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Projeto de Pesquisa

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A ARTICULAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINOFUNDAMENTAL I: REALIDADE E PERSPECTIVASShelly Blecher Rabinovich - Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo(USP)Marieta Lúcia Machado Nicolau - Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo (USP)<strong>Projeto</strong> Financiado pela FAPESPIntroduçãoDes<strong>de</strong> os primeiros momentos <strong>de</strong> nossas existências, nossas vidas estão emconstante modificação. Nós, seres humanos, no <strong>de</strong>correr da vida passamos pordiferentes fases e, em cada uma <strong>de</strong>las, cumprimos etapas que são marcadas pormudanças e expectativas.Na educação não é diferente quando ocorre a passagem da criança da EducaçãoInfantil para o Ensino Fundamental I. Essa transição para outro ciclo, sempre marcadapelo fato <strong>de</strong> representar uma experiência nova, ocorre permeada por surpresas e,também, por inseguranças e medos que atingem as crianças, os pais e os educadores.Esse “<strong>de</strong>sequilíbrio” diante <strong>de</strong> um fato novo é muito natural e inevitável, porque aspessoas e as coisas mudam constantemente, e precisam acompanhar e adaptar-se a taismudanças, ainda que estas acabem por abalar suas certezas <strong>de</strong> mundo e causem essecerto “<strong>de</strong>sequilíbrio” em suas vidas.Pensando na passagem das crianças para a escola fundamental surgem algunsquestionamentos: as escolas, os professores, os gestores e os pais valorizam acontinuida<strong>de</strong> da aprendizagem e o tempo <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cada criança quando estáingressa no Ensino Fundamental? O projeto pedagógico no Ensino Fundamentalvaloriza as experiências, os conhecimentos prévios, a diversida<strong>de</strong>, a autonomia e asrelações estabelecidas na Educação Infantil?A LDB (9394/96) afirma que “o Ensino Fundamental com duração <strong>de</strong> 9 (nove)anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, tem comoobjetivo a formação básica do cidadão, mediante:I - o <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, tendo como meios básicos o plenodomínio da leitura, da escrita e do cálculo;


2II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, datecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a socieda<strong>de</strong>;III - o <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem, tendo em vista aaquisição <strong>de</strong> conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s e a formação <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e valores;IV - o fortalecimento dos vínculos <strong>de</strong> família, dos laços <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> humanae <strong>de</strong> tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (Art 32)A legislação que orienta a educação nacional <strong>de</strong>staca, portanto, em seus objetivosa continuida<strong>de</strong> dos dois níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>: Educação Infantil e EnsinoFundamental. Mas será que a escola está preparada para trabalhar com a articulação<strong>de</strong>ssas duas etapas da Educação Básica?Para Moss (2006) apud Nicolau (2007(b), p.178) a Pré-escola e o EnsinoFundamental <strong>de</strong>vem buscar um ponto <strong>de</strong> encontro, ou seja, <strong>de</strong>ve haver uma crescentecooperação entre esses dois níveis e rejeição à idéia <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a primeira etapa comosimples preparação à escolarida<strong>de</strong> subseqüente. O mesmo autor afirma que a EducaçãoInfantil não <strong>de</strong>ve adotar os conteúdos e métodos do Ensino Fundamental, pois cadaciclo possui suas características e especificida<strong>de</strong>s.Em relação ao papel dos adultos no contexto da articulação, Abramovich (1985)comenta que os adultos que fazem parte <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> passagem – pais, professores,coor<strong>de</strong>nadores e diretores – <strong>de</strong>veriam estar integrados entre si, ligados por meio <strong>de</strong>ações práticas e reflexivas, para enten<strong>de</strong>r melhor essas crianças que estão vivenciandotal transição para outro ciclo, ajudando-as a passar por esse <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> maneiraprazerosa e positiva.Assim, a passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental I po<strong>de</strong> nãoser uma