ser mudada<br />
é a cultura do país”. Ele aproveita<br />
para anunciar que não tem<br />
“a menor intenção” de voltar para<br />
a Itália, mas não informa onde<br />
vive atualmente.<br />
Próxima etapa<br />
Agora que lançaram o projeto de<br />
lei, os parlamentares preparam a<br />
realização de um tour. Eles pretendem<br />
viajar pela Itália e também<br />
pelas principais capitais européias<br />
para divulgar a iniciativa<br />
e debatê-la com profissionais,<br />
associações de categoria e estudantes.<br />
O Brasil, por enquanto,<br />
não está incluído no roteiro. Sorrindo,<br />
o deputado Stefano Saglia<br />
diz que acha “difícil” que um italiano<br />
que more no Brasil, retorne.<br />
Segundo ele “não dá para concorrer<br />
com um lugar onde tem sol<br />
e mar o ano inteiro”.<br />
Stefano Saglia, Alessia Mosca e Aldo di Biagio (abaixo):<br />
projeto de lei como antídoto para o “pistolão”<br />
Stefano Saglia, Alessia Mosca e Aldo di Biagio (sotto):<br />
disegno di legge come antidoto alle “raccomandazioni”<br />
Colaborou Nayra Garofle<br />
Fotos: Claudio Cammarota<br />
Comunicazione<br />
Per attingere il pubblico giovane,<br />
i deputati si sono preoccupati di<br />
raggiungere la meta della comunicazione.<br />
Quasi tutto viene fatto<br />
attraverso il sito internet www.<br />
controesodo.it. E stanno anche<br />
usando strumenti come Facebook<br />
e i blog degli stessi parlamentari,<br />
oltre alle trasmissioni di incontri<br />
tra TV web, come quella del quotidiano<br />
Corriere della Sera, che<br />
ha trasmesso dal vivo una presentazione<br />
pubblica del progetto,<br />
fatta a Milano il 23 marzo.<br />
— Abbiamo scelto l’uso della<br />
rete perché crediamo sia molto<br />
efficace. Usandola nel modo giusto<br />
siamo riusciti a raggiungere<br />
un grande pubblico. Per esempio,<br />
il giorno della trasmissione<br />
via TV web del Corriere, abbiamo<br />
ricevuto più di 600 e-mail. Molti<br />
ci fanno i complimenti per l’azione<br />
ma molti ci hanno mosso dure<br />
critiche — racconta Saglia.<br />
Un esempio di queste critiche<br />
è stato inviato al sito di Alessia<br />
Mosca da una persona che si è<br />
identificata solo come Antonio.<br />
Lui ha detto che questa è “solo<br />
un’altra legge demagogica”. Antonio<br />
dice che lavora in un’impresa<br />
che si sta spostando dall’Italia<br />
in Brasile e che “probabilmente<br />
fra qualche anno” potrà ricevere i<br />
benefici della legge. Secondo lui<br />
i parlamentari dovrebbero “prevenire<br />
la fuga” delle persone dal<br />
paese e “cercare di curare il male”<br />
che lascia l’Italia, in questo momento,<br />
“in stato terminale”.<br />
L’internauta Filippo Addari è<br />
un altro che non ha frenato la lingua,<br />
o meglio, il dito perché ha<br />
anche partecipato ad un forum sul<br />
tema (www.cervelliinfuga.com). E<br />
dice che il disegno di legge è un<br />
“tipico errore italiano”. Secondo<br />
Addari “si crede che si possa rivolvere<br />
un problema sociale con una<br />
legge o beneficio, quando quello<br />
che si deve cambiare è la cultura<br />
del paese”. E approfitta per annunciare<br />
che non ha “la minima intenzione”<br />
di tornare in Italia, ma non<br />
dice dove vive attualmente.<br />
Prossima tappa<br />
Adesso che hanno inoltrato il disegno<br />
di legge i parlamentari preparano<br />
la realizzazione di un tour.<br />
Vogliono viaggiare per l’Italia e<br />
anche per le principali capitali<br />
europee per divulgare l’iniziativa<br />
e dibatterla con professionisti,<br />
associazioni di categoria e studenti.<br />
Il Brasile, per ora, non è incluso<br />
nell’itinerario. Sorridendo, il<br />
deputato Stefano Saglia dice che<br />
crede sia “difficile” che un italiano<br />
che abita in Brasile ritorni. Secondo<br />
lui “non si può fare concorrenza<br />
ad un posto dove ci sono<br />
sole e mare tutto l’anno”.<br />
Ha collaborato Nayra Garofle<br />
Autores do projeto de lei<br />
Assinada inicialmente pelos deputados Enrico Letta (Pd) e<br />
Stefano Saglia (Pdl), presidente da Comissão de Trabalho da<br />
Câmera, o projeto de lei logo ganhou as adesões e respectivas assinaturas<br />
dos parlamentares Maurizio Lupi (Pdl), vice-presidente<br />
da Câmera, Laura Garavini (Pd), Aldo Di Biagio (Pdl), Maurizio Del<br />
Tenno (Pdl), Francesco Saverio Garofani (Pd), Beatrice Lorenzin<br />
(Pdl), Federica Mogherini (Pd), Barbara Mannucci (Pdl), Alessia<br />
Mosca (Pd), Barbara Saltamartini (Pdl), Alessandra Siragusa (Pd),<br />
Salvatore Vassallo (Pd) e Guglielmo Vaccaro (Pd).<br />
Autori del disegno di legge<br />
irmata agli inizi dai deputati Enrico Letta (PD) e Stefano Saglia<br />
(Pdl), presidente della Commissione del Lavoro della Ca-<br />
F<br />
mera, il disegno di legge ha subito ricevuto le adesioni e rispettive<br />
firme dei parlamentari Maurizio Lupi (Pdl), vice-presidente da<br />
Câmera, Laura Garavini (PD), Aldo Di Biagio (Pdl), Maurizio Del<br />
Tenno (Pdl), Francesco Saverio Garofani (PD), Beatrice Lorenzin<br />
(Pdl), Federica Mogherini (PD), Barbara Mannucci (Pdl), Alessia<br />
Mosca (PD), Barbara Saltamartini (Pdl), Alessandra Siragusa (PD),<br />
Salvatore Vassallo (PD) e Guglielmo Vaccaro (PD).<br />
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A b r i l 2009 / Co m u n i t à I t a l i a n a 73