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A passagem da diva do cinema italiano pelo Brasil - Comunità italiana

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opiniãoserviçofrases“Non dire mai più che ho fatto bene a <strong>da</strong>re quellatestata. Non ho fatto bene e mi dispiace”,Zinédine Zi<strong>da</strong>ne, ex-joga<strong>do</strong>r de futebol francês sobrea “cabeça<strong>da</strong>” em Marco Materazzi na final <strong>da</strong> Copa de2006 entre França e Itália.“Quan<strong>do</strong> ho visitato Aushwitz, ho detto a mestesso: anch’io sono israeliano”,Silvio Berlusconi a ricevere, a Parigi, il premio dellaAssociazione Israeliano Keren Hayesod per i suoisforzi nela difesa di Israele e della pace nel mon<strong>do</strong>.agen<strong>da</strong>So l i <strong>da</strong> r i e <strong>da</strong> d e (Al e s sa n d r i a – IT)A Província de Alessandria (Piemonte)organiza a Casale Monferratode 17 a 19 outubro. Aterceira edição de SolidALe: laFiera per la soli<strong>da</strong>rietà aconteceráno “Pala Fiera”. Mais decem ONGs que operam no territórioprovincial se encon trarãopara debater alternativas e formasde trabalho. A programaçãoinclui ain<strong>da</strong> espetáculos, animaçõese palestras.O escritórioVoluntaria<strong>do</strong><strong>da</strong> Província de Alessandria pôsà disposição o telefone 0039-0131/304002 ou 0131/304005além <strong>do</strong> e-mail: consulta.volontariato@provincia.alessandria.it, para quem quiser mais informações.Inscrições através <strong>do</strong>site www.fierasoli<strong>da</strong>le.it.Concurso Internacional de Vinhos (RS)O IV Concurso Internacional deVinhos <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> acontece de 3 a6 de novembro, em Bento Gonçalves(RS). O evento, promovi<strong>do</strong> pelaAssociação <strong>Brasil</strong>eira de Enologia(ABE), é realiza<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>isanos. Conta com a participaçãode vinícolas de mais de 13 países.O concurso tem a chancela <strong>da</strong> OrganizaçãoInternacional <strong>da</strong> Uva e<strong>do</strong> Vinho (O.I.V.) e <strong>da</strong> União Internacionalde Enólogos (UIOE).Mais informações: Associação<strong>Brasil</strong>eira de Enologia, (54) 3452-6289 ou enologia@enologia.org.br / www.enologia.org.brCo n t r a a e x p l o r a ç ã o sexual (RJ)O Rio de Janeiro sediará o 3ºCongresso Mundial de Enfrentamento<strong>da</strong> Exploração Sexual deCrianças e A<strong>do</strong>lescentes entre 25a 28 de novembro. O Congressoé organiza<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> governo brasileiro(coordena<strong>do</strong> pela SecretariaEspecial <strong>do</strong>s Direitos Humanoscom a parceria <strong>do</strong>s Ministérios<strong>do</strong> Turismo, <strong>do</strong> DesenvolvimentoSocial e <strong>do</strong> Combate a Fome e<strong>da</strong>s Relações Exteriores) e tem oGoverno Italiano como parceiro.São espera<strong>da</strong>s mais de três milpessoas, sen<strong>do</strong> 300 a<strong>do</strong>lescentes.Durante os três dias de encontro,serão realiza<strong>da</strong>s oficinas,espaço de diálogo e painéis.enquete“L’Italia non è neanche mai fu una grandeforza militare, però siamo la maggiore forzaculturale del mon<strong>do</strong>”,Alfre<strong>do</strong> Mantica, sottosegretario di RelazioniEsteriori nel discorso in cui ha parlato su unriscatto della immigrazione <strong>italiana</strong>.Inflação chega a 4,1% na Itália ebolsas despencam. Você acreditanuma grave crise mundial?“ Voglio uno sport límpi<strong>do</strong>,nel quale vincono le squadreche meritano”,Giorgio Armani, stilista eproprietario della squadra dipallacanestro Olimpia Milano,sul il dederio di rivitalizzare lapratica di queto sport.Itália estu<strong>da</strong> usar exército no combate àCamorra, no sul <strong>do</strong> país. Você concor<strong>da</strong>?“Siamo nella presenza di una guerra civile,che la Camorra ha declaratto allo Stato elo Stato deve rispondere con tutti i mezziper riaffermare o controli della legalità intutto territorio nazionale”,Roberto Maroni, ministro dell’Interiore<strong>italiano</strong>, sulla decisione del governo di inviare500 militari alla regione di Campana.Errata: esta é a charge correta <strong>da</strong> crônica Confusõesde língua publica<strong>da</strong> na edição 123.na estanteNa estra<strong>da</strong> com São Francisco de Assis. É um diáriode duas viagens – a primeira, de São Francisco em busca<strong>da</strong> santi<strong>da</strong>de e a segun<strong>da</strong>, a <strong>da</strong> autora Lin<strong>da</strong> BirdFrancke, que junto ao mari<strong>do</strong> Harvey Loomis, seguiuos passos <strong>do</strong> santo. A obra se baseia em textos medievaise não parte de uma natureza espiritual, por issofunciona como guia de viagens. Eles visitaram Siena,Bologna, Veneza, Gúbio e Roma. Na Toscana, conhecerameremitérios escondi<strong>do</strong>s no alto de montanhas.Lin<strong>da</strong> discorre sobre a relação de Francisco e Clara,descreve os milagres que ele operou e o amor <strong>do</strong> santopela natureza. Editora Record, 322 páginas, 48 reais.O primeiro a gente nunca esquece. O publicitário ítalobrasileiroWashington Olivetto reúne alguns textos publica<strong>do</strong>spela imprensa desde o anúncio que fez para a Valisère,em 1987. A propagan<strong>da</strong> ficou famosa pela frase Oprimeiro sutiã a gente nunca esquece. No livro, Elio Gáspari,Arnal<strong>do</strong> Jabor, Ayrton Senna e Pelé são algumas <strong>da</strong>spersonali<strong>da</strong>des que tomaram empresta<strong>da</strong> essa frase parafalar de sexo, esporte, mo<strong>da</strong> e política. José Bonifácio deOliveira Sobrinho é o autor <strong>do</strong> posfácio e conta como Olivettoo convenceu a veicular um comercial de 90 segun<strong>do</strong>sdurante a programação <strong>do</strong> Fantástico, o programa <strong>do</strong>minical<strong>da</strong> Rede Globo de televisão. Editora Planeta, 365 páginas,79,90 reais.click <strong>do</strong> leitorim para a Itália acompanhar a“Vminha noiva que está fazen<strong>do</strong><strong>do</strong>utora<strong>do</strong>. Estamos juntos há três anose morar aqui por seis meses está sen<strong>do</strong>uma experiência muito diferente. É claroque aproveitamos para passear <strong>pelo</strong>país. Esta foi a nossa última viagem: Veneza.Um lugar romântico para um casalapaixona<strong>do</strong>!”Professor Camillo Cavalcanti,Roma, Itália, por e-mailMande sua foto comenta<strong>da</strong> para esta coluna<strong>pelo</strong> e-mail: re<strong>da</strong>cao@comunita<strong>italiana</strong>.com.brArquivo pessoalSim – 57,7% Sim – 75%Não – 42,3% Não – 25%Enquete apresenta<strong>da</strong> no site www.comunita<strong>italiana</strong>.comentre os dias 19 a 23 de setembro.Enquete apresenta<strong>da</strong> no site www.comunita<strong>italiana</strong>.comentre os dias 23 a 26 de setembro.cartaschei muito interessante ler na revista uma matéria sobre a“Ainiciativa <strong>do</strong> Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, de oferecerum espaço para deficientes visuais. É uma forma dessas pessoasconhecerem as belezas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e não se sentirem excluí<strong>da</strong>s.”Tânia Mara de Albuquerque – Itaperuna – RJ – por e-mailom saber que há <strong>italiano</strong>s envolvi<strong>do</strong>s em projetos susten-na Amazônia. O governo brasileiro deve prestar mais“Btáveisatenção nesse espaço rico que temos e <strong>da</strong>r mais valor ao combate àexploração dessa fonte de recursos naturais!”João Marcos Azeve<strong>do</strong> – São José <strong>do</strong>s Pinhais – PR – por e-mail10 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 11


OpinioneFranco UraniOpinioneEzio Maranesieziomaranesi@terra.com.brLe alternevicende deicombustibili vegetaliIl problema potrà forse trovare la soluzione più razionale nelle algheÈobiettivamentedifficile,nell’attuale burrascoso perio<strong>do</strong>internazionale, formularedei piani concretiper la produzione dei combustibilivegetali. I fattori in giocosono molteplici e ne citeremo alcuni:la necessità di sostituire alpiù presto il petrolio, in quantoil progressivo riscal<strong>da</strong>mento atmosfericosta provocan<strong>do</strong> eventimetereologici di eccezionalegravità; il prezzo del petrolio erapraticamente rad<strong>do</strong>ppiato negliultimi 12 mesi per poi accusareuna brusca caduta <strong>da</strong>l correnteSettembre, ed è difficile prevederela politica OPEC al riguar<strong>do</strong>;indubbiamente, i combustibilivegetali tolgono spazio all’alimentazioneumana già carenteper l’attuale popolazione del pianeta;l’alcol USA – la cui produzioneè già assai elevata – provienein gran parte <strong>da</strong>l granoturcoil cui prezzo, così come quellodei cereali e leguminose in genere,era an<strong>da</strong>to alle stelle, per poiridursi sensibilmente in quest’ultimoperio<strong>do</strong>; vi è poi il problemadell’esaurimento dei terreniagricoli con la necessità di reintegrarnela fertilità con concimichimici e dell’irrigazione con disponibilitàdecrescenti di acqua.Infine, le vicende mondiali sonopesantemente influenzate <strong>da</strong>llanevrotica speculazione finanziaria,che prevale sullo studio e suuna razionale pianificazione.Quindi, nell’attuale caos èdifficile districarsi, ma vale comunquela pena citare alcunisettori su cui si sta lavoran<strong>do</strong>.Innanzitutto, la produzionedel ricino (mamona) che erastato lanciato nel 2005 nel poverissimoed ari<strong>do</strong> Piauì ed in cuisperavano migliaia di famiglie dipiccoli agricoltori. Nonostante icoordinamenti e finanziamentigovernativi, i risultati sono statiprogressivamente negativi riducen<strong>do</strong>sii raccolti iniziali, dicirca 2 tonnellate per ettaro, dicirca i 2/3 per esaurimento delsuolo, siccità, attacchi parassitari.L’esperimento può quindiconsiderarsi fallito e forse potràessere ritentato in strutture socialie territoriali completamentediverse. Per il settore del biodiesel,la soluzione più convenientepare quella della soia, peraltroconcentrata su paesi che presentinoancora vaste aree agricole<strong>da</strong> sfruttare o pascoli <strong>da</strong> trasformare,come il caso del <strong>Brasil</strong>e e<strong>da</strong>lcuni paesi del Sud Africa, specieAngola ed Australia, ammessoche il prezzo della soia nondiventi eccessivo.Analogamente, per l’alcoll’unica produzione razionalemondiale pare quella collau<strong>da</strong>tissimabrasiliana (forse estendibileanche a paesi su<strong>da</strong>fricanied all’Australia) consideran<strong>do</strong> learee già piantate e le espansionipossibili in relazione a terreniancora disponibili, speciesull’altipiano centrale. La tecnologiadel settore sta avanzan<strong>do</strong>decisamente con l’ormai rapi<strong>da</strong>sostituzione del taglio manuale(lavoro bestiale fatto <strong>da</strong>i cosiddetti“boias frias”) con modernetrebbiatrici e l’utilizzo dei residuilegnosi della canna (“bagaço”)<strong>da</strong> sempre consideratisoprattutto un problema ambientale,e inoltre la generazionedi energia elettrica mediantemodernissime centrali termiche,la cui installazione è crescentein relazione alle generalmentegrandi dimensioni delle “usine”che sono in <strong>Brasil</strong>e oltre 400. Imoderni impianti nazionali consentonocosti contenuti, anchese decisamente superiori, aquelli dell’energia idroelettricaed un’emissione di anidride carbonicaassai inferiore alle centralitermoelettriche classiche.In tal mo<strong>do</strong>, si soddisfa in mo<strong>do</strong>autonomo tutto il fabbisogno dienergia elettrica della centraleed eventuali eccedenze possonovenire immesse in rete e vendutea terzi.L’ultima novità attualmentein studio presso vari Enti internazionali,tra cui l’ENEA <strong>italiano</strong>,sono alcune specie di algheche presentano rendimenti energeticialtissimi e non hanno apparentementecontroindicazioni:crescita rapidissima anchein condizioni climatiche avverse,nessun impatto ambientale(il loro processo di crescita nonproduce CO² ma ne assorbe grandiquantità), nessun rifiuto tossicoricavan<strong>do</strong>si anzi, <strong>da</strong>i residuivegetali, idrogeno prezioso e resealtissime. Sono in corso esperimentisu specie di acqua <strong>do</strong>lcee salata (questi ultimi aprirebberoprospettive immense) e<strong>da</strong>nche su vari tipi di terreni, conproduzioni assai maggiori rispettoalle coltivazioni tradizionali.Dalle alghe, oltre ai lipidi usatiper la produzione del biodiesel,si possono ricavare proteine esoprattutto carboidrati <strong>da</strong> cui sipuò ottenere l’idrogeno.Infine, sperimentazioni digrande interesse sono state con<strong>do</strong>ttesu alcune specie di microalgheche crescono particolarmentebene nelle acque refluericche di nitrati e fosfati, costituen<strong>do</strong>così efficaci filtri naturaliper gli scarichi nocivi.Il settore è quindi rivoluzionarioe potrà costituire nel mediotermine una risorsa fon<strong>da</strong>mentaleper l’umanità.La ranacrocifissaTroppe polemiche per un’opera di pessimo gustoIl Museo di Arte Modernadi Bolzano ha acquistatoe esposto una sculturadel 1990 di M. Kippenberger,un artista tedesco mortorecentemente. È un crocifisso.Al posto della figura di Cristosofferente, l’artista ha messoin croce una rana con la linguadi fuori, un boccale di birra inuna mano e un uovo nell’altra.Vogliono essere il pane e il vinoeucaristici? I dirigenti delMuseo hanno capito subito diavere fatto una fesseria. L’operainfatti, esposta in un primomomento all’ingresso, è statapoi coperta <strong>da</strong> giornali e, <strong>do</strong>poalcuni giorni, spostata al terzopiano. Finirà nei magazzini, comemerita.L’esposizione della sculturaha sollevato le proteste delmon<strong>do</strong> cattolico. Papa Ratzinger,in vacanza a Bressanone, hascritto una lettera alla direzionedel Museo chieden<strong>do</strong> il ritirodell’opera, che offende il sentimentoreligioso di molta gente.Alle critiche papali si è associatoil ministro dei Beni Culturali,Sandro Bondi. In ambito localela sgradevole rana è stata motivodi feroci polemiche tra forzepolitiche opposte, in vista delleprossime elezioni amministrative.La direzione del Museo, riunitain consiglio, ha <strong>do</strong>vuto difenderela sua decisione iniziale,ed ha lasciato la rana <strong>do</strong>v’era.Naturalmente, la critica cattolicao moderata ha ricevuto accusedi censura, talora condite concoloriti insulti, anche blasfemi,indirizzati ai presunti censori.La polemica è quindi entrata inun campo scivoloso: può la censuratarpare le ali all’arte? Allalibertà di espressione? Mi ciavventuro anch’io, cercan<strong>do</strong> diusare il buonsenso piuttosto chela cultura.L’arte antica e rinascimentalecercava la bellezza assoluta.L’arte moderna vuole essere unmezzo per esprimere l’emozioneinteriore, l’angoscia, il disagio.Guar<strong>da</strong>n<strong>do</strong> la rana crocifissa sicapisce perfettamente che Kippenberger<strong>do</strong>veva essere moltoturbato e angosciato quan<strong>do</strong>immaginò l’opera. Scrive unanota critica d’arte: “ L’opera ritraeun conflitto interiore grande,una provocazione penetrantenegli archetipi più profondidei linguaggi iconografici dellacomunicazione.” È chiarissimo,no? Provo a interpretare e porrein vernacolo la profon<strong>da</strong> osservazione.L’artista aveva le ideemolto confuse; ha voluto farcelosapere attraverso una pungentee <strong>do</strong>lorosa provocazione.L’arte moderna è prodiga diesempi di “conflitti interiori” edi provocazioni: per citarne alcuniben noti, si va <strong>da</strong>gli innocentissimi“tagli” sulle tele diFontana, alle sculture estremamenteprovocanti di Piero Manzoni,alle innumerevoli tele esculture blasfeme o pornografiche.Esiste un ricco mercatodi queste opere: per esempio“Mer<strong>da</strong> d’artista”, inscatolata<strong>da</strong>l Manzoni, è stata venduta <strong>da</strong>Sotheby per 124.000 <strong>do</strong>llari nel2007. Anche la fotografia artisticaha marcato la sua presenzain questo giardino: ricordiamosolo gli invidiabili falli scuridi Mapplethorpe, tormento interioredel grande fotografo eforse di molte visitatrici dellesue mostre.Essere riservati o esibirele nostre angoscie o tormentiinteriori è scelta personale.Si suol dire che ciò che distinguel’artista <strong>da</strong>ll’uomo comunesia l’assoluto bisogno, <strong>da</strong> partedell’artista, di esternare i propritravagli. La libertà che leculture occidentali hanno maturatogarantisce all’artista chela sua opera non sarà censurata.Quindi, a mio avviso, la ranacrocifissa non va censurata, maè assolutamente lecito, se non<strong>do</strong>veroso, che il Papa o qualunquecattolico si senta ferito nelguar<strong>da</strong>rla e esprima il suo dissenso.È ozioso e inutile discuterese la nostra rana, cosí comele scatolette di Manzoni e tantealtre opere provocatorie, sianoarte o no. Dovremmo invecechiederci se tali opere ci interessano,ci dicono qualcosa, cistimolano a pensare, oppure senon ci ricor<strong>da</strong>no soltanto la debolezzache ciascuno di noi hadentro di sé. In fon<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong>esprimiamo i nostri sentimenti,magari nelle forme più colorite,delicate o violente, siamo tuttiartisti. Discutiamo piuttostose la rana di Kippenberger siadi buon gusto: definitivamentenon lo è.I dirigenti del Museo di Bolzano,che <strong>da</strong>nno spazio ad unasatira blasfema del crocefisso,sono in fon<strong>do</strong> fortunati di viverein Italia. E se abitasseroin Iran e scherzassero su Maometto?12C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008


OpinioneFabio Portafabioporta@fabioporta.comE Lula va…anche in Italia !La prossima visita del Presidente Lula in Italia cade in un momento particolarmentedifficile per l’economia <strong>italiana</strong> ed estremamente positivo per quella brasiliana.Èmolto grande l’aspettativaper la prossima visita delPresidente Lula in Italia.Una visita “di Stato” comesi definiscono in gergo diplomaticole visite ufficiali di un Capodi Stato in un paese straniero.Il viaggio di Lula a Roma, ineffetti, cade in un momento moltoparticolare e potrebbe rappresentareun’occasione unica perrilanciare i rapporti tra i due Paesi,soprattutto sul piano economicoe commerciale.Un anno e mezzo fa era statoil Capo del Governo <strong>italiano</strong>,Romano Prodi, a venire in <strong>Brasil</strong>e;in alcuni di noi è ancora vivol’incontro con la comunità <strong>italiana</strong>a San Paolo e la successivafirma, a <strong>Brasil</strong>ia, di un dettagliatoprotocollo di intesa composto<strong>da</strong> ventisei articoli; il <strong>do</strong>cumentoponeva l’accento, nella sua premessa,sulla grande e storicapresenza della collettività <strong>italiana</strong>in <strong>Brasil</strong>e e si articolava intornoai principali settori di sviluppodelle relazioni bilaterali, conuna particolare enfasi su quelloenergetico e delle infrastrutture.La visita di Prodi non eraun fatto isolato, inseren<strong>do</strong>si nelquadro del grande impulso che ilGoverno <strong>italiano</strong> stava <strong>da</strong>n<strong>do</strong> allerelazioni con il Su<strong>da</strong>merica, <strong>do</strong>poil precedente quinquennio gui<strong>da</strong>to<strong>da</strong>l centro-destra di Berlusconi(2001-2006) segnato <strong>da</strong> unascarsissima attenzione proprio airapporti con questo continente.Oggi Berlusconi è nuovamentea Capo del Governo <strong>italiano</strong> e ci siaspetterebbe, anche alla luce dellacrisi <strong>italiana</strong> e della forte crescitadel <strong>Brasil</strong>e, un cambio di registro.La speranza, cioè, è che anchese la visita del Presidentebrasiliano in Italia è in qualchemo<strong>do</strong> il risultato del grande lavorodiplomatico portato avanti<strong>da</strong>ll’allora ministro degli EsteriD’Alema, l’Italia del 2008 sappiacogliere appieno la grande opportunitàcostituita <strong>da</strong>lle prossimegiornate italiane di Lula.La scelta di visitare - oltre naturalmentea Roma - le città di Torinoe Milano è indicativa del “taglio”che il Governo brasiliano vuole <strong>da</strong>rea questo viaggio: un forte impulsoall’interscambio commerciale e<strong>da</strong>lle relazioni economiche tra i duePaesi, che - a detta di tutti gli osservatori- possono an<strong>da</strong>re molto aldi là dell’attuale livello (significativoma non straordinario).È chiaro che ci si aspetta ancheun nuovo impulso ai rapporti istituzionalitra i due Paesi; e qui vogliamosperare che l’Italia, contrariamentea quanto fatto in questiultimi mesi, voglia sostenere conforza l’ingresso delle nuove potenzeemergenti – <strong>Brasil</strong>e in testa –all’interno dell’ormai vecchio gruppodei “G8”, non più rappresentativodel nuovo scenario geopoliticoe geoeconomico mondiale.La recente drammatica esperienzadell’Alitalia <strong>do</strong>vrebbe poiavere insegnato al nostro Paese,una volta per tutte, che nessuno– e in primo luogo l’Italia, chenon dispone di grandi risorse naturalied energetiche – può viverepiù di rendita; soprattutto nessunopuò basare la propria crescitaed il proprio sviluppo sulleproprie forze e la propria storia,anche se si tratta di una nazioneimportante come l’Italia.Per troppi anni l’Italia ha goduto,in un certo qual mo<strong>do</strong>, ditale posizione di rendita; la posizionegeografica, la storia millenaria,il possesso di gran partedel patrimonio storico e culturaledell’umanità sembravanodi per sé garantire allo “stivale”una fortuna perenne ed un ruolosempre centrale nel novero dellepotenze mondiali.Oggi tutto questo non bastapiù, e non è nemmeno più sufficiente<strong>da</strong> sola la grande forzatrascinante del sistema <strong>italiano</strong>delle piccole e medie imprese,vere protagoniste del “miracoloeconomico” che nei decenni trascorsiaveva sospinto in alto ilnostro PIL.Oggi, lo ripeto, sappiamo chequesto non basta più.La vicen<strong>da</strong> Alitalia ha confermatoalcuni vizi antichi del “SistemaItalia” e una certa fatalistae narcisistica tendenza al “fare <strong>da</strong>sé’”, quan<strong>do</strong> non la napoletana filosofiadel “tirammo innanze”…L’Italia non ci sarebbe più, <strong>da</strong>lpunto di vista economico, fuori<strong>da</strong>ll’Euro e <strong>da</strong>ll’Europa; e questononostante sia diffusissima tra gliitaliani l’opinione contraria, ossiache la moneta unica europea hafatto male e non bene al Paese.L’Italia non ci sarà più, <strong>da</strong>lpunto di vista economico e demografico,se non saprà aprirsi consaggezza e intelligenza al Mon<strong>do</strong>.E in questo sforzo, ci siapermesso di dirlo come italianiall’estero, sono proprio gli italianiche sono nel Mon<strong>do</strong> a poter<strong>da</strong>re un contributo decisivo.Tanto alle politiche di integrazionea favore dei tanti stranieriche entrano tutti gli anniall’interno dei nostri confini,quanto alle potenzialità di sviluppoe di crescita, che potrebberoessere accentuate <strong>da</strong> unapositiva valorizzazione delle nostregrandi comunità di italiani eitalo-discendenti.Purtroppo non sembra esserequesta la stra<strong>da</strong> imboccata <strong>da</strong>ll’attualegoverno <strong>italiano</strong>: la chiusurae, a volte, la repressione nei confrontidell’immigrazione stranierae la scarsissima attenzione <strong>da</strong>taalle politiche per gli italiani nelmon<strong>do</strong> hanno caratterizzato negativamenteproprio i primi mesi delnuovo man<strong>da</strong>to di Berlusconi.Noi che crediamo in questivalori non ci arrendiamo; e dicoquesto perché sono convinto cheè in primo luogo l’Italia ad averebisogno dei tanti milioni di italianiall’estero, più che il contrario.Passare, lo abbiamo detto piùvolte, <strong>da</strong>lla voce “spese” a quella“investimenti”: solo così saràpossibile invertire una tendenzaculturale, prima che di politicaeconomica, che in questi mesi èapparsa quasi irreversibile.La visita del Presidente Lulapotrebbe essere un tassello importantee forse decisivo per chicrede e porta avanti queste convinzioni:si tratta, in fin dei conti,del Presidente del Paese <strong>do</strong>vevive la più grande comunitàdi italo-discendenti al mon<strong>do</strong> edi una delle potenze economicheche più cresce e si sviluppa, insettori strategicamente interessanti,se non addirittura complementari,per l’economia <strong>italiana</strong>.Buon viaggio, Presidente, e...In bocca al lupo!PrivatizzazioneIl governatore di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ha avuto l’avalloverde <strong>da</strong>l presidente Luiz Inácio Lula <strong>da</strong> Silva per iniziare il processodi privatizzazione dell’Aeroporto Internacional Tom Jobim.Attualmente, l’amministrazione dell’aeroporto è nelle mani dellaInfraero, impresa pubblica nazionale vincolata al ministero dellaDifesa. L’aeroporto di Viracopos, a Campinas (SP) seguirà la stessastra<strong>da</strong>. Da tempo Cabral rivendica la privatizzazione del Tom Jobimper migliorare il servizio dell’aeroporto, già paragonato <strong>da</strong> luistesso ad una “stazione di quinta categoria”. Il governatore fluminensecrede che i miglioramenti del vecchio Galeão aiuteranno Rionella sua campagna per ospitare le Olimpiadi del 2016. In questomomento la Infraero amministra 67 aeroporti, che concentranoil 97% del movimento di trasporto aereo regolare del <strong>Brasil</strong>e. Ciòequivale a due milioni di atterraggi e decolli di aerei nazionali estranieri, che trasportano circa 110 milioni di passeggeri.VaspLa Giustizia dello stato di São Paulo ha reso ufficiale ciò chetutti già sapevano: la Vasp è fallita. Da tre anni fuori operazione,la compagnia aerea brasiliana è stata dichiarata fallitail mese scorso <strong>da</strong>lla I Vara de Falências e Recuperações Judiciais.Con circa 5 miliardi di reali di debiti, l’azien<strong>da</strong> era sotto ilcontrollo della Justiça <strong>do</strong> Trabalho. Da più di due anni, i curatorifallimentari cercavano di mettere in pratica un piano per farricominciare le attività della compagnia. L’imprenditore WagnerCanhe<strong>do</strong> è il maggior azionista della compagnia. Ha preso le redinidell’azien<strong>da</strong> nel 1990 <strong>do</strong>po averla acquisita <strong>da</strong>l governo dellostato di São Paulo a un’asta presso la Bolsa de Valores paulista.Solo in futuroIl <strong>Brasil</strong>e continua ad essere il paese del futuro. Perlomeno perchi crede alla conquista della felicità. Un son<strong>da</strong>ggio reso notoin settembre <strong>da</strong>lla Fun<strong>da</strong>ção Getúlio Vargas (FGV) ha rivelato che il<strong>Brasil</strong>e è in vetta ad un ranking formato <strong>da</strong> 132 paesi in cui le personeintrave<strong>do</strong>no la possibilità di ottenere “felicità futura”. Traducen<strong>do</strong>loper il mon<strong>do</strong> dell’economia, ciò significa ottimismo per iprossimi cinque anni. Invece, nel ranking della “felicità presente”,in vetta c’è la Danimarca, mentre il <strong>Brasil</strong>e occupa il 22° posto.Dall’altro capo, il paese meno ottimista è lo Zimbabwe, mentreil meno infelice è il Togo, ambedue del continente africano.LineaLa Fiat sta già fabbrican<strong>do</strong> in <strong>Brasil</strong>e il modello Linea. La presentazionedella nuova auto è stata fatta durante l’eventoWTC Golden Hall, a São Paulo, ed è stato premiato <strong>da</strong> un concertoesclusivo di Caetano Veloso e Roberto Carlos. La macchina segnail ritorno della Fiat al segmento delle berline medie, che ha presentatouna crescita del 31% nel 2007.— Vogliamo raggiungere con la Linea il 15% di questo segmento,il che equivale a 30mila unità annue. È un segmento ingrande crescita in <strong>Brasil</strong>e, e molto competitivo — mette in risaltoil presidente della Fiat in America Latina, Cle<strong>do</strong>rvino Belini.La Linea presenta due versioni: motore 1.9 16V Flex o 1.4 T-Jet con 152 cavalli di potenza. Secon<strong>do</strong> l’azien<strong>da</strong>, i test realizzaticon il nuovo modello nella fabbrica della Fiat a Betim (MG) hannorichiesto 350mila ore di lavoro per arrivare alla Linea specialmentea<strong>da</strong>ttata al mercato nazionale.Il Congresso brasiliano l’annoscorso ha approvato un dispositivo,nel quadro del “pacchettosulla sicurezza”, che prevedel’imposizione, a seguito di esamepsichiatrico e decisione delgiudice, del braccialetto elettronicoper i colpevoli di reati gravissimi,come stupro, omicidio,traffico di droga e sequestro,quan<strong>do</strong> go<strong>do</strong>no di qualche concessionemoderatrice del regimedi reclusione.In Italia, fin <strong>da</strong>l 1975 conla legge 354, è previsto l’uso dimezzi di controllo, mai applicati,a parte una disastrosa sperimentazionecon<strong>do</strong>tta nel 2001 <strong>da</strong>lgoverno D’Alema, con una spesadi circa 11 milioni di euro. Nellascorsa legislatura l’allora Ministrodi Giustizia Castelli nonriattivò la sperimentazione: ”ilbraccialetto non fu <strong>da</strong> me utilizzatoa suo tempo perché costosissimoe perché più di una voltaabbiamo appurato che il braccialettorestava a casa mentre il detenutoera in giro”.L’attuale Ministro, Alfano,nel suo piano per ridurre l’affollamentodelle carceri, l’ha recentementeriproposto, sollevan<strong>do</strong>una serie di obiezioni, non solo<strong>da</strong>ll’opposizione, che con Veltroniha manifestato un sonoro, manon motivato, rifiuto, ma anche<strong>da</strong>l Ministro degli Interni, Maroni,dicen<strong>do</strong>si a favore solo sel’apparecchietto garantirà evasionezero.Destinato al controllo dellepersone sottoposte alla detenzione<strong>do</strong>miciliare, con<strong>da</strong>nnatiper reati lievi, circa 4100 detenuti,si applica alla caviglia e<strong>do</strong>vrebbe permettere all’Autoritàgiudiziaria di verificare a distanzae costantemente i movimentidel soggetto che lo in<strong>do</strong>ssa.Sostiene il sin<strong>da</strong>cato di poliziaSAPPE, che è una misura che potrebbealmeno in parte svuotarele carceri, agevolare il lavoro delleforze dell’ordine e far recuperareefficienza agli stessi organinotizie / articoloLa finestraDaniele Mengacci<strong>da</strong>nielemengacci@pwz.com.brSicurezzadi polizia penitenziaria. La misuraè sicuramente interessante eutile, se applicata correttamente<strong>da</strong>lla Giustizia, ma può <strong>da</strong>re aditoa pericolose evoluzioni.Il dibattito in corso sembratrascurare un concetto fon<strong>da</strong>mentalenell’applicazione dellapena, quello di riabilitazione delreo, concetto enunciato <strong>da</strong> CesareBeccaria, e che adesso sembramorire con l’on<strong>da</strong>ta giustizialistadi fine secolo.Un ex detenuto ha forti difficoltàa reinserirsi nel contestosociale. Chi vorrà averlo comeamico, quale <strong>do</strong>nna lo vorrà comecompagno se la sua condizioneè materialmente manifestata<strong>da</strong>lla presenza della cavigliera?Il pericolo maggiore però èun altro, e sta nel consenso popolareche la misura può avere.Qualcuno potrebbe pensaredi estendere la misura agli imputatiin attesa di giudizio, demolen<strong>do</strong>definitivamente il concettod’innocenza dell’inquisito fino acon<strong>da</strong>nna definitiva, così comesi fece nel perio<strong>do</strong> giustizialista.L’ex ministro Mastella ha recentementedichiarato che: “I tifosidel Napoli che <strong>do</strong>menica hannocompiuto violenze inaccettabilimeritano la massima con<strong>da</strong>nnapossibile. Non solo morale maanche penale. Metterei a tutti ilbraccialetto elettronico”.Si comincia così, con apparenteragione. Poi qualcuno imporràad altri di mettersi unastella gialla sulla giacca.Divulgação14 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 15