experiência traumatizante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os alunos sejam preparados, os paisorientados e os professores e a gestão cumpram o seu papel <strong>de</strong> favorecer a integração doprocesso, <strong>de</strong>ixando que a criança viva esse momento, respeitando-se o seu ritmo <strong>de</strong>adaptação. Com a ampliação do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos, as criançaspassam a ingressar no 1º ano da escola fundamental com 6 (seis) anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,conforme a aprovação da Lei 11.274/06 que modifica o art 32 da Lei n o 9.394, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996: “O ensino fundamental obrigatório, com duração <strong>de</strong> 9 (nove) anos,gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, terá por objetivo aformação básica do cidadão [...]”.A passagem para o Ensino Fundamental, aos seis anos, po<strong>de</strong> tornar mais difícil aexperiência <strong>de</strong> iniciar um novo ciclo se a escola, tanto <strong>de</strong> Educação Infantil como <strong>de</strong>Ensino Fundamental, não consi<strong>de</strong>rar o <strong>de</strong>senvolvimento da criança nessa faixa etária e2


3planejar a<strong>de</strong>quadamente sua estrutura curricular, sua proposta pedagógica, aorganização dos tempos e dos espaços, a fim <strong>de</strong> garantir o acolhimento e a construção<strong>de</strong> vínculos das crianças que estão ingressando no 1º ano.Entrar com seis anos na escola, apren<strong>de</strong>r a gramática dainstituição, compreen<strong>de</strong>r seu modo <strong>de</strong> funcionamento não étarefa rápida e fácil para uma criança. Construir o pensamentosobre a leitura e a escrita, sobre o mundo, adquirir hábitos <strong>de</strong>estudo, dar significado à cultura escolar é um processo longo ecomplexo [...] (Rapoport et al, 2009, p.6).Consi<strong>de</strong>rando a questão da passagem da criança da Educação Infantil para oEnsino Fundamental e sua relevância na escolarida<strong>de</strong>, esta pesquisa propõe comoproblema a investigação da ausência ou não <strong>de</strong> um trabalho educativo que vise àarticulação entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I, ou seja, aexistência ou não <strong>de</strong> proposta pedagógica que assegure os direitos sociais e que leve emconta as singularida<strong>de</strong>s da infância, tanto na escola infantil quanto no EnsinoFundamental I.Faz-se necessário que a escola não transforme o último estágio da EducaçãoInfantil em uma série que unicamente prepare para o ingresso no Ensino Fundamental e,que o primeiro ano (agora com crianças <strong>de</strong> seis anos) seja, simplesmente, umaantecipação da escolarida<strong>de</strong>. Propõe-se que ocorra uma ampliação qualitativa, commaior flexibilização dos tempos, com menos cortes e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s, com estratégiasque efetivamente contribuam para o <strong>de</strong>senvolvimento da criança (Ensino Fundamental<strong>de</strong> nove anos: orientações para a inclusão da criança com seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, Brasil,2006, p.23).JustificativaNo <strong>de</strong>correr dos anos, o papel da criança foi se modificando <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong> e<strong>de</strong>ntro da educação. Dessa forma, enten<strong>de</strong>mos que tratar da educação da criança remetenosà concepção <strong>de</strong> infância que durante séculos, foi consi<strong>de</strong>rada uma fase semrelevância, sem preocupações sociais. A criança estava à margem da família e só eraconsi<strong>de</strong>rada sujeito ao atingir a “maiorida<strong>de</strong>”. Foi no século XVIII que a infânciapassou a ser reconhecida como categoria própria e distinta da adulta. No <strong>de</strong>correr doséculo XX, aumentou o esforço pelo reconhecimento da criança em vários campos do3


