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Fotos: Heloisa MezzaliraPerfilLama Padma Samten,educan<strong>do</strong> para a pazQuan<strong>do</strong>, no final <strong>do</strong>s anos 80, líderes budistas expulsos <strong>do</strong> Tibete pelo<strong>do</strong>mínio da China comunista começaram a aportar no Brasil, o gaúcho Alfre<strong>do</strong>Aveline, estava pronto para recebê-los. Alguns anos antes, já havia selança<strong>do</strong> ao estu<strong>do</strong> e à prática das tradições religiosas, através da meditação,da tradução de sutras e textos básicos <strong>do</strong> budismo e de outras linhas <strong>do</strong>pensamento oriental. Em 1993, conheceu Chagdud Tulku Riponche, o lamatibetano que construiu o templo de Três Coroas, no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, sedebrasileira <strong>do</strong> monastério tibetano Chagdud Gonpa, funda<strong>do</strong> em 1131 e um<strong>do</strong>s poucos que sobreviveram à invasão da China comunista. Foi neste templobrasileiro que, em 14 de dezembro de 1996, Rinpoche conferiu a Aveline ostatus de lama, um misto de sacer<strong>do</strong>te, líder e mestre espiritual.Com a ordenação, o reconheci<strong>do</strong>pesquisa<strong>do</strong>r e professor <strong>do</strong>Departamento de Física da UniversidadeFederal <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul (UFRGS),mestre em física quântica e defensordas causas ambientais, deu lugar aolama Padma Samten. Desde então, vemdifundin<strong>do</strong> os ensinamentos de BudaGautama em to<strong>do</strong> o Brasil, através deretiros, palestras, conferências e livros.Os títulos A Jóia <strong>do</strong>s Desejos, Meditan<strong>do</strong>a Vida, O Lama e o Economista,Relações & Conflitos, Mandala <strong>do</strong> Lótuse A Roda da Vida são referências não sópara os praticantes <strong>do</strong> budismo, comotambém para as pessoas que buscamorientação para melhor lidar com asdificuldades da vida, profissionais,executivos e acadêmicos que querematuar a partir de uma interface com aespiritualidade. Além destas atividades,o lama também dirige o CEBB (Centrode Estu<strong>do</strong>s Budistas Bodisatva),funda<strong>do</strong> em 1986 e, atualmente, comramificações em to<strong>do</strong> o Brasil, noUruguai e no Canadá.Através <strong>do</strong> Instituto Caminho <strong>do</strong> Meio,uma OSCIP (Organização da SociedadeCivil de Interesse Público) constituídapara dar suporte à cultura da paz, olama também vem implementan<strong>do</strong> umde seus projetos mais almeja<strong>do</strong>s: aEscola Caminho <strong>do</strong> Meio, uma propostade educação inova<strong>do</strong>ra, que atendecrianças da comunidade budista edas comunidades vizinhas. A escolafunciona no CEBB Caminho <strong>do</strong> Meio,nome herda<strong>do</strong> da localidade ondeestá situa<strong>do</strong>, entre os municípios deViamão e Alvorada, na periferia de PortoAlegre. E foi ali, neste pequeno sítio denome sugestivo, onde se treina a pazem meio à turbulência urbana, entreruas batizadas Compaixão, Alegria,Generosidade, que o lama recebeu aVolareClub, para contar um pouco da suahistória e seus projetos, discorrer sobreo budismo e sua tarefa de construir apaz. Confira!VolareClub: Como aconteceu o seu despertarpara a espiritualidade? Houve alguma influênciada família?Lama: Foi um movimento intuitivo. Eu eraum a<strong>do</strong>lescente olhan<strong>do</strong> para as coisas. Nãohavia nenhum traço de espiritualidade em casa,mas meu pai e minha mãe tinham interesseem oferecer tu<strong>do</strong> o que gente pudesse ler.Eu e meus irmãos tínhamos enciclopédiase textos interessantes sempre disponíveis,e nós não éramos força<strong>do</strong>s em nenhumadireção, o que havia era uma liberdade depensamento. Me interessei logo pela ciênciae pela espiritualidade. Comecei a ler tu<strong>do</strong> oque encontrava sobre isso, porque me pareciamuito profun<strong>do</strong>, misterioso e poderoso, e aí,comecei a praticar o yoga. Então, eu não tiveuma aproximação devocional convencional com aespiritualidade, foi pelo estu<strong>do</strong>, pelo yoga.VolareClub: Como você chegou ao budismo?Lama: No início <strong>do</strong>s anos 80, conheci unspraticantes <strong>do</strong> soto zen, e comecei a meditar comeles, a estudar e traduzir os textos tradicionaisbudistas. Em 1982, eu me afastei da universidade,para poder me dedicar mais a isso, e fundei umacomunidade, o Grupo comunitário Rodeio Bonito,numa terra próxima a Três Coroas. Minha atividadeprincipal ali era estudar, meditar e traduzir. Faziaisso e cuidava <strong>do</strong>s meus filhos pequenos. Depoisvoltei a dar aulas na UFRGS, mas em tempoparcial, e voltei a Porto Alegre com muitas coisastraduzidas, então fundei o centro de estu<strong>do</strong>sbudistas, porque eu queria compartilhar aquilotu<strong>do</strong>. A partir daí, começamos a ter práticasdiárias. Nos reuníamos às 4h30, estudávamosuma hora e pouco, meditávamos e depois íamostrabalhar. Meu primeiro mestre foi um mestreitinerante <strong>do</strong> soto zen. Demoramos muitos anosa nos encontrar, porque naquela época nãotinha mestre em lugar nenhum, os tibetanos nãoestavam viajan<strong>do</strong> para o Ocidente ainda. Elescomeçaram a aparecer no final <strong>do</strong>s anos 80, e euacompanhei a chegada deles, até que em 1993 eutive o encontro com o meu mestre, Chagdud TulkuRinpoche, que me ordenou lama em 1996. Eu tiveessa benção extraordinária. Eu talvez não tenhacompreendi<strong>do</strong> ainda totalmente a extensão disso.40 41

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