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“Isso não Soa Bem”. A consciência fonológica do lado de lá - Exedra

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“ Isso <strong>não</strong> <strong>Soa</strong> <strong>Bem”</strong>. A Consciência Fonológica <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>de</strong> LáReflexão em torno exercícios <strong>de</strong> Consciência Fonológica no Primeiro Ciclo.ainda um <strong>do</strong>mínio necessário a incluir, com maior incisão, na sala <strong>de</strong> aula. È certoque em cerca <strong>de</strong> vinte alunos apenas se registou este erro, facto que terá ocorri<strong>do</strong><strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao gosto e treino da <strong>de</strong>cifração e compreensão leitoras que, como já referimos,potenciam o <strong>de</strong>senvolvimento da Consciência Fonológica. Contu<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> em contaa reacção positiva das crianças a este exercício, será profícuo que mais activida<strong>de</strong>sem torno da <strong>consciência</strong> <strong>do</strong>s constituintes internos da sílaba façam parte <strong>do</strong> contextolectivo. Desta forma, to<strong>do</strong>s ganham, melhoran<strong>do</strong> e sedimentan<strong>do</strong> competências. O<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> discriminação auditiva, ten<strong>do</strong> como alvo a i<strong>de</strong>ntificação<strong>de</strong> ataques ramifica<strong>do</strong>s e a construção <strong>de</strong> exercícios <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong>stesconstituintes são, certamente, uma boa solução.O segun<strong>do</strong> erro incidiu também numa unida<strong>de</strong> intrassi<strong>lá</strong>bica, o núcleo ramifica<strong>do</strong>.O aluno <strong>de</strong>sfez o ditongo, pronuncian<strong>do</strong> como vogal integra a gli<strong>de</strong> [i]. Todavia, oestudante i<strong>de</strong>ntificou o segun<strong>do</strong> ditongo, idêntico ao primeiro. As razões <strong>de</strong>sta ocorrênciapo<strong>de</strong>m pren<strong>de</strong>r-se com a extensão da palavra, mas, também, com a pouca percepçãoda diferença entre vogal e gli<strong>de</strong>. Tal confusão é natural pois para além <strong>de</strong>se tratar <strong>de</strong> um fonema quase idêntico, mudan<strong>do</strong> apenas a intensida<strong>de</strong> com que seproduz, é frequente que a criança aprenda que um ditongo “é constituí<strong>do</strong> por duasvogais”. Mais uma vez, parte-se da imagem gráfica da palavra para explicar uma realida<strong>de</strong><strong>fonológica</strong> o que induz em erro. Desta forma, para além da promoção <strong>de</strong> exercíciosrelaciona<strong>do</strong>s com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> ditongos, seria importante que as criançaspercebessem a diferença entre os <strong>do</strong>is fonemas que compõem o núcleo ramifica<strong>do</strong>. Aoinvés <strong>de</strong> se insistir na afirmação “das duas vogais” seria pertinente que se explicasseque, na escrita, a sua forma é a mesma, mas na oralida<strong>de</strong> há uma ténue diferença queas distingue, sen<strong>do</strong> uma “mais fraca” que a outra. No nosso enten<strong>de</strong>r, esta explicação<strong>não</strong> é complexa para as crianças po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> até clarificar a noção <strong>de</strong> ditongo, evitan<strong>do</strong> asua elisão na oralida<strong>de</strong> e até na escrita 15 .O terceiro exemplo apresenta<strong>do</strong> <strong>não</strong> se pren<strong>de</strong> com constituintes da sílaba, massim com diversos valores fonéticos <strong>do</strong> mesmo grafema. A pronuncia distinta <strong>do</strong> aluno<strong>não</strong> é inusitada, uma vez que a confusão entre os valores <strong>de</strong> e <strong>de</strong> , para além<strong>de</strong> ser secular 16 , é habitual em falares regionais diversos po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser manifestação <strong>do</strong>input linguístico 17 <strong>do</strong> estudante. A correcção <strong>do</strong> erro e o comentário daquele que erroué que parecem interessantes <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da <strong>consciência</strong> fonémica.O aluno que corrigiu a pronúncia <strong>do</strong> colega, pouco habitual na turma, justificoua sua opinião com base na imagem visual que tem da escrita da palavra, pois afirmouque tinha um “é”. Já o estudante que errou, revela sensibilida<strong>de</strong> à varieda<strong>de</strong> fonética,uma vez que reconhece que essa palavra <strong>não</strong> tem, <strong>de</strong> facto, esse som. Seria interessanteconduzir os alunos a <strong>de</strong>scobrir, partin<strong>do</strong> em primeiro lugar <strong>do</strong> seu conhecimentoimplícito, que o mesmo grafema po<strong>de</strong> ter várias representações fonéticas. O treino<strong>de</strong>sta competência consolidaria, certamente, a expressão oral, o <strong>de</strong>sempenho em leituraem voz alta e a correcção ortográfica.Por último, o erro na divisão si<strong>lá</strong>bica da palavra “professor” ilustra uma confusão125

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