4conhecimento: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a consolidação da psicologia e sua opção pelo estudo da criançaaté as influências da sociologia e da antropologia (Kramer et alli, 2005).Por meio <strong>de</strong>ssas diversas áreas do conhecimento apren<strong>de</strong>mos que as visões sobrea infância são social e historicamente construídas, ou seja, as crianças são sujeitossociais e históricos marcados pelas contradições da socieda<strong>de</strong> em que vivem e não mais,seres resumidos a adultos em miniaturas. No Brasil, o Ministério da Educação (MEC),<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as décadas <strong>de</strong> 70, 80 e 90 do século XX, vem se esforçando para incluir ascrianças na escola e ampliar os anos <strong>de</strong> escolarização, consi<strong>de</strong>rando a crescenteuniversalização do ensino e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar os anos <strong>de</strong> ensino obrigatório.Esses esforços trouxeram um amplo <strong>de</strong>bate entre educadores, pesquisadores e políticossobre as novas concepções <strong>de</strong> infância e escolarização; observamos a promulgação e aconcretização <strong>de</strong> algumas Leis 1 que refletem tais preocupações.Segundo Moraes (2006), mesmo com todas essas Leis, os indicadores <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> continuam precários e o índice <strong>de</strong> repetência e evasão ainda éenorme. Como vimos, a aprovação da Lei nº. 11.274/2006, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2006,garantiu que mais crianças sejam incluídas no sistema educacional brasileiro. Essamedida é importante porque tem um caráter inclusivo, mas educadores, gestores,funcionários e pais <strong>de</strong>verão se unir para não haver o risco <strong>de</strong> que o tempo da infânciados alunos seja <strong>de</strong>srespeitado – por estes estarem sendo inseridos, no EnsinoFundamental, com 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> – nem <strong>de</strong> que a escolarização <strong>de</strong>ssas criançasaconteça <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>scontextualizada; para tanto, “o planejamento <strong>de</strong> açõespedagógicas <strong>de</strong>verá prece<strong>de</strong>r qualquer ação”(Moraes, 2006, p.3).1 A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 reconhece a cidadania das crianças e o seu direito ao atendimento emcreches e pré-escolas como um <strong>de</strong>ver do Estado; o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – 1990)coloca a infância e a adolescência como priorida<strong>de</strong> nacional e assegura, também, o direito da criança <strong>de</strong>zero a seis anos à educação infantil como responsabilida<strong>de</strong> do Estado; a Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases daEducação Nacional (LDB93/94 <strong>de</strong> 1996) explicita que a educação infantil, primeira etapa da educaçãobásica, integra <strong>de</strong>finitivamente os sistemas <strong>de</strong> ensino e tem por finalida<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento integral dascrianças <strong>de</strong> até seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e o ensino obrigatório <strong>de</strong> 9 anos, a iniciar-se aos seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, oque por sua vez tornou-se meta da educação nacional pela Lei nº. 10.172/2001 que aprovou o PlanoNacional <strong>de</strong> Educação, meta 2 do Ensino Fundamental <strong>de</strong> 9 anos que tem duas intenções: “oferecermaiores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que,ingressando mais cedo no sistema <strong>de</strong> ensino, as crianças prossigam no estudo, alcançando maior nível <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong>” e a Lei nº. 11.274/2006 que Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n o 9.394, <strong>de</strong> 20<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre aduração <strong>de</strong> 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.4


5Para tanto, Sousa e Correa (2002) sugerem a construção <strong>de</strong> um projeto pedagógicoescrito coletivamente, com o objetivo <strong>de</strong> dar “voz” aos sujeitos que participamativamente da prática e <strong>de</strong> lhes conferir autonomia para que possam sugerir mudançasno cotidiano escolar em favorecimento das crianças.O ambiente escolar também <strong>de</strong>verá ser repensado - <strong>de</strong>ve ser flexível e favorecer aconstrução do conhecimento pelas crianças, ou seja, os objetos, os materiais, asestruturas não <strong>de</strong>vem ser vistos como “elementos cognitivos passivos”, mas comoelementos que possam interagir e contribuir para a aprendizagem dos alunos (Edwards,Gandini e Forman, 1999).A criança que ingressa no Ensino Fundamental já apresenta gran<strong>de</strong>spossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> simbolizar e compreen<strong>de</strong>r o mundo, estruturando seu pensamento efazendo uso das múltiplas linguagens, mas a linguagem que ainda prevalece na escola éa linguagem escrita, tratada na gran<strong>de</strong> parte das instituições apenas como codificação e<strong>de</strong>codificação <strong>de</strong> sinais gráficos e aprendizagem <strong>de</strong> letras e sílabas que muitas vezes nãofazem sentido para as crianças.Ferreiro e Teberosky (1999) afirmam que além da relação da escrita com o códigooral, há uma relação entre a escrita e o mundo real. De acordo com essa ótica, alinguagem escrita é concebida como um sistema simbólico <strong>de</strong> representação darealida<strong>de</strong>.