políticaNo Piemonte, uai!de ter na província de Piemonte,Região <strong>italiana</strong> dedica, em novembro, uma semana ao esta<strong>do</strong> brasileiro de Minasaté pelas relações que temos comGerais. Além de ro<strong>da</strong><strong>da</strong> de negócios, a programação inclui eventos de ordem a Fiat, uma plataforma nova paraque seus produtos e empresascultural e de cooperação, impulsiona<strong>do</strong>s pela presença <strong>da</strong> Fiat tanto lá quanto cáavancem nos merca<strong>do</strong>s europeusSílvia So u z a e vice-versa — completa o governa<strong>do</strong>rque, em agosto, esteveem Turim para acertar detalhessobre a Semana de Minas.Nos últimos anos, a economia<strong>do</strong> Piemonte vem se transforman<strong>do</strong>a partir de um planejamento volta<strong>do</strong>para a diversificação industriale tecnológica. Na agricultura, destaca-sea produção de uva para vinhose também a pecuária de ovinos,com um rebanho de mais deum milhão de cabeças, representan<strong>do</strong>13% <strong>do</strong> total nacional.Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> presidente mundial <strong>da</strong> e Minas, a região <strong>do</strong> Piemonte,Fiat, Sergio Marchionne, Aécio Nevescom uma população de aproxima<strong>da</strong>mente4,3 milhões de habitriasestão no Piemonte, que ex-Atualmente 149 mil indús-visita o Centro Mira Siori, onde aempresa expôs seus novos produtostantes e área total de 25,4 mil porta principalmente máquinas equilômetros quadra<strong>do</strong>s, recebe mecânica, metalurgia, alimentosolhar atento quan<strong>do</strong> a intenção e produtos têxteis e de vestuário.Além de Turim, a ativi<strong>da</strong>deé fomentar o desenvolvimento deparcerias entre Minas e Itália. industrial também é desenvolvi<strong>da</strong>nas províncias de Ivrea (ele-— O mun<strong>do</strong> cobra, ca<strong>da</strong> vezmais, esse intercâmbio. Não vivemosagora limita<strong>do</strong>s por nos-(química e gráfica) e Ossola (sitrônica),Biellese (têxtil), Novarasas fronteiras. E Minas Gerais poderúrgicae mecânica).Ojeitinho mineiro e suasdelícias características,como o pão de queijo,vão invadir a Itália. Chefia<strong>da</strong><strong>pelo</strong> governa<strong>do</strong>r Aécio Neves,uma delegação compostapor secretários e empresários desembarcaem solo <strong>italiano</strong>, maisprecisamente no Piemonte, nodia 18 de novembro. Capital <strong>da</strong>região, Turim vai dedicar uma semanaao esta<strong>do</strong> de Minas Gerais.Na programação, manifestaçõesartísticas, festival gastronômico,ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s de negócios e visitastécnicas a empresas.A iniciativa é uma parceriaentre governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, Federação<strong>da</strong>s Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> deMinas Gerais (Fiemg) e Institutode Desenvolvimento Integra<strong>do</strong> deMinas Gerais (Indi), com apoio <strong>da</strong>Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eira de Comércio,Indústria e Artesanato de Minas.O principal objetivo <strong>da</strong> comitivabrasileira é levar para Minasa implantação <strong>do</strong> Centro de Engenharia<strong>da</strong> Fiat no <strong>Brasil</strong>, ação que<strong>do</strong>braria o espaço ocupa<strong>do</strong> pelafábrica <strong>italiana</strong> no esta<strong>do</strong>.— O Piemonte é um Esta<strong>do</strong>irmão de Minas. Temos uma complementari<strong>da</strong>demuito grande nasnossas economias e vamos consoli<strong>da</strong>resse intercâmbio. Queremosque a região conheça Minaspara analisar conosco a possibili<strong>da</strong>dede novas parcerias, de novosinvestimentos — explica ogoverna<strong>do</strong>r Aécio Neves.Soraya Ursine/Imprensa MGAlém <strong>do</strong> interesse imediato nosetor econômico, a área de educaçãonão foi esqueci<strong>da</strong> <strong>pelo</strong>s brasileiros.A ampliação de projetos comoo “Jovens mineiros, ci<strong>da</strong>dãos<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”, que envolve a Universi<strong>da</strong>de<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Minas Gerais(Uemg) e o Instituto Politécnicode Turim (Polito), por exemplo,faz parte <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> comitiva. Eaproveitan<strong>do</strong> sua esta<strong>da</strong> na região,Neves fará palestra sobre biocombustíveisem um evento organiza<strong>do</strong><strong>pelo</strong> ex-presidente <strong>da</strong> Confindustriae presidente <strong>da</strong> Ferrari, LucaCordero di Montezemolo.Segun<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>spela secretaria estadual de DesenvolvimentoEconômico de Minas,a Itália aparece na sétimaposição na lista <strong>do</strong>s países paraos quais o esta<strong>do</strong> mais exportaprodutos. Mas é o quarto quan<strong>do</strong>se fala em importação. Apoia<strong>do</strong>s<strong>pelo</strong> relacionamento entre FiatMinas, mun<strong>do</strong>idéia é fazer circular o conhecimento e permitir uma experiênciain loco em futuras situações de trabalho. Assim, o “Jo-Avens mineiros, ci<strong>da</strong>dãos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>” levou, no início <strong>do</strong> ano, 20universitários a Piemonte. Eram alunos <strong>do</strong> último ano <strong>do</strong>s cursosde Design de Produto, Gráfico e de Ambientes <strong>da</strong> Uemg que forama empresas, centros de pesquisa e universi<strong>da</strong>des na área <strong>do</strong> design.Em 2009, o grupo deve ser composto por outras 30 pessoas. Nos40 dias de programa, participaram de um treinamento no InstitutoPolitécnico de Torino (Polito), um estágio no Centro de Pesquisas<strong>da</strong> Fiat (CRF) e fizeram visitas técnicas a empresas e a ArranjosProdutivos Locais (APL’s) organiza<strong>da</strong>s <strong>pelo</strong> Polito. Para participar<strong>do</strong> intercâmbio, os alunos passaram por um processo seletivo criterioso.No primeiro grupo, 15 participantes eram mulheres.16 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008


politicaeconomiaGiovaniuniti a RomaPreparativi per la scelta dei partecipanti alla PrimaConferenza dei Giovani Italiani nel Mon<strong>do</strong> sono in fase finaleSono arrivati l’ora e il turnodegli italo-discendentiin tutto il mon<strong>do</strong>. A Romasono attese 500 personevenute <strong>da</strong>i cinque continenti perla Prima Conferenza dei GiovaniItaliani nel Mon<strong>do</strong>, che avrà luogo<strong>da</strong>l 12 al 14 dicembre pressola sede della FAO – Organizzazioneper l’Alimentazione e l’Agricolturadelle Nazioni Unite.La delegazione brasiliana saràcomposta <strong>da</strong> circa 15 membri,scelta in proporzione al numerodei residenti all’estero permezzo di selezioni effettuate <strong>da</strong>iComites (Comitati degli Italianiall’Estero) in <strong>Brasil</strong>e. I gruppi digiovani oriundi avranno l’incombenzadi presentare proposte aRoma per allargare la diffusionedella cultura e della lingua italianeper poi trasmetterle alle futuregenerazioni, e di rafforzare le comunitànei Paesi <strong>do</strong>ve risie<strong>do</strong>no.— Ci aspettiamo molto <strong>da</strong>questo incontro. Vogliamo sentirei giovani. Saranno due giorniper loro, che parleranno, deciderannocosa vogliono fare perdivulgare la cultura <strong>italiana</strong> asuo mo<strong>do</strong> e linguaggio — diceuno dei rappresentanti del CGIE(Consiglio Generale degli Italianiall’Estero) in America Latina, AntonioLaspro, anche consiglieredel Comites, del CGIE a São Pauloe presidente del Patronato ENA-SCO - Ente Nazionale di AssistenzaSociale Per i Commercianti.Dalla prima idea fino all’approvazionee organizzazionedell’evento sono passati cinqueanni. Laspro osserva che la Conferenzapotrebbe veramente nonessere solo un progetto, ma divenirerealtà “grazie all’impegnodel governo anteriore e anchedell’attuale, che ha mantenutogli impegni presi”.L’approvazione finale per lamessa in pratica dell’evento entroquest’anno è stata decisa nelfebbraio scorso, a Roma, duranteun’assemblea del CGIE presso ilMinistero degli Affari Esteri. Ma illuogo dell’incontro è stato sceltosolo di recente. Secon<strong>do</strong> Laspro,la sede della FAO è “adeguata”perché “solo là si potrà ricevereun gran numero di persone”. Secon<strong>do</strong>lui, ci si aspetta la partecipazionedi 500 persone, tra giovani,parlamentari e comitive.Il presidente del Consiglio,Silvio Berlusconi, il ministro degliAffari Esteri e presidente delCGIE, Franco Frattini, il sottosegretarioagli Affari Esteri, Alfre<strong>do</strong>Mantica, e il segretario generaledel CGIE, Elio Carozza, non soloparleranno, ma ascolteranno anchegli italo-discendenti durantela Conferenza. Anche deputati eTat i a n a Bu f fCorrespondente • São Paulosenatori eletti nelle circoscrizioniestere saranno presenti. DelCGIE brasiliano andranno quattroconsiglieri: Antonio Laspro eClaudio Pieroni (SP), Mario Araldi(MG) e Walter Petruzziello (PR).Fin <strong>da</strong>ll’inizio dell’anno, ogniPaese sta realizzan<strong>do</strong> varie riunioniper “ascoltare e sentire ciòche i giovani vogliono e si aspettano<strong>da</strong> questa riunione”, raccontaLaspro. La fascia d’età dei partecipantisarà ampia, <strong>da</strong>i 18 ai 33anni, così come il criterio di selezione,che accoglie i più diversirami di attività: <strong>da</strong> professori aPrima, a Rio...imprenditori purché mantenganoun vincolo reale e costante conla cultura della penisola.— Riceveremo curriculum dipersone interessate a partecipareall’evento fino alla fine di settembre.Sceglieremo quelli che,oltre alle origini italiane, parlinola lingua, frequentino associazioni,circoli di comunità e, specialmente,che amino l’Italia, chenon vogliano an<strong>da</strong>re a Roma soloper una viaggio di piacere — affermaLaspro.Colaborou Sílvia SouzaPer discutere temi che costantemente fanno parte dell’ordinedel giorno degli interessi degli italiani che vivono all’estero,ci sarà a Rio de Janeiro, <strong>da</strong>l 16 al 18 ottobre, la riunione dellaComissão Continental <strong>do</strong> Conselho Geral <strong>do</strong>s Italianos no Exterior.Secon<strong>do</strong> il consigliere e responsabile dell’organizzazione dell’evento,Claudio Pieroni, 23 membri del CGIE di Paesi come Messico,Colombia, Peru, Cile, Uruguay, Venezuela, <strong>Brasil</strong>e e Argentina sarannorappresentati. Oltre a questi, <strong>do</strong>vrebbero farsi presenti allariunione sei presidenti di Comites e il vicesegretario del CGIE AmericaLatina, Francisco Nardelli.— Secon<strong>do</strong> la legge, questa riunione deve aver luogo due voltel’anno. Nel primo semestre siamo stati a Caracas. E ora si <strong>do</strong>vrebbetenere in Argentina o in <strong>Brasil</strong>e. È una comune riunione, in cuitracciamo un quadro per ogni paese su temi come quello del funzionamentodella rete consolare, l’assistenza agli italiani pensionati econtribuenti e la diffusione di lingua e cultura. Inoltre dedicheremouno spazio di tempo alla Conferenza dei Giovani — informa Pieroni.O fiel <strong>da</strong>balançaCâmara de Mediação e Arbitragem <strong>da</strong>Eurocâmaras completa dez anos no <strong>Brasil</strong> quan<strong>do</strong>se intensificam os negócios <strong>do</strong> país com a UETat i a n a Bu f fCorrespondente • São PauloNa BalançaNo mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios,tempo é dinheiro. Nomun<strong>do</strong> jurídico, o tempoparece não ter pressa.Quan<strong>do</strong> uma questão comercial“emperra” em uma instância judicial,o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios entraem uma ver<strong>da</strong>deira corri<strong>da</strong> contrao tempo para evitar grandes prejuízos.É por isso que as câmarasde mediação e arbitragem se tornamca<strong>da</strong> vez mais importantes eestratégicas, uma vez que conseguemresolver conflitos empresariaismais rapi<strong>da</strong>mente <strong>do</strong> que aJustiça comum.Enti<strong>da</strong>de que reúne as câmarasde comércio européias no <strong>Brasil</strong>,a Eurocâmaras, acaba de completardez anos no país, onde instituiu,em São Paulo, sua Câmarade Mediação e Arbitragem (CAE).A julgar <strong>pelo</strong> volume de negóciosentre o <strong>Brasil</strong> e a UE, seu trabalhomostra-se decisivo. Segun<strong>do</strong><strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento,Indústria e ComércioExterior <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, entre janeiro ejulho deste ano, os negócios coma UE já somam 47 bilhões de dólares.No ano passa<strong>do</strong>, ficou em67 bilhões de dólares.A Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eira deComércio, Indústria e Agriculturade São Paulo, membro-fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r<strong>da</strong> Eurocâmaras, passou, em julho,a presidência de turno anualà equivalente Portuguesa. Segun<strong>do</strong>o presidente <strong>da</strong> Italcam,Eduar<strong>do</strong> Pollastri, um <strong>do</strong>s principaissal<strong>do</strong>s <strong>da</strong> sua gestão foi acriação de estímulos para a a<strong>do</strong>ção<strong>da</strong> arbitragem pela comuni<strong>da</strong>deempresarial no país. Umaprovidência que, segun<strong>do</strong> ele, étoma<strong>da</strong> pela Europa há 20 anos.Atual presidente <strong>da</strong> Eurocâmaras,Antonio Pargana afirmaque tem aumenta<strong>do</strong> o uso <strong>da</strong> arbitragempelas empresas, sejamelas de pequeno, médio ou grandeporte, desde a decisão <strong>do</strong> SuperiorTribunal Federal que, em2001, reconheceu as câmaras comoopção legal às discussões nosfóruns <strong>do</strong> Judiciário. Isso incluicausas que envolvem concessõese obras <strong>do</strong> governo. A única áreanão permiti<strong>da</strong> às câmaras é a direitopatrimonial indisponível.— A arbitragem tem ti<strong>do</strong> umagrande aceitação porque propiciadecisões no espaço de oito a quatorzemeses, face a uma sentençaque pode demorar dez, quinzeanos — exemplifica Pargana.Na opinião <strong>da</strong> secretária-geral<strong>da</strong> CAE, Ruth Lunardelli, háum aumento na confiança <strong>da</strong>sempresas em relação ao trabalho<strong>da</strong> câmara de arbitragem. Ela explicaque, na gestão <strong>do</strong>s litígioscomerciais, o sigilo e a transparência<strong>da</strong>s decisões <strong>do</strong>s árbitros,escolhi<strong>do</strong>s pelas partes em questão,“são fun<strong>da</strong>mentais”.O corpo arbitral responsávelpela condução e julgamento <strong>do</strong>sconflitos nos tribunais <strong>da</strong> CAE écomposto por 49 juízes, eleitospelas câmaras associa<strong>da</strong>s à Eurocâmaras.Segun<strong>do</strong> o presidente<strong>da</strong> CAE, Jean François Jules Teisseire,em 2007 a enti<strong>da</strong>de realizoucinco mediações com êxito,nas quais as empresas entraramem acor<strong>do</strong> em “processos eficientes,rápi<strong>do</strong>s e definitivos, semnecessi<strong>da</strong>de de apelação”.Segun<strong>do</strong> Ruth, não existeum “produto ou tipo de empresamais ou menos recorrente” nasarbitragens <strong>da</strong> Câmara. Mas elainforma que, em setores econômicosestratégicos como energia,agropecuária e combustíveis, autilização <strong>da</strong> arbitragem “temsi<strong>do</strong> significativa”. Ela explicaAntonio Pargana e Ruth Lunardelli:arbitragem em crescimento e compapel estratégicoque há uma “propensão” à formaçãode centros arbitrais atrela<strong>do</strong>sa determina<strong>do</strong>s setores, “oque permite maior especialização<strong>do</strong>s árbitros e quali<strong>da</strong>de nas decisões”.É isso que está acontecen<strong>do</strong>com o setor energético. OInstituto <strong>Brasil</strong>eiro de Estu<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Direito <strong>da</strong> Energia (IBDE) instituiueste ano a própria Câmarade Mediação e Arbitragem. Oobjetivo é resolver questões nasáreas de energia elétrica, gás natural,fontes renováveis, petróleoe biocombustíveis, que envolvemobras, serviços públicos de infraestruturae concessões.Dos 27 países membros <strong>da</strong> União Européia, a Itália ocupa asegun<strong>da</strong> posição no ranking de exportações para a AméricaLatina e Caribe, com o correspondente a 11% <strong>do</strong> total, cerca de11,2 bilhões. À sua frente, a Alemanha, com a cifra de 20,4 bilhõesde euros (27%). Em terceiro lugar vem a Espanha, com 9,1bilhões (12%). No caminho inverso, a Itália é o quarto país <strong>da</strong>UE que mais importa <strong>da</strong> América Latina e Caribe (LAC), com 10,5bilhões ou 11%. O maior importa<strong>do</strong>r é a Alemanha, com 16,2bilhões (18%) segui<strong>da</strong> por Holan<strong>da</strong>, com 15,7 bilhões (17%) eEspanha, com 13,6 bilhões (14%). O <strong>Brasil</strong> é o maior exporta<strong>do</strong>rentre as 33 nações que compõem o LAC, com 35% <strong>do</strong>s números, oequivalente a 32,6 bilhões, segui<strong>do</strong> à distância <strong>pelo</strong> Chile e o México.Ao mesmo tempo, o país é o principal importa<strong>do</strong>r entre ospaíses <strong>do</strong> LAC, com 21,3 bilhões, cerca de 28% <strong>do</strong> total exporta<strong>do</strong>pela União. O sal<strong>do</strong> é positivo na balança comercial brasileira,contribuin<strong>do</strong> com um superávit de quase 11 bilhões de euros.18 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 19


economianegóciosUna scommessachiamata <strong>Brasil</strong>eAmbasciata brasiliana a Roma promuove seminario per incentivare gliinvestimenti dell’imprenditorato <strong>italiano</strong> in <strong>Brasil</strong>ePer presentare il <strong>Brasil</strong>ecome una buona alternativaper gli investimenti,l’ambasciatore brasilianoin Italia, Adhemar Bahadian, hapromosso un seminario sugli investimentiitaliani in <strong>Brasil</strong>e.Rappresentanti della Câmarade Comércio e Indústria di Caxias<strong>do</strong> Sul, della Federação <strong>da</strong>s Indústrias<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> di São Pauloe il direttore del Banco <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>a Londra hanno partecipatoall’evento, che ha avuto luogo insettembre a Roma. Nella platea,circa 300 imprenditori italianihanno seguito il seminario.— Abbiamo presentato ilpotenziale economico della nostraregione, con i <strong>da</strong>ti della nostracittà, in cui siamo, per lamaggior parte, discendenti diitaliani. Tutto ciò miran<strong>do</strong> a<strong>da</strong>ttrarre e captare sempre piùinvestimenti italiani — spiegaMilton Corlatti, presidente dellaCâmara de Comércio e Indústriadi Caxias <strong>do</strong> Sul, che ha gui<strong>da</strong>touna comitiva di 15 imprenditorigaúchos.Secon<strong>do</strong> Corlatti, a Caxias <strong>do</strong>Sul già ci sono industrie che investononella regione, come laPettinati, nell’area tessile, il cuipresidente è <strong>italiano</strong>, e la OMP<strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, dell’industria di mobili.Oltre ai casi di piccole impreseche fanno parte dell’areaA sinistra, l’ambasciatore brasiliano in Italia, Adhemar Bahadian, apre l’eventoVista aerea di Caxias <strong>do</strong> Suldell’illuminazione pubblica, e diimprese che ven<strong>do</strong>no macchinariall’imprenditorato locale.Corlatti ricor<strong>da</strong> che a Caxias<strong>do</strong> Sul ci sono varie imprese digrandi dimensioni fon<strong>da</strong>te <strong>da</strong> discendentidi italiani, com’è il casodella Ran<strong>do</strong>n e della Marcopolo,“che sono mondiali”. Inoltre,la città gaúcha è il secon<strong>do</strong> polometalmeccanico del <strong>Brasil</strong>e, superatasolo <strong>da</strong> São Paulo.— A Caxias <strong>do</strong> Sul abbiamo31mila CNPJs. Su 11 persone,una è proprietaria di un’impresa.I discendenti di italiani, è propriovero, sono grandi imprenditori— afferma Corlatti.Per parlare dell’internazionalizzazionedelle piccole industrieitaliane, è stato invitato il vicepresidente di Confindustria, GiuseppeMorandini. Durante l’evento,è stata anche lanciata la Gui<strong>da</strong>Legale, un manuale elaborato<strong>da</strong>llo studio Noronha Advoga<strong>do</strong>s,con l’appoggio dell’Ambasciatabrasiliana a Roma, destinato agliCamere all’esteroNay r a Garofleimprenditori italiani che si interessinoad investire in <strong>Brasil</strong>e.— La Gui<strong>da</strong> Legale si occupadi diritto societario, tributazione,accordi bilaterali, diritto dellavoro, struttura del Giudiziario,immigrazione, capitale stranieroe cambio, così come del sistemafinanziario in generale — spiegail presidente del Comitê Executivode Noronha Advoga<strong>do</strong>s, Durvalde Noronha Goyos Júnior.L’idea di creare un manuale èstata dello stesso ambasciatoreBahadian. La proposta della Gui<strong>da</strong>Legale, che è stata distribuitadurante il seminario, è quella dioffrire informazioni su ambiente esicurezza giuridici in <strong>Brasil</strong>e, oltrea facilitare il processo decisorioe di installazione dei piccoli emedi imprenditori nel paese.Tra l’11 e il 15 ottobre sarà realizzata la 17ª Convention Mondialedelle Camere Italiane all’Estero. L’evento avrà luogo durantela Fiera di Rimini (Emilia-Romagna) e, quest’anno, è stato organizzato<strong>da</strong>lla Unioncamere, <strong>da</strong>ll’Associazione delle Camere di CommercioItaliane all’Estero (Assocamerestero) e <strong>da</strong>lla Camera di Rimini.L’incontro riunisce 74 Camere di Commercio italiane operantiin 48 paesi. Il <strong>Brasil</strong>e sarà rappresentato <strong>da</strong>lle sue quattro Camerecon sede negli stati di Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais eRio Grande <strong>do</strong> Sul.Le maggiori personalità e autorità di istituzioni italiane, comeil presidente dell’ICE, Umberto Vattani, e il presidente di Confindustria,Emma Marcegaglia, saranno presenti all’evento. L’obiettivoprincipale della Convention è quello di presentare cosa c’è dinuovo nel Made in Italy e la nuova politica per l’internazionalizzazionedelle imprese italiane.— Le Camere italo-brasiliane presenteranno ciò che c’è diinteressante nelle rispettive aree per gli imprenditori italiani, esupporto per coloro che vogliono investire in <strong>Brasil</strong>e. Le aspettativesono molto positive perché, in questo momento, l’Italiasi dimostra molto interessata al <strong>Brasil</strong>e. Il paese si trova in unaposizione privilegiata di sviluppo e tutti gli economisti stannoparlan<strong>do</strong> molto bene dell’economia brasiliana — afferma il presidentedella Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eira de Comércio e Indústria di SãoPaulo e dell’Assocamerestero, E<strong>do</strong>ar<strong>do</strong> Pollastri.Quarenta e três empresasbrasileiras participarampela primeira vez <strong>da</strong> Micam,principal feira <strong>italiana</strong>de calça<strong>do</strong>s, realiza<strong>da</strong> nomês passa<strong>do</strong>, em Milão. Promovi<strong>do</strong>pela criteriosa Associação <strong>da</strong>sIndústrias de Calça<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Itália(ANCI), o evento é considera<strong>do</strong>a porta de entra<strong>da</strong> para as empresasque almejam um lugar noconcorri<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>. Ao to<strong>do</strong>, a feira contoucom a participação de 1629 expositores,sen<strong>do</strong> 531 <strong>do</strong> exterior.Os brasileiros que foram a Milãosão integrantes <strong>do</strong> BrazilianFootwear - programa de promoçãoàs exportações desenvolvi<strong>do</strong> pelaAssociação <strong>Brasil</strong>eira <strong>da</strong>s Indústriasde Calça<strong>do</strong>s (Abicalça<strong>do</strong>s)em parceria com a Apex-<strong>Brasil</strong>.— Estamos com recorde departicipacão. Somos a quarta comitiva,atrás apenas <strong>do</strong> ReinoUni<strong>do</strong>, Portugal e Espanha — dizHeitor Klein, diretor de Abicalça<strong>do</strong>s.— A produção brasileira fezRenato GianturcoEstilo e ousadia marcaram produtosapresenta<strong>do</strong>s. Ao la<strong>do</strong>, folderpromocional <strong>da</strong> presença brasileiraDe solaMaior feira de calça<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Itália, a Micam contou com aparticpação de 43 empresas brasileiras. Italianos aproveitam o eventopara protestar contra a Comuni<strong>da</strong>de Econômica Européia, que não semostra disposta a restringir ações anti-<strong>da</strong>mping pratica<strong>da</strong>s <strong>pelo</strong>s asiáticosbonito. Nosso sucesso se deve aum significativo avanço <strong>do</strong> sistemaprodutivo e <strong>da</strong> rede de empresasbrasileiras que, nestes últimosanos, evoluíram drasticamente.Atualmente, os calça<strong>do</strong>s brasileirossão vendi<strong>do</strong>s em 146países e geram 1,91 bilhões dedólares em negócios, o que representa177 milhões de sapatosvendi<strong>do</strong>s no exterior. Na Mican,as peças exibi<strong>da</strong>s foram bem recebi<strong>da</strong>s<strong>pelo</strong> público. A design<strong>italiana</strong> Francesca Gui<strong>do</strong>lin, porexemplo, diz ter gosta<strong>do</strong> de váriascoleções e novi<strong>da</strong>des apresenta<strong>do</strong>s<strong>pelo</strong>s brasileiros.— Fiquei bem surpresa e admireio que ví: produtos de quali<strong>da</strong>dea preços convenientes.Os brasileiros estão aprenden<strong>do</strong>que o preço, na hora de comprar,conta, mas a quali<strong>da</strong>de também— afirma Francesca.Durante o evento, foi lembra<strong>da</strong>a crise mundial no setor queatingiu quase to<strong>do</strong>s os países <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>. A Itália, por exemplo, teveuma que<strong>da</strong> de 6% nas suas exportações,no ano passa<strong>do</strong>. Vendeu“apenas” 107,6 milhões de paresde calça<strong>do</strong>s, 6,9 milhões a menosem relação ao mesmo perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>ano anterior. Mesmo assim, o faturamentodesse setor <strong>italiano</strong> cresceuem 3,2%, ao fechar os cincomeses com 2,8 bilhões de euros.O <strong>Brasil</strong> perdeu 25% <strong>da</strong>s exportaçõespara os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,mas aumentou seus negócios comos países europeus. Portugal, porexemplo, foi responsável por umaumento 55,2%, <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s brasileiraspara o exterior, enquanto aItália representou mais 51,7%. Inglaterra,Espanha e Alemanha tambémforam merca<strong>do</strong>s significativospara o país. Atualmente, o <strong>Brasil</strong>conta com cerca de nove mil empresasde calça<strong>do</strong>s, concentra<strong>da</strong>sprincipamente nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> RioGrande <strong>do</strong> Sul, São Paulo, MinasGerais, Santa Catarina e Ceará.Realizar ven<strong>da</strong>s diretas parao lojista, diminui<strong>do</strong> a influênciaProtestoJa n a í n a CesarCorrespondente • Treviso<strong>do</strong> distribui<strong>do</strong>r, foi o objetivo demuitos <strong>do</strong>s participantes brasileiros.Segun<strong>do</strong> o diretor <strong>do</strong> StudioAna Paula Juliano Schmidt os“alvos” eram os clientes de pequenoe médio portes, “que normalmentenão vão ao <strong>Brasil</strong>”.Já as marcas Sylvie Quartara,Luiza Barcelos e Cavage comemoramo fato de terem participa<strong>do</strong><strong>do</strong> Visitors, um <strong>do</strong>s espaços maiscobiça<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Micam, por concentrarapenas grifes de alta mo<strong>da</strong>.As coleções apresenta<strong>da</strong>s por elasevidenciam a brasili<strong>da</strong>de com saltosde chifre e marchetaria, alémde combinações de couros nobrese exóticos com outros materiais.A julgar <strong>pelo</strong> que foi mostra<strong>do</strong>na Micam, o verão 2009 seguirácom muitas cores nos pés. Ossapatos femininos variam entresaltos altíssimos e rasteirinhas. Ocouro e o verniz continuam fortes,mostran<strong>do</strong> que se é para mulher, osapato deve brilhar. Já as coleçõesmasculinas apostam na casuali<strong>da</strong>dee o couro também reina garantin<strong>do</strong>conforto e elegância.presidente <strong>da</strong> ANCI, Vito Artioli, aproveitou a Mican para fazer umO alerta sobre a possível não renovação <strong>da</strong>s regras anti-dumpingimpostas para a China e Vietnam. No último dia 17 de setembro, os 27países <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de Econômica Européia se reuniram para discutir oassunto. Doze membros votaram contra a prorrogação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s.— Ficamos choca<strong>do</strong>s com a atitude <strong>da</strong> Comissão Anti-Dumping,que está protegen<strong>do</strong> os interesses de um pequeno e forte grupo priva<strong>do</strong>de importa<strong>do</strong>res — critica Artioli que conta com o apoio ConfederaçãoEuropéia <strong>da</strong>s Indústrias de Calça<strong>do</strong>s (CEC).Renato Gianturco20 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 21


