Revista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Ornitologia</strong>Março <strong>de</strong> <strong>20</strong>12 / March <strong>20</strong>12ForewordWe know, however, that this is not enough. In practice, the BJO has become due to budget, distribution, andin<strong>de</strong>xing needs an essentially electronic open access journal. How to reconcile these facts with the urge of maintainingfaithful memberships is something that remains to be answered. However, uncertainty can be synonymous of opportunity.It is already clear that the BJO can no longer be the single regular publication of the BOS. It is also obvious that thecommunity of Brazilian ornithologists has enough public to a journal such as the BJO, but also to another or even othertypes of publications accepting even “… mere lists of the avifauna of a specific locality” as well as equally relevant more localand regional contributions reflecting the enormous increase in activity of ornithologists throughout Brazil. This subjectwill be discussed in due time with all BOS members.BOS and BJO have nourished themselves along the years on the voluntary work of their associates, and this provi<strong>de</strong>sa basis for a future when the role of both the society and journal will be well established. In the meantime, the BJO setsfor once its strategy to become one of the most relevant ornithological journals worldwi<strong>de</strong>. Accordingly, I invite all BOSmembers and no-members alike, to make their contributions and consi<strong>de</strong>r the BJO as a publication venue for their beststudies on Neotropical ornithology.Alexandre AleixoMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação / Museu Paraense Emílio GoeldiEditor
Revista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Ornitologia</strong>Março <strong>de</strong> <strong>20</strong>12 / March <strong>20</strong>12PrefácioPrefácioA Revista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Ornitologia</strong> (RBO) nasceu com o título <strong>de</strong> “Ararajuba” há quase 22 anos atrás, como fruto <strong>de</strong>um sonho dos ornitólogos brasileiros em terem uma revista ornitológica nacional. De 1990 até hoje, esse sonho evoluiucom o tempo. A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ornitólogos brasileiros (<strong>de</strong>finida aqui como composta por qualquer interessado(a) em aves,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> formação acadêmica) cresceu exponencialmente, assim como os seus interesses. Originalmenteconstituída quase que exclusivamente por pessoas do meio acadêmico, po<strong>de</strong>-se dizer que hoje uma parcela significativa<strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> é formada por pessoas sem treinamento formal acadêmico na área <strong>de</strong> Ciências Biológicas, análogo aoque ocorre em outros países, como os EUA e Reino Unido, on<strong>de</strong>, indiscutivelmente, “ornitólogos amadores” respon<strong>de</strong>mpela ampla maioria das suas respectivas comunida<strong>de</strong>s ornitológicas. No Brasil, avançamos rapidamente nesse rumo,bastando acompanhar o site WikiAves e a feira anual Avistar para nos certificarmos <strong>de</strong>ste fato.Dentro do meio acadêmico, a situação também evoluiu bastante, com um aumento também exponencial no número<strong>de</strong> pesquisadores e alunos <strong>de</strong> graduação e pós-graduação trabalhando com aves no Brasil, tanto <strong>de</strong> origem brasileira quantoestrangeira, gerando um intercâmbio acadêmico intenso e motivado, principalmente, pelas características <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismoe diversida<strong>de</strong> sem paralelos da avifauna Neotropical. Neste contexto <strong>de</strong> globalização crescente, a RBO foi além das suasorigens como um periódico nacional, se consolidando como uma revista ornitológica <strong>de</strong> circulação internacional focadaem ornitologia Neotropical.Essa nova, ampliada, diversa e globalizada comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ornitólogos brasileiros torna cada vez mais difícil a tarefa<strong>de</strong> publicar – <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um único periódico – todo o espectro <strong>de</strong> contribuições sobre ornitologia dos seus membros. Essatarefa é difícil mesmo se consi<strong>de</strong>rarmos apenas as publicações <strong>de</strong> perfil estritamente acadêmico, uma vez que nos últimosanos, com o objetivo <strong>de</strong> tornar a produção científica nacional mais competitiva, os periódicos científicos brasileirospassaram a competir em “pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>” com periódicos internacionais, <strong>de</strong>saparecendo um mecanismo interno queestimulava a publicação em periódicos nacionais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do seu Fator <strong>de</strong> Impacto mundial. É exatamente porisso que, ao longo dos anos, a RBO foi se tornando um periódico com uma política editorial cada vez mais seletiva, comoilustra o aviso abaixo nas “Instruções aos Autores” que acompanha cada volume da revista: “Encoraja-se a submissão <strong>de</strong>análises <strong>de</strong> avifaunas regionais, mas não a <strong>de</strong> listas faunísticas <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s”.O dilema da RBO tem sido ao longo <strong>de</strong>stes seus quase 22 anos <strong>de</strong> existência <strong>de</strong>finir seu perfil e vocação; transitarentre uma ornitologia mais “holística” e uma ornitologia mais acadêmica; servir como meio principal <strong>de</strong> publicação daornitologia nacional e assumir um papel cada vez mais global <strong>de</strong>ntre os periódicos focados em ornitologia Neotropical. Aprópria mudança no nome original da revista <strong>de</strong> “Ararajuba” para RBO, ocorrida em <strong>20</strong>05, é prova <strong>de</strong>ssa contínua busca<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, que reflete, nada mais nada menos, a diversida<strong>de</strong> cada vez mais crescente <strong>de</strong> interesses entre os membros dacomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ornitólogos brasileiros. No entanto, a experiência mostra que é preferível ter um único foco bem <strong>de</strong>finidodo que dois ou mais, sob o risco <strong>de</strong>, ainda que numa tentativa bem intencionada <strong>de</strong> abraçar toda a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interessesda comunida<strong>de</strong> ornitológica brasileira, não fazê-lo bem para qualquer um <strong>de</strong>les.Na última assembleia ordinária da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Ornitologia</strong> (SBO), <strong>de</strong>cidiu-se que a partir <strong>de</strong> <strong>20</strong>12 sóseriam aceitos trabalhos em língua inglesa na revista. Esse foi mais um passo no mesmo rumo que a RBO vem seguindo,pouco a pouco, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua primeira edição: aumentar a seletivida<strong>de</strong> da sua política editorial, se internacionalizar e,com isso, passar a finalmente ter um Fator <strong>de</strong> Impacto como periódico científico. Situações idênticas foram vividaspor revistas ornitológicas tradicionais, tais como o “Journal für Ornthologie” alemão, hoje “Journal of Ornithology”, operiódico ornitológico mais antigo e que atualmente é publicado todo em língua inglesa. O mesmo se passou com “OrnisScandinavica”, publicada na Suécia, hoje “Journal of Avian Biology”. A situação se aplica inclusive no Brasil: o maistradicional periódico nacional em zoologia mudou seu nome <strong>de</strong> Revista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Zoologia para “Zoologia”, aceitandocontribuições apenas em língua inglesa.Quando fui convidado pela nova diretoria da SBO para assumir o cargo <strong>de</strong> Editor da RBO, saberia que caberia amim dar continuida<strong>de</strong> a um trabalho <strong>de</strong> várias décadas e, inclusive, implementar a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ter a RBO publicada todaem inglês. É por esse motivo que, no presente número da revista, o vigésimo, apenas estão disponibilizadas “Instruções aosAutores” em inglês. A partir <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> <strong>20</strong>12, só serão aceitas novas contribuições em língua inglesa pela revista. Cremosque a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ornitólogos brasileiros já está preparada para esse momento e esse número da RBO justifica essa