É necessário que o sistema escolar esteja atento às múltiplas situações envolvidasno ingresso das crianças no Ensino Fundamental, tenham elas vindo diretamente dafamília – crianças que nunca freqüentaram a creche e escolas <strong>de</strong> Educação Infantil – outenham elas vindo da pré-escola. Os laços sociais e afetivos que as crianças estabelecemnesse ingresso são fundamentais para se sentirem confiantes no seu processo <strong>de</strong>construção do conhecimento. “A continuida<strong>de</strong> e ampliação – em vez <strong>de</strong> ruptura enegação do contexto sócio-afetivo e <strong>de</strong> aprendizagem anterior – garantem à criança <strong>de</strong>seis anos que ingressa no Ensino Fundamental o ambiente acolhedor para enfrentar os<strong>de</strong>safios da nova etapa” (Brasil, 2006, p.20).Assim, o papel do professor é fundamental para encorajar e estimular as crianças adarem um “próximo passo”, a buscarem novos <strong>de</strong>safios durante a aprendizagem e,principalmente, a utilizarem a sua autonomia e a autoria do seu pensar.Apesar <strong>de</strong> relevantes e necessários, são poucos os trabalhos científicos (teóricos epráticos) nas áreas <strong>de</strong> Educação Infantil e Ensino Fundamental que abordam aarticulação entre os dois níveis. Nas escolas, ações que promovam essa articulação5


6também são quase inexistentes ou se limitam a um contato informal entre a criançaingressante e seus irmãos, seus primos ou amigos mais velhos que já freqüentam oEnsino Fundamental. Tais contatos, muitas vezes, não passam <strong>de</strong> conversas casuais, queocorrem sem a mediação <strong>de</strong> nenhuma autorida<strong>de</strong> escolar e, nas quais, os alunos maisvelhos contam para os pequenos “o que vai acontecer” nesse novo ambiente. Valeressaltar que esses “pequenos contatos” não dão conta <strong>de</strong> aplacar os anseios dos novosestudantes e das famílias, nem garantem que essa transição se dê <strong>de</strong> forma efetiva.Logo, essas crianças ingressam no primeiro dia <strong>de</strong> aula com muitas expectativas,as quais acabam por serem consumidas pela fragmentação <strong>de</strong> uma rotina que muitasvezes não as acolhe nem as convida para esse novo ingresso, apenas o impõe.Para Nicolau (2004, p.531-532), “a adaptação às instituições, às pessoas e aomundo físico constitui-se em um processo e, como tal, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>mandar mais, ou menostempo. Um processo é algo dinâmico, que está acontecendo. Implica, muitas vezes, emmodificações para respon<strong>de</strong>r às circunstâncias e <strong>de</strong>manda flexibilida<strong>de</strong> para suaefetivação”.Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil –RCNEI(Brasil, 1998, p: 84):Tais preocupações (<strong>de</strong> adaptação) po<strong>de</strong>m ser aproveitadas para arealização <strong>de</strong> projetos que envolvam visitas a escolas <strong>de</strong> EnsinoFundamental; entrevistas com professores e alunos, programarum dia <strong>de</strong> permanência em uma classe <strong>de</strong> 1ªsérie. É interessantefazer um ritual <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida, marcando para as crianças essemomento <strong>de</strong> passagem [...].No entanto, abrir as portas da escola fundamental e <strong>de</strong>ixar que essa articulaçãoocorra, não é tarefa fácil, ao contrário, é um processo que precisa ser cuidadosamenterefletido, pensado e planejado, algo que envolve todos os atores escolares. Por isso, anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar uma pesquisa científica para a elucidação <strong>de</strong>ste tema trarábenefícios para as crianças, pais, professores, gestores e <strong>de</strong>mais funcionários inseridosno ambiente escolar, sendo esta uma condição essencial para que o processo <strong>de</strong>aprendizagem e <strong>de</strong>senvolvimento infantil eleve a educação a um patamar <strong>de</strong> excelênciae qualida<strong>de</strong>, no qual o respeito aos direitos da criança tem função primordial.Além dos autores já tratados anteriormente, utilizamos também, as idéias <strong>de</strong> LevSemenovich Vygotsky e seus colaboradores. Vygotsky traz conceitos importantes emrelação ao papel da mediação <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula, a formação <strong>de</strong> conceitos, à6