negóciosnegóciosNa rota <strong>da</strong>energiaEmpresas <strong>italiana</strong>s vêm ao Rio em busca de novos negócios, de olho no pré-salAté 2015, serão realiza<strong>da</strong>smais 175 licitações, além<strong>da</strong> encomen<strong>da</strong> de 55 son<strong>da</strong>s,sen<strong>do</strong> que 28 delasserão construí<strong>da</strong>s no <strong>Brasil</strong>. Asinformações, <strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>pelo</strong> presidente<strong>da</strong> Petrobras, José SergioGabrielli, no encerramento <strong>da</strong>feira Rio Oil & Gas explica o burburinhoe superlotação entre osestandes, no Riocentro. O eventoatraiu investi<strong>do</strong>res e empresasde diversas partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>ao Rio, em setembro. Entreeles, a ordem era manter olhose ouvi<strong>do</strong>s volta<strong>do</strong>s para to<strong>da</strong> equalquer informação a respeito<strong>da</strong> grande vedete <strong>do</strong> momento:a cama<strong>da</strong> de pré-sal, sua exploraçãoe os benefícios que a operaçãolocal podem gerar. E umgrupo de empresas <strong>italiana</strong>s nãoficou de fora dessa on<strong>da</strong>.Das que participaram <strong>da</strong>feira, oito já atuam no <strong>Brasil</strong>(Allied International, JasO papel <strong>da</strong> Itáliapetróleo é um produto que, na bota, foi capaz de reunir emO seu entorno uma indústria de ponta na prospecção, extraçãoe beneficiamento desse recurso. Das 600 empresas <strong>do</strong> setor, 80%são exporta<strong>do</strong>ras. Do faturamento anual em torno de 865 milhõesde euros, 91% foram realiza<strong>do</strong>s em ativi<strong>da</strong>des no exterior. Uma<strong>da</strong>s maiores empresas é a Eni, presente em cerca de 70 países.Com a Petrobras, em 2005, assinou contrato de 600 milhões dedólares para o fornecimento de uma plataforma para o projetoGolfinho (ES). A entrega está prevista para o final de 2008. Oacor<strong>do</strong> dura nove anos e pode ser prorroga<strong>do</strong> por mais três.Fotos: Bruno de LimaGabrielli: merca<strong>do</strong> aqueci<strong>do</strong><strong>pelo</strong>s próximos dez anosSílvia So u z aForwarding, Macchi, MetallurgicaSiderforge, Pietro Fiorentini,Remosa, Techint, TorresinTitanio Metalli), nas áreas deoff-shore, produção de válvulas,caldeiras e material para regulageme medição, além de transportede cargas. Outras cinco(Douglas Chero, Sol<strong>do</strong>, Steeltrade,TesiGroup, Val<strong>do</strong>sider) vieramse aproximar <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.— Ano passa<strong>do</strong> também participamosde uma feira no <strong>Brasil</strong>.O problema <strong>do</strong> país consiste nanão existência de barcos, ou seja,de produção. To<strong>da</strong>s as embarcaçõesvêm <strong>da</strong> França, Inglaterraou Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Nós queremosfabricar aqui e estamosatentos a essas encomen<strong>da</strong>s <strong>da</strong>Petrobras. Matéria-prima o <strong>Brasil</strong>tem e isso favorece o custo total<strong>do</strong>s empreendimentos — dizo diretor técnico <strong>da</strong> Tesi Group,Ausonio Zubiani.O próprio Gabrielli aqueceu asexpectativas ao afirmar que, parao pré-sal, “os desafios envolvemlogística, automação, desenvolvimentode novos materiais e escoamentode gás”. E mais: na área<strong>da</strong> descoberta de 112 mil quilô-O que é o pré-sal?metros quadra<strong>do</strong>s, 62% ain<strong>da</strong> nãoestão sob concessão, sen<strong>do</strong> que31% contam com participação<strong>da</strong> Petrobras. Isso significa dizerque a exploração <strong>do</strong> pré-sal ain<strong>da</strong>está sen<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>pelo</strong> governobrasileiro, que não descarta ahipótese de criação de uma novaestatal para o setor.A prova de que os <strong>italiano</strong>stêm chances de saírem lucran<strong>do</strong>nessa joga<strong>da</strong> é o relacionamentoentre a pretolífera brasileira e aEnte Nazionali Idrocarburi (Eni),que já atua por aqui. A empresa<strong>italiana</strong> assinou um contratopara a cessão de uma son<strong>da</strong>com capaci<strong>da</strong>de de perfuração a5 mil metros, justamente a profundi<strong>da</strong>deonde começa o présal.Segun<strong>do</strong> o acor<strong>do</strong>, o aparatopode ser utiliza<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong>de quatro anos.— É difícil falar em números,pois muito <strong>do</strong> nosso trabalhonesses eventos se concretizade três a seis meses depois <strong>do</strong>primeiro contato. Mas é sempremuito bom tornar-se visível. Nocaso <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> ain<strong>da</strong> mais, pelagama de setores <strong>da</strong> economia emque já mantemos interseção e,especificamente por essa expansãoprograma<strong>da</strong> para os próximosanos — comenta Sandra Di Carlo,<strong>do</strong> departamento de desenvolvimento<strong>do</strong> ICE-Roma, envia<strong>da</strong> especialmentepara acompanhar asempresas <strong>italiana</strong>s ao Rio.uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entreos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo <strong>do</strong>Éleito <strong>do</strong> mar e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo,Campos e Santos). O petróleo encontra<strong>do</strong> nesta área está a profundi<strong>da</strong>desque superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensacama<strong>da</strong> de sal que, segun<strong>do</strong> geólogos, conserva a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>petróleo. Tupi, Guará, Bem-te-vi, Carioca, Jupiter e Iara são oscampos e poços de petróleo já encontra<strong>do</strong>s na área correspondenteao pré-sal. Considera<strong>do</strong> o principal no grupo, Tupi tem umareserva estima<strong>da</strong> pela Petrobras entre 5 e 8 bilhões de barris depetróleo. Há expectativas de que a cama<strong>da</strong>, no total, pode abrigar100 bilhões de barris de óleo, o que colocaria o <strong>Brasil</strong> entreos dez maiores produtores <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.TrânsitolivreGrupos <strong>italiano</strong>s aportam no merca<strong>do</strong> brasileiro. Oportuni<strong>da</strong>des sãopara setor de turismo, beleza e cosméticos, além de inovação tecnológicaOano de 2008 ain<strong>da</strong> nemacabou, mas o sal<strong>do</strong> positivode trocas comerciaisentre Itália e <strong>Brasil</strong>já foi traça<strong>do</strong>. Nos últimos <strong>do</strong>ismeses foram <strong>pelo</strong> menos cincoeventos brasileiros que contoucom a participação de delegações<strong>italiana</strong>s.Em Minas Gerais, a 4ª Feirade Ciência, Tecnologia e Inovação(Inovatec) teve justamentea Itália como país convi<strong>da</strong><strong>do</strong>. Organiza<strong>do</strong>pela Minasplan, reuniu14 empresas <strong>italiana</strong>s <strong>do</strong>s setoresautomotivo, autopeças, telecomunicações,energia e segurança,geran<strong>do</strong> uma movimentaçãode cerca de 15 milhões de reaisem quatro dias. A ação tem comoparceira a Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eirade Comércio e Indústria de Minase trouxe para o esta<strong>do</strong> uma delegaçãopiemontesa, encabeça<strong>da</strong>pela diretora de Inovação, Pesquisae Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> PiemonteErica Gay:— O Esta<strong>do</strong> de Minas é umgrande alia<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piemonte. As duasregiões possuem interesses comunscomo as fontes de energiarenováveis, os projetos de biocombustíveise biotecnologia.O investimento <strong>da</strong> Itália emdesign também foi um elementomotiva<strong>do</strong>r para o 1º Prêmio SebraeMinas de Design. Com ele,estu<strong>da</strong>ntes e profissionais <strong>do</strong> setorapresentarão projetos inova<strong>do</strong>respara micro e pequenas empresas.Entre outros prêmios, osvence<strong>do</strong>res visitarão o Salone Internazionaledel Mobile em Milão,em abril de 2009. O resulta<strong>do</strong> saiem dezembro.Sílvia So u z a e Tat i a n a Bu f f<strong>Brasil</strong> Central despertaDas lavouras no Sul e Sudeste nofinal <strong>do</strong> século 19 e início <strong>do</strong> 20para a região central <strong>do</strong> país apartir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade <strong>do</strong> séculopassa<strong>do</strong>. Essa foi uma segun<strong>da</strong>on<strong>da</strong> migratória feita porfamílias de colonização <strong>italiana</strong>,no <strong>Brasil</strong>. A região que abriga ocoração político <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> e fazdivisa com outros países <strong>da</strong> AméricaLatina tem si<strong>do</strong> vista com especialatenção quan<strong>do</strong> o assuntoé a representação <strong>italiana</strong> hoje.Tanto que a colônia tem se esforça<strong>do</strong>para promover eventos quepermitam essa aproximação.Exemplo disso foi a participaçãona Feira Agroindustrial deAnápolis (Faiana), no mês de setembro.A ci<strong>da</strong>de que fica entreBrasília e Goiânia vive um perío<strong>do</strong>propício ao desenvolvimento,conforme explica o empresárioGiuseppe Ferrua, delega<strong>do</strong><strong>da</strong> Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eira de Comérciode Goiás:— Estamos inseri<strong>do</strong>s em umcontexto de valorização <strong>do</strong> agrobusinesspara superar as crisesmundiais tanto de alimentos,quanto energética. Isso sem falarque nos últimos dez anos, a ci<strong>da</strong>depassou por um grande desenvolvimento— afirma.A Faiana contou com o apoiode empresas como Bauducco,Salton, Antonello Monar<strong>do</strong>, além<strong>da</strong> participação <strong>da</strong> Empresa NacionalItaliana para o Turismo(Enit) e <strong>do</strong> Instituto Italiano parao Comercio Exterior (ICE). Foramto<strong>do</strong>s dispostos a “vender”as tradições e o mo<strong>do</strong> <strong>italiano</strong> deviver, em particular o patrimôniocultural, paisagístico e eno-gastronômico<strong>da</strong> velha bota.Outra iniciativa que ratifica asrelações é a comen<strong>da</strong> outorga<strong>da</strong> apartir desse ano a uma personali<strong>da</strong>dede Anápolis, de origem oudescendência <strong>italiana</strong>, que tenhacontribuí<strong>do</strong> de maneira notável aodesenvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. O primeiroa receber o titulo foi o exsecretáriode Indústria e Comérciode Goiás, Ri<strong>do</strong>val Chiareloto.— Com Ri<strong>do</strong>val, a secretariade Indústria e Comércio conseguiuimpor um modelo de expansão,com destaque para a conquista<strong>da</strong> instalação <strong>da</strong> fábricaHiun<strong>da</strong>y. Agora nós <strong>italiano</strong>s temosque aproveitar as chancestambém — comenta Ferrua.Nasci<strong>do</strong> em Pinerolo, a 38quilômetros de Turim, ele mesmoé um <strong>do</strong>s protagonistas dessaatração <strong>italiana</strong> <strong>pelo</strong> <strong>Brasil</strong> Central.Estabeleceu-se em São Pauloem 1969, mas há cinco anostrocou a capital paulista porAnápolis, onde abriu a empresaSole Mio, dedica<strong>da</strong> ao negócio detomates secos.BelezaAs tendências de cabelo, estéticae maquiagem para a primaveraverão2009 foram a sensação <strong>da</strong>quarta edição <strong>da</strong> Feira Latinoamericanade Cosmética e Beleza(Beauty Fair) realiza<strong>da</strong> mêspassa<strong>do</strong> em São Paulo. A Promos,enti<strong>da</strong>de especial <strong>da</strong> Câmara deComércio de Milão, com apoio<strong>da</strong> Região Lombardia, UnioncamereLombardia (associação <strong>da</strong>scâmaras de comércio <strong>da</strong> região)e Lombardia Point, organizou apresença de onze empresas <strong>italiana</strong>s<strong>da</strong> região que mostraramnovos produtos, equipamentos eserviços para profissionais <strong>do</strong> setor.Em to<strong>da</strong> a feira, o volume denegócios aumentou ao re<strong>do</strong>r de40% em relação a 2007 e o númerode visitantes passou de 94mil. Para 2009, 90% <strong>do</strong>s estandese pavilhões já estão reserva<strong>do</strong>s.Vem mais <strong>italiano</strong>s por aí.22 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 23


capaAção!Azione!Quan<strong>do</strong> se pensa em <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong>, o que vem à mentesão nomes como FedericoFellini, Ettore Scola, SophiaLoren, neo-realismo. Nomesfun<strong>da</strong>mentais para a <strong>cinema</strong>tografiamundial. Mas e o <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong> moderno, existe?Existe, mas é como se fosse um“fenômeno” recente tanto quantoa nova on<strong>da</strong> de sucesso internacional<strong>do</strong> <strong>cinema</strong> brasileiro. Os<strong>do</strong>is países têm muito em comum.Foram uni<strong>do</strong>s por um filme,Birdwatchers, co-produção ítalobrasileiraque movimentou o últimofestival de Veneza. Comunità conversoucom seu diretor Marco Bechis e tambémcom o diretor <strong>do</strong> polêmico Cover Boy,Carmine Amoroso, produções exibi<strong>da</strong>s no<strong>Brasil</strong>, mês passa<strong>do</strong>, graças a <strong>do</strong>is grandes eventos<strong>cinema</strong>tográficos.Essa movimentação trouxe ao <strong>Brasil</strong> uma <strong>da</strong>s grandes<strong>diva</strong>s <strong>italiana</strong>s, Ornella Muti, que pôde ser vistaao vivo e a cores em São Paulo e, em película, no Rio,onde foi exibi<strong>do</strong> Venha Dormir Lá Em Casa Esta Noite,filme de Dino Risi, de 1977, que fez parte de umamostra <strong>do</strong> Festival de Cinema <strong>do</strong> Rio, que ain<strong>da</strong> homenageouos irmãos Taviani. Em retribuição, o <strong>Brasil</strong>man<strong>da</strong>rá para Roma, a atriz Chirstiane Torloni,a musa brasileira <strong>do</strong> Festival de Roma que prestaráuma homenagem ao <strong>Brasil</strong>. Os laços entre <strong>Brasil</strong> eItália tendem a se estreitar com a realização de maisco-produções. A lei que regulamenta a ativi<strong>da</strong>deserá ratifica<strong>da</strong>, na Itália. A confererir.Ja n a í n a Cesar e Tat i a n a Bu f fQuan<strong>do</strong> si pensa al <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>, vengonoin mente nomi come quello di FedericoFellini, Ettore Scola, Sophia Loren, Neorealismo.Nomi fon<strong>da</strong>mentali per la <strong>cinema</strong>tografiamondiale. Ma il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>moderno, esiste? Esiste, ma è come sefosse un “fenomeno” recente, così come lanuova on<strong>da</strong> di successo internazionale del<strong>cinema</strong> brasiliano. I due paesi hanno moltoin comune.Sono stati uniti <strong>da</strong> un film, Birdwatchers,coproduzione italo-brasiliana,che riscosso grande successo all’ultimofestival di Venezia. Comunità ha parlatocon il suo regista Marco Bechis e anchecon il regista del polemico Cover Boy,di Carmine Amoroso, produzioni proiettatein <strong>Brasil</strong>e il mese scorso grazie a duegrandi eventi <strong>cinema</strong>tografici.Questo movimento ha portato in <strong>Brasil</strong>euna delle grandi dive italiane, OrnellaMuti, che è stata vista <strong>da</strong>l vivo e a coloria São Paulo e, sugli schermi, a Rio, <strong>do</strong>v’èstato proiettato La stanza del vescovo, filmdi Dino Risi del 1977, che ha fatto partedi una mostra del Festival di Cinema diRio che, inoltre, rende omaggio ai fratelliTaviani. In cambio, il <strong>Brasil</strong>e manderà aRoma l’attrice Christiane Torloni, la musabrasiliana del Festival di Roma che renderàomaggio al <strong>Brasil</strong>e. I legami tra <strong>Brasil</strong>ee Italia ten<strong>do</strong>no a farsi più stretti con larealizzazione di altre coproduzioni. La leggeche disciplina l’attività sarà ratificata inItalia. Vedremo.Quentin Tarantino, ano passa<strong>do</strong>,durante o festival de Cannesdeclarou que os novos filmes<strong>italiano</strong>s eram deprimentes,que pareciam to<strong>do</strong>s iguais e que falavamsempre sobre as mesmas coisas:a<strong>do</strong>lescentes em crise, a<strong>do</strong>lescentesem férias, família em crise e famíliaem férias. Tarantino se perguntava oque tinha aconteci<strong>do</strong> e dizia que issoera uma ver<strong>da</strong>deira tragédia. Apenasum ano após a polêmica declaração <strong>do</strong>cineasta americano, o cenário mu<strong>do</strong>ucompletamente.O mesmo festival de Cannes consagrou,este ano, os longas <strong>italiano</strong>sGomorra, de Matteo Garrone e O Divo,de Paolo Sorrentino. Ca<strong>da</strong> um, a suamaneira, trata de questões como máfiae corrupção política, um mal enraiza<strong>do</strong>,principalmente, no sul <strong>da</strong> Itália,a parte mais pobre <strong>do</strong> país. Desde2001, o <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> não recebiaum prêmio em Cannes e essa <strong>do</strong>bradinhareanimou os ânimos tanto <strong>da</strong> crítica<strong>italiana</strong> - que na maioria <strong>da</strong>s vezesnão per<strong>do</strong>a as produções – quanto<strong>do</strong> público.E eis que chega o Festival de Venezae quem desponta é a co-produçãoítalo-brasileira Birdwatchers - La Terradegli Uomini Rossi, dirigi<strong>do</strong> e escritopor Marco Bechis (com colaboração deLuiz Bolognesi, roteirista <strong>do</strong> brasileiroBicho de Sete Cabeças) filma<strong>do</strong> no MatoGrosso <strong>do</strong> Sul, que foca sua lente nomassacre <strong>do</strong>s povos indígenas.De repente, a Itália e o resto <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> “descobrem” filmes como CoverBoy de Carmine Amoroso, Giornie Nuvole, de Silvio Soldini, A giustadistanza, de Carlo Mazzacurati, Lasciaperdere, Jonhhy, de Fabrizio Bentivoglio,Non pensarci, de Gianni Zanasi,Piano, solo, de Riccar<strong>do</strong> Milani, TuttaQuentin Tarantino l’anno scorso,durante il Festival di Cannes,ha dichiarato che i nuovifilm italiani erano deprimenti,che sembravano tutti ugualie che parlavano sempre delle stessecose: a<strong>do</strong>lescenti in crisi, a<strong>do</strong>lescentiin vacanza, famiglia in crisi e famigliain vacanza. Tarantino si <strong>do</strong>man<strong>da</strong>vacos’era successo e diceva che era unavera e propria tragedia. Appena un anno<strong>do</strong>po la polemica dichiarazione delcineasta americano, lo scenario è cambiatocompletamente.Lo stesso Festival di Cannes haconsacrato, quest’anno, i lungometraggiitaliani “Gomorra”, di MatteoGarrone, e “Il divo”, di Paolo Sorrentino.Ognuno a suo mo<strong>do</strong>, si occupanodi questioni come quelle della mafia edella corruzione politica, un male radicatospecialmente al sud d’Italia, laparte più povera del paese. Dal 2001,il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> non vinceva un premioa Cannes e questi due film hannoriacceso gli animi tanto della critica<strong>italiana</strong> – che la maggior parte dellevolte non per<strong>do</strong>na le produzioni –quanto del pubblico.Ed ecco che arriva il Festival diVenezia e chi spunta è la coproduzioneitalo-brasiliana “Birdwatchers – Laterra degli uomini rossi”, scritto e diretto<strong>da</strong> Marco Bechis (in collaborazionecon Luiz Bolognesi, sceneggiatoredel brasiliano “Bicho de sete cabeças”),girato in Mato Grosso <strong>do</strong> Sul,che mette a fuoco il suo obiettivo sulmassacro dei popoli indigeni.All’improvviso, in Italia e nel restodel mon<strong>do</strong>, “vengono scoperti” filmcome “Cover Boy”, di Carmine Amoroso,“Giorni e nuvole”, di Silvio Soldini,“La giusta distanza”, di Carlo Mazzacurati,“Lascia perdere, Johnny”, diPúblico aguar<strong>da</strong> em frente ao Odeon a abertura de Festival no RioPubblico aspetta di fronte all’Odeon l’apertura del Festila a Rio24 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 25


capala vita <strong>da</strong>vanti, de Paolo Virzì eTutto torna, de Enrico Pitzianti.O que houve? O <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>saiu <strong>da</strong> mesmice cita<strong>da</strong> por Tarantinoe entrou em uma nova fasecriativa? Sinais de um renascimento<strong>cinema</strong>tográfico? Incêndioou fogo de palha?O público brasileiro poderáfazer seu próprio julgamentoa respeito, em breve. O que há<strong>da</strong> melhor safra <strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>foi exibi<strong>da</strong>, mês passa<strong>do</strong>,em <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s principais eventos<strong>cinema</strong>tográficos brasileiros: oFestival <strong>do</strong> Rio e Quarta Semanade Cinema Contemporâneo Italiano,em São Paulo. Vários <strong>do</strong>stítulos exibi<strong>do</strong>s começam a entrarno circuito comercial brasileiro,em dezembro.Por conta <strong>do</strong>s eventos, umacomitiva <strong>italiana</strong>, encabeça<strong>da</strong>pela atriz Ornella Muti desembarcouno <strong>Brasil</strong>. Entre eles, reina osentimento de que, sim, o <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong> começa a <strong>da</strong>r a voltapor cima. Mas sem euforias.— Fazemos agora um <strong>cinema</strong>mais corajoso, empenha<strong>do</strong>em mostrar a situação de insegurançaem que vivemos por causa<strong>da</strong>s máfias — afirma o ator BeppeFiorello, de A Vi<strong>da</strong> Rouba<strong>da</strong>,de Graziano Diana, que tem comotema a criminali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> país.Esse quadro começou a partir<strong>do</strong> fenômeno Gabriele Muccino,diretor de Come te nessunomai, L’ultimo bacio e Ricor<strong>da</strong>ti dime, que ficou conheci<strong>do</strong> mundialmentepor ter dirigi<strong>do</strong> o blockbusteramericano Em busca <strong>da</strong>felici<strong>da</strong>de, com Will Smith. Segun<strong>do</strong>o crítico Gianni Canova oretorno <strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> começouhá um ano e meio, com asproduções médias de um la<strong>do</strong> ea afirmação <strong>do</strong> <strong>cinema</strong> de autor<strong>do</strong> outro.— Era exatamente este o desenho<strong>do</strong>s nossos anos de ouro.O único problema que vejo é se aindústria <strong>cinema</strong>tográfica entenderáa situação — diz Canova.Docente na Universi<strong>da</strong>de LaSapienza, em Roma, a crítica AngelaPrudenzi concor<strong>da</strong> com ocolega. Segun<strong>do</strong> ela, há um movimentode autores na faixa etáriaentre 30 e 40 anos que, “dealgum mo<strong>do</strong>, está tentan<strong>do</strong> renovara linguagem e contar commais força a reali<strong>da</strong>de <strong>italiana</strong>”.Na sua opinião, uma “carta namanga” desse processo é o retorno<strong>da</strong>s co-produções, que já forammuito comuns na Itália. Jáa jornalista e crítica Marina Sannaobserva que a revitalização <strong>da</strong>sétima arte na península se devenão só ao “<strong>cinema</strong> de autor” comoàs novas comédias, “que têmgera<strong>do</strong> lucros”.Mas nem tu<strong>do</strong> são flores. Adistribuição ain<strong>da</strong> é um “calcanharde Aquiles”, como lembraE<strong>do</strong>ar<strong>do</strong> Pollastri, presidente <strong>da</strong>Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eira de Comércio,Indústria e Agricultura de SãoPaulo que dividiu com a Pirelli aorganização <strong>da</strong> Mostra paulista:— A Itália produz 120 filmespor ano e apenas sete delesforam exibi<strong>do</strong>s no <strong>Brasil</strong> noano passa<strong>do</strong>. Isso é um pontofraco que deve ser sana<strong>do</strong> —afirma Pollastri.<strong>Brasil</strong>Como a Itália, o <strong>Brasil</strong> tambémvive um bom momento <strong>cinema</strong>tográfico.Por aqui, porém, nãose fala em ressurgimento, masem manutenção <strong>do</strong> bom nível<strong>da</strong>s produções. Ca<strong>da</strong> vez mais,obras, atores e diretores brasileirosrecebem o reconhecimentointernacional. No últimofestival de Cannes, Sandra Corverlonifoi escolhi<strong>da</strong> a melhoratriz pela sua atuação em Linhade Passe de Walter Salles Jr. eDaniela Thomas. Mês passa<strong>do</strong>,o vence<strong>do</strong>r <strong>do</strong> festival de Milãofoi o longa brasileiro Orangotangos,<strong>do</strong> ítalo-brasileiro GustavoSpoli<strong>do</strong>ro. Em Veneza, aprodução verde-amarela marcoupresença para além <strong>do</strong> ba<strong>da</strong>la<strong>do</strong>Birdwatchers.A Itália vai celebrar esse sucessoeste mês. Em outubro, o<strong>Brasil</strong> será o país homenagea<strong>do</strong>no Festival de Roma. Por contadisso, uma comitiva brasileiraestará na capital <strong>italiana</strong>. A atrizChristiane Torloni é a “embaixatriz”<strong>do</strong> grupo forma<strong>do</strong> também<strong>pelo</strong> ator Lázaro Ramos e o cineastaAndré Sturm. Ela tambémdefende a realização de co-produçõescomo um caminho a sersegui<strong>do</strong> pela indústria <strong>cinema</strong>tográficabrasileira.— As co-produções são umcaminho natural. Como estouentre os oriundi, percebo que alatini<strong>da</strong>de de nosso sangue fazcom que a comunicação aconteçade maneira rápi<strong>da</strong> e espontânea.Formalizar isso em umprojeto cultural é ótimo. É bompara a paz mundial que a arteEntre cartazes atuais, o clássico protagoniza<strong>do</strong> por Ornella Muti,exibi<strong>do</strong> no Festival <strong>do</strong> Rio. O evento também apresentou O Divo eGomorra, candi<strong>da</strong>to <strong>italiano</strong> ao Oscar. À direita, a atriz ChristianeTorloni, “embaixa<strong>do</strong>ra” <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> no Festival de RomaTra locandine attuali, il classico di cui è stata protagonista OrnellaMuti, proiettato al Festival di Rio. L’evento ha anche presentato Il Divoe Gomorra, candi<strong>da</strong>to <strong>italiano</strong> all’Oscar. A destra, l’attrice ChristianeTorloni, “ambasciatrice” del <strong>Brasil</strong>e al Festival di Roma.e a cultura fortaleçam os laçosentre os povos. Estamos precisan<strong>do</strong>– diz ela.Integrante <strong>da</strong> delegação <strong>italiana</strong>que esteve no <strong>Brasil</strong>, o diretore roteirista Francesco Patiernoconta que filmes comoTropa de Elite, Ci<strong>da</strong>de de Deus,Ci<strong>da</strong>de Baixa e O Ano em queMeus Pais saíram de Férias viraramreferência na Itália. Um deseus filmes, Deus Aju<strong>da</strong> QuemCe<strong>do</strong> Madruga, foi exibi<strong>do</strong> namostra paulista:— As temáticas brasileiras e<strong>italiana</strong>s são similares — avaliaele que assumiu ser fã <strong>do</strong>s diretoresFernan<strong>do</strong> Meirelles e CaoHamburger. — O gênero “<strong>do</strong>cufiction”é uma vertente mundial queabre um leque de possibili<strong>da</strong>despara colaborações binacionais.De volta à “embaixatriz” Torloni,ela diz que tem acompanha<strong>do</strong>os “rumores” a respeito <strong>do</strong> florescimento<strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>da</strong> Itália. Paraela, trata-se de uma “<strong>cinema</strong>tografiaforma<strong>do</strong>ra” por isso, acreditaser impossível “imaginar nossavi<strong>da</strong> sem Visconti ou Fellini”. Sobreo <strong>cinema</strong> brasileiro atual, eladestaca o “retumbante sucesso”de Fernan<strong>do</strong> Meirelles, diretor comquem gostaria de trabalhar:— É interessante porque ele fazum filme que ecoa no mun<strong>do</strong> inteiro.O mun<strong>do</strong> está ávi<strong>do</strong> por talentose novi<strong>da</strong>des. Meirelles não é maissó brasileiro e isso é bonito porquea arte não tem fronteiras.Fabrizio Bentivoglio, “Non pensarci”,di Gianni Zanasi, “Pianosolo”, di Riccar<strong>do</strong> Milani, “Tuttala vita <strong>da</strong>vanti”, di Paolo Virzì” e“Tutto torna” di Enrico Pitzianti.Cos’è successo? Il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>è venuto fuori <strong>da</strong>lla sua abitudinarietàcitata <strong>da</strong> Tarantinoed è entrato in una nuova fasecreativa? Segnali di una rinascita<strong>cinema</strong>tografica? Incendio o fuocodi paglia?Il pubblico brasiliano potràgiudicarlo <strong>da</strong> solo, tra breve. Ilmeglio della stagione del <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong> è stato proiettato, il mesescorso, in due dei principalieventi <strong>cinema</strong>tografici brasiliani:il Festival di Rio e la QuartaSemana de Cinema ContemporâneoItaliano, a São Paulo. Moltidei film proiettati cominciano adentrare nel circuito commercialebrasiliano in dicembre.Dovuto agli eventi, una comitiva<strong>italiana</strong>, gui<strong>da</strong>ta <strong>da</strong>ll’attriceOrnella Muti, è sbarcata in <strong>Brasil</strong>e.Tra di loro, regna la sensazionedi che, sì, il <strong>cinema</strong> sta rivenen<strong>do</strong>a galla. Ma senza euforie.— Ora facciamo un <strong>cinema</strong>più coraggioso, impegnato a farvedere la situazione di insicurezzain cui viviamo <strong>do</strong>vuto allemafie — dice l’attore Beppe Fiorello,di “La vita rubata”, di GrazianoDiana, che ha per tema lacriminalità <strong>italiana</strong>.Questo quadro è cominciato adelinearsi <strong>da</strong>l fenomeno GabrieleMuccino, regista di “Come tenessuno mai”, “L’ultimo bacio” e“Ricor<strong>da</strong>ti di me”, conosciuto intutto il mon<strong>do</strong> per aver diretto ilblockbuster americano “La ricercadella felicità”, con Will Smith.Secon<strong>do</strong> il critico Gianni Canova,il ritorno del <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>è cominciato un anno e mezzofa, con produzioni medie <strong>da</strong> unaparte e l’affermazione del <strong>cinema</strong>d’autore <strong>da</strong>ll’altra.— Era proprio questo il disegnodei nostri anni <strong>do</strong>rati. L’unicoproblema è che non so se l’industria<strong>cinema</strong>tografica capirà lasituazione — dice Canova.Docente presso l’UniversitàLa Sapienza, a Roma, la criticaAngela Prudenzi è d’accor<strong>do</strong> conil collega. Secon<strong>do</strong> lei, c’è unmovimento di autori della fasciad’età tra i 30 e i 40 anni che,“in qualche mo<strong>do</strong>, stanno cercan<strong>do</strong>di rinnovare il linguaggioe di raccontare com più forza larealtà <strong>italiana</strong>”. Secon<strong>do</strong> lei, un“asso nella manica” di questoprocesso è la ripresa delle coproduzioni,che erano frequentiin Italia. Invece, la giornalista ecritica Marina Sanna osserva chela ripresa della settima arte nellapenisola si deve non solo al“<strong>cinema</strong> d’autore”, ma anche allenuove commedie, “che hannofatto gua<strong>da</strong>gnare”.Ma non tutto è rose e fiori. Ladistribuzione è ancora un “tendined’Achille”, come ricor<strong>da</strong> E<strong>do</strong>ar<strong>do</strong>Pollastri, presidente della CâmaraÍtalo-<strong>Brasil</strong>eira de Comércio, Indústriae Agricultura di São Paulo,che ha diviso con la Pirelli l’organizzazionedella Mostra paulista:— L’Italia produce 120 filml’anno e solo sette sono statiproiettati in <strong>Brasil</strong>e l’anno scorso.Questo è un punto debole <strong>da</strong>rivedere — afferma Pollastri.<strong>Brasil</strong>eCome l’Italia, anche il <strong>Brasil</strong>e viveun buon momento <strong>cinema</strong>tografico.Da queste parti, però,non si parla di rinascita, ma dimanutenzione del buon livellodelle produzioni. Sempre piùfilm, attori e registi brasiliani ricevonoil riconoscimento internazionale.Nell’ultimo Festival diCannes, Sandra Corveloni è statascelta com miglior attrice per ilsuo ruolo in “Linha de Passe”, diWalter Salles Jr. e Daniela Thomas.Il mese scorso, il vincitoredel Festival di Milano è statoil brasiliano “Orangotangos”,dell’italo-brasiliano Gustavo Spoli<strong>do</strong>ro.A Venezia, la produzioneverde-gialla si è fatta presentecon l’acclamato “Birdwatchers”.L’Italia festeggia questo successoquesto mese. In ottobre, il<strong>Brasil</strong>e sarà il paese festeggiato alFestival di Roma. Per questo motivouna comitiva brasiliana si recherànella capitale <strong>italiana</strong>. L’attriceChristiane Torloni è la “ambasciatrice”del gruppo, formatoinoltre <strong>da</strong>ll’attore Lázaro Ramos e<strong>da</strong>l cineasta André Sturm. Anchelei difende la realizzazione dellecoproduzioni come una stra<strong>da</strong> <strong>da</strong>essere seguita <strong>da</strong>ll’industria <strong>cinema</strong>tograficabrasiliana.— Le coproduzioni sono unastra<strong>da</strong> naturale. Siccome mi trovotra oriundi, capisco che la latinitàdel nostro sangue fa sì che siabbia la comunicazione in mo<strong>do</strong>rapi<strong>do</strong> e spontaneo. Formalizzarloin un progetto culturale è ottimo.È un bene per la pace mondialeche l’arte e la cultura rafforzinoi legami tra i popoli. Ne abbiamobisogno — dice l’attrice.Membro della delegazione <strong>italiana</strong>che è venuta in <strong>Brasil</strong>e, il registae sceneggiatore FrancescoPatierno racconta che film come“Tropa de élite”, “Ci<strong>da</strong>de de Deus”,“Ci<strong>da</strong>de baixa” e “O ano em quemeus pais saìram de férias” sonodivenuti punto di riferimento inItalia. Uno dei suoi film, “Il mattinoha l’oro in bocca” è stato proiettatoalla mostra paulista:— Le tematiche brasiliane eitaliane sono simili — valuta lui,che ammette di essere fan deiregisti Fernan<strong>do</strong> Meirelles e CaoHamburger. — Il genere “<strong>do</strong>cufiction”è una vertente mondiale cheapre una gamma di possibilità allecollaborazioni binazionali.Di ritorno alla “ambasciatrice”,lei ci dice che sta seguen<strong>do</strong>le “voci” sul rifiorimento del<strong>cinema</strong> in Italia. Secon<strong>do</strong> lei, sitratta di una “<strong>cinema</strong>tografia formatrice”perché crede sia impossibile“immaginare la nostra vitasenza Visconti o Fellini”. Del<strong>cinema</strong> brasiliano attuale, mettein risalto il “fragoroso successo”di Fernan<strong>do</strong> Meirelles, regista colquale le piacerebbe lavorare:— È interessante perché luigira film che fanno eco in tutto ilmon<strong>do</strong>. Il mon<strong>do</strong> è avi<strong>do</strong> di talentie novità. Meirelles non è più solobrasiliano e questo è bello perchél’arte non ha frontiere.26 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 27


