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8 Revista Brasileira de Literatura Compara<strong>da</strong>, n.11, 2007 Apresentação 9põe a intervenção <strong>da</strong> literatura compara<strong>da</strong> na rede virtual,trazendo o diálogo, o respeito à alteri<strong>da</strong>de e à diversi<strong>da</strong>dede línguas e culturas.O segundo artigo aqui publicado, de Eloá Heise,rastreia o percurso de formação do conceito de Weltliteraturem Goethe, para quem havia um denominador comum ouuma dimensão comunicativa (um conceito transcultural,portanto) entre as literaturas nacionais a ser levado emconsideração. Levantando as diferentes acepções do termoem Goethe, aponta aquelas que se relacionam comconceitos contemporâneos ao mundo globalizado.Paulo César Silva de Oliveira, por sua vez, examina,nas manifestações multiculturalistas do comparatismo contemporâneo,a visão <strong>da</strong> literatura como um “campo de saberprivilegiado acerca do mundo e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de”. Investigapontos de diálogo “entre texto literário e socie<strong>da</strong>de, textocrítico e criação artística” na atual produção comparatista.Em “Nação: civilização e barbárie”, Josalba Fabianados Santos reflete sobre as relações entre a civilização e abarbárie nas obras de Cornélio Penna – em especial em Amenina morta – e Sarmiento em Facundo. Os vínculos entrea civilização e a barbárie manifestam-se nesses doisescritores, de países e tempos diversos, de modo diferente:Cornélio Penna, afastando-se do processo desenvolvimentista<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1950, procura investigar a violência nasocie<strong>da</strong>de brasileira escravocrata <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade doséculo XIX. Sarmiento, escrevendo no século XIX, idealizaseu país como nação civiliza<strong>da</strong> de acordo com os preceitos<strong>da</strong> Europa.Os autores de “Ficção e ensaio” – Maria Célia Leonele José Antonio Segatto – discutem a recepção, pela crítica,de Os sertões como obra literária e a incorporação deGrande sertão: vere<strong>da</strong>s como ensaio. O exame de váriosestudos sobre os dois livros permite acompanhar como otexto de Euclides <strong>da</strong> Cunha, por mais de um século, é vistocomo obra compósita, fazendo parte, simultaneamente,<strong>da</strong> literatura, <strong>da</strong> história e <strong>da</strong> ciência, entendimentolançado pela crítica logo após a primeira edição. Do mesmomodo, observa-se como o romance de Guimarães Rosacomeça a ser considerado como ensaio ou investigaçãosobre as relações de poder no país. Essas considerações <strong>da</strong>crítica levam à reflexão sobre a indistinção entre históriae literatura, ciência e ficção.Joana Luíza Muylaert de Araújo, em sua investigaçãosobre a crítica machadiana, verifica que os desacordos acercade sua obra, iniciados com os estudiosos contemporâneosdo escritor (especialmente Silvio Romero) ain<strong>da</strong>merece atenção. Para a articulista, a base <strong>da</strong> polêmica é omodo peculiar de Machado manifestar o nacionalismo epropõe que os assim considerados desacertos <strong>da</strong> críticanaturalista sejam examinados “como paradoxos constitutivosde todo trabalho rigoroso de interpretação” dentrode um determinado contexto histórico. Além do nacionalismo,outros temas são examinados como a mestiçagem ea representação literária.Em “‘A vi<strong>da</strong> e os prêmios que ela comporta’: <strong>da</strong>rwinismosocial e imaginação literária no Brasil”, Luciana Murariexamina a maneira como o <strong>da</strong>rwinismo social foi diversamenteincorpora<strong>da</strong> por escritores brasileiros na passagemdo século XIX para o século XX. Se Machado de Assis eLima Barreto manifestaram uma posição crítica perantetal conceito, outros autores, como é o caso de Euclides <strong>da</strong>Cunha, tomaram o <strong>da</strong>rwinismo como princípio que permitiriao entendimento dos “conflitos sociais e <strong>da</strong> relaçãodo homem brasileiro com a natureza do país”. Desse modo,tem-se uma reflexão sobre a comunicação entre literaturae ciência, seus significados e implicações ideológicasna época.O artigo de Celdon Fritzen versa sobre as contradiçõesencontra<strong>da</strong>s no modo de representação <strong>da</strong> Amazôniaem relatos de viagem de estrangeiros. Os relatos examinadosatêm-se, especialmente, à cultura dos povos <strong>da</strong> mata,a seus mitos, revelando a maneira como o pensamentoiluminista evidencia a superiori<strong>da</strong>de do conhecimento científicoe a subalterni<strong>da</strong>de dos habitantes <strong>da</strong> Amazônia comoos indígenas. Ressaltam, dessa forma, procedimentos de

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