7interação das crianças com outras mais experientes, à interação entre o pensamento e alinguagem e o papel das brinca<strong>de</strong>iras para o <strong>de</strong>senvolvimento infantil.Durante os anos da Educação Infantil e início do Ensino Fundamental ashabilida<strong>de</strong>s conceituais da criança são expandidas por meio do brinquedo e do uso daimaginação. A imitação também esta presente nessa fase, pois “na medida em que acriança imita os mais velhos em suas ativida<strong>de</strong>s padronizadas culturalmente, ela geraoportunida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento intelectual” (Vygotsky, 1999, p. 173).Os espaços das brinca<strong>de</strong>iras e os brinquedos <strong>de</strong>vem ser variados, ou seja, oprofessor po<strong>de</strong>rá organizar diferentes espaços com fantasias, jogos <strong>de</strong> construção,sucatas, bonecas, carrinhos, etc, para que as crianças possam criar suas própriasbrinca<strong>de</strong>iras e interagir com os colegas, po<strong>de</strong>ndo fazer suas próprias escolhas.Para Vygotsky (1999, p.131), “as maiores aquisições <strong>de</strong> uma criança sãoconseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico real e<strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>”.Portanto, a ativida<strong>de</strong> lúdica, além <strong>de</strong> ser expressão por excelência do domínio <strong>de</strong>regras que embasam as relações sociais, cumpre o papel fundamental no<strong>de</strong>senvolvimento do psiquismo por promover evolução no campo das motivações enecessida<strong>de</strong>s, superação do egocentrismo cognitivo 2 , evolução das ações mentais e daconduta voluntária (Vygotsky citado por Pimentel, 2007)Infelizmente, muitas escolas, principalmente <strong>de</strong> Ensino Fundamental dão poucaimportância ao brincar. É comum escutarmos os professores <strong>de</strong> 1º ano falarem para ascrianças que a brinca<strong>de</strong>ira e o brinquedo são para as crianças que estão no “prezinho”(referindo-se à Educação Infantil) e que no fundamental é hora <strong>de</strong> estudar, apren<strong>de</strong>r aler e escrever e fazer contas matemáticas.É muito comum ainda, a idéia <strong>de</strong> que no Ensino Fundamental a criança só apren<strong>de</strong>quando esta sentada em fila e atenta aos escritos da lousa. A dificulda<strong>de</strong> da criança empermanecer parada e concentrada como a escola exige, mostram que é preciso repensara maneira como o processo <strong>de</strong> aprendizagem é valorizado <strong>de</strong>ntro da escola, pois aconsolidação das estruturas mentais é um processo lento e gradual que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>apenas das condições neurológicas, mas também <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> origem social, ou seja,para apren<strong>de</strong>r as crianças precisam se movimentar e interagir umas com as outras.2 A superação do egocentrismo cognitivo é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização, na qual a criança passa areconhecer outros pontos <strong>de</strong> vista sobre um objeto ou evento e coor<strong>de</strong>nando-os em uma operaçãocomposta por um conjunto <strong>de</strong> ações inter-relacionadas (Elkonim, 1998 citado por Pimentel, 2007, p. 246)7


8Por esse motivo, o mobiliário da sala <strong>de</strong> 1º ano <strong>de</strong>ve proporcionar flexibilida<strong>de</strong>, osmateriais <strong>de</strong>ver ser <strong>de</strong> livre acesso para as crianças, os livros <strong>de</strong>vem ser manuseados eos materiais artísticos sempre utilizados quando à criança tiver necessida<strong>de</strong>. Além disso,o professor <strong>de</strong> 1º ano <strong>de</strong>ve ter a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber as expressões das crianças,expressões estas que muitas vezes são fundamentais para o processo <strong>de</strong> aprendizagem.ObjetivosPara aten<strong>de</strong>r ao problema apresentado por esta pesquisa –ausência ou não <strong>de</strong> umtrabalho educativo que vise a articulação entre a Educação Infantil e o EnsinoFundamental I, ou seja, ausência ou não <strong>de</strong> um projeto pedagógico que assegure osdireitos