capaLuz <strong>do</strong>solhosLuce nello sguar<strong>do</strong>Em rápi<strong>da</strong> <strong>passagem</strong> <strong>pelo</strong> <strong>Brasil</strong>, a atriz <strong>italiana</strong>Ornella Muti mostra que é muito mais <strong>do</strong> queuma lin<strong>da</strong> mulher em entrevista à ComunitàIn un breve viaggio in <strong>Brasil</strong>e, l’attrice <strong>italiana</strong>Ornella Muti dimostra che è molto di più che unabella <strong>do</strong>nna in intervista a ComunitàOque esperar de uma <strong>diva</strong><strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> quedesde seu primeiro trabalho,aos 14 anos, é considera<strong>da</strong>uma <strong>da</strong>s mulheres maislin<strong>da</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>? Estrelismo,afetação, nariz empina<strong>do</strong>, certo?Erra<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> quem está emcena é Ornella Muti. A musa <strong>da</strong>comitiva <strong>italiana</strong> que esteve no<strong>Brasil</strong> por conta <strong>da</strong> Semana Pirellide Cinema Italiano é serena.Não por acaso, há oito anos seconverteu ao budismo.Que ninguém confun<strong>da</strong> issocom fragili<strong>da</strong>de. Os olhos de Ornellanão permitem isso. Eternosfocos de atração, eles indicamque por trás <strong>da</strong> atriz há uma pessoaconvicta a respeito <strong>da</strong>s própriasopiniões. E na maioria <strong>da</strong>svezes, são opiniões críticas.— Penso que nestes últimosdez anos, a ca<strong>da</strong> vez que vem umgoverno, nesse ‘bate-volta’, sedestrói tu<strong>do</strong> o que o outro fez.Isso é cansativo para os <strong>italiano</strong>s,submeti<strong>do</strong>s a duras provasnesse perío<strong>do</strong>. É normal que agoraestejam mais sensíveis — observaa atriz, filha de um jornalistanapolitano e de uma escultoranasci<strong>da</strong> na Estônia.A romana Ornella cujo nomede batismo é Francesca RomanaTat i a n a Bu f fCorrespondente • São PauloCosa ci si può aspettare<strong>da</strong> una <strong>diva</strong> del <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong> che, fin <strong>da</strong>l suoprimo lavoro, a 14 anni,viene considerata una delle <strong>do</strong>nnepiù belle del mon<strong>do</strong>? Arie <strong>da</strong> star,atteggiamento affettato, nasoall’insù, giusto? Sbagliato, quan<strong>do</strong>chi è in scena è Ornella Muti. Lamusa della comitiva <strong>italiana</strong> che èstata in <strong>Brasil</strong>e <strong>do</strong>vuto alla SemanaPirelli de Cinema Italiano è serena.Non è un caso che, <strong>da</strong> otto anni, sisia convertita al buddismo.Che nessuno confon<strong>da</strong> questocon fragilità. Gli occhi di Ornellanon lo permettono. Eterno oggettodi attrazione, indicano cheal di sotto della pelle dell’attricec’è una persona convinta delleproprie opinioni. Che, nella loromaggior parte, sono critiche.— Penso che negli ultimidieci anni, ogni volta che cambiagoverno, in questo “viavai”,venga distrutto tutto ciò che l’altroha fatto. Questo è stancanteper gli italiani, sottomessi a dureprove in questo perio<strong>do</strong>. È normaleche ora siano più sensibili— osserva l’attrice, figlia di ungiornalista napoletano e di unascultrice nata in Estonia.La romana Ornella, il cui nomedi battesimo è Francesca RomanaRivelli chega aos 53 anos envolvi<strong>da</strong>em muitos trabalhos. Viven<strong>do</strong>entre Roma e Montecarlo, lançoumês passa<strong>do</strong> negócio próprio dejóias exclusivas, comercializa<strong>da</strong>spela internet. Em outubro, estaráem Novo México (EUA), filman<strong>do</strong>um western com o diretor GiulioBase. Trata-se de uma co-produçãoítalo-americana, prevista paraser lança<strong>da</strong> no próximo ano, naqual interpreta uma joga<strong>do</strong>ra. Seutrabalho mais recente, Il Sangue ela Rosa, para televisão, foi transmiti<strong>do</strong><strong>pelo</strong> canal 5 <strong>da</strong> Itália.O que ela não gosta muitode fazer é teatro por obrigá-la a“ficar meses fora de casa”, longe<strong>da</strong> família”. Ornella é mãe detrês moças e avó. To<strong>da</strong>s as filhasmoram com ela. A mais velha,Naike Rivelli, também é atriz. Épossível que se beneficie <strong>da</strong> experiênciamãe que se lançou naprofissão quan<strong>do</strong> tinha apenas14 anos. Foi sob direção de DaminanoDamiani que protagonizouLa Moglie Più Bella.Ornella já esteve no <strong>Brasil</strong> setevezes e diz sentir-se “em casa”quan<strong>do</strong> está por aqui. Quan<strong>do</strong>fala sobre as praias brasileiras,seus belos olhos brilham:— São de tirar o fôlego detão belas — diz ela que cita comoseus lugares preferi<strong>do</strong>s, no<strong>Brasil</strong>, Natal (RN), Angra <strong>do</strong>sReis (RJ) e o arquipélago de Fernan<strong>do</strong>de Noronha (PE)Ela trabalhou por aqui comWalter Lima Júnior e Reginal<strong>do</strong>Farias em Um Crime Nobre. O projetode 2001 era uma co-produçãotelevisiva entre <strong>Brasil</strong> e Itália,ro<strong>da</strong><strong>da</strong> no Rio de Janeiro. Ornellaafirma “admirar há tempos”a <strong>cinema</strong>tografia brasileira.— Fiquei muito comovi<strong>da</strong> comCentral <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> (Walter Salles Júnior,1998). É grande <strong>cinema</strong> comgrandes atores — diz — Sei que aprodução brasileira teve seus momentosde dificul<strong>da</strong>de, assim comoa <strong>italiana</strong>, uma vez que a televisãose impõe de tal mo<strong>do</strong> que édifícil para as pessoas sair de casae pagar entra<strong>da</strong>. Mas o <strong>cinema</strong>dá possibili<strong>da</strong>de de escolher, algoque a tevê não te dá.Ornella defende a realizaçãode to<strong>do</strong>s os tipos de filmes, sejameles “engaja<strong>do</strong>s” ou “escapistas”.Ela percebe que o <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong> atual está bastante volta<strong>do</strong>para as “temáticas nacionais”e isso, na sua opinião, estásen<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s razões <strong>do</strong> sucessoCônsul adjunto <strong>da</strong> Itália em SP LuciaPattarino, Ornella Muti e o diretorde Cinecittà Lamberto ManciniConsole aggiunto <strong>italiano</strong> a SP, LuciaPattarino, Ornella Muti e il direttoredi Cinecittà Lamberto Mancinique vem obten<strong>do</strong> essa nova safra<strong>cinema</strong>tográfica. Ela cita Gomorracomo exemplo:— É bom que exista este <strong>cinema</strong>.Seu sucesso nos sensibilizae, assim, toma-se consciência <strong>do</strong>que acontece para que se possamu<strong>da</strong>r — O <strong>cinema</strong> de denúnciadeve existir, assim como a comédia.É justo que se escolha o quese vê sem sentir-se penaliza<strong>do</strong>por preferir algo mais leve. Às vezes,há perío<strong>do</strong>s na vi<strong>da</strong> em quevocê não quer entrar em uma problemáticapara distrair-se <strong>da</strong> tua.A italianíssima Ornella nãose furtou a “experimentar”Hollywood. Em 1990, ela participoude Oscar – minha filha quercasar, com Sylvester Stallone.— Nós nos perguntamos porque o <strong>cinema</strong> americano mangiato<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Ora, porque é umaindústria onde tu<strong>do</strong> é estu<strong>da</strong><strong>do</strong>.Há muito dinheiro em movimento,gente fazen<strong>do</strong> marketing <strong>do</strong> entretenimento.Na Itália, esse <strong>cinema</strong>de entretenimento não existe,há pouco dinheiro e muitos filmesnão são distribuí<strong>do</strong>s — afirma ela.— O <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> passa por umbom momento, mas ele apenas sedefende, o que não quer dizer ain<strong>da</strong>que agri<strong>da</strong> comercialmente.Na opinião <strong>da</strong> atriz, a Itália deveriavoltar a investir em co-produções,“como fazia há 20 anos,com vários países”. Ornella acreditaque “o <strong>Brasil</strong> tem potencial paraessa relação”. Ela evita se mostrarnostálgica mas admite que nomescomo Marco Ferreri, Ettore Scola,Mario Monicelli e as comédias deDino Risi, “fazem falta”.Fotos: Claudio CammarotaRivelli, arriva ai 53 anni coinvoltain molti lavori. Viven<strong>do</strong> tra Romae Montecarlo, ha lanciato il mesescorso un proprio lavoro di gioielliesclusivi, venduti in internet.In ottobre sarà in Nuovo Messico(USA) a girare un western con ilregista Giulio Base. Si tratta diuna coproduzione italo-americana,la cui uscita nei <strong>cinema</strong> è previstaper l’anno prossimo e in cui lei interpretauna giocatrice d’azzar<strong>do</strong>.Il suo lavoro più recente, “Il Sanguee la Rosa”, per la televisione,è stato trasmesso <strong>da</strong> Canale 5.Non le piace molto fare teatroperché viene obbligata a “rimaneredei mesi fuori casa, lontano<strong>da</strong>lla famiglia”. Ornella è madredi tre ragazze e già nonna. Lefiglie abitano con lei. Anche lapiù grande, Naike Rivelli, è attrice.Probabilmente trae vantaggio<strong>da</strong>ll’esperienza della madre cheha iniziato la professione quan<strong>do</strong>aveva soli 14 anni. È stato sottola regia di Damiano Damiani,quan<strong>do</strong> è stata protagonista di“La moglie più bella”.Ornella è già stata in <strong>Brasil</strong>esette volte e dice di sentirsi “acasa” quan<strong>do</strong> è <strong>da</strong> queste parti.Quan<strong>do</strong> parla delle spiagge brasiliane,i suoi begli occhi brillano:— Sono talmente belle <strong>da</strong>togliere il respiro — dice, citan<strong>do</strong>come suoi luoghi preferiti, in<strong>Brasil</strong>e, Natal (RN), Angra <strong>do</strong>sReis (RJ) e l’arcipelago di Fernan<strong>do</strong>de Noronha (PE).Qui ha lavorato con WalterLima Júnior e Reginal<strong>do</strong> Farias in“Um Crime Nobre”. Il progetto del2001 era una coproduzione televisivatra <strong>Brasil</strong>e e Italia, girataa Rio de Janeiro. Ornella dice che“ammira <strong>da</strong> tempo” la <strong>cinema</strong>tografiabrasiliana.— Mi ha commosso molto“Central <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>” (Walter SallesJúnior, 1998). È grande <strong>cinema</strong>con grandi attori — dice. —So che la produzione brasilianaè passata per momenti difficili,così come quella <strong>italiana</strong>, vistoche la televisione si impone inmo<strong>do</strong> tale <strong>da</strong> rendere difficile chele persone escano di casa e paghinoil biglietto. Il <strong>cinema</strong> dà lapossibilità di scegliere, cosa chela TV non ti dà.Ornella difende la realizzazionedi tutti i tipi di film, sia “impegnati”che “di evasione”. Leipercepisce che il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>attuale è rivolto in mo<strong>do</strong> considerevoleai “temi nazionali” e questaè, secon<strong>do</strong> lei, una delle ragionidel successo che stanno ottenen<strong>do</strong>le nuove leve <strong>cinema</strong>tografiche.E cita “Gomorra” come esempio:— È un bene che esista questo<strong>cinema</strong>. Il suo successo cirende sensibili e, così, ci si rendeconsapevoli di ciò che succedeperché si possa cambiare.Il <strong>cinema</strong> di denuncia deve esistere,così come la commedia. Ègiusto che si scelga ciò che sivede senza sentirsi penalizzatocol preferire qualcosa di più leggero.Alle volte, ci sono momentinella vita in cui non si vuoleentrare in una problematica perdistrarsi <strong>da</strong>lla propria.L’italianissima Ornella non harinunciato a “provare” Hollywood.Nel 1990 ha partecipato al film“Oscar – Un fi<strong>da</strong>nzato per due figlie”,con Sylvester Stallone.— Ci <strong>do</strong>mandiamo perchéil <strong>cinema</strong> americano “si mangi”tutti. Ma è perché è un’industriain cui tutto viene studiato. Ci sonomolti soldi in gioco, gente facen<strong>do</strong>marketing dello svago. InItalia, questo <strong>cinema</strong> di svagonon esiste, ci sono pochi soldi emolti film non vengono distribuiti— dice lei. — Il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>sta passan<strong>do</strong> per un buonmomento, ma si sta solo difenden<strong>do</strong>,il che non significa chesia aggressivo <strong>da</strong>l punto di vistacommerciale.Secon<strong>do</strong> l’attrice, l’Italia <strong>do</strong>vrebbericominciare ad investirein coproduzioni, “come faceva20 anni fa, con vari paesi”. Ornelladice che “il <strong>Brasil</strong>e ha unpotenziale per questa relazione”.Inoltre, evita di mostrarsinostalgica, ma ammette che dinomi come quello di Marco Ferreri,Ettore Scola, Mario Monicellie delle commedie di Dino Risi,“sente la mancanza”.28 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 29


capaA últimarevoluçãoL’ultima rivoluzioneO cineasta Carmine Amoroso dirigiu, em 1996, Come mi vuoi, uma co-produçãoítalo-francesa, que lançou a dupla Mônica Bellucci e Vincent Cassell. Apesarde Cover Boy – A ùltima revolução ter si<strong>do</strong> premiadíssimo em Festivais nacionaise internacionais, Amoroso encontrou mil dificul<strong>da</strong>des para distribuí-lo no país,tanto que somente dez salas se mostraram disponíveis para exibir o filme.Cover Boy fala de imigração, emprego precário e homosexualismo. Três temasatuais difíceis de digerir, na Itália. O filme, que tinha recebi<strong>do</strong> um financiamentode 3 milhões de euros <strong>da</strong> parte <strong>do</strong> governo Prodi, foi realiza<strong>do</strong> com apenas 500mil euros porque o governo Berlusconi diminuiu em 75% o montante destina<strong>do</strong>à produção. Em setembro, Comunità conversou com Amoroso para entendermelhor a questão e saber dele como an<strong>da</strong> realmente o <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>.Ja n a í n a CesarCorrespondente • TrevisoComunitàItaliana - Oque aconteceu com ofinanciamento que foicorta<strong>do</strong>?Carmine Amoroso - Produtivamentefoi um pesadelo. Em 2002,nós e o ministério <strong>do</strong> Espetáculotínhamos entra<strong>do</strong> em acor<strong>do</strong>para o financiamento mas,em 2004, o governoBerlusconi, através <strong>do</strong>decreto Urbani, reduziude forma drásticao valor. Praticamenterecebemos25% <strong>do</strong> que tinhasi<strong>do</strong> prometi<strong>do</strong>. Tiveque mu<strong>da</strong>r grandeparte <strong>da</strong> cenografia.O mais grave foiter que eliminar to<strong>da</strong>a parte histórica <strong>da</strong>Romênia de 1989, aqual o filme se refere.CI – O corte pode tersi<strong>do</strong> provoca<strong>do</strong> <strong>pelo</strong>tema <strong>do</strong> filme, ou seja,censura?Il cineasta Carmine Amorosoha diretto, nel 1996,“Come mi vuoi”, una coproduzioneitalo-francese che halanciato Monica Bellucci eVincent Cassel. Malgra<strong>do</strong>“Cover Boy: l’ultima rivoluzione”sia stato premiatissimoin Festival nazionali e internazionali,Amoroso ha trovatomille difficoltà per distribuirloin Italia. Infatti, solo dieci<strong>cinema</strong> si sono resi disponibiliper proiettare il film.“Cover Boy” parla d’immigrazione,impiego precario eomosessualità. Tre temi attualidifficili <strong>da</strong> digerire in Italia.Il film, che aveva ricevuto unostanziamento di 3 milioni dieuro <strong>da</strong>l governo Prodi, è statorealizzato con soli 500mila europerché il governo Berlusconiha tagliato il 75% della sommadestinata alla produzione.In settembre, Comunità haparlato con Amoroso per capiremeglio la situazione e sapere<strong>da</strong> lui veramente come va il<strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>.ComunitàItaliana – Cos’èsuccesso ai finanziamentiche sono stati tagliati?Carmine Amoroso - Dal puntodi vista della produzione èstato un incubo. Nel 2002, noie il ministero dello Spettacoloeravamo entrati in accor<strong>do</strong> peril finanziamento, ma nel 2004il governo Berlusconi, per mezzodel decreto Urbani, ha ri<strong>do</strong>ttodrasticamente il valore.Praticamente, abbiamo ricevutoil 25% di ciò che era statopromesso. Ho <strong>do</strong>vuto cambiaregran parte della scenografia.La cosa più grave è stata <strong>do</strong>vereliminare tutta la parte storicadella Romania del 1989, a cui ilfilm si riferisce.CI – I tagli possono essere statiprovocati <strong>da</strong>l tema del film, ossia,censura?CA - Non cre<strong>do</strong> sia stata una censuraprestabilita. Ma, di fatto,taglian<strong>do</strong> crudelmente i finanziamenti,mi hanno impedito diCA - Não acredito que tenha si<strong>do</strong>uma censura planeja<strong>da</strong>. Porém,de fato, cortan<strong>do</strong> cruelmente ofinanciamento, me impediram decontar o que queria. É fato que aredução <strong>do</strong>s financiamentos <strong>do</strong>soutros filmes foi entre 20 a 30%,não 75% como o meu.CI – Ok, vamos falar de coisas boas.Como nasceu Cover Boy: A Últimarevolução?CA – Nasceu <strong>da</strong> minha experiêniana Romênia, onde morei por <strong>do</strong>isanos, no final <strong>do</strong>s anos 90. Alémde viver diretamente o drama dequem queria imigrar em direçãoaos países ocidentais, vi que arevolução de 89 que tinha tira<strong>do</strong><strong>do</strong> poder Ceausescu não era umaver<strong>da</strong>deira revolução, mas umgolpe de esta<strong>do</strong>. Enfim, imigraçãoe revolução são os primeirosdegrais <strong>da</strong> história.CI – O filme fala sobre imigração,revolução, homosexualismo esubemprego.CA – Fala de uma amizade entreIoan, um jovem romeno, filho<strong>da</strong>quela revolução, e <strong>do</strong> <strong>italiano</strong>Michele, um homem de 40anos que passa de um empregoao outro.CI – Fazen<strong>do</strong> uma comparaçãocom teu filme Come Mi Vuoi, de12 anos atrás, alguma coisa mu<strong>do</strong>una socie<strong>da</strong>de ou o preconceitoain<strong>da</strong> é o mesmo?CA – Em alguns países europeusa socie<strong>da</strong>de mu<strong>do</strong>u muito, veja aEspanha, por exemplo. Mas aquina Itália, a coisa não mu<strong>da</strong>. Estamosviven<strong>do</strong> um ver<strong>da</strong>deiro processode descivilização, com umatendência racista e classista quese vê a olhos nus.CI – E pela crítica <strong>italiana</strong>, comoteu filme foi recebi<strong>do</strong>?CA – No início senti um pouco depreconceito, não tanto em relaçãoao filme, mas em relação a mimmesmo. O fato é que não pertençoa nenhum grupo em particulare não tenho certas amizades.O <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> é muito autárquico.Não existe espaço nem lugarpara quem não pertence a umgrupo bem identifica<strong>do</strong>.CI – Mas você acha que a críticasustenta o <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>?CA – Depende de qual <strong>cinema</strong>. Paraalguns filmes e diretores o suporte,às vezes, chega a ser excessivo.Mas, provavelmente, isso dependede várias pressões e amizades.CI – Como você considera o atualpanorama <strong>cinema</strong>tográfico<strong>italiano</strong>?CA – Existem bons diretores e filmes,apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des quetemos que enfrentar.CI – O <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> vive um renascimento?CA – Essa história de renascimento<strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> é um pouco ridícula.Foi decreta<strong>da</strong> especialmentepela França. Se um filme <strong>italiano</strong>entra na salas francesas, faz um certosucesso e vence alguns prêmiosnos festivais francese, aí se fala derenascimento. Não é ridículo?CI – O que fazer para melhorar adistribuição <strong>do</strong>s filmes nas salas<strong>italiana</strong>s?CA – Sain<strong>do</strong> <strong>do</strong> jogo Rai (TVestatal)-Mediaset (empresa decomunicação <strong>do</strong>na <strong>da</strong> agência<strong>italiana</strong> líder na distribuição defilmes) e crian<strong>do</strong> um circuito emto<strong>do</strong> o território, com reais cotasobrigatórias nas salas <strong>italiana</strong>se européias.Cenas de Cover Boy. O filme toca em duas feri<strong>da</strong>s<strong>italiana</strong>s atuais: desemprego e imigraçãoScene di Cover Boy. Il film tocca due ferite italianeattuali: disoccupazione e immigrazioneraccontare quello che volevo. Larealtà è che la riduzione dei finanziamentidegli altri film èstata tra il 20 e il 30%, non comeil 75% del mio.CI – Ok, parliamo di cose piacevoli.Com’è nato “Cover Boy: l’ultimarivoluzione”?CA – È nato <strong>da</strong>lla mia esperienzain Romania, <strong>do</strong>ve ho vissutodue anni alla fine degli anni’90. Oltre a vivere direttamenteil dramma di chi voleva emigrareverso paesi occidentali,ho visto che la rivoluzionedel 1989, che aveva distituitoCeausescu, non era una vera epropria rivoluzione, ma un golpe.Insomma, immigrazione erivoluzione sono i primi scalinidella storia.CI – Il film parla di immigrazione,rivoluzione, omosessualità e disoccupazione.CA – Parla dell’amicizia tra Ioan,un giovane romeno, figlio diquella rivoluzione, e dell’<strong>italiano</strong>Michele, un uomo 40enne chepassa <strong>da</strong> un impego all’altro.CI – Facen<strong>do</strong> un paragone con iltuo film “Come mi vuoi”, di 12 annifa, è cambiato qualcosa nellasocietà o il preconcetto è ancoralo stesso?CA – In qualche paese europeola società è cambiata molto, comein Spagna, per esempio. Maqui in Italia le cose non cambiano.Stiamo viven<strong>do</strong> un veroe proprio processo di decivilizzazione,con una tendenza razzistae classista che si vede a<strong>do</strong>cchio nu<strong>do</strong>.CI – E <strong>da</strong>lla critica <strong>italiana</strong>, com’èstato accolto il film?CA – All’inizio ho percepito unpo’ di preconcetto, non proprioverso il film, ma verso me stesso.Il fatto è che non faccio partedi nessun gruppo in particolaree non ho certe amicizie. Il<strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> è molto autarchico.Non c’è spazio né luogoper chi non fa parte di un gruppoben identificato.CI – Ma credi che la critica sostengail <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>?CA – Dipende <strong>da</strong> quale <strong>cinema</strong>.Per dei film e registi, alle volte,gli aiuti sono pure eccessivi.Ma, probabilmente, ciòdipende <strong>da</strong> varie pressioni eamicizie.CI – Come consideri l’attualepanorama <strong>cinema</strong>tografico <strong>italiano</strong>?CA – Ci sono buoni registi e film,malgra<strong>do</strong> le difficoltà che <strong>do</strong>bbiamoaffrontare.CI – Il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> vive unarinascita?CA – Questa storia di rinascitadel <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> è un po’ ridicola.È stata decretata specialmente<strong>da</strong>lla Francia. Se un film<strong>italiano</strong> entra nei <strong>cinema</strong> francesi,fa un certo successo e vincedei premi nei festival francesi,subito si parla di rinascita. Nonè ridicolo?CI – Cosa fare per migliorare ladistribuzione dei film nei <strong>cinema</strong>italiani?CA – Uscen<strong>do</strong> <strong>da</strong>l gioco Rai (TVstatale) – Mediaset (impresadi comunicazione proprietariadell’agenzia leader in distribuzionedi film) e crean<strong>do</strong> un circuitosu tutto il territorio, conreali quote obbligatorie nelle saleitaliane ed europee.30 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 31


capaBirdwatchers - la terra degli uomini rossi, é o título <strong>do</strong> último filme <strong>do</strong> diretor ítalo-chilenoMarco Bechis. Recentemente ovaciona<strong>do</strong> pela comovi<strong>da</strong> platéia <strong>do</strong> Festival de Cinema deVeneza, o filme conta a história de alguns índios Guaranì-Kaiowà que, cansa<strong>do</strong>s <strong>da</strong> exploração<strong>do</strong> homem branco, tentam resgatar suas terras. Trata-se de uma co-produção <strong>Brasil</strong>/Itáliaentre a já conheci<strong>da</strong> produtora brasileira Gullane Filmes (Bicho de Sete Cabeças)com as <strong>italiana</strong>s Classic, Karta e Rai Cinema. Está previsto para chegar ao circuito comercialbrasileiro em dezembro.La terra degli uomini rossi revelou um mun<strong>do</strong> completamente desconheci<strong>do</strong> para quemmora nesta parte européia <strong>do</strong> planeta. Bechis, aclama<strong>do</strong> pela crítica de to<strong>do</strong>s os cantos <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, define o extermínio <strong>do</strong>s índios como “o maior genocídio <strong>da</strong> história”. Bechis estáro<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a Itália para divulgar o filme. Comunità conversou rapi<strong>da</strong>mente com ele, por telefone,no mês passa<strong>do</strong>, enquanto ele dirigia seu carro rumo à Parma para mais um eventopromocional de Birdwatcher.Birdwatchers - la terra degli uomini rossi, è il titolo dell’ultimo film del regista italocilenoMarco Bechis. Acclamato <strong>da</strong> una commossa platea al Festival di Cinema di Venezia,il filme racconta la storia di un gruppo di indigeni Guaranì-Kaiowà che, stanchi di esseresfruttati <strong>da</strong>ll’uomo bianco, cercano di riscattare le proprie terre. Si tratta di una coproduzioneitalo-brasiliana tra la famosa produzione brasiliana Gullane Filmes (Bicho de SeteCabeças) e le italiane Classic, Karta e Rai Cinema. Il suo arrivo sugli schermi brasiliani èprevisto per dicembre.La terra degli uomini rossi ha rivelato un mon<strong>do</strong> completamente sconosciuto a chi abitanella regione europea del pianeta. Bechis, acclamato <strong>da</strong>lla critica di tutto il mon<strong>do</strong>, definisce losterminio degli indigeni come “il maggior genocidio della storia”. Bechis sta giran<strong>do</strong> l’Italia perdivulgare il film. Comunità ha parlato rapi<strong>da</strong>mente con lui, per telefono, il mese scorso, mentregui<strong>da</strong>va la macchina verso Parma per un altro evento promozionale di “Birdwatchers”.Uomini rossiHomens vermelhosJa n a í n a CesarCorrespondente • TrevisoComunitàItaliana – Qual arelação entre o título <strong>do</strong>filme e os índios?Marco Bechis - O títulofoi escolhi<strong>do</strong> a de<strong>do</strong>. Quem praticabirdwatchers é para observaros pássaros. Nós brancos praticamosbirdwatchers com os índios,ou seja, nós os observamos, principalmenteos turistas, quan<strong>do</strong>visitamos as regiões onde vivem.Mas depois de um tempo conviven<strong>do</strong>com eles, durante a produção<strong>do</strong> filme, percebemos queeles também são birdwatchers nonosso confronto.CI – Como nasceu essa co-produção?MB – O projeto to<strong>do</strong> nasceu naminha cabeça. Eu já tinha emmente fazer um filme sobre os índios<strong>da</strong> América Latina. Após umaviagem ao <strong>Brasil</strong>, me interesseiparticularmente pela história <strong>do</strong>síndios brasileiros. Eu era o único<strong>italiano</strong> em meio ao pessoal no<strong>Brasil</strong>. Passamos seis meses juntosno meio <strong>da</strong> floresta, na região<strong>do</strong> Mato Grosso. Eu queria quefosse exatamente assim, somenteeu de <strong>italiano</strong> e a maioria absolutade brasileiros no projeto.CI – E a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Gullane Filmes,como foi?MB - Eu estava procuran<strong>do</strong> umaprodutora de confiança no <strong>Brasil</strong>e conheci o Caio (Gullane) duranteo Festival o Rio. Surgiu um feelingentre a gente e começamosa falar sobre o assunto. O Caio foisempre super responsável e medeixou bem livre para trabalharcom quem eu quisesse, me apresentouto<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, desde o diretorde fotografia até os atores.CI – Nos teus filmes você semprecoloca a mão na feri<strong>da</strong>. Tambémfoi assim com Garage Olimpoe Hijos. Porque esse empenhocom temáticas sociais ?MB – Esse meu empenho nasce<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de contar histórias.O mun<strong>do</strong> é vasto. Tem quema<strong>do</strong>re fazer comédia, tem quema<strong>do</strong>re fazer <strong>do</strong>cumentário. Podeser que um dia eu faça comédia.Mas tu<strong>do</strong> depende sempre de comoo filme é ro<strong>da</strong><strong>do</strong>, <strong>da</strong> serie<strong>da</strong>de<strong>do</strong> diretor. Um filme bem feitoserá sempre atual mesmo depoisde 20 anos.CI – O <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> está renascen<strong>do</strong>como dizem?MB – Na ver<strong>da</strong>de não. Enquantoo <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> tiver uma lógicapequena, o interesse <strong>do</strong> públicoserá tão pequeno quanto.Você pode falar de renascimentoquan<strong>do</strong> os filmes <strong>italiano</strong>s começarema render como uma grandeprodução, como era no passa<strong>do</strong>.O percentual de filmes em exibiçãoé até razoável, mas os rendimentosain<strong>da</strong> não são.ComunitàItaliana – Qualè la relazione tra il titolodel film e gli indigeni?Marco Bechis - Il titoloè stato scelto di proposito. Chipratica il birdwatchers lo fa perosservare gli uccelli. Noi di pellebianca pratichiamo il birdwatcherscon gli indigeni, ossia, noi li osserviamo,specialmente i turisti,quan<strong>do</strong> visitiamo le regioni <strong>do</strong>vevivono. Ma <strong>do</strong>po un certo perio<strong>do</strong>di convivenza con loro, durantela produzione del film, abbiamocapito che anche loro sono birdwatchersnei nostri confronti.CI – Com’è nata questa coproduzione?MB – Il progetto è stato una miaidea. Avevo già in mente di fareun film sugli indigeni dell’AmericaLatina. Dopo un viaggio in<strong>Brasil</strong>e, mi ha particolarmente interessatola storia degli indigenibrasiliani. Io ero l’unico <strong>italiano</strong>Marco Bechis orientaos índios atores de seuBirdwatchers. Acima, ocartaz <strong>do</strong> filmeMarco Bechis dirige gliindigeni attori del suoBirdwatchers. Sopra, lalocandina del filmin mezzo a gente brasiliana. Abbiamopassato sei mesi insiemenel mezzo della foresta, in MatoGrosso. Io volevo che fosse propriocosì, solo io come <strong>italiano</strong> ela maggior parte assoluta di brasilianinel progetto.CI – E l’entrata della Gullane Filmes,com’è successa?MB – Stavo cercan<strong>do</strong> una produzionedi fiducia in <strong>Brasil</strong>e ed hoconosciuto Caio (Gullane) duranteil Festival a Rio. Ne è sorto unfeeling tra di noi e abbiamo cominciatoa parlarne. Caio è semprestato molto responsabile emi ha lasciato libero di lavorarecon chi volessi, mi ha presentatotutti, <strong>da</strong>l direttore di fotografiaagli attori.CI – Nei tuoi film metti sempre lemani nella ferita. È stato così anchecon Garage Olimpo e Hijos.Perché questo impegno con tematichesociali?MB – Questo mio impegno nasce<strong>da</strong>l bisogno di raccontare storie.Il mon<strong>do</strong> è vasto. C’è gentea cui piace fare commedie, e achi piace fare <strong>do</strong>cumentari. Puòessere che un giorno farò commedie.Ma tutto dipende <strong>da</strong> comeun film viene girato, <strong>da</strong>lla serietàdel regista. Un film ben fattosarà sempre attuale, anche <strong>do</strong>po20 anni.CI – Il <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> sta rinascen<strong>do</strong>come dicono?MB – In realtà, no. Finché il <strong>cinema</strong><strong>italiano</strong> vivrà in una logicamediocre, gli interessi delpubblico saranno altrettantomediocri. Si potrà parlare di rinascitaquan<strong>do</strong> i film comincerannoa rendere come una grandeproduzione, come era in passato.La percentuale di film nei<strong>cinema</strong> può pure essere ragionevole,ma gli incassi ancora nonlo sono.32 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 33


