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10 www.readmetro.comculturaQUARTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2012As provocaçõesde um centenário2culturaBrasil lembra os 100 anos de nascimento de Nelson Rodrigues nesta quinta-feira PortoAlegre em Cena terá montagem especial em homenagem ao criador de ‘Vestido de Noiva’Para sabermais sobreNelsonA filha do dramaturgo,Sonia Rodrigues,acaba de lançar umaespécie de biografiapóstuma do pai.“Nelson Rodriguespor Ele Mesmo” (NovaFronteira, 272 páginas,34,90 reais)reúne textos e entrevistasem que o autordá voz a si mesmo,falando da sua infância,seu trabalho comojornalista e a famade obsceno queconstruiu a partir desuas peças.METRO POADramaturgo faria 100 anos amanhãNelson Rodrigues não éapenas o maior autor doteatro contemporâneo brasileiro.É também o maisprovocante, o mais abusadoe o principal porta-vozdos desejos e caprichos daquelafaixa da populaçãoque se convencionou chamarde classe média. Suaspeças – que se somam acrônicas e ficções – tratamde temas picantes comotraição, romance entre pessoasda mesma família(mães e filhos, primos, tios,sobrinhos), violência, ciúmee deboche.Nelson Rodrigues nasceuem Recife, em 23 de agostode 1912. Quatro anos depois,a família se mudou parao Rio de Janeiro, cidadeque se transformou no principalcenário de suas histórias.Antes de virar um“Só o cinismoredime umcasamento. Épreciso muitocinismo para queum casal chegue àsbodas de prata.NELSON RODRIGUES“deus” do teatro, ele trabalhouno jornal “A Manhã”,que pertencia ao seu pai,Mário Rodrigues, tambémum homem de política. Nosprimeiro anos, Nelson foi repórterpolicial, experiênciaque lhe rendeu várias boashistórias, e depois se dedicouao jornalismo esportivo,sem nunca esconder sua paixãopelo Fluminense.Nelson é destaque no Em CenaCEDOC/FUNARTEO diretor Luciano Alabarse,coordenador do Porto Alegreem Cena, propôs umahomenagem especial a NelsonRodrigues durante ofestival de teatro, que começanos primeiros dias desetembro.Quatro grupos locais -–Teatro Sarcáustico, CompanhiaSanta Estação, Cia. Caixado Elefante e Falos &Stercus – vão encenar umespetáculo inédito, que misturatrechos da vida do autore a encenação de “Vestidode Noiva”. A peça vai sechamar “Os Plagiários: umInventário Ficcional sobreNelson Rodrigues” e correem dois tempos distintos:no presente, um grupo deteatro representa uma peça;ao mesmo tempo, um repórterprocura o dramaturgopara uma entrevista,mas é surpreendido com anotícia da sua morte. DionesCamargo assina o texto,que tem direção coletiva deGuadalupe Casal, Jezebel deCarli, Mário de Balenti eMarcelo Restori.A montagem de “Os Plagiários”está marcada paraos dias 5, 6 e 7 de setembro,no Centro Cenotécnico,com a presença do filho dodramaturgo. “Será uma homenagemdiferente e original”,justifica Alabarse,“Nelson é autor de umaobra realmente genial. Minhaspeças preferidas são“Senhora dos Afogados” e“Álbum de Família", textosde uma densidade absoluta”,acrescenta o coordenadordo Em Cena.METRO POAGrupos locais vão encenar “Os Plagiários”REGINA PEDUZZI/DIVULGAÇÃOObviedadesNo recém terminado FestivalGramado, onde recebeuuma homenagem pelasua trajetória como cineasta,Arnaldo Jabor falou sobreNelson Rodrigues, dequem adaptou para o cinema“Toda Nudez será Castigada",em 1973. A históriagira em torno de um jovemque se apaixona pela prostitutacasada com seu pai.Jabor considera o longauma de suas obras mais pessoais,“um filme de cinema”e que valoriza o mais importantena biografia de Nelson:o talento para falar doóbvio: “A importância doNelson não é barroca, nemgrandiosa. Ele descobriuuma dramaticidade profundanas coisas mais irrelevantese desnecessárias docotidiano, as coisas óbvias”.O jornalista conheceuNelson Rodrigues ainda naadolescência, quando estudavacom seu filho. “Elebuscava o Nelsinho no colégioe implicava com os textosque eu escrevia para ojornalzinho da escola”, lembra.Com ideias de esquerdanos anos 1960, Jabor teciateorias sobre burguesia e lutade classes. “Eu era bemcomunista. E o Nelson medizia assim: ‘Brecht é umabesta, Freud é uma mula.Você precisa entender que ohomem é classe média, Jabor”,recorda o cineasta, àsgargalhadas.Na opinião de Jabor,Nelson não era um críticoda sociedade. “Ele era umsatírico, gostava de sacanear,de denunciar o sujeitoque se acha o máximo.Era incrível a habilidadedele para nos fazer duvidardas certezas e das ideiasprontas”, completou.Nelson morreu em 1980,com 68 anos.MÔNICA KANITZMETRO PORTO ALEGREPrincipais peças:Nelson Rodrigues escreveu17 peças, que foram divididasem três grupos – psicológicas,míticas e tragédiascariocas – pelo críticoSábato Magaldi.A Mulher sem Pecado(1941)Vestido de Noiva (1943)Álbum de Família (1946)Anjo Negro (1947)Senhora dos Afogados(1947)Valsa nº 6 (1951)A Falecida (1953)Perdoa-me por me Traíres(1957)Os Sete Gatinhos (1958)Boca de Ouro (1959)O Beijo no Asfalto (1960)Bonitinha, mas Ordinária(1962)Toda Nudez será Castigada(1965)A Serpente (1978)

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