sociais e leve em conta as singularida<strong>de</strong>s das ações infantis, tanto na escolainfantil quanto no 1º ano do Ensino Fundamental, elaboramos os seguintes objetivos:-Conhecer as expectativas das crianças, dos pais, dos professores e da gestão no últimoano da Educação Infantil, com relação ao trabalho a ser realizado no 1º ano do EnsinoFundamental; Investigar como a escola infantil prepara as crianças para o ingresso naescola fundamental; Investigar como os professores e a gestão se preparam para receberas crianças <strong>de</strong> seis anos no 1ºano do Ensino Fundamental, em termos <strong>de</strong> espaço físico,materiais e planejamento; Conhecer como as famílias estão ou não inseridas nesseprocesso <strong>de</strong> passagem da criança da escola infantil para o Ensino Fundamental;Verificar se há articulação nas propostas pedagógicas no último estágio da EducaçãoInfantil e no 1º ano do Ensino Fundamental;Material e MétodosNesta pesquisa optamos pelo estudo etnográfico, por estudar o fenômeno em seuacontecer, buscando compreen<strong>de</strong>r o dinamismo do cotidiano escolar, as relações <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r na escola, as transmissões e trocas <strong>de</strong> conhecimentos, valores, atitu<strong>de</strong>s, hábitos,crenças e aprendizados, a partir <strong>de</strong> formas particulares <strong>de</strong> coleta e apresentação <strong>de</strong>dados. (André, 2005).A pesquisa etnográfica apresenta características específicas que consi<strong>de</strong>ramosrelevantes para orientar nossa investigação. A primeira <strong>de</strong>las diz respeito ao uso dastécnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados: a observação participante, a entrevista semi-estruturada e aanálise <strong>de</strong> documentos; Outra característica é o papel do pesquisador enquantoinstrumento principal na coleta e análise <strong>de</strong> dados. Este pesquisador aproxima-se das8


9pessoas, dos eventos, das situações mantendo um contato direto e prolongado com ofenômeno <strong>de</strong> investigação, observando-o em sua manifestação natural. A <strong>de</strong>scrição e aindução, assim como a preocupação com o significado que as pessoas atribuem às suasexperiências e às suas ações, são, também, pontos fundamentais dos estudosetnográficos (Ludke e André, 2005).Outra característica importante <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> estudo é o uso freqüente que se fazda estratégia <strong>de</strong> triangulação: varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados provenientes <strong>de</strong> diferentesinformações, coletados em momentos diferentes e em situações variadas, po<strong>de</strong>ndo fazeruso também da triangulação <strong>de</strong> métodos, <strong>de</strong> investigadores e <strong>de</strong> teorias. Portanto, atriangulação tem por objetivo abranger a máxima amplitu<strong>de</strong> na <strong>de</strong>scrição, explicação,compreensão e análise do foco em estudo (Triviños, 1987).Nessa direção, realizamos a pesquisa, inicialmente, em uma Escola Municipal <strong>de</strong>Educação Infantil (EMEI) e acompanhamos, posteriormente, as crianças do últimoestágio <strong>de</strong>sse ciclo até a Escola Estadual <strong>de</strong> Ensino Fundamental I, ambas no bairro daBela Vista, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, para <strong>de</strong>svelar os encontros e <strong>de</strong>sencontros quepermeiam a articulação <strong>de</strong>sses dois ciclos no momento da passagem da criança.Normalmente, as crianças freqüentam as escolas do bairro próximo <strong>de</strong> suasmoradias, o que facilita o contato com as mesmas crianças nos dois ciclos.Acompanhamos, no ano <strong>de</strong> 2008 as rotinas, os planejamentos, o currículo, os espaços daEducação Infantil e, no ano <strong>de</strong> 2009, fizemos o mesmo percurso no Ensino FundamentalI.Os caminhos da investigação foram organizados em três gran<strong>de</strong>s eixos orientadospelos objetivos <strong>de</strong>ssa pesquisa. O primeiro foi o <strong>de</strong> conhecer as expectativas dascrianças e dos pais no último ano da Educação Infantil, com relação ao trabalho aser realizado no 1º ano do Ensino Fundamental, ou seja, dar voz aos alunos e aospais para que falassem sobre seus interesses, anseios e <strong>de</strong>sejos com relação à passagempara o Ensino Fundamental. Nesse sentido, realizamos conversas coletivas com ascrianças do último ciclo da Educação Infantil e entrevista semi-estruturada com os pais,com objetivo <strong>de</strong> permitir que se crie um clima <strong>de</strong> interação e “a captação imediata ecorrente da informação <strong>de</strong>sejada” (Ludke e André, 2005, p.34).O segundo eixo foi o <strong>de</strong> investigar como a escola infantil prepara as criançaspara o ingresso na escola fundamental e como esta recebe as crianças queingressam nesse novo ciclo, ou seja, se há ou não a existência <strong>de</strong> um trabalho queintegre os dois ciclos . Para atingir tais objetivos, utilizamos como recurso, a9