capaA quatromãosA quattro mani<strong>Brasil</strong> e Itália revitalizam o antigo acor<strong>do</strong> de coprodução<strong>cinema</strong>tográfica entre os <strong>do</strong>is países<strong>Brasil</strong>e e Italia ripren<strong>do</strong>no un vecchio accor<strong>do</strong> dicoproduzione <strong>cinema</strong>tografica tra i due paesiJa n a í n a Cesar e Nay r a Garofleliana encontrou algumas dificul<strong>da</strong>desburocráticas.— A burocracia surgiu naItália. O ministério <strong>da</strong> Cultura no<strong>Brasil</strong> foi bem mais ágil — dizAlessandro Mascheroni, diretorde produção <strong>da</strong> Indiana ProductionCompany.Orça<strong>do</strong> em 900 mil euros, Estômago,recebeu 50% de investimentode ca<strong>da</strong> país. Segun<strong>do</strong>Mascheroni, quan<strong>do</strong> se fala em<strong>cinema</strong>, “esse valor não é umagrande quantia”. Ele conta ter se“surpreendi<strong>do</strong> com o alto profissionalismo<strong>do</strong>s brasileiros <strong>da</strong>equipe, não só <strong>do</strong>s atores”.Do la<strong>do</strong> brasileiro, a produtoraCláudia <strong>da</strong> Nativi<strong>da</strong>de diz queuma co-produção “aju<strong>da</strong> muito”Fin <strong>da</strong>l 1970 c’è un accor<strong>do</strong>di coproduzione <strong>cinema</strong>tograficatra <strong>Brasil</strong>e eItalia. Ma è stato messoin pratica solo 30 anni <strong>do</strong>po. Èstato usato per la prima voltasolo nel 2007 per la realizzazionedel film Estômago, del brasilianoMarco Jorge, vincitore delFestival di Rio 2007 con quattropremi. Dopo sono venuti “ Anita– Una vita per Garibaldi”, del regista<strong>italiano</strong> Aurelio Grimaldi, e“Birdwatchers”, di Bechis.Le case produttrici del film“Estômago”, Indiana ProductionCompany (Italia) & Zencrane Filmes(<strong>Brasil</strong>e), sono state le primea beneficiarsi dell’accor<strong>do</strong> e,proprio per questo, la produzione<strong>italiana</strong> si è scontrata con difficoltàburocratiche.— La burocrazia è venutafuori in Italia. Il ministerodella Cultura in <strong>Brasil</strong>e è sta-Divulgaçãoto molto più agile — dice AlessandroMascheroni, direttore diproduzione della Indiana ProductionCompany.Preventivato in 900mila euro,“Estômago” ha ricevuto il50% degli investimenti <strong>da</strong> ognipaese. Secon<strong>do</strong> Mascheroni, intermini di <strong>cinema</strong> “questo valorenon è una grande somma”.E racconta di “essersi sorpresocon il grande professionalismodei brasiliani della troupe, nonsolo degli attori”.Da parte brasiliana, la produttriceCláudia <strong>da</strong> Nativi<strong>da</strong>dedice che una coproduzione“aiuta molto” la carriera di unfilm per ciò che riguar<strong>da</strong> la suavisibilità. Secon<strong>do</strong> lei, il neodell’attuale accor<strong>do</strong> è quellostabilito <strong>da</strong>lle stesse frontieredegli stati nazionali, visto chenon ci sono regole per disciplinaree facilitare la burocraziaCinecittà: a nove quilômetros <strong>do</strong> centro de Roma e com 400 mil metros quadra<strong>do</strong>sCinecittà: a nove chilometri <strong>da</strong>l centro di Roma e con 400mila metri quadratiTatiana FanttinatiFotos: Bruno de LimaNos estúdiosStupen<strong>do</strong>! Era isso o que diziam os <strong>italiano</strong>s que integraram umacomitiva lidera<strong>da</strong> <strong>pelo</strong> diretor-geral de Cinecittà, Lamberto Mancini,durante uma visita aos estúdios <strong>da</strong> Rede Globo, o Projac, noRio de Janeiro. Recebi<strong>do</strong>s <strong>pelo</strong> diretor <strong>da</strong> Globo Filmes, Carlos Eduar<strong>do</strong>Rodrigues, eles se maravilharam com a área: 1,65 milhão demetros quadra<strong>do</strong>s.— O Projac é quatro vezes maior queCinecittà. É quase totalmente foca<strong>do</strong> emficção televisiva. Nós fazemos filmes, a cenografiaé diferente e há diversos tipos deprodução. O Projac é uma máquina produtivapotente para fazer um produto especializa<strong>do</strong>.Além de ser grande e extraordinário— afirma Mancini.Cinecittà é um complexo de estúdios de400 mil metros quadra<strong>do</strong>s onde foram realiza<strong>da</strong>scriações como E la nave va, de FedericoFellini e Belíssima, Luchino Visconti.Localiza<strong>da</strong> a nove quilômetros <strong>do</strong> Centrode Roma, Cinecittà também abrigou asfilmagens de Ben-Hur, Amarcord e Ganguesde Nova Iorque.— As diferenças entre Hollywood e Cinecittàsão enormes porque a primeira é amaior indústria <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> utilizar140 merca<strong>do</strong>s, enquanto na Itália hádificul<strong>da</strong>des de exportar os próprios filmes.Mas hospe<strong>da</strong>mos vários filmes hollywoodianos— explica Mancini, a exemplo <strong>do</strong>strês anos em que Cinecittà esteve a serviço<strong>da</strong> HBO e <strong>da</strong> BBC para a realização <strong>da</strong>série Roma.A comitiva visitou também os estúdios<strong>da</strong> Record, de 44 mil metros quadra<strong>do</strong>s. Aemissora começou a produzir uma novelasobre a Itália, Vendetta, de Lauro Cesar Muniz. Mas, segun<strong>do</strong> Mancini,“ain<strong>da</strong>” não há projetos de co-produção entre a Record, a Globoou alguma produtora brasileira e Cinecittà.Desde 1970 existe umacor<strong>do</strong> de co-produção<strong>cinema</strong>tografica entre<strong>Brasil</strong> e Itália. Mas elesó saiu <strong>do</strong> papel 30 anos depois.Foi usa<strong>do</strong> pela primeira vez somenteem 2007 para a realização<strong>do</strong> filme Estômago, <strong>do</strong> brasileiroMarco Jorge, vence<strong>do</strong>r <strong>do</strong>Festival <strong>do</strong> Rio 2007 com quatroprêmios. Em segui<strong>da</strong> vieram Anita- Amores & Histórias, <strong>do</strong> diretor<strong>italiano</strong> Aurélio Grimaldi eBirdwatchers, de Bechis.As produtoras <strong>do</strong> filme Estômago,Indiana Production Company(Italia) & Zencrane Filmes(<strong>Brasil</strong>), foram as primeiras a sebeneficiarem <strong>do</strong> acor<strong>do</strong>, e, justamentepor isso, a produção itanacarreira de um filme no quesitovisibili<strong>da</strong>de. Segun<strong>do</strong> ela, o pontonegativo <strong>do</strong> atual acor<strong>do</strong> é o estabeleci<strong>do</strong>pelas próprias fronteiras<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s nacionais, já que nãohá regras para regular e facilitar aburocracia alfandegária e o pagamentode serviços no exterior paraas produções <strong>cinema</strong>tográficasem regimes de co-produção.— Não temos facilitações. Numaco-produção há muitas trocas,muito transporte de material. Contu<strong>do</strong>,sem um regime especial, ofilme acaba circulan<strong>do</strong> nos paísescomo uma merca<strong>do</strong>ria ou serviço,o que incorre muita burocracia eno pagamento de impostos muitoaltos, decorrente <strong>do</strong> sistema deproteção de merca<strong>do</strong> — diz.Isso pode explicar porque esseacor<strong>do</strong> entre <strong>Brasil</strong> e Itália demoroutanto para ser utiliza<strong>do</strong>.O futuro, porém, é promissor. Oestabeleci<strong>do</strong> em 1970 foi modifica<strong>do</strong>no ano passa<strong>do</strong> e deve serratifica<strong>do</strong> pelas autori<strong>da</strong>des <strong>cinema</strong>tográficas<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países durantea terceira edição <strong>do</strong> FestivalInternacional de Cinema de Roma.A brasileira Ancine (AgênciaNacional <strong>do</strong> Cinema) e as estatais<strong>italiana</strong>s Instituto Luce e CinecittàHolding negociaram os itens<strong>do</strong> novo texto. Entre as novi<strong>da</strong>desestão uma maior flexibili<strong>da</strong>de nasporcentagens de participação deca<strong>da</strong> país nas co-produções.Outra novi<strong>da</strong>de é o acor<strong>do</strong>de co-produção assina<strong>do</strong> no finalde 2007 pela Embaixa<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>em Roma e pela Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eira de Comércio e Indústria(Italcam). Este novo acor<strong>do</strong> fazparte <strong>do</strong> projeto Cinema ContemporâneoÍtalo-<strong>Brasil</strong>eiro e visa difundira cultura e reforçar as relaçõesentre os <strong>do</strong>is países.Nei teatri di posaA comitiva <strong>italiana</strong> visita o PROJAC. Abaixo, oator Nicola Siri mostra a Record para o diretorgeralde Cinecittà, Roberto ManciniLa comitiva <strong>italiana</strong> visita il PROJAC. Sotto,l’attore Nicola Siri fa vedere la Record al direttoregenerale di Cinecittà, Roberto ManciniStupen<strong>do</strong>! Questo era ciò che dicevano gli italiani facenti partedi una comitiva gui<strong>da</strong>ta <strong>da</strong>l direttore generale di Cinecittà,Lamberto Mancini, durante una visita ai teatri di posa della RedeGlobo, il Projac, a Rio de Janeiro. Ricevuti <strong>da</strong>l direttore della GloboFilmes, Carlos Eduar<strong>do</strong> Rodrigues, si sono meravigliati dell’area:1,65 milioni di metri quadrati.— Il Projac è quattro volte più grandedi Cinecittà. È quasi totalmente rivoltoalla fiction televisiva. Noi facciamo film,la scenografia è diversa e ci sono vari tipidi produzione. Il Projac è una macchinadi produzione potente per fare un pro<strong>do</strong>ttospecializzato. Oltre ad essere grande e straordinario— afirma Mancini.Cinecittà è un complesso di teatri diposa di 400mila metri quadrati, <strong>do</strong>ve sonostate realizzate creazioni come “E la naveva” di Federico Fellini, e “Bellissima”di Luchino Visconti. Sita a nove chilometri<strong>da</strong>l centro di Roma, Cinecittà ha ancheospitato le riprese di “Ben Hur”, “Amarcord”e “Le gang di New York”.— Le differenze tra Hollywood e Cinecittàsono enormi, perché la prima è la maggiorindustria del mon<strong>do</strong>, che può usufruiredi 140 mercati, mentre in Italia ci sono diffoltàdi esportare persino i propri film. Maospitiamo vari film hollywoodiani — spiegaMancini, e come esempio parla dei tre anniin cui Cinecittà è stata a servizio della HBOe della BBC per la rea lizzazione della serietelevisiva “Roma”.La comitiva ha anche visitato i teatridi posa della Record, di 44mila metri quadrati.L’emittente ha cominciato a produrreuna telenovela sull’Italia, “Vendetta”, di Lauro Cesar Muniz. Ma, secon<strong>do</strong>Mancini, “ancora” non ci sono progetti di coproduzione tra laRecord, la Globo o qualunque produzione brasiliana e Cinecittà.<strong>do</strong>ganale e il pagamento di serviziall’estero per le produzioni<strong>cinema</strong>tografiche in regime dicoproduzione.— Non riceviamo facilitazioni.In una coproduzione cisono molti scambi, molto trasportodi materiale. Malgra<strong>do</strong>questo, senza un regime speciale,il film finisce col circolarenei paesi come una merce oun servizio, e incappa in moltaburocrazia e nel pagamentodi tasse molto alte, provenienti<strong>da</strong>l sistema di protezione delmercato — dice.Questo potrebbe spiegareperché questo accor<strong>do</strong> tra <strong>Brasil</strong>ee Italia ci ha messo tantoad essere usato. Ma il futuro èpromettente. L’accor<strong>do</strong> stabilitonel 1970 è stato modificato l’annoscorso e sarà ratificato <strong>da</strong>lleautorità <strong>cinema</strong>tografiche deidue paesi durante la terza edizionedel Festival Internazionaledel Film di Roma. La brasilianaAncine (Agência Nacional <strong>do</strong> Cinema)e le statali italiane IstitutoLuce e Cinecittà Holdingstanno lavoran<strong>do</strong> alle voci delnuovo testo. Tra le novità ci sonouna maggior flessibilità nellepercentuali di partecipazione diogni paese nelle coproduzioni.Un’altra novità per i futuriproduttori è l’accor<strong>do</strong> di coproduzionefirmato alla fine del2007 <strong>da</strong>ll’Ambasciata brasilianaa Roma e <strong>da</strong>lla Câmara Ítalo-<strong>Brasil</strong>eirade Comércio, Indústriae Agricultura (Italcam).Questo nuovo accor<strong>do</strong> fa partedel progetto Cinema ContemporaneoItalo-<strong>Brasil</strong>iano e ha perobiettivo quello di diffondere lacultura e di rafforzare le relazionitra i due paesi.34 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 35


capaAo mestre, comcarinhoAl maestro,con affettoGrande homenagea<strong>do</strong> <strong>do</strong> Festival <strong>do</strong> Rio, o diretorPaolo Taviani participa <strong>do</strong> evento que exibiu váriasde suas obras, feitas em parceria com o irmãoVittorio. Ícone <strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> e mundial, foi umsimpático e solícito diretor que falou à ComunitàGrande festeggiato al Festival di Rio, il regista PaoloTaviani partecipa all’evento in cui sono stati proiettatii suoi film, girati insieme al fratello Vittorio. Iconadel <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong> e mondiale, il regista ha parlatocon Comunità ed è stato simpatico e premurosoEle estava preste a deixar oRio de Janeiro quan<strong>do</strong> foiconvi<strong>da</strong><strong>do</strong> a <strong>da</strong>r uma palestraaos alunos <strong>da</strong> Escola deCinema Darcy Ribeiro, no centro<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Poucas horas antes deembarcar de volta à Itália, o diretorPaolo Taviani, de 76 anos,mostrou ain<strong>da</strong> muita disposiçãodepois de encarar uma maratonade cinco dias de compromissos,como convi<strong>da</strong><strong>do</strong> ilustre <strong>do</strong> Festival<strong>do</strong> Rio. Ele veio para o <strong>Brasil</strong> sema sua outra “metade criativa”, oirmão Vittorio, três anos mais velho,que, na mesma época, representoua dupla em outro eventona Europa. Antes de começar a falar,ele solicitou um cigarro, saborea<strong>do</strong>em longas bafora<strong>da</strong>s.O festival homenageou os irmãosdiretores com uma mostraparalela forma<strong>da</strong> por 11 filmes.Entre eles, Pai Patrão, uma <strong>da</strong>sobras-primas <strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>,ganha<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Palma de Ouro<strong>do</strong> Festival de Cannes em 1977.Fez parte também La masseriaNay r a GarofleStava quasi lascian<strong>do</strong> Riode Janeiro quan<strong>do</strong> è statoinvitato a tenere unaconferenza per gli allievidella Escola de Cinema Darcy Ribeiro,al centro della città. Pocheore prima di imbarcare di ritornoin Italia, il regista Paolo Taviani,76 anni, ha dimostrato ancoragrande forza <strong>do</strong>po aver affrontatouna maratona di cinque giorni diimpegni come invitato illustre delFestival di Rio. È venuto in <strong>Brasil</strong>esenza la sua altra “metà creativa”,il fratello Vittorio, tre annipiù grande di lui, che si trovava,negli stessi giorni, a rappresentarela coppia in un altro evento,in Europa. Prima di cominciare aparlare, ha chiesto una sigaretta,assaporata a lunghe tirate.Il Festival ha festeggiato ifratelli registi con una mostraparallela composta <strong>da</strong> 11 film.Tra questi, “Padre Padrone”, unodei capolavori del <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>,vincitore della Palma d’Oro alFestival di Cannes nel 1977. TraO filme Pai Patrão, ganha<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Palma de Ouro <strong>do</strong> Festival de Cannes, em 1977. Vittorio e Paolo posam em Cinecittà e em ação no início <strong>da</strong> carreiraIl film Padre Padrone, vincitore della Palma d’Oro al Festival di Cannes nel 1977. Vittorio e Paolo posano a Cinecittà e in azione agli inizi della carrieradelle Allo<strong>do</strong>le, de 2007, o maisrecente longa realiza<strong>do</strong> <strong>pelo</strong>sirmãos, inédito no circuito comercialbrasileiro.Trata-se de um drama basea<strong>do</strong>no livro de Antonia Arslan,escritora <strong>italiana</strong> descendente dearmênios. A história é inspira<strong>da</strong>em um episódio de 1915, quan<strong>do</strong>o governo turco promoveu umgenocídio <strong>do</strong> povo armênio. O filmemostra uma família armêniaque vive em paz na Turquia. Poucoa pouco, porém, começa a sercria<strong>do</strong> um clima de racismo, deconfronto com o povo armênioaté que acontece o massacre.A escolha <strong>do</strong> tema, segun<strong>do</strong>Taviani, foi <strong>pelo</strong> fato de os irmãosacreditarem que contar estahistória é também um mo<strong>do</strong>de falar <strong>da</strong>s tragédias similaresque acontecem atualmente.— Os horrores são idênticosaos que acontecem hoje, em especial,na África. É um filme queconta uma história <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>,mas que é completamente contemporâneo— afirma.Do ponto de vista econômico,muitas foram as dificul<strong>da</strong>desencontra<strong>da</strong>s para a realização <strong>do</strong>longa. O filme, uma co-produçãoentre a Itália, França, Alemanhae Espanha, teve de ser ro<strong>da</strong><strong>do</strong> naBulgária, já que não houve permissãopara ser feito na Turquia.Segun<strong>do</strong> Taviani, porém, <strong>do</strong> pontode vista político, os obstáculosforam ain<strong>da</strong> maiores.— A Bulgária é um país queesteve sob a <strong>do</strong>minação turca pormuitos anos. Com isso, há muitascasas que permanecem como eramnaquele tempo. Mas o governoturco procurou influenciar o governo<strong>italiano</strong> tentan<strong>do</strong> convencê-lode que não devíamos fazereste filme. Devo dizer que o entãoministro <strong>do</strong>s Bens Culturais, (Rocco)Buttiglione, disse que na Itáliapode haver opiniões diversas,mas a arte é livre — diz.Para Taviani, trabalhar comum irmão não é mais novi<strong>da</strong>deno mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>cinema</strong>. Ele lembraque há ca<strong>da</strong> vez mais irmãos filman<strong>do</strong>juntos como a dupla Andye Larry Wachowski (Matrix) eJean-Pierre e Luc Dardenne (O silênciode Lorna).— Não somos mais os únicos.No nosso caso, um faz a cena eo outro acompanha no vídeo. Depoistrocamos. Quan<strong>do</strong> um estádirigin<strong>do</strong>, o outro não se intromete.Em Cannes, na exibiçãode Allonsanfan (1974), (Marcello)Mastroianni foi questiona<strong>do</strong> porum jornalista como havia si<strong>do</strong> trabalharcom <strong>do</strong>is diretores. Ele respondeu:“Eram <strong>do</strong>is?” — conta.Ao analisar a atual situação<strong>do</strong> <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>, Taviani, éum <strong>do</strong>s que engrossam o coro deque, há sim, um renascimento.Para o diretor, o momento atual<strong>do</strong> setor, na Itália, “é muito beloe pode ficar ain<strong>da</strong> melhor”.Sobre o <strong>cinema</strong> brasileiro,Taviani faz elogios, mas lamentater visto pouca coisa:— Infelizmente só vi filmesde (Bruno) Barreto, que me agra<strong>da</strong>rammuito. Mas não foi no <strong>cinema</strong>.Na Itália essas produções ain<strong>da</strong>não chegaram, somente os deWalter Salles, que é também umoutro diretor muito bom. O <strong>cinema</strong>brasileiro não chega na Itáliaassim como o <strong>italiano</strong> não chegano <strong>Brasil</strong>. Isso se deve à dura lei<strong>da</strong> distribuição — afirma ele quedisse ter fica<strong>do</strong> “muito agradeci<strong>do</strong>”com a homenagem que lhe foipresta<strong>da</strong> <strong>pelo</strong> Festival <strong>do</strong> Rio.gli altri film c’era anche “La masseriadelle allo<strong>do</strong>le”, del 2007, ilpiù recente lungometraggio girato<strong>da</strong>i fratelli, inedito nel circuitocommerciale brasiliano.Si tratta di un dramma tratto<strong>da</strong>l libro di Antonia Arslan, scrittrice<strong>italiana</strong> discendente di armeni.La storia è ispirata ad un episodiodel 1915, quan<strong>do</strong> il governo turcomise in pratica il genocidio del popoloarmeno. Il film mostra una famigliaarmena che vive in pace inTurchia. Ma, poco a poco, cominciaa crescere un clima di razzismo,di confronto con il popolo armeno,fino ad arrivare al massacro.La scelta del tema, secon<strong>do</strong>Taviani, è <strong>do</strong>vuta al fatto che ifratelli cre<strong>do</strong>no che raccontarequesta storia sia anche un mo<strong>do</strong>di parlare delle tragedie similiche acca<strong>do</strong>no ai nostri giorni.— Gli orrori sono identici aquelli che acca<strong>do</strong>no oggi, specialmentein Africa. È un film cheracconta una storia del passato,ma che è completamente contemporaneo— afferma.Dal punto di vista economico,sono state affrontate molte difficoltàper la realizzazione del lungometraggio.Il film, una coproduzionetra Italia, Francia, Germaniae Spagna, ha <strong>do</strong>vuto essere giratoin Bulgaria, visto che non è statoottenuto il permesso di farlo inTurchia. Ma, secon<strong>do</strong> Taviani, <strong>da</strong>lpunto di vista politico gli ostacolisono stati ancora maggiori.— La Bulgaria è stata sottomessaa <strong>do</strong>minazione turca permolti anni. Per questo ci sonomolte case rimaste com’erano aquel tempo. Ma il governo turcoha cercato di influenzare il governo<strong>italiano</strong> per convincerloche non <strong>do</strong>vevamo fare questofilm. Devo dire che l’allora ministrodei Beni Culturali, (Rocco)Buttiglione, ha detto che in Italiasi possono avere opinioni diverse,ma l’arte è libera — dice.Per Taviani lavorare con unfratello non è più una novità nelmon<strong>do</strong> del <strong>cinema</strong>. E ricor<strong>da</strong> checi sono sempre più fratelli che giranoinsieme, come la coppia Andye Larry Wachowski (“Matrix”)e Jean-Pierre e Luc Dardenne (“Ilmatrimonio di Lorna”).— Non siamo più gli unici.Nel nostro caso, uno fa la scena el’altro la segue sul monitor. Dopoci scambiamo i ruoli. Quan<strong>do</strong> unosta giran<strong>do</strong>, l’altro non si intromette.A Cannes, alla proiezionedi “Allonsanfan” (1974), un giornalistachiese a (Marcello) Mastroiannicom’era stato lavoraarecon due registi. E lui rispose:“Erano in due?” — racconta.Analizzan<strong>do</strong> l’attuale situazionedel <strong>cinema</strong> <strong>italiano</strong>, Taviani siunisce al coro di coloro che diconoche, sì, c’è una rinascita. Secon<strong>do</strong>il regista, l’attuale momento delsettore, in Italia, “è molto bello èpuò essere ancora migliore”.Taviani ammira il <strong>cinema</strong>brasiliano, ma gli dispiace avervisto poco:— Purtroppo ho visto solo deifilm di (Bruno) Barreto, che mi sonopiaciuti molto. Ma non è statoal <strong>cinema</strong>. In Italia queste produzioninon sono ancora arrivate, soloquelle di Walter Salles, che è unaltro bravo regista. Il <strong>cinema</strong> brasilianonon arriva in Italia, così comequello <strong>italiano</strong> non arriva in <strong>Brasil</strong>e.Questo si deve alla dura legge delladistribuzione — afferma Taviani,che dice di essere rimasto “veramentericonoscente” dell’omaggioresogli <strong>da</strong>l Festival di Rio.36 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 37


ROMAatuali<strong>da</strong>deVilla BorghesePara as criançasIsabela GrilloPara aproveitar o finalzinho <strong>do</strong> verão, na<strong>da</strong>melhor <strong>do</strong> que um passeio <strong>pelo</strong> maiorparque de Roma, a Villa Borghese. Nessa época,as famílias romanas aproveitam para fazerpiqueniques <strong>pelo</strong>s amplos jardins. Alémdisso, é possível alugar bicicletas ou fazer otradicional passeio de charrete. Para os pequenos,a atração é o laboratório “A casinhade Raffaelo”, que propõe ativi<strong>da</strong>des criativasem vários turnos ao longo <strong>do</strong> dia. Se a opçãofor por um programa cultural, a GaleriaBorghese, situa<strong>da</strong> no interior <strong>do</strong> parque, possuiuma preciosa coleção de obras de grandespintores, como Caravaggio, Raffaelo, Tizianoe muitos outros.Para quem viaja com filhos pequenos,uma boa sugestão de passeio éo museu para crianças Explora (Via Flaminia,82). Situa<strong>do</strong> em pleno centro, oespaço é estrutura<strong>do</strong> como uma ci<strong>da</strong>de,dividi<strong>da</strong> em cinco áreas, onde as criançaspodem tocar e experimentar tu<strong>do</strong>.Entre as atrações mais interessantes estáa “barriga <strong>da</strong> mamãe”, onde os pequenosentram e sentem as bati<strong>da</strong>s de umcoração, como se estivessem de volta aoútero materno. Na “boca aberta”, elespodem escovar seus dentes com escovasgigantes. No supermerca<strong>do</strong>, se divertemcom carrinhos em miniatura e uma caixade ver<strong>da</strong>de, para que possam fazer suascomprinhas. Os maiores vão a<strong>do</strong>rar a sala<strong>da</strong> comunicação, que tem estúdio deTV, banco (com caixa eletrônico) e laboratóriomultimídia com jogos à disposição.Difícil vai ser tirar seu filho de lá.O museu fica aberto to<strong>do</strong>s os dias, excetosegun<strong>da</strong>-feira. As visitas são dividi<strong>da</strong>sem quatro turnos. Para maiores informações,consulte o site www.mdbr.itMais <strong>cinema</strong>Tu<strong>do</strong> pronto para a terceira edição<strong>do</strong> Festival Internacional de Cinemade Roma, que acontece entreos dias 22 e 31 de outubro. No auditórioParco della Musica, complexo arquitetônicocria<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> famoso arquiteto RenzoPiano, estrelas de calibre internacionalcomo Monica Bellucci e Al Pacino desfilarão<strong>pelo</strong> tapete vermelho romano. A mostracompetitiva vai exibir 14 filmes. Osdiretores Francis Ford Coppola e MartinScorsese estarão na ci<strong>da</strong>de para participarde debates. Na abertura <strong>do</strong> evento, aestréia <strong>do</strong> filme <strong>italiano</strong> Uomo che Ama d eMaria Sole Tognazzi, com Monica Belluccie Pierfrancesco Favino.CromossomosEsse é o nome <strong>da</strong> primeira mostra artística<strong>do</strong> diretor de <strong>cinema</strong> David Cronenberg,conheci<strong>do</strong> por filmes como A Mosca, Videodrom,eXsistenZ e outros clássicos <strong>do</strong> <strong>cinema</strong>moderno de horror. A exposição se realiza paralelamentee com a colaboração <strong>do</strong> Festival deCinema de Roma. É coordena<strong>da</strong> por Luca MassimoBarbero, cura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Museu Guggenheim deVeneza. Serão exibi<strong>da</strong>s 50 fotos escolhi<strong>da</strong>s <strong>pelo</strong>próprio diretor, algumas tira<strong>da</strong>s de seus filmesmais famosos e reproduzi<strong>da</strong>s digitalmente emtela. Outras foram cria<strong>da</strong>s e produzi<strong>da</strong>s especialmentepara a mostra. Serão ain<strong>da</strong> exibi<strong>da</strong>scenas <strong>do</strong>s filmes de Cronenberg. O mestre <strong>do</strong><strong>cinema</strong> também participa de um <strong>do</strong>s encontrospromovi<strong>do</strong>s <strong>pelo</strong> festival. A mostra vai de 22de outubro a 16 de novembro no Palazzo delleEsposizione (Via Nazionale, 194).A mostra Focus, que a ca<strong>da</strong> ano divulgaa cultura de algum país emergente, esteano é dedica<strong>da</strong> ao <strong>Brasil</strong>. Nela serão apresenta<strong>da</strong>snovas produções <strong>cinema</strong>tográficasbrasileiras, como Coração Vagabun<strong>do</strong> de Fernan<strong>do</strong>Grostein Andrade, que conta a vi<strong>da</strong><strong>do</strong> cantor Caetano Veloso. Como “participaçãoespecial” estão Michelangelo Antonionie Pedro Almo<strong>do</strong>var, amigos <strong>do</strong> artista, emregistros antigos. Após a apresentação, Caetanofará um show só voz e violão. Haveráain<strong>da</strong> espaço para que diretores, artistas eintelectuais brasileiros conversem com <strong>italiano</strong>ssobre nosso país e uma mostra fotográficainédita <strong>do</strong> etnólogo Pierre Verger,especialista <strong>da</strong> cultura afro-brasileira.PicassoOComplexo Vittoriano (Via San Pietro inCarcere), monumento construí<strong>do</strong> emhomenagem ao Rei Vittorio Emanuele, nasuntuosa Piazza Venezia, abre as portas <strong>do</strong>seu museu a partir deste mês, para as obras<strong>do</strong> grande artista espanhol Pablo Picasso.A mostra, que se intitula “Picasso 1917-1937”, expõe as obras feitas <strong>pelo</strong> mestre <strong>da</strong>pintura em um momento contraditório de suacarreira: os anos entre as duas guerras. Nesteperío<strong>do</strong>, Picasso transitou por várias fasesartísticas, sem se fixar em nenhuma. Dessaforma, mostrou sua própria interpretação paradiferentes estilos, como o neoclassicismo,o surrealismo e o expressionismo. Entre asobras expostas, destaque para a tela “Arlequimmusicista”, de 1924. A mostra fica emcartaz até fevereiro de 2009.DivulgaçãoPaís <strong>do</strong> não podeGoverno Berlusconi deu mais poder aos prefeitos para legislar e uma série de proibiçõespipocam por to<strong>da</strong> a Itália, para desespero de turistas e <strong>do</strong>s próprios <strong>italiano</strong>sParece brincadeira ou coisade mãe chata que vivedizen<strong>do</strong> ao filho: “não façaisso”, mas a Itália virouo país <strong>do</strong> não, onde tu<strong>do</strong> éproibi<strong>do</strong>. Graças a uma nova norma<strong>do</strong> decreto segurança que foiaprova<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> ministro <strong>do</strong> InternoRoberto Marroni, em agostopassa<strong>do</strong>, os prefeitos <strong>italiano</strong>sconquistaram maior autonomiae poder para garantir a ordem ea segurança pública de suas ci<strong>da</strong>des.Resulta<strong>do</strong>: prefeitos-xerifespromoveram um festival deleis bizarras e multas altíssimas.Maroni pertece à Liga <strong>do</strong> Norte,parti<strong>do</strong> que sempre lutou pelaindependência <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s.As absur<strong>da</strong>s proibições vãode norte a sul <strong>do</strong> país. Um turistaque vai à Capri ou Positano epasseia pelas charmosas ruas <strong>do</strong>centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de com tamancos,pode levar uma multa de 50 eurospor causa <strong>do</strong> barulho emiti<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> caminha. Em Veneza,é proibi<strong>do</strong> <strong>da</strong>r milho aos pombos.Também lá e em Taormina,Capri, Amalfi, Riccione, Forte deiMarmi, Veneza e Alassio é proibi<strong>do</strong>an<strong>da</strong>r sem camisa fora <strong>da</strong>praia. Ain<strong>da</strong> em Capri e Positano,Ravello e Veneza, é proibi<strong>do</strong>comer tramezzino, um tipo desanduíche, na praia. Quem forflagra<strong>do</strong> em plena mordi<strong>da</strong> pagamulta de 25 a 30 euros. Em Assis,Pescara, Bolonha, Florença,Pádua, Verona, Turim, Trieste eCortina é proibi<strong>do</strong> pedir esmolase em Florença também é proibi<strong>do</strong>deitar na rua, lavar-se nasfontes públicas, prender bicicletaem bancos e bater toalhas najanela. A multa, nesses casos, éde até 500 euros.Em Bolzano é proibi<strong>do</strong> pisarem cogumelos que se encontremem terrenos públicos (multa de 41a 113 euros) e, assim como Nápoles,fumar em parques públicos dámulta de 25 a 500 euros. Já emVerona quem for pego com prostitutaleva uma multa de 500 euros.Os “flanelinhas” de Florença,além de multa<strong>do</strong>s, têm o dinheiroganho apreendi<strong>do</strong> pela polícia. Nocentro de Viareggio é proibi<strong>do</strong> an<strong>da</strong>rde skate (multa de 25 a 500euros). Em Forte de Marmi só épermiti<strong>do</strong> cortar grama <strong>do</strong> jardimsomente de segun<strong>da</strong> à sexta, naparte <strong>da</strong> manhã. Quem fizer issono sába<strong>do</strong> ou <strong>do</strong>mingo, pode pagarmulta de até 500 euros.O delírio <strong>do</strong>s prefeitos nãotem limites. Adeus castelos deareia na praia, <strong>pelo</strong> menos emEraclea, que fica perto de Veneza.Lá, essa é a regra e quemdesobedecer leva uma multa de25 a 250 euros. Em Novara e Gorizia,após às 23h30 e à meianoite,respectivamente, é proibi<strong>do</strong>circular em grupo de maisde duas pessoas nos parques públicos,senão, multa de até 500euros. E atenção casais: beijardentro <strong>do</strong> carro em Eboli, sul <strong>da</strong>Itália, também <strong>da</strong> multa de até500 euros. Em Vicenza é proibi<strong>do</strong>sentar nos bancos públicos destina<strong>do</strong>saos i<strong>do</strong>sos, mesmo queestes estejam vazios (multa de25 a 500 euros). E a última queentrará em vigor dia 1 de outubro:para garantir a limpeza <strong>do</strong>strens, o Trenitalia proibiu a entra<strong>da</strong>de cães com mais de 6 quilos.Cachorros sujos e pulguentosmais leves, podem.Ja n a í n a CesarCorrespondente • TrevisoO problema não existe só parao turista que vem de fora enão conhece as novas leis, mastambém para os próprios <strong>italiano</strong>s.Até porque, o simples deslocamentode uma ci<strong>da</strong>de paraoutra, ou mesmo de bairro paraoutro pode se transformar emmulta pesa<strong>da</strong>. Afinal, em Gênova,o prefeito decidiu que algumasruas são destina<strong>da</strong>s à cervejae outras, ao suco de laranja.Traduzin<strong>do</strong>, se você for pegopela polícia municipal toman<strong>do</strong>uma cerveja na rua <strong>do</strong> suco delaranja pode ter certeza que serámulta<strong>do</strong>. Será que essas leis serãorespeita<strong>da</strong>s? Periga virar hinode protesto na Itália uma antigamúsica <strong>do</strong> compositor brasileiroCaetano Veloso, Proibi<strong>do</strong> Proibir.É melhor os <strong>italiano</strong>s ouvirem logo,antes que a canção seja proibi<strong>da</strong>de ser toca<strong>da</strong> no país.38 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 39


luteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalutGrupo KeystonePouco conheci<strong>da</strong>,muito senti<strong>da</strong>A fibromialgia atinge quatro milhões de <strong>italiano</strong>s e brasileiros, mas a maioriadessas pessoas nem imagina ser porta<strong>do</strong>ra de uma <strong>do</strong>ença que não tem curaDores musculares e crônicaspor to<strong>do</strong> o corpo.Dificul<strong>da</strong>des para <strong>do</strong>rmir,cansaço, ansie<strong>da</strong>de, depressãoe problemas gastrintestinais.Sintomas como esse, isola<strong>da</strong>mente,podem ser atribuí<strong>do</strong>sao estresse <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moderna.Juntos, porém, expressam uma<strong>do</strong>ença: fibromialgia. Apesar depouco conheci<strong>da</strong>, atinge cerca dequatro milhões de brasileiros e omesmo número de <strong>italiano</strong>s. NaItália, foi até cria<strong>do</strong> um site especializa<strong>do</strong>no esclarecimento <strong>da</strong><strong>do</strong>ença (www.fibromyalgia.it).Ao to<strong>do</strong>, de 3 a 5% <strong>da</strong> populaçãomundial sofrem <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.O maior problema é que a maioriadessas pessoas nem imagina oquanto estão <strong>do</strong>entes. Membro <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong>de <strong>Brasil</strong>eira de Reumatologia,o médico Roberto Heymanninforma que a fibromialgia atacamais as mulheres <strong>do</strong> que os homens,na proporção de oito paraum. O porquê, não se sabe.Na ver<strong>da</strong>de, ain<strong>da</strong> há muitosmistérios a respeito dessa <strong>do</strong>ençaque se esconde por trás <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong>deem se diagnosticá-la. Heymannobserva que é muito comumo paciente procurar um cardiologistaporque sente palpitação ouum gastroenterologista porquesente desconforto gástrico.Um estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de deMedicina, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de deSão Paulo, realiza<strong>do</strong> no municípiode Embú <strong>da</strong>s Artes, na grandeSão Paulo, revelou que 24% <strong>da</strong>população estavam propensos adesenvolver a fibromialgia, masnenhum paciente tinha conhecimentosobre a <strong>do</strong>ença.— Fizemos contato via telefonee conseguimos preencher768 questionários <strong>da</strong>s 3109 pessoasca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s na faixa etáriade 35 a 60 anos. Ao convi<strong>da</strong>rmosestas pessoas para participar <strong>da</strong>avaliação, apenas 304 compareceram.Avaliamos a quali<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong>, a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> sono, fadiga,ansie<strong>da</strong>de e depressão — explicaa fisioterapeuta e uma <strong>da</strong>s cincopesquisa<strong>do</strong>res que participaram<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, Cristina Capela.Com esta pesquisa, chegou-seao resulta<strong>do</strong> de que 4,4% <strong>da</strong> populaçãode Embu já tinham fibromialgia,mas 20% podem desenvolvera <strong>do</strong>ença por apresentar <strong>do</strong>res difusase crônicas e forte correlaçãocom os sintomas associa<strong>do</strong>s.Nay r a GarofleA fibromialgia não tem cura.Mas o seu diagnóstico precoceé importante. Afinal, são muitosdesconfortos que podem ser,<strong>pelo</strong> menos, alivia<strong>do</strong>s e, com isso,melhorar um pouco a vi<strong>da</strong> dequem sofre <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.Segun<strong>do</strong> Heymann , ativi<strong>da</strong>defísica, de preferência aeróbica,de 30 a 60 minutos diários, comintensi<strong>da</strong>de adequa<strong>da</strong> ao <strong>do</strong>ente,uso de medicamentos para alívio<strong>da</strong> <strong>do</strong>r, como antidepressivos eneuromodula<strong>do</strong>res, além de suportepsicológico, são as principaisopções.— Ca<strong>da</strong> paciente deve terseu tratamento individualiza<strong>do</strong> eo objetivo é o alívio <strong>do</strong>s sintomas— esclarece Heymann.Cristina Capela afirma que afisioterapia também dispõe derecursos que minimizam o impactona quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>sfibromiálgicos. Massoterapia àbase de Shiatsu, Do-in ou a própriamassagem aju<strong>da</strong>m a aliviaras <strong>do</strong>res musculares.— A laserterapia nos pontos<strong>do</strong>lorosos também se mostraeficaz. Da mesma forma, a acupunturacostuma aliviar as <strong>do</strong>res,assim como os efeitos <strong>da</strong> águaatravés <strong>da</strong> hidroterapia. Alongamentosobti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>Pilates e Reeducação PosturalGlobal (RPG) se mostram muitoefetivos também — informa.A <strong>do</strong>ença é caracteriza<strong>da</strong> comouma síndrome de amplificação<strong>do</strong>lorosa. Ou seja, os mecanismosneuroendócrinos que controlama <strong>do</strong>r funcionam de formainadequa<strong>da</strong> e, conseqüentemente,a sensação de <strong>do</strong>r torna-semaior <strong>do</strong> que deveria ser.— Esse paciente passa a sentirmais <strong>do</strong>r proveniente de estímulos<strong>do</strong>lorosos e, também, passaa sentir <strong>do</strong>r mesmo de estímulosque normalmente não causariam<strong>do</strong>r. Um carinho, por exemplo,pode se tornar <strong>do</strong>loroso para essaspessoas — afirma Heymann.O reumatologista acrescentaque não é necessário nenhumexame para identificar a fibromialgia,já que o diagnóstico étotalmente clínico. Isso significaque não adianta recorrer aoraio-X, ao ultra-som ou à ressonânciamagnética.Para Heymann, muitas pessoasain<strong>da</strong> não conhecem a <strong>do</strong>ençaporque, apesar de antiga, elaé descrita há pouco tempo- cerca de 30 anos. Alémdisso, é pouco entendi<strong>da</strong>porque a medicina ain<strong>da</strong>não conhece adequa<strong>da</strong>menteos mecanismosque controlam a <strong>do</strong>r.Grupo KeystoneTeste de HIV nasuniversi<strong>da</strong>desEstu<strong>da</strong>ntes e professores de 41 universi<strong>da</strong>desde to<strong>do</strong> o <strong>Brasil</strong> poderãofazer teste rápi<strong>do</strong> de HIV sem sair <strong>da</strong>sinstituições de ensino. O Ministério <strong>da</strong>Saúde, por meio <strong>do</strong> Programa Nacionalde DST e Aids, levará o estande “FiqueSaben<strong>do</strong>” – estratégia de mobilizaçãopara estimular a realização <strong>do</strong> exame –a to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong>des por onde a Caravana<strong>da</strong> União Nacional <strong>do</strong>s Estu<strong>da</strong>ntes (UNE)passará, até novembro. Com o teste rápi<strong>do</strong>,o sangue é coleta<strong>do</strong> no local e oresulta<strong>do</strong> sai em até meia hora. Tambémserão distribuí<strong>do</strong>s camisinhas e materiaiseducativos sobre prevenção <strong>da</strong> Aids e deoutras <strong>do</strong>enças sexualmente transmissíveis(DST). A expectativa <strong>da</strong> UNE é que120 mil universitários se beneficiem deativi<strong>da</strong>des de saúde, educação e culturaprevistas na programação <strong>da</strong> Caravana.Abra os olhosOsonho de ter uma visão perfeita e semóculos não é para to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Para sercandi<strong>da</strong>to à cirurgia de miopia é preciso atendera algumas condições. Quem tem outroproblema como o astigmatismo, por exemplo,pode acabar enxergan<strong>do</strong> pior <strong>do</strong> que antes <strong>da</strong>operação. Há 15 anos os médicos fazem essetipo de cirurgia no <strong>Brasil</strong>. Só em São Paulo, umhospital já operou 60 mil pacientes. Segun<strong>do</strong>o oftalmologista paulista Mauro Campos, a cirurgiaé indica<strong>da</strong> para pessoas com mais de 21anos. “Quan<strong>do</strong> a pessoa tem um grau de miopia,hipermetropia ou astigmatismo bastanteestável, o olho é saudável e a córnea apresentacaracterísticas que permitam a realização<strong>da</strong> cirurgia”, explica o especialista.Corri<strong>da</strong> contra o tempoSegun<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, correr com freqüência pode retar<strong>da</strong>ros efeitos <strong>do</strong> envelhecimento. A pesquisaanalisou 500 i<strong>do</strong>sos com mais de 50anos que tiveram o hábito de correr, duranteum perío<strong>do</strong> de 20 anos, e comparou a saúdee bem-estar físico desses participantes comum grupo similar de não-corre<strong>do</strong>res. Depoisde 19 anos, os pesquisa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> StanfordUniversity Medical Center identificaramque 34% <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos que não corriam haviammorri<strong>do</strong>, compara<strong>do</strong>s com apenas 15% entreos que corriam com freqüência.PiercingEspecialistas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Ohio(EUA) alertam: quanto mais tempo umpiercing permanecer no lábio, maior a possibili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> pessoa desenvolver uma <strong>do</strong>ençaperio<strong>do</strong>ntal. Isso porque o a<strong>do</strong>rno, quan<strong>do</strong>coloca<strong>do</strong> nos lábios, roça na região próximaaos dentes, o que provoca a retração <strong>da</strong> gengiva.Uma opção é utilizar os falsos piercings,que não têm a parte posterior que fica emcontato com os dentes.DivulgaçãoPomo<strong>do</strong>ro neroAlém de terem inventa<strong>do</strong> inúmerasreceitas com o tomate, os <strong>italiano</strong>sacabaram de criar uma varie<strong>da</strong>de que potencializaos efeitos positivos <strong>do</strong> produto.Trata-se <strong>do</strong> pomo<strong>do</strong>ro nero ou Sun Black,um fruto que, quan<strong>do</strong> amadurece, assumeuma coloração violeta, tenden<strong>do</strong> ao pretograças à presença acentua<strong>da</strong> de antioxi<strong>da</strong>ntes,importantes para combater a formação<strong>do</strong>s radicais livres e retar<strong>da</strong>r o processode envelhecimento. A criação une,em um único alimento, os componentesnutricionais de muitos frutos, como os <strong>da</strong>uva preta e <strong>do</strong> mirtilo.Grupo KeystoneGrupo KeystonePílula “trai<strong>do</strong>ra”Pesquisa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Liverpool,na Inglaterra, descobriramque a pílula anticoncepcional pode interferirno olfato <strong>da</strong>s mulheres, levan<strong>do</strong>asa escolher o parceiro erra<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong>os especialistas, a escolha de um parceiroé determina<strong>da</strong> por feromônios, sinaisquímicos quase sem cheiro. Na pesquisa,pediu-se a mulheres que cheirassem o<strong>do</strong>rescorporais masculinos e indicassemsuas preferências. Os resulta<strong>do</strong>s mostraramque as mulheres que tomavam o anticoncepcionalescolheram homens geneticamentemais similares a elas.Dieta MediterrâneaUma equipe de pesquisa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>dede Florença, na Itália, examinou12 estu<strong>do</strong>s de vários países sobre a dieta mediterrâneaque, juntos, reuniam mais de 1,5milhão de participantes e acompanharam oshábitos alimentares e a saúde deles por perío<strong>do</strong>sde três a 18 anos. Os cientistas usaramuma pontuação para quantificar o rigor naa<strong>do</strong>ção <strong>da</strong> dieta. Os participantes com altapontuação (mais adeptos <strong>da</strong> dieta mediterrânea)apresentavam condições de saúde melhores,uma taxa de mortali<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>ençascardiovasculares 9% mais baixa, uma incidência13% mais baixa <strong>do</strong> Mal de Parkinsone de Alzheimer e 6% de reduçãonos casos de câncer.Grupo Keystone40 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 41


FirenzenotasGior<strong>da</strong>no IapalucciFestival dellaCreativitàSotto il tema dei “Viaggi, visioni e scoperte”si apre il 23 ottobre la terza edizionedel Festival della Creatività 2008. Un temaquesto che anticipa, e allo stesso tempoapre, le celebrazioni del 2009 nei confrontidi un grande scenziato come Galileo Galilei(400 anni <strong>da</strong>lla scoperta del telescopio). Nelsuo stile sobrio e creativo, indirizzato allavalorizzazione dell’ingegno, ilFestival proporrà viaggi piùo meno virtuali verso mondifuturi nel tempo e nello spazioattraverso nuove tecnologie.Spazio ai laboratori e scienziatidi tutta Europa e <strong>da</strong>gli StatiUniti con la presenza della Nasa.Il <strong>Brasil</strong>e, ospite d’onore,avrà il suo proprioFotos: Divulgaçãopadiglione <strong>do</strong>vesaranno presentiistituzioni, enticulturali e aziendebrasiliane. Info www.festivaldellacreativita.itIl calcio al museoIl progetto di un museo per gli appassionatidel calcio è nata durante i lavoriper i mondiali organizzati in Italianel 1990. L’idea era quella di creare uncentro di <strong>do</strong>cumentazione storica e culturaledel gioco del calcio come espressionedel patrimonio culturale e sportivo<strong>italiano</strong>: una collezione di oggetti ereperti della Federazione Italiana GiuocoCalcio costituita <strong>da</strong> coppe, palloni, maglie,scarpe e molto altro per cercare dirivivere la storia dei grandi campioni attraversogli eventi sportivi più importanti.Il museo è stato inaugurato nel 2000.Ingresso 3 euro. Informazioni e prenotazioni:www.museodelcalcio.it.Moto&Cinema a LuccaCercate di ricor<strong>da</strong>re tutte le “dueruote” presenti nei film più celebridi Hollywood ed europei. Ecco,per chi visita Lucca <strong>da</strong>l 18 ottobre al 2 novembresarà possibile toccare con mano talicimeli: <strong>da</strong>lla Vespa Piaggio di “VacanzeRomane”, <strong>do</strong>ve Gregory Peck porta a spassoper Roma Audrey Hepburn, alla Harley-Jonas Mekas a LuccaPresso la Fon<strong>da</strong>zione Centro Studi sull’ArteRagghianti di Lucca, <strong>da</strong> venerdì 10 ottobrea <strong>do</strong>menica 2 novembre sarà presente unamostra dedicata ad un personaggio di spiccodel <strong>cinema</strong> sperimentale di livello mondiale,Jonas Mekas. Il critico, di origine lituana maresidente a New York, viene considerato unodei padri dell’innovazione e sperimentazionedel linguaggio <strong>cinema</strong>tografico contemporaneo.Si inserisce però non nel contesto delladistribuzione commerciale e di larga scala diHollywood, ma all’interno del <strong>cinema</strong> dichiaratamented’avanguardia ed indipendente.A Lucca saranno presenti varie proiezioni divideo dell’ampia produzione artistica di Mekas.Orario 10-13, 1-19. Lunedì chiuso. Info:www.fon<strong>da</strong>zioneragghianti.itDavidson di “Easy Rider”, <strong>da</strong>l sidecar di IndianaJones in “Ultima Crociata” fino allaMoto Guzzi nel film “Zampanò”, di FedericoFellini. In totale saranno 27 incredibili replicheperfettamente funzionanti accompagnate<strong>da</strong> circa 200 immagini tra locandine,foto di scena e manifesti di film. Presso il“Punto Fiera” di Lucca, Via delle Tagliate.DeGustiBooks 2008All’interno del Festival della Creatività saràpresente l’iniziativa “DeGustiBooks”, unpercorso <strong>do</strong>ve il connubio tra buon cibo, degustazionie presentazioni di libri sarà il filoconduttore per tutti i quattro giorni dell’evento:<strong>da</strong>l 23 al 26 ottobre. Sarà presente unaricchissima libreria con laboratori tematici,spettacoli teatrali e grandi chef alle prese conla propria inventiva nelle preparazioni di sfiziosipiatti. Rispetto alle precedenti edizioni,la novità sarà il “food design”, <strong>do</strong>ve sarannomessi in risalto le forme e i colori per le attrezzaturee l’oggettistica in funzione del consumoalimentare. Per i più piccoli e non solo,è disponibile il workshop di disegno creativoe la realizzazione di ricette tratte <strong>da</strong> film e libri.Info: www.degustibooks.itPraiaTransferir de Miami (EUA) para o Rio de Janeiro o posto decapital mundial de mo<strong>da</strong> praia. Esse é o objetivo <strong>do</strong> Rio Summer2008, que acontecerá de 5 a 8 de novembro, no Forte de Copacabana.O evento reunirá as principais marcas de mo<strong>da</strong> praia <strong>do</strong><strong>Brasil</strong> em desfiles de coleções inéditas. Idealiza<strong>do</strong>r e organiza<strong>do</strong>r<strong>do</strong> projeto, o publicitário Nizan Guanaes informou que, para a suarealização, serão investi<strong>do</strong>s 10 milhões de reais.Flora brasileira ameaça<strong>da</strong>Espécie de interesse madeireiro, o Peltogyne maranhensis,também conheci<strong>do</strong> como pau-roxo e encontra<strong>do</strong> na Amazônia,corre risco de extinção. O palmito ou juçara (de uso alimentício),o jaborandi (medicinal) e o pau-rosa (cosmético) também.To<strong>da</strong>s essas e outras espécies de plantas figuram na Lista Oficial<strong>da</strong>s Espécies <strong>da</strong> Flora <strong>Brasil</strong>eira Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção, elabora<strong>da</strong>pela Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitas sob encomen<strong>da</strong> <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong>Meio Ambiente (MMA).Os biomas com maior número de espécies ameaça<strong>da</strong>s são aMata Atlântica (276), o Cerra<strong>do</strong> (131) e a Caatinga (46). A Amazôniaaparece com 24 espécies, o Pampa com 17 e o Pantanal comduas. O último relatório desse tipo era de 1992.No que se refere às regiões brasileiras, o Sudeste apresenta omaior número de espécies ameaça<strong>da</strong>s (348), segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> Nordeste(168), <strong>do</strong> Sul (84), <strong>do</strong> Norte (46) e <strong>do</strong> Centro-Oeste (44). Nestecontexto, Minas Gerais (126), Rio de Janeiro (107), Bahia (93),Espírito Santo (63) e São Paulo (52) são os esta<strong>do</strong>s com maiornúmero de espécies ameaça<strong>da</strong>s.Paraolimpía<strong>da</strong>sDepois de ocuparem respectivamente a nona e a 23ª posiçãono quadro de me<strong>da</strong>lhas <strong>do</strong>s Jogos Olímpicos, Itália e <strong>Brasil</strong>apresentaram um desempenho distinto nas Paraolimpía<strong>da</strong>s dePequim. Este ano, a delegaçãobrasileira teve a melhor participaçãobrasileira na história<strong>do</strong>s Jogos. Conquistou 47 me<strong>da</strong>lhas,sen<strong>do</strong> 16 de ouro. Terminoua competição na nonacolocação geral. Em 28° lugar,a Itália conseguiu 14 me<strong>da</strong>lhas(quatro de ouro). O ciclista FabioTriboli, com um ouro e <strong>do</strong>isbronzes, foi o grande nome <strong>da</strong> Itália na competição. Já o na<strong>da</strong><strong>do</strong>rDaniel Dias foi o Michael Phelps brasileiro. Ele conquistou na<strong>da</strong>menos que nove me<strong>da</strong>lhas, sen<strong>do</strong> quatro delas de ouro. Em suaprimeira participação nos Jogos, ele subiu ao pódio em to<strong>da</strong>s asprovas que disputou e bateu três recordes mundiais. Dias tem máformação congênita nos braços e pernas.JazzOTim Festival traz, para sua sexta edição, dez atrações nacionaise 19 internacionais. The Catz é a maneira como músicosjazzistas costumam se tratar e é também o nome <strong>da</strong> noite quereunirá três <strong>do</strong>s grandes nomes <strong>do</strong> jazz internacional: o americanoBill Frisell, o trompetista polonês Tomasz Stanko e o pianistacompositor e arranja<strong>do</strong>r <strong>italiano</strong> Enrico Pieranunzi. Este tem serevela<strong>do</strong> um músico muito original e talentoso, com idéias própriase sensibili<strong>da</strong>de musical apura<strong>da</strong>. Inspira<strong>do</strong>r de uma nova vi<strong>da</strong>no jazz contemporâneo, trabalhou com um grande número deban<strong>da</strong>s, tanto <strong>italiana</strong>s como uni<strong>da</strong>des lidera<strong>da</strong>s por americanos.Já trabalhou com muitos <strong>do</strong>s grandes nomes <strong>do</strong> jazz como JohnnyGriffin, Chet Baker, Art Farmer, Lee Konitz e Jim Hall. Pieranunzi éhoje uma referência como um <strong>do</strong>s pianistas “top” mundiais. O TimFestival acontece entre os dias 21 e 27 de outubro nas ci<strong>da</strong>des deSão Paulo, Rio de Janeiro e Vitória.Museu <strong>do</strong> futebolEsporte número um no coração <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s brasileiros, ofutebol agora tem um lugar cativo para contar suas históriase, junto a elas, narrar a evolução de um país. Inaugura<strong>do</strong> no dia1º de outubro, o Museu <strong>do</strong> Futebol, instala<strong>do</strong> nas dependências<strong>do</strong> Estádio <strong>do</strong> Pacaembu, em São Paulo, apresenta fotos, fatos epersonagens <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de desde a déca<strong>da</strong> de 1950.O projeto, assina<strong>do</strong><strong>pelo</strong> arquiteto paulistaRoberto Munhoz, é orça<strong>do</strong>em 32,5 milhões dereais. O Museu tem salascom tema de Copas<strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>, Gols e Heróise foi construí<strong>do</strong> com omesmo conceito <strong>do</strong> Museu<strong>da</strong> Língua Portuguesa,também em São Pauloe que recebe mensalmentecerca de 50 milvisitantes. Dentre as curiosi<strong>da</strong>sdes, a história <strong>da</strong> primeira parti<strong>da</strong>em que os 22 joga<strong>do</strong>res foram expulsos. Daniela Thomas, co-diretora<strong>do</strong> aclama<strong>do</strong> filme Linha de Passe é a responsável pela cenografia.O museu funciona <strong>da</strong>s 10h às 17h, de terça a <strong>do</strong>mingo(com exceção <strong>do</strong>s dias em que houver jogos, quan<strong>do</strong> não abrirá).O ingresso sai a seis reais.Pe<strong>da</strong>la<strong>da</strong>sEstá previsto para este mês o início de um novo serviço paraturistas e mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Rio. São as bicicletas de aluguel.Oito estações públicas serão inaugura<strong>da</strong>s. Os terminais serão instala<strong>do</strong>sem quatro pontos <strong>da</strong> orla de Copacabana e Leme, no Parque<strong>da</strong> Garota de Ipanema e nas estações de metrô de Cantagalo,Siqueira Campos e Cardeal Arcoverde. Em ca<strong>da</strong> ponto <strong>do</strong> projetoSolução Alternativa para Mobili<strong>da</strong>de por Bicicletas de Aluguel(Samba) haverá até 20 bicicletas. Opera<strong>da</strong> pela empresa Serttel,o projeto é orça<strong>do</strong> em cinco milhões de reais. Computa<strong>do</strong>riza<strong>da</strong>s,as estações serão controla<strong>da</strong>s à distância por uma central. Os usuáriosdeverão se ca<strong>da</strong>strar via internet e contarão com três tiposde passes (anual, semanal ou diário). A primeira meia hora de usoserá gratuita. Ain<strong>da</strong> não há limitação na i<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s usuários, masa exemplo <strong>do</strong> que ocorre em Paris, a empresa responsável <strong>pelo</strong>empreendimento sugere que os clientes tenham mais de 13 anos.Segun<strong>do</strong> a prefeitura, os ciclistas representam hoje 4% <strong>do</strong> totalde 11 milhões de viagens diárias realiza<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong>de.42 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 43