10observação participante durante os momentos da rotina no 3º estágio da EducaçãoInfantil e no 1º ano Ensino Fundamental I. As observações forma orientadas peloseguinte roteiro: entrada na escola, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas em sala <strong>de</strong> aula, lanche,recreio e saída da escola. Foram realizadas também entrevistas semi-estruturadas comos quatro professores (dois no infantil e dois no fundamental), orientadores e diretoresdo Infantil e do Fundamental.O terceiro eixo foi conhecer como as famílias estão ou não inseridas nesseprocesso <strong>de</strong> passagem da criança da escola infantil para o Ensino Fundamental.Para atingir tal objetivo realizaremos, no mês <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009, entrevista semiestruturadacom cinco pais das crianças do Ensino Fundamental I, após a reunião <strong>de</strong>pais e mestres.A amostra <strong>de</strong>ssa pesquisa foi selecionada a partir do interesse dos professores, dospais, da gestão e das crianças em participar do trabalho. Na Educação Infantil, apenasdois professores, após o esclarecimento dos objetivos do trabalho em reunião coletiva,se interessaram em participar da pesquisa. Tanto a direção como a orientaçãopedagógica participaram, como também, oito mães <strong>de</strong> crianças que freqüentaram o 3ºestágio da Educação Infantil no ano <strong>de</strong> 2008.No Ensino Fundamental, os dois professores da sala pesquisada se interessaramem participar da pesquisa, bem como o diretor, a coor<strong>de</strong>nadora pedagógica, as criançase cinco pais.As entrevistas foram realizadas individualmente, para apreen<strong>de</strong>r a opinião <strong>de</strong> cadasujeito da amostra a respeito das seguintes temáticas: formação profissional,conhecimento sobre a ampliação do ensino fundamental para nove anos, expectativaspara essa ampliação, conhecimento sobre o trabalho pedagógico realizado com ascrianças no infantil e no fundamental, participação das famílias, e o trabalho com asdiferentes linguagens. Algumas particularida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> acordo com cada tipo <strong>de</strong> sujeito dapesquisa, foram contempladas nas entrevistas, ou seja, apesar <strong>de</strong> existir uma temáticacomum nas entrevistas com as crianças, com os professores, com a gestão e com ospais, houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaborar outras perguntas que dizem respeito à função quecada um ocupa no projeto.A partir dos dados coletados nas observações e nas entrevistas com os pais,professores, gestão e as crianças pu<strong>de</strong>mos perceber que falta um trabalho integradoentre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I-um trabalho que leve emconsi<strong>de</strong>ração as fases do <strong>de</strong>senvolvimento das crianças nessas duas etapas da10


11escolarida<strong>de</strong>, pois tanto os pais, como os professores e a gestão <strong>de</strong>sconhecem asnecessida<strong>de</strong>s reais das crianças e acreditam que se elas ingressarem um ano mais cedono Ensino Fundamental e antecipar, principalmente, a aprendizagem e da leitura e daescrita terão mais sucesso na sua vida pessoal e profissional.Já as crianças <strong>de</strong>monstram necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s lúdicas quando colocam queo momento mais prazeroso é a hora do recreio, mas por outro lado reproduzem odiscurso dos pais quando alegam preferir estar no Ensino Fundamental, pois láapren<strong>de</strong>rão a ler e a escrever.Referências BibliográficasABRAMOVICH, F. Ritos <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> nossa infância e adolescência: antologia.São Paulo: Summus, 1985.ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. 11 ed. Campinas: Papirus, 2005.BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria <strong>de</strong> Educação Básica. EnsinoFundamental <strong>de</strong> nove anos: orientações para a inclusão da criança com seis anos <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>. Brasília: MEC/ SEF, 2006.BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria <strong>de</strong> Educação Fundamental.Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998.BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria <strong>de</strong> Educação Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental I. Brasília: MEC/ SEF,1997.BRASIL Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (Lei nº. 9394/96), 1996.CAGLIARI, P. Riflessioni sulla continuitá Scuola <strong>de</strong>ll’ Infanzia - Scuola Elementare.Reggio Emilia: Centro Documentazione e Ricerca Educativa, 2002.EDWARDS, C; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: aabordagem <strong>de</strong> Reggio Emilia na Educação da primeira infância. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1999.FERREIRO, E; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artme<strong>de</strong>ditora, 1999,GANDINI, L. Espaços Educacionais e <strong>de</strong> envolvimento social. In: EDWARDS, C.;GANDINI, L.; FORMAN, G As cem linguagens da criança: a abordagem <strong>de</strong> ReggioEmilia na Educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.KRAMER, S. et alli (org). Infância e Educação Infantil. 3 ed. Campinas: Papirus, 2005.LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. <strong>Pesquisa</strong> em Educação: abordagens qualitativas.9ed. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2005.MORAES, A. E. Educação: a priorida<strong>de</strong> mais importante do país. Folha <strong>de</strong> São Paulo.São Paulo, 08 Ago. 2006.NICOLAU, M. L. M. A criança, o adolescente e o adulto: diferentes matizes afetivos,diante do processo <strong>de</strong> construção do conhecimento: o papel das mediações pelos pares,professores e familiares. In: SILVA, Elizabeth Ramos da. (org).Cognição, afetivida<strong>de</strong> elinguagem. Taubaté: Cabral editora e livraria universitária, 2007(a).__________. O Ensino Fundamental <strong>de</strong> nove anos: intersecção Educação Infantil eEnsino Fundamental. In: RABINOVICH, S. B. O espaço do movimento na EducaçãoInfantil: formação e experiência profissional. São Paulo: Phorte Editora, 2007 (b).11


12__________. O processo <strong>de</strong> adaptação da criança à Educação Infantil e às primeirasséries do Ensino Fundamental. In: USP/Programa <strong>de</strong> Educação Universitáriacontinuada. São Paulo, v.4, p.79, 2004. (Material impresso).__________. Reflexões sobre as várias dimensões da atuação do professor <strong>de</strong> EducaçãoInfantil na estimulação da aquisição da leitura e escrita pelas crianças. In: Nicolau, M.L. M. e Dias, M. C. M. (org). Oficinas <strong>de</strong> Sonho e Realida<strong>de</strong> na Formação do Educadorda Infância. Campinas: Papirus, 2003.NICOLAU, M. L. M.; SAISI, N. B. A constituição do sujeito ativo em Piaget. In:USP/Programa <strong>de</strong> Educação Universitária Continuada. São Paulo, v.4, p.379-399,2004. (Material impresso).OLIVEIRA, M.K.<strong>de</strong>.; SOUZA, D.T.R.; REGO, T.C. (org). Psicologia, Educação e asTemáticas da vida contemporânea. São Paulo: Mo<strong>de</strong>rna, 2002.PIMENTEL, A. Vygotsky: uma abordagem histórico-cultural na Educação Infantil. In:Oliveira-Formosinho, J; Kishimoto, T. M; Pinazza, M. A. Pedagogia (s) da infância:dialogando com o passado, construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.RAPOPORT et al (org). A criança <strong>de</strong> seis anos no Ensino Fundamental. Porto Alegre:Mediação, 2009.REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Editora vozes, 2000.REGO, T. C. Educação, Cultura e Desenvolvimento: o que pensam os professores sobreas diferenças individuais. In: AQUINO, J. G. (org). Diferenças e preconceitos naescola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998.SOUSA, J. V.; CORREA, J. <strong>Projeto</strong> pedagógico: a autonomia construída no cotidianoda escola. In: PENIN, S. T. S.; VIEIRA, S. L. Gestão da escola: <strong>de</strong>safios a enfrentar.Rio <strong>de</strong> Janeiro: OPDA, 2002.SOUZA, S. J. Alfabetização: iniciando uma conversa com professores. Revista Criança.Rio <strong>de</strong> Janeiro, v.6, n.20, p.22, jan-1989.TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativaem educação. São Paulo: Atlas, 1987VYGOSTKY. L. S.A Formação Social da Mente: o <strong>de</strong>senvolvimento dos processospsicológicos superiores. Trad. José Cipolla Neto et. alli. São Paulo: Martins Fontes,1999.12

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