arquiteturaSolidãono túmulode cimento<strong>Brasil</strong> leva o mora<strong>do</strong>r comum para a Bienal Internacional deArquitetura de Veneza. Nesta edição, o evento vai discutir ascasas modernas, ti<strong>da</strong>s como um convite ao isolamentoAmoradia está sen<strong>do</strong> malcui<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>pelo</strong>s seus habitantes.Essa atual relaçãoentre o ser humano esua casa será o alicerce para osprincipais debates que serão trava<strong>do</strong>sdurante a Bienal Internacionalde Arquitetura de Veneza.Essa ci<strong>da</strong>de <strong>italiana</strong> de construçõespraticamente imutáveis serápalco, até novembro, <strong>da</strong> edição2008 desse que é o maior evento<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> dedica<strong>do</strong> ao assunto.Este ano, participam cem arquitetosconvi<strong>da</strong><strong>do</strong>s - entre elesnomes como Frank O. Ghery, ZahaHadid, An Te Liu, Herzog & MedeMeuron. Ao to<strong>do</strong>, espalha<strong>do</strong>sentre os 56 pavilhões de váriospaíses, estarão 300 profissionais<strong>do</strong> setor. Da Bienal se espera quesejam lança<strong>da</strong>s luzes sobre osnovos modelos arquitetônicos ase seguir.A recuperação de áreas verdes,o resgate e a modificaçãode prédios inteiros são alguns<strong>do</strong>s pontos de convergência <strong>do</strong>evento deste ano. A implantaçãode jardins suspensos em facha<strong>da</strong>s“cegas” e em parapeitosde viadutos é uma idéia que ganhaespaço. Ao contrário <strong>do</strong>sanos anteriores, a atual ediçãoprivilegia a experiência de vi<strong>da</strong>de quem vive nos apartamentose o seu construtor e “pensa<strong>do</strong>r”,o arquiteto. Os organiza<strong>do</strong>restêm como objetivo aumentara consciência de quemRobôGu i l h e r m e Aq u i n oCorrespondente • Milãotrabalha com arquitetura e dequem depende dela para vivermelhor, ou seja, a maioria <strong>do</strong>spobres mortais.A Bienal pretende resgataros valores tradicionais <strong>da</strong> arquiteturaque muitos profissionaisconsideram atualmente enterra<strong>do</strong>snos “túmulos de cimento”em que se tornaram os edifíciosSuíça vai apresentar o equipamento de construção mais avança<strong>do</strong><strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Trata-se de um robô cria<strong>do</strong> por técnicos <strong>do</strong> estú-Adio Gramazio & Kohler for Architectureand Digital Fabrication,<strong>do</strong> departamento de Arquitetura<strong>da</strong> ETH de Zurique. Ele usa a lei<strong>da</strong> ação e <strong>da</strong> reação ao limite <strong>da</strong>possibili<strong>da</strong>de concreta. Esse “pedreirocibernético” realiza complica<strong>do</strong>scálculos matemáticospara empilhar, em 20 segun<strong>do</strong>s,tijolos em angulações e alturas diferentes – um trabalho impossívelpara um homem, segun<strong>do</strong> Nadine Jerchau, <strong>da</strong> Digital Fabrication.modernos. Túmulos esses queestariam matan<strong>do</strong> a principalrazão de ser <strong>da</strong> moradia: aquelemomento quan<strong>do</strong> chegamos emcasa e...nos sentimos em casa -e não em um simples <strong>do</strong>rmitório,que não sentimos o menorprazer em cui<strong>da</strong>r.Para conhecer o que muitagente <strong>pelo</strong> mun<strong>do</strong> está fazen<strong>do</strong>para viver melhor, os visitantespoderão visitar a Out There: ArchitectureBeyond Buildings.<strong>Brasil</strong>O pavilhão <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> fica num cantinho<strong>do</strong>s Giardini, entre um pequenocanal e o Grande Canal deVeneza. Para chegar até lá é necessárioatravessar uma ponte.Quem entra se surpreende ao perceberque o próprio prédio em cimentoarma<strong>do</strong> se transformou emparte <strong>do</strong> projeto. O cura<strong>do</strong>r RobertoLoeb criou no ambiente umabiblioteca. Ele montou duas salasde leitura. Os livros fazem parte<strong>do</strong> projeto brasileiro para a Bienal.As suas páginas contam ashistórias de 86 pessoas e suas relaçõescom o meio ambiente ondevivem, incluin<strong>do</strong>, claro, a arquitetura.Em entrevista à Comunità, oarquiteto explica o projeto.Comunità Italiana - O que o <strong>Brasil</strong>apresenta nesta Bienal?Roberto Loeb - Trouxemos o depoimentode pessoas comunsPesquisaVem <strong>da</strong> Austrália o resulta<strong>do</strong>de um estu<strong>do</strong> que prevê umahumani<strong>da</strong>de solitária se o problema<strong>da</strong> moradia não apontar paraprojetos que unam e integremmais as pessoas. Segun<strong>do</strong> o AutralianBureau of Statistcs, 3,1 milhõesde pessoas irão viver sozinhasem 2026. Uma solidão quefaz bem ao merca<strong>do</strong> de consumo,mas que isola ca<strong>da</strong> vez mais o serhumano <strong>do</strong> seu vizinho de porta.como taxistas, enfermeiras, delega<strong>do</strong>sde policia e médicos.Eles formam um conjunto depensamento sobre o que significao “morar”. Ca<strong>da</strong> um lembra<strong>da</strong>s coisas mais importantes <strong>da</strong>ssuas vi<strong>da</strong>s e muitos vão além ao<strong>da</strong>r propostas de soluções arquitetônicaspara as ci<strong>da</strong>des.CI - Como nasceu a idéia desteprojeto para a Bienal?ProtestosEstônia trouxe uma tubulaçãode gás para de-Anunciar a dependência <strong>da</strong>Europa <strong>do</strong> gás russo. Tem 63metros de comprimento e seperde <strong>pelo</strong> bosque <strong>da</strong> exposição.Já a Suíça colocou umcasal nu em uma cama, dentro<strong>do</strong> Arsenale, local ondeacontece boa parte <strong>da</strong> Bienal.Trata-se de uma instalaçãoanima<strong>da</strong> que representaa “desconstrução” <strong>da</strong> atualarquitetura e prega uma voltaàs origens mais simples<strong>do</strong> homem.Loeb – Tivemos pouco tempo paraexecutar o projeto. Tu<strong>do</strong> foi feitoem um mês e meio. Quan<strong>do</strong> recebemoso convite, a primeira idéiafoi a de não trabalhar com arquitetos,mas com o que a maioria<strong>da</strong> população pensa a respeito<strong>da</strong>s moradias onde vive. Pedimosaos entrevista<strong>do</strong>s que antes<strong>do</strong>s depoimentos, nos indicassemuma foto que representasse o seupensamento. O Tunga, um artistaplástico, escolheu uma esculturade pedra. Ele diz que o Rio deJaneiro é um prato belíssimo comuma sala<strong>da</strong> de fruta medíocre. Ouseja, a ci<strong>da</strong>de é muito bonita, masas construções são mal cui<strong>da</strong><strong>da</strong>s.CI - Por que o senhor optou <strong>pelo</strong>s“clientes” <strong>do</strong>s arquitetos?Loeb - Temos arquitetos muitocriativos, mas a mídia já se ocupamuito deles. Achei que era ummomento de reflexão. Por exemplo,temos uma bailarina <strong>do</strong> Riode Janeiro cuja memória maisimportante é a <strong>da</strong> praia. Ela escolheuesta profissão, mas nofun<strong>do</strong>, é uma moça de praia e omovimento, o espaço e paisagemsão o que estão mais dentro <strong>do</strong>inconsciente dela e isso mobilizauma pessoa a vi<strong>da</strong> inteira.CI - Os arquitetos brasileiros escutamos clientes?Loeb - Os arquitetos estão prepara<strong>do</strong>s,escutam e fazem umenorme esforço para desenvolvere mu<strong>da</strong>r a cara <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. Massozinhos, não podem fazer isso.Penso que arquitetura deve seabrir, em termos <strong>da</strong> participação<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des, através de umaintervenção direta com a qual aspessoas possam projetar e construircom o auxilio de especialistas,arquitetos, engenheiros eTendênciaecologistas. A arquitetura tem estaface interessante que permiteo trabalho entre grandes equipes.CI - A mostra abre com o barracode uma sem teto em São Paulo.Por quê?Loeb - Nosso artista, o Cabelo, fotografouembaixo de um viaduto,um mora<strong>do</strong>r de rua que coletourestos e fez um palácio. Ele mostraque através <strong>da</strong> reciclagem, <strong>do</strong>amor, <strong>da</strong> simplici<strong>da</strong>de e <strong>do</strong> prazervocê pode fazer muito, mesmocom pouca coisa. Ele pegoumóveis antigos e pintou detalhesem <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>. Pegou tapetes joga<strong>do</strong>sfora, reciclou e fez um belocanto para ele.Fora <strong>do</strong> próprio pavilhão, a arquitetura brasileira ganhou destaqueno espaço francês. Tu<strong>do</strong> por causa de um escritóriofranco-brasileiro responsável pela construção de <strong>do</strong>is prédios nobairro de Vila Ma<strong>da</strong>lena, em São Paulo: o edifício Harmonia e umaresidência na rua Fi<strong>da</strong>lga. Os projetos fogem <strong>do</strong>s padrões, apostamna ecologia, no movimentode facha<strong>da</strong>s e emdiferentes disposições <strong>do</strong>sapartamentos, conceitosmuito em voga para a “arquiteturade amanhã”.— Percebemos que jáexiste um movimento demodificação <strong>do</strong>s atuais prédiosatravés de mu<strong>da</strong>nçasnas facha<strong>da</strong>s, transformaçãode edifícios através <strong>da</strong>sparedes derruba<strong>da</strong>s com a abertura de varan<strong>da</strong>s fecha<strong>da</strong>s, o quedá uma nova vi<strong>da</strong> às antigas construções — diz o arquiteto portuguêsJoão Luiz Fera, <strong>do</strong> escritório Promontório.48 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 49


turismoTaman<strong>da</strong>réà vistaCi<strong>da</strong>de no litoral sul de Pernambuco transforma <strong>italiano</strong>s deturistas em ‘nativos’, graças à sua beleza e tranqüili<strong>da</strong>deNo litoral de Pernambuco,o conheci<strong>do</strong> balneário dePorto de Galinhas garantea ba<strong>da</strong>lação não apenasno verão, como durante to<strong>do</strong>o ano. Porém, a menos de umahora de carro de lá, existe umpequeno paraíso que os brasileirosquase não conhecem, masque já deixou de ser segre<strong>do</strong> paramuitos <strong>italiano</strong>s, há mais de dezanos. Trata-se de Taman<strong>da</strong>ré, umsegre<strong>do</strong> que começou a ser espalha<strong>do</strong>pela Itália por um padre.A rústica vila “reina” ao longode 16 quilômetros de mar, quebrin<strong>da</strong> o visitante com praias deareia branca e água morna e cristalina.Nos últimos anos, tematraí<strong>do</strong> para lá pessoas em buscade um outro ritmo de vi<strong>da</strong>. To<strong>da</strong>svítimas de uma fulminante paixãoà primeira vista.O município é novo. Com menosde 20 mil habitantes, somentehá 11 anos se emancipou deRio Formoso. As praias de Campas,Taman<strong>da</strong>ré e Carneiros agoracomeçam a atrair mais turistas.Ouvir pessoas falan<strong>do</strong> em <strong>italiano</strong>por ali é comum. Na maioria<strong>da</strong>s vezes, quem fala não é umturista, mas um “local”.— Eu era <strong>do</strong>no de uma pousa<strong>da</strong>na Puglia, no sul <strong>da</strong> Itália, euma amiga que já conhecia Taman<strong>da</strong>réme informou que havia umapousa<strong>da</strong> à ven<strong>da</strong>, por aqui. Vimpara conhecer, gostei e comprei— diz o <strong>italiano</strong> de Verona, AlbertoAltiere, de 59 anos, que vive naci<strong>da</strong>de desde 2002 e é o proprietário<strong>da</strong> pousa<strong>da</strong> Porto Bello.É a partir de setembro que os<strong>italiano</strong>s começam a desembarcarem Taman<strong>da</strong>ré. Foi por essaépoca, em 1997, que Ilario Capellivisitou a vila pela primeiravez. Chegou como turista e, naquelemesmo ano, casou-se coma pernambucana Eliane Chagas.Em 2004, depois de morar por umNay r a Garofletempo na Inglaterra, voltaram ao“ponto de parti<strong>da</strong>”, já dispostosa montar um negócio. E assimcriaram a Pizzeria Farol.— Muita gente ain<strong>da</strong> não conheceTaman<strong>da</strong>ré, mas os <strong>italiano</strong>sa<strong>do</strong>ram vir para cá. Só nesteúltimo mês de agosto recebemosum grupo de 15. Isso aqui é umparaíso — afirma Capelli, nasci<strong>do</strong>na Brescia.Ele tem como “concorrente”a Almirante, a primeira pizzaria<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, onde a proprietáriaNadir Coimbra atende os clientescom to<strong>da</strong> a simpatia pernambucana.E deliciosas forna<strong>da</strong>s <strong>do</strong>“quitute” <strong>italiano</strong>.Além <strong>do</strong>s estrangeiros, a ci<strong>da</strong>detem abriga<strong>do</strong> brasileiros de outrosesta<strong>do</strong>s que se encantam coma beleza selvagem <strong>do</strong> lugar e deixama vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s grandes centros urbanosem troca de paz e quali<strong>da</strong>dede vi<strong>da</strong>. Foi isso o que aconteceucom Luciana Maioli, que saiu <strong>do</strong>Rio Grande <strong>do</strong> Sul há 11 anos.— Minha irmã morava no Recifee eu vim para visitá-la. Conhecimeu mari<strong>do</strong> e nunca maisvoltei para o Sul. Viemos morarem Taman<strong>da</strong>ré e investimos nolocal. É um ver<strong>da</strong>deiro caso deamor — diz Luciana que abriu,com o mari<strong>do</strong>, há um ano, a únicacafeteria <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, a DeguttiCafés e Sorvetes.A gaúcha Themis Nayla tambémescolheu Taman<strong>da</strong>ré para viver.No Rio Grande <strong>do</strong> Sul, deixouseu emprego como administra<strong>do</strong>rade empresas e, junto ao mari<strong>do</strong>já aposenta<strong>do</strong>, percorreu to<strong>do</strong>o litoral brasileiro em buscade um lugar para abrir a pousa<strong>da</strong>Recanto <strong>do</strong>s Corais.— Nós passamos alguns anosviajan<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> <strong>Brasil</strong> em buscadeste paraíso. Foram 85 mil quilômetrosde carro e mais algunsmil de avião — conta Themis.O restaurante de Taman<strong>da</strong>réconheci<strong>do</strong> <strong>pelo</strong>s saborosos pratosespecializa<strong>do</strong>s em frutos <strong>do</strong>mar atende <strong>pelo</strong> nome de O pesca<strong>do</strong>r.A proprietária Maria de Jesus,de 54 anos, realizou o antigosonho depois de viver 10 anosem Portugal. Lá, ela trabalhoucomo faxineira e juntou o dinheironecessário para construirDivulgaçãoo restaurante que se tornou omais famoso <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.— Isso aqui é fruto de muitoesforço e um sonho que eu tinhadesde nova, de ter o meu própriorestaurante. Recebo muitos <strong>italiano</strong>saqui e eles a<strong>do</strong>ram a comi<strong>da</strong>— conta.HistóriaA Vila Taman<strong>da</strong>ré nasceu no século16 e cresceu junto com aagroindústria açucareira de Pernambuco.O turismo é, hoje, uma<strong>da</strong>s principais ativi<strong>da</strong>des econômicas<strong>do</strong> município, cujas praiasestão em uma área de proteçãoambiental federal. A praia maisfamosa <strong>do</strong> lugar é Carneiros. Foiassim batiza<strong>da</strong> porque os primeirosportugueses que chegaramao local tinham este sobrenome.Um cenário paradisíaco, comgrandes coqueirais e cinco quilômetrosde areia branca. O lugarain<strong>da</strong> tem pouca infra-estruturaturística. Mas já conta com umaampla rede hoteleira que vai desdeas pousa<strong>da</strong>s mais simples aosmais exuberantes resorts.Imperdíveis são os passeiosde catamarã <strong>pelo</strong>s rios Ariquindáe Formoso. Com duração médiade uma hora e meia, é possívelavistar as praias, o encontro<strong>do</strong>s rios, aproveitar o banho deargila e se banhar nas piscinasforma<strong>da</strong>s <strong>pelo</strong>s bancos de areiae recifes de corais quan<strong>do</strong> a maréestá baixa. Na beira <strong>da</strong> praia,logo depois de aproveitar o passeio,a dica é almoçar no restauranteBora Bora.Além <strong>da</strong>s praiasO nordeste brasileiro é conheci<strong>do</strong>pelas suas belas praias, mastambém por ser a região maiscarente <strong>do</strong> país. Foi por issoque, em 1982, desembarcou emSão José <strong>do</strong> Egito (PE) o padre<strong>italiano</strong> Enzo Rizzo. Depois desuas experiências como voluntáriona África, ele optou por atuarna América Latina e veio parao <strong>Brasil</strong>.Em 1994, chegou em Taman<strong>da</strong>rée criou a Paróquia São Pedro.Na visão <strong>do</strong> padre Rizzo, ascrianças <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de precisavamde uma família. Esta foi abase inicial para o seu projetoque teve início em 1995. Coma aju<strong>da</strong> de um grupo de amigos<strong>italiano</strong>s, foi construí<strong>do</strong> o AsiloSoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, para atender 40crianças <strong>do</strong> local.O pe<strong>da</strong>gogo Ival<strong>do</strong> Júnior cui<strong>da</strong> <strong>da</strong>s crianças <strong>da</strong> AssociaçãoPadre Enzo Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de para Taman<strong>da</strong>ré que oferece cursode costura para os jovens. Na praia de Carneiros, a igreja deSão Benedito é uma atração à parteO asilo se transformou em crechee hoje se chama AssociaçãoPadre Enzo Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de para Taman<strong>da</strong>ré.Com a aju<strong>da</strong> <strong>do</strong> GruppoItaliano Sviluppo in America Latinaque faz a captação de novos“padrinhos” e <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, a crechejá atende cerca de 500 crianças.— Cerca de 90% <strong>do</strong>s padrinhosque a<strong>do</strong>tam nossas crianças,ou seja, que enviam dinheiropara aju<strong>da</strong>r a mantê-lasna creche, são <strong>italiano</strong>s. Muitasvezes, um padrinho tem mais deum afilha<strong>do</strong> — explica Irmã AssuntaDacanal, enfermeira-chefe<strong>da</strong> creche.As crianças recebem cinco refeiçõesdiárias e reforço escolar.Quan<strong>do</strong> fazem 14 anos ou completama quarta série primária,precisam deixar a creche. Maspodem continuar a freqüentá-lapara aprender costura, bor<strong>da</strong><strong>do</strong>,pintura e panificação.Padre Rizzo morreu em 2000.Sua obra perdura até os dias atuaisgraças à aju<strong>da</strong> <strong>do</strong>s padrinhos<strong>italiano</strong>s e <strong>da</strong> boa vontade <strong>da</strong>quelesque trabalham na creche.— Se hoje sou este homemagradeço ao padre, a quem tive afelici<strong>da</strong>de de conhecer. A crechefoi fun<strong>da</strong>mental na minha formaçãoe tenho orgulho de trabalharhoje aqui — afirma o pe<strong>da</strong>gogoIval<strong>do</strong> Júnior, de 28 anos.Para conhecer uma nova culturae, paralelamente, trabalharcomo voluntário, o <strong>italiano</strong> DanieleBellocchio, de 19 anos, deixoua província de Lodi, na Lombardia,para passar 20 dias nacreche, no mês passa<strong>do</strong>.— Meu pai tem um amigo queé padrinho de umas crianças <strong>da</strong>creche e eu resolvi vir conhecer.ServiçoFotos: Nayra GarofleEstá sen<strong>do</strong> útil e muito importantepara mim — diz Daniele.Apostan<strong>do</strong> em Taman<strong>da</strong>réHá cinco anos, Silvana Visin, de56 anos, chegou em Taman<strong>da</strong>répara conhecer a ci<strong>da</strong>de. Acabouconhecen<strong>do</strong> a creche e sentiuvontade de <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de aotrabalho desenvolvi<strong>do</strong> na região.Optou por abrir uma confecçãode roupas, onde oferece oportuni<strong>da</strong>desde emprego.— Quan<strong>do</strong> trouxe as máquinas<strong>da</strong> Itália, elas se “perderam”no porto de Fortaleza. Perdi 60mil euros. Não desisti. Investimais 50 mil, comprei novas máquinase criei a confecção. Masnem to<strong>do</strong>s querem, de fato, trabalhar— conta Silvana.Pela sua fábrica já passaramcerca de 100 pessoas ao longodeste ano. Apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des,a Italian Style Industry forneceroupas para três grandes lojas<strong>do</strong> Recife.— Quero deixar a fábrica parao povo <strong>da</strong>qui quan<strong>do</strong> encontraralguém que continue estetrabalho — afirma a <strong>italiana</strong>, explican<strong>do</strong>que a confecção ain<strong>da</strong>não se sustenta sozinha.Onde comer:Bora Bora - (81) 3676-1482;Degutti Cafés e sorvetes - (81)3676-2348; Pizzaria Almirante- (81)3676-1324; Pizzeria Farol- (81) 3676-1556; RestauranteO Pesca<strong>do</strong>r - (81) 3676-1345Onde ficar:Pousa<strong>da</strong> Beira-Mar - (81) 3676-1567; Recanto <strong>do</strong>s Corais - (81)3676-2115; Pousa<strong>da</strong> Porto Bello - (81) 3676-1572Passeios Náuticos:(81) 8741-0144 / 8738-1600 / 8759-7520A repórter viajou a convite <strong>da</strong> Golden Way Tour Operator (81) 3466-910050 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 51


Verde e amareloOMilãoGuilherme AquinoVan Gogh em BresciaCem obras de Van Gogh podem se admira<strong>da</strong>s,a partir deste mês, até janeiro <strong>do</strong>próximo ano, no museu de Santa Giulia, emBrescia. Com 15 quadros e 85 desenhos, amostra apresenta obras conserva<strong>da</strong>s no Kroller-MullerMuseum e revela to<strong>da</strong> a geniali<strong>da</strong>de<strong>do</strong> artista holandes. O desenho sempre foio carro-chefe <strong>do</strong> pintor desde os trinta anos,quan<strong>do</strong> abraçou as cores e as telas. Através<strong>do</strong> desenho se pode mergulhar na criativi<strong>da</strong>deprofun<strong>da</strong> <strong>do</strong> artista. A mostra é imperdivelpara quem visita Milão. Afinal, Brescia ficaaqui ao la<strong>do</strong>. Mais informações no site www.bresciamusei.comfilme Orangotangos, <strong>do</strong> brasileiroGustavo Spogli<strong>do</strong>ro, venceu o MilanoCinema Festival. O longa-metragem,feito com apenas um plano-seqüência,conquistou o público e a critica. A câmera- que se a<strong>da</strong>pta ao movimento <strong>do</strong>spersonagens e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Porto Alegree que transporta o especta<strong>do</strong>r para dentro<strong>da</strong>s histórias - hipnotizou a platéiaque lotou o teatro Strehler, no centro deMilão, no mês passa<strong>do</strong>. Agora, Spogli<strong>do</strong>ro,neto de <strong>italiano</strong>s, procura um distribui<strong>do</strong>rpara poder exibir o filme nos <strong>cinema</strong>s<strong>do</strong> país de seus antepassa<strong>do</strong>s.Armani polêmicoQuase de graçaDurante o happy hour, Milão oferece umaver<strong>da</strong>deira distribuição de riqueza gastronômica.Entre 18 e 21 horas, os bares <strong>da</strong>ci<strong>da</strong>de abrem as portas para os clientes quepagam apenas a bebi<strong>da</strong> e comem de graça.Simples assim. Você chega, senta numa mesinha,escolhe o drinque e paga entre 5 e8 euros. Depois se levanta, vai ao buffet epode se servir de massa, frios, salga<strong>do</strong>s e sala<strong>da</strong>s.Resumo <strong>da</strong> opera: se janta por muitopouco em ambientes diverti<strong>do</strong>s e acolhe<strong>do</strong>rescomo o Casanova, Le Pecore, Caffe Ambrosiano,De’ Cherubini.Giorgio Armani abriu uma novaboutique em via Montenapoleone.A inauguração foi discreta,sem festa nababesca, mas o estilistaaproveitou para fazer uma reclamação pública.Ele lamentou que a rua, a principalpassarela <strong>da</strong> mo<strong>da</strong> <strong>italiana</strong> e, por tabela,<strong>da</strong> mo<strong>da</strong> internacional, não tem vi<strong>da</strong> noturna.É ver<strong>da</strong>de. Depois <strong>da</strong>s oito <strong>da</strong> noite,a mais famosa rua milanesa fica deserta.A assessora <strong>do</strong> comune, Tiziana Maiolo,concor<strong>do</strong>u com a crítica, mas disse que aculpa era também <strong>do</strong>s comerciantes quefecham as portas ce<strong>do</strong> e não participamde iniciativas <strong>da</strong> prefeitura como a NotteBianca, quan<strong>do</strong> as lojas ficam abertas atémais tarde. Resulta<strong>do</strong>: Tiziana Maiolo foiafasta<strong>da</strong> <strong>do</strong> cargo.EspionagemAtenção: a ci<strong>da</strong>de de Milão está cheia dedetetives particulares e to<strong>do</strong> o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>é pouco quan<strong>do</strong> se pensa em <strong>da</strong>r um passoem falso na capital <strong>da</strong> Lombardia. O merca<strong>do</strong><strong>do</strong>s agentes secretos cresceu 12% no últimoano. E o aumento é devi<strong>do</strong> não apenas aostradicionais casos de adultério, mas tambémà vigilância <strong>do</strong>s filhos a<strong>do</strong>lescentes e jovensadultos. Com quem an<strong>da</strong>m, aonde vão e o quefazem são as respostas que os pais querem<strong>do</strong>s espiões, última saí<strong>da</strong> para quan<strong>do</strong> o diálogoe a confiança em casa deixam de existir.O custo é salga<strong>do</strong>, cerca de 70 euros a hora.Fotos: Divulgação‘Trapos’esvoaçantesSemana <strong>da</strong> mo<strong>da</strong> de Milão confirma a força <strong>do</strong> vesti<strong>do</strong>para as mulheres na próxima tempora<strong>da</strong> primavera/verãoBa<strong>da</strong>laçãoChiffon é uma palavra francesaque significa “trapo”.Mas, na semana de mo<strong>da</strong>de Milão, ganhou novosignifica<strong>do</strong>: tendência. Esse teci<strong>do</strong>extremamente leve e fino comum toque crepona<strong>do</strong> foi a grandevedete <strong>da</strong>s passarelas. Ele estevepresente na maioria <strong>do</strong>s cem desfilesque, em setembro, anteciparamo que será a mo<strong>da</strong> femininapara a primavera/verão de 2009-2010. O reca<strong>do</strong> <strong>da</strong>s passarelas milanesasé que os vesti<strong>do</strong>s continuamsen<strong>do</strong> os hits <strong>da</strong> estação –quanto mais esvoaçantes, melhor.De preferência, para serem usa<strong>do</strong>scom saltos altíssimos.O evento deste ano estevesorti<strong>do</strong> de novos estilistas. Entreos futuros “Armanis” se apresentaramos <strong>italiano</strong>s Leitmotiv e BeeQueenby Chicca Lualdi, o inglêsJean Pierre Braganza, o russo KiraPlastinina, o finlândes Laitinene a belga Sandrina Fasoli. Eles fazemparte <strong>do</strong> projeto Incuba<strong>do</strong>r<strong>da</strong> Mo<strong>da</strong>, realiza<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> segun<strong>do</strong>ano consecutivo pela Câmera Nacional<strong>da</strong> Mo<strong>da</strong> Italiana, com financiamento<strong>da</strong> prefeitura de Milão.Eles dividiram as atençõescom os consagra<strong>do</strong>s Just Cavalli,Empório Armani, Ermanno Scervino,Moschino, Blumarine, Ferragamo,Kiriza, Pra<strong>da</strong>, Fendi, Versace,Lorenzo Riva, Enrico Coveri,Rocco Barocco, Miss Bikini Luxe eSeduzione Diamonds.O sempre espera<strong>do</strong> Armaniapresentou uma coleção românticacom saias esvoaçantes de chiffon,é claro. Já D&G deu um tomrock’n’roll para suas roupas, comcores escuras e acessórios cheiosde rebites. A transparência <strong>do</strong>minouem quase to<strong>do</strong>s os desfiles comonas coleções apresenta<strong>da</strong>s pelasmarcas C’N’C Costume Nationale Roberto Cavalli. Enquanto isso,a estilista Laura Biagiotti se inspirounas cores <strong>do</strong> mar Mediterrâneopara apresentar uma coleçãoque faz de Milão a ci<strong>da</strong>de mais cool de setembro, além <strong>do</strong>s desfiles,são as festas e as ba<strong>da</strong>lações. Mesmo quem não tem con-Ovite para as festas particulares como as de Roberto Cavalli e Armani,consegue se divertir na infini<strong>da</strong>de de locais espalha<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s asregiões. Um <strong>do</strong>s mais bacanas é o Gasoline. Fica no Corso Como, localde mo<strong>da</strong> muito freqüenta<strong>do</strong> por modelos e artistas que, cansa<strong>do</strong>s deserem estrelas, buscam um pouco de vi<strong>da</strong> comum. Para quem quer sóbebericar um bom vinho ou um spritz – bebi<strong>da</strong> de mo<strong>da</strong> aqui na Itáliaque mistura vinho branco com outras bebi<strong>da</strong>s como Campari - uma opçãoé o Planeta 50, que fica na região <strong>do</strong> Naviglio Pavese.Fotos: Renato GianturcoJa n a í n a CesarCorrespondente • Trevisocom looks multi-formas, misturan<strong>do</strong>o mun<strong>do</strong> urbano a cores eformas <strong>do</strong> mar – mesma tendênciaapresenta<strong>da</strong> no Fashion Week <strong>do</strong>Rio de Janeiro, em junho, por váriosestilistas cariocas.Enrico Coveri mostrou uma coleçãocolori<strong>da</strong> rechea<strong>da</strong> de minivesti<strong>do</strong>s,além de uma linha desapatos sensacionais, com asiniciais <strong>do</strong> seu nome no salto.Aliás, mulheres, preparem-se!A próxima estação pede saltomuito, mas muito alto.Lorenzo Riva, inspira<strong>do</strong>no costureiro francêsYves Saint Laurent - faleci<strong>do</strong>em junho passa<strong>do</strong>- apresentou umacoleção cheia de vesti<strong>do</strong>sjustos, de cinturasbem marca<strong>da</strong>s, ondepre<strong>do</strong>minavam os tonsclaros como branco,ouro e azul.O branco tambémfoi a cor pre<strong>do</strong>minantena coleção de RoccoBarocco, repleta devesti<strong>do</strong>s de chiffonsuper transparentes.Destaque parao maravilhoso taillerbranco com ummega decote. RobertaScarpa se inspirounas famosas praias <strong>do</strong>Li<strong>do</strong> veneziano para criarsua coleção, como o esvoaçante(claro) vesti<strong>do</strong>tomara-que-caiaem chiffon (claro,claro) azul turquesae os enormes brincosusa<strong>do</strong>s pelasmodelos que nãotinham como passardespercebi<strong>do</strong>.mo<strong>da</strong>No desfile <strong>da</strong> Miss Bikini Luxe,a surpresa ficou por conta<strong>da</strong> atriz e cantora americana JulietteLewis que abriu o desfile.A atriz exibiu, entre saltinhos epose rock’n’roll - como costumafazer no palco quan<strong>do</strong> se apresentacom sua ban<strong>da</strong> Juliette andthe Licks - uma micro-saia e umablusa com um decote que terminavano umbigo.Inspira<strong>da</strong> na musa BrigitteBar<strong>do</strong>t, a marca Seduzione Diamonds<strong>da</strong> socialite <strong>italiana</strong> ValeriaMarini apresentou...vesti<strong>do</strong>s esvoaçantesde chiffon. To<strong>do</strong>s muitocolori<strong>do</strong>s, com cortes laterais queterminavam quase na cintura. Odestaque foi a saí<strong>da</strong> de banho feitaem ren<strong>da</strong> com brilhantes.A atriz ecantora JulieteLewis seguraa pose. Acima,um modeloEnrico Coveri52 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 53


televisãoFora <strong>do</strong> arTi<strong>da</strong> como a musa <strong>do</strong>s <strong>italiano</strong>s residentes no exterior, a apresenta<strong>do</strong>rade TV Francesca Alderisi visita o <strong>Brasil</strong> e confirma seu carisma junto aopúblico ítalo-brasileiro, apesar de não estar mais à frente <strong>do</strong> Sportello ItaliaAlderisi com o deputa<strong>do</strong> FabioPorta durante um <strong>do</strong>s eventos emque participou, em São PauloExuberante é um adjetivo capazde descrever parte <strong>da</strong>personali<strong>da</strong>de de FrancescaAlderisi que, durante seteanos, apresentou o Sportello Italia,programa de televisão exibi<strong>do</strong>pela RAI International. No mêspassa<strong>do</strong>, ela esteve no <strong>Brasil</strong> pelaprimeira vez para conhecer umpouco <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> história de seusfiéis telespecta<strong>do</strong>res emigrantes.Sua <strong>passagem</strong> <strong>pelo</strong> Circolo Italiano,em São Paulo, atraiu a atenção<strong>do</strong>s principais representantes<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de ítalo-brasileirano esta<strong>do</strong>. Foram ao encontro<strong>da</strong> apresenta<strong>do</strong>ra o cônsul MarcoMarsilli, o deputa<strong>do</strong> Fabio Porta,a presidente e a secretária <strong>do</strong> ComitesSão Paulo, respectivamenteRita Blasioli Costa e Natalina Berto,o conselheiro <strong>do</strong> CGIE, AntonioLaspro, além <strong>do</strong> presidente <strong>do</strong> próprioCircolo, Giuseppe Cappellano.Aos 40 anos, a conduttrice,como ela prefere se definir – “nãosou jornalista, fiz o Liceu Clássicoe sou mestre em televisão”,observa –, iniciou a carreira em1989, na Radio Televisione Italiana,no programa Domenica In epassou <strong>pelo</strong> Telegiornale 1, antesde apresentar o Sportello Itália.Foram realiza<strong>do</strong>s 1,2 mil programassob seu coman<strong>do</strong>. Nele,Francesca entrevistava personali<strong>da</strong>desrepresentativas <strong>do</strong>s <strong>italiano</strong>sno exterior em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.Também ouvia, recebia e respondiamilhares de sugestões e reclamaçõesque lhe chegavam por telefone,internet ou cartas. Tratavade assuntos como pensões, duplaci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e política. Ela, porém,avisa que se tratava de um “programaalém <strong>da</strong> política”.A própria Alderisi, contu<strong>do</strong>,não escapou <strong>da</strong> política. Segun<strong>do</strong>ela, sua demissão <strong>da</strong> RAI foiconseqüência <strong>do</strong> chama<strong>do</strong> spoilsystem – estrangeirismo em inglêsca<strong>da</strong> vez mais usa<strong>do</strong> na Itáliaque ela diz não suportar – quesignifica um tipo de prática segun<strong>do</strong>a qual grupos políticos <strong>do</strong>governo <strong>da</strong> vez distribuem cargose posições de poder a simpatizantese “afilha<strong>do</strong>s”.— Após a aprovação <strong>da</strong> lei <strong>do</strong>voto no exterior, a RAI International,que era uma ilha de tranqüili<strong>da</strong>deem relação aos outroscanais, se transformou em alvopoliticamente muito importantecom seus 30 milhões de assinantes,entre eles ao menos 3,5 milhõesde eleitores — explica.Com uma equipe de 30 pessoassob sua coordenação, Alderisiera “âncora” <strong>do</strong> Sportello Italiasob a direção geral de MassimoMagliaro, substituí<strong>do</strong> porPiero Ba<strong>da</strong>loni no final de 2006,em plena turbulência <strong>do</strong> governoProdi. Segun<strong>do</strong> a apresenta<strong>do</strong>ra,os “diferentes alinhamentos à esquer<strong>da</strong>e à direita” <strong>do</strong>s diretoresdefiniram seu destino na RAI.A prima <strong>do</strong>nna <strong>da</strong> TV <strong>italiana</strong>no exterior hesita um pouco paraexpor a própria posição política.Nasci<strong>da</strong> em Treviso, ela se definecomo uma “nacional-popular”, emresposta a in<strong>da</strong>gações sobre umaTat i a n a Bu f fCorrespondente • São Paulopossível candi<strong>da</strong>tura sua à Câmaraem uma circunscrição estrangeira.Apesar de dizer que não quer “na<strong>da</strong>com política”, afirma que seviesse a se candi<strong>da</strong>tar seria pelaAustrália por considerá-lo um“país <strong>do</strong> futuro”.Após a última transmissãode seu programa,em julhode 2007, Alderisi,já chama<strong>da</strong>pela imprensa“a mais ama<strong>da</strong>apresenta<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>italiano</strong>s noexterior”, decidiufazer umavolta ao mun<strong>do</strong>.Explicouque utilizousuas “economiasfeitas aolongo de suatrajetória narede”, paraFotos: Claudio Cammarotaaproximar-se de sua cara audiênciainternacional. Já esteve noCanadá, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Austrália,Argentina e, agora, no <strong>Brasil</strong>.“Se tu<strong>do</strong> der certo”, quer prosseguirno tema e elaborar um programaespecial sobre os <strong>italiano</strong>sno mun<strong>do</strong>, que seria transmiti<strong>do</strong>pela própria RAI, Uno ou Due ouem um canal priva<strong>do</strong>.— Quem sabe, poderíamoster até um Sportello <strong>Brasil</strong>e —brinca ela que, no entanto, confessouque tinha preconceitos emrelação ao país. — Como a maioria<strong>do</strong>s <strong>italiano</strong>s que nunca estiveramaqui, eu só pensava emladrões, que era um país que ficoupara trás. Fiquei surpresa emver como São Paulo é uma ci<strong>da</strong>deenorme, com tantos helicópteros<strong>pelo</strong>s ares, tantos arranha-céus ecom tão boa comi<strong>da</strong>.Ela ficou na ci<strong>da</strong>de quase umasemana. Sua programação incluiuuma visita ao Memorial <strong>do</strong> Imigrante,uma participação na tradicionalfesta de San Gennaro euma viagem a Jundiaí, onde conheceuuma tradicional fazen<strong>da</strong>de café. Depois, passou algunsdias no Rio de Janeiro, onde tambémse encontrou com a comuni<strong>da</strong>de<strong>italiana</strong> no Consula<strong>do</strong>.54C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008


italian stylenotiziePara esquentarA elegância e o fascínio de uma lareira, sem o incômo<strong>do</strong><strong>da</strong> fumaça e <strong>da</strong>s cinzas!Esta lareira elétrica é perfeita para ser utiliza<strong>da</strong>,sem exigir nenhum tipo de montagem, chaminé ou umainstalação cara: basta inserir o plug na toma<strong>da</strong>, ligarpara esquentar o ambiente e, ao mesmo tempo, obter ummagnífico “efeito chama”. $ 99 www.dmail.itOs produtos acima menciona<strong>do</strong>sestão disponíveis no merca<strong>do</strong> <strong>italiano</strong>.CremalatteCremìCremì é um produto novo quepermite obter leite quente, comou sem creme, de mo<strong>do</strong> veloz ecom resulta<strong>do</strong>s excelentes. 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Na embalagem há também uma tampa,cômo<strong>da</strong> para conservar o condimento dentro<strong>do</strong> recipiente, diretamente na geladeira oucongelá-lo no freezer. € 10,90 www.dmail.itPratici<strong>da</strong>de na cozinhaCozinhar será fácil e veloz com essa potentemáquina de massas! Ela prepara, em poucotempo, uma grande quanti<strong>da</strong>de de massas depizza e de pães, como também pastefrolle,biscoitos e massas para tortas. O motor ésilencioso, regulável eletronicamente e é<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de uma tecla turbo. Graças à balançaeletrônica incorpora<strong>da</strong> na base, você não vaimais enlouquecer com quanti<strong>da</strong>des e medi<strong>da</strong>s.€ 129,90 www.dmail.itPara laptopEvite o superaquecimento <strong>do</strong> seu laptopgraças a esse suporte! Ele dispersa o caloracumula<strong>do</strong> no seu computa<strong>do</strong>r permitin<strong>do</strong> acirculação de ar. A altura é regulável para seter uma posição de trabalho cômo<strong>da</strong> e corretae ele ain<strong>da</strong> é <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de uma plataformagiratória, para se posicionar o laptop nadireção deseja<strong>da</strong>. Além disso, o suporte nãodesliza graças a uma fita de borracha que fixao computa<strong>do</strong>r. $ 8,90 www.dmail.itFotos: DivulgaçãoTerra MadreDue esempi del Programa Nacional de Educação na ReformaAgrária (Pronera) saranno mostrati al 3º Terra Madre, che avràluogo a Torino tra il 23 e il 27 ottobre. Uno dei casi presentati saràsul Projeto de Assentamento (PA) Pátria Livre, nel comune di Barra<strong>do</strong> Choça, nella regione sud-est della Bahia. La classe che ha fatto illavoro ha diagnosticato 31 Pas in varie regioni dello stato ed ha preparatoun Plano de Ação fino al 2010. Un altro è della studentessaRoselândia de Oliveira Ferraz, che vive nel PA Mutum, nel comune diVitória <strong>da</strong> Conquista. Lei mostrerà il progetto ‘Pronera e Uesb, semean<strong>do</strong>educação e colhen<strong>do</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia’. Il Terra Madre riunisce comunitàformate <strong>da</strong> chef di cucina, <strong>do</strong>centi e giovani di tutto il mon<strong>do</strong> permotivare e rendere nota la produzione di alimenti sostenibili.Premiato Pietro PolizzoIl Presidente dell’Associazione Nazionale Carabinieri di Paola(Calabria), coman<strong>da</strong>nte Elio Rocca, ha premiato, lo scorso20 agosto, l’imprenditore Pietro Polizzo che, insieme alla moglie,ha preso parte ad unacerimonia organizzata insuo onore quale “calabreseche, lontano <strong>da</strong>lla terranatia, ha portato avanti ilbuon nome della Calabria”.Polizzo ha lasciato laCalabria circa 50 anni fa.Oggi è un affermato imprenditore nel campo della distribuzionedi stampe e giornali. Vive a Niterói, nello stato di Rio de Janeiro,<strong>do</strong>ve rappresenta un punto di riferimento per i tanti calabresi.Nel corso dell’evento, alla presenza dei sin<strong>da</strong>ci di sei località dellacosta tirrenica calabrese e del generale dell’Arma dei Carabinieri,Roberto Conforti, Elio Rocca ed il sin<strong>da</strong>co di Paola, Roberto Perrotta,hanno premiato un emozionatissimo Pietro Polizzo conferen<strong>do</strong>gli unattestato di merito per tutto ciò che è riuscito a realizzare, per comeha portato e porta avanti le sue origini calabresi e per l’attaccamentoalle sue radici ed alla sua terra, <strong>do</strong>ve ritorna in visita ogni anno.Festa d’ItaliaL’antica Companhia Petropolitana de Teci<strong>do</strong>s, a Cascatinha, nellacittà di montagna Petrópolis (RJ) è stata sede della V Festa<strong>da</strong> Itália. Realizzato il mese scorso, l’evento ha contato sulla partecipazionedei cantanti Jerry Adriani e Francesco Del, oltre allo showcon il gruppo E La Nave Va. La festa è un omaggio ai coloni italianiarrivati a Petrópolis nella secon<strong>da</strong> metà del XIX secolo. Cascatinha èstato il principale quartiere ad accogliere le famiglie di immigranti.Gli italiani sono stati coloro che hanno contribuito di più alla crescitaagricola, artigianale, industriale e culturale del comune.OmaggioÈstato reso omaggio al chirurgo plastico italo-brasiliano, IvoPitanguy, durante il I Simpósio Internacional di Oncologia,Estetica e Ricostruzione Mammaria, realizzato in settembre a Riode Janeiro. È stata la prima volta che il <strong>Brasil</strong>e riceveva un eventointernazionale su questi temi e ha contato sulla partecipazionedi 500 professionisti dell’area. Così come Pitanguy, è stato resoomaggio anche all’oncologo <strong>italiano</strong> Umberto Veronesi, che è statorappresentato <strong>da</strong>l medico dell’Istituto di Chirurgia Plastica e diMammella di Milano, Maurizio Nava.Giorno dell’ImmigranteUna cena, l’inaugurazione della Sala Roma di <strong>cinema</strong> e il lanciodella Gui<strong>da</strong> Consolare 2008 hanno segnato i festeggiamentidel Giorno dell’Immigrazione nello stato di Rio de Janeiro.L’evento ha avuto luogo il4 settembre presso il Consolatodi Rio e ha contatosulla presenza dei cantantiMafal<strong>da</strong> Minozzi e LucianoBruno, oltre all’attoreNicola Siri e al presidentedel Comites, FrancoPerrotta. Durante l’avvenimento,il console MassimoBellelli ha messo inrisalto l’importanza, perla cultura <strong>italiana</strong>, rappresentata<strong>da</strong>ll’esistenzadi una sala che proietti opere <strong>cinema</strong>tografiche riconosciute nelmon<strong>do</strong>. La Sala Roma rimane al 2° piano del Consolato e proietteràtutte le settimane film italiani. Invece la Gui<strong>da</strong>, alla suaterza edizione, presenta <strong>da</strong>ti aggiornati e curiosità per gli italianiche visitano Rio.In pistaLa Pirelli ha rinnovato fino al 2011 il contratto di sponsor perla Formula 3 su<strong>da</strong>mericana. Con ciò, è previsto il rifornimentodi 2500 treni di gomme per ogni stagione e il lavoro di unostaff con più di 30 professionisti dell’azien<strong>da</strong>. La marca <strong>italiana</strong>ha iniziato la sua storia legata alla tradizione nelle gare <strong>da</strong> più di100 anni, quan<strong>do</strong> ha gareggiato il Rally Parigi-Pechino la primavolta, nel 1907. La Formula 3 è riconosciuta come la principalecategoria di base dell’automobilismo, quella che di fatto rivela ifuturi talenti per le principali categorie dell’automobilismo mondiale.È stata creata nel 1987 e, <strong>da</strong> allora, ha rivelato piloti comeNelsinho Piquet, Christian Fittipaldi, Cristiano <strong>da</strong> Matta, HélioCastroneves, Ricar<strong>do</strong> Zonta, Ricar<strong>do</strong> e Rodrigo Sperafico, tra glialtri. Il regolamento tecnico e sportivo è di responsabilità dellaFIA (Federazione Internazionale dell’Automobilismo), che inoltreconcede al campione della stagione una “Superlicenza” che glipermette l’ingresso nella Formula 1.RallyIl più popolare reality show d’Italia potrebbe avere una versionebrasiliana, se qualche emittente se ne interessasse. Chi lodice è il produttore e ideatore di Donnavventura, Maurizio Rossi.Il programma viene trasmesso <strong>da</strong> 20 anni in Italia. Fa vedere unrally fatto <strong>da</strong> sei <strong>do</strong>nne. Il programma è già passato per varie regionidel mon<strong>do</strong>. Per la prima volta, il <strong>Brasil</strong>e farà <strong>da</strong> scenario. Lapartenza è stata a São Paulo il mese scorso. La spedizione duracento giorni e finisce ai Caraibi. L’itinerario include: esplorazionedi foreste, traversate di fiumi e contatto con tribù indigene. Inquesta edizione le ‘avventuriere’ saranno: Alice Russolo, BarbaraChiodini, Ilaria Cervelli, Marta Salvi, Noemi Campironi e ShirleyFalcone. Le <strong>do</strong>nne hanno affrontato un processo di selezione tra50mila iscritte, 5 mila interviste, 1,2 mila test e fase finale ditest svariati nell’interno della penisola <strong>italiana</strong>. Tutto accompagnatoin tempo reale <strong>da</strong>ll’emittente Rete4, che appartiene algruppo Mediaset, della famiglia Berlusconi. La produzione costa1,2 milioni di euro.56 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 57


il lettore raccontaSapori d’ItaliaA v i <strong>da</strong> <strong>do</strong> a r t is ta plástico EnricoBianco é <strong>da</strong>q u e l a s q u e renderiau m livro ou f i l m e. Co m o no s c o n tao crítico Pau l o Vic to r i no, teveautorização especial de Mussolinipa r a vir pa r a o Rio, tornou-sea m ig o de Candi<strong>do</strong> Portinari e, ao s90 anos, integra a l is ta de pintoresA Sicíliaé aquiTat i a n a Bu f fFotos: Claudio Cammarotaem plena ativi<strong>da</strong>de, no <strong>Brasil</strong>. Emdepoimento à repórter Silvia So u z a.Restaurante paulista dá água naboca aos apaixona<strong>do</strong>s pela cozinhamediterrânea típica <strong>do</strong> sul <strong>da</strong> ItáliaRoma, 1935. Na sala <strong>do</strong> velhocasarão, o som de um pianotransmite ao ambienteos acordes de um noturnode Chopin. Senta<strong>do</strong> à mesa, uma<strong>do</strong>lescente, nos seus 17 anos, mantémespalha<strong>do</strong>s lápis colori<strong>do</strong>s, tintase folhas com esboços de desenhos. Aola<strong>do</strong>, um senhor de meia i<strong>da</strong>de confererascunhos de um texto que terminarahá pouco e espera colocar nocorreio antes <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> dia.O homem é Francesco Bianco,correspondente internacional<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, <strong>do</strong> Rio deJaneiro. A pianista é sua mulherMaria Bianco-Lanzi e o rapaz, éo filho <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is, Enrico Bianco que,desde os seis anos de i<strong>da</strong>de, estu<strong>da</strong>vadesenho e pintura, ten<strong>do</strong> entreseus mestres Deoclécio Redigde Campos, que chegou a diretor <strong>do</strong>Museu <strong>do</strong> Vaticano e, Dante Ricci,outrora professor <strong>da</strong> família real.Essa cena se repetiria por diversasvezes, até que o piano se cala.Perderam Maria e os problemasse acumulavam. Francesco havia si<strong>do</strong>deputa<strong>do</strong> pela democracia cristã e,com a ascensão <strong>do</strong> fascismo na Itália,caiu em desgraça. O Jornal<strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, viven<strong>do</strong> a crise <strong>do</strong>s anos30, o demitiu. Ele poderia arrumarnovo emprego, na Itália, maspara isso, precisaria ter a carteirade fascista, que não queria tirar,nem lhe seria <strong>da</strong><strong>da</strong>, por seus antecedentespolíticos. A saí<strong>da</strong> seriaviajar para o <strong>Brasil</strong>, onde já estiveraem 1920.Para isso, porém, passaportesseriam necessários. Os <strong>do</strong>cumentos,porém, foram nega<strong>do</strong>s, por serFrancesco considera<strong>do</strong> um inimigo<strong>do</strong> governo - indesejável quan<strong>do</strong>perto e incontrolável quan<strong>do</strong>longe. O médico <strong>da</strong> família, tambémcardiologista de Mussolini,propõe-se a buscar uma solução e,durante uma consulta de rotinaao dita<strong>do</strong>r, arrisca: “A mulher deBianco morreu”.“Eu sei”, respondeu o Duce, frio,mas não inamistoso. O médico arriscoumais: “Ele quer três passaportes,para ele e as duas crianças”. Umnovo e prolonga<strong>do</strong> silêncio e, Mussoliniresponde: “Pois que preenchaos papéis, que eu autorizo a emissão”.Assim, em 1937, Enrico Biancochegou ao Rio de Janeiro, acompanha<strong>do</strong><strong>do</strong> pai e <strong>da</strong> irmã Renata,estabelecen<strong>do</strong>-se para sempre no<strong>Brasil</strong>. Seis meses depois, um encontromarcaria para sempre sua vi<strong>da</strong>.O pintor Paulo Rossi lhe sugeriuvisitar uma obra que Portinari preparavana sede <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong>Educação. Ele foi, mas só encontroutrês aju<strong>da</strong>ntes: Burle Marx, Inês eRuben Cassa. Atento às dificul<strong>da</strong>desque eles tinham com a ampliação emafresco <strong>da</strong> mão de um garimpeiro,pediu que o deixassem tentar. Poucodepois chegou Portinari que perceben<strong>do</strong>a interferência, perguntoucom irritação: “Quem é que fez aquelamão ali?” Os discípulos apontarampara Bianco. Decidi<strong>do</strong> a voltarpara casa, ele se despediu. Portinariestendeu-lhe a mão, com carade zanga<strong>do</strong> e lhe perguntou: “Masamanhã você volta, não volta?”A aproximação entre Bianco ePortinari, lhe trouxe orgulho, mastambém problemas, notoriamentepela aversão de alguns políticosbrasileiros à Portinari, principalmentepor sua ideologia e posiçõespolíticas. O simples fato <strong>do</strong> mestredemonstrar simpatias ao comunismoo colocava sob a mira macartista e,com ele, to<strong>do</strong>s os que o seguiam.Em 1960, o México cui<strong>da</strong>va <strong>da</strong>organização de sua 2ª Bienal de Artee, desejan<strong>do</strong> incluir artistas brasileiros,convi<strong>do</strong>u Enrico Bianco paraparticipar. Como o Itamarati pagariaas despesas de viagem, barrou suai<strong>da</strong> sob a alegação de que era <strong>italiano</strong>e não representaria a arte brasileira.O célebre cronista Rubem Bragasaiu em sua defesa, em artigo publica<strong>do</strong>pela revista Manchete:“Vi os quadros. São bons quadrosde pintura moderna em qualquerparte <strong>do</strong> país e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, e são osquadros de um pintor forma<strong>do</strong> no<strong>Brasil</strong> e sensível ao sentimento <strong>da</strong>vi<strong>da</strong> brasileira. São quadros representativos<strong>da</strong> pintura brasileira emqualquer mostra internacional. Euvi; e os críticos não podem discutircomigo, porque não viram”.Não adiantou. Quan<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>interfere na arte, a arte sempreleva a pior. Enrico Bianco se casoucom a descendente de <strong>italiana</strong>Marina Alves de Souza, com quemteve <strong>do</strong>is filhos: Maria e Paulo. Viúvo,mora em São Conra<strong>do</strong>, no Riode Janeiro..Paulo Victorino,Rio de Janeiro, RJMande sua história com material fotográfico para:re<strong>da</strong>cao@comunita<strong>italiana</strong>.com.brSão Paulo – Pouco antes <strong>do</strong> meio-dia, em qualquer dia <strong>da</strong> semana,uma pequena fila se forma na porta <strong>do</strong> Taormina Ristorante,finca<strong>do</strong> no coração <strong>do</strong>s Jardins, próximo à Aveni<strong>da</strong> Paulista.São executivos, atores, médicos, jornalistas, deputa<strong>do</strong>s e autori<strong>da</strong>des<strong>do</strong>s governos <strong>italiano</strong> e brasileiro em busca de algo além deuma refeição. Estão em busca de uma breve viagem a um <strong>do</strong>s mais belosdestinos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a Sicília. Helena, co-proprietária <strong>do</strong> Taorminajunto com o mari<strong>do</strong>, o jornalista Salvatore Morici, conta que muitossaem de lá sonhan<strong>do</strong> em conhecer, de ver<strong>da</strong>de, aquele cantinho <strong>da</strong>Itália. Vários retornam para dividir com eles o encantamento de conhecerTaormina, a ci<strong>da</strong>de siciliana <strong>da</strong> província de Messina.Na Alame<strong>da</strong> Itu há <strong>do</strong>is anos, após oito de funcionamento na ruaPeixoto Gomide, o Taormina ampliou seu espaço e o sucesso. São 120lugares – 80 a mais que no antigo endereço – distribuí<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>isan<strong>da</strong>res, onde se comem pastas e sugos sicilianos finaliza<strong>do</strong>s com il<strong>do</strong>lce cannoli, um pitéu mundialmente famoso <strong>da</strong> ilha, acompanha<strong>do</strong><strong>pelo</strong> café de caffettiera.Pode-se dizer que o restaurante começou “a pedi<strong>do</strong>s”, como diz <strong>do</strong>naHelena, filha de <strong>italiano</strong>s <strong>da</strong> região <strong>do</strong> Vêneto, de Vicenza e Rovigo. Elae Salvatore, nasci<strong>do</strong> em Palermo, se conheceram em São Paulo poucodepois <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> dele à ci<strong>da</strong>de, em 1961. Salvatore Morici, atual presidente<strong>da</strong> seção brasileira <strong>da</strong> Associação <strong>do</strong>s Sicilianos no Mun<strong>do</strong>, entãocom 27 anos, trabalhava para o diário <strong>italiano</strong> L’Ora, <strong>da</strong> capital siciliana.Na época, veio a trabalho, para fazer uma reportagem na Amazônia, porfim não concretiza<strong>da</strong>. A viagem se transformou em um casamento denord e sud que soma hoje 45 anos, quatro filhos e cinco netos.Após breve retorno de <strong>do</strong>is anos à Itália, a família Morici abriu, naprimeira metade <strong>do</strong>s anos 80, uma rotisseria na zona sul de São Paulo,na região <strong>do</strong> aeroporto de Congonhas, a Dolce Vita. De lá, se mu<strong>da</strong>rampara a Peixoto Gomide na déca<strong>da</strong> passa<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> comercializavamapenas pratos prontos, não suficientes para o voraz apetite <strong>do</strong>rápi<strong>do</strong> boca-a-boca que espalhou o deleite <strong>da</strong>s receitas ensina<strong>da</strong>s aHelena pela sogra siciliana, <strong>do</strong>na Antonina, sua maestra.— Um dia, uma freguesa pediu para aquecer uma pasta e comer lámesmo. E eu não podia deixarde atendê-la – lembra Helena.— No dia seguinte, nãoteve jeito. Tivemos de atenderos amigos dela. Daí emdiante, não paramos mais.São 200 quilos de tomates<strong>do</strong> tipo Débora porsemana – “tem que ser amesma ‘noiva’, somos fiéis”,brinca Helena – sem pele eSalvatori e Helena: casamento e boa mesa sem sementes e muito azei-Ditalini alla norma ou “Mafioso”Massa importa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Itália - SicíliaArgolas pequenas de trigo duro.Mo<strong>do</strong> de Fazer: Cozinhar a massa por 7 minutos para ficar al dente.Molho ao sugo, o ver<strong>da</strong>deiro molho <strong>da</strong> Mamma com tomates Débora,sem pele e sem sementes e muito azeite extra-virgem. Cozinhardurante 2 horas.Juntar quadradinhos de berinjelas fritas e muitas folhinhas demanjericão fresco.Salpicar com ricota seca defuma<strong>da</strong>.Degustação típica siciliana com colher.te de oliva <strong>italiano</strong> extra-virgem para preparar o perfuma<strong>do</strong> molho queatrai comensais igualmente fiéis ao Taormina. O sugo é a base de uma<strong>da</strong>s receitas mais solicita<strong>da</strong>s, o apeli<strong>da</strong><strong>do</strong> “mafioso” ou Ditalini allaNorma - em homenagem à ópera de Vincenzo Bellini - pasta de sêmolade granoduro siciliana.Outros hits são o Tagliatellle a Campagnola (massa fresca bicolorcom fun<strong>do</strong> de alcachofras, tomate cereja, amên<strong>do</strong>as e salsinha), omediterraníssimo espaguete Ai Frutti di Mare e o sofistica<strong>do</strong> Nero diSeppia, com tinta de uma espécie de lula.— Temos um fornece<strong>do</strong>r de confiança que nos traz vôngoles, camarões,lulas e outros frutos <strong>do</strong> mar to<strong>da</strong> sexta-feira, fresquíssimos, diretamente<strong>do</strong> litoral norte — afirma a proprietária, homenagea<strong>da</strong> e por trêsvezes convi<strong>da</strong><strong>da</strong> a participar <strong>do</strong> programa <strong>da</strong> TV Globo coman<strong>da</strong><strong>do</strong> porAna Maria Braga, uma integrante <strong>da</strong> fila de fãs <strong>do</strong> restaurante. As atrizesLuana Piovani, Jussara Freire e Pepita Rodrigues, o apresenta<strong>do</strong>r Luciano<strong>do</strong> Valle, a soprano Gabriella Pacce e o próprio cônsul geral <strong>da</strong> Itáliaem São Paulo, Marco Marsilli e família, também são freqüenta<strong>do</strong>res <strong>da</strong>casa, decora<strong>da</strong> no estilo leve e caloroso <strong>da</strong> atmosfera mediterrânea.A novi<strong>da</strong>de prevista para este mês é a abertura <strong>da</strong> pizzaria Taormina,que funcionará à noite com sabores sicilianos típicos. Segun<strong>do</strong>Giovannino Colombini, responsável <strong>pelo</strong> novo negócio, a nova casaterá “ingredientes especiais e receitas exclusivas”. A conferir.Serviço: Ta o r m i n a Ristorante - Al a m e d a Itu, 251Jardins – SP. Tel: (11) 3253-627658 C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008O u t u b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 59


La gente,il postoClaudia Monteiro de CastroRedentor, braços abertossobre a Guanabara”, canta“CristoTom Jobim no seu Samba <strong>do</strong>Avião. Se nós brasileiros temos o nosso Cristo,no Rio de Janeiro, uma <strong>da</strong>s recém-eleitassete maravilhas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a Itália tambémtem o seu. Fica na pitoresca ci<strong>da</strong>dezinha deMaratea, na Basilicata, no sul <strong>do</strong> país. Marateaé dividi<strong>da</strong> em duas partes. Tem a ci<strong>da</strong>de,que fica na parte alta, com seu graciosocentro histórico composto por 44 igrejas. Ea parte baixa, onde ficam as praias, com um<strong>do</strong>s mares mais transparentes <strong>da</strong> Itália, límpi<strong>do</strong>como uma ilha <strong>do</strong> Caribe.O Cristo Redentor <strong>italiano</strong> fica de braçosabertos, ergui<strong>do</strong>s para o alto, de frente paraGolfo di Policastro.Tu<strong>do</strong> começou em 1941, quan<strong>do</strong> foieleva<strong>da</strong> uma cruz monumental de pedra ecimento no alto <strong>do</strong> Monte San Biagio, emhomenagem aos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que participavamCristo de Maratea<strong>da</strong> guerra. Essa cruz permaneu por lá durante20 anos, quan<strong>do</strong> o conde Stefano Rivetti diValcervo resolveu homenagear os ci<strong>da</strong>dãosde Maratea com um Cristo no lugar ondeficava a cruz. Em 1965, o Cristo ficou pronto.Com seus 22 metros de altura, realiza<strong>do</strong><strong>pelo</strong> escultor Bruno Innocenti, perde emgrandeza só para o Redentor brasileiro. Masapesar de menos conheci<strong>do</strong> mundialmente,não deixa de ter seu charme, imponente nocéu azulzinho de Maratea, sau<strong>da</strong>n<strong>do</strong> seushabitantes e turistas.Oque no <strong>Brasil</strong> é chama<strong>do</strong> de feira, aqui na Itália se chamamercato. Também ao ar livre, funciona de segun<strong>da</strong> a sába<strong>do</strong>,pelas manhãs, mas é mais organiza<strong>do</strong>, com as barraquinhas,ou seja, bancarelle, fixas, mais ou menos <strong>do</strong> mesmo tamanho,feitas de ferro.Os produtos são diferentes <strong>do</strong>s nossos. Para começar, é claro, hámenos varie<strong>da</strong>de de frutas. E um quilo de mamão, que é importa<strong>do</strong><strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> ou de outros países,vale ouro. É possível até pagar8 euros! Abacate tambémé pra quem pode. Algumas frutassão praticamente impossíveisde achar, como maracujá e fruta<strong>do</strong>-conde- que sau<strong>da</strong>des!Em compensação, existemmuitos tipos de verduras, de friose de queijos, inclusive a tão festeja<strong>da</strong>burrata, uma espécie demuzzarella mais molinha, quederrete na boca. No merca<strong>do</strong> pertode casa, ao longo <strong>da</strong> via AndreaDoria, tem uma bancarellacom diversos tipos de massasfresquinhas, feitas na hora, emversão branca e verde, estaúltima feita com espinafre:nhoque, tonnarelli, fettuccine,ravioli etc. .O merca<strong>do</strong>Sinto sau<strong>da</strong>des <strong>do</strong> nosso pastel de feira, que por aqui não tem. Nomerca<strong>do</strong> <strong>italiano</strong>, eles vendem a pizza, a foccaccia. Uma delas, a pugliese,com tomate e orégano, é uma delícia. Mas o que mais sinto falta é <strong>do</strong>s comentários<strong>do</strong>s feirantes, como por exemplo: “Moça bonita não paga, mastambém não leva”. A feira no <strong>Brasil</strong> é mais sonora, musical e brincalhona.Mas também na Itália dá para se divertir no merca<strong>do</strong>. Basta dizerao “feirante” que você quer fazer umdetermina<strong>do</strong> prato para o jantar etem dúvi<strong>da</strong>s em como prepará-lo.Pode ter certeza que o vende<strong>do</strong>rou o <strong>do</strong>no <strong>da</strong> bancarella vai explicartu<strong>do</strong> tim-tim-por-tim-tim eo mo<strong>do</strong> de preparação será dita<strong>do</strong>nos mínimos detalhes, poisvocê pegou no ponto fraco dele:cozinha é papo sério e quaseto<strong>do</strong> <strong>italiano</strong> tem no coraçãouma alma de chef. Por exemplo,para a massa alla carbonara,ca<strong>da</strong> um tem um detalhe emsua receita que garante o sucessoabsoluto e, sempre, a sua éa melhor receita possível. Omerca<strong>do</strong> na Itália pode nãoter a sinfonia de sons quetem no <strong>Brasil</strong>, mas tem umquê de pitoresco que vale apena a visita.60C o m u n i t à I t a l i a n a / Ou t u b